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Uma História do Brasil - Skidmore

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Uma História do Brasil 
(Thomas Skidmdore)
Temas-chave que dominam a história colonial brasileira e ajudam a explicar o Brasil de hoje:
Origens portuguesas
Contato e choque com povos indígenas
Importação de escravos africanos
Consolidação e expansão do território sob domínio português
Economia baseada em exportações
Consciência cultural e política brasileira independente.
Como foi possível aos portugueses?
A intenção era contornar o cabo da Boa Esperança e seguir rumo às Índias pelo Oceano Índico, mas a nau líder desviou-se do curso, chegando à costa da Bahia em 23 de abril de 1500.
O feito de Cabral: contínuo sucesso dos portugueses na exploração ultramarina.
Fatores que possibilitaram o sucesso de Cabral:
Consolidação precoce da monarquia;
A importância do comércio para a época
Liderança em tecnologia náutica
Posição geográfica
Crença na missão religiosa de converter os gentios
Sede coletiva frente ao novo e ao exótico
A garantia das fronteiras	
1493: Tratado de Tordesilhas – Papa Alexandre VI divide o mundo entre as Coroas espanhola e portuguesa.
1504: Os franceses recusaram-se a honrar as bulas papais e começaram sua própria exploração.
1550: controlaram a área do Rio de Janeiro, para ser a base do que eles viam como a “França Antártica”. 
1565: Foram expulsos. Ano da fundação oficial do Rio de Janeiro pelos portugueses.
Os espanhóis se revelaram uma ameaça. Apenas em 1828 as fronteiras entre o Brasil e a América espanhola foram definidas, quando o Uruguai se tornou independente.
A exploração do interior ficou entregue aos “bandeirantes”.
Foram auxiliados pelos “jesuítas”, como agentes culturais que estabeleceram uma forma padrão de tupi.
Como os portugueses administravam a colônia
Inicialmente como feitorias
1530: a Coroa portuguesa recorreu a um sistema semifeudal de doações de terras hereditárias, doadas a nobres ricos que obteriam lucros pessoais ao mesmo tempo em que serviriam à Coroa.
1550: a Coroa portuguesa criou o posto de governador-geral. O governador TOMÉ DE SOUZA fundou a cidade de Salvador, que foi capital da colônia por mais de dois séculos.
1580 – 1640: União dos Reinos. Marca o começo do governo. A Coroa espanhola, por falta de um herdeiro em Portugal, tomou formalmente a portuguesa.
Holandeses, aproveitam que a Coroa espanhola se preocupava mais com outras possessões e invadem o litoral do nordeste brasileiro em 1624. (Maurício de Nassau)
Resistência dos brasileiros frente à dominação holandesa: nascimento do nacionalismo brasileiro. Uma coalização de brasileiros expulsou os holandeses do litoral.
Séc. XVII: expansão do controle territorial pelos portugueses, através da autoridade a localidades criadas.
A exceção a essa expansão foi a criação do cargo de juiz de fora, para reduzir o poder de proprietários de terras e criação do estado do Maranhão, que deveria responder diretamente a Lisboa, fruto da necessidade portuguesa de controlar o norte após a expulsão dos Holandeses.
Início da década de 1690: foi descoberto ouro em Minas Gerais e Mato Grosso.
1709: criação da nova capitania de São Paulo e Minas de Ouro.
1721: criação da capitania separada de Minas.
1763: transferência da capital de Salvador para o Rio de Janeiro para manter o controle administrativo próximo da área de mineração.
Os povos do Brasil
1500: Os índios não contavam com a complexidade dos povos nativos da Mesoamérica e do Andes, que tinha facilitado aos espanhóis a criação de uma economia provida de mão-de-obra indígena forçada.
Os índios brasileiros eram caçadores e coletores, não formavam exército e não estavam inclinados a lutar.
A população de índios reduziu com a chegada de portugueses.
Doenças epidêmicas e o tratamento brutal por parte dos portugueses foram as principais causas da redução da população de índios.
O grupo linguístico que mais se destacou foi o tupi-guarani e veio a ser falada em todo o Brasil, sendo conhecida como “Língua Geral”
Os índios no Brasil foram uma revelação para os portugueses. A carta de Pero Vaz de Caminha descrevia-os como “resistentes, saudáveis e inocentes”. Hans Staden, descreveu-os como bárbaros, selvagens e antropófagos.
Os colonos que viviam no Brasil tinham uma atitude arrogante em relação aos índios. 
Influência das culturas indígenas no Brasil Moderno estão na linguagem, na dieta e na medicina.
No final do século XVIII a mão-de-obra indígena já era escassa na sociedade açucareira do litoral do nordeste.
Gilberto Freyre argumenta que os portugueses eram menos preconceituosos do que outros europeus em relação aos africanos, em parte por causa da longa exposição de Portugal aos de pele escura.
Década de 1530: com a mão-de-obra indígena minguando, os portugueses se voltaram para a obtenção de escravos africanos. Os africanos capturados vinham de diversas regiões, trazendo muitas diferentes tradições africanas.
O Brasil recebeu mais africanos no total do que qualquer outra região nas Américas.
Os sistemas de trabalho escravo no Novo Mundo usavam de coerção para manter a submissão. 
No Brasil, havia diferenças entre escravos do campo e escravos domésticos em uma mesma fazenda, com os últimos tinham mais liberdade de movimento e mais privilégios.
Os africanos, como os índios antes deles, resistiam a seus senhores de diversas maneiras, quebrando equipamentos e fugindo para o interior. Os colonos contratavam caçadores para perseguir escravos fugitivos, ordenavam punições públicas para aterrorizar os escravos.
A escravidão era vista como essencial ao futuro do Brasil.
A economia e a sociedade coloniais
O pau-brasil foi a primeira principal exportação dos colonos do Brasil, acompanhado por papagaios e peles de animais.
A década de 1530 deu origem às capitanias e a doações de terras menores (sesmarias). O principal plantio era a cana-de-açúcar.
A fazenda típica orientada para a exportação na era colonial era em grande medida autossuficiente e marcada por um eixo de poder entre a casa-grande do fazendeiro e a senzala. (Poder patriarcal, casamento, escravo e índios).
Economia colonial brasileira: monocultura agrícola extensiva e baseada em trabalho escravo (plantation), concentrada primeiramente no Nordeste.
Outra atividade econômica era a criação de gado, particularmente no interior do Nordeste.
No início da década de 1690 marca o início da descoberta do ouro em MG, MT, GO e sul da Bahia.
Em algumas décadas o Brasil tornou-se o maior produtor mundial de ouro e na década de 1720 começou a produzir diamantes.
Florescimento de uma rica cultura no Centro-Sul do Brasil, com a construção de igrejas com estilo barroco brasileiro. 
O que o boom da mineração não fez foi mudar o padrão básico do desenvolvimento econômico do Brasil colonial. As riquezas foram para Portugal, onde resgataram um reino em declínio e manteve o estilo de vida da corte real e das ordens religiosas.
A estrutura social no Novo Mundo português
No topo da hierarquia estavam os homens brancos de ascendência portuguesa, importantes proprietários de terras. Suas esposas e filhas brancas estavam subordinadas a seus maridos ou pais. – HIERARQUIA MACHISTA
Um decreto dava poder ao marido para, no caso de descoberta (ou suspeita) de adultério, matar sua esposa e o adúltero. 
Filhas não casadas em geral eram enviadas a algum convento por toda vida. 
As mulheres das classes superiores raramente se aventuram a sair de casa.
A falta de mulheres brancas casáveis dava aos homens brancos a desculpa para tomar uma índia, africana ou mestiça como parceira, comportamento este reprovado com veemência pelos jesuítas. 
HIERARQUIA SOCIAL:
Grandes proprietários de terras
Proprietários menores e pequenos fazendeiros de origem portuguesa
Portugueses sem-terra, artesãos e soldados
Homens livres (degredados)
Escravos – índios.
Uma característica dessa época é o desprezo pelo trabalho manual. 
Miscigenação: biológica e cultural
Emergência de mestiços produzindo mamelucos ou caboclos e mulatos.
O mestiço era reconhecido como intermediário entrebrancos e não-brancos, ao contrário dos EUA que reconhecia apenas brancos e não-brancos.
A legislação colonial discriminava nitidamente os mulatos.
A distinção entre branco e não-branco continuou na era moderna, operando tanto como um meio de aproximação quanto de dominação. 
A miscigenação não envolve apenas mistura física, mas também cultural.
A natureza do Estado e da Igreja coloniais
O Estado colonial no Brasil assemelhava-se aos seus equivalentes na América espanhola.
O governo real no Brasil era o oposto de uma sociedade civil baseada na iniciativa local.
Os membros da nobreza, procuravam enriquecer seus cofres pessoais e sua posição social.
Com os desdobramentos da sociedade colonial esses portugueses começaram a enfrentar uma crescente elite crioula (mazomba) - brancos de descendência portuguesa nascida no Brasil – que começavam a ver seus interesses diferindo dos da Coroa
Para essa elite, os laços familiares eram cruciais na obtenção de favores do poder do Estado. 
A Coroa via com frequência suas ordens canceladas ou ignoradas, devido ao tamanho da colônia. 
Os jesuítas passam a chegar, a partir de 1552, e monopolizam a educação e criam diversas missões indígenas.
Os jesuítas foram alvos das críticas dos colonos e da Coroa, por causa de sua independência, seus segredos e sua crescente riqueza.
A ira da Coroa no século XVIII inflamava-se principalmente nas áreas de mineração, porque os religiosos eram apanhados desviando enormes somas para financiar elaboradas estruturas de igrejas.
Os primórdios de uma cultura luso-brasileira.
A igreja Católica e as ordens religiosas impuseram sua língua e cultura sobre uma porção considerável do Brasil. Depois de 1750, intensificaram-se os esforços para substituir as línguas indígenas pelo português.
A igreja, junto com a elite, acreditava que a educação em massa não era possível nem desejável. Nem a elite tinha grandes oportunidades.
A alternativa de filhos da elite brasileira era estudar fora do Brasil, na Universidade de Coimbra. Os mais afortunados iam para a França.
Ao início do século XVIII, a elite colonial inicia a produção de sua própria literatura, mesmo sem dispor de uma prensa tipográfica.
A essa tradição literária soma-se os primórdios de uma cultura popular. O folclore, a música, as danças populares proporcionaram a base para a rica tradição da música e das danças populares no Brasil moderno.
“O Brasil Colonial teve êxito, a despeito de si mesmo, em absorver elementos-chave das culturas indígena e africana. Uma sociedade híbrida como uma cultura híbrida, o Brasil de 1750 permanecia um produto reconhecidamente português”
O Brasil havia se tornado mais rico e mais importante que Portugal. “A Colônia se torna reino e o reino se torna Colônia”. A elite brasileira começa a questionar sua subordinação a Lisboa.
II. CRISE DO SISTEMA COLONIAL E EMERGÊNCIA DE UM BRASIL INDEPENDENTE: 1750 – 1830
A elite do Brasil colonial passou a ver cada vez mais seus interesses separados dos do reino de Portugal.
A necessidade de Portugal de se apropriar do produto do sucesso econômico do Brasil e as conspirações contra a autoridade portuguesa na colônia
Subenredos inesperados: a decisão de transferir a sede da Coroa para o Brasil e o estabelecimento de um membro da família real como monarca de um Brasil independente.
1750: Tratado de Madri. A Espanha concorda em reconhecer a reivindicação portuguesa sobre todas as áreas que efetivamente ocupava.
O Brasil deixa de ser colônia em 1822 (Revolução Francesa, Império de Napoleão)
A ECONOMIA E A POLÍTICA DO BRASIL PÓS-1750
Nos primeiros anos do séc. XVIII as perspectivas da economia portuguesa pareciam promissoras.
O ouro e os diamantes brasileiros eram necessários simplesmente para manter estável a economia interna.
Em 1750 o controle de todas as políticas da Coroa passou para o marquês de Pombal, que se tornou de fato o primeiro-ministro português de 1750 a 1777, com a ambição de trazer o “despotismo esclarecido” a Portugal como meio de restaurar sua saúde econômica.
3 fatores aumentavam a dificuldade da tarefa:
1755: terremoto em Lisboa.
1760-1770: gastos militares nas guerras com a Espanha em torno das regiões fronteiriças do sul do Brasil
A gradual exaustão das minas brasileiras.
O Marquês de Pombal acreditava na necessidade da industrialização de Portugal e que a função econômica das colônias era produzir mercadorias para a exportação para a metrópole.
Pombal tomou duas medidas importantes:
Ordenou uma completa revisão da estrutura administrativa da economia. Submeteu todo o direito e costumes brasileiros à reinterpretação por juristas simpáticos à concepção mercantilista da função econômica da colônia.
Encorajou a criação de três companhias comerciais monopolistas entre 1755 e 1765.
Os resultados das ações de Pombal eram positivos para Portugal. A produção de açúcar foi recuperada, o cultivo de trigo foi introduzido com êxito e as exportações de arroz e índigo (corante azul) aumentaram.
O déficit comercial de Portugal foi reduzido em 70% entre 1751 e 1775 e continuou após a queda de Pombal em 1777.
Em 1800 as exportações da colônia estavam prosperando, especialmente por causa da revolta no Haiti que interrompeu o comércio do açúcar caribenho nosso concorrente
A intervenção de Pombal na política luso-brasileira significava que o Brasil estava perdendo no mais importante desenvolvimento da época: a Revolução Industrial.
Também significativo era o fato de o Brasil estar fornecendo 61% das exportações que garantiam o superávit comercial português. Isso significava que a principal colônia de Portugal o ultrapassara consideravelmente em importância econômica, e que este se tornara economicamente dependente do Brasil. 
Tensões na colônia no final do século XVIII
Em meados do século XVIII, a América portuguesa, sentia a influência das ideias do Iluminismo. 
Uma das principais regiões que mandavam estudantes para Coimbra era a província mineradora de Minas Gerais.
Na década de 1780 questões materiais combinavam-se a ideias iluministas para exacerbar ainda mais os sentimentos antiportugueses.
A Coroa intensificava a pressão para aumentar impostos em face do declínio da produtividade nas minas então esgotadas, gerando dívidas que muitos dos brasileiros de nascimento em Minas não conseguiam pagar.
Alimentava-se a sensação já existente entre a elite brasileira de que ela era agora mais forte economicamente do que Portugal e deveria ser reconhecida como tal.
Conspirações contra portugueses
Inconfidência mineira (1788-1789): um grupo de cidadãos proeminentes de Vila Rica de Ouro Preto planejaram assassinar o governador e proclamar uma república independente.
Os conspiradores eram homens ricos que não desejavam abalar a ordem socioeconômica. Não tentaram recrutar escravos ou homens livres pobres para sua causa, embora seu programa incluísse a libertação de todos os escravos nascidos no Brasil, e a continuação da escravização de homens vindos da África.
O governador soube do plano e ordenou que seus movimentos fossem controlados. O mais dedicado conspirador foi Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, o único não-aristocratas da liderança.
Depois de um julgamento de fachada 06 acusados foram condenados à forca. 5 receberam clemência e foram banidos para Angola. Tiradentes foi o bode expiatório.
Vista como precursora da independência brasileira, a Inconfidência mineira foi significativa por várias razões:
Confirmava que as Revoluções Norte-Americana e Francesa haviam influenciado a elite colonial, apesar dos esforços da Coroa para isolar a colônia.
Mostrava a profundidade do ressentimento de alguns colonos contra a continuidade do controle português.
Salientava sérias diferenças econômicas entre a colônia e Lisboa, especialmente agora em que o Brasil ultrapassava a pátria-mãe em capacidade total de produção.
Deixou claro que a Coroa empregaria a plena força da lei sobre quaisquer inimigos ativos.
Mostrou que as ações oficiais da Coroa portuguesapara aumentar os ganhos com impostos ofereciam circunstâncias extraordinariamente favoráveis para a conspiração e a revolta
A conspiração operara (com exceção de Tiradentes) dentro da elite da sociedade, eles nunca chegaram a considerar a mobilização de grupos fora da elite.
Em 1798 um tipo diferente de conspiração foi tramado na cidade de Salvador. Foi considerada a 1ª. Revolução social do Brasil e foi tramada por artesãos, soldados, meeiros e mestre-escola.
Estes conspiradores eram predominantemente mulatos, os “pobres” do Brasil colonial e exigiam o fim da submissão a Portugal, a abolição da escravatura e a igualdade de todos os cidadãos. Seu governo seria “democrático, livre e independente”.
O embasamento na distinção de cor (no qual mulatos de pele mais clara eram, às vezes, aceitos como brancos) deve ter dado ao menos a alguns mulatos razões de ressentimento contra a ordem política vigente.
A Revolta haitiana (1793) que expulsou os franceses e colocou os negros no poder gerou graves temores entre os que estavam no poder no Brasil. 
Qualquer perda de escravos era prontamente compensada por novas importações da África. E o pesadelo haitiano não se repetiu no continente sul-americano.
A corte portuguesa chega ao Brasil
As tensões entre a elite brasileira e seus senhores em Lisboa chocaram-se com as reverberações da Revolução Francesa e da era napoleônica. Em 1807 os exércitos de Napoleão invadiram a Península Ibérica, derrotando as dinastias dos Habsburgos e dos Bourbons que haviam tentado esmagar a Revolução Francesa e as substituíram por regimes pró-franceses.
Os ingleses, empenhados numa batalha continental com Napoleão, procuraram salvar a Coroa portuguesa, levando-a para o Brasil.
Em novembro de 1807 toda a corte e cortesãos e agregados em 46 navios saíram de Portugal rumo ao Brasil.
A frota chegou a Salvador no litoral nordestino logo a comitiva zarpou para o Rio de Janeiro e ali se estabeleceu.
A criação de uma nova América portuguesa
Ainda na Bahia, o príncipe regente (D. João VI) abriu os portos da colônia aos navios de todas as nações. 
Uma vez no Rio, fundou um pequeno grupo de novas instituições, incluindo a Biblioteca Nacional, o Jardim Botânico, o Banco do Brasil e faculdades médicas na Bahia e no Rio de Janeiro. Instalou também as primeiras tipografias, libertando a colônia de seu longo isolamento cultural.
Embora a invasão lusitana irritasse os brasileiros locais, com a nomeação dos recém-chegados para posições-chave na estrutura do Estado, o próprio príncipe regente era popular e criou no Rio atrações de estilo europeu como uma orquestra um teatro e uma atividade editorial.
O príncipe regente, em 1815, elevou o Estado do Brasil à categoria de “Reino Unido”.
D. João VI, temendo a perda de seu trono, decidiu voltar para Lisboa deixando seu filho, Pedro, a quem nomeara príncipe regente para administrar o Brasil.
D. Pedro se recusa a cooperar e em 9 de janeiro de 1822 proclama: Fico!
A independência do Brasil não se deu sem conflitos, mas os enfrentamentos militares não foram em parte alguns próximos das batalhas travadas pela independência na América espanhola. 
O significado político desse caminho para a independência brasileira:
Rompimento dos laços políticos e administrativos com Portugal.
O Brasil continuava a ser dominado pela elite proprietária de terras.
O Brasil estaria sob a influência econômica da Inglaterra. Os brasileiros assumiram a dívida portuguesa com os britânicos e concordaram em proporcionar aos britânicos condições favoráveis de comércio, com tarifas mais baixas.
Questões que permanecem sem solução: 
Escravidão
Lealdade das províncias em vista da difusão das ideias republicanas
O futuro da elite do novo país.

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