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aula 3 estrutura da contabilidade brasileira

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CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
1 
 
 
 
Estrutura da Contabilidade Brasileira 
 
 
 
 
Aula 3 
 
 
Professor Edicreia Andrade dos Santos 
 
 
 
 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
2 
Conversa Inicial 
 
Olá, seja bem-vindo a mais uma rota. Nesta rota estudaremos sobre as 
características da informação contábil. Como já vimos, a informação é a base no 
processo decisório, dessa forma para manter um padrão de qualidade e 
relevância são necessárias algumas características indispensáveis para que 
essas informações possam ser usadas pelos gestores na tomada de decisão. 
Para uma boa administração as empresas precisam de informações de 
maneira ágil e relevante. Da mesma forma, a sociedade, os usuários, os 
investidores e demais interessados necessitam que a divulgação seja pertinente 
entre as empresas, ou seja, que elas assumam um mesmo posicionamento 
quanto ao tratamento dos acontecimentos que ocorrem diariamente, permitindo 
o estabelecimento de bases comparativas. 
Contextualizando 
 
As demonstrações contábeis são organizadas e apresentadas para 
usuários externos em geral, acerca de seus escopos e obrigações diversas, a 
qual busca fornecer informações úteis para a tomada de decisão e avaliações 
por parte dos gestores, ou seja, dos usuários da informação contábil, ela não 
tem finalidade de atender uma necessidade específica de um determinado grupo 
de usuários, ela busca atender a todos de maneira geral. 
Para padronizar e estabelecer um nível adequado das informações foi 
criada a Estrutura Conceitual básica para as demonstrações contábeis, a qual 
estabelece conceitos que fundamentam a elaboração e a apresentação das 
demonstrações contábeis destinadas aos usuários externos. 
Esta Estrutura Conceitual estabelece os conceitos que fundamentam a 
preparação e apresentação de demonstrações contábeis destinadas a usuários 
externos. Tem como finalidade: 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
3 
 dar suporte ao desenvolvimento de novos Pronunciamentos Técnicos e à 
revisão de Pronunciamentos existentes quando necessário; 
 dar suporte aos responsáveis pela elaboração das demonstrações 
contábeis na aplicação dos Pronunciamentos Técnicos e no tratamento 
de assuntos que ainda não tiverem sido objeto de Pronunciamentos 
Técnicos; 
 auxiliar os auditores independentes a formar sua opinião sobre a 
conformidade das demonstrações contábeis com os Pronunciamentos 
Técnicos; 
 apoiar os usuários das demonstrações contábeis na interpretação de 
informações nelas contidas, preparadas em conformidade com os 
Pronunciamentos Técnicos; e 
 proporcionar, àqueles interessados, informações sobre o enfoque 
adotado na formulação dos Pronunciamentos Técnicos. 
 
Para oferecer suporte aos seus usuários a informação contábil, são 
necessárias algumas características são exigidas para representar a qualidade 
e a relevância da informação que está sendo disponibilizada aos gestores. A 
informação contábil-financeira para ser útil precisa ser relevante e representar 
com fidedignidade o que se propõe a representar (MARTINS et al., 2013). 
Conforme o CPC 00 R1, a utilidade da informação contábil-financeira é 
aprimorada se ela for comparável, verificável, tempestiva e compreensível. 
Dessa forma, pode-se subdividir as características qualitativas fundamentais da 
informação contábil em: relevância, materialidade e representação fidedigna e 
as características qualitativas de melhoria em: comparabilidade, verificabilidade, 
tempestividade e compreensibilidade, conforme representado na Figura 1. 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
4 
 
Figura 1. Características qualitativas das demonstrações contábeis 
Fonte: Autor (2016) 
 
Vamos estudar mais detalhadamente a respeito de cada uma e dos custos 
ocasionados para a geração dessas informações. 
 
Pesquise 
Tema 1 – Características Qualitativas Fundamentais: Relevância. 
 
As normas IFRS (International Financial Reporting Standard) representam 
o conjunto de padrões internacionais de contabilidade, editadas pelo IASB 
(International Accounting Standard Board), e são de grande relevância para o 
auxílio aos usuários das informações contábeis na tomada de decisões 
administrativas. Sua elaboração foi influenciada por vários objetivos, sendo um 
deles a melhora na qualidade da informação contábil a nível internacional. 
Estudos seminais que vão desde a monografia de Paton e Littleton, em 
1940 até a aprovação da Estrutura Conceitual para Elaboração e Apresentação 
das Demonstrações Contábeis do IASB (1989), auxiliaram na elaboração de 
padrões contábeis em diversos países. Sua finalidade consiste em prover 
informações úteis e relevantes para os mais diversos usuários. 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
5 
 
Outras pesquisas, como a de Most (1982), enfatizam que a informação 
contábil de qualidade quando útil para os usuários, sejam estes experientes ou 
novatos, deve apresentar neutralidade, constância representacional, e ser 
verificável. Complementarmente, Schroeder; Clark e Cathey (2005) ressaltam 
que uma informação de qualidade deve necessariamente ter 
compreensibilidade, relevância, confiabilidade e comparabilidade. 
A relevância de uma informação contábil de qualidade é destacada por 
Hendriksen e van Breda (1999) como uma das alternativas de reduzir a 
incerteza, e o regime legal adotado pelas organizações é visto como uma forma 
de aperfeiçoar a qualidade da informação contábil e reduzir a assimetria de 
informação entre investidores e administração das companhias. 
A informação contábil-financeira precisa ser relevante. Uma informação 
relevante é aquela capaz de fazer a diferença nas decisões a serem tomadas 
pelos gestores. Essa informação será capaz de fazer diferença no processo 
decisório se apresentar um valor preditivo, valor confirmatório ou os dois valores. 
A informação possui valor preditivo se ela puder ser empregada como 
dado de entrada em processos agregados pelos usuários para predizer futuros 
resultados, ela não precisa ser uma predição ou uma projeção para que possua 
valor preditivo. 
 
 
 
O valor preditivo é a qualidade da informação que ajuda os usuários a 
aumentarem a probabilidade de prever corretamente o resultado de eventos 
 
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6 
passados ou presentes. O valor como feedback a informação desempenha um 
papel importante em termos de confirmação ou correção de expectativas 
anteriores. Raramente decisões são tomadas isoladamente. A informação a 
respeito do resultado de uma decisão, frequentemente, é um dado crucial para 
a tomada da decisão seguinte. Esse tipo de informação é denominado feedback. 
A informação desempenha um papel importante em termos de 
confirmação ou correção de expectativas anteriores. Raramente decisões são 
tomadas isoladamente. A informação a respeito do resultado de uma decisão, 
frequentemente, é um dado crucial para a tomada da decisão seguinte. Esse tipo 
de informação é denominado feedback. 
A oportunidade aborda que a informação não pode ser relevante quando 
não é oportuna, ou seja, deve estar disponível a um indivíduo que deseja tomar 
uma decisão antes de perder sua capacidade de influenciar a decisão. A 
informação contábil também pode ser material se a sua omissão ou sua 
publicação distorcida puder influenciar decisões que os usuários tomam com 
base na informação gerada acerca de empresa específica que a reporta. Dessa 
forma, não se pode explicitar um limite quantitativouniforme para materialidade 
ou predeterminar o que seria julgado material para uma situação particular. 
A materialidade é considerada como limite de reconhecimento, segundo 
o FASB (1980), decisões materiais são inicialmente quantitativas. A 
materialidade importa um conceito permeável que se relaciona às 
características, especialmente, da relevância e da confiabilidade. A 
Materialidade e a Relevância são definidas em termos de influência ou diferença 
para um responsável pelas decisões, mas os dois termos podem ser distintos 
(FASB, 1980). 
Os conceitos de Materialidade e Relevância não podem ser confundidos, 
pois algo por ser material quanto ao valor, isoladamente considerado, e 
irrelevante, embora tal condição seja rara; entretanto, um valor de certo atributo 
pode ser pequeno em si, sendo caracterizado imaterial, mas relevante quanto às 
tendências que possa apontar (FASB, 1980). 
 
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7 
 
Para Hendriksen e Van Breda (1999), uma das responsabilidades do 
contador, no processo de divulgação financeira, é a sintetização dessa massa 
de dados de maneira que faça sentido para os usuários dos relatórios. Um 
excesso pode confundir tanto quanto sua falta. 
A convergência de Normas Internacionais de Contabilidade, também 
conhecidas como International Financial Reporting Standards (IFRS), implica em 
alterações relevantes à qualidade da informação contábil destinada à 
profissionais da área; investidores e analistas do mercado financeiro; ou ainda, 
interessados afins. Este cenário confere flexibilidade e subjetividade às 
interpretações, reconhecimento e mensuração nas demonstrações financeiras, 
cedendo às regras tradicionalmente utilizadas e prevalecendo a adoção aos 
princípios (CPC 00R1, 2011). 
Podemos citar como exemplo segundo o CPC 00 R1 (2011), a informação 
sobre receita para o ano corrente, a qual pode ser empregada como base para 
predizer receitas para anos futuros, também pode ser confrontada com 
predições de receita para o ano corrente que foram feitas nos anos anteriores. 
Os resultados dessas conferições podem auxiliar os gestores a ajustarem e a 
aperfeiçoarem os procedimentos que foram utilizados para fazer tais predições 
(CPC 00 R1, 2011). 
Tema 2 – Características Qualitativas Fundamentais: Representação 
Fidedigna. 
 
A informação contábil-financeira, para ser útil, não tem só que envolver 
um fenômeno relevante como já vimos, ela tem também que conceber com 
fidedignidade o fenômeno que se propõe representar. 
Para a informação ser fidedigna, a realidade retratada da informação 
precisa ser: 
 
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8 
 
 
A representação da realidade econômica completa precisa incluir toda a 
informação imprescindível para que o usuário compreenda o fenômeno sendo 
retratado, abrangendo todas as descrições e explicações necessárias, para 
alguns itens, uma representação completa pode levar em conta ainda 
explicações de fatos expressivos sobre a qualidade e a natureza desses itens, 
fatos e situações que podem afetar a qualidade e a natureza delas, e os 
procedimentos empregados para produzir os números retratados (CPC 00 R1). 
A representação fidedigna não significa exatidão em todos os sentidos, 
um retrato da realidade econômica livre de erros significa que não há erros 
ou omissões no fenômeno retratado, e que o processo utilizado, para produzir 
a informação reportada, foi selecionado e foi aplicado livre de erros. Nesse 
sentido, um retrato da realidade econômica livre de erros não significa algo 
perfeitamente exato em todos os sentidos (CPC 00 R1). 
As características qualitativas de melhoria precisam ser maximizadas na 
extensão possível. Entretanto, as características qualitativas de melhoria, quer 
sejam individualmente ou em grupo, não podem tornar a informação útil se dita 
informação for irrelevante ou não for representação fidedigna. A aplicação das 
características qualitativas de melhoria é um processo iterativo que não segue 
uma ordem preestabelecida. 
Algumas vezes, uma característica qualitativa de melhoria pode ter que 
ser diminuída para maximização de outra característica qualitativa. Por exemplo, 
a redução temporária na comparabilidade como resultado da aplicação 
prospectiva de uma nova norma contábil-financeira pode ser vantajosa para o 
aprimoramento da relevância ou da representação fidedigna no longo prazo. 
Completa Neutra
Livre de 
erro
 
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9 
Divulgações apropriadas podem parcialmente compensar a não 
comparabilidade (CPC 00 R1). 
 
Por exemplo, a estimativa de preço ou valor não observável não pode ser 
qualificada como sendo algo exato ou inexato. Entretanto, a representação 
dessa estimativa pode ser considerada fidedigna se o montante for descrito 
claramente e precisamente como sendo uma estimativa, se a natureza e as 
limitações do processo forem devidamente reveladas, e nenhum erro tiver sido 
cometido na seleção e aplicação do processo apropriado para desenvolvimento 
da estimativa (CPC 00 R1). 
 
A representação fidedigna, por si só, não resulta necessariamente em 
informação útil. Por exemplo, a entidade que reporta a informação pode receber 
um item do imobilizado por meio de subvenção governamental. Obviamente, a 
entidade ao reportar que adquiriu um ativo sem custo retrataria com 
fidedignidade o custo desse ativo, porém essa informação provavelmente não 
seria muito útil (CPC 00 R1). 
Outro exemplo mais sutil seria a estimativa do montante por meio do qual 
o valor contábil do ativo seria ajustado para refletir a perda por desvalorização 
no seu valor. Essa estimativa pode ser uma representação fidedigna se a 
entidade que reporta a informação tiver aplicado com propriedade o processo 
apropriado, tiver descrito com propriedade a estimativa e tiver revelado 
quaisquer incertezas que afetam significativamente a estimativa. Entretanto, se 
o nível de incerteza de referida estimativa for suficientemente alto, a estimativa 
não será particularmente útil. 
Portanto, a relevância do ativo que está sendo representado com 
fidedignidade será questionável. Se não existir outra alternativa para retratar a 
realidade econômica que seja mais fidedigna, a estimativa nesse caso deve ser 
considerada a melhor informação disponível (CPC 00 R1). 
 
 
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10 
De forma resumida, a representação fidedigna é a capacidade de assegurar, por 
meio do consenso, que a informação representa o que se destina a representar, 
ou que o método de mensuração foi utilizado sem erro ou viés (SFAC 2). 
 
Aplicação das Características Fundamentais 
O processo mais eficiente e mais efetivo para aplicação das 
características qualitativas fundamentais, sujeito a restrição do custo: 
 Primeiro - identificar o fenômeno econômico que tenha o potencial 
de ser útil para os usuários - relevância; 
 Segundo - identificar o tipo de informação sobre o fenômeno que 
seria mais relevante se estivesse disponível e que poderia ser 
representado com fidedignidade; e 
 Terceiro - determinar se a informação está disponível e pode 
ser representada com fidedignidade. 
Tema 3 – Características qualitativas de melhoria: comparabilidade e 
verificabilidade. 
 
Para que a informação seja relevante, fidedigna precisa ser comparável e 
verificável. A comparabilidade é a característica qualitativa, a qual permite que 
os usuários identifiquem e compreendam similaridades dos itens e diferenças 
entre eles, ela requer no mínimo dois itens, pois as decisões tomadas pelos 
usuários,implicam escolhas entre alternativas, como, vender ou manter um 
investimento, ou investir em uma empresa ou noutra. 
Logo, a informação acerca da empresa que divulga a informação será 
mais útil caso possa ser comparada com informação similar sobre outras 
empresas e com informação similar sobre a mesma empresa para outro período 
ou para outra data. 
As decisões tomadas pelos usuários, implicam escolhas entre 
alternativas, como, vender ou manter um investimento, ou investir em uma 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
11 
empresa ou noutra. Logo, a informação acerca da empresa que divulga a 
informação será mais útil caso possa ser comparada com informação similar 
sobre outras empresas e com informação similar sobre a mesma empresa para 
outro período ou para outra data. 
A consistência, apesar de estar relacionada com a comparabilidade, não 
possui o mesmo significado, ela refere-se ao uso das mesmas técnicas para os 
mesmos itens, tanto de um período para outro considerando a mesma empresa, 
a qual divulga a informação, quanto para um único período entre empresas. 
Dessa forma, a comparabilidade é o objetivo, a consistência auxilia a 
alcançar esse objetivo, dessa forma, para que uma informação seja comparável, 
fatos iguais necessitam parecer iguais e fatos diferentes necessitam parecer 
diferentes. 
 A comparabilidade da informação contábil não é aperfeiçoada ao se fazer 
com que fatos diferentes pareçam iguais ou ainda ao se fazer fatos iguais 
parecerem diferentes. É possível conforme o CPC 00 R1 (2011), obter por meio 
da satisfação das características qualitativas fundamentais algum grau de 
comparabilidade. 
A representação fidedigna de um fato econômico relevante precisa 
possuir espontaneamente algum grau de comparabilidade com a representação 
fidedigna de fenômeno econômico relevante similar de outra entidade que 
reporta a informação, muito embora um fato econômico singular possa ser 
concebido com fidedignidade de múltiplas formas. 
A discricionariedade na escolha de métodos contábeis alternativos para o 
mesmo fenômeno econômico diminui a comparabilidade (HENDRIKSEN; VAN 
BREDA, 1999) Como qualidade secundária da informação tem-se a 
Comparabilidade que interage com a Relevância e a Confiabilidade para 
contribuir para a utilidade da informação. A característica da Comparabilidade 
compreende as características de Uniformidade e Consistência. 
Na Comparabilidade a utilidade da informação é significativamente 
ampliada quando apresentada de maneira que permita comparar uma entidade 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
12 
à outra, ou à mesma entidade em outras datas (FASB, 1980). Assim, a 
Comparabilidade deve possibilitar ao usuário o conhecimento da evolução entre 
determinada informação ao longo do tempo, numa mesma Entidade ou em 
diversas Entidades, ou a situação destas num momento dado, com vista a 
possibilitar-se o conhecimento das suas posições relativas (CFC, 1995). 
Ainda para o FASB (1980), o propósito da comparabilidade é identificar e 
explicar semelhanças e diferenças entre dois conjuntos de fenômenos 
econômicos, entretanto, a comparabilidade não é uma qualidade da informação 
no mesmo sentido que são a relevância e a confiabilidade, mas sim uma 
qualidade da relação entre duas ou mais informações contábeis. 
A verificabilidade como característica qualitativa de melhoria, ajuda a 
garantir aos usuários que a informação envolva fidedignamente o fato 
econômico que se propõe representar, ou seja, significa que distintos 
observadores, cônscios e independentes, possam chegar a um acordo, embora 
não possam fundamentalmente a um completo acordo. 
A informação quantificável não precisa ser um único ponto estimado para 
ser verificável, uma faixa de possíveis montantes com suas probabilidades 
respectivas pode também ser verificável. 
A característica qualitativa verificação pode ser dividida em duas: a direta 
e a indireta. 
 
 Direta procura verificar um montante ou outra representação por meio 
de observação direta, por exemplo a contagem de caixa; 
 
 Verificação indireta consiste em checar os dados de entrada do 
modelo, fórmula ou outro procedimento e recalcular os resultados 
obtidos por meio da aplicação do mesmo método, como exemplo temos a 
investigação do valor contábil dos estoques por meio da conferição dos 
dados de entrada com relação à quantidade e os custos, recalculando o 
saldo final dos estoques. 
 
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13 
Dessa maneira, por vezes pode não ser possível verificar algumas 
explicações e alguma informação contábil-financeira sobre o futuro até que o 
período futuro seja totalmente alcançado (CPC 00 R1, 2011). Dessa forma, para 
auxiliar os usuários a decidir se desejam usar tal informação, faz-se necessário 
noticiar as premissas subjacentes, os procedimentos de obtenção da informação 
e outros fatores e circunstâncias que suportam tal informação. 
Segundo o FASB (1980), não é sempre fácil manter uma clara distinção 
entre Relevância e Confiabilidade, mas essa tem origem em duas 
características, quais sejam, a Verificabilidade e a Fidelidade de representação. 
Ainda segundo o FASB (1980), a Neutralidade da informação interage com essas 
duas características para influenciar a sua utilidade. 
A Verificabilidade representa a capacidade de assegurar, por meio do 
consenso entre mensuradores, que a informação representa o que se pretende 
representar, ou que o método de mensuração foi utilizado sem erro ou 
julgamento pessoal. Segundo o FASB (1980), uma qualidade desejada de uma 
medida contábil é poder ter capacidade de ser reproduzida. Hendriksen e Van 
Breda (1999) alertam que em contabilidade, é importante saber se uma medida 
pode ou não existir independentemente do mensurador. 
Segundo os autores, a verificabilidade é um conceito relativo, porque 
muitos poucos procedimentos resultarão em valores a respeito dos quais muitos 
contadores concordariam integralmente, sublinhando, ainda, que o grau relativo 
de verificabilidade não determina, por si só, a confiabilidade do procedimento de 
mensuração em termos de descrição precisa do atributo que está sendo 
considerado. 
 
Consulte o livro-base desta disciplina, “Contabilidade em Processo: Da 
escrituração a Controladoria”, da Editora Intersaberes. 
 
 
 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
14 
Tema 4 – Características Qualitativas de Melhoria: Tempestividade e 
Compreensibilidade. 
 
Além das características já vistas da informação ela precisa ser 
tempestiva e compreensível. A tempestividade das informações, refere-se ao 
fato de que a informação contábil deva chegar para o usuário em tempo capaz 
de influenciar na decisão, a fim de que este possa utilizá-la no processo 
decisório, ou seja, ela tem que estar disponível para os gestores/usuários a 
tempo de poder influenciá-los em suas decisões. 
Dessa forma, a informação mais velha é a que terá menos utilidade no 
processo decisório, contudo, essa informação pode ter o seu atributo 
tempestividade prolongado após o encerramento do período contábil, em 
decorrência dos usuários a utilizarem para identificar e avaliar tendências. 
A característica qualitativa de tempestividade está associada à velocidade 
com que as informações contábeis capturam e disponibilizam as alterações de 
valor da entidade aos usuários (BUSHMAN et al., 2004). Destarte, para que as 
informações sejam úteis, sua divulgação deve ser realizada em tempo hábil, de 
modo que o tomador de decisões possa extrair o máximo de utilidade da 
informação, e esta seja capazde influenciar a tomada de decisão (FASB, 1980). 
No cenário econômico, a informação é tempestiva quando está associada 
ao comportamento dos investidores, medido por meio de retorno das ações. 
Desta forma a divulgação das demonstrações contábeis enquadradas nesta 
característica refletiriam a realidade econômica de uma empresa rapidamente. 
Dessa forma, a informação contábil deve ser divulgada na forma mais 
compreensível possível ao usuário a que se destine. Classificar, caracterizar e 
proporcionar a informação com clareza e concisão torna-a compreensível, a 
compreensibilidade concerne à clareza e objetividade com que a informação 
contábil é publicada, compreendendo desde informações de natureza formal, 
como a organização espacial e recursos gráficos empregados, até a redação e 
técnica de exposição utilizadas. 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
15 
Ela deriva da combinação das características dos usuários e as 
características da informação, servindo de “elo” de ligação entre os responsáveis 
pela tomada de decisão e a informação contábil. A compreensibilidade concerne 
à clareza e objetividade com que a informação contábil é publicada, 
compreendendo desde informações de natureza formal, como a organização 
espacial e recursos gráficos empregados, até a redação e técnica de exposição 
utilizadas (CPC 00 R1, 2011). 
A Compreensibilidade, por sua vez, é influenciada pela combinação das 
características dos usuários e das características inerentes à informação (FASB, 
1980), por isso, a compreensibilidade e outras características específicas do 
usuário ocupam uma posição na hierarquia das características da informação 
contábil, representando um elo de ligação entre as características dos tomadores 
de decisão e a informação contábil. 
Para o CFC (1995), a informação contábil deve ser exposta na forma mais 
compreensível ao usuário a que se destine. Entretanto, a Compreensibilidade 
presume que o usuário disponha de conhecimento de Contabilidade e dos 
negócios e atividades da Entidade, em nível que o habilite ao entendimento das 
informações colocadas à sua disposição, desde que se proponha analisá-las, 
pelo tempo e com profundidade necessária (CFC, 1995). 
O CFC (1995), esclarece, ainda, que a Compreensibilidade concerne à 
clareza e objetividade com que a informação contábil é divulgada, abrangendo 
desde elementos de natureza formal, como a organização espacial e recursos 
gráficos empregados, até a redação e técnica de exposição utilizadas. Neste 
sentido, sublinha-se que para Vasconcelos e Viana (2002), as Demonstrações 
Contábeis não passam de dados elaborados para o leigo em Contabilidade. 
Segundo as autoras, se o referencial é o profissional da Contabilidade, as 
Demonstrações, de fato, ganham corpo de informação. Entretanto, se o 
referencial é o usuário leigo, a mensagem evidenciada nas peças contábeis são 
meros dados, embora em melhor estado de organização. Assim, tanto a 
 
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16 
informação como a sua expressão e evidenciação são funções do referencial 
usuário. 
Não obstante, a qualidade da evidenciação contábil é expressa pelo 
entendimento da mensagem comunicada na informação. Segundo as autoras, o 
termo evidenciação é tão somente a face da informação que o usuário percebe, 
sendo que a eficácia da informação se concretiza quando se converte em 
decisão. 
Aplicação das Características de Melhoria 
 
A aplicação das características qualitativas de melhoria é um processo iterativo 
que não segue uma ordem preestabelecida. Uma característica qualitativa de 
melhoria pode ter que ser diminuída para maximização de outra característica 
qualitativa. 
POR EXEMPLO: 
 
 A redução temporária na comparabilidade como resultado da aplicação 
prospectiva de uma nova norma contábil-financeira pode ser vantajosa para 
o aprimoramento da relevância ou da representação fidedigna no longo 
prazo. 
 
 Divulgações apropriadas podem parcialmente compensar a não 
comparabilidade. 
 
Tema 5 – Restrição do Custo X Benefício da Informação Contábil. 
 
A Relação Custo-Benefício estabelece restrição geral da informação, 
onde o benefício derivado da informação contábil deverá exceder ao seu custo 
(FASB, 1980). Hendriksen e Van Breda (1999) alertam que, apesar da aparente 
simplicidade, é extremamente difícil fazer uma análise custo-benefício de 
informações contábeis. 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
17 
 
No topo da hierarquia têm-se os tomadores de decisões e suas 
características, segundo o FASB (1980), cada decisor julga que tipo de 
informação contábil é útil, sendo esse julgamento influenciado por fatores como 
a decisão que precisa ser tomada, o processo decisório a ser utilizado, as 
informações já adquiridas ou que podem ser obtidas em outras fontes e a 
capacidade do tomador da decisão (sozinho ou com auxílio profissional), para 
processar a informação. O FASB (1980) ainda salienta que uma informação pode 
ser adequada para um usuário e não o ser para outro. 
Com todos esses atributos a serem seguidos na elaboração e divulgação 
das informações contábeis acarreta em custos, esses custos muitas vezes são 
supridos pelos benefícios proporcionados pelas informações divulgadas. 
 
Os custos da geração da informação, assim como de sua análise, devem 
ser justificados pelos benefícios da divulgação dessa informação. Há diversos 
custos incidentes sobre a informação, alguns suportados pela entidade e outros, 
pelos usuários. 
Os custos de geração da informação são compostos pela coleta de dados, 
por seu processamento e pela divulgação do respectivo resultado. Esses custos 
são suportados principalmente pela entidade, na forma de salários de seu 
pessoal administrativo, uso de equipamentos e contratação de serviços, mas 
esses custos também podem ser indiretos, suportados pelos usuários, que na 
 
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qualidade de investidores irão ter seus retornos (dividendos) reduzidos por conta 
dos custos suportados pela empresa. 
O custo para a geração de uma informação sempre será uma restrição 
que permanecerá presente na empresa no procedimento de elaboração e 
divulgação de relatório contábil-financeiro, o qual sempre comina custos. Esses 
custos devem ser justificados pelos benefícios gerados por meio de sua 
divulgação, conforme aponta o CPC 00 R1 (2011), existem diversos tipos de 
custos e benefícios a serem considerados. 
Os fornecedores da informação contábil-financeira comprometem grande 
parte de seus esforços na coleta, processamento, verificação e disseminação de 
informação contábil-financeira, mas quem paga por esses custos são os 
usuários em última instância na forma de retornos reduzidos, além disso incidem 
em custos de análise e interpretação da informação fornecida (MARTINS et al., 
2013). 
Se a informação exigida não é fornecida, os usuários incidem em custos 
adicionais de alcance da informação por meio de outras fontes ou estimativa 
(CPC 00 R1, 2011). Os investidores individuais e os credores também acabam 
sendo favorecidos com esse processo, o qual gera decisões determinadas na 
melhor informação. 
Todavia, não é plausível para relatórios contábil-financeiros de propósito 
geral fornece toda e qualquer informação os usuários julguem ser relevantes 
(CPC 00 R1, 2011). Para a aplicação da restrição do custo, deve-se avaliar se 
os benefícios gerados pela elaboração e divulgação de informação são 
possivelmente justificados pelos custos incididos para fornecimento e uso dessa 
informação, na maioria dos casos, as avaliaçõessão fundamentadas na 
combinação de informação quantitativa e qualitativa. 
Em função da subjetividade intrínseca ao procedimento, as avaliações de 
distintos indivíduos acerca dos custos e benefícios da elaboração e divulgação 
de itens particulares de informação contábil-financeira precisam mudar (CPC 00 
R1, 2011). Assim, cabe ao órgão normatizador tomar por base os custos e 
 
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benefícios com relação à elaboração e à divulgação da informação de maneira 
geral, e não em relação a empresas individuais. 
Trocando Ideias 
 
A elaboração e divulgação do relatório contábil-financeiro que seja 
relevante e que importe com fidedignidade o que se propõe conceber, ampara 
os usuários a assumirem decisões com um maior grau de confiança, resultando 
em funcionamento mais eficiente dos mercados de capitais e em custo menor de 
capital para a economia como um todo. 
 
Quais os impactos que este processo causa na prática do dia a dia? 
 
Aproveite a oportunidade para discutir e debater com seus colegas de 
curso no fórum da disciplina disponível no Ambiente Virtual de Aprendizagem 
(AVA). 
Na Prática 
 
As demonstrações contábeis são organizadas e apresentadas para 
usuários externos em geral, acerca de seus escopos e obrigações diversas, a 
qual busca fornecer informações úteis para a tomada de decisão e avaliações 
por parte dos gestores. 
Para que essas informações sejam úteis, algumas características são 
exigidas: ser relevante e representar com fidedignidade o que se propõe a 
representar. 
Síntese 
Como meio de padronizar e estabelecer um nível adequado das 
informações foi criado a Estrutura Conceitual básica para as demonstrações 
 
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contábeis, a qual estabelece conceitos que fundamentam a elaboração e a 
apresentação das demonstrações contábeis. 
A informação tem sua utilidade aprimorada se ela for comparável, 
verificável, tempestiva e compreensível. Todo esse processo na geração e 
divulgação da informação gera um custo, o qual sempre será uma restrição 
presente na empresa, sendo importante esses custos sejam justificados pelos 
benefícios gerados pela divulgação da informação. 
Referências 
 
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. Estrutura conceitual para a 
elaboração e apresentação das demonstrações contábeis. 2011. Disponível 
em: <http://www.cpc.org.br/pdf/pronunciamento_conceitual.pdf>. Acesso em 10 
abril 2016. 
 
CPC 00 (R1) - Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de 
Relatório Contábil-Financeiro Disponível em: 
http://static.cpc.mediagroup.com.br/Documentos/147_CPC00_R1.pdf. 
Acessado em 07 de abril de 2016. 
 
CPC 26 (R1) - Apresentação das Demonstrações Contábeis. Disponível em: 
http://static.cpc.mediagroup.com.br/Documentos/312_CPC_26_R1_rev%2003.
pdf. 
 
HENDRIKSEN, E. S.; VAN BREDA, M. F. Teoria da Contabilidade. São Paulo: 
Atlas, 1999. 
 
FASB – SFAC 2 STATEMENT OF FINANCIAL ACCOUNTING STANDARDS. 
Accounting for Contingencies. Issued: March 1975.

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