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Síntese e degradação de proteína em indivíduos com idade avançada

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Síntese e degradação de proteína em indivíduos com idade avançada 
 Sarcopenia é um processo fisiológico de diminuição de massa e função muscular que ocorre com o avanço da idade. Esse processo é associado a inatividade física, alterações metabólicas, degeneração neurológica, diminuição da ingestão alimentar, alterações no processo de digestão e absorção de nutrientes, comprometimento da função renal e diminuição do fluxo sanguíneo muscular. Todas essas alterações citadas contribuem para diminuição de proteína muscular, que é resultado de alterações nas taxas de proteólise (degradação de proteína) muscular e síntese de proteína muscular. 
 No entanto, os efeitos da idade sobre o metabolismo proteico são controversos. Devido a estudos que relatam que não há alterações com o passar da idade e outros que afirmam o contrário. 
 Para investigar tal situação Yarasheski e colaboradores realizaram um estudo na Califórnia com 112 homens com faixa de idade entre 65 e 90 anos que objetivou o controle da ingestão dietética de proteína, coleta de informações sobre reguladores de síntese e de proteólise (degradação de proteína) de massa muscular. Os indivíduos foram suplementados com testosterona e hormônio de crescimento humano (GH). 
 Os indivíduos fizeram diário alimentar por 3 dias e a nutricionista do estudo quantificou o total de energia e de macronutrientes necessários a cada um. Dois dias antes e no dia da admissão para a realização de exames os indivíduos ingeriram uma dieta controlada com base nas necessidades individuais (com 0,9 a 1,1 g de proteína por quilo de peso), as refeições foram elaboradas na clínica e entregue aos pacientes para que consumissem durante esses dois dias. Tudo que foi consumido durante esse período foi quantificado; e também toda a urina excretada foi coletada, com a finalidade de analisar a concentração de nitrogênio na mesma. 
 O estudo comparou a massa muscular e a proteína corporal de 4 grupos distintos de indivíduos do gênero masculino com idade avançada: O grupo 1 teve uma ingestão protéica abaixo do habitual com balanço nitrogenado negativo, o grupo 2: teve ingestão protéica abaixo do habitual, contudo balanço nitrogenado positivo; o grupo 3 teve ingestão protéica acima do habitual com balanço nitrogenado negativo e o grupo 4 ingeriu um aporte proteico acima do habitual com balanço nitrogenado positivo. 
 Os resultados desse estudo mostraram que o mais forte preditor de proteólise no organismo é a resistência a insulina, sendo assim, melhor sensibilidade a insulina foi significativamente associada a menores níveis de proteólise no organismo. Foram observados também resultados inesperados, como é o caso da associação entre maior sensibilidade a insulina e maior taxa síntese de proteína muscular, formação de massa muscular e também a associação entre altos níveis de albumina sérica com baixa síntese de proteína muscular. 
 Contudo, os achados mais significantes do estudo foram a relação encontrada entre melhor sensibilidade a insulina e menores taxas de proteólise no organismo e a não houve evidência entre alterações no consumo de proteínas pela dieta e a proteólise. Reforçando a importância dos níveis de insulina durante o jejum para a regulação da proteólise quando comparado a outras variáveis (como: aporte proteico da dieta, digestão, absorção, testosterona, concentrações de GH, composição corporal e função renal) que influenciam também a massa muscular em indivíduos mais velhos.
Conclusão:
 O estudo confirma que a sensibilidade a insulina dentro vários reguladores é um forte regulador da taxa de proteólise no organismo em indivíduos com idade avançada e pode ser que seja o mais importante regulador do metabolismo protéico e proteína muscular, que a ingestão controlada de proteína dias antes da quantificação. 
 Sendo assim, o controle da ingestão de proteína, mesmo que um aporte abaixo do habitual que pode induzir a um balanço nitrogenado positivo não leva a uma redução de síntese de proteína muscular e aumento de proteólise. Na verdade, outros fatores explicam a menor taxa de síntese de proteína muscular em indivíduos com idade avançada.

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