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UFPB - UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA DISCIPLINA: CONDICIONAMENTO DE AR VENTILAÇÃO E REFRIGERAÇÃO ORIENTADOR: Dr. Carlos Antônio Cabral dos Santos _____________________________________________________________________ PROJETO DE DIMENSIONAMENTO E AUDITORIA DO SISTEMA DE AR CONDICIONADO PARA O BLOCO C DA CENTRAL DE AULAS EQUIPE: Dauberson da Nóbrega Batista Azevêdo – Mat: 10921200 André Rodrigues da Silva – Mat: 10821311 João Pessoa-PB, 03 de junho de 2016. Dauberson da Nóbrega Batista Azevêdo André Rodrigues da Silva PROJETO DE DIMENSIONAMENTO E AUDITORIA DO SISTEMA DE AR CONDICIONADO PARA O BLOCO C DA CENTRAL DE AULAS Trabalho referente a disciplina de Condicionamento de Ar, Ventilação e Refrigeração, da Universidade federal da Paraíba. Professor Orientador: Carlos Antônio Cabral dos Santos Resumo O presente trabalho refere-se a auditoria sobre as condições de conforto térmico e capacidade de refrigeração instalada nas edificações do bloco C da central de aulas. O cálculo da carga térmica foi efetuado pela NBR 6401, e norma completar 16401. Palavras-chave: Refrigeração; Cálculo da carga térmica; conforto térmico, NBR 6401. SUMÁRIO 1. Introdução ............................................................................................................................ 5 2. Definições do projeto e objetivos ..................................................................................... 6 3. Roteiro do Projeto ............................................................................................................... 7 4. Concepção Inicial do Projeto ............................................................................................ 8 5. Definição das instalações e cálculo da carga térmica ................................................ 10 5.1 Insolação através de vidros .................................................................................... 11 5.2 Insolação e transmissão de calor através de paredes externas e telhado ..... 15 5.3 Carga interna de iluminação ................................................................................... 19 5.4 Calor sensível liberado pelos ocupantes .............................................................. 21 5.5 Calor sensível de equipamentos ............................................................................ 21 5.6 Carga devida ao ar externo de ventilação (sensível e latente) ......................... 22 6. Carga térmica total ............................................................................................................... 24 7. Seleção de equipamentos .................................................................................................. 25 8. Discussão sobre a situação instalada .............................................................................. 25 9. Conclusão ............................................................................................................................. 27 10.Referências Bibliográficas ................................................................................................. 28 5 1. Introdução Em virtude da situação incômoda, relativa as condições ambientes, enfrentada pelos membros desta academia que realizam atividades nas edificações do bloco C da Central de aulas, o professor Doutor Carlos Antônio Cabral dos Santos propôs aos alunos da disciplina de condicionamento de ar, ventilação e refrigeração que calculassem a carga térmica das edificações, levando em conta toda a potência térmica a ser retirada, incluindo o calor dissipado pelos equipamentos instalados, pessoas, a respectiva carga térmica de insolação, e a carga de renovação de ar, instituída pela NBR 16401. Ao dimensionarmos o sistema de condicionamento de ar para o ambiente em questão, temos que ter em mente, que estamos fazendo um projeto voltado para áreas em que, durante todo o dia, tem grande fluxo e permanência de pessoas. No caso de salas de aula, e atividades de escritório, o desempenho está relacionado com as condições de conforto dos ocupantes, por isso devemos prezar por essas condições favoráveis. Para realizarmos a comparação da situação real, com a informação conhecida (potência do equipamento de refrigeração já instalado, dados conhecidos de carga térmica calculados e arquivados anteriormente), é preciso conhecer as características individuais de cada célula do bloco em estudo. A carga térmica é a quantidade de calor sensível e latente, que deve ser retirada (resfriamento) ou colocada (aquecimento) no recinto a fim de proporcionar A condição de conforto desejada, Manter as condições ambientes adequadas para a conservação de um produto Realização de um processo de fabricação. Conhecer a carga térmica é básico para: Dimensionar a instalação; Selecionar equipamentos; Avaliar o funcionamento de equipamentos Avaliar as alterações necessárias ao sistema, que beneficiem os ambientes. 6 2. Definições do projeto e objetivos A finalidade deste projeto é calcular a carga térmica aproximada, através da NBR 6401, suas normas complementares, e bibliografias relacionadas. Após isso, será possível selecionar equipamentos capazes de prover o conforto térmico, e comparar os dados encontrados com a capacidade já instalada, caso haja. Será considerado que os recintos adjacentes ao bloco CAC, não afetam significativamente a transferência de calor ao ambiente externo, nem que limitam a radiação solar incidente sobre o mesmo. Além disso, com exceção das paredes da secretaria, que são de vidro, todas as paredes do bloco são uma composição entre argamassa, concreto, tijolos de argila maciço, e camadas de tinta, pintadas exteriormente com látex vermelho telha. O bloco C é composto por 2 auditórios, a sala de gerencia, o laboratório de inclusão digital (LID), a secretaria do PNAIC, PNAIC, um laboratório de informática (em fase de instalação), e uma sala de aula. A disposição das edificações pode ser observada na figura 1. Na figura 2 pode ser observada a vista aérea com a orientação do bloco. Figura 1 – Planta baixa CA-C Figura 2 – Vista aérea e orientação do bloco Fonte: Gloogle Maps 7 Tabela 1 – Áreas das laterais Tabela 2 – Ocupação de pessoas 3. Roteiro do Projeto De acordo com a norma NBR 6401 – Instalações Centrais de Ar condicionado para conforto – Parâmetros básicos de projeto, temos que o dimensionamento de uma instalação de ar-condicionado é dividido nas seguintes etapas: Concepção inicial da instalação; Definição das instalações; Identificação e solução de interface; Projeto de detalhamento; Projeto legal; Detalhamento de obra e desenhos "conforme constituído". Neste projeto iremos focar somente os três primeiros tópicos. De posse de todos os dados, é possível calcular a carga térmica do ambiente. A partir da carga térmica calculada, temos a potência necessária a ser instalada. Cruzando esses dados com condições financeiras, torna-se possível a escolha dos equipamentos de ar-condicionado para se obter o conforto térmico. Após 8 a escolha do equipamento de condicionamento de ar, é determinadoo tipo de filtro e possíveis dutos. Por fim, alocar a instalação do equipamento de modo a maximizar sua eficiência, e manter as condições de operação do recinto. 4. Concepção Inicial do Projeto De acordo com o levantamento de dados do local, programa de necessidades, estudo de viabilidades, e estudo preliminar (via NBR 13531). Foram coletados os dados e parâmetros que são utilizados para o cálculo da Carga Térmica: Localização: João Pessoa (latitude de 7°9'28" sul e longitude: 34°47'30" oeste) e altitude média de 37 metros em relação ao nível do mar; Pressão atmosférica: 1 atm; Características do ambiente: TBS: 32°C, TBU: 26°C (No verão, segundo a NBR 6401); umidade relativa de 77% (No inverno, segundo a NBR 6401); Características dos recintos adjacentes: 1. Consideraremos como sendo troca de calor com ambiente externo quando as paredes forem opostas e não compartilhadas; 2. Consideraremos que não há fluxo de calor quando as paredes forem opostas, compartilhadas e ambos os ambientes estiverem a temperatura de conforto térmico desejada no projeto. Composição e espessura de paredes internas e externas: 1. Com exceção das paredes ENE do LID, e OSO da PNAIC, que dividem paredes vítreas com a secretaria, as demais são uma composição entre argamassa, concreto, tijolos de argila maciço, e camadas de tinta, pintadas exteriormente com látex vermelho telha. 2. Embora as janelas possuam bordas de madeira, serão consideradas como vidros completos, e a porção relativa as bordas, será corrigida e contabilizada pela aproximação do fator de sombreamento. Iluminação: Tipo fluorescente: Dimensões do recinto: Citadas na figura 1 e tabela 1. Portas e janelas: Função da dimensão do recinto 9 Equipamentos e suas potências: Tabela 3 – Equipamentos instalados Pessoas e permanência: Citadas na tabela 2. São uma função da natureza da atividade desenvolvida Dimensionamento: Função da carga térmica. Tipo de atividade: Pela NBR 6401, é possível classificar todas as atividades desenvolvidas com auxílio da tabela de calor liberado por pessoas, mostrada na figura 3, e descobrir a quantidade de calor liberado para cada função. Vale ressaltar, que a unidade da tabela usada na norma é kcal/h. Temperatura indicada para sala de aula: 23 a 25ºC. (NBR 16401); Umidade indicada para sala de aula: 40 a 60ºC. Ar de renovação: 5l/s ou 18m³/h para cada pessoa, de acordo com NBR16401 – 2008. Figura 3 – Tabela 12 NBR 6401, metabolismo de pessoas 10 Tabela 4: Descrição de cada ambiente 5. Definição das instalações e cálculo da carga térmica A partir da concepção inicial do projeto, podemos começar a mensurar as participações que cada fonte geradora de calor possui em relação a carga térmica total do sistema. O cálculo da carga térmica, expressa em Watts, deve incluir: Insolação através de vidros; Transmissão de calor Através de vidros externos; Insolação e transmissão de calor através de paredes externas; Insolação e transmissão através do telhado; Transmissão de calor através de paredes internas, vidros internos e assoalhos; Carga interna de iluminação; Calor sensível liberado pelos ocupantes; Calor sensível de equipamentos; Calor latente interno gerado por ocupantes e outras fontes latentes (pratos de comida, cafeteiras); Carga sensível do ar exterior suposta no recinto(infiltrações); Carga térmica latente do ar exterior incidente suposta no recinto(infiltrações); Carga térmica devida a renovação de ar; Outros ganhos de calor sensível, por ganhos de calor nos dutos, vazamento de ar nos dutos, calor do ventilador, etc. 11 5.1 Insolação através de vidros As paredes sudeste e noroeste, janelas que tomam porções consideráveis das suas proporções totais. Assim a carga térmica devida a essa insolação será de: 𝑞 = 𝐴[𝐹𝑆𝑡. 𝐼 + 𝑈(𝑇𝑒 − 𝑇𝑖)] Onde: 𝑞 = 𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑡é𝑟𝑚𝑖𝑐𝑎 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 ; 𝐴 = á𝑟𝑒𝑎 𝑑𝑎 𝑗𝑎𝑛𝑒𝑙𝑎; 𝐼 = 𝑟𝑎𝑑𝑖𝑎çã𝑜 𝑠𝑜𝑙𝑎𝑟 𝑖𝑛𝑐𝑖𝑑𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑈 = 𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠𝑚𝑖𝑡â𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑡é𝑟𝑚𝑖𝑐𝑎 𝑑𝑎 𝑗𝑎𝑛𝑒𝑙𝑎; (𝑇𝑒 − 𝑇𝑖) = 𝑔𝑟𝑎𝑑𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑒𝑟𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎𝑠 𝐹𝑆𝑡 = 𝐹𝑎𝑡𝑜𝑟 𝑠𝑜𝑙𝑎𝑟 𝑑𝑒 𝑒𝑙𝑒𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑠 𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠𝑝𝑎𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 O fator de solar para superfícies transparentes pode ser encontrado na mesma norma e é definido pela equação: 𝐹𝑆𝑡 = 𝑈𝛼𝑅𝑠𝑒 + 𝜏 Onde: 𝛼 → 𝑎𝑏𝑠𝑜𝑟𝑡â𝑛𝑐𝑖𝑎, 𝜏 → 𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠𝑚𝑖𝑠𝑠𝑖𝑣𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑅𝑠𝑒 → 𝑅𝑒𝑠𝑖𝑠𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑠𝑢𝑝𝑒𝑟𝑓𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 𝑒𝑥𝑡𝑒𝑟𝑛𝑎 Portanto é possível escrever a carga térmica devido a radiação da seguinte maneira: 𝑞 = 𝐴. 𝐹𝑆𝑡. 𝐼 = 𝐴. 𝐼(𝑈𝛼𝑅𝑠𝑒 + 𝜏 ) Segundo Stoecker (1985), a expressão I(𝑈𝛼𝑅𝑠𝑒 + 𝜏 ) pode ser substituída pelo fator de ganho de calor por insolação e o coeficiente de sombreamento. Portanto, 𝑞 = 𝐴. 𝐶𝑆. 𝐹𝐶𝐺𝐼𝑚𝑎𝑥 Substituindo a equação encontrada na equação da carga térmica total para superfícies transparentes, obtém-se 𝑞 = 𝐴[𝐶𝑆. 𝐹𝐶𝐺𝐼𝑚𝑎𝑥 + 𝑈(𝑇𝑒 − 𝑇𝑖)] 12 Em seguida, encontra-se os valores de cada um dos parâmetros desta carga térmica. A transmitância da janela de vidro pode ser encontrada a partir da figura 4 (Stoecker,1985). Figura 4 – Resistência Térmica de Janelas de Vidro Fonte: (Stoecker,2005) O fator de sombreamento varia de acordo com o tipo de vidro, espessura e existência de persiana ou cortina. O valor para este fator é de 0,57, identificado na figura 5, assumindo uma condição de vidro simples absorvedor com persiana médio. Segundo Tavares (2009), o fator de ganho de calor por insolação para a cidade de João Pessoa é dado pela figura 6. Além disso, na mesma figura pode ser observado a variação de temperatura para dia típico nesta cidade. Figura 5 – Coeficiente de Sombreamento 13 Figura 6 – Fator de Ganho de Calor por Insolação Fonte: (Tavares,2009) Observando a formula obtida para a carga térmica de superfícies transparentes é possível perceber que alguns fatores são constantes, como o coeficiente de sombreamento, a transmitância, e a diferença da temperatura. Entretanto a incidência varia tanto para o horário analisado como para a direção em que as janelas estão posicionadas, em virtude dessa problemática, foram geradas duas tabelas distintas, uma representando a carga térmica devido a incidência do raio de sol que atravessam o vidro e a outra identificando a carga térmica total em cada sala devido a superfícies opacas. Tabela 5 – Calor em Watts, que atravessa as janelas 14 É preciso observar, que a parede noroeste da gerencia, não tem contato direto com o ambiente habitado, e sim com um deposito que permanece a maior parte do tempo fechado. Foi necessário calcular a parcela relativa a essa parede, já que o deposito poderá apresentar uma temperatura interna maior que a do ambiente externo, sendo necessário, balancear a troca convectiva posteriormente. 15 Tabela 6 – Calor relativo a porção opaca do vidro 5.2 Insolação e transmissão de calor através de paredes externas e telhado O processo de transferência de calor por radiação solar em uma parede opaca pode ser observado pela figura 7. Uma parte da energia radiante é refletida e a restante é absorvida. Desta energia absorvida, uma parte é transmitida por convecção e outra por radiação para o meioexterior e o restante é transmitida para o interior ou absorvida temporariamente. Segundo a norma ABNT NBR 15220, a carga térmica total de superfícies opacas é dada por: 𝑄 = 𝐴[𝐹𝑆𝑜 . 𝐼 + 𝑈(𝑇𝑒 − 𝑇𝑖)] O fator solar para superfícies opacas, 𝐹𝑆𝑜, pode ser encontrado na mesma norma e é definido pela equação 𝐹𝑆𝑡 = 𝑈. 𝛼. 𝑅𝑠𝑒 Figura 7 – Radiação Solar em Superfícies Opacas Fonte: (Stocker,1985) 16 Portanto, 𝑄 = 𝐴[𝑈. 𝛼. 𝑅𝑠𝑒 . 𝐼 + 𝑈(𝑇𝑒 − 𝑇𝑖)] A resistência superficial externa é encontrada na norma ABNT NBR 15220, identificada na figura 8. Figura 8 – Resistência Superficial Interna e Externa A absortância para as paredes considerando que são feitas de tijolos aparentes também é encontrada na mesma norma e é dada por 0,7. Além disso, Segundo Silveira (2012), a absortância de telhas fibrocimento é de aproximadamente 0,2, para condições de pouco acumulo de sujeira nas telhas e coloração do fibrocimento como cinza claro. É muito comum encontrarmos dados de resistência térmica para diferentes materiais. Logo, o coeficiente global de transferência de calor é determinado a partir da inversa da resistência térmica. A figura a baixo mostra a obtenção da resistência térmica e da transmitância para as paredes utilizadas nas salas do CA. Figura 9 – Transmitância das Paredes das Salas Fonte: ABNT NBR 15220– Desempenho Térmico de Edificações Por sua vez, a transmitância para o telhado é representada pela figura abaixo. 17 Figura 10 – Transmitância do Telhado Fonte: ABNT NBR 15220– Desempenho Térmico de Edificações Nas salas são utilizados forros de materiais sintéticos que possuem uma capacidade térmica muito parecida com a da madeira e por esse motivo se permitiu a análise utilizando-a. Semelhante as superfícies transparentes, a carga térmica para superfícies opacas possui alguns fatores constantes, como a área das paredes, a transmitância, e a diferença da temperatura externa e interna. Entretanto, incidência de radiação solar para estas superfícies com orientações distintas é diferente, como também a temperatura externa. Portanto, foi gerado quatro tabelas, duas para a carga térmica da parede e duas para a do telhado. Considerou-se que a respectiva carga térmica das paredes que estavam entre as salas não foi contabilizada, pois, como ambos os ambientes possuem aproximadamente a mesma temperatura a carga térmica é praticamente nula e pode ser desprezada. Abaixo segue as tabelas para a carga térmica de insolação e total para as paredes e telhado do Bloco CAC. Tabela 7 – Parcela de carga térmica relativa a radiação sobre as paredes 18 As áreas dos telhados deveriam ser ajustadas, em função da triangulação causada pela cumeeira, que possui altura de 50 cm, no entanto, foi observado, que a diferença seria irrisória, a não seria necessário a correção da cota. O anexo 9 do Manual do Conforto Térmico, fornece valores do coeficiente de transferência de calor por convecção, em velocidades características. Para a velocidade característica de 19 João Pessoa no Verão, 4,17 m/s, o valor interpolado entre os conhecidos da tabela, foi de 23,73W/m²ºC. Os valores do calor por radiação relativos ao telhado são dados pela expressão: Qtelhado= UA(DTCR) Onde: DTCR = Diferença de temperatura para carga de refrigeração, é dado por: o DTCR = (Text+[(αI)/he]) – Ti Tabela 8 – Parcela de carga térmica relativa a radiação sobre o teto 5.3 Carga interna de iluminação Para identificar a contribuição das lâmpadas fluorescentes para a carga térmica no Bloco CAC, utilizaremos a norma ABNT NBR 6401. A figura 4 identifica a potência dissipada por metro quadrado para diferentes locais. Figura 11 - Taxa de Dissipação de Calor pela Iluminação Fonte: ABNT NBR 6401-1 Instalações de ar-condicionado para conforto Já foi mostrado na tabela 4 os valores de iluminação instalada, e é possível comparar o normatizado e o instalado. É fácil reparar que os valores normatizados 20 são muito superiores ao valor instalado. Para a potência instalada, também contabilizar a potência dissipada pelo reator e balastro. Do Stoecker, temos que: Qlâmpadas = (Pot. das lâmpadas instaladas)*(fµ)*(Fr)*(FCR) Onde: (fµ): fator de utilização de lâmpadas operadas (nº de lâmpadas) (Fr): Fator de reator balastro, que vale 1,2 para nosso sistema. (FCR): fator de carga térmica de refrigeração, que pode ser obtido na figura 12 Figura 12 – Fator de carga térmica de refrigeração Fonte: Refrigeração e ar condicionado – Stoecker Para o caso estudado, o tipo de ligação é Y, e a carga térmica relativa a iluminação, hora a hora, considerando que o horário de funcionamento das edificações começa a partir das 8 da manhã, será: 21 Tabela 9 – Carga térmica dissipada pelas lâmpadas considerando FCR para Y 16h 5.4 Calor sensível liberado pelos ocupantes Já foi mostrado no projeto, que cada edificação tem quantidades de ocupantes distintas, o calor liberado pelos ocupantes, ajustado a quantidade de ocupantes máxima, com proporções entre homens e mulheres normal, de acordo com a norma, convertido de kcal/h para watt, está listado na tabela abaixo: Tabela 10 – Calor liberado para máxima ocupação por ambiente 5.5 Calor sensível de equipamentos A NBR 16401, estipula a potência dissipada por equipamentos para ambientes de escritório. Consultado o anexo C, foi possível montar a tabela 3, e a partir dela a tabela 11. Foi feita a consideração que a energia dissipada por uma televisão de 29” equivaleria a mesma energia dissipada por um computador pessoal, que as impressoras passam a maior parte do tempo em espera, mas em uma situação de trabalho comum, podemos aproximar de 85 w (uma página por minuto – NBR 16401, tabela C4), e o projetor, foi considerado 500 w (Correa; B.W) 22 Tabela 11 – Potencia dissipada em ambiente de trabalho 5.6 Carga devida ao ar externo de ventilação (sensível e latente) De acordo com norma 16401-3, é necessário haver uma renovação de ar. A renovação necessária é calculada pela soma das partes relativa a pessoas, e área ocupada, de acordo com a equação abaixo: 𝑉𝑒𝑓 = 𝑃𝑧 ∗ 𝐹𝑝 + 𝐴𝑧 ∗ 𝐹𝑎 Onde: 𝑉𝑒𝑓: Vazão eficaz de ar exterior, expressão em l/s 𝑃𝑧: É o número máximo de pessoas na zona de ventilação 𝐹𝑝: É a vazão por pessoa, expressa em l/s 𝐴𝑧: É a área útil ocupada por pessoas, expressa em m² 𝐹𝑎: É a vazão por área útil ocupada, expressão em l/(s*m²) Esses dados são encontrados na tabela 1 da NBR 16401-3, mostrada na figura 13: Figura 13: Vazão eficaz mínima de ar exterior para ventilação Fonte: NBR16401-3 23 A partir dos dados acima, podemos construir a tabela 12 com as vazões eficazes relativas a cada ambiente a ser climatizado. Tabela 12 – Vazão eficaz para ar de renovação Calculada a vazão eficaz, é possível conhecer o valor da carga térmica relativa ao ar de renovação, dada pelas equações abaixo: A específica: 𝑄𝑔 = ρar x cp x V x (Te - Ti) E a latente: 𝑄ℎ = ρar x cl x V x (we - wi) Onde: Calor específico do ar (cp): 1,013 Kj/ kg °C; Temperatura externa (Te): 32°C; Temperatura interna (Ti): 24°C; Calor latente de vaporização de água líquida (cl): 2,45 x 10³ kj/kg; Densidade do ar (par): 1,201kg/m³; Umidade específica do ar externo (we): 0,021 kg/kg; Umidade específica interna do recinto (wi): 0,011 kg/kg. Outros ganhos, como os de dutos, e frestasde portas e janelas, foram desconsiderados por representar parcela muito menor na avaliação. Com os resultados, foi possível montar a tabela 13: 24 Tabela 13 – Calor de renovação de ar 6. Carga térmica total Depois de todas as considerações e com os dados obtidos, a soma de todas as cargas é: Tabela 14 – carga térmica total Na tabela 14, aparecem em destaque, estão os valores de pico para os ambientes estudados. Na tabela 15, os valores convertidos para unidades usuais: Tabela 15 – Carga térmica total 25 7. Seleção de equipamentos Embora o valor da carga térmica seja descrita acima, não existem equipamentos com os valores exatos citados, e sim valores comerciais, que somados conseguem suprir essa demanda. Em virtude da maximização da eficiência, é indicado que sejam instalado mais de um equipamento, para que a quantidade de máquinas funcione de acordo com a demanda requisitada do intervalo de tempo. As potencias comerciais mais comuns estão listadas na tabela 16, na primeira coluna. Abaixo de cada edificação a quantidade de aparelhos de uma respectiva potência. Tabela 16 – Seleção de aparelhos 8. Discussão sobre a situação instalada Na tabela 17, é possível ver a relação entre o que foi calculado, o que está instalado, e a situação de conforto dos frequentadores de cada ambiente. Tabela 17 – Comparação entre instalado e calculado 26 Diante o exposto temos: Auditório 1: O calculado é 11,1% maior que o instalado, o que condiz com a situação de calor sentida pelos usuários no horário de pico de carga térmica. Auditório 2: O instalado é 30% maior que o instalado, o que condiz com a situação de frio sentida pelos usuários nos horários de menor carga térmica. Gerencia: O calculado é 37,5% maior que o instalado, o que não condiz com a situação de conforto verdadeira. Isso se dá por os seguintes fatores: o O requisito de renovação de ar por abertura ou fechamento ocasional das portas não é atendido pelos ocupantes. o O número de equipamentos no interior da edificação que estão operantes é menor que o armazenado. o O número de ocupantes declarado é menor do que o real. LID: O calculado é 63,54% maior que o instalado, o que não condiz com a situação de conforto verdadeira. Isso se dá por os seguintes fatores: o O requisito de renovação de ar por abertura ou fechamento ocasional das portas não é atendido pelos ocupantes, o que é evidente, pois o acesso a sala é por meio da secretaria. o O número de equipamentos no interior da edificação que estão operantes é menor que o armazenado. o A máxima ocupação, e operação dos equipamentos nunca é atingida, e se é, acontece em horários em que a carga térmica de insolação não é a máxima nos vidros. o O fato da secretaria ter um equipamento muito maior que o necessário, e a mesma ter uma parede de vidro conjugada com o LID, favorece a troca térmica, permitindo melhoria na situação de conforto. Secretaria: O instalado é 25% maior que o instalado, o que condiz com a situação de frio sentida pelos usuários nos horários de menor carga térmica. PNAIC: O calculado é 33,33% maior que o instalado, o que não condiz com a situação de conforto verdadeira. Isso se dá por os seguintes fatores: o O requisito de renovação de ar por abertura ou fechamento ocasional das portas não é atendido pelos ocupantes, o que é evidente, pois o acesso a sala é por meio da secretaria. 27 o O número de equipamentos no interior da edificação que estão operantes é menor que o armazenado. o A máxima ocupação, e operação dos equipamentos nunca é atingida, e se é, acontece em horários em que a carga térmica de insolação não é a máxima nos vidros. o O fato da secretaria ter um equipamento muito maior que o necessário, e a mesma ter uma parede de vidro conjugada com o PNAIC, favorece a troca térmica, permitindo melhoria na situação de conforto. Laboratório de informática: O calculado é 40% maior que o instalado, mas é impossível dar um parecer sobre a situação de conforto, pois o mesmo está em fase de implantação. Sala de aula: O calculado é 25% maior que o instalado, o que condiz com a situação de calor sentida pelos usuários no horário de pico de carga térmica. 9. Conclusão O objetivo disciplinar foi atingido, pois o cálculo da carga térmica de cada ambiente do Bloco CAC, foi satisfatoriamente determinado. As contribuições internas, como pessoas, equipamentos e iluminação, e as contribuições externas, paredes, janelas e telhado, foram identificadas. O valor máximo de carga térmica acontece no horário entre 9h as 11h, sendo que o maior contribuindo para isso, foi a carga térmica de insolação sobre as janelas, em seguida a carga de renovação de ar, não contabilizada em projetos anteriores, o que pode ter levado a divergências entre os resultados obtidos, e a realidade. Com base no que foi calculado, selecionamos os equipamentos necessários para promover a qualidade do ar e o conforto térmico adequado. É importante notar que a carga térmica e algumas salas foi excessivamente alta devido ao posicionamento das janelas e ao material utilizado para a construção do Bloco CAC. Muitas das janelas estavam voltadas para a posição de maior incidência durante a manhã, elevando significativamente a carga térmica para a climatização dos ambientes. Além disso, a pintura das paredes para uma colocação mais clara poderia reduzir significativamente a absortância da parede e consequentemente da carga térmica através das superfícies opacas. 28 10. Referências Bibliográficas [1] STOECKER, W, F. JONES, W, J. Refrigeração e ar condicionado. Editora McGraw- Hill do Brasil. Edição de 1985. [2] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TECNICAS (ABNT). NBR 6401 NB 10 - Instalações centrais de ar condicionado para conforto - Parâmetros básicos de projeto. [3] Carga Térmica em Climatização. ftp://ftp.demec.ufpr.br/disciplinas/TM182/CLIMATIZACAO/apostila/5_CARGA%20TE RMICA%20EM%20CLIMATIZACAO.pdf. Acesso em 13 de junho de 2015. [4] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TECNICAS (ABNT). NBR 16401-1 - Instalações de ar condicionado, Sistemas centrais e unitários, parte 1: Projeto de instalações [5] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TECNICAS (ABNT). NBR 16401-3 - Instalações de ar condicionado, Sistemas centrais e unitários, parte 3: Qualidade do ar interior [6] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TECNICAS (ABNT). NBR 13531 – Elaboração de Projetos de Edificação – Atividades técnicas [7] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TECNICAS (ABNT). NBR 15220 – Desempenho térmico de Edificações, Parte 1: Definições, símbolos, unidades [8] TAVARES, C. Proposta de regulamento de desempenho termo energético de edificações para a cidade de João Pessoa – PB. Dissertação de mestrado; UFPB, 2009. [9] Corrêa, B.W. ANÁLISE DA VIABILIDADE TÉCNICA DE INSTALAÇÃO DE UM SISTEMA DE CONDICIONAMENTO DE AR COM VARIAÇÃO DE FLUXO DE REFRIGERANTE (VRF/VRV) PARA UMA UNIDADE DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO NA CIDADE DE MACAÉ , disponível em: http://monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10007256.pdf, acessado em 20 de junho de 2016. [10] FROTA, A. B, SCHIFFER, S. R. Manual do Conforto Térmico. Studio Nobel, 5ª edição.
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