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Ciências Contábeis Estrutura da Contabilidade Brasileira Aula 2: Postulados e Pressupostos da Informação Contábil Professora Edicreia Andrade dos Santos CONVERSA INICIAL Oi, seja bem-vindo(a) à segunda aula de Estrutura da Contabilidade Brasileira, onde vamos definir o que constitui um Postulado, um Princípio e uma Convenção; e descrever a busca e a evolução dos Princípios contábeis. Para tanto, vamos entender e aplicar os fundamentos dos postulados e pressupostos da informação contábil; e trabalhar, na pratica, os postulados, princípios contábeis, características da informação e a posição financeira, patrimonial e econômica. A informação é o núcleo de toda decisão e é sobre alguns critérios de estrutura e publicação que conversaremos. Para uma boa gestão, as organizações precisam de informações de maneira ágil e relevante. Basear-se simplesmente em emoções não é o suficiente para ter certeza da decisão no meio profissional. Da mesma forma, a sociedade, os clientes, os investidores e os órgãos fiscalizadores necessitam que a divulgação seja pertinente entre as empresas, ou seja, que elas assumam um mesmo posicionamento quanto ao tratamento dos acontecimentos que ocorrem diariamente, permitindo o estabelecimento de bases comparativas. Os postulados e pressupostos da informação contábil assumem um papel significante como “formador” de critérios no registro contábil nas empresas. Eles normatizam, descrevem e orientam como a contabilidade deve tratar a organização. Vamos aprender mais sobre isso! Acesse a versão online da aula e assista a seguir ao vídeo com a fala inicial da professora Edicreia. CONTEXTUALIZANDO A informação assume importância crescente nos dias atuais. Nas empresas, ela torna-se essencial para descobrir e introduzir novas atividades, explorar oportunidades, e no planejamento de suas operações. No entanto, antes da informação tornar-se disponível, é necessário que ela seja gerada, papel que é preliminarmente realizado nos registros contábeis. Desse modo, além de realizar os lançamentos diários das ocorrências, a contabilidade emite dados que evidenciam a situação econômica e financeira da empresa ao final de cada “ciclo”. Por meio desses dados, é possível mensurar o Patrimônio da organização e estabelecer diagnósticos fundamentais tanto para os gestores quanto aos investidores. Sabemos também que o desenvolvimento histórico, econômico e social está relacionado aos meios de produção e distribuição da riqueza, o que valoriza o papel da contabilidade em evidenciar as finanças empresariais e, antes de tudo, atuar como auxílio na tomada das melhores decisões. No entanto, tornar uma informação comparável, seja entre períodos ou entre empresas, requer o estabelecimento de regulamentos. A contabilidade, a fim de atender a essa necessidade, assume de forma implícita os postulados contábeis. Eles funcionam como “fundamentos” incontestáveis sobre o modo como as empresas devem atuar. Os Postulados da Continuidade e da Entidade constituem o pilar sobre o qual se baseia todo o edifício dos conceitos contábeis. Lembre-se que além oferecer suporte aos gerentes e estímulo à investidores, a contabilidade exerce a função de prestar contas ao fisco. Novamente entra em ação a necessidade de parametrização da informação. Sobre esta reflexão, acesse a versão online da aula e assista a seguir ao vídeo da professora Edicreia. Tema 1: Postulados: Entidade e Continuidade Noções sobre Entidade e Continuidade – os Pilares da Contabilidade A escrituração dos fatos contábeis segue proposições acerca da realidade que é registrada. Essas proposições são como verdades incontestáveis sobre o objeto da Contabilidade, sua existência no tempo, e o ambiente (econômico, social e político) no qual ela atua. Esse conjunto de observações são, então, designadas como postulados. Os postulados não estão sujeitos a contestação, uma vez que representam a base sobre a qual se desenvolve todo o raciocínio contábil (ambiente e condições em que ela atua). Além disso, devido a sua relevância ao entendimento da teoria, os postulados são considerados como os Pilares da Contabilidade. Os mesmos são categorizados conforme sua utilidade, dividindo-se em: Postulados Normativos Determinam o que ou como a Contabilidade deveria fazer ou atuar, condicionando que para todas as ações são necessárias justificativas (explicações). As ações devem ser amparadas de alguma forma – leis, normativos, decretos. Postulados Descritivos Descrevem como (e por que) a informação contábil deve ser apresentada aos seus usuários. Postulados Ambientais Determinam o ambiente no qual a Contabilidade opera, seja em nível econômico, social ou político. Desse modo, a fim atingir sua finalidade (ser útil aos usuários), é necessário que a Contabilidade exerça duas funções no ambiente empresarial: definir e manter sua existência. Essas são as duas principais razões que a Entidade e a Continuidade não considerados os dois postulados contábeis. Postulado da Entidade Entidade contábil refere-se ao grupo de recursos e pessoas orientados pelos objetivos relativos à sua missão enquanto organização, ou seja, todo ente capaz de gerir recursos e agregar utilidade. A entidade contábil é o ente, juridicamente delimitado ou não, divisão ou grupo de entidades ou empresas para os quais devemos realizar relatórios distintos, independentemente dos relatórios que fizermos para as pessoas físicas ou jurídicas que têm interesse em cada uma das entidades definidas em cada oportunidade. Importante O postulado da entidade contábil estabelece que a contabilidade é mantida para a entidade e os sócios. Proprietários, administradores e outros agentes não se confundem com elas. No entendimento e na aplicação do Postulado da Entidade, esforços deve ser realizado na avaliação dos consumos, como das utilidades auferidas, com os respectivos ativos e passivos. Lembre-se: e imprescindível distinguir corretamente a pessoa física da pessoa jurídica. Um exemplo muito comum que observamos e que violam esse postulado é o uso de finanças da empresa (valores em caixa) para quitação de débitos dos sócios. Postulado da Continuidade As entidades são consideradas empreendimentos em andamento (going concern), cujos ativos devem ser avaliados de acordo com seu potencial de geração de recursos e benefícios futuros para a empresa. Este Postulado considera a entidade um organismo vivo, que deverá operar em suas atividades por tempo indeterminado, até o momento em que surjam evidências contrárias a essa constatação. A contabilidade reconhece que, na realidade, a empresa está em operação de forma contínua. Os períodos analisados normalmente são abstrações sem relação econômica direta com a vida econômica da empresa. Pressupõe que a entidade contábil continuará funcionando por tempo suficiente para cumprir seus compromissos existentes. Se houver evidências de que a entidade não continuará operando por um período razoável (grandes prejuízos históricos e persistentes), o contador auditor deve informar o leitor a respeito desta circunstância. Uma empresa em continuidade (operação) adapta-se sucessivamente pela venda de seus ativos no curso normal de seu negócio “liquidação ordenada”, em vez de “liquidação forçada”. Quanto mais ordenada for a liquidação no período de ascensão da empresa, menores serão os prejuízos na fase de liquidação forçada ou de obsolescênciado empreendimento. Entenda: a proposição de prever a suspensão das atividades poderia provocar sérios efeitos na organização, como a desvalorização de seus ativos, por exemplo. Além disso, o Postulado da Continuidade entende que a organização possui a finalidade de gerir seus ativos com esforços a produzir receita, e não simplesmente serem vendidos. Desse modo, a empresa é um empreendimento em andamento, devendo seus fundadores realizarem os esforços necessários para ter um patrimônio potencial de geração de benefícios futuros. Acesse a versão online da aula e assista a seguir ao vídeo com a professora Edicreia tratando deste tema que estamos estudando. Tema 2: Princípios Contábeis O que são princípios? Vamos observar a definição de Lopes & Martins (2005) sobre os princípios contábeis: são o núcleo central da teoria contábil e estruturam a resposta da contabilidade aos seus desafios na busca de atingir seus objetivos dentro do ambiente delimitado pelos postulados fundamentais. Após várias mudanças e alterações, existem, hoje, os seguintes princípios: Princípio da Entidade Princípio da Continuidade Princípio da Oportunidade Princípio do Registro pelo Valor Original Princípio da Competência Princípio da Prudência Vamos ver cada um deles em detalhes, a seguir. Acompanhe. Princípio da Entidade Reconhece o patrimônio como objeto da Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. O patrimônio não se confunde com aqueles dos seus sócios ou proprietários, no caso de sociedade ou instituição. A soma e as agregações dos patrimônios de diferentes entidades não compreendem em uma nova entidade, apenas abrange demonstrações contábeis consolidadas de duas ou mais entidades que pertencem a um mesmo grupo econômico, sendo submetidas a um controle único. Princípio da Continuidade Pressupõe que a Entidade continuará em operação no futuro e, portanto, a mensuração e a apresentação dos componentes do patrimônio levam em conta esta circunstância. Estabelece o aspecto indeterminado de duração do empreendimento empresarial. Princípio da Oportunidade Refere-se ao processo de mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais para produzir informações íntegras e tempestivas, cuja falta pode ocasionar a perda de sua relevância – por isso, é necessário ponderar a relação entre a oportunidade e a confiabilidade da informação. Os registros patrimoniais devem ser feitos de acordo com a possibilidade de existência de estimativa razoável do fenômeno. Princípio do Registro pelo Valor Original Determina que os componentes do patrimônio devem ser inicialmente registrados pelos valores originais das transações, expressos em moeda nacional. A premissa subjacente a esse princípio é a de que o valor de troca, acordado pelas partes, é a melhor expressão do valor econômico dos ativos no ato da transação. Se, com o passar do tempo, houver a modificação do valor em foco, os ajustes serão realizados, mas ao abrigo do Princípio da Competência. Princípio da Competência Determina que os efeitos das transações e outros eventos sejam reconhecidos nos períodos a que se referem, independentemente do recebimento ou pagamento. Isto posto, as receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do resultado do período em que ocorrerem, sempre simultaneamente quando se correlacionarem, independentemente de recebimento ou pagamento. Determina ainda quando as alterações no Ativo ou no Passivo resultam em aumento ou em diminuição do patrimônio líquido, estabelecendo diretrizes para a classificação das mutações patrimoniais, resultantes da observância do Princípio da Oportunidade. O reconhecimento simultâneo das Receitas e das Despesas, quando correlatas, é consequência natural do respeito ao período em que ocorrer sua geração. Exemplificando, as Receitas são consideradas realizadas: (i) nas transações com terceiros, quando estes efetuarem o pagamento ou quando assumirem compromisso firme de efetivá- lo, quer pela investidura na propriedade de bens anteriormente pertencentes à entidade, quer pela fruição de serviços por esta prestados (ii) quando do desaparecimento parcial ou total de um Passivo, qualquer que seja o motivo (iii) pela geração natural de novos Ativos, independentemente da intervenção de terceiros Exemplificando, as Despesas são consideradas incorridas no exercício: (i) quando deixar de existir o correspondente valor ativo, por transferência de sua propriedade para terceiro; (ii) pela diminuição ou extinção do valor econômico de um ativo; (iii) pelo surgimento de um passivo, sem o correspondente ativo. Princípio da Prudência Pressupõe o emprego de certo grau de precaução no exercício dos julgamentos necessários às estimativas em certas condições de incerteza. É utilizado no sentido de que Ativos e Receitas não sejam superestimados e que Passivos e Despesas não sejam subestimados, ou seja, recomenda a adoção do menor valor para os componentes do Ativo e do maior para os do Passivo, sempre que se apresentarem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alteram o patrimônio líquido. Iudícibus (2004) destaca que a aplicação do Princípio da Prudência, de forma a obter o menor Patrimônio Líquido, dentre aqueles possíveis diante de procedimentos alternativos de avaliação, está restrita às variações patrimoniais posteriores às transações originais como mundo exterior, uma vez que estas deverão decorrer de consenso com os agentes econômicos externos ou da imposição destes. Ainda nas palavras de Iudícibus (2004), a prudência deve ser observada quando, existindo um Ativo ou um Passivo já escriturados por determinados valores, segundo os Princípios do Registro pelo Valor Original e da Atualização Monetária, surge dúvidas sobre a ainda correção deles. Havendo formas alternativas de se calcular os novos valores, deve-se optar sempre pelo que for menor que o inicial, no caso de Ativos; e maior, no caso de componentes patrimoniais do Passivo. Para que melhor se entenda esse princípio, é importante lembrar que: Os custos ativados devem ser considerados Despesa no período em que ficar caracterizada a impossibilidade de eles contribuírem para a realização dos objetivos operacionais da Entidade Todos os custos relacionados à venda, inclusive aqueles de publicidade, mesmo que institucional, devem ser classificados como Despesas Os encargos financeiros decorrentes do financiamento de Ativos de longa maturação devem ser ativados no período pré-operacional, com amortização a partir do momento em que o ativo entrar em operação Acesse a versão online da aula e assista a seguir ao vídeo com a professora Edicreia tratando deste tema que estamos estudando. Tema 3: Convenções (Normas e Restrições) As Convenções dizem respeito a algumas Restrições à aplicação dos Princípios, no sentido de delimitar, por intermédio da experiência e da viabilidade prática, as situações nas quais as escolhas devem ser feitas no que se refere às várias opções, normalmente existentes, para a aplicação dos princípios. As Convenções, portanto, têm por função qualificar melhor o comportamento necessário em face de situações com amplos graus de liberdade que os princípios e postuladosdão à Contabilidade. Dividem-se em: Objetividade Materialidade Conservadorismo Consistência Vamos ver cada uma delas em detalhes, a seguir. Acompanhe! Convenção da Objetividade É o atributo da informação que permite a indivíduos qualificados, trabalhando independentemente um do outro, chegar a medidas ou conclusões essencialmente iguais, a partir do exame da mesma evidência. A objetividade se refere à escolha, sempre que houver alternativas concorrentes de aplicação dos Princípios, daquele que puder ser objetivamente verificado, de preferência por intermédio de documentos e outros critérios claros. Convenção da Materialidade A Contabilidade pode ser feita com requintes de detalhes que visem sua perfeição, mas na verdade sua perfeição pode comprometer o benefício adicional gerado pela informação, em função do custo de obtenção das informações. A utilização do conceito de materialidade não significa desprezo pelos detalhes, se este for indicador de algo grave. Convenção do Conservadorismo Nesta convenção, a Contabilidade sempre optará, em situações de decisão na aplicação de princípios, em casos de cenários de probabilidade razoavelmente idênticas, por aquele que resultar em menor valor para os ativos e maior valor para os passivos. O termo conservadorismo é utilizado para dizer que os contadores necessitam divulgar o menor dos vários valores possíveis para ativos e receitas, e o maior dos vários valores possíveis de passivos e despesas. O conservadorismo é, na melhor das hipóteses, um método muito pobre para lidar com a existência de incerteza na avaliação de ativos e passivos e na mensuração de lucro. Conflitos Com o objetivo de divulgar toda informação relevante Com a consistência no sentido de que é uma limitação relevante Pode conduzir a uma falta de comparabilidade, porque não há padrões uniformes para seu emprego Convenção da Consistência Caracteriza-se pelo fato de que, desde que se tenha adotado certo critério, entre os vários que poderiam ser válidos à luz dos princípios contábeis, não deveria este ser alterado nos relatórios periódicos. Consistência não significa uniformidade de procedimentos contábeis de uma empresa para outra, mas é entendida no sentido de que certa empresa utilizou critérios consistentes, a fim de que a comparabilidade seja assegurada, pelo menos dos dois últimos exercícios. Acesse a versão online da aula e assista a seguir ao vídeo com a professora Edicreia tratando deste tema que estamos estudando. Tema 4: Primazia da Essência sobre a Forma e Regime da Competência É necessário que as transações e os eventos sejam contabilizados e apresentados de acordo com a sua substância e realidade econômica, e não meramente sua forma legal. Nestes termos, pode-se exemplificar que uma entidade pode vender um Ativo a um terceiro, de tal maneira que a documentação indique a transferência legal da propriedade a esse terceiro; contudo, poderão existir acordos que assegurem que a entidade continuará a usufruir os futuros benefícios econômicos gerados pelo Ativo e o recomprará, depois de certo tempo, por um montante que se aproxima do valor original de venda, acrescido de juros de mercado durante esse período. Em tais circunstâncias, reportar a venda não representaria adequadamente a transação formalizada. Neste sentido, sempre que houver discrepância entre a forma jurídica de uma operação a ser contabilizada e sua essência econômica, a contabilidade deverá privilegiar a essência sobre a forma. Balanço consolidado, por exemplo, não possui personalidade jurídica, mas tem essência econômica. Vamos aplicar este conceito ao caso do leasing... Na sua essência, são compras financiadas. A observância da essência sobre a forma, levaria a registrar a operação, tanto no Ativo quanto no Passivo, amortizando-se um pelas depreciações e outro total da prestação por aquela parcela que ultrapassa o valor do juro implícito embutido, sendo esta última a despesa do período. A Prevalência da essência sobre a forma é pré-requisito fundamental para a aplicação correta dos Postulados, Princípios contábeis e Convenções. Regime de Competência A empresa deve preparar as suas demonstrações contábeis, exceto para a demonstração dos fluxos de caixa, utilizando-se do regime de competência, que, quando utilizado, seus itens são reconhecidos como Ativos, Passivos, Patrimônio Líquido, Receitas e Despesas quando atendem as definições e os critérios de reconhecimento para esses elementos, contidos na Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil-Financeiro. O Regime de Competência retrata com propriedade os efeitos de transações e outros eventos e circunstâncias sobre os recursos econômicos e reivindicações da entidade que reporta a informação nos períodos em que ditos efeitos são produzidos, ainda que os recebimentos e pagamentos em caixa derivados incidam em períodos distintos. Isso é importante pois: a informação sobre os recursos econômicos e as reivindicações da entidade que reporta a informação, assim como sobre as mudanças nesses recursos econômicos e nessas reivindicações ao longo de um período, fornece melhor base de avaliação das performances passada e futura da entidade, enquanto a informação meramente baseada em recebimentos e pagamentos em caixa ao longo desse mesmo período fornece pior base de avaliação das performances passada e futura da entidade. Restrições de Custo na Elaboração e Divulgação da Informação Os custos da geração da informação, assim como de sua análise, devem ser justificados pelos benefícios da divulgação dessa informação. Há diversos custos incidentes sobre a informação, alguns suportados pela entidade (que a gera), e outros, pelos usuários (que a utilizam). Os custos de geração da informação são compostos pela coleta de dados, por seu processamento e pela divulgação do respectivo resultado. Esses custos são suportados: pela entidade (principalmente), na forma de salários de seu pessoal administrativo, uso de equipamentos e contratação de serviços pelos usuários (indiretamente), que, na qualidade de investidores, terão seus retornos (dividendos) reduzidos por conta dos custos suportados pela entidade Atenção Os custos de análise suportados pelos usuários são relativos à atividade de interpretação de informação, podendo inclusive compreender estimativas e custos de obtenção de informações adicionais. Acesse a versão online da aula e assista a seguir ao vídeo com a professora Edicreia tratando deste tema que estamos estudando. Tema 5: Princípio da Oportunidade e Registro pelo Valor Original Princípio da Oportunidade Refere-se ao momento em que devem ser registradas as variações patrimoniais das entidades. Portanto, é por meio dele que se busca a agilidade (ou tempestividade) das informações contábeis. Por esse aspecto, os registros contábeis devem ser feitos imediatamente após as causas que os originaram, mesmo na hipótese de alguma incerteza. Exige o registro e o relato de todas as variações patrimoniais vivenciadas pela entidade, no momento em que elas ocorram e de forma completa. Deste modo, cumprido tais preceitos, chega-se ao acervo máximo de informações sobre o patrimônio, fonte de todos os relatos, demonstrações e análises posteriores, ou seja, é a base indispensável à fidedignidade das informações sobre o patrimônio da entidade referentes a um determinado período e com o emprego de quaisquer procedimentos técnicos. É o fundamento daquilo que muitos sistemas de normas denominamde “representação fiel” pela informação, ou seja, que esta espelhe com precisão e objetividade as transações e os eventos a que concerne. Aborda também a integridade das informações contábeis geradas pelas entidades. Neste aspecto, os registros contábeis devem ser reconhecidos em sua totalidade, sem qualquer falta ou excesso, incluindo os das filiais, sucursais e demais dependências de uma mesma entidade. Caso seja tratado um fato futuro, o registro deve ser feito caso exista como provar o seu valor (e.: provisões como férias, 13º Salário, contingências) Deve ser observado, sempre que haja variação patrimonial na entidade, cujas origens principais são: 1. Transações realizadas com outras entidades, formalizadas mediante acordo de vontades, independentemente da forma ou documentação de suporte (ex.: compra ou venda de bens e serviços) 2. Eventos de origem externa, de ocorrência alheia à vontade da administração, mas com efeitos sobre o patrimônio (ex.: modificações nas taxas de câmbio, quebras de clientes, efeitos de catástrofes naturais) 3. Movimentos internos que modificam predominantemente a estrutura qualitativa do patrimônio (ex.: transformação de materiais em produtos semiacabados ou destes em produtos acabado); mas também a estrutura quantitativo-qualitativa (ex.: sucateamento de bens emprestáveis) Importante Sendo assim, a informação contábil deve, de forma concomitante, ser ágil e íntegra, na sua produção e na sua divulgação, de maneira que represente, fiel e imediatamente, as variações do patrimônio da entidade em determinado período de tempo, sob pena de ocasionar a perda de sua relevância. Por isso mesmo, é preciso ponderar a relação entre a oportunidade e a confiabilidade da informação. O Princípio da Oportunidade abarca dois aspectos distintos, mas complementares entre si, a integridade e a tempestividade, razão pela qual muitos autores preferem denominá-lo de Princípio da Universalidade. Restrições do Princípio da Oportunidade Integridade Procura demonstrar o fato patrimonial em sua totalidade, da forma mais fiel e honesta possível, sendo que fraudes, erros e omissões deturpam a realidade da empresa. Assim, registros contábeis devem ser reconhecidos em sua totalidade, sem qualquer falta ou excesso, incluindo os das filiais, sucursais e demais dependências de uma mesma entidade. Caso seja tratado um fato futuro, o registro deve ser feito caso exista como provar o seu valor (e.: provisões como férias, 13º Salário, contingências) Tempestividade Obriga que os registros contábeis sejam feitos imediatamente após as causas que os originaram, mesmo na hipótese de alguma incerteza. Sem o registro no momento da sua ocorrência, ficarão incompletas as informações sobre o patrimônio até aquele momento, e, em decorrência, insuficientes quaisquer demonstrações ou relatos, e falseadas as conclusões, diagnósticos e prognósticos. Ademais, a informação contábil deve chegar às mãos de quem dela necessitam, em tempo hábil para que seja possível tomar alguma decisão em relação aos fatos informados. Importante Salienta-se que em várias situações, o Princípio da Oportunidade é confundido com o da Competência, embora os dois apresentem conteúdos diferentes. No primeiro, está a completeza do registro das variações patrimoniais, do seu oportuno reconhecimento, enquanto, no segundo, o objeto está na qualificação das variações diante do Patrimônio Líquido (PL), ou seja, na decisão sobre se estas o alteram ou não. Princípio do Registro pelo Valor Original Determina que os componentes do patrimônio devem ser registrados pelos valores originais das transações com o mundo exterior, expressos em moeda nacional. Deve ser observado rigorosamente por resultar na unificação da metodologia de avaliação, fato essencial na comparabilidade dos dados, relatos e demonstrações contábeis e, consequentemente, na qualidade da informação gerada, impossibilitando critérios alternativos de avaliação. A expressão do valor dos componentes patrimoniais em moeda nacional decorre da necessidade de homogeneização quantitativa do registro do patrimônio e das suas mutações, com a finalidade de obter a necessária comparabilidade e possibilitar agrupamentos de valores. Assim sendo, quaisquer transações em moeda estrangeira devem ser transformadas em moeda nacional no momento do seu registro. Este princípio estabelece que os componentes do patrimônio tenham seu registro inicial efetuado pelos valores ocorridos na data das transações havidas com o mundo exterior à entidade, estabelecendo, assim melhor controle. A aplicação do Princípio do Registro pelo Valor Original resulta que: a. A avaliação dos componentes patrimoniais deve ser feita com base nos valores de entrada, considerando-se como tais os resultantes do consenso com os agentes externos ou da imposição destes b. O bem, o direito ou a obrigação, uma vez integrados ao patrimônio, não poderão ter seus valores intrínsecos alterados, admitindo-se tão-somente sua decomposição em elementos e/ou sua agregação, parcial ou integral, a outros elementos patrimoniais c. O valor original será mantido enquanto o componente permanecer como parte do patrimônio, inclusive na saída deste d. O uso da moeda do país na tradução do valor dos componentes patrimoniais constitui imperativo de homogeneização quantitativa Em resumo, Iudícibus (2000) considera que este princípio seja uma sequência natural do postulado da continuidade; que os ativos são incorporados pelo preço pago para adquiri-los ou fabricá-los, mais todos os gastos, incluindo-se todos aqueles necessários para colocá-los em condições de gerar benefícios para a empresa. Por tudo isso, pode-se, então, afirmar que este princípio se fundamenta no registro das transações da entidade na data e pelo valor da sua realização. Fica, portanto, implícito que os Ativos serão registrados pelo valor de aquisição, de construção ou de fabricação, conforme o caso, e que os Passivos serão registrados pelos valores correspondentes nos documentos ou títulos que comprovem a dívida. Acesse a versão online da aula e assista a seguir ao vídeo com a professora Edicreia tratando deste tema que estamos estudando. NA PRÁTICA Vamos resumir os Princípios da Contabilidade em exemplos bem interessantes? Confira a seguir! https://caduceunoticias.wordpress.com/2014/07/29/entenda-os-principios- contabeis-em-6-imagens-2/ SÍNTESE É importante você saber que, além dos postulados contábeis, a Contabilidade deve observar aos Princípios Fundamentais que condicionam legitimidade às Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC) e orientam o exercício da profissão. Os mesmos desenvolvem-se a partir da necessidade de se estabelecer conceitos e procedimentos que viabilizar aos demais usuários padrões de comparabilidade e credibilidade, como nos casos dos critérios adotados na elaboração dessas demonstrações. Nesse sentido, os princípios atuam como suporte aos postulados, delimitando e qualificando o campo de atuação da Contabilidade. Todavia, a partir da evolução da Contabilidade, e caso surjam fatos socioeconômicos ou alterações na legislação que suportem a ideia proposta pelos princípios, estes podem ser alterados para atender as inovações ocorridas na vida empresarial. Os princípios básicos, essenciais ao exercício da Contabilidade são: o da Entidade; o da Continuidade; o da Oportunidade; o do Registro pelo Valor Original; o da Competência; e o da Prudência (Resolução CFC n. 750/93; e Resolução CFC n. 1.282/10). Por fim, a condutado profissional contábil e a delimitação de conceitos e atribuições preconizadas pelos Postulados e Princípios Contábeis são definidas com maior precisão por meio das Convenções Contábeis. As convenções atendem um perfil mais claro e objetivo, indicando a conduta adequada que deve ser observada no exercício profissional, e representam o complemento dos Princípios e Postulados, sendo dividas em: Convenção da Objetividade, Convenção da Materialidade, Convenção da Consistência e Convenção do Conservadorismo. Leitura obrigatória DELGADO, W. G. M. et al. Convergências e divergências entre princípios, convenções e postulados e atual estrutura conceitual básica da contabilidade. 2014. 6ª ECAECO. Anais. Setembro, 2013. Ponta Porã, MS. http://anaisonline.uems.br/index.php/ecaeco/article/view/2727/2800 Leitura complementar Para conhecer mais profundamente sobre os princípios contábeis, dê uma olhada na Resolução CFC n. 750/93: www.cfc.org.br/sisweb/sre/docs/RES_750.doc Saiba mais Os princípios contábeis https://www.youtube.com/watch?v=7RqTIZhyylA Princípios e convenções https://www.youtube.com/watch?v=WYcmalYtiLo Acesse a versão online da aula e assista a seguir ao vídeo com a fala final da professora Edicreia. Referências ZANLUCA, Júlio César. Portal da Contabilidade. Os Princípios de Contabilidade. 2013. Disponível e: <http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/principiosfundamentais.htm >. Acesso em: 28 abr. 2016. IUDÍCIBUS, Sérgio; MARION, José Carlos. Introdução à Teoria da Contabilidade. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2000.
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