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Abordagens Teóricas da Contabilidade Aula 6 Professor Clecio Steinthaler CONVERSA INICIAL Oi, aluno(a). Tudo bem? Seja bem-vindo à última aula de Abordagens Teóricas da Contabilidade. Nosso objetivo é compreender a estrutura do Balanço Patrimonial e demonstrar como os índices econômicos e financeiros são componentes importantes em um processo de tomada de decisão. Para isso, vamos estudar a interpretação dos índices de Liquidez, de Rentabilidade e Estrutura do Capital, bem como vamos ver que a teoria e a prática são duas metades que se completam! Todas as operações produtivas precisam de alguma forma de medidas de desempenho e os indicadores são praticamente seu pré-requisito para uma análise que permita medição, comparação e avaliação, objetivando uma melhora contínua. Portanto, a medida de desempenho, em Contabilidade, tem início com um processo de quantificação dos valores apresentados pela empresa, que estão representados em seu Balanço Patrimonial, e o seu desempenho é medido pelos índices obtidos através da análise do próprio Balanço. Há várias formas de se fazer isso, mas todas devem envolver um padrão analítico, que permita uma comparação do nível de desempenho atual com algum tipo de padrão desejado. Quatro tipos de padrões são geralmente utilizados: Padrões históricos; Padrões de desempenho alvos; Padrões de desempenho da concorrência; Padrões de desempenho absolutos. Mas, em Contabilidade, qual padrão é mais indicado? Acesse a versão online da aula e confira a fala inicial do professor Clecio. CONTEXTUALIZANDO Em Contabilidade, tratamos da análise de informações históricas que nos permitam fazer uma análise corretiva do presente, e uma análise projetiva para um futuro que ainda se apresenta incerto. Assim, esse padrão histórico pode nos mostrar que, se uma empresa atualmente demora 5 dias para entregar seus produtos, e no ano anterior levava 12 dias, seu desempenho atual pode ser considerado bom. Da mesma forma, se a empresa não utilizava Capitais de Terceiros (como, por exemplo, empréstimos bancários), e atualmente necessita de grandes recursos para a sua operacionalização, podemos afirmar que sua gestão é temerária, pois está aumentando fortemente seu endividamento, comprometendo a sua rentabilidade. Mas, como mensurar esse desempenho apenas pelas informações contábeis? A resposta para essa questão está contida em outra pergunta: Você saberia dizer como anda a saúde financeira da sua empresa? Você teria segurança para dar essa resposta? A resposta pode conter muitos elementos, como o faturamento, os valores que têm a pagar e a receber ou ainda pelo patrimônio que a empresa tem. Porém, separadamente, esses valores dizem muito pouco a respeito da real situação econômica da empresa, pois exigem uma análise interativa entre eles. Por esse motivo, para tomar decisões mais precisas e corretas, a gestão deve dominar os indicadores contábeis fornecidos pelos contadores. Com eles, pode- se definir as tendências do negócio, avaliar o desempenho e realizar outras análises relativas às operações financeiras. Acompanhe o estudo prático a seguir: Ao procedermos uma análise da situação financeira e econômica de uma empresa, devemos analisar separadamente os índices que evidenciam os aspectos da situação financeira daqueles que evidenciam os aspectos da situação econômica. Por que devemos tomar esse cuidado? É porque os índices que evidenciam a situação financeira da empresa são divididos em 02 grupos: Acesse a versão online da aula e confira o vídeo do professor Clecio sobre estas reflexões! TEMA 1: Balancete de Verificação O balancete de verificação é uma demonstração que relaciona todas as contas em movimento na empresa e seus respectivos saldos (saldos de débito, saldos devedores e saldos de crédito, saldos credores), de tal forma que se os lançamentos forem corretamente efetuados, o total da coluna dos saldos devedores é igual ao total da coluna dos saldos credores. É através do balancete de verificação que é possível elaborar outros demonstrativos contábeis importantes, como: Balanço Patrimonial (BP); Demonstração do Resultado do Exercício (DRE). O saldo de cada conta é representado de acordo com sua natureza (devedora ou credora), e não apenas de acordo com o grupo a que pertence a sua composição (contas patrimoniais ou conta de resultado). Importante A soma dos saldos devedores deve ser igual à soma dos saldos credores. Se houver desigualdade, é sinal de que há erros na Contabilidade da empresa. Há várias maneiras de se apresentar um Balancete de Verificação. Em todos eles deve existir o cabeçalho onde se indica o nome da empresa e a data do balancete. É possível representá-lo com os saldos iniciais de cada conta (devedor ou credor) e com os respectivos movimentos no período (débitos e créditos), ou simplesmente com os saldos finais das contas (devedor ou credor). Este último caso é o mais comum e também o mais prático. Finalidade: Averiguação de exatidão de lançamentos; Periodicidade (diário, semanal, quinzenal, mensal...); Instrumento contábil para tomada de decisão; Resumo ordenado de contas utilizadas. Atenção Não haverá débito(s) sem crédito(s) correspondentes, portanto a soma dos débitos deverá sempre ser igual à soma dos créditos. Exemplo Formação de Capital Inicial de determinada empresa, sendo o Valor do Capital Investido: R$ 1.500.000. Nesse sentido, confira a movimentação feita: Compra de estoque à vista: R$ 500.000 Compra de móveis e utensílios à vista: R$ 300.000 Saldo restante disponibilizado no caixa da empresa: R$ 700.000,00 Como escriturar os lançamentos? Resposta: assim Existem algumas formas de escritura, como demonstrativos com duas colunas, quatro 04 colunas, ou ainda com várias colunas. Vamos ver alguns exemplos para nos familiarizarmos? Exemplo 1: EMPRESA XYZ - Balancete de Verificação em 31/12/xx15 CONTA SALDO ($) Devedor Credor Caixa 164.202,00 Banco conta corrente 35.000,00 Estoques 125.000,00 Veículos 170.000,00 Depreciação acumulada de veículos 17.000,00 Máquinas e equipamentos 360.000 Móveis e utensílios 200.000 Fornecedores 420.000,00 Salários a pagar 45.000,00 ICMS a recolher 120.500,00 Capital social 600.000,00 Receita de vendas 350.000,00 Receita financeira 58.000,00 ICMS sobre vendas 90.500,00 CMV (Custo Mercadoria Vendida) 321.000,00 Despesa com salários 60.000,00 Despesa com férias 79.998,00 Despesa com FGTS 4.800,00 TOTAL 1.610.500,00 1.610.500,00 Exemplo 2: Razonetes Balancete Exemplo 3: É importante destacar o Livro Caixa, que é onde são registrados todos os recebimentos e pagamentos em dinheiro, lançados de forma cronológica (dia, mês e ano). É um livro auxiliar de registro contábil, e seu uso é facultativo. O Livro Caixa é na maior parte das vezes adotado pela tesouraria da empresa (departamento responsável pela execução dos recebimentos de receitas e pagamentos de despesas) ou de qualquer outra entidade com ou sem fins lucrativos. Estrutura do Livro Caixa Deve-se conter no Livro Caixa: Data do registro; Breve histórico; Entradas e saídas (débito e crédito, respectivamente, lembrando que não usa-se os dois em um mesmo registro); Saldo atual da conta Caixa (saldo anterior mais débito ou menos crédito da conta em questão). Exemplo Obs.: As empresas optantes pelo Simples Nacional estão obrigadas, perante o fisco, à escrituração do Livro Caixa, observando as exigências contidas na Lei n. 9.317/96 e as demais formalidades, inclusive quanto aos termos de abertura e encerramento. Erros de Escrituração A escrituração feita nos livros contábeis não deve conter intervalos em branco, entrelinhas, borrões, rasuras, emendas ou transportes para as margens. Quando os erros acontecem, eles devem ser declarados na escrituração mediante retificação através de estorno, lançamento retificativo, lançamento complementar, lançamento de transferência ou ressalva. Acesse a versão online da aula e confira no vídeo a seguir como o professor Clecio trata o assunto que estamos vendo. TEMA 2: Estrutura do Balanço Patrimonial Para compreendermos a estrutura do Balanço Patrimonial, devemos compreender que o objeto da contabilidade é o Patrimônio, nas suas dimensões qualitativa e quantitativa. A mensuração do patrimônio ocorre pela alteração de saldo das suas Contas, que é o nome técnico que identifica cada componente do próprio patrimônio (Bens, Direitos e Obrigações ou Patrimônio Líquido) e cada elemento de resultado (Despesas e Receitas). Portanto, a função da conta é representar a variação patrimonial que um fato promove no patrimônio da empresa, e é através das contas que a contabilidade consegue exercer o seu papel. Classificação das Contas A teoria mais utilizada e aceita entre os contabilistas é a Teoria Patrimonialista, que classifica as contas em dois grandes grupos: Contas Patrimoniais: são aquelas contas que representam o Ativo (indica a existência de Bens e Direitos) e o Passivo (indica a existência de Obrigações e Patrimônio Líquido da entidade, formado pelo capital social, as reservas e os prejuízos acumulados). São essas contas que representam o Patrimônio da empresa, através do Balanço Patrimonial. Contas de Resultado: são as Receitas e as Despesas do período, que devem ser encerradas no final do exercício para que se apure o resultado do exercício. Este resultado, lucro ou prejuízo, será incorporado ao Patrimônio através da conta Prejuízos acumulado ou Reserva de lucros. Essas contas não fazem parte do Balanço Patrimonial, mas permitem que o resultado do exercício seja apurado. Mas, e quanto aos recursos, que indispensáveis para a formação do Patrimônio? Portanto, podemos demonstrar o Balanço Patrimonial como: Modelo sintético: Vamos conhecer alguns conceitos importantes? Confira a seguir! Ativo Circulante: compreende itens que serão realizados (transformados) em dinheiro a curto prazo, ou seja, em um período inferior a um ano (utilizados até o encerramento do exercício seguinte após a data do balanço) Ativo realizável a longo prazo: compreende itens que serão realizados (transformados) em dinheiro a longo prazo, ou seja, em período superior a um ano (bens e direitos realizáveis após o encerramento do exercício seguinte à data do balanço) Ativo permanente: compreende itens que dificilmente se transformarão em dinheiro, pois não se destinam à venda, mas são utilizados como meios de produção ou meios para se obter renda para a empresa. Imobilizado: bens destinados à manutenção da atividade principal da empresa ou exercidos com essa finalidade. Os bens que auxiliam a empresa na consecução da sua atividade pertencem ao imobilizado (maquinas, equipamentos, prédios em uso, ferramentas, móveis e utensílios, instalações, veículos etc.) Passivo circulante: evidencia todas as dívidas com terceiros que serão pagas a curto prazo (dívidas com fornecedores de mercadorias, salários a pagar, impostos a pagar, empréstimos bancários a pagar, encargos a pagar etc. (exigíveis até o encerramento do exercício seguinte após a data do balanço) Exigível a longo prazo: compreende as obrigações com terceiros que serão liquidadas a longo prazo. As dívidas a longo prazo normalmente se referem aos financiamentos obtidos junto às financeiras e bancos de desenvolvimento e de investimento (exigíveis após o encerramento do exercício seguinte à data do balanço) Resumindo: E quanto ao Capital? Situação líquida ou saldo patrimonial: quando estudamos os componentes Do patrimônio, vimos que: Ativo = Bens + Direitos (créditos) = Patrimônio bruto Passivo = Obrigações (Dívidas + Débitos) = Passivo Exigível Dessa forma, a diferença entre Ativo e Passivo pode apresentar 3 panoramas: 1. Saldo patrimonial positivo, quando o Ativo for maior que o Passivo. Característica: Situação Líquida Ativa ou Positiva, Superavitária ou ainda Favorável. 2. Saldo patrimonial negativo, quando o Ativo for menor que o Passivo. Característica: Situação Líquida Passiva ou Negativa, Deficitária ou ainda Desfavorável (Passivo a Descoberto) 3) Saldo nulo (igual a zero), quando o Ativo for igual ao Passivo. Característica: Denominado Situação Líquida Nula, Equilibrada ou Compensada. Acesse a versão online da aula e confira no vídeo a seguir como o professor Clecio trata o assunto que estamos vendo. TEMA 3: Demonstração de Resultado do Exercício (DRE) A demonstração de resultado do exercício é um resumo ordenado das receitas e despesas da empresa em determinado período, normalmente 12 meses. É apresentada de forma dedutiva vertical. Exemplo: Conceito de Resultado e a Demonstração do Resultado O principal objetivo da grande maioria das organizações inseridas no ambiente econômico é a obtenção de lucro. Sabe-se que o lucro é consequência de um esforço para que as receitas superem os custos e despesas. Ocorre que nem sempre isso é possível, muitas vezes as receitas são menores do que a soma dos custos e despesas, acarretando prejuízo para as entidades. Assim, o conceito de resultado abrange duas possibilidades: lucro ou prejuízo. Segundo a Lei n. 6.404/76 (Lei das Sociedades por Ações), a apuração do resultado deve ser feita considerando um período de tempo determinado (exercício social). A legislação determina que este período seja equivalente ao ano comercial, que vai de primeiro de janeiro a trinta e um de dezembro de cada ano. Quando a empresa faz sua apuração de resultados e a divulgação dos demonstrativos contábeis, sempre abrangerá o mesmo período. Sendo assim, todas as receitas, custos, despesas, ganhos e perdas que ocorrem de 01 de janeiro até 31 de dezembro do mesmo ano são considerados resultado daquele período. Mas, como é definida a Demonstração de Resultado do Exercício? Segundo Iudícibus (1993), “a Demonstração do Resultado do Exercício é um resumo ordenado das receitas e despesas da empresa em determinado período (12 meses). Sendo apresentada de forma dedutiva (vertical), ou seja, das receitas subtraem-se as despesas e, em seguida, indica-se o resultado (lucro ou prejuízo)”. Já Martins & Assaf Neto (1996) definem a DRE “como sendo a demonstração que engloba as receitas, despesas, ganhos, e perdas do exercício social, apurados por regime de competência, independentes de seus recebimentos e pagamentos”. Portanto, a finalidade da Demonstração do Resultado do Exercício é mostrar o resultado (lucro ou prejuízo) do exercício social, demonstrando os valores, por grupo de contas, que formaram o resultado. Sendo a DRE um relatóriocontábil elaborado em conjunto com o Balanço Patrimonial, que descreve as operações realizadas pela empresa em um determinado período. Atenção No Brasil, a DRE deve ser elaborada obedecendo ao princípio do Regime de Competência. Classificação dos itens de resultado Para facilitar a identificação das contas de resultado (DRE) e sua distinção das contas patrimoniais (Balanço Patrimonial), leva-se em consideração que todos os valores que influenciam diretamente o aumento ou redução do lucro são itens de resultado, portanto devem fazer parte de uma das classificações, conforme segue: Receitas – são os valores de venda dos produtos, mercadorias e serviços. a) Outras receitas operacionais Aluguéis Ativos ou Receita de Aluguéis Reversão de Provisões Receita de Dividendos Receita de Equivalência Patrimonial b) Receitas financeiras Juros ganhos em aplicações financeiras, concessão de empréstimos a terceiros, cobrados por atraso no pagamento de duplicatas por clientes. Descontos Condicionais Obtidos Deduções – são os abatimentos, os impostos sobre o faturamento, produção e circulação e as devoluções. Devoluções de vendas: as mercadorias compradas retornam do cliente ao fornecedor, por estarem em desacordo com o pedido. Abatimentos: caso o cliente esteja insatisfeito com a mercadoria adquirida, por culpa do fornecedor e não julgar necessário devolvê-la, pode entrar em acordo com o fornecedor e exigir um abatimento, a fim de evitar a devolução. Descontos incondicionais concedidos ou comerciais: são descontos dados incondicionalmente pelo fornecedor ao cliente, visto que independem das condições de pagamento. Impostos sobre vendas: ICMS, PIS, Cofins e ISS sobre vendas, ou seja, os tributos que incidem sobre as vendas Custos – são os valores que a empresa paga pelos produtos, mercadorias e serviços (valores de compra). Despesas – são os valores adicionais, necessários para manter a atividade da empresa em funcionamento (água, energia, telefone, salários etc.); a) Despesas Operacionais Despesas com Vendas ou Despesas Comerciais Despesas Gerais ou Administrativas Despesas Financeiras Outras Despesas Operacionais Outras Despesas b) Despesas com Vendas ou Despesas Comerciais Correspondem aos gastos com a comercialização e distribuição das mercadorias/produtos: Comissões de Vendedores Propaganda e Publicidade Brindes Embalagens Despesas com Provisões para Créditos de Liquidação Duvidosa Frete sobre vendas a cargo do fornecedor - Entre outras c) Despesas Gerais e Administrativas São as despesas que ocorrem no processo de administração e funcionamento da empresa: Salários Férias Encargos Sociais Aluguéis Seguros Energia Elétrica; Telefone. Água e Esgoto Material de Expediente d) Despesas Financeiras Correspondem a remunerações aos capitais de terceiros, que financiam as atividades da empresa: Juros, descontos concedidos; Variações Monetárias Passivas ou Perdas, etc. Ganhos – são valores que a empresa ganha, independentemente de sua atividade (doações, sorteios etc.). Perdas – são valores que a empresa perde independentemente de sua atividade (incêndios, roubos etc.); Impostos – são os impostos incidentes sobre o resultado. Demonstração do resultado do exercício (DRE) Atenção A Estrutura da DRE deve obedecer à Lei n. 6.404/76, em seu artigo 187. Porém, a citada lei não fixa um modelo de DRE. DRE (+) Receita operacional bruta (-) Deduções, abatimentos e impostos (=) Receita operacional líquida (-) Custos das mercadorias vendidas (=) Lucro bruto (-) Despesas operacionais (=) Lucro operacional (-) Despesas não operacionais (deduzidas das receitas) (=) Lucro antes do imposto de renda (-) Provisão para imposto de renda (-) Participações (=) Lucro líquido do exercício DRE X EBTIDA A DRE é a apresentação, em forma resumida, das receitas, custos e despesas incorridos durante o exercício social da empresa. O lucro líquido é o resultado que pertence aos proprietários da empresa, e depende das decisões investimento. O lucro operacional é gerado pelas atividades da empresa, sendo que seu valor independe da forma como a organização é financiada. O lucro operacional bruto da empresa é o LAJI (EBITDA), uma vez que este vem antes da dedução das despesas financeiras. Exemplo: Receita Bruta de Vendas e/ou Serviços (–) Impostos sobre a receita (ISS, ICMS, PIS, COFINS) (–) Descontos Incondicionais (–) Devoluções de Vendas (=) Receita Líquida (–) Custo das Mercadorias/Produtos/Serviços (=) Lucro Bruto (–) Despesas com Vendas (–) Despesas Gerais e Administrativas (+/–) Outras Receitas e Despesas (=) Lucro Antes de Juros e Impostos (LAJI ou EBITDA) (–) Despesas Financeiras deduzidas das Receitas Financeiras (=) Lucro Antes de Impostos (LAI) (–) Imposto de Renda e Contribuição Social (=) Lucro Líquido (÷) Número de Ações (=) Lucro por Ação Acesse a versão online da aula e confira no vídeo a seguir como o professor Clecio trata o assunto que estamos vendo. TEMA 4: Análise Vertical e Análise Horizontal A Análise de Demonstrações nada mais é do que o exame das informações econômico-financeiras do Balanço Patrimonial, mostrando a evolução de cada conta entre os períodos, ou ainda pelo saldo individual de uma conta em relação ao saldo total do seu grupo de contas, permitindo tirar conclusões sobre a evolução dos valores, ou ainda, definir uma linha de tendência evolutiva dos valores calculados. Metodologia da análise O cálculo é bastante simples. Pode-se utilizar algumas fórmulas existentes, ou até mesmo uma regra de três. O princípio básico estabelece a comparação de valores entre períodos distintos ou a comparação de um valor em relação ao total do grupo que ele pertence. Perceberam como é muito tranquilo esse processo? Então, vamos ver na prática? Primeiramente, selecionamos os dados que serão analisados, portanto vamos supor a empresa XYZ apresente os seguintes valores em seu Balanço Patrimonial: Vamos à primeira análise: Pela análise, podemos afirmar que o total do Ativo Circulante de R$ 230.000,00, é composto de: 2,17% numerário (dinheiro) em caixa 15,22% valores depositados em Banco 82,61% estoque. A interpretação da informação contábil, como auxiliadora no processo de gestão ficou mais simples, uma vez que os valores individuais possuem agora uma grandeza percentual em relação ao seu total, evidenciando sua maior ou a menor participação. Vamos ao segundo exemplo Agora temos outro processo de análise, onde fazemos a comparação entre dois períodos distintos, para sabermos a evolução de seus valores. Agora que tivemos uma visão geral dos processos de análise, vamos estudar cada um individualmente. Análise Vertical de Balanço A análise vertical permite avaliar as estruturas de composição das rubricas de uma demonstração contábil, destacando as participações de cada elemento patrimonial em relação ao seu total. A sua metodologia consiste em calcular o percentual de cada conta em relação ao um valor base. Assim, ao analisarmos cada verba em relação ao total do seu respectivo grupo, conseguimos destacar a importância da sua participação em relação ao total do grupo analisado. Cálculo: Formula: (Valor Atual / Valor Anterior ) x 100 Exemplo: Análise Horizontalde Balanço Também é conhecida como Análise de Tendência ou Análise de Evolução, se baseia na evolução dos saldos das contas ao longo dos períodos. A comparação ocorre entre os mesmos elementos patrimoniais, porém em exercícios diferentes. Seu principal objetivo é evidenciar o crescimento ou a redução de itens das demonstrações contábeis, ao longo dos exercícios sociais para caracterizar tendências. Sua técnica é bastante simples, mas devemos prestar atenção, pois pode ser apresentada de duas formas distintas: a) Primeiro Modelo (base 100) Todo resultado acima de 100, é o valor excedente e indica aumento do valor nominal do saldo, em relação ao período anterior, conquanto que todo resultado abaixo de 100 indica redução do valor nominal do saldo em relação ao período anterior. Fórmula: (valor atual / valor anterior) x 100 Exemplo: Vamos entender: Comparativamente, o saldo do Ativo Circulante entre o período xx013 para xx014 apresentou um percentual de 101,84 o que representa que ele teve um crescimento positivo de 1,84% ( passou da base 100) e no período de xx014 para xx015 teve um percentual de 104,0,7 novamente com um crescimento de 4,07% em relação ao período anterior. Agora, vamos à questão dos saldos que apresentaram percentuais inferiores a base 100. Esses saldos não apresentaram crescimento, muito pelo contrário, tiveram evolução negativa. Vejamos: A conta caixa apresentou no período de xx0013 para xx0014 um percentual de 75,00, que é inferior a base 100; portanto; deve um decréscimo em seu saldo de 25,00% ( 100,00 – 75,00). Vamos conferir: R$ 12.000,00 X 25,00% = R$ 3.000,00 R$ 12.0000,00 – R$ 3.000,00 = R$ 9.000,00 A conta caixa apresentou no período de xx0013 para xx0014 um percentual de 55,56, que é inferior a base 100; portanto; deve um decréscimo em seu saldo de 44,44% ( 100,00 -55,56). Vamos conferir: R$ 9.000,00 X 44,444% = R$ 4.000,00 R$ 9.0000,00 – R$ 4.000,00 = R$ 5.000,00 b) Segundo Modelo Uma pequena complementação na fórmula, pode simplificar o processo de entendimento. Fórmula = ((valor atual / valor anterior) -1) X 100 Exemplo: Pronto, ao aplicarmos a fórmula, o resultado será o desempenho já expresso em forma percentual (positivo ou negativo). A forma de análise é a mesma: superior ou inferior ao período anterior. Atenção Devemos lembrar que, muito embora essa análise possa representar uma tendência futura, sua utilidade prática é apenas informar, isoladamente, a modificação percentual de cada rubrica em relação ao período ou aos períodos anteriores, demonstrando apenas se ela aumentou ou diminuiu. Esse fato pode acarretar resultados poucos conclusivos, porque não leva em consideração a situação relativa; ou seja; fatos específicos que possam ter alterado um índice esporadicamente, e que não se repetirão no futuro. Portanto, acreditar apenas no índice como indicador de crescimento ou não pode levar a decisões inadequadas. Acesse a versão online da aula e confira no vídeo a seguir como o professor Clecio trata o assunto que estamos vendo. TEMA 5: Índices Econômico-Financeiros A análise das demonstrações contábeis tem por objetivo produzir informações que possam avaliar a posição econômico-financeira passada e atual de uma empresa, servindo de apoio para a decisão sobre novos investimentos e as condições mais apropriadas para financiá-los. Servem ainda para informar aos usuários das informações contábeis, sobre os pontos críticos que merecem maior atenção no gerenciamento operacional e estratégico. A estrutura dos indicadores pode ser dividida em dois grandes grupos: Decisões Financeiras e Organizacionais, que trata da origem e aplicação dos recursos, bem como da distribuição de seus resultados Decisões de Desempenho Organizacional, que trata do crescimento, avaliação de resultados e da vantagem competitiva. Em nosso estudo vamos nos ater a três grupos de indicadores: Índices de Liquidez, Índices de Rentabilidade Índices de Estrutura do Capital Índices de Liquidez Avaliam a capacidade de pagamento da empresa frente a suas obrigações. As informações para o cálculo destes índices são retiradas unicamente do Balanço patrimonial, que é a demonstração contábil que evidência a posição patrimonial da entidade. Segundo Braga, 1989 p. 155 os Índices de Solvência são: “Expressos pelo número de vezes que o numerador contém o denominador, esses índices costumam ser avaliados pelo critério de ‘quanto maior, melhor’. Estes índices não medem a efetiva capacidade da empresa liquidar seus compromissos nos vencimentos, mas apenas evidenciam o grau de solvência em caso de encerramento total das atividades. Considerando essas inter-relações como indicadores gerais, pode-se supor que, quanto mais elevados forem os índices, melhor será a situação financeira da empresa” São quatro os índices: Liquidez Corrente, Liquidez Seca, Liquidez Imediata e Liquidez Geral Cálculo e análise dos índices de liquidez Liquidez corrente Calculada a partir da Razão entre os direitos a curto prazo da empresa (Caixas, bancos, estoques, clientes) e a as dívidas a curto prazo (Empréstimos, financiamentos, impostos, fornecedores). Indica o quanto existe de ativo circulante para cada $ 1 de obrigações de curto prazo. No Balanço, estas informações são evidenciadas respectivamente como Ativo Circulante e Passivo Circulante. Liquidez Corrente = Ativo Circulante / Passivo Circulante A partir do resultado obtido podemos fazer a seguinte análise: Maior que 1: resultado que demonstra folga no disponível para uma possível liquidação das obrigações. Igual a 1: os valores dos direitos e obrigações a curto prazo são equivalentes Menor que 1: não haveria disponibilidade suficientes para quitar as obrigações a curto prazo, caso fosse preciso. Atenção Um baixo índice de liquidez pode significar que a empresa irá enfrentar problemas para honrar seus compromissos de curto prazo; por outro lado, um altíssimo índice de liquidez corrente pode significar que a empresa tem uma grande quantidade de recursos alocados em ativos não produtivos. Matarazzo (2003, p. 286) relata que, “quanto maior o índice de Liquidez Corrente maior a independência da empresa em relação aos credores e maior a sua capacidade de enfrentar crises e dificuldades inesperadas”. Liquidez Seca Similar à liquidez corrente, a liquidez Seca exclui do cálculo os estoques, por não apresentarem liquidez compatível com o grupo patrimonial onde estão inseridos. O resultado deste índice será invariavelmente menor ao de liquidez corrente, sendo cauteloso com relação ao estoque para a liquidação de obrigações. Essa medida (exclusão do estoque do cálculo) é usada quando se supõe que a empresa possua estoques com liquidez não imediata. Trata-se de um índice cauteloso, pois considera a habilidade da empresa em pagar suas obrigações de curto prazo, sem recorrer à venda de seus estoques. Liquidez Seca = (Ativo Circulante – Estoques) / Passivo Circulante Seu critério de análise é o mesmo da Liquidez Corrente: a partir do resultado obtido podemos fazer a seguinte análise: Maior que 1: resultado que demonstra folga no disponível para uma possível liquidação das obrigações. Igual a 1: os valores dos direitos e obrigações a curto prazo são equivalentes Menor que 1: não haveria disponibilidade suficientes para quitar as obrigações a curto prazo, caso fosse preciso. Liquidez Imediata Trata-sede um índice conservador, que considera apenas caixa, saldos bancários e aplicações financeiras de liquidez imediata, para quitar as obrigações. Exclui os estoques e as contas e valores a receber. Segundo Martins; Diniz; Miranda (2012) “mostra a porcentagem das obrigações de curto prazo em condições de serem saldadas imediatamente por meio da utilização, principalmente, de dinheiro em caixa”. Trata-se de um índice de grande importância para análise da situação a curto- prazo da empresa. Liquidez Imediata = Disponível / Passivo Circulante O critério de análise permanece o mesmo: Maior que 1: resultado que demonstra folga no disponível para uma possível liquidação das obrigações. Igual a 1: os valores dos direitos e obrigações a curto prazo são equivalentes Menor que 1: não haveria disponibilidade suficientes para quitar as obrigações a curto prazo, caso fosse preciso. Liquidez Geral Este índice leva em consideração a situação a longo prazo da empresa, incluindo no cálculo os direitos e obrigações a longo prazo. Liquidez Geral = (Ativo Circulante + Realizável a Longo Prazo) / (Passivo Circulante + Passivo Não Circulante) O critério de análise permanece o mesmo: Maior que 1: resultado que demonstra folga no disponível para uma possível liquidação das obrigações. Igual a 1: os valores dos direitos e obrigações a curto prazo são equivalentes Menor que 1: não haveria disponibilidade suficientes para quitar as obrigações a curto prazo, caso fosse preciso. Cálculo e análise dos índices de estrutura patrimonial Revelam como estão distribuídos os ativos e passivos da empresa; ou seja; como as fontes de financiamento estão ponderadas. Composição do Endividamento Identifica como estão distribuídas as obrigações da entidade ao longo do tempo. Um índice elevado, mostra um grande grau de endividamento a curto prazo. Composição do Endividamento = Passivo Circulante / (Passivo Circulante + Exigível a Longo Prazo) Essa equação evidencia o quanto a empresa usa de capital de terceiros, em relação aos recursos próprios (Patrimônio Líquido); ou seja; mostra que para cada R$ 1,00 de capitais próprios, o quanto a instituição está sendo financiada com recursos de terceiros. Quanto maior esse índice, maior o grau de endividamento da empresa. Endividamento Geral Mede o grau de endividamento da empresa, em relação a terceiros. Quanto menor o grau de endividamento da instituição, melhor sua situação financeira, e menor sua dependência para com terceiros. Endividamento Geral = (Passivo Circulante + Exigível a Longo Prazo) / Ativo Total Imobilização do Capital Próprio Revela qual a parcela dos recursos próprios que foi utilizada para financiar a compra de ativos permanentes. Caso o índice encontrado seja maior que 1,0 significa que todo o capital próprio está imobilizado, e mais uma parcela do capital de terceiros (recursos que não poderão ser utilizados para financiamento de atividades operacionais). Quanto menor o grau de imobilização do patrimônio líquido, melhor para a empresa. Imobilização do Capital Próprio = Ativo Permanente / Patrimônio Líquido Imobilização dos Investimentos Revela o quanto dos recursos totais aplicados na empresa, foram destinados para investimentos permanentes, os quais não devem, a princípio serem convertidos em caixa. Um grau de imobilização alto, pode representar dificuldade na capacidade de pagamento da empresa. Imobilização dos Investimentos = Ativo Permanente / total do ativo Acesse a versão online da aula e confira no vídeo a seguir como o professor Clecio trata o assunto que estamos vendo. NA PRÁTICA 1. O pagamento de obrigação contraída pela compra de bens a prazo provoca a seguinte variação patrimonial: a) Aumenta o ativo e aumenta o passivo. b) Diminui o passivo e diminui o ativo. c) Aumenta o ativo e diminui o passivo. d) Aumenta e diminui o ativo. e) Aumenta e diminui o passivo. 2. Demonstração Contábil que informa a composição do lucro que a entidade apurou durante o exercício social: a) Balanço Patrimonial. b) Demonstração do Resultado do Exercício. c) Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos. d) Notas Explicativas. e) Mutação do Patrimônio Líquido. 3. O indicador financeiro que tem a finalidade de medir a capacidade financeira a curto prazo de uma empresa, obtido da comparação da soma das disponibilidades líquidas e dos direitos realizáveis a curto prazo, com o total das suas exigibilidades registradas no Passivo Circulante, denomina-se: a) Endividamento Total b) Índice de Liquidez Seca c) Índice de Liquidez Corrente d) Índice de Liquidez Instantânea e) Capital de giro. 4. Quando afirmamos que “Calculada a partir da Razão entre os direitos a curto prazo da empresa (Caixas, bancos, estoques, clientes) e a as dívidas a curto prazo (Empréstimos, financiamentos, impostos, fornecedores)”. Estamos nos referindo ao índice de: a) Liquidez Seca b) Liquidez Imediata c) Liquidez Geral d) Liquidez Corrente e) Nenhuma das alternativas 5. Sabe-se que o Índice de Liquidez Imediata é um índice de grande importância para análise da situação a curto-prazo da empresa. Sua fórmula é: a) Disponível / Passivo Circulante b) (Ativo Circulante + Realizável a Longo Prazo) / (Passivo Circulante + Passivo Não Circulante) c) (Ativo Circulante – Estoques) / Passivo Circulante d) Ativo Circulante / Passivo Circulante e) Nenhuma das alternativas Vamos praticar! Acesse a versão online da aula e confira no vídeo a seguir mais dois exercícios elaborados pelo professor Clecio. SÍNTESE Iniciamos estudando o balancete de verificação, que é uma demonstração que relaciona todas as contas em movimento na empresa e seus respectivos saldos (saldos de débito/saldos devedores e saldos de crédito/saldos credores), de tal forma que se os lançamentos forem corretamente efetuados, o total da coluna dos saldos devedores é igual ao total da coluna dos saldos credores. É através do balancete de verificação que é possível elaborar outros demonstrativos contábeis importantes, como: Balanço Patrimonial (BP). Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) Em seguida, conhecemos as contas patrimoniais e de resultado. Depois, passamos a ver como é estruturado o balanço Patrimonial. Analisamos a demonstração de resultado do exercício, que é um resumo ordenado das receitas e despesas da empresa em determinado período, normalmente 12 meses. É apresentada de forma dedutiva vertical. Exemplo E por fim estudamos a estrutura dos indicadores pode ser dividida em dois grandes grupos: Decisões Financeiras e Organizacionais, que trata da origem e aplicação dos recursos, bem como da distribuição de seus resultados. Decisões de Desempenho Organizacional, que trata do crescimento, avaliação de resultados e da vantagem competitiva. E os seus principais indicadores Análise Vertical de Balanço: o Análise Horizontal de Balanço o Índices de Liquidez, o Índices de Rentabilidade o Índices de Estrutura do Capital Composição do Endividamento: o Endividamento Geral o Imobilização do Capital Próprio o Imobilização dos Investimentos Acesse a versão online da aula e confira a fala final do professor Clecio nesta aula.
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