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DIREITO CIVIL 1 PARTE GERAL

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DIREITO CIVIL I 
Parte Geral 
 
 
ANO 2016 
UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU 
Campus Mooca 
Direito Civil à luz da doutrina de Carlos Roberto Gonçalves, Direito Civil Brasileiro 1, Parte Geral 
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DIREITO CIVIL I 
Parte Geral 
 
 
ANO 2016 
UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU 
Campus Mooca 
Docente: Prof.ª Ana Paula Pulgrossi 
Aluno (a): Rafaela A. J. Silva. 
Direito Civil à luz da doutrina de Carlos Roberto Gonçalves, Direito Civil Brasileiro 1, Parte Geral 
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Sumário 
1. DAS PESSOAS NATURAIS - DA PERSONALIDADE E DA CAPACIDADE ...........4 
Da Personalidade Jurídica ......................................................................4 
 Conceito de pessoa natural ..........................................................4 
 Começo da personalidade ............................................................4 
 Situação jurídica do nascituro ......................................................5 
2. DAS PESSOAS NATURAIS - DAS INCAPACIDADES ....................................5 
Incapacidade Civil .................................................................................5 
 Incapacidade civil absoluta ..........................................................5 
 Incapacidade civil relativa ...........................................................6 
3. DAS PESSOAS NATURAIS - MAIORIDADE E EMANCIPAÇÃO ........................7 
Maioridade...........................................................................................7 
Emancipação .......................................................................................7 
 Conceito ......................................................................................7 
 Emancipação voluntária: ..............................................................7 
 Emancipação judicial: ..................................................................7 
 Emancipação Legal: .....................................................................7 
4. DAS PESSOAS NATURAIS - EXNTINÇÃO DA PERSONALIDADE NATURAL ......9 
 Modos de extinção: ......................................................................9 
 Da morte real ...............................................................................9 
 Da morte simultânea ou comoriência ......................................... 10 
 Da morte civil ............................................................................ 10 
 Da morte Presumida .................................................................. 10 
 Morte presumida por justificação ............................................... 11 
5. DAS PESSOAS NATURAIS - DA AUSENCIA ............................................ 11 
Da ausência ....................................................................................... 11 
 Da curadoria dos bens do ausente .............................................. 12 
 Da sucessão provisória .............................................................. 13 
 Da sucessão definitiva ............................................................... 14 
 Do Retorno do ausente ............................................................... 14 
 Dos prazos ................................................................................. 14 
6. DAS PESSOAS NATURAIS - DO NOME .................................................. 15 
Nome ............................................................................................... 15 
 Conceito .................................................................................... 15 
 Elementos do nome .................................................................... 17 
 Prenome .................................................................................... 17 
Direito Civil à luz da doutrina de Carlos Roberto Gonçalves, Direito Civil Brasileiro 1, Parte Geral 
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 Sobrenome ................................................................................ 18 
 Retificação de prenome .............................................................. 18 
 Mudança do Sobrenome ............................................................. 19 
 Outras hipóteses ........................................................................ 19 
7. DAS PESSOAS NATURAIS - INDIVIDUALIZAÇÃO DA PESSOA NATURAL ...... 20 
Estado .............................................................................................. 20 
 Aspectos ................................................................................. 20 
 Caracteres .............................................................................. 21 
Domicílio ........................................................................................... 21 
Conceito .......................................................................................... 21 
Elementos ....................................................................................... 22 
Espécies .......................................................................................... 22 
Domicilio da Pessoa jurídica ............................................................ 23 
 
 
Direito Civil à luz da doutrina de Carlos Roberto Gonçalves, Direito Civil Brasileiro 1, Parte Geral 
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1. DAS PESSOAS NATURAIS - DA PERSONALIDADE E DA CAPACIDADE 
Da Personalidade Jurídica 
Todo aquele que nasce com vida torna-se uma pessoa, ou seja, adquire 
personalidade. 
A personalidade é a aptidão reconhecida pela ordem jurídica a alguém, para exercer 
direitos e contrair obrigações. 
 
Afirmar que todo homem tem personalidade jurídica é o mesmo que dizer que ele 
tem capacidade para ser titular de direitos. 
Capacidade é a medida da personalidade, pois para uns ela é plena e, para outros, 
limitada. A que todos têm, e adquirem ao nascer com vida, é a capacidade de direito 
ou de gozo. Essa espécie de capacidade é reconhecida a todos os seres humanos. 
Estende-se aos privados de discernimento e aos infantes em geral, 
independentemente de seu grau de desenvolvimento mental. 
Porém, nem todas as pessoas têm, contudo, a capacidade de fato, também 
denominada de exercício ou de ação, que é a aptidão para exercer, por si só, os atos 
da vida civil. 
Assim, os recém-nascidos possuem apenas a capacidade de direito, podendo, por 
exemplo, herdas. Mas não têm a capacidade de fato ou de exercício. 
Quem possui as duas espécies de capacidade (de fato e de direito) tem a capacidade 
civil plena, e quem ostenta apenas da capacidade de direito, tem capacidade 
limitada e necessita de outra pessoa que substitua ou complete a sua vontade. São 
por isso chamados de "incapazes". 
 Conceito de pessoa natural 
Pessoa natural é o ser humano considerado como sujeito de direitos e obrigações. 
Para qualquer pessoa ser assim designada, basta nascer com vida e, desse modo, 
adquirir personalidade. 
 Começo da personalidade 
De acordo com o sistema adotado, tem-se o nascimento com vida como o marco 
inicial da personalidade. Respeitam-se, porém, o direito do nascituro, desde a 
concepção, pois desde esse momento já começa a formação do novo ser. 
Para se dizer nasceu com vida, todavia, é necessário que haja respirado. Se respirou, 
viveu, ainda que tenha perecido em seguida. Lavram-se, neste caso, dois assentos¹, 
o de nascimento e o de óbito. 
Art. 1° CC/2002- Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil. 
 
Art. 2° CC/2002 - A personalidade civil da pessoa começa com o 
nascimento com vida; mas a lei põe a salva, desde a concepção, os direitos 
do nascituro. 
 
Direito Civil à luz da doutrina de Carlos Roberto Gonçalves, Direito Civil Brasileiro 1, Parte Geral 
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Exemplo: Se o infante chegou a respirar, recebeu, nos poucos segundos de vida, 
todo o patrimônio deixado pelo falecido pai, a título de herança, e a transmitiu, em 
seguida, por sua morte, à sua herdeira, que era a sua genitora. Se, no entanto, 
nasceu morto, não adquiriu personalidade jurídica e, portanto, não chegou a receber 
nem a transmitir a herança deixada por seu pai, ficando está com seus avós. 
 Situação jurídica do nascituro 
Três teorias a respeito: 
a) Teoria natalista: afirma que a personalidade civil somente se inicia com o 
nascimento com vida; 
b) Personalidade condicional: sustenta que o nascituro é pessoa condicional, pois 
a aquisição da personalidade acha-se sob a dependência de condição suspensiva, o 
nascimento da vida, não se tratando propriamente de uma terceira teoria, mas de 
um desdobramento da teoria natalista, visto que também parte da premissa de que 
a personalidade tem início com o nascimento com vida; 
c) Concepcionista: admite que se adquire a personalidade antes do nascimento, ou 
seja, desde a concepção, ressalvados apenas os direitos patrimoniais, decorrentes 
de herança, legado e doação, que ficam condicionados ao nascimento com vida. 
Antes do nascimento não há personalidade. Ressalva-se, contudo, os direitos do 
nascituro, desde a concepção. Nascendo com vida, a sua existência, no tocante aos 
seus interesses, retroage ao momento de sua concepção. 
O Art. 130 CC/2002 permite ao titular de direito eventual, como o nascituro, nos 
casos de condição suspensiva ou resolutiva, o exercício de atos destinados a 
conservá-lo, como, por exemplo, requerer, representado pela mãe, a suspensão do 
inventário, em caso de morte do pai, estando a mulher grávida e não havendo outros 
descendentes, para se aguardar o nascimento; ou, ainda, propor medidas 
acautelatórias, em caso de dilapidação por terceiro dos bens que lhe foram doados 
ou deixados em testamento. 
 
 
2. DAS PESSOAS NATURAIS - DAS INCAPACIDADES 
Anotações em sala de aula - 21.03.2016 
Incapacidade Civil 
Às pessoas naturais que possui direito limitados, o ordenamento jurídico dá o nome 
de incapazes, por não terem o direito de fato ou de ação. Sendo assim, o 
ordenamento tem o intuito de protegê-las, exigindo que sejam representados ou 
assistidos nos atos jurídicos em geral. 
Assim, a incapacidade civil é dívida em dois tipos: 
 Incapacidade civil absoluta 
LRP, art. 53 §2° No caso de a criança morrer na ocasião do parto, tendo, 
entretanto, respirado, serão feitos dois assentos, o de nascimento e de óbito, 
com os elementos cabíveis e com remissões recíprocas. 
 
Art. 130 CC: Ao titular de direito eventual, nos casos de condição suspensiva 
ou resolutiva, é permitido praticar os atos destinados a conservá-lo. 
 
Direito Civil à luz da doutrina de Carlos Roberto Gonçalves, Direito Civil Brasileiro 1, Parte Geral 
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. 
Para esses, a forma de suprimento que, nos atos da vida civil, o menor de idade seja 
representado por seus representantes legais, tais como seus pais. Caso o 
absolutamente incapaz pratique atos sem ser representado, os atos praticados serão 
considerados nulos. 
Incapacidade civil relativa 
 
Para os relativamente incapazes, a forma de suprimento para a prática de atos da 
vida civil é a assistência, e os atos praticados por eles, no momento em que não 
estavam sendo assistidos, é considerado um ato anulável (anulabilidade/ nulidade 
relativa). 
 
 
Obs. 1: no inciso III, do art. 4° é aonde serão encaixados os doentes mentais em 
casos de necessidade de nomeação de curador, para fins de prova, nos casos de 
ação de interdição. 
Os relativamente incapazes só serão assim considerados, após a ação de 
interdição, para fins patrimoniais, ou seja, atos praticados pelo relativamente 
incapaz serão válidos se, no momento do ato, ele não tinha curador. Caso ele tenha 
curador e no momento do ato ele não foi assistido, o ato será nulo. A ação de 
interdição pode ser proposta pelo familiar mais próximo interessado. 
Obs. 1: No caso dos indígenas, aqueles que estão inseridos na sociedade, serão 
considerados PLENAMENTE CAPAZES DE EXERCER ATOS NA ESFERA CIVIL. 
Obs. 2: Senilidade (idade avançada) não é uma forma de incapacidade. 
Obs. 3: A interdição por incapacidade absoluta ou relativa será registrada no Cartório 
de Registros Públicos. (Art. 9, III CC/2002). 
 
Art. 3 CC/2002: São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os 
atos da vida civil os menores de 16 (dezesseis) anos. 
Art. 166 CC/2002 é nulo o negócio jurídico quando: 
I. Celebrado por pessoa absolutamente incapaz. 
Art. - 4° CC/2002: São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira 
de os exercer: 
I- Os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; 
II- Os ébrios habituais e os viciados em tóxico; 
III- Aqueles que por causa transitória ou permanente, não puderem 
exprimir a sua vontade; IV - os pródigos. 
Parágrafo único: A capacidade dos indígenas será regulada por 
legislação especial. (Lei n°. 6.001, de 19-12-1973). 
Art. 17, CC/2002: Além dos casos expressamente declarados na lei, é 
anulável o negócio jurídico: 
I. Por incapacidade relativa do agente... 
 
Direito Civil à luz da doutrina de Carlos Roberto Gonçalves, Direito Civil Brasileiro 1, Parte Geral 
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3. DAS PESSOAS NATURAIS - MAIORIDADE E EMANCIPAÇÃO 
Maioridade 
 
Emancipação 
 Conceito 
Aquisição da capacidade civil antes da idade legal. Consiste na emancipação da 
aquisição da capacidade de fato ou de exercício (aptidão para exercer, por si só, os 
atos da vida civil. Pode decorrer de concessão dos pais ou de sentença do juiz, bem 
como de determinados fatos a que a lei atribui esse efeito. 
 Emancipação voluntária: 
 
A emancipação voluntária só é possível com a manifestação de vontade dos 
pais/responsáveis legais. Na morte de um dos dois, poderá ser feita com a 
manifestação da vontade de apena um deles, caso tenha atestado de óbito; se não 
houver um atestado de óbito ou os pais não concordem entre si, só poderá ser 
emancipado através da emancipação judicial. Porém, se houver apenas um genitor 
conhecido, a manifestação de vontade deste bastará; se um dos genitores for 
desaparecido, não poderá ser feita a emancipação, devido à falta de manifestação de 
vontade do outro.² 
A emancipação voluntária independe de homologação (ratificação) judicial, tendo 
esta que ser feita através de instrumento público. Porém, para surtir efeitos, a 
emancipação deve ser registrada em livro próprio do 1° Ofício do Registro Civil da 
comarca do domicílio do menor, anotando-se também, com remissão recíprocas, no 
assento de nascimento (Art. 9, II, CC; art. 107, §1°). Antes do registro, não 
produzirão efeitos (LRP, art. 91, parágrafo único). 
 
 Emancipação judicial: 
 
A emancipação judicial só ocorre, por sentença, quando o menor que já completou 
16 anos, estiver sob tutela. 
O procedimento está descrito nos artigos 719 a 725, do novo código de processo 
civil. 
 Emancipação Legal: 
Art. 5, caput CC/2002 - A maioridade começa aos 18 anos completos, 
tornando-se a pessoa apta para as atividades da vida civil que não exigirem 
limite especial, como as de natureza política. 
 
Art. 5, parágrafo único CC/2002- cessará, para os menores, a 
incapacidade: I- pela concessão dos pais¹, ou de um deles na falta do outro², 
mediante instrumento público, independentemente de homologação judicial, 
... 
Art. 5, parágrafo único - ...ou por sentença do juiz, ouvindo o tutor, se o 
menor tiver dezesseis anos completos. 
Direito Civil à luz da doutrina de Carlos Roberto Gonçalves, Direito CivilBrasileiro 1, Parte Geral 
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Casamento: 
O casamento válido produz o efeito de emancipar o menor (art. 5, parágrafo único, 
II - pelo casamento; ...). Se a sociedade conjugal logo depois se dissolver pela viuvez 
ou pela separação judicial, não retornará ele à condição de incapaz. 
O casamento nulo, entretanto, não produz nenhum efeito (art. 1.563). Proclamada a 
nulidade, ou mesmo a anulabilidade, o emancipado retorna à situação de incapaz, 
salvo se o contraiu de boa-fé. Nesse caso, o casamento era putativo¹ em relação a 
ele e produzirá todos os efeitos de um casamento válido, inclusive a emancipação. 
 
A idade mínima para o casamento do homem e da mulher é 16 anos, com autorização 
dos representantes legais. 
 
Excepcionalmente, porém, será permitido o casamento de quem não alcançou a idade 
núbil, mediante suprimento judicial de idade, em caso de gravidez, segundo dispõe 
o art. 1.520 CC/2002- Excepcionalmente, será permitido o casamento de quem ainda 
não alcançou a idade núbio (art. 1.517), para evitar imposição ou cumprimento de 
pena criminal ou em caso de gravidez. 
Obs.: A lei 11.106, de março de 2005 revogou tacitamente, no artigo 1.520 do código 
civil de 2002, a parte que diz: "... para evitar imposição ou cumprimento de pena 
criminal, (...)", pois a referida lei revogou, entre outros dispositivos, o inciso VII do 
art. 107 do código penal. Com isso, o casamento deixou de evitar a imposição ou 
cumprimento de pena criminal nos crimes contra os costumes de ação penal pública. 
É, pois, o casamento que emancipa a menor grávida, e não a gravidez. 
Nos casos em que a genitora é maior de idade e genitor é menor, estender-se-á ao 
menor a emancipação pelo casamento, com a autorização judicial (art. 1.517 e 1.520 
CC/2002). 
Pelo exercício de emprego público efetivo: 
A emancipação pelo exercício de emprego público efetivo ocorre no momento em que 
o menor toma posse do cargo. 
Observa-se que se havendo eventual burla ou fraude praticada pelo menor, em 
conluio com suposto empregador, será reprimida pela anulação a emancipação. 
Colação de grau em curso de ensino superior: Os gênios que se submeterem a 
procedimento especial para avaliação dessa circunstância junto ao Ministério da 
Educação. 
Pelo estabelecimento civil ou comercial, ou a existência de relação de emprego, desde 
que, em função deles, o menor com 16 anos completos tenha economia própria: 
Art. 1.561, CC/2002, caput - Embora abaulável ou mesmo nulo, se contraído 
de boa-fé por ambos os cônjuges, o casamento, em relação a estes como aos 
filhos, produz todos os efeitos até o dia da sentença anulatória. 
Art. 1.517 CC/2002 - O homem e a mulher com dezesseis anos podem se 
casar, exigindo-se autorização de ambos os pais, ou de seus representantes 
legais, enquanto não atingida a maioridade civil. 
Direito Civil à luz da doutrina de Carlos Roberto Gonçalves, Direito Civil Brasileiro 1, Parte Geral 
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Corresponde ao estado econômico de independência do menor, que decorre da 
propriedade de bens que ele adquire proveniente do seu trabalho, de herança não 
administrável pelos pais, ou alguma doação ou legado nessas condições. 
Já decidiu o TJSP que "não pratica comércio com economia própria menor que se 
estabelece em razão de sucessão causa mortis, por não se encontrar essa hipótese 
contemplada e elencada entre as causas previstas na lei". 
Para existir relação de emprego capaz de emancipar o menor entre 16 e 18 anos de 
idade é necessário que não se trate de trabalho eventual, devendo o 
empregado prestar serviços de forma constante e regular ao 
empregador, com subordinação hierárquica, ou jurídica, mediante contraprestação. 
 
4. DAS PESSOAS NATURAIS - EXNTINÇÃO DA PERSONALIDADE NATURAL 
 Modos de extinção: 
 
 
 
Somente com a morte real termina a existência da pessoa natural, que pode 
ser também simultânea (comoriência). 
 
 Da morte real 
É a extinção da pessoa natural. 
A sua prova se faz pelo atestado de óbito ou por ação declaratória de morte 
presumida, sem declaração de ausência, podendo ainda, ser utilizada a justificação 
de óbito, prevista no art. 88 da LRP, quando houver certeza da morte em alguma 
catástrofe, não sendo encontrado o corpo do falecido. 
 
A morte real - que ocorre com o diagnóstico de paralisação da atividade encefálica, 
seg. O art. 3° da Lei n. 9.434/97, que dispõe sobre o transplante de órgãos - extingue 
a capacidade e dissolve tudo (mors amnia solvit), não sendo mais o morto sujeito de 
direitos e obrigações. Acarreta extinção do poder familiar, a dissolução do vínculo 
matrimonial, a abertura da sucessão, a extinção dos contratos personalíssimos, a 
extinção da obrigação de pagar alimentos, que se transfere aos herdeiros do devedor 
(art. 1.700, CC/2002). 
Art. 6 CC/2002: A existência da pessoa natural termina com a morte; 
presume-se esta, quanto aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a 
abertura de sucessão definitiva. 
Art. 7, CC/2002 - Pode ser declarada a morte presumida, sem a decretação 
da ausência: 
I. Se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo; 
II. Se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for 
encontrado até dois anos o término da guerra. Parágrafo único: a 
declaração de morte presumida, nesses casos, somente poderá ser 
requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a 
sentença fixar a data provável do falecimento. 
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Ao cadáver é devido respeito. 
Vide: art. 209 a 212 CP. 
 Da morte simultânea ou comoriência 
 
Na comoriência não há necessidade de a morte ocorrer no mesmo lugar, mas sim, 
na mesma ocasião. 
O principal efeito da presunção da morte simultânea é que, não tendo havido tempo 
ou oportunidade para a transferência de bens entre os comorientes, um não herda 
do outro. Não há, pois, transferência de bens entre os comorientes. Por conseguinte, 
se morrem em acidente casal sem ascendente ou descendentes, sem se saber qual 
morreu primeiro, um não herda do outro. Assim, os colaterais da mulher ficaram com 
a meação dela, enquanto os colaterais do homem ficaram com a meação dele. 
Diversa seria a solução se houvesse prova de que um faleceu pouco antes do outro. 
O que viveu um pouco mais herdaria a meação do outro e, por sua morte, a 
transmitiria para seus colaterais. 
 Da morte civil 
A morte civil foi abolida no direito civil moderno, tendo como resquício no art. 1.816 
CC/2002¹, que trata o herdeiro, afastado da herança, como se ele "morto fosse antes 
da abertura da sucessão". Mas somente para afastá-lo da herança. Conserva, porém, 
a personalidade, para demais efeitos. Também na legislação militar pode ocorrer a 
hipótese de família do indigno do oficialato, que perde o seu posto e 
respectiva patente, perceber pensões, como ele houvesse falecido. 
 Da morte Presumida 
. 
A morte presumida pode ser com ou sem declaração de ausência. 
O art. 37, CC 2002 - "Dez anos depois de passada em julgado a sentença que concede 
a abertura da sucessão provisória, poderão os interessados requerer a sucessão 
definitiva e o levantamento das cauções prestadas." - Permite que os interessados 
requeiram sucessão definitiva e o levantamento das cauções prestadas dez anos 
depois de passada em julgado a sentença que concede a abertura de sucessão 
definitiva, provando-se que o ausente conta 80 anos de idade, e que de cinco datam 
as últimas notícias dele. 
 
A declaração ausência, ou seja, de que o ausente desapareceu de seu domicílio sem 
dar notícia de seuparadeiro e sem deixar um representante, produz efeitos 
patrimoniais, permitindo a abertura de sucessão provisória e, depois, a definitiva. Na 
Art. 8, CC/2002 - Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, 
não se podendo averiguar se algum dos comorientes precedeu aos outros, 
presumir-se-ão simultaneamente mortos. 
 
Art. 6, 2° parte, CC/2002 - ...presume-se esta, quanto aos ausentes, nos 
casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão definitiva 
Art. 38 CC/2002: Pode-se requerer a sucessão definitiva, também, 
provando-se que o ausente conta oitenta anos de idade, e que de cinco 
datam as últimas notícias dele. 
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hipótese, constitui causa de dissolução da sociedade conjugal, nos termos do 
 
Se estiver vivo e aparecer, depois de presumida a sua morte e aberta a sucessão 
definitiva, com a dissolução da sociedade conjugal, e seu cônjuge houver contraído 
novo matrimônio, prevalecerá o último. 
Quando os parentes requerem apenas a declaração de ausência, para que possam 
providenciar a abertura e sucessão provisória e, depois, a sucessão definitiva (art. 
22, CC/2002: Desaparecendo uma pessoa do seu domicílio sem dela haver notícia, 
se não houver deixado representante ou procurador a quem caiba administrar-lhe os 
bens, o juiz, a requerimento de qualquer interessado ou do Ministério Público, 
declarará a ausência, e nomear-lhe-á curador.), não estão pretendendo que se 
declare a morte do ausente, mas apenas que ele se encontra desaparecido e não 
deixou representante para cuidar de seus negócios. 
 Morte presumida por justificação 
A declaração de morte presumida por justificação é necessária para chegar-se, com 
a sentença judicial, a uma certidão de óbito, para que, com isso, possa finalizar a 
vida jurídica de alguém. 
A morte presumida por justificação é feita através da ação declaratória de morte 
presumida por justificação. 
 
Tem que se provar que a pessoa estava em perigo de vida, tal como um acidente, 
inundação, catástrofes naturais, etc. 
 
A “ação declaratória de morte presumida por justifição” deve ser arguida logo que 
encerrada as buscas oficiais. 
 
5. DAS PESSOAS NATURAIS - DA AUSENCIA 
Da ausência 
Ausente é a pessoa que desaparece de seu domicílio sem dar notícias de seu 
paradeiro e sem deixar um representante ou procurador para administrar-lhe os 
bens. 
art. 1.571, § 1° CC/2002 - O casamento válido só se dissolve pela morte de 
um dos cônjuges ou pelo divórcio, aplicando-se a presunção estabelecida neste 
Código quanto ao ausente. 
Art. 7o Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência: 
 I - Se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida; 
II - Se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for 
encontrado até dois anos após o término da guerra. 
Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos, somente 
poderá ser requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo 
a sentença fixar a data provável do falecimento. 
 
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Com ou sem representante, é permitido ao interessado entrar com um processo para 
a nomeação de curador. 
A primeiramente, há a distribuição da ação, e na petição inicial, o interessado irá 
requerer a nomeação do curador provisório. Não há, neste primeiro momento, a 
nomeação do curador definitivo e nem a declaração de ausência. 
 
 
Prolongando-se a ausência e crescendo as possibilidades de que haja falecido, a 
proteção legal volta-se para os herdeiros, cujos interesses passam a ser 
considerados. 
 
Ausente sem representação: aquela pessoa que simplesmente some; 
Ausente com representação: antes da ausência a pessoa deixa um representante 
para cuidar de seus bens, e durante um tempo ela mantém contato, 
porém, desapresse sem deixar qualquer notícia. 
 Da curadoria dos bens do ausente 
Constando o desaparecimento do indivíduo, sem que tenha deixado procurador com 
poderes para administrar os seus bens e sem que dele haja notícias, o juiz, a 
requerimento de qualquer interessado, ou do Ministério Público, declarará a 
ausência¹, e o nomeará curador (art. 22 CC/2002). Também será este nomeado 
quando o ausente deixar mandatário que não queira ou não possa exercer ou 
continuar o mandato, ou se os seus poderes forem insuficientes (art. 23 CC/2002). 
Em falta de cônjuge, a escolha recairá, em ordem preferencial, nos pais e nos 
descendentes (art. 25,§ 1°). Dentre estes, os mais próximos precedem os mais 
remotos (art. 25, §2°). 
Art. 22. CC/2002 Desaparecendo uma pessoa do seu domicílio sem dela 
haver notícia, se não houver deixado representante ou procurador a quem caiba 
administrar-lhe os bens, o juiz, a requerimento de qualquer interessado ou do 
Ministério Público, declarará a ausência, e nomear-lhe-á curador. 
Art. 23. CC/2002 Também se declarará a ausência, e se nomeará curador, 
quando o ausente deixar mandatário que não queira ou não possa exercer ou 
continuar o mandato, ou se os seus poderes forem insuficientes. 
Art. 24. CC/2002 O juiz, que nomear o curador, fixar-lhe-á os poderes e 
obrigações, conforme as circunstâncias, observando, no que for aplicável, o 
disposto a respeito dos tutores e curadores. 
Art. 25. CC/2002 O cônjuge do ausente, sempre que não esteja separado 
judicialmente, ou de fato por mais de dois anos antes da declaração da 
ausência, será o seu legítimo curador. 
§ 1o Em falta do cônjuge, a curadoria dos bens do ausente incumbe aos pais 
ou aos descendentes, nesta ordem, não havendo impedimento que os iniba de 
exercer o cargo. 
§ 2o Entre os descendentes, os mais próximos precedem os mais remotos. 
§ 3o Na falta das pessoas mencionadas, compete ao juiz a escolha do curador. 
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Em falta de cônjuge e existindo companheiro (a), este deverá ser nomeado (a), 
aplicando-se o art. 226, §3° da CF/1988 - "Para efeito da proteção do Estado, é 
reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, 
devendo a lei facilitar sua conversão em casamento." 
Nesse sentido, o Enunciado 97 da I Jornada de Direito Civil realizada pelo CJF: "No 
que tange à tutela especial da família, as regras do Código Civil que se refere apenas 
ao cônjuge devem ser estendidas à situação jurídica que envolve o companheirismo, 
como por exemplo, na hipótese de nomeação de curador dos bens do ausente (art. 
25 CC/2002). 
É a fase de curadoria do ausente, em que o curador cuida de seu patrimônio. Na 
segunda fase, prolongando-se a ausência, o legislador passa a se preocupar com os 
interesses de seus sucessores, permitindo a abertura de sucessão 
provisória. Finalmente, depois de longo período de ausência, é autorizada a abertura 
de sucessão definitiva. 
A curadoria do ausente fica restrita aos bens, não produzindo efeitos de ordem 
pessoal. Equipara-se à morte (é chamada de morte presumida) somete para o fim 
de permitir a abertura da sucessão, mas o cônjuge do ausente não é 
considerado viúvo (a). Para se casar, terá de promover o divórcio, citando o ausente 
por edital. 
 Da sucessão provisória 
 
Os bens serão entregues aos herdeiros, porém, em caráter provisório e condicional, 
ou seja, desde que prestem garantias da restituição deles, mediante penhores ou 
hipotecas equivalentes aos quinhões respectivos, em razão da incerteza da morte do 
ausente².Se não o fizerem, não serão imitidos na posse, ficando os respectivos 
quinhões sob a administração do curador ou de outro herdeiro designado pelo juiz e 
que preste dita garantia. 
 
O excluído da posse provisória poderá, contudo, justificando falta de meios, requerer 
lhe seja entregue metade dos rendimentos do quinhão que lhe tocaria. (Art. 34 
CC/2002). 
Os descendentes, os ascendentes e o cônjuge, todavia, uma vez provada a sua 
qualidade de herdeiros, poderão, independentemente de garantia, entrar na posse 
dos bens do ausente (art. 30, §2°). Os imóveis do ausente só se poderão alienar, não 
sendo por desapropriação, ou hipotecar, quando o ordene o juiz, para lhe evitar a 
ruína (art. 31 CC/2002). 
Prescreve o art. 33, caput, que o descendente, o ascendente ou o cônjuge que for 
sucessor provisório do ausente fará seus todos os frutos e rendimentos dos bens que 
Art. 26. CC/2002 Decorrido um ano da arrecadação dos bens do ausente, ou, 
se ele deixou representante ou procurador, em se passando três anos, poderão 
os interessados requerer que se declare a ausência e se abra provisoriamente 
a sucessão. 
Art. 30, §1° CC/2002: Aquele que tiver direito à posse provisória, mas não 
puder prestar a garantia exigida neste artigo, será excluído, mantendo-se os 
bens que lhe deviam caber sob a administração do curador, ou de outro 
herdeiro designado pelo juiz, e que preste essa garantia. 
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couberem a estes; os outros sucessores, porém, deverão capitalizar metade desses 
frutos e rendimentos, na forma no disposto no art. 29, com a fiscalização do 
Ministério Público e prestação anual de contas ao juiz. 
 Da sucessão definitiva 
Poderão os interessados, dez anos depois de passada em julgado a sentença que 
concedeu a abertura da sucessão provisória, requerer a definitiva e o levantamento 
das cauções prestadas. 
 Do Retorno do ausente 
 
Se este reaparecer nos dez anos seguintes à abertura da sucessão definitiva, haverá 
"só os bens existentes e no estado em que se encontrarem. Se tais bens tiverem sido 
alienados, o ausente haverá o preço que os herdeiros e demais interessados tiverem 
por eles recebido. Se, por ordem judicial, houverem sido vendidos os bens do ausente 
e convertido o produto da venda em imóveis ou títulos de dívida pública, opera-se, 
na hipótese, a sub-rogação real, ou seja, os bens adquiridos tomam o lugar, no 
patrimônio do ausente, dos bens que foram alienados para com seu produto adquirir 
aqueles. 
Se o retorno do ausente ocorrer antes, ou seja, durante o período da sucessão 
provisória, e ficar provado que o desaparecimento foi voluntário e injustificado, 
perderá ele, em favor dos sucessores, sua parte nos frutos e rendimentos. 
 
Retornando o ausente no período da curadoria de seus bens, 
esta cessará automaticamente, recuperando ele todos os seus bens. 
 Dos prazos 
Sem representante: da data do transito em julgado da Ação de nomeação do curador 
provisório. (Art. 22 CC/2002). A nomeação durará por 1 (hum) ano. 
Com representante: da data do transito em julgado da Ação de nomeação do curador 
provisório. (Art. 23 CC/2002). A nomeação durará por 3 (três) anos. 
Nos dois casos, será expedido a certidão de curadoria. 
Após esperar pelos prazos acima estipulados (1 ou 3 anos), pedir a nomeação do 
curador definitivo, caso o ausente permaneça desaparecido. Pedir-se-á certidão de 
curadoria definitiva. 
Junto com a nomeação do curador definitivo, sairá a declaração de ausência, ou seja, 
há a oficialização da ausência da pessoa. 
Art. 39 CC/2002 - Regressando o ausente nos dez anos seguintes à abertura 
da sucessão definitiva, ou algum de seus descendentes ou ascendentes, aquele 
ou estes haverão só os bens existentes no estado em que se acharem, os sub-
rogados em seu lugar, ou o preço que os herdeiros e demais interessados 
houverem recebido pelos bens alienados depois daquele tempo. 
Art. 36 CC/2002 - Se o ausente aparecer, ou se lhe provar a existência, 
depois de estabelecida a posse provisória, cessarão para logo as vantagens dos 
sucessores nela imitidos, ficando, todavia, obrigados a tomar as medidas 
assecuratórias precisas, até a entrega dos bens a seu dono. 
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Já poderá pedir a autorização para a abertura da sucessão provisória, ou seja, dar 
início ao processo de herança, inventário, arrolamento dos bens do desaparecido. 
As ações são feitas a parte, onde a declaração de sucessão provisória irá substituir o 
certidão de óbito. Com isso - sucessão provisória -, adiantar-se-á todo o processo de 
partilha, só não acontecerá o último ato: real partilha dos bens. 
Após o trânsito em julgado da abertura da sucessão provisória, terá que esperar por 
10 (dez) anos para pedir a declaração da morte presumida e a nomeação do sucessor 
definitivo. 
 
A declaração de morte presumida terá os mesmos efeitos da certidão de óbito, 
podendo ser juntada à ação de partilha e, a partir de então, pode se ter a partilha 
real dos bens. 
Somente após 10 (dez) anos do trânsito em julgado da ação declaratória de morte 
presumida é que a partilha é consolidada e o herdeiro passa a ser proprietário 
definitivo. 
 
 
6. DAS PESSOAS NATURAIS - DO NOME 
Nome 
É empegado em sentido amplo, como forma de indivudualizador da pessoa natural, 
indicando o nome e o sobrenome. Integra a personalidade, individualizando a pessoa 
não só durante a vida como também após a sua morte, e indica a sua procedência 
familiar. 
 Conceito 
Elemento inalienável e imprescritível da individualidade da pessoa, não se 
concebendo, na vida social, ser humano que não traga um nome. 
Aspecto público: decorre do fato de o Estado ter interesse em que as pessoas sejam 
perfeitas e corretamente identificadas na sociedade pelo nome e, por essa razão, 
disciplina o seu uso na Lei de Registro Públicos (Lei n. 6.015/73), proibindo a 
alteração do nome, salvo exceções expressamente admitidas (art. 58) e o registro 
de prenomes suscetíveis de expor ao ridículo os seus portadores (art. 55, parágrafo 
único). 
Aspecto individual: consiste no direito ao nome, no poder reconhecido ao seu 
possuidor de por ele designar-se e de reprimir abusos cometidos per terceiros. 
Art. 37 CC/2002 - Dez anos depois de passada em julgado a sentença que 
concede a abertura da sucessão provisória, poderão os interessados requerer 
a sucessão definitiva e o levantamento das cauções prestadas. 
Art. 39 CC/2002 - Regressando o ausente nos dez anos seguintes à 
abertura da sucessão definitiva, ou algum de seus descendentes ou 
ascendentes, aquele ou estes haverão só os bens existentes no estado em 
que se acharem, os sub-rogados em seu lugar, ou o preço que os herdeiros e 
demais interessados houverem recebido pelos bens alienados depois daquele 
tempo. 
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Esse direito abrange o de usá-lo e de defendê-lo contra usurpação, como no caso de 
direito autoral, e contra exposição ao ridículo. O uso desses direitos é protegido 
mediante ações, que podem ser propostas independentemente da ocorrência de 
dano material, bastando que haja interesse moral. Têm dupla finalidade as ações 
relativas ao uso do nome: 
A retificação, para que seja preservado o verdadeiro; 
A contestação, para que terceiro não use o nome, ou o não exponha ao desprezo 
público1. 
 
 
No direito comercial, o nome é um direitoautônomo, exclusivo, do comerciante, que 
pode impedir que outro o utilize no exercício da profissão mercantil, e suscetível de 
alienação com a transferência do fundo de comércio. Diversamente do nome civil, 
que é inalienável, como direito da personalidade, o nome comercial integra-se ao 
"fundo" como propriedade incorpórea e é cessível juntamente com este. 
 
Pseudônimo ou codinome: literatos e os artistas. Utilizam um nome fictício, 
diferente do seu nome civil verdadeiro. 
Heterônimo: nome imaginário que um criador identifica como o autor de obras suas 
e que, à diferença do pseudônimo, designa alguém com qualidades e tendências 
diferentes das desse criador, como os diversos usados por Fernando Pessoa. 
Atuteladonomesarte, alcança o pseudônimo, propiciando direito à indenização em 
caso de má utilização, inclusive em propaganda comercial, ou com o intuito de obter 
proveito político, artístico, eleitoral ou religioso. 
 Natureza jurídica 
Teorias: 
Da propriedade: essa corrente entende que o nome se trata de uma forma de 
propriedade, tendo como titular a família ou seu portador. Não é aceita pois o nome 
é alienável, não podendo dele dispor, e é de natureza extramatrimonial. Esta tese 
 
1 Tem a jurisprudência entendido que, havendo duplicidade de assentos de 
nascimento, o cancelamento deve recair sobre o mais recente (cf. RT, 602/214, 
551/230, 528/230; RJTJSP, Lex, 136/275). 
 
Art. 16 CC/2002: Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o 
prenome e o sobrenome. 
 
Art. 17 CC/2002: O nome da pessoa não pode ser empregado por outrem 
em publicações ou representações que a exponham ao desprezo público, 
ainda quando não haja intenção difamatória. 
Art. 18 CC/2002: O pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da 
proteção que se dá ao nome. 
Art. 19 CC/2002: O pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da 
proteção que se dá ao nome. 
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poderia prosperar em relação ao nome comercial, que tem pecuniário e 
é suscetível de alienação com o fundo de comércio; 
Propriedade sue generis: algo particular, peculiar, único. Reporta-se a um fato 
singular; 
Negativista: para essa, o nome não apresenta os caracteres de um direito, mão 
merecendo proteção jurídica; 
Sinal distintivo revelador da personalidade; 
Do direito da personalidade: teoria essa que melhor define a natureza jurídica do 
nome, o considerando um direito da personalidade, ao lado de outros, como o direito 
à vida, à honra, à liberdade etc. 
 Elementos do nome 
 
O nome completo compõe-se, pois, de dois elementos: prenome e sobrenome ou 
apelido familiar. 
Em alguns casos, usa-se também o agnome, sinal que distingue pessoas 
pertencentes a uma mesma família que têm o mesmo nome (Junior, Neto, Sobrinho 
etc.). 
 
Axiônimo é a designação que se dá à forma cortês de tratamento ou à expressão de 
reverência, como, por exemplo: Exmo. Ser., Vossa Santidade etc. Os títulos de 
nobreza, como conde, comendador e outros, usados em alguns países, completam o 
nome da pessoa, servido para sua identificação. Por essa razão, integram-no para 
todos os efeitos. 
 Prenome 
Prenome é o nome de cada pessoa que serve para distinguir membros da mesma 
família. Pode ser simples ou composto. 
Irmãos não podem ter o mesmo prenome, a não que seja duplo, estabelecendo 
a distinção. 
Prenome pode ser livremente escolhido pelos pais, desde que não exponha o filho ao 
ridículo. 
 
Art. 16 CC/2002: toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o 
prenome e o sobrenome. 
 
Art.63 da lei 6.015/79 - No caso de gêmeos, será declarada no assento 
especial de cada um a ordem de nascimento. Os gêmeos que tiverem o 
prenome igual deverão ser inscritos com duplo prenome ou nome completo 
diverso, de modo que possam distinguir-se. Parágrafo único. Também serão 
obrigados a duplo prenome, ou a nome completo diverso, os irmãos a que se 
pretender dar o mesmo prenome. 
 
Art. 55, parágrafo único da lei 6.015/73 - os oficiais do registro civil não 
registrarão prenomes suscetíveis de expor ao ridículo os seus portadores. 
Quando os pais não se conformarem com a recusa do oficial, este submeterá 
por escrito o caso, independente da cobrança de quaisquer emolumentos, à 
decisão do Juiz competente. 
 
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Essa regra aplica-se também aos apelidos populares. 
 
 Sobrenome 
Sobrenome é sinal que identifica a procedência da pessoa, indicando a sua filiação 
ou estirpe. Enquanto o prenome é designação do indivíduo, o sobrenome é 
característico de sua família, transmissível por sucessão. É também conhecido como 
patronímico. 
 
Este dispositivo impede, como regra, a sua alteração. Há exceções a essa proibição. 
As pessoas já nascem com o apelido familiar herdado de seus pais, não sendo, pois, 
escolhido por estes, como ocorre com o prenome. 
A criança que for registrada somente com o prenome, poderá o escrivão, de ofício, 
lançá-lo adiante do prenome, o sobrenome. Por conseguinte, o registro, com 
indicação do sobrenome tem caráter puramente declaratório. 
O registro de filhos havidos fora do matrimônio: não será lançado o nome do pai sem 
que este expressamente autorize. (Lei 6.015/73, art. 59 e 60). Hoje, a Lei n. 
8.560/92, obriga os oficiais do registro civil a remeter ao juiz os dados sobre o 
suposto pai, que será convocado para reconhecer voluntariamente o filho. Não o 
fazendo, os dados serão remetidos ao Ministério Público, que poderá promover a ação 
de investigação de paternidade. 
 Retificação de prenome 
A imutabilidade do prenome é salutar, devendo ser afastada somente em caso de 
necessidade comprovada, e não simplesmente porque ele não agrada ao seu 
portador. A facilidade da mudança pode ser realmente nociva aos interesses sociais. 
A retificação do prenome em caso de evidente erro gráfico: 
 
O Artigo supramencionado prevê a hipótese de um procedimento sumário, no próprio 
cartório, com manifestação do Ministério Público e sentença do juiz. 
No caso do parágrafo único, do artigo 55, se o oficial não houver impugnado por 
expor ao ridículo o seu portador, depende de distribuição, perante o juiz, de 
procedimento de retificação de nome. (Art. 109 da Lei 6.015/73). Incluem-se nesses 
casos as hipóteses de pessoas do sexo masculino registrado com nome feminino e 
Art. 58 da lei 6.015/73 - O prenome será definitivo, admitindo-se, todavia, 
a sua substituição por apelidos públicos notórios. 
Art. 56 da lei 6.015/73. O interessado, no primeiro ano após ter atingido a 
maioridade civil, poderá, pessoalmente ou por procurador bastante, alterar o 
nome, desde que não prejudique os apelidos de família, averbando-se a 
alteração que será publicada pela imprensa. 
Art. 110 da Lei 6.015/73 - Os erros que não exijam qualquer indagação para 
a constatação imediata de necessidade de sua correção poderão ser corrigidos 
de ofício pelo oficial de registro no próprio cartório onde se encontrar o 
assentamento, mediante petição assinada pelo interessado, representante 
legal ou procurador, independentemente de pagamento de selos e taxas, após 
manifestação conclusiva do Ministério Público. 
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vice-versa. Tem a jurisprudência admitido a retificação não do prenome como 
também de outras partes esdrúxulas do nome. 
A jurisprudênciajá vinha admitindo a substituição do prenome oficial pelo prenome 
de uso. Se a pessoa é conhecida de todos por prenome diverso do que consta de seu 
registro, a alteração pode ser requerida em juízo, pois prenome imutável, segundo 
os tribunais, é aquele que foi posto em uso e não o que consta do registro. 
Os apelidos públicos notórios, porém, somente eram acrescentados entre o 
prenome, que era imutável, e o sobrenome. No entanto, agora, podem ser substituir 
o prenome. 
Pode haver mudança do prenome também em caso de adoção, pois o art. 47 do ECA, 
dispõe que a sentença concessiva de adoção conferirá ao adotado o nome do 
adotante e, a pedido de qualquer deles, poderá determinar a modificação do 
prenome. A alteração nesse caso poderá ser total, abrangendo o prenome e o 
sobrenome. 
Têm os tribunais, com efeito, autorizado a tradução de nome estrangeiros, para 
facilitar os aculturamentos dos alienígenas que vêm fixar-se no Brasil. Na realidade, 
somente poderá ser alterado o prenome do estrangeiro pois o sobrenome representa 
o sinal ou estirpe da família2. 
 Mudança do Sobrenome 
O sobrenome ou patronímico só deve ser alterado em casos excepcionais3. A lei 
limitou a imutabilidade de modo não absoluto. (STJ: o nome pode ser modificado, 
desde que motivadamente justificado). 
Posteriormente, a Lei n. 11.924, de 17 de abril de 2009, acrescentou ao art. 57 da 
LRP o §8. 
x 
 Outras hipóteses 
O Nome completo pode também sofrer alterações no casamento e na separação 
judicial e divórcio, na adoção, no reconhecimento de filho, na união estável e no caso 
de transsexualismo. 
 
2 É permitida a substituição do prenome de origem estrangeira desde que sua 
pronúncia exponha seu titular ao ridículo (RT, 543/192). E ainda na RT, 443/146, 
diferimento da seguinte mudança: Kumio Shotaro para Paulo Shotaro. 
 
3 A alteração do nome é permitida em caráter excepcional quando não prejudicar os 
apelidos de família. É a regra contida nos art. 56 e 57 da Lei 6.015/73, mas repita-
se, desde que não importe em prejuízo ao patronímico de família, ou seja, não 
pode ser suprimido nem modificado, uma vez, que não pertence exclusivamente ao 
detentor, mas a todo grupo familiar, como entidade" (RT, 693/121). 
 
Art. 110 da Lei 6.015/73 - Os erros que não exijam qualquer indagação para 
a constatação imediata de necessidade de sua correção poderão ser corrigidos 
de ofício pelo oficial de registro no próprio cartório onde se encontrar o 
assentamento, mediante petição assinada pelo interessado, representante 
legal ou procurador, independentemente de pagamento de selos e taxas, após 
manifestação conclusiva do Ministério Público. 
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Dispõe o §1° do art. 1.565 do novo diploma que "qualquer dos nubantes, querendo, 
poderá acrescer ao seu o sobrenome do outro". No §2° do art. 1.571, prescreve que, 
"dissolvido o casamento pelo divórcio direto ou por conversão, o cônjuge poderá 
manter o nome de casado; salvo, no segundo caso, dispondo em contrário a sentença 
de separação judicial." 
Na doação (Lei n. 12.010/2009) o adotado não pode conservar o sobrenome de seus 
pais de sangue, como consequência do desligamento dos vínculos de parentesco 
determinado no art. 41, caput, ECA, sendo acrescentado ao seu obrigatoriamente, o 
do adotante. 
 
O reconhecimento do filho faz com que este passe a pertencer ao grupo familiar do 
genitor ou genitora que o reconheceu, com direito de usar apelido familiar do referido 
grupo. 
O Transsexualismo tem sido invocado, também, em pedidos de retificação de nome 
de sexo no registro civil. 
Decisão pioneira foi proferida no Processo n. 621/89 da 7° Vara da Família e 
Sucessões de São Paulo, deferido a mudança de nome masculino para feminino, de 
transexual que se havia submetido a cirurgia plástica com extração do órgão sexual 
masculino e inserção de vagina. 
 
7. DAS PESSOAS NATURAIS - INDIVIDUALIZAÇÃO DA PESSOA NATURAL 
Estado 
Estado do latim status: constitui a soma das qualificações da pessoa na sociedade, 
hábeis a produzir efeitos jurídicos. 
 Aspectos 
Estado Individual: modo de ser da pessoa, quanto à idade, sexo, cor, altura, saúde 
são, insano e incapaz). Diz respeito a aspectos ou particularidades de sua constituição 
orgânica que exercem influência sobre a capacidade civil (homem, mulher, 
maioridade, menoridades etc.). 
Estado familiar: é o que indica a sua situação familiar, e relação ao matrimônio 
(solteiro, casado, viúvo, divorciado) e ao parentesco, por conseguinidade ou 
afinidade (pai, filho, irmão, sogro, cunhado etc.). A união estável é reconhecida como 
entidade familiar pela CF. 
Estado política: é a qualidade que advém da posição do indivíduo na sociedade 
política, podendo ser nacional (nato ou naturalizado) e estrangeiro. Dispõe o art. 12 
da CF: 
(Art. 47, § 5°, ECA - A sentença conferirá ao adotado o nome do adotante e, 
a pedido de qualquer deles, poderá determinar a modificação do prenome.). 
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Cumpre distinguis nacionalidade de cidadania. O conceito de cidadania está 
reservado à qualidade de possuir e exercer direitos políticos. CIdadão e eleitor são, 
pois, palavras sinônimas, em nossa constituição. Quem não é eleitor não é cidadão, 
posto a nacionalidade brasileira. 
 Caracteres 
As principais características ou atributos do estado são: 
Indisponibilidade: O estado ele é uno e indivisível, não obstante composto de 
elementos plúrimos. Ninguém pode ser, simultaneamente, caso e solteiro, maior e 
menor, brasileiro e estrangeiro. A obtenção de dupla nacionalidade constitui exceção 
à regra. 
Indisponibilidade: O estado civil, como visto, é um reflexo de nossa personalidade e, 
por essa razão, constitui relação fora do comércio: é inalienável e irrenunciável. Isso 
não impede a sua imutabilidade, assim, menor pode tornar-se maior, solteiro pode 
passar a casado etc. Modificam-se, nesse caso, os elementos que o integram, sem 
prejuízo da unidade substancial, que é inalterável. 
Imprescritibilidade: Não se perde nem se adquire o estado pela prescrição. O estado 
nasce com a pessoa e com ela desaparece. Também não se pode obtê-lo por 
usucapião. 
Domicílio 
Conceito 
Domicílio é local livremente escolhido ou determinado pela lei, onde as pessoas 
possam ser encontradas para ser encontradas para responder por suas obrigações. 
Todos os sujeitos de direito devem ter, pois, um lugar certo, no espaço, de onde 
irradiem sua atividade jurídica. 
Art. 12. São brasileiros: 
I. Natos: 
a. Os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais 
estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país; 
b. Os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, 
desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa 
do Brasil; 
c. Os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, 
desde que sejam registrados em repartição brasileira competente 
ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em 
qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela 
nacionalidade brasileira; (Redação dada pela Emenda Constitucional 
nº 54, de 2007) 
II. Naturalizados: 
a. Os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, 
exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas 
residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral; 
b. Os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República 
Federativa doBrasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem 
condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira. 
Direito Civil à luz da doutrina de Carlos Roberto Gonçalves, Direito Civil Brasileiro 1, Parte Geral 
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Elementos 
Objetivo: é a residência, mero estado de fato material; 
Subjetivo: de caráter psicológico, consistente no ânimo definitivo, na intenção de aí 
fixar-se de modo permanente. A conjunção desses dois elementos forma o domicílio 
civil. 
Uma pessoa pode ter um só domicílio e mais de uma residência. Pode ter também 
mais de um domicilio, pois, o código civil admite a pluralidade domiciliar. 
Residência é simples estado de fato, sendo o domicilio uma situação jurídica. 
Residência, que indica a radicação do indivíduo em determinado lugar. Difere de 
morada ou habitação, que são ocupadas esporadicamente pela pessoa, tal como 
casa, de campo ou de praia, até mesmo hotel em que a pessoa passa uma temporada 
etc. 
. 
O artigo 73 do código civil de 2002 diz respeito do domicilio aparente. É o caso, por 
exemplo, dos ciganos e andarilhos, ou de caixeiros viajantes, que passam a vida em 
viagens e hotéis e, por isso, não têm residência habitual. Considera-se domicilio o 
lugar onde forem encontrados. 
As pessoas podem mudar-se de seus domicílios. Para isso, é necessário que estejam 
imbuídas da intenção manifesta de mudar. 
 
Espécies 
O primeiro domicílio da pessoa, que se prende ao seu nascimento, é denominado 
domicilio de origem e corresponde ao de seus pais, à época. 
O domicílio pode ser 
Voluntário: o domicilio voluntário geral ou comum é aquele que depende da vontade 
exclusiva do interessado. Qualquer pessoa, não sujeita a domicílio necessário, tem a 
liberdade de estabelecer o local em que pretende instalar a sua residência com animo 
definitivo, bem como de muda-lo, quando lhe convier. 
 
Art. 70. O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua 
residência com ânimo definitivo. 
. 
 Art. 72. É também domicílio da pessoa natural, quanto às relações 
concernentes à profissão, o lugar onde está é exercida 
Art. 73. Ter-se-á por domicílio da pessoa natural, que não tenha residência 
habitual, o lugar onde for encontrada. 
Art. 74. Muda-se o domicílio, transferindo a residência, com a intenção 
manifesta de o mudar. 
Parágrafo único. A prova da intenção resultará do que declarar a pessoa às 
municipalidades dos lugares, que deixa, e para onde vai, ou, se tais declarações 
não fizer, da própria mudança, com as circunstâncias que a acompanharem. 
Art. 74. Muda-se o domicílio, transferindo a residência, com a intenção 
manifesta de o mudar. 
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O domicilio especial pode ser o do contrato, a que alude o art. 78, e o de eleição. O 
primeiro é sede jurídica ou o local especificado no contrato para o cumprimento das 
obrigações dele resultantes. O foro de eleição é o escolhido pelas partes para a 
propositura de ações relativas às referidas obrigações e direitos recíprocos. 
. 
Não se admite, o foro de eleição nos contratos de adesão, salvo demonstrando-se a 
inexistência de prejuízo para o aderente. 
Necessário: domicilio necessário ou legal é o determinado pela lei, em razão da 
condição ou situação de certas pessoas. Nesses casos, deixa de existir liberdade de 
escolha. 
 
Observa-se, no tocante ao incapaz menor, tutelado ou curatelado, que o domicilio 
obrigatório é imposto em razão do estado de dependência em que se encontra e, no 
caso do preso, em decorrência de sua situação especial. 
Pluralidade de domicílio: as pessoas não perdem automaticamente o domicilio que 
antes possuíam ao receberem, por imposição legal, o novo, como no caso do servidor 
público, que tem domicilio em cidade interligada à São Paulo e trabalha em na capital, 
terá, pois, dois domicílios, podendo ser procurado em qualquer um deles. 
 
Domicilio da Pessoa jurídica 
O domicilio da pessoa jurídica trata-se de domicilio especial, que pode ser livremente 
escolhido no seu estatuto ou ato constitutivos. Na omissão em seus atos constitutivos 
ou estatutos, o seu domicilio será o lugar onde funcionarem as respectivas diretorias 
e administrações. 
 
 
Art. 78. Nos contratos escritos, poderão os contratantes especificar domicílio 
onde se exercitem e cumpram os direitos e obrigações deles resultantes 
Art. 76. Têm domicílio necessário o incapaz, o servidor público, o militar, o 
marítimo e o preso. 
 
Art. 71. Se, porém, a pessoa natural tiver diversas residências, onde, 
alternadamente, viva, considerar-se-á domicílio seu qualquer delas. 
Art. 75. Quanto às pessoas jurídicas, o domicílio é: 
 IV - Das demais pessoas jurídicas, o lugar onde funcionarem as respectivas 
diretorias e administrações, ou onde elegerem domicílio especial no seu 
estatuto ou atos constitutivos. 
Súmula 363 STF: A pessoa jurídica de direito privado pode ser demandada 
no domicílio da agência, ou estabelecimento, em que se praticou o ato. 
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8. DAS PESSOAS NATURAIS - DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE 
O respeito à dignidade da pessoa humana encontra-se em primeiro plano, entre os 
fundamentos constitucionais pelos quais se orienta o ordenamento jurídico brasileiro 
na defesa dos direitos da personalidade. 
 
, 
 
Destinam-se os direitos da personalidade a resguardar a dignidade humana, por meio 
de medidas judiciais adequadas, que dever ser ajuizadas pelo ofendido ou pelo lesado 
indireto. Estas podem ser de natureza preventiva, cautelar, objetivando suspender 
os atos que ofendam a integridade física, intelectual e moral, ajuizando-se em 
seguida a ação principal, ou de natureza cominatória, destinadas a concretização da 
ameaça de lesão. 
Pode também ser movida desde logo de indenização por danos materiais e morais, 
de natureza repressiva, com pedido de antecipação de tutela4 
A violação do direito da personalidade que causa dano à pessoa acarreta, pois, a 
responsabilidade civil extracontratual do agente 
 
4 A tutela antecipada pode ser buscada, exemplificativamente: “a) para o 
cancelamento dos efeitos da inscrição do nome de pessoa perante o Serviço de 
Proteção ao Crédito ou a inclusão do seu nome na relação do sistema Serasa, 
indicando a existência de impedimento ao credito quando, evidentemente, essa 
providencia se mostre indevida; b) para suspender o protesto de indevido titulo de 
rédito; c) para impedir ou suspender a publicação de fotografia, de divulgação de 
voz, entrevista ou programa com conotação vexatória ou ofensiva da imagem da 
pessoa etc. 
Art. 75. § 1o Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em lugares 
diferentes, cada um deles será considerado domicílio para os atos nele 
praticados. 
§ 2o Se a administração, ou diretoria, tiver a sede no estrangeiro, haver-se-á 
por domicílio da pessoa jurídica, no tocante às obrigações contraídas por cada 
uma das suas agências, o lugar do estabelecimento, sito no Brasil, a que ela 
corresponder. 
 
CF, Art. 1º, III - a dignidade da pessoa humana; 
CF Art. 5, X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das 
pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de 
sua violação; 
Art. 12 CC/02 Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito 
da personalidade, e reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras 
sanções previstas em lei. 
Parágrafo único.Em se tratando de morto, terá legitimação para 
requerer a medida prevista neste artigo o cônjuge sobrevivente, ou 
qualquer parente em linha reta, ou colateral até o quarto grau.

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