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RESUMO: LIVRO POR UMA NOVA GESTÃO PÚBLICA

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RESUMO LIVRO: POR UMA NOVA GESTÃO PÚBLICA 
 A administração possui diferenças com a Ciência política, sendo que a primeira está voltada para os aspectos instrumentais da gestão e a segunda focaliza os processos gerenciais e analisa seus impactos para a política. Essas diferenças estão a gerar um descompasso entre as três dimensões mais relevantes e necessárias à construção de uma gestão pública democrática que são: a) à dimensão econômico-financeira: se relaciona com os problemas no âmbito das finanças públicas; b) à dimensão institucional-administrativa: que abrange assuntos relacionados à articulação dos órgãos; c) à dimensão sócio-política: que consiste em problemas relacionados à relação Estado e Sociedade em seu conteúdo mais profundo.
 O fato de haver hegemonia dos preceitos e regulamentos administrativos, a administração se vê dependente das regras e condutas da administração, ficando assim, aquém o tratamento da gestão pública visando seu objeto principal: O interesse público.
 A Administração Pública Gerencial surge em uma época em que a população começa a requisitar seu espaço dentro do setor público, desta forma ocorre a necessidade de enfatizar a participação democrática, ou seja, a ocorrência da dimensão sociopolítica da gestão. Mas, ao que tudo indica, tal modelo não satisfez com propriedade os interesses democráticos dentro da gestão da coisa pública, permanecendo as características centralizadoras e autoritárias que marcam a história política-administrativa do país.
 De acordo com o pensamento liberal, no século XVIII, as funções do Estado seriam basicamente três: a) manter a segurança interna e externa; b) garantir o cumprimento dos contratos; c) prestar serviços de utilidade pública. Desta forma garantindo sua não intervenção no mercado, sendo esta intervenção apenas de forma reguladora.
 A partir do século XX, o monopólio capitalista se intensifica culminando no Neoconservadorismo, defendido por Jonh Maynard Keynes, por meio desse, o estado interferiria mais ativamente promovendo o Bem-estar social e impedindo Falhas de Mercado.
DOS MODELOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
O MODELO BUROCRÁTICO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
 De acordo com William Niskaken (1971), os burocratas do serviço público tendem a procurar seus próprios interesses subordinando aos seus o interesse público. Para o autor, a escassez de competição e orientação para o lucro impede que os Burocratas usem, de forma eficiente, os recursos da administração pública. Tais condutas geraram críticas ao Sistema Burocrático de Gestão Pública e ensejaram a privatização dos serviços públicos e mais uma vez, bateu de frente com as políticas Keynesianas ao afirmar que os serviços públicos alcançariam maior eficiência ao serem prestados pela administração privada.
 Em 1974, Keith Joseph, exponencia que todos os países pós-guerra haviam engajado em um “semi socialismo” onde a intervenção e poder sindical teria acondicionado o setor privado a trabalhar mediante moldes conservadores. 
O MODELO GERENCIAL DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
 Com o movimento Fordista, o Estado passa a pactuar com o mercado, garantindo que as classes mantivessem seu poder de consumo e assim, pudessem auxiliar na acumulação de capitais. Tal modelo de Estado fora chamado de welfare state que significa Estado de Bem-Estar. Mas o modelo Neoconservador começa a ruir ao final de 1960 que se deu com a internacionalização dos problemas econômicos (inflação, estagnação, choques do petróleo, etc). Além disso houve em 1970, o aprofundamento da recessão e o avanço da economia asiática no mercado. A impossibilidade de continuar mantendo altas taxas de lucro através do modelo Keynesiano e modelo Fordista, vê-se as estruturas do Neoconservadorismo falharem dando lugar às exacerbadas críticas dos Neoliberais a tal sistema e apresentação de soluções por esses quanto à situação de crise econômica de seu país, somando-se a tal, aponta-se a flexibilização dos direitos sociais ocorridos na época.
 Outro fator como: a diminuição dos movimentos empreendedores em virtude da participação ativa do Estado na economia e desta forma, notados na Inglaterra incentivaram a adoção de um sistema de gestão que reavivasse os desejos empreendedores nacionais
 Assim, surge o Modelo Gerencial (1980) nos Estados Unidos, com destaque para os “gurus” da administração, e na Europa. A partir de 1980 outros países também começaram a implementar o modelo gerencial na administração pública, tais como: Nova Zelândia, Austrália e Reino Unido. No Reino Unido, acoplado aos ideais de Margaret Thatcher, consolidou-se o Neoliberalismo. Corroborando tal sistema, Margaret Thatcher mescla a atuação do Estado com ideais Neoliberais e assim descentraliza funções do Estado para Iniciativas Privadas, bem como para o Terceiro Setor, diminui a atuação sindical e concentra forte atuação apenas nos interesses dos segmentos mais necessitados da população. Nos Estados Unidos as implementações seguiram o percurso de descentralização do aparelho do Estado para iniciativas privadas. Advindo da Expressão “Reinventando o Governo” (David Osborne e Gaebler) o Gerencialismo, é um produto do management. A cultura do management atingiu também diversos setores como: arte, ciência, etc.
 A política Gerencial de Gestão consistia na reprodução de técnicas administrativas do setor privado, privatização e terceirização de serviços públicos e delegação de responsabilidades públicas para a comunidade. Apesar disso, nesse modelo não há valorização correta de políticas públicas e sociais causando um déficit democrático que impede o envolvimento da sociedade no projeto de construção social, além de que no Reino Unido, não se notou alterações significativas nos gastos públicos para esse novo regime.
 Das etapas políticas da Administração Gerencial: Neoliberalismo, Neoconservadorismo, Terceira Via e Administração Progressista.
Capítulo II- Parte 5
PATRIMONIALISMO, AUTORITARISMO E TECNOCRACIA
 No período colonial, o estado brasileiro estava centrado na figura do rei e de seus conselheiros, as esferas locais com pouca autonomia e o privilégio à arrecadação de tributos tiraram o foco da gestão com base no interesse público. A partir da República Populista coexistiu-se a gestão patrimonialista e a burocrática. A história da administração pública brasileira fora marcada por um Estado autoritário que promoveu o aumento da desigualdade e dos gastos públicos, tornando-se evidente nos anos 60 (“milagre econômico”). Tal se seguiu até a majoração da gestão burocrática (período anterior a 1970) que, novamente, não promove a participação dos cidadãos nas decisões de interesse público.
 Luiz Carlos Bresser-Pereira defende que com a eleição de Fernando Henrique Cardoso dá-se início ao fim da gestão nacional-desenvolvimentista e início da Gestão Pública Gerencial e começa a apregoar a internacionalização do mercado (1994). Este período também é marcado pelas alterações, por emenda, da Constituição de 1988 promovendo-se flexibilização da estabilidade nos cargos públicos por insuficiência de desempenho ou por excesso de quadros, cabendo ao indivíduo, ampla defesa. Corte de custos com o serviço público foram feitos, assim como a promoção de teto de remuneração para os servidores.
 Pesquisas apontam que apesar da implantação de um sistema mais meritocrático não houve avanços com relação ao comprometimento esperado com o serviço público por parte dos novos servidores. O sistema de Administração Pública Gerencial apenas favoreceu que tal sistema “ de méritos” se perpetuasse e além disso incentivou o neopatrimonialismo nas relações públicas e o monopólio de tais serviços continuou nas mãos de uma elite. A gestão participativa “incentivada” pela Gestão Gerencial acaba acontecendo, mas de forma monitorada pelos burocratas públicos.
MODELO DE GESTÃO SOCIETAL
 Em 1980 emergiu a vertente Societal de reforma e gestão do Estado. Tarso Genro defende, naquelecontexto, a criação de espaços público e deliberativos de negociação. A vertente Societal defende o ideal desenvolvimentista que se fundamenta na participação cidadã no encontro de soluções à escassez de recursos. Além disso, reconhece que o desenvolvimento econômico não resolve o problema político e sim uma administração bem direcionada. Ademais a gestão Societal estabelecerá qual será o papel do cidadão e qual, do burocrata em cada situação retirando a centralidade do Estado nas decisões públicas.
 A democracia participativa pode ser definida como um sistema piramidal, a democracia direta estaria na base e democracia por delegação em outros níveis, aonde haveria a nomeação de delegados na própria vizinhança de cada cidadão, tal esquema se perpetuaria criando-se conselhos regionais, locais e nacionais. Enfim o processo mais enfático seria o dialógico, onde os cidadãos ocupariam espaços distintos do Estado e discutiriam os problemaS vigentes. Algumas experiências que possuem tal perfil já estão em curso como: os fóruns temáticos, conselhos gestores de políticas públicas e orçamento participativo. Tais mudanças na gestão pública implica um rearranjo das políticas e aparatos estatais.
 Concluindo, para Ana Paula Paes de Paula, os administradores que atuam no setor público devem ser treinados de forma a alcançarem as qualidades necessárias na gerência dos bens públicos e atuando como aproximadores do cidadão com a administração pública. Tal sinergia seria empregada com um aparelho de estado estável e que ao mesmo tempo, permitisse a dinâmica do movimento social. O grande conflito que impera na administração é a impossibilidade, até o momento atual, de harmonizar em si a dimensão política com a administrativa, ficando a cargo da vertente Societal a dimensão sócio-política e a cargo da vertente gerencial a dimensão institucional-administrativa.

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