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DIREITO ADMINISTRATIVO; BENS PÚBLICOS

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AULA ADMINISTRATIVO 
19/08/13
BENS PÚBLICOS
1. Conceito:
	São bens adstritos ou inerentes ao Estados; bens das pessoas de direito público (também são pessoas de dto público, autarquias e fundações públicas). 
Estado não é composto tão-somente de pessoas jdcas de dto públicas. Os bens das empresas públicas e de sociedade de economia mista (pessoas de direito privado) podem ser considerados bens públicos? Sob o regime jurídico dessas empresas de direito privado, operam regras de regime público. Tanto a copel quando a sanepar, sociedade de direito privado integrantes da adm pública, também tem seus bens afetos ao regime de bens público. 
	O conceito de bens público: todos os bens móveis ou imóveis das pessoas jurídicas de direito público ou das pessoas jurídicas de direito privado que estejam afetadas ao serviço público. Todos os bens das concessionários, mesmo que não integrem a administração pública direta, são considerados bens públicos enquanto prestando serviço público. 
Ex: a ecovia pode ter na sua composição societária bens que são considerados públicos (se tiver afeto ao serviço público) e bens que não são considerados bens públicos (o que não for passível de afetação das normas de direito público). 
	EM SÍNTESE: é possível que empresas privadas tenham considerados seus bens como bens públicos, desde que esses bens estejam afetados pelo serviço público.
	Alguns manuais trazem a idéias de domínio público: domínio público é a somatória de bens públicos de uma determinada esfera (é diferente do conceito de bens públicos, não são a mesma coisa - para Celso Antônio Bandeira de Mello). Sempre que estiver tratando de domínio público está tratando de bens públicos, e a recíproca é verdadeira, sempre que estiver tratando de bens público está tratando de domínio público.
2. Destinação (prova)**
	A destinação dos bens públicos: bens de uso comum, bens de uso especial e bens dominicais. 
	a) bens de uso comum: aqueles bens de uso de toda a coletividade, bens de uso indistinto. Tem destinação comum. Ex: mares, rios, ruas, rodovias, praças e etc. Então, lei que coloca cancela e impede de trafegar na via é inconstitucional. Rodovias: não impede direito de ir e vir, houve ponderação de normas constitucionais, o condicionamento dessa rodovia é permitido art. 75 e não viola direito de ir e vir. Afinal, há outras rodovias de acesso que não têm pedágio. 
	b) bens de uso especial: são bens afetados à uma finalidade específica, bens privados podem ser afetados por uma finalidade específica. Ex: fórum cível é bem de uso especial, está afetado a prestação de um serviço jurisdicional civel. Não é uso comum, é uso especial. É possível restingir acesso, desde que seja constitucional. Ex: hospitais, postos de saúde, tribinais e etc.
	c) bens dominicais: aquele bem que não está afetado pelo uso comum nem pelo específico e atende à uma finalidade de direito real de uso por parte do poder público. Portanto, são bens que não estão afetados por um interesse público, não há finalidade específica. São bens de propriedade da União. Quando não há afetação é sempre dominical. 
OBS: terreno vazio da União é bem dominical, mas se esse terreno for usado pelos alunos da UFPR para estudos aí o terro é de uso especial.
3. Afetação e desafetação
	Afetação é quando o bem tem finalidade específica. E desafetação é quando é retirado do bem esta finalidade. Essa finalidade não se confunde com bem especial. Estar afetado pode ser bens de uso comum e bens de uso especial depende da finalidade. 
	a) uso comum: 
	1ª afetação: são afetados naturalmente. Ex: lago é naturalmente um lago, não precisa de lei. 
	2ª afetação: por lei. Ex: por meio de uma lei transforma bem dominical em bem de uso comum, em praça.
	3ª aferação: por ato administrativo. Ex: rua de santa felicidade transforma, por ato administrativo, em rua gastronômica para uso de todos
	E a desafetação do uso comum se dá por lei ou por autorização da lei: a lei tem que autorizar ou a lei tem que dispor.
	b) uso especial:
	Afetação: por lei ou por ato administrativo, não há afetação natural. Ex: fórum civel, prédio privado vira fórum.
	Desafetação: por lei ou por ato administrativo.
OBS: fato natural? Discussão se pode se extiguir um bem de uso especial por fato natural Ex: se cair um raio no fórum civil e pegar fogo, automaticamente vira bem dominical por fato natural, caso fortuito ou força maior.
OBS: para mudar de um bem comum para outro bem comum: tem de desafetar e afetar para a outra finalidade comum. Pode fazer com o bem público o que quiser, só tem desafetar e afetar.
4. Reg Jdco dos bens públicos
a) inalienabilidade
	Os bens públicos pela própria continuidade do serviço público, enquanto afetados pela prestação do serviço não são passíveis de alienação. Então os bens de uso comum, os bens de uso especiais são inalienáveis e os bens dominicais podem ser alienáveis, porque não estão afetados pela prestação do serviço público.
b) impenhorabilidade
	Os bens públicos afetados pelo serviço público não são passíveis de penhora, ou seja, de ser dados em garantia de alguma coisa. Então, bem domincal, não afetado, pode ser penhorado.
c) imprescritibilidade
	Não pode pela permanência em um determinado tempo em um bem público ter o considerado meu. Ou seja, não pode permanecer no bem público e considerar seu, porque os bens públicos são imprescritíveis. Não há usucapião em bens públicos.
	Enquanto o serviço público existe, não pode prejudicar natureza do bem, ele tem de continuar.
AULA 21/08/13
UTILIZAÇÃO DOS BENS PÚBLICOS
	
	A natureza dos bens públicos é uso comum, especial e dominical. Utilização dos bens públicos é como transformo essa natureza jurídica em uma forma de utilização.
1. Utilização dos bens públicos (prova)
	Todos os bens públicos são passíveis de utilização pelo particular, em maior ou menor medida. Ex: a praça eu uso com mais frequência do que eu uso o posto de saúde.
a) Bens de uso comum:
- Livre destinação: 
	são de livres utilização por toda a coletividade. Mas essa livre utilização tem duas vertentes:
	* livre utilização primário: é a própria natureza jurídica do bem. Ex: para quê serve calçada? para as pessoas andarem. É a utilização natural do bem, é quase a finalidade do bem
	* livre utilização secundário: a finalidade primária da rua é para trâfego de veículos automotores, mas nos domingos a rua tem uma destinação secundária que é andar de bicicleta. Então, destinação secundária são todas as destinação possíveis que não a natural.
- Condições: 
	Pode por condições para os bens de uso especial? Sim, há regras para a utilização dos bens, regras de trânsito, bicicleta tem de andar na ciclovia, por exemplo. É possível impor condições tanto na destinação primária quanto na destinação secundária.
- Não individualização:
	É para todos. Ex: pedágio, é destinado para todos, é condição para trafegar nas rodovias. É impessoal. É isso que caracteriza um bem público como de uso comum.
**PROVA: Os bens de uso comum podem ter usos especiais. 
- Usos especiais:
	 * Uso especial extraordinário: para que possa utilizar é preciso de uma autorização. Há tanto transtorno quanto a sobrecarga
	Sempre há nos bens de uso especial transtorno e/ou sobrecarga.
	Exemplos: rodovia trafegar veículos automotores, só que agregada a essa utilização própria há uma onerosidade. Caminhão muito grande, precisa de autorização e, necessariamente gera um transtorno e sobrecarga no bem.
	Na maioria das vezes não tem na situação de impedimento uma
- Impedimento: art 5º XVI CF
	O que ocorre é que não há transtorno / sobrecarga. Impedir que determinado bem comum seja usado por determinado tempo. São impedimentos temporário, exemplos: corridas de rua, feirinha da rua, impede o tráfego. E precisa de autorização para isso. De acordo com o art. 5º, XVI, da CF não precisa nem autorização, só é necessário comunicar.
	Poder Público é obrigado a aceitar todo e qualquer tipo de manifetação sem armas? Não, pode vetar. Poder Público pode analisarse concede ou não a autorização, com ponderação de normas constitucionais.
- Exclusividade: 
	São situações que o particular utiliza o bem de uso comum de maneira exclusiva, no impedimento NÃO HÁ exclusividade. Estes atos para a utilização de maneira exclusiva demandam um processo mais rigoroso de outorga. Exemplo: pedágio. A ecovia é um particular, usam de forma exclusiva e o bem, rodovia, é de uso comum.
b) Bens de uso especial: 
	Vão ser utilizados de duas formas:
	- De acordo com o regulamento do bem: exemplo: só pode usar o Museu quando estiver aberto, em dias letivos, no horário comercial.
	- Uso exclusivo: uso exclusivo do bem de uso especial também será por licitação ou por outorga.
c) Bens dominicais:
	Por atos negociais, ou seja, contrato de compra-venda, comodato, locação e etc. No direito administrativo os bens dominicais podem ser utilizados por concessão, permissão ou autorização, são as três formas de outorga, além das formas do direito civil.	
28/08/13
AQUISIÇÃO DE BENS PÚBLICOS
	O Poder Público pode comprar ou agregar bens ao seu patrimônio. 
1. Desapropriação
	Primeira forma de aquisição de bens pelo poder público. Conceito: é uma forma de internvenção do Estado na propriedade privada que retira o domínio sobre a coisa, fazendo com que haja aquisição originária da propriedade pelo poder público. É pela primeira vez que o poder pública está incorporando um bem particular ao seu patrimônio.
	Que tipo de bens podem ser desapropriados? Tanto bens imóveis quanto bem móveis. Se não houvesse a aquisição de bens imóveis a administração pública ficaria inviável.
	A desapropriação é intervenção do estado na propriedade privada. O particular não pode reclamar a desapropriação, pode reclamar o preço pago. Porque o poder público tem de reclarar a utilidade pública e o interesse social. É essa a questão. 
	Tem de haver declaração de utilidade pública e o interesse social. Quem faz isso, é quem tem o ato de gestão. Qualquer tipo de desvinculação de utilizade pública ou de interesse social o proprietário do bem que foi desapropriado pode entrar com ação pública.
	Então, o poder público pode intervir na propriedade privada, pagando um valor x. 
	Quando a propriedade estiver sendo usada dentro da sua função social, a indenização tem de ser prévia, justa e em dinheiro - isso é o que a Constituição diz, na prática não ocorre assim o valor não é bem "justo", mas dai tem de recorrer a diferença no Poder Juciário e, se ganhar, ganhará em precatório e não dinheiro.
OBS: O bem tombado é insuscetível de desapropriação, impossível de desapropriar. Só poderá desapropriar se retirar o "tombo".
- Consensual / Judicial
	a) Consensual: estipulam, ambos, consensualmente o valor a ser pago pela propriedade particular. Daí não recorre ao Poder Judicário para pegar a diferença.
	b) Judicial: vai ao poder judiciário para rever a diferença paga pela propriedade particular.
2. Compra
	Outra forma de aquisição de bem públicos pelo poder público. Compra e venda vigora a autonomia da vontade, no direito privado. Existe a possibilidade pelo poder público tanto de compra quanto de venda.
	O contrato de compra pelo poder pública não tem regência da autonomia da vontade. Se o contrato de compra não é regente pela autonomia da vontade, é regente pelo o quê? Pela supremacia do interesse público.
- Imóvel
	Para adquirir imóveis tem de se ater as hipóteses de licitação. É muito dificil ocorrer compra de bem imóvel, porque é mais fácil desapropriar do que comprar. Mas há casos de dispensa de licitação, e daí ocorre a compra, que ocorre em casos de utilidade pública e interesse público é dispensado a licitação. Faz avaliação de mercado e faz proposta ao proprietário e compra, sem licitação.
- Móvel
	A compra é mais utilizada nos de bens móveis. A administração ou faz uma licitação ou vai partir pra a contratação direta. Também é possível que a licitação não exista nos bens móveis, quando não há competição realiza a contratação direta. A contratação é subjetiva. Ex: quer quadro do Picasso, porque gosta do Picasso, não há concorrência. A lei também permite contratação direta de bens até R$ 8.000,00. 
3. Doação
	É uma forma de aquisição, com duas espécies diferentes:
a) simples, sem encargo:
	Na doação sem encargo, tem de ver a licitude da doação, ou seja, se não há fraude envolvida. Se a doação é lícita/legítima. Depois é preciso avaliar o bem, porque ele vai ser incorporado ao patrimônio. Em seguida, depois da avaliação, tem de promovar a escritura/registro desse bens, em alguns casos, dependendo do estado/município é requerido também autorização legislativa, como uma garantia a mais do interesse público.
b) com encargo:
	Demanda autorização legislativa, porque é preciso analisar se o encargo é possível de ser assumido pelo munícipio/estado/governo. Se tiver condição de assumir o encargo, terá de ser feito uma lei autorizando. Seja essa obrigação financeira ou não. Existem encargos que não são financeiros. Só a lei permite que o poder público distribua valores para o ano. Sempre com lei.
4. Testamento
	É possível que se deixem bens para o Estado por meio do testamento. É autonomia da vontade do particular. Mesmas regras da doação, tem de analisar se é lícito, se o testamento for sem encargo; se o testamento estiver encargo dependerá de autorização legislativa.
5. Permuta
	Também é instituto do direito civil, mas é passível de ocorrer aqui. É simples troca de um bem por outro. O poder público transfere um bem público desafetado e recebe do particular um bem, móvel ou imóvel, que melhor interessa o poder público. O bem permutado não precisa ter o mesmo valor econômico, desde que haja justificativa razoável do interesse público. Normalmente a permuta é feita por dispensa de licitação. 
	Vale mesmo se o valor for irrisório? Sim, desde que atenda o fim público. Pode ser feito negociação para equilibrar, mas não há obrigatoriedade.
6. Dação em pagamento
	Outra forma de aquisição. Coms os bens móveis o poder público não precisa de autorização legislativa. Ex: cara está devendo imposto e dá um bem como forma de pagamento, o poder público avalia se aceita ou não.
7. Usucapião
	Aquisição de bens público é DIFERENTE de impenhorabilidade por usucapião. Se o poder público se utilizar de determinada área por um determinado tempo, o poder público pode ter por ele o bem usucapido.
02/09/13
REVISÃO
AUTARQUIAS: tem de ter autonomia financeira. Governo do estado, após delimitado em lei orçamentária anual, repassa $ para autorquia e a autarquia tem a sua quota parte. Nessa quota parte não poderia haver ingerência do Estado. Muito embora haja dependência técnica, mas não ocorre muito na prática. Não há essa liberdade financeira.
IMPESSOALIDADE:
*orgânica: decorre dos órgãos da administração. Desvincula a pessoa e a vincula ao órgão. Você concede qualidades ao órgão qualidade. 
*finalista: toda norma de direito cumpre uma finalidade, não pode desviar dessa finalidade. Se desviar dessa finalidade prejudicando ou beneficiando alguém você viola o princípio da impessoalidade.
AUTONOMIA DO DTO ADMI
*científica: existe uma função constitucional que delimita o dto adm
*didática: pegar essa autonomia científica e estratificar para poder ser uma materia própria, para ser um direito autônomo.
TRANSTORNO: desvirtuamento do bem
SOBRECARGA: sobrecarga do bem. Diferença tênue. não importa. Qualquer das situações gera transtorno/sobrecarga. 
obs: há qualquer momento pode contraditar, ampla defesa sempre que for atingida, dada a oportunidade de defesa. São coisas diferentes.

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