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O criticismo

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O criticismo, fundado por Kant, surge no decorrer do século XVIII suscitado por um momento "sensível" do “século da razão". Kant, aplicando um método a que chama "transcendental", procurou resolver três grandes problemas: Que podemos saber? Que devemos fazer? Que devemos esperar? 
As obras mais importantes de Kant são "Crítica da Razão Pura" e "Crítica da Razão Pratica".
Podemos dividir a obra "crítica da razão pura" em três partes: Estética Transcendental, Analítica ou Lógica Transcendental e Dialética Transcendental.
Na "estética transcendental" Kant diz que o homem não acha fora de si o espaço e o tempo, isto é, nossa sensibilidade é capaz de perceber todos fenômenos exteriores e interiores, caracterizando o espaço e o tempo como as "formas a priori da sensibilidade". Espaço e tempo preexistem ao conhecimento das coisas e dos estados de consciência. Conhecemos apenas os fenômenos que aparecem no espaço e no tempo, "o diverso da intuição". 
Os problemas em como organiza o entendimento esses dados da sensibilidade, Kant estuda na "Analítica ou Lógica Transcendental". Traz a sensibilidade como um princípio de unificação, ou seja, nosso entendimento unifica o diverso da intuição segundo seus próprios princípios de ligação: as "categorias". A categoria aplicada ao espaço e ao tempo produz o "esquema". Assim, podemos afirmar que a experiência é obra do pensamento humano.
Com a "Dialética Transcendental" Kant estabelece que a metafisica intelectual é impossível, afinal, a ciência só é possível por que seus fenômenos são situados no espaço e no tempo. A razão especulativa é um princípio de unidade. Leva o entendimento a unificar, a sistematizar quando se aplica ao mundo dos fenômenos. Mas, num uso teórico, a razão busca ultrapassar o mundo dos fenômenos; daí a ilusão metafisica.
Já a obra "Crítica da razão pratica" junto com a Obra "fundamentos da Metafisica dos costumes" são consagradas por expor a quais condições que evidenciam a Moral como um fato.
Kant não podia deduzir a moral da metafisica e muito menos repousa-la na experiência, por isso através da consciência comum ou "filosofia moral popular" tirou seu primeiro princípio: o da boa vontade. Com isso surgem os "imperativos hipotéticos" e o "imperativo categórico" que se diferenciam por suscitarem perante um interesse (imperativo hipotético) ou suscitarem por dever (imperativo categórico ou boa vontade).
O Fechteísmo leva as ideias kantianas sobre espaço e tempo ao extremo. Fichte tem como ponto de partida de seu sistema o "eu". A "tese", afirmação do eu, sempre terá uma "antítese" o "não-eu". A tese e a antítese tornam-se a síntese formando já as fases da dialética cujo reconhecimento virá a posteriori com Hegel. A síntese do eu e do não eu afirma que o eu livre age, luta contra o não eu. A natureza é um meio, a moralidade um fim e o universo é a condição da atividade moral, seu ponto de aplicação. Nesse desenvolvimento a inteligência antes de tudo é a "ação". Em outras palavras, o fichteismo é um idealismo da ação.
A sociedade é, para Fichte, superior ao Estado. O Estado só será legitimo num contrato de homens livres, tendo como papel principal proteger a liberdade de todos e deve ser nacional independente da dominação estrangeira.
A liberdade, preocupação dominante de Fichte, não pode ser o bem de indivíduos sem possuir toda propriedade. Por tanto é dever do Estado assegurar propriedade a cada um através da possibilidade de adquirir propriedade pelo trabalho. Para cumprir essas tarefas, esse Estado deve ser Socialista, isto é, "Estado Comercial Fechado"
Obra de patriota e de socialista, o fechteismo prepara o "Socialismo Nacional de Ferdinand Lassalle e o Nacional-Socialismo de Adolf Hitler.
Hegel é um pensador enciclopédico que se propôs a sistematizar e interpretar todos os dados da experiência. Depois de Fitche, Hegel também substitui a lógica antiga pela dialética que, conforme aos movimentos do pensamento vivo "supera" as contradições descobertas.
A toda "tese" opõe-se uma "antítese" e a contradição entre ambas é suprimida por uma síntese. Cada síntese é nova em seus elementos.
Para Hegel a ideia mais abstrata, a ideia de ser, traz consigo a ideia de não-ser. Entre o ser e o não-ser surge uma oposição que deve ser superada. A síntese é o "devir", ou seja, a passagem do ser para o não-ser ou vice e versa. 
A filosofia hegeliana é uma filosofia do "Devir" (Podemos traduzir como "Tornar-se"). Hegel tem como ponto de partida desse Devir a "Ideia" pura. A Ideia pura precisa do seu contrário para desenvolver-se e cria um objeto oposto a si, a "Natureza" e no processo dialético a síntese é o "Espirito".
De acordo com Hegel o "Absoluto" não é exterior a nossa realidade, pelo contrário, é transcendente e imanente. É o próprio Devir, a Razão que perpassa todos graus da natureza. As principais fases são: o mundo inorgânico, o mundo orgânico, o indivíduo humano e o espírito objetivo ou a sociedade civil.
É na sociedade que encontramos o direito, a liberdade, a legalidade e a moralidade. De forma diferente a Fichte, Hegel coloca o Estado acima da sociedade e coloca-o como a realização do Absoluto, o reino da Ideia, um organismo divino que deve encarnar-se num homem que represente o espirito do povo. É a justificação da monarquia hereditária.
O sistema desenvolvido por Hegel é muito rico, mas, carrega consigo uma contradição íntima entre o método e a doutrina. O método dialético conduz a um pensamento movediço, no qual nenhuma verdade é concebida como eterna e nenhum regime social definitivo, contudo, o sistema proclamava o valor divino do Estado burocrático prussiano. Assim, o método era revolucionário e o sistema conservador.

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