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Índice LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS ESTUDO DO TEXTO: As sequências discursivas e os gêneros textuais no sistema de comunicação e informação - modos de organização da composição textual; atividades de produção escrita e de leitura de textos gerados nas diferentes esferas sociais - públicas e privadas. .................................................................................................03 ESTUDO DAS PRÁTICAS CORPORAIS: A linguagem corporal como integradora social e formadora de identidade - performance corporal e identidades juvenis; possibilidades de vivência crítica e emancipada do lazer; mitos e verdades sobre os corpos masculino e feminino na sociedade atual; exercício físico e saúde; o corpo e a expressão artística e cultural; o corpo no mundo dos símbolos e como produção da cultura; práticas corporais e autonomia; condicionamentos e esforços físicos; o esporte;. a dança; as lutas; os jogos; as brincadeiras. .................. 13 PRODUÇÃO E RECEPÇÃO DE TEXTOS ARTÍSTICOS: Interpretação e representação do mundo para o fortalecimento dos processos de identidade e cidadania – Artes Visuais: estrutura morfológica, sintática, o contexto da obra artística, o contexto da comunidade. Teatro: estrutura morfológica, sintática, o contexto da obra artística, o contexto da comunidade, as fontes de criação. Música: estrutura morfológica, sintática, o contexto da obra artística, o contexto da comunidade, as fontes de criação. Dança: estrutura morfológica, sintática, o contexto da obra artística, o contexto da comunidade, as fontes de criação. Conteúdos estruturantes das linguagens artísticas (Artes Visuais, Dança, Música, Teatro), elaborados a partir de suas estruturas morfológicas e sintáticas; inclusão, diversidade e multiculturalidade: a valorização da pluralidade expressada nas produções estéticas e artísticas das minorias sociais e dos portadores de necessidades especiais educacionais. .......................................................................................................................................................186 • ESTUDO DO TEXTO LITERÁRIO: Relações entre produção literária e processo social, concepções artísticas, procedimentos de construção e recepção de textos - produção literária e processo social; processos de formação literária e de formação nacional; produção de textos literários, sua recepção e a constituição do patrimônio literário nacional; relações entre a dialética cosmopolitismo/localismo e a produção literária nacional; elementos de continuidade e ruptura entre os diversos momentos da literatura brasileira; associações entre concepções artísticas e procedimentos de construção do texto literário em seus gêneros (épico/ narrativo, lírico e dramático) e formas diversas.; articulações entre os recursos expressivos e estruturais do texto literário e o processo social relacionado ao momento de sua produção; representação literária: natureza, função, organização e estrutura do texto literário; relações entre literatura, outras artes e outros saberes. ..................................................................................................................................................................207 ESTUDO DOS ASPECTOS LINGUÍSTICOS EM DIFERENTES TEXTOS: Recursos expressivos da língua, procedimentos de construção e recepção de textos - organização da macroestrutura semântica e a articulação entre idéias e proposições (relações lógicosemânticas). ... 219 ESTUDO DO TEXTO ARGUMENTATIVO, SEUS GÊNEROS E RECURSOS LINGUÍSTICOS: Argumentação: tipo, gêneros e usos em língua portuguesa - formas de apresentação de diferentes pontos de vista; organização e progressão textual; papéis sociais e comunicativos dos interlocutores, relação entre usos e propósitos comunicativos, função sociocomunicativa do gênero, aspectos da dimensão espaçotemporal em que se produz o texto. .................................................................................230 ESTUDO DOS ASPECTOS LINGUÍSTICOS DA LÍNGUA PORTUGUESA: Usos da língua: norma culta e variação linguística - uso dos recursos linguísticos em relação ao contexto em que o texto é constituído: elementos de referência pessoal, temporal, espacial, registro linguístico, grau de formalidade, seleção lexical, tempos e modos verbais; uso dos recursos linguísticos em processo de coesão textual: elementos de articulação das sequências dos textos ou à construção da micro estrutura do texto. .................................................................................................................................................................233 ESTUDO DOS GÊNEROS DIGITAIS: Tecnologia da comunicação e informação: impacto e função social - o texto literário típico da cultura de massa: o suporte textual em gêneros digitais; a caracterização dos interlocutores na comunicação tecnológica; os recursos linguísticos e os gêneros digitais; a função social das novas tecnologias. ........ 320 PROVA COMENTADA 2015 Linguagem, Códigos e suas Tecnologias ....................................................................................................392 ATENÇÃO DÚVIDAS DE MATÉRIA A NOVA APOSTILA oferece aos candidatos um serviço diferenciado - SAC (Serviço de Apoio ao Candidato). O SAC possui o objetivo de auxiliar os candidatos que possuem dúvidas relacionadas ao conteúdo do edital. O candidato que desejar fazer uso do serviço deverá enviar sua dúvida somente através do e-mail: professores@novaconcursos.com.br. Todas as dúvidas serão respondidas pela equipe de professores da Editora Nova, conforme a especialidade da matéria em questão. Para melhor funcionamento do serviço, solicitamos a especificação da apostila (apostila/concurso/ cargo/Estado/matéria/página). Por exemplo: Apostila Professor do Estado de São Paulo / Comum à todos os cargos - Disciplina:. Português - paginas 82,86,90. Havendo dúvidas em diversas matérias, deverá ser encaminhado um e-mail para cada especialidade, podendo demorar em média 10 (dez) dias para retornar. Não retornando nesse prazo, solicitamos o reenvio do mesmo. ERROS DE IMPRESSÃO Alguns erros de edição ou impressão podem ocorrer durante o processo de fabricação deste volume, caso encontre algo, por favor, entre em contato conosco, pelo nosso e-mail, sac@ novaconcursos.com.br. Alertamos aos candidatos que para ingressar na carreira pública é necessário dedicação, portanto a NOVA APOSTILA auxilia no estudo, mas não garante a sua aprovação. Como também não temos vínculos com a organizadora dos concursos, de forma que inscrições, data de provas, lista de aprovados entre outros independe de nossa equipe. Havendo a retificação no edital, por favor, entre em contato pelo nosso e-mail, pois a apostila é elaborada com base no primeiro edital do concurso, teremos o COMPROMISSO de enviar gratuitamente a retificação APENAS por e-mail e também disponibilizaremos em nosso site, www.novaconcursos.com. br/, na opção ERRATAS. Lembramos que nosso maior objetivo é auxiliá-los, portanto nossa equipe está igualmente à disposição para quaisquer dúvidas ou esclarecimentos. CONTATO COM A EDITORA: 2206-7700 / 0800-7722556 nova@novaapostila.com.br /NOVAConcursosOficial NovaApostila @novaconcurso\\ Atenciosamente, LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS MACHADO DE ASSIS Línguagens, Códigos e suas Tecnologias 3 ENEM - LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS INTERPRETAÇÃO TEXTUAL É muito comum a preocupação com a interpretação de textos. Por isso, vão aqui alguns de- talhes que poderão ajudar no momento de respon- der às questões relacionadas a textos. Texto – é um conjunto de ideias organizadas e re- lacionadas entre si, formando um todo significativo capaz deproduzir interação comunicativa (capaci- dade de codificar e decodificar ). Contexto – um texto é constituído por diversas frases. Em cada uma delas, há uma certa informa- ção que a faz ligar-se com a anterior e/ou com a posterior, criando condições para a estruturação do conteúdo a ser transmitido. A essa interligação dá-se o nome de contexto. Nota-se que o relacionamento entre as frases é tão grande que, se uma frase for reti- rada de seu contexto original e analisada separada- mente, poderá ter um significado diferente daquele inicial. Intertexto - comumente, os textos apresentam re- ferências diretas ou indiretas a outros autores através de citações. Esse tipo de recurso denomina-se inter- texto. Interpretação de texto - o primeiro objetivo de uma interpretação de um texto é a identificação de sua ideia principal. A partir daí, localizam-se as ideias secundárias, ou fundamentações, as argumenta- ções, ou explicações, que levem ao esclarecimento das questões apresentadas na prova. Normalmente, numa prova, o candidato é con- vidado a: - Identificar – é reconhecer os elementos funda- mentais de uma argumentação, de um processo, de uma época (neste caso, procuram-se os verbos e os advérbios, os quais definem o tempo). - Comparar – é descobrir as relações de seme- lhança ou de diferenças entre as situações do texto. - Comentar - é relacionar o conteúdo apresenta- do com uma realidade, opinando a respeito. - Resumir – é concentrar as ideias centrais e/ou secundárias em um só parágrafo. - Parafrasear – é reescrever o texto com outras palavras. Condições básicas para interpretar Fazem-se necessários: - Conhecimento histórico–literário (escolas e gê- neros literários, estrutura do texto), leitura e prática; - Conhecimento gramatical, estilístico (qualida- des do texto) e semântico; Observação – na semântica (significado das pa- lavras) incluem--se: homônimos e parônimos, denota- ção e conotação, sinonímia e antonímia, polissemia, figuras de linguagem, entre outros. - Capacidade de observação e de síntese e - Capacidade de raciocínio. Interpretar X compreender Interpretar significa - Explicar, comentar, julgar, tirar conclusões, de- duzir. - Através do texto, infere-se que... - É possível deduzir que... - O autor permite concluir que... - Qual é a intenção do autor ao afirmar que... Compreender significa - intelecção, entendimento, atenção ao que realmente está escrito. - o texto diz que... - é sugerido pelo autor que... - de acordo com o texto, é correta ou errada a afirmação... - o narrador afirma... Erros de interpretação É muito comum, mais do que se imagina, a ocorrência de erros de interpretação. Os mais frequentes são: - Extrapolação (viagem): Ocorre quando se sai do contexto, acrescentado ideias que não estão no texto, quer por conhecimento prévio do tema quer pela imaginação. - Redução: É o oposto da extrapolação. Dá-se atenção apenas a um aspecto, esquecendo que um texto é um conjunto de ideias, o que pode ser insuficiente para o total do entendimento do tema desenvolvido. ·ESTUDO DO TEXTO: AS SEQUÊNCIAS DISCURSIVAS E OS GÊNEROS TEXTUAIS NO SISTEMA DE COMUNICAÇÃO E INFORMAÇÃO Línguagens, Códigos e suas Tecnologias ENEM - LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS 4 - Contradição: Não raro, o texto apresenta ideias contrárias às do candidato, fazendo-o tirar conclu- sões equivocadas e, consequentemente, errando a questão. Observação - Muitos pensam que há a ótica do escritor e a ótica do leitor. Pode ser que existam, mas numa prova de concurso, o que deve ser levado em consideração é o que o autor diz e nada mais. Coesão - é o emprego de mecanismo de sintaxe que relaciona palavras, orações, frases e/ou pará- grafos entre si. Em outras palavras, a coesão dá-se quando, através de um pronome relativo, uma con- junção (NEXOS), ou um pronome oblíquo átono, há uma relação correta entre o que se vai dizer e o que já foi dito. OBSERVAÇÃO – São muitos os erros de coesão no dia-a-dia e, entre eles, está o mau uso do pronome relativo e do pronome oblíquo átono. Este depende da regência do verbo; aquele do seu antecedente. Não se pode esquecer também de que os pronomes relativos têm, cada um, valor semântico, por isso a necessidade de adequação ao antecedente. Os pronomes relativos são muito importantes na interpretação de texto, pois seu uso incorreto traz er- ros de coesão. Assim sendo, deve-se levar em consi- deração que existe um pronome relativo adequado a cada circunstância, a saber: - que (neutro) - relaciona-se com qualquer ante- cedente, mas depende das condições da frase. - qual (neutro) idem ao anterior. - quem (pessoa) - cujo (posse) - antes dele aparece o possuidor e depois o objeto possuído. - como (modo) - onde (lugar) quando (tempo) quanto (montante) Exemplo: Falou tudo QUANTO queria (correto) Falou tudo QUE queria (errado - antes do QUE, deveria aparecer o demonstrativo O ). Dicas para melhorar a interpretação de textos - Ler todo o texto, procurando ter uma visão geral do assunto; - Se encontrar palavras desconhecidas, não inter- rompa a leitura; - Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto pelo menos duas vezes; - Inferir; - Voltar ao texto quantas vezes precisar; - Não permitir que prevaleçam suas ideias sobre as do autor; - Fragmentar o texto (parágrafos, partes) para melhor compreensão; - Verificar, com atenção e cuidado, o enunciado de cada questão; - O autor defende ideias e você deve percebê- -las. Fonte: http://www.tudosobreconcursos.com/materiais/ portugues/como-interpretar-textos QUESTÕES Veja, aí estão eles, a bailar seu diabólico “pas de deux” (*): sentado, ao fundo do restaurante, o cliente paulista acena, assovia, agita os braços num agônico polichinelo; encostado à parede, marmóreo e impassível, o garçom carioca o igno- ra com redobrada atenção. O paulista estrebu- cha: “Amigô?!”, “Chefê?!”, “Parceirô?!”; o garçom boceja, tira um fiapo do ombro, olha pro lustre. Eu disse “cliente paulista”, percebo a redun- dância: o paulista é sempre cliente. Sem querer es- tereotipar, mas já estereotipando: trata-se de um ser cujas interações sociais terminam, 99% das ve- zes, diante da pergunta “débito ou crédito?”.[...] Como pode ele entender que o fato de estar pa- gando não garantirá a atenção do garçom cario- ca? Como pode o ignóbil paulista, nascido e cria- do na crua batalha entre burgueses e proletários, compreender o discreto charme da aristocracia? Sim, meu caro paulista: o garçom carioca é antes de tudo um nobre. Um antigo membro da corte que esconde, por trás da carapinha entediada, do des- caso e da gravata borboleta, saudades do impera- dor. [...] Se deixou de bajular os príncipes e princesas do século 19, passou a servir reis e rainhas do 20: levou gim tônicas para Vinicius e caipirinhas para Sinatra, uísques para Tom e leites para Nelson, recebeu gor- das gorjetas de Orson Welles e autógrafos de Rockfe- ller; ainda hoje fala de futebol com Roberto Carlos e ouve conselhos de João Gilberto. Continua tão nobre quanto sempre foi, seu orgulho permanece intacto. Até que chega esse paulista, esse homem bi- dimensional e sem poesia, de camisa polo, meia soquete e sapatênis, achando que o jacarezinho de sua Lacoste é um crachá universal, capaz de abrir todas as portas. Ah, paulishhhhta otááário, nenhum emblema preencherá o vazio que carre- gas no peito - pensa o garçom, antes de conduzi- -lo à última mesa do restaurante, a caminho do banheiro, e ali esquecê-lo para todo o sempre. Línguagens, Códigos e suas Tecnologias 5 ENEM - LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Veja, veja como ele se debate, como se de- baterá amanhã,depois de amanhã e até a Quarta-Feira de Cinzas, maldizendo a Guana- bara, saudoso das várzeas do Tietê, onde a de- sigualdade é tão mais organizada: “Ô, compa- nheirô, faz meia hora que eu cheguei, dava pra ver um cardápio?!”. Acalme-se, conterrâneo. Acostume-se com sua existência plebeia. O garçom carioca não está aí para servi-lo, você é que foi ao restaurante para homenageá-lo. (Antonio Prata, Cliente paulista, garçom carioca. Folha de S.Paulo, 06.02.2013) (*) Um tipo de coreografia, de dança. QUESTÃO 01 (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VUNESP/2013) O contexto em que se encontra a passagem – Se dei- xou de bajular os príncipes e princesas do século 19, passou a servir reis e rainhas do 20 (3.º parágrafo) – leva a concluir, corretamente, que a menção a (A) príncipes e princesas constitui uma referência em sentido não literal. (B) reis e rainhas constitui uma referência em sen- tido não literal. (C) príncipes, princesas, reis e rainhas constitui uma referência em sentido não literal. (D) príncipes, princesas, reis e rainhas constitui uma referência em sentido literal. (E) reis e rainhas constitui uma referência em sen- tido literal. Texto para a questão 2: DA DISCRIÇÃO Mário Quintana Não te abras com teu amigo Que ele um outro amigo tem. E o amigo do teu amigo Possui amigos também... (http://pensador.uol.com.br/poemas_de_amizade) QUESTÃO 02 (PREFEITURA DE SERTÃOZINHO – AGENTE COMUNI- TÁRIO DE SAÚDE – VUNESP/2012) De acordo com o poema, é correto afirmar que (A) não se deve ter amigos, pois criar laços de amizade é algo ruim. (B) amigo que não guarda segredos não merece respeito. (C) o melhor amigo é aquele que não possui ou- tros amigos. (D) revelar segredos para o amigo pode ser arris- cado. (E) entre amigos, não devem existir segredos. QUESTÃO 03 (GOVERNO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO – SE- CRETARIA DE ESTADO DA JUSTIÇA – AGENTE PENITEN- CIÁRIO – VUNESP/2013) Leia o poema para respon- der à questão. CASAMENTO Há mulheres que dizem: Meu marido, se quiser pescar, pesque, mas que limpe os peixes. Eu não. A qualquer hora da noite me le- vanto, ajudo a escamar, abrir, retalhar e salgar. É tão bom, só a gente sozinhos na cozi- nha, de vez em quando os cotovelos se es- barram, ele fala coisas como “este foi difícil” “prateou no ar dando rabanadas” e faz o gesto com a mão. O silêncio de quando nos vimos a primei- ra vez atravessa a cozinha como um rio profun- do. Por fim, os peixes na travessa, vamos dormir. Coisas prateadas espocam: somos noivo e noiva. (Adélia Prado, Poesia Reunida) A ideia central do poema de Adélia Prado é mos- trar que (A) as mulheres que amam valorizam o cotidiano e não gostam que os maridos frequentem pescarias, pois acham difícil limpar os peixes. (B) o eu lírico do poema pertence ao grupo de mulheres que não gostam de limpar os peixes, em- bora valorizem os esbarrões de cotovelos na cozinha. (C) há mulheres casadas que não gostam de fi- car sozinhas com seus maridos na cozinha, enquanto limpam os peixes. (D) as mulheres que amam valorizam os momen- tos mais simples do cotidiano vividos com a pessoa amada. (E) o casamento exige levantar a qualquer hora da noite, para limpar, abrir e salgar o peixe. Línguagens, Códigos e suas Tecnologias ENEM - LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS 6 QUESTÃO 04 (SABESP/SP – ATENDENTE A CLIENTES 01 – FCC/2014 - ADAPTADA) Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo. A MARCA DA SOLIDÃO Deitado de bruços, sobre as pedras quentes do chão de paralelepípedos, o menino espia. Tem os braços dobrados e a testa pousada sobre eles, seu rosto formando uma tenda de penumbra na tarde quente. Observa as ranhuras entre uma pedra e outra. Há, dentro de cada uma delas, um diminuto cami- nho de terra, com pedrinhas e tufos minúsculos de musgos, formando pequenas plantas, ínfimos bonsais só visíveis aos olhos de quem é capaz de parar de viver para, apenas, ver. Quando se tem a marca da solidão na alma, o mundo cabe numa fresta. (SEIXAS, Heloísa. Contos mais que mínimos. Rio de Janeiro: Tinta negra bazar, 2010. p. 47) No texto, o substantivo usado para ressaltar o uni- verso reduzido no qual o menino detém sua atenção é (A) fresta. (B) marca. (C) alma. (D) solidão. (E) penumbra. QUESTÃO 05 5-) (ANCINE – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CES- PE/2012) O riso é tão universal como a seriedade; ele abar- ca a totalidade do universo, toda a sociedade, a his- tória, a concepção de mundo. É uma verdade que se diz sobre o mundo, que se estende a todas as coi- sas e à qual nada escapa. É, de alguma maneira, o aspecto festivo do mundo inteiro, em todos os seus ní- veis, uma espécie de segunda revelação do mundo. Mikhail Bakhtin. A cultura popular na Idade Média e o Renascimento: o contexto de François Rabelais. São Paulo: Hucitec, 1987, p. 73 (com adaptações). Na linha 1, o elemento “ele” tem como referente textual “O riso”. (...) CERTO ( ) ERRADO QUESTÃO 06 (ANEEL – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CESPE/2010) Só agora, quase cinco meses depois do apagão que atingiu pelo menos 1.800 cidades em 18 esta- dos do país, surge uma explicação oficial satisfatória para o corte abrupto e generalizado de energia no final de 2009. Segundo relatório da Agência Nacional de Ener- gia Elétrica (ANEEL), a responsabilidade recai sobre a empresa estatal Furnas, cujas linhas de transmissão cruzam os mais de 900 km que separam Itaipu de São Paulo. Equipamentos obsoletos, falta de manutenção e de investimentos e também erros operacionais cons- piraram para produzir a mais séria falha do sistema de geração e distribuição de energia do país desde o traumático racionamento de 2001. Folha de S.Paulo, Editorial, 30/3/2010 (com adaptações). Considerando os sentidos e as estruturas linguísti- cas do texto acima apresentado, julgue os próximos itens. A oração “que atingiu pelo menos 1.800 cidades em 18 estados do país” tem, nesse contexto, valor restritivo. (...) CERTO ( ) ERRADO QUESTÃO 07 7-) (COLÉGIO PEDRO II/RJ – ASSISTENTE EM ADMI- NISTRAÇÃO – AOCP/2010) “A carga foi desviada e a viatura, com os vigilantes, abandonada em Pirituba, na zona norte de São Paulo.” Pela leitura do fragmento acima, é correto afir- mar que, em sua estrutura sintática, houve supressão da expressão a) vigilantes. b) carga. c) viatura. d) foi. e) desviada. QUESTÃO 08 8-) (CORREIOS – CARTEIRO – CESPE/2011) Um carteiro chega ao portão do hospício e grita: — Carta para o 9.326!!! Um louco pega o envelope, abre-o e vê que a carta está em branco, e um outro pergunta: — Quem te mandou essa carta? — Minha irmã. — Mas por que não está escrito nada? — Ah, porque nós brigamos e não estamos nos falando! Internet: <www.humortadela.com.br/piada> (com adap- tações). O efeito surpresa e de humor que se extrai do tex- to acima decorre A) da identificação numérica atribuída ao louco. B) da expressão utilizada pelo carteiro ao entre- gar a carta no hospício. C) do fato de outro louco querer saber quem en- viou a carta. Línguagens, Códigos e suas Tecnologias 7 ENEM - LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS D) da explicação dada pelo louco para a carta em branco. E) do fato de a irmã do louco ter brigado com ele. QUESTÃO 09 9-) (CORREIOS – CARTEIRO – CESPE/2011) Um homem se dirige à recepcionista de uma clí- nica: — Por favor, quero falar com o dr. Pedro. — O senhor tem hora? O sujeito olha para o relógio e diz: — Sim. São duas e meia. — Não, não... Eu quero saber se o senhor é pa- ciente. — O que a senhora acha? Faz seis meses que ele não me paga o aluguel do consultório... Internet: <www.humortadela.com.br/piada>(com adaptações). No texto acima, a recepcionista dirige-se duas vezes ao homem para saber se ele A) verificou o horário de chegada e está sob os cuidados do dr. Pedro. B) pode indicar-lhe as horas e decidiu esperar o pagamento do aluguel. C) tem relógio e sabe esperar. D) marcou consulta e está calmo. E) marcou consulta para aquele dia e está sob os cuidados do dr. Pedro. (GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO – TÉCNICO DA FAZENDA ESTADUAL – FCC/2010 - ADAPTADA) Atenção: As questões de números 10 a 13 refe- rem-se ao texto abaixo. Liderança é uma palavra frequentemente asso- ciada a feitos e realizações de grandes personagens da história e da vida social ou, então, a uma dimen- são mágica, em que algumas poucas pessoas teriam habilidades inatas ou o dom de transformar-se em grandes líderes, capazes de influenciar outras e, as- sim, obter e manter o poder. Os estudos sobre o tema, no entanto, mostram que a maioria das pessoas pode tornar-se líder, ou pelo menos desenvolver consideravelmente as suas capacidades de liderança. Paulo Roberto Motta diz: “líderes são pessoas co- muns que aprendem habilidades comuns, mas que, no seu conjunto, formam uma pessoa incomum”. De fato, são necessárias algumas habilidades, mas elas podem ser aprendidas tanto através das experiên- cias da vida, quanto da formação voltada para essa finalidade. O fenômeno da liderança só ocorre na inter-re- lação; envolve duas ou mais pessoas e a existência de necessidades para serem atendidas ou objetivos para serem alcançados, que requerem a interação cooperativa dos membros envolvidos. Não pressu- põe proximidade física ou temporal: pode-se ter a mente e/ou o comportamento influenciado por um escritor ou por um líder religioso que nunca se viu ou que viveu noutra época. [...] Se a legitimidade da liderança se baseia na acei- tação do poder de influência do líder, implica dizer que parte desse poder encontra-se no próprio grupo. É nessa premissa que se fundamenta a maioria das teorias contemporâneas sobre liderança. Daí definirem liderança como a arte de usar o po- der que existe nas pessoas ou a arte de liderar as pes- soas para fazerem o que se requer delas, da maneira mais efetiva e humana possível. [...] (Augusta E.E.H. Barbosa do Amaral e Sandra Souza Pinto. Gestão de pessoas, in Desenvolvimento gerencial na Adminis- tração pública do Estado de São Paulo, org. Lais Macedo de Oliveira e Maria Cristina Pinto Galvão, Secretaria de Gestão pública, São Paulo: Fundap, 2. ed., 2009, p. 290 e 292, com adaptações) QUESTÃO 10 10-) (GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO – TÉC- NICO DA FAZENDA ESTADUAL – FCC/2010) De acordo com o texto, liderança (A) é a habilidade de chefiar outras pessoas que não pode ser desenvolvida por aqueles que somente executam tarefas em seu ambiente de trabalho. (B) é típica de épocas passadas, como qualida- des de heróis da história da humanidade, que realiza- ram grandes feitos e se tornaram poderosos através deles. (C) vem a ser a capacidade, que pode ser ina- ta ou até mesmo adquirida, de conseguir resultados desejáveis daqueles que constituem a equipe de tra- balho. (D) torna-se legítima se houver consenso em to- dos os grupos quanto à escolha do líder e ao modo como ele irá mobilizar esses grupos em torno de seus objetivos pessoais. QUESTÃO 11 11-) (GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO – TÉC- NICO DA FAZENDA ESTADUAL – FCC/2010) O texto deixa claro que (A) a importância do líder baseia-se na valoriza- ção de todo o grupo em torno da realização de um objetivo comum. (B) o líder é o elemento essencial dentro de uma organização, pois sem ele não se poderá atingir qual- quer meta ou objetivo. Línguagens, Códigos e suas Tecnologias ENEM - LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS 8 (C) pode não haver condições de liderança em algumas equipes, caso não se estabeleçam ativida- des específicas para cada um de seus membros. (D) a liderança é um dom que independe da par- ticipação dos componentes de uma equipe em um ambiente de trabalho. QUESTÃO 012 (GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO – TÉCNICO DA FAZENDA ESTADUAL – FCC/2010) O fenômeno da liderança só ocorre na inter-relação ... (4º parágrafo) No contexto, inter-relação significa (A) o respeito que os membros de uma equipe devem demonstrar ao acatar as decisões tomadas pelo líder, por resultarem em benefício de todo o gru- po. (B) a igualdade entre os valores dos integrantes de um grupo devidamente orientado pelo líder e aqueles propostos pela organização a que prestam serviço. (C) o trabalho que deverá sempre ser realizado em equipe, de modo que os mais capacitados cola- borem com os de menor capacidade. (D) a criação de interesses mútuos entre mem- bros de uma equipe e de respeito às metas que de- vem ser alcançadas por todos. QUESTÃO 013 (GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO – TÉCNICO DA FAZENDA ESTADUAL – FCC/2010) Não pressupõe proximidade física ou temporal ... (4º parágrafo) A afirmativa acima quer dizer, com outras pala- vras, que (A) a presença física de um líder natural é funda- mental para que seus ensinamentos possam ser divul- gados e aceitos. (B) um líder verdadeiramente capaz é aquele que sempre se atualiza, adquirindo conhecimentos de fontes e de autores diversos. (C) o aprendizado da liderança pode ser pro- dutivo, mesmo se houver distância no tempo e no espaço entre aquele que influencia e aquele que é influenciado. (D) as influências recebidas devem ser bem ana- lisadas e postas em prática em seu devido tempo e na ocasião mais propícia. QUESTÃO 014 (DETRAN/RN – VISTORIADOR/EMPLACADOR – FGV PROJETOS/2010) PAINEL DO LEITOR (Carta do leitor)Resgate no Chile Assisti ao maior espetáculo da Terra numa ope- ração de salvamento de vidas, após 69 dias de per- manência no fundo de uma mina de cobre e ouro no Chile. Um a um os mineiros soterrados foram içados com sucesso, mostrando muita calma, saúde, sorrindo e cumprimentando seus companheiros de trabalho. Não se pode esquecer a ajuda técnica e material que os Estados Unidos, Canadá e China ofereceram à equipe chilena de salvamento, num gesto humani- tário que só enobrece esses países. E, também, dos dois médicos e dois “socorristas” que, demonstran- do coragem e desprendimento, desceram na mina para ajudar no salvamento. (Douglas Jorge; São Paulo, SP; www.folha.com.br – painel do leitor – 17/10/2010) Considerando o tipo textual apresentado, al- gumas expressões demonstram o posicionamento pessoal do leitor diante do fato por ele narrado. Tais marcas textuais podem ser encontradas nos trechos a seguir, EXCETO: A) “Assisti ao maior espetáculo da Terra...” B) “... após 69 dias de permanência no fundo de uma mina de cobre e ouro no Chile.” C) “Não se pode esquecer a ajuda técnica e ma- terial...” D) “... gesto humanitário que só enobrece esses países.” E) “... demonstrando coragem e desprendimen- to, desceram na mina...” (DCTA – TÉCNICO 1 – SEGURANÇA DO TRABALHO – VUNESP/2013 - ADAPTADA) Leia o texto para responder às questões de nú- meros 15 a 17. FÉRIAS NA ILHA DO NANJA Meus amigos estão fazendo as malas, arrumando as malas nos seus carros, olhando o céu para verem que tempo faz, pensando nas suas estradas – barrei- ras, pedras soltas, fissuras* – sem falar em bandidos, milhões de bandidos entre as fissuras, as pedras soltas e as barreiras... Meus amigos partem para as suas férias, cansa- dos de tanto trabalho; de tanta luta com os motoris- tas da contramão; enfim, cansados, cansados de se- rem obrigados a viver numa grande cidade, isto que já está sendo a negação da própria vida. E eu vou para a Ilha do Nanja. Eu vou para a Ilha do Nanja para sair daqui. Pas- sarei as férias lá, onde, à beira das lagoas verdes e azuis, o silêncio crescecomo um bosque. Nem pre- ciso fechar os olhos: já estou vendo os pescadores com suas barcas de sardinha, e a moça à janela a namorar um moço na outra janela de outra ilha. (Cecília Meireles, O que se diz e o que se entende. Adaptado) *fissuras: fendas, rachaduras Línguagens, Códigos e suas Tecnologias 9 ENEM - LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS QUESTÃO 015 (DCTA – TÉCNICO 1 – SEGURANÇA DO TRABALHO – VUNESP/2013) No primeiro parágrafo, ao descrever a maneira como se preparam para suas férias, a au- tora mostra que seus amigos estão (A) serenos. (B) descuidados. (C) apreensivos. (D) indiferentes. (E) relaxados. QUESTÃO 016 (DCTA – TÉCNICO 1 – SEGURANÇA DO TRABALHO – VUNESP/2013) De acordo com o texto, pode-se afirmar que, assim como seus amigos, a autora viaja para (A) visitar um lugar totalmente desconhecido. (B) escapar do lugar em que está. (C) reencontrar familiares queridos. (D) praticar esportes radicais. (E) dedicar-se ao trabalho. QUESTÃO 017 Ao descrever a Ilha do Nanja como um lugar onde, “à beira das lagoas verdes e azuis, o silêncio cresce como um bosque” (último parágrafo), a auto- ra sugere que viajará para um lugar (A) repulsivo e populoso. (B) sombrio e desabitado. (C) comercial e movimentado. (D) bucólico e sossegado. (E) opressivo e agitado. QUESTÃO 018 (POLÍCIA MILITAR/TO – SOLDADO – CONSUL- PLAN/2013 - ADAPTADA) Texto para responder à questão. (Adail et al II. Antologia brasileira de humor. Volume 1. Por- to Alegre: L&PM, 1976. p. 95.) A charge anterior é de Luiz Carlos Coutinho, car- tunista mineiro mais conhecido como Caulos. É corre- to afirmar que o tema apresentado é (A) a oposição entre o modo de pensar e agir. (B) a rapidez da comunicação na Era da Infor- mática. (C) a comunicação e sua importância na vida das pessoas. (D) a massificação do pensamento na sociedade moderna. RESOLUÇÃO 1-) Pela leitura do texto infere-se que os “reis e rai- nhas” do século 20 são as personalidades da mídia, os “famosos” e “famosas”. Quanto a príncipes e prin- cesas do século 19, esses eram da corte, literalmente. RESPOSTA: “B”. 2-) Pela leitura do poema identifica-se, apenas, a informação contida na alternativa: revelar segredos para o amigo pode ser arriscado. RESPOSTA: “D”. 3-) Pela leitura do texto percebe-se, claramente, que a autora narra um momento simples, mas que é prazeroso ao casal. RESPOSTA: “D”. 4-) Com palavras do próprio texto responderemos: o mundo cabe numa fresta. RESPOSTA: “A”. 5-) Vamos ao texto: O riso é tão universal como a seriedade; ele abarca a totalidade do universo (...). Os termos relacionam-se. O pronome “ele” retoma o sujeito “riso”. RESPOSTA: “CERTO”. 6-) Voltemos ao texto: “depois do apagão que atin- giu pelo menos 1.800 cidades”. O “que” pode ser substituído por “o qual”, portanto, trata-se de um pro- nome relativo (oração subordinada adjetiva). Quan- do há presença de vírgula, temos uma adjetiva expli- cativa (generaliza a informação da oração principal. A construção seria: “do apagão, que atingiu pelo menos 1800 cidades em 18 estados do país”); quan- do não há, temos uma adjetiva restritiva (restringe, delimita a informação – como no caso do exercício). RESPOSTA: “CERTO’. Línguagens, Códigos e suas Tecnologias ENEM - LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS 10 7-) “A carga foi desviada e a viatura, com os vigilan- tes, abandonada em Pirituba, na zona norte de São Paulo.” Trata-se da figura de linguagem (de cons- trução ou sintaxe) “zeugma”, que consiste na omis- são de um termo já citado anteriormente (diferente da elipse, que o termo não é citado, mas facilmen- te identificado). No enunciado temos a narração de que a carga foi desviada e de que a viatura foi abandonada. RESPOSTA: “D”. 8-) Geralmente o efeito de humor desses gêneros textuais aparece no desfecho da história, ao final, como nesse: “Ah, porque nós brigamos e não esta- mos nos falando”. RESPOSTA: “D”. 9-) “O senhor tem hora? (...) Não, não... Eu quero sa- ber se o senhor é paciente” = a recepcionista quer saber se ele marcou horário e se é paciente do Dr. Pedro. RESPOSTA: “E”. 10-) Utilizando trechos do próprio texto, podemos che- gar à conclusão: O fenômeno da liderança só ocor- re na inter-relação; envolve duas ou mais pessoas e a existência de necessidades para serem atendidas ou objetivos para serem alcançados, que requerem a interação cooperativa dos membros envolvidos = equipe RESPOSTA: “C”. 11-) O texto deixa claro que a importância do líder baseia-se na valorização de todo o grupo em torno da realização de um objetivo comum. RESPOSTA: “A”. 12-) Pela leitura do texto, dentre as alternativas apre- sentadas, a que está coerente com o sentido dado à palavra “inter-relação” é: “a criação de interesses mútuos entre membros de uma equipe e de respeito às metas que devem ser alcançadas por todos”. RESPOSTA: “D”. 13-) Não pressupõe proximidade física ou temporal = o aprendizado da liderança pode ser produtivo, mes- mo se houver distância no tempo e no espaço entre aquele que influencia e aquele que é influenciado. RESPOSTA: “C”. 14-) Em todas as alternativas há expressões que repre- sentam a opinião do autor: Assisti ao maior espetá- culo da Terra / Não se pode esquecer / gesto huma- nitário que só enobrece / demonstrando coragem e desprendimento. RESPOSTA: “B”. 15-) “pensando nas suas estradas – barreiras, pedras soltas, fissuras – sem falar em bandidos, milhões de bandidos entre as fissuras, as pedras soltas e as bar- reiras...” = pensar nessas coisas, certamente, deixa-os apreensivos. RESPOSTA: “C”. 16-) Eu vou para a Ilha do Nanja para sair daqui = res- posta da própria autora! RESPOSTA: “B”. 17-) Pela descrição realizada, o lugar não tem nada de ruim. RESPOSTA: “D”. 18-) Questão que envolve interpretação “visual”! Fá- cil. Basta observar o que as personagens “dizem” e o que “pensam”. RESPOSTA: “A”. INTERTEXTUALIDADE Intertextualidade acontece quando há uma re- ferência explícita ou implícita de um texto em outro. Também pode ocorrer com outras formas além do texto, música, pintura, filme, novela etc. Toda vez que uma obra fizer alusão à outra ocorre a intertextuali- dade. Apresenta-se explicitamente quando o autor in- forma o objeto de sua citação. Num texto científico, por exemplo, o autor do texto citado é indicado; já na forma implícita, a indicação é oculta. Por isso é importante para o leitor o conhecimento de mundo, um saber prévio, para reconhecer e identificar quan- do há um diálogo entre os textos. A intertextualidade pode ocorrer afirmando as mesmas ideias da obra citada ou contestando-as. Há duas formas: a Pará- frase e a Paródia. Paráfrase Na paráfrase as palavras são mudadas, porém a ideia do texto é confirmada pelo novo texto, a alu- são ocorre para atualizar, reafirmar os sentidos ou Línguagens, Códigos e suas Tecnologias 11 ENEM - LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS alguns sentidos do texto citado. É dizer com outras palavras o que já foi dito. Temos um exemplo citado por Affonso Romano Sant’Anna em seu livro “Paró- dia, paráfrase & Cia” (p. 23): Texto Original Minha terra tem palmeiras Onde canta o sabiá, As aves que aqui gorjeiam Não gorjeiam como lá. (Gonçalves Dias, “Canção do exílio”). Paráfrase Meus olhos brasileiros se fecham saudo- sos Minha boca procura a ‘Canção do Exí- lio’. Como era mesmo a ‘Canção do Exílio’? Eu tão esquecido de minha terra... Ai terra que tem palmeiras Onde canta o sabiá! (Carlos Drummond de Andrade, “Europa, França e Bahia”). Este texto de Gonçalves Dias, “Canção do Exílio”, é muito utilizado como exemplo de paráfrase e de paródia.Aqui o poeta Carlos Drummond de Andra- de retoma o texto primitivo conservando suas ideias, não há mudança do sentido principal do texto, que é a saudade da terra natal. Paródia A paródia é uma forma de contestar ou ridicu- larizar outros textos, há uma ruptura com as ideolo- gias impostas e por isso é objeto de interesse para os estudiosos da língua e das artes. Ocorre, aqui, um choque de interpretação, a voz do texto original é retomada para transformar seu sentido, leva o leitor a uma reflexão crítica de suas verdades incontesta- das anteriormente. Com esse processo há uma inda- gação sobre os dogmas estabelecidos e uma busca pela verdade real, concebida através do raciocínio e da crítica. Os programas humorísticos fazem uso contínuo dessa arte. Frequentemente os discursos de políticos são abordados de maneira cômica e con- testadora, provocando risos e também reflexão a respeito da demagogia praticada pela classe domi- nante. Com o mesmo texto utilizado anteriormente, teremos, agora, uma paródia. Texto Original Minha terra tem palmeiras Onde canta o sabiá, As aves que aqui gorjeiam Não gorjeiam como lá. (Gonçalves Dias, “Canção do exílio”). Paródia Minha terra tem palmares onde gorjeia o mar os passarinhos daqui não cantam como os de lá. (Oswald de Andrade, “Canto de regresso à pá- tria”). O nome Palmares, escrito com letra minúscula, substitui a palavra palmeiras, há um contexto históri- co, social e racial neste texto, Palmares é o quilombo liderado por Zumbi, foi dizimado em 1695, há uma in- versão do sentido do texto primitivo que foi substituí- do pela crítica à escravidão existente no Brasil. Linguagem Literária e não Literária Sabemos que a “matéria-prima” da literatura são as palavras. No entanto, é necessário fazer uma dis- tinção entre a linguagem literária e a linguagem não literária, isto é, aquela que não caracteriza a litera- tura. Embora um médico faça suas prescrições em de- terminado idioma, as palavras utilizadas por ele não podem ser consideradas literárias porque se tratam de um vocabulário especializado e de um contex- to de uso específico. Agora, quando analisamos a literatura, vemos que o escritor dispensa um cuidado diferente com a linguagem escrita, e que os leitores dispensam uma atenção diferenciada ao que foi produzido. Outra diferença importante é com relação ao tratamento do conteúdo: ao passo que, nos textos não literários (jornalísticos, científicos, históricos, etc.) as palavras servem para veicular uma série de in- formações, o texto literário funciona de maneira a chamar a atenção para a própria língua (FARACO & MOURA, 1999) no sentido de explorar vários aspectos como a sonoridade, a estrutura sintática e o sentido das palavras. Veja abaixo alguns exemplos de expressões na linguagem não literária ou “corriqueira” e um exem- plo de uso da mesma expressão, porém, de acordo com alguns escritores, na linguagem literária: Línguagens, Códigos e suas Tecnologias ENEM - LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS 12 Linguagem não literária: - Anoitece. - Teus cabelos loiros brilham. - Uma nuvem cobriu parte do céu. Linguagem literária: - A mão da noite embrulha os horizontes. (Alva- renga Peixoto) - Os clarins de ouro dos teus cabelos cantam na luz! (Mário Quintana) - Um sujo de nuvem emporcalhou o luar em sua nascença. (José Cândido de Carvalho) Como distinguir, na prática, a linguagem literária da não literária? - A linguagem literária é conotativa, utiliza figuras (palavras de sentido figurado) em que as palavras adquirem sentidos mais amplos do que geralmente possuem. - Na linguagem literária há uma preocupação com a escolha e a disposição das palavras, que aca- bam dando vida e beleza a um texto. - Na linguagem literária é muito importante a ma- neira original de apresentar o tema escolhido. - A linguagem não literária é objetiva, denotati- va, preocupa-se em transmitir o conteúdo, utiliza a palavra em seu sentido próprio, utilitário, sem preocu- pação artística. Geralmente, recorre à ordem direta (sujeito, verbo, complementos). Leia com atenção os textos a seguir e compare as linguagens utilizadas neles. Texto A Amor (ô). [Do lat. amore.] S. m. 1. Sentimento que predispõe alguém a desejar o bem de outrem, ou de alguma coisa: amor ao próximo; amor ao patrimô- nio artístico de sua terra. 2. Sentimento de dedica- ção absoluta de um ser a outro ser ou a uma coisa; devoção, culto; adoração: amor à Pátria; amor a uma causa. 3. Inclinação ditada por laços de famí- lia: amor filial; amor conjugal. 4. Inclinação forte por pessoa de outro sexo, geralmente de caráter sexual, mas que apresenta grande variedade e comporta- mentos e reações. Aurélio Buarque de Holanda Ferreira. Novo Dicionário da Língua Portuguesa, Nova Fronteira. Texto B Amor é fogo que arde sem se ver; É ferida que dói e não se sente; É um contentamento descontente; é dor que desatina sem doer. Luís de Camões. Lírica, Cultrix. Você deve ter notado que os textos tratam do mesmo assunto, porém os autores utilizam linguagens diferentes. No texto A, o autor preocupou-se em definir “amor”, usando uma linguagem objetiva, científica, sem preocupação artística. No texto B, o autor trata do mesmo assunto, mas com preocupação literária, artística. De fato, o poeta entra no campo subjetivo, com sua maneira própria de se expressar, utiliza comparações (com- para amor com fogo, ferida, contentamento e dor) e serve-se ainda de contrastes que acabam dando graça e força expressiva ao poema (contentamento descontente, dor sem doer, ferida que não se sente, fogo que não se vê). Línguagens, Códigos e suas Tecnologias 13 ENEM - LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS O CORPO FALA De acordo com vários estudos, nosso corpo fala e muito seu corpo se expressa com gestos ele diz muita coisa para as outras pessoas. E muita coisa a dizer pra você, pois antes de tudo nosso corpo é um centro de informações para nós mesmos, uma linguagem que não mente e cuja essa estrutura é demonstrada nas páginas que você tem agora em suas mãos, sendo assim elas darão a você uma nova dimensão na comunicação pessoal. Quando sentimos uma dor nosso corpo está co- municando a nós que algo está errado e sim nosso humor muda e toda nossa comunicação interpesso- al e sensibilizada pela dor, porém a última coisa que pensamos é que há algo errado e deixamos passar. Qualquer dor que sentimentos se refere há alguma alteração que sofremos seja ela com surgimento na- tural ou decorrente de acidentes tem como origem um desajuste no campo emocional. A lista de definições de “comunicação” é muito grande; virtualmente cada autor propõe a sua pró- pria. Podemos denominar comunicação ao proces- so pelo qual, uns seres, umas pessoas atribuem sig- nificados a uns fatos produzidos e, entre eles muito especialmente ao comportamento dos outros seres ou pessoas. A primeira condição para que haja comunica- ção é a presença de um emissor e um receptor. O estudo dos símbolos sempre esteve relaciona- do com o conceito de comunicação. Como é natu- ral, a expressão corporal que abrange os movimen- tos do corpo e a postura, está relacionada com as características físicas da pessoa. Há três classes de movimentos observáveis: os fa- ciais, gesticulares e os de postura. Embora possamos categorizar estes tipos de movimentos, a verdade é que estão fortemente entrelaçados, e muito frequen- temente se torna difícil dar um significado a um, pres- cindindo dos outros. Na comunicação verbal, sendo a linguagem o fator mais importante, reconhecemos que produzi- mos e recebemos uma quantidade muito grande de mensagens que não vêm expressas em palavras. Estas mensagens são os que denominamos não verbais, e vão da cor dos olhos,comprimento do ca- belo, movimentos do corpo, postura, e até o tom da voz, passando por objetos, roupas, distribuição do es- paço e do tempo. O estudo rigoroso desses sistemas de comunica- ção não começou até bastante tempo depois da Segunda Guerra Mundial. Isto não quer dizer que não encontremos alguma referência já nos antigos mun- dos Grego e Chinês, ou em trabalhos sobre dança, teatro ou liturgia. A comunicação não verbal, geralmente, man- tém uma relação de interdependência com a inte- ração verbal. Com freqüência as mensagens não verbais têm mais significação que as mensagens verbais. Em qualquer situação comunicativa, a comuni- cação não verbal é inevitável. Nas mensagens não verbais, prepondera a fun- ção expressiva ou emotiva sobre a referencial. Em culturas diferentes, há sistemas não verbais di- ferentes. Existe uma especialização de certos comporta- mentos para a comunicação. ·ESTUDO DAS PRÁTICAS CORPORAIS: A LINGUAGEM CORPORAL COMO INTEGRADORA SOCIAL E FORMADORA DE IDENTIDADE Línguagens, Códigos e suas Tecnologias ENEM - LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS 14 O estudo em que se encontra este tipo de busca é o descritivo. O conhecimento das formas não verbais de co- municação serve para converter o encontro com ou- tra pessoa em uma experiência interessante. Quando se começou a estudar a comunicação não verbal, esta era dirigida ao pessoal de vendas, gerentes e executivos, mas mais tarde se foi amplian- do de tal maneira que toda pessoa, qualquer que seja sua vocação e sua posição social, pode usá-la para compreender melhor o acontecimento mais complexo que se apresenta na vida: o encontro cara a cara com outra pessoa. A interpretação da postura Para a maioria de nós, a postura é um tema pou- co agradável sobre a maneira como nossa mãe cos- tumava nos repreender. Mas para um psicanalista a postura de um paciente muitas vezes constitui uma chave primordial sobre a natureza de seus proble- mas. A postura é a chave não verbal mais fácil de des- cobrir, e observá-la pode ser muito interessante. Com surpreendente frequência, as pessoas imi- tam as atitudes corporais de outras. Dois amigos se sentam exatamente da mesma maneira, a perna di- reita cruzada sobre a esquerda, por exemplo, e as mãos entrelaçadas atrás da cabeça; ou um deles o faz ao contrário, a perna esquerda cruzada sobre a direita, como se fosse uma imagem refletida em um espelho. Denomina-se a esse fenômeno posturas congruentes. Acredita-se que duas pessoas que compartilham um mesmo ponto de vista, acabam compartilhando também uma mesma postura. Estudar a postura das pessoas durante uma dis- cussão é extremamente interessante, já que muitas vezes poderemos detectar quem está a favor de quem, antes que cada um fale. Observou-se que as pessoas que não se conhe- cem evitam cuidadosamente adotar as mesmas po- sições. A importância da imitação pode chegar a ser uma das lições mais significativas que podemos aprender, pois é a forma com que outros nos expres- sam que coincidem conosco ou que lhes agrada- mos. Também é a forma com que comunicamos aos outros que realmente nos agradam. Se um chefe deseja estabelecer rapidamente uma boa relação e criar um ambiente tranquilo com um empregado, basta copiar a postura deste para obter seus objetivos. Da mesma maneira que as posturas congruentes expressam acordo, os nãos congruentes podem ser utilizados para estabelecer distâncias psicológicas. Ao ver um casal de jovens sentados um ao lado do outro em um sofá. A garota está olhando para o moço, que está sentado olhando para fora, os bra- ços e as pernas como formando uma barreira entre ambos e este permanece sentado assim durante oito longos minutos e só de tempos em tempos vira a ca- beça para a garota para falar com ela. Ao término desse tempo entra outra jovem no local e o moço fica de pé e sai com ela; mediante sua postura tinha estabelecido que a garota que estava sentada a seu lado não era seu par. Algumas vezes, quando as pessoas se vêem for- çadas a sentar-se muito juntas, inconscientemente desdobram seus braços e pernas como barreiras. Dois homens sentados muito juntos em um sofá gira- rão o corpo levemente e cruzarão as pernas de den- tro para fora, ou porão uma mão ou um braço para proteger o lado comum do rosto. Um homem e uma mulher sentados frente a fren- te a uma distância muito próxima, cruzarão os bra- ços e talvez as pernas, e se virarão para trás em seus assentos. A postura não é somente uma chave sobre o caráter, é também uma expressão da atitude. Com efeito, muitos dos estudos psicológicos que se tem Línguagens, Códigos e suas Tecnologias 15 ENEM - LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS feito sobre a postura, a analisam segundo o que re- vela a respeito dos sentimentos de um indivíduo com respeito às pessoas que o rodeiam. Um investigador observou que quando um ho- mem se inclina levemente para frente, com as cos- tas um pouco encurvadas, provavelmente simpatiza com a pessoa que está com ele. A postura é, como já dissemos, o elemento mais fácil de observar e de interpretar de todo o compor- tamento não verbal. De certo modo, é preocupante saber que alguns movimentos corporais que tínha- mos por arbitrários são tão circunscritos, previsíveis e, às vezes, reveladores; mas por outra parte, é muito agradável saber que todo nosso corpo responde continuamente ao desenvolvimento de qualquer en- contro humano. Por exemplo, os vendedores, em casas de ca- sais casados devem observar os gestos dos cônjuges para ver quem os inicia e quem os copia. Se o marido for o que mantém a conversação e a mulher não diz nada, mas você observa que ele copia os gestos da mulher, descobrirá que é ela quem decide e assina os cheques, assim, convém ao vendedor dirigir sua conversa à senhora. A comunicação dos sentidos (o tato) O tato é o sentido que está presente em todos os outros. A luz e os aromas nos envolvem. Nos sentimos muitas vezes embalados pela músi- ca. Imaginemos o que aconteceria a uma criança a quem fosse impedida sua relação por meio do tato. Possivelmente terminaria sendo uma perfeita inváli- da. Nossa pele é usualmente um fiel reflexo de nossas emoções, como o medo, a ira, o ódio. O tato pos- sui uma classe especial de proximidade, posto que quando uma pessoa toca a outra, a experiência é totalmente mútua. A pele fica em contato com a pele, de forma direta ou através da vestimenta, e se estabelece uma imediata tomada de consciência de ambas as partes. Esta tomada de consciência é mais aguda quando o contato é pouco freqüente. O que o homem experimenta através da pele é muito mais importante do que a maioria de nós pen- sa. Prova disso é o surpreendente tamanho das áreas táteis do cérebro, a sensorial e a motora. Os lábios, o dedo indicador e o polegar, sobretu- do, ocupam uma parte desproporcional do espaço cerebral. A experiência tátil, portanto, deve ser con- siderada muito complexa e de grande significado. Todo ser humano está em contato constante com o mundo exterior através da pele. Apesar de que não é se é consciente disso até que se detém a pensá-lo, sempre existe, pelo menos, a pressão do pavimento contra a planta do pé, ou a do assento contra as ná- degas. Na realidade, todo o meio ambiente o afeta através da pele; sente a pressão do ar, o vento, a luz do sol, a névoa, as ondas acústicas e, algumas vezes, outros seres humanos. O tato é provavelmente o mais primitivo dos sen- tidos. O bebê recém-nascido explora mediante o tato; é assim que descobre onde termina seu próprio corpo e começa o mundo exterior. À medida que a criança cresce, aprende que há objetos e partes de seu próprio corpo e do das outras pessoas, que se podem tocar e outras que não. Quando o indivíduo descobreas relações sexuais, na realidade está re- descobrindo a comunicação tátil. Se interromper uma conversa, a pessoa que o faz poderá pôr sua mão no braço de seu interlocutor, já que este gesto poderá ser interpretado como o pedi- do de “um momento” e evidentemente faz parte do mecanismo da conversação. Também é importante a parte do corpo que se toca. Uma mão que repousa suavemente sobre um antebraço terá um impacto totalmente diferente do que teria se colocada sobre um joelho. O contato — pelo menos o mais impessoal — produz-se em todo nosso entorno, percebamo-lo ou não. Vinculamos o contato físico com o sexo, exce- to quando se nota claramente que não há conexão entre ambos; por isso o utilizamos escassamente para expressar amizade e afeto. Nas ruas dos Estados Unidos não é costume ver- -se homens nem mulheres que caminhem de braços dados. Entretanto, este é um costume bastante comum na América do Sul. Aos norte-americanos parece um indício de ho- mossexualidade. Até os pais e filhos maiores têm en- tre si um contato mais superficial O tato, o paladar e o olfato são sentidos de proxi- midade. A audição e a visão, em troca, podem pro- porcionar experiências à distância. Movimentos corporais As investigações a respeito da comunicação hu- mana frequentemente descuidaram do indivíduo em si. Não obstante, é óbvio que qualquer de nós pode fazer uma análise aproximada do caráter de um in- divíduo apoiando-se em sua maneira de mover-se — rígido, desenvolto, vigoroso, — e a maneira como o faça representará um traço bastante estável de sua personalidade. Tomemos por exemplo a simples ação de cami- nhar. Este só feito nos pode indicar muitas coisas. O homem que habitualmente pise com força ao cami- nhar nos dará a impressão de ser um indivíduo decidi- do. Se caminhar ligeiro, poderá parecer impaciente ou agressivo, embora se com o mesmo impulso o faz Línguagens, Códigos e suas Tecnologias ENEM - LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS 16 mais lentamente, de maneira mais homogênea, nos fará pensar que se trata de uma pessoa paciente e perseverante. Outra o fará com muito pouco im- pulso, como se cruzando um gramado cuidando de não arruiná-lo e nos dará uma idéia de falta de se- gurança. O fato de levantar os quadris exageradamen- te dá impressão de confiança em si mesmo; se ao mesmo tempo se produz uma leve rotação, estamos diante de alguém garboso e desenvolto. Se a isto se adiciona-lhe um pouco mais de ritmo, mais ênfase e uma figura em forma de violão, teremos a maneira de caminhar que, em uma mulher, faz os homens se virarem para olhar, na rua. Isto representa o “como” do movimento corporal, em contraste com o “que”: não o ato de caminhar em si, mas sim a maneira como é feito; não o ato de estreitar a mão, mas sim a forma de fazê-lo. A proporção entre gesto e postura é uma forma de avaliar o grau de participação de um indivíduo em uma determinada situação. Um homem que sa- code energicamente os braços não parecerá con- vincente se seus movimentos não se estendem ao resto do corpo. O que importa é a proporção existente entre os movimentos posturais e os gestuais, mais que o mero número de movimentos posturais. Um homem pode estar sentado muito quieto, escutando, mas se, ao se mover, o faz com todo seu corpo, parecerá estar prestando muita atenção; muito mais que se estives- se continuamente em movimento, jogando talvez constantemente com alguma parte de seu corpo. As atitudes corporais refletem as atitudes e orien- tações persistentes no indivíduo. Uma pessoa pode estar imóvel ou sentada para a frente de maneira ativa, ou afundada em si mesma, e assim sucessiva- mente. Estas posições ou posturas, e suas variações ou a falta delas, representam a forma com que al- guém se relaciona e orienta com as outras. Há uma maneira de aprender a controlar a qua- lidade do movimento? “Seria como o problema da centopéia. Se algu- ma vez começasse a pensar qual pata deve mover primeiro, ficaria totalmente paralisada”. O conjunto de gestos Um dos enganos mais graves que um novato na linguagem do corpo pode cometer é interpretar um gesto isolado de outros e das circunstâncias. Coçar a cabeça, por exemplo, pode significar muitas coisas: caspa, piolhos, suor, insegurança, esquecimento ou mentira, em função de outros gestos que se façam simultaneamente. Para chegar a conclusões acerta- das, deveremos observar os gestos em seu conjunto. Como qualquer outra linguagem, o do corpo tem também palavras, frases e pontuação. Cada gesto é como uma só palavra e uma palavra podem ter vários significados. Só quando a palavra forma parte de uma frase, pode se saber seu significado correto. A pessoa perceptiva é a que lê bem as frases não verbais e as compara com as expressas verbalmente. A figura mostra um conjunto de gestos que ex- pressam avaliação crítica. O principal é o da mão no rosto, com o indicador levantando a bochecha e outro dedo tampando a boca enquanto o polegar sustenta o queixo. Outras evidências de que o que escuta analisa criticamente o que fala, são proporcionadas pelas pernas muito cruzadas e o braço cruzado sobre o peito (defesa), enquanto a cabeça e o queixo estão um pouco inclinados para baixo (hostilidade). A “fra- se não verbal” diz algo assim como “eu não gosto do que está dizendo e não estou de acordo”. A observação dos grupos de gestos e a congru- ência entre os canais verbais e não verbais de comu- nicação são as chaves para interpretar corretamen- te a linguagem do corpo. Línguagens, Códigos e suas Tecnologias 17 ENEM - LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Além de considerar o conjunto dos gestos e de ter em conta a congruência entre o que é dito e o movimento corporal, todos os gestos devem ser con- siderados dentro do contexto em que se produzem. Por exemplo, se alguém estiver de pé na parada do ônibus, com os braços e as pernas cruzados e o quei- xo baixo, em um dia de inverno, o mais provável é que tenha frio e não que esteja na defensiva. Mas se essa pessoa faz os mesmos gestos quando está sen- tada em frente a um homem, com uma mesa entre os dois, e esse homem está tentando convencer o outro de algo, de lhe vender uma idéia, um produto ou um serviço, a interpretação correta é que a pes- soa está na defensiva e com atitude negativa. A velocidade de alguns gestos e o modo como se tornam óbvios para os outros está relacionada com a idade dos indivíduos. Se uma menina de cinco anos diz uma mentira a seus pais, tapará imediatamente a boca com uma ou as duas mãos. O gesto indica aos pais que a me- nina mentiu e esse gesto continua sendo usado toda a vida, variando somente sua velocidade. Quando a adolescente diz uma mentira, também leva a mão à boca como a menina de cinco anos, mas, em lugar de tapá-la bruscamente, seus dedos como que roçam sua boca. O gesto de tapar a boca se torna mais refinado na idade adulta. Quando o adulto diz uma mentira, o cérebro or- dena à mão que tampe a boca para bloquear a sa- ída das palavras falsas, como ocorria com a menina e a adolescente, mas no último momento, tira a mão da boca e o resultado é um gesto tocando o nariz. Esse gesto não é mais que a versão refinada, adulta, do gesto de tampar a boca que se usou na infância. Isto serve de exemplo para mostrar que quando um indivíduo se faz maior, muitos de seus gestos se tor- nam mais elaborados e menos óbvios. É mais difícil identificar as atitudes de quem os faz. GESTOS AO INÍCIO DE UMA CONVERSAÇÃO O encontro é um momento fundamental da con- versa e, a partir dele, desencadeia-se uma série de estratégias através de sutis negociações não verbais que têm lugar dos primeiros momentos. Os primeiros 15 a 45 segundos são fundamentais, já que represen- tam a afirmação de uma relação quepreexista ou uma negociação. Aquelas pautas de comportamento comunica- tivo, aquelas regras de interação que pomos em funcionamento para expressar ou negociar a intimi- dade, são as que fazemos para fazer saber a uma pessoa se nós gostarmos dela ou não. E raramente fazemos isso de maneira verbal. RITMOS CORPORAIS Cada vez que uma pessoa fala, os movimentos de suas mãos e dedos, as sacudidas de cabeça, os piscadas, todos os movimentos do corpo coincidem com o compasso de seu discurso. Esse ritmo se altera quando há enfermidades ou transtornos cerebrais. Os territórios e as zonas - O ESPAÇO PESSOAL - Distâncias zonais O raio ao redor do indivíduo branco de classe média que vive na Austrália, Nova Zelândia, Inglaterra ou América do Norte pode dividir-se em quatro distâncias zonais bem claras: Línguagens, Códigos e suas Tecnologias ENEM - LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS 18 - Zona íntima (de 15 a 45 cm) É a mais importante e é a que a pessoa cuida como sua propriedade. Só se permite a entrada aos que estão muito perto emo- cionalmente da pessoa, como o amante, pais, filhos, amigos íntimos e parentes. - Zona pessoal (entre 46cm e 1,2 metros): é a dis- tância que separa as pessoas em uma reunião social, ou de escritório, e nas festas. - Zona social (entre 1,2 e 3,6 metros): essa é a dis- tância que nos separa dos estranhos, do encanador, de quem faz reparos na casa, dos fornecedores, das pessoas que não conhecemos bem. - Zona pública (a mais de 3,6 metros): é a distân- cia cômoda para nos dirigir a um grupo de pessoas. Embora toleremos intrusos na zona pessoal e so- cial, a intromissão de um estranho na zona íntima ocasiona mudanças fisiológicas em nossos corpos. Por isso rodear com o braço os ombros de alguém que se acaba de conhecer, embora seja de maneira muito amistosa, pode fazer que a pessoa tome uma atitude negativa em relação a você. A aglomeração nos concertos, elevadores, ôni- bus, ocasiona a intromissão inevitável nas zonas ínti- mas de outras pessoas. Há uma série de regras não escritas que os ocidentais respeitam fielmente quan- do se encontram nestas situações, como por ex.: Não é correto falar com ninguém, nem sequer com alguém conhecido. Deve-se evitar encarar as pessoas. Deve-se man- ter “cara de paisagem”, totalmente inexpressiva. Se carregar um livro ou um jornal, simulará estar lendo. Quanto mais pessoas houver no lugar, menos mo- vimentos deve efetuar. Nos elevadores se deve ficar olhando o painel in- dicador dos andares. - Os rituais do uso do espaço Quando uma pessoa procura espaço entre estra- nhos o faz sempre procurando o maior espaço dispo- nível entre dois espaços ocupados e reclamar a zona do centro. No cinema, escolherá um assento que es- teja na metade do caminho entre a extremidade da fila e o da pessoa que esteja sentada. O propósito deste ritual é não incomodar as outras pessoas apro- ximando-se ou afastando-se demais delas. A distância normal para observar entre habitan- tes urbanos. A atitude negativa de uma mulher sobre cujo ter- ritório um homem tenha avançado: anda para atrás para manter uma distancia confortável. - Zonas espaciais urbanas e rurais Os que cresceram em zonas rurais pouco povo- adas precisam de mais espaço que os que cresce- ram em lugares densamente povoados. Observar o quanto alguém estende o braço para dar a mão dá a chave para saber se foi criada na cidade ou no campo. O habitante da cidade tem sua área priva- tiva de 46 cm, e até essa distância estende o braço para saudar. A pessoa criada no campo pode ter seu espaço pessoal de 1 metro ou mais e até essa distância es- tenderá a mão. Línguagens, Códigos e suas Tecnologias 19 ENEM - LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS - Gestos com as mãos É uma antiga brincadeira dizer que “Fulano fica- ria mudo se lhe atassem as mãos”. Entretanto, é certo que todos ficaríamos bastante incomodados se tivéssemos que renunciar aos gestos com que tão freqüentemente acompanhamos e ilus- tramos nossas palavras. A maioria das pessoas são conscientes dos movi- mentos das mãos dos outros, mas geralmente os ig- noram, encarando-os como não se tratando de mais do que gestos sem sentido. Entretanto, os gestos co- municam. Às vezes, contribuem para esclarecer uma mensagem verbal pouco clara. A PALMA DA MÃO O gesto de exibir as palmas das mãos sempre foi associado com a verdade, a honestidade, a lealda- de e a deferência. Muitos juramentos são efetuados colocando a palma da mão sobre o coração; a mão se levanta com a palma para fora quando alguém declara em um tribunal; diante dos membros do tri- bunal, a Bíblia é sustentada com a mão esquerda e se levanta a palma direita. Na vida cotidiana, as pessoas usam duas posi- ções fundamentais das palmas das mãos: palmas para cima na posição do mendigo que pede dinhei- ro ou comida, e a outra é a das palmas para bai- xo como se tratasse de se conter, de manter algo. Quando alguém deseja ser franco e honesto, levanta uma ou ambas as palmas para a outra pessoa e diz algo assim como: “vou ser franco com você”. Quando alguém começa a confiar em outro, ex- por-lhe as palmas ou partes delas é um gesto incons- ciente como quase todas as linguagens do corpo, um gesto que proporciona ao que o vê a sensação ou o pressentimento de que estão lhe dizendo a ver- dade. Há três gestos principais de gestos com as pal- mas: a palma para cima (já comentada), para baixo e a palma fechada com um dedo apontando em uma direção. A palma para cima é um gesto não ameaçador que denota submissão. Quando alguém coloca a palma para baixo ad- quire imediatamente autoridade. A pessoa recepto- ra sente que está lhe dando uma ordem. A palma fechada em um punho, com o dedo as- sinalando a direção, é o plano simbólico com que um ordena ao que o escuta para fazer que lhe obe- deça. Línguagens, Códigos e suas Tecnologias ENEM - LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS 20 O APERTO DE MÃOS Apertar as mãos é um vestígio que ficou do ho- mem das cavernas. Quando dois cavernícolas se encontravam, le- vantavam os braços com as palmas à vista para de- monstrar que não escondiam nenhuma arma. Com o transcorrer dos séculos, esse gesto de exi- bição das palmas foi transformando-se em outros como o da palma levantada para a saudação, a palma sobre o coração e muitos outros. A forma moderna desse ancestral gesto de sau- dação é estreitar as palmas e sacudi-las. No Ociden- te se pratica essa saudação ao encontrar-se e ao despedir-se. - Apertos de mãos submissos e dominantes Tendo em conta o que já foi dito sobre a força de uma petição feita com as palmas para cima ou para baixo, estudemos a importância dessas posições no aperto de mãos. Suponhamos que acabam de nos apresentar a alguém e se realiza um aperto de mãos. Três atitudes podem transmitir-se no aperto: A atitude de domínio: “Esse indivíduo está tentan- do me submeter. Vou estar alerta.” A atitude de submissão: “Posso fazer o que quiser com essa pessoa.” E a atitude de igualdade: “Eu gos- to, nos daremos bem.” Essas atitudes se transmitem de forma inconscien- te mas, com a prática e a aplicação conscientes, as seguintes técnicas para estreitar a mão podem ter um efeito imediato no resultado de um encontro com outra pessoa. O domínio se transmite quando a palma (a da manga escura na figura) fica para baixo. Não é necessário que a palma fique para o chão; basta com que esteja para baixo sobre a palma da outra pessoa. Esta posição indica para um que o ou- tro quer tomar o controle dessa reunião. O contrário do aperto dominante é oferecer a mão com a palma para cima. Esse gesto resulta es- pecialmente efetivo quando se deseja ceder ao ou- tro o controle da situação, ou lhe fazer sentir que o tem.Quando duas pessoas dominantes se estreitam as mãos tem lugar uma luta simbólica, já que cada uma tenta pôr a palma da outra em posição de sub- missão. O resultado é um aperto de mãos vertical no qual cada um transmite ao outro um sentimento de respeito e simpatia. - Os estilos para estreitar a mão Estender o braço com a mão esticada e a palma para baixo é o estilo mais agressivo de iniciação da saudação, pois não dá oportunidade à outra pessoa de estabelecer uma relação em igualdade de con- dições. Essa forma de dar a mão é típica do macho dominante e agressivo que sempre inicia o sauda- ção. Seu braço rígido e a palma para baixo obrigam o outro indivíduo a ficar em situação totalmente sub- missa, pois tem que responder com sua palma para cima. O aperto de mãos “tipo luva” se chama às vezes “aperto de mãos do político”. O iniciador trata de dar a impressão de ser uma pessoa digna de confiança e honesta, mas quando usa essa técnica com alguém que se acaba de conhecer, o efeito é oposto. Línguagens, Códigos e suas Tecnologias 21 ENEM - LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS A trituração dos nódulos é a marca do tipo rude e agressivo. A intenção que se manifesta ao estender as duas mãos para o receptor demonstra sinceridade, con- fiança ou um sentimento profundo para o receptor. Pegar na parte superior do braço transmite mais sentimento do que pegar o pulso. E mais até transmi- te o tirar do ombro. Pegar no pulso e no cotovelo é aceito somente entre amigos íntimos ou parentes. Se um político ou um vendedor fizer isso com um eventu- al cliente, isso desloca o receptor e não é bom. MÃOS COM OS DEDOS ENTRELAÇADOS A princípio pode parecer que esse é um gesto de bem-estar porque a pessoa que o usa frequentemen- te está sorrindo ao mesmo tempo, e parece feliz. Mas realmente é um gesto de frustração ou atitude hostil e a pessoa que o faz está dissimulando uma atitude negativa. É preciso provocar alguma ação para de- senlaçar os dedos e expor as palmas e a parte dian- teira do corpo, senão permanecerá a atitude hostil. Parece que existe uma relação entre a altura a que se sustentam as mãos e a intensidade da atitude negativa. quanto mais altas estão as mãos, mais difí- cil será o trato com a pessoa. MÃOS EM OGIVA A pessoa que se tem confiança, que é superior, ou a que usa mínima gesticulação, com freqüência faz este gesto, e com ele expressa sua atitude de se- gurança. Também é um gesto comum entre os con- tadores, advogados, gerentes e outros profissionais. A ogiva para cima se usa quando esta pessoa opinando, quando é a que fala. A ogiva para baixo se usa mais quando se está escutando. MÃOS, BRAÇOS E PULSOS Caminhar com a cabeça levantada, o queixo para diante e as mãos para trás das costas são gestos comuns nos policiais que percorrem as ruas, do dire- tor da escola, dos militares e de todas as pessoas que tenham autoridade. É um gesto de superioridade e segurança. Mas não se deve confundir esse gesto, pegando no pulso ou no braço, já que estes últimos mostram frustração e intenção de autocontrolar-se. Línguagens, Códigos e suas Tecnologias ENEM - LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS 22 OS GESTOS COM O POLEGAR Em quiromancia, os polegares assinalam a força do caráter e o ego. O uso dos polegares na expressão não verbal confirma o anterior. Usam-se para expressar domínio, superioridade e inclusive agressão; os gestos com os polegares são secundários, formam parte de um gru- po de gestos. Representam expressões positivas usadas fre- qüentemente nas posições típicas do gerente “frio” diante de seus subordinados. O homem que corteja a uma mulher os emprega diante dela e são de uso comum também entre as pessoas de prestígio, de alto status e bem vestidas. As pessoas que usam roupas novas e atraentes fazem mais gestos com os polegares do que as que usam roupas fora de moda. Os polegares, que expressam superioridade, se tornam mais evidentes quando uma pessoa está dando uma mensagem verbal contraditória. Com freqüência os polegares saem dos bolsos, às vezes dos bolsos posteriores, como para dissimular a atitude dominante da pessoa. As mulheres agressivas ou dominantes usam também este gesto. Os que mostram os polegares costumam acres- centar a esse gesto o balanço sobre os pés para dar a impressão de ter maior estatura. Outra posição conhecida é a dos braços cruza- dos com os polegares para cima. É um sinal duplo pois os braços indicam uma atitude defensiva ou negativa, enquanto que os polegares representam uma atitude de superioridade. A pessoa que usa este gesto duplo está acostumado a gesticular com os polegares e, quando está parada, se balança sobre os pés. O polegar pode ser usado também como um gesto de ridículo quando aponta para outra pessoa. O polegar que assinala deste modo resulta irritante para a maioria das mulheres. AS MÃOS NO ROSTO Como se pode saber que alguém está mentindo? Reconhecer os gestos de engano pode ser uma das habilidades mais importantes que se pode adquirir. Quais são os sinais que delatam os mentirosos? As posições das mãos no roso são a base dos ges- tos humanos para enganar. Em outras palavras, quando vemos, dizemos ou escutamos uma mentira, freqüentemente tentamos tampar os olhos, a boca ou os ouvidos com as mãos. Quando alguém faz um gesto de levar as mãos ao rosto nem sempre significa que está mentindo, mas indica que esta pessoa pode estar enganan- do. A observação ulterior de outros grupos de gestos pode confirmar as suspeitas. É importante não inter- pretar isoladamente os gestos com as mãos no rosto. - O guardião da boca Tampar a boca é um dos gestos tão óbvios nos adultos como nas crianças. A mão cobre a boca e o polegar se aperta contra a bochecha, quando o cérebro ordena, em forma subconsciente, que se su- primam as palavras enganosas que acabam de se Línguagens, Códigos e suas Tecnologias 23 ENEM - LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS dizer. Às vezes, o gesto se faz tampando a boca com alguns dedos ou com o punho, mas o significado é o mesmo. Se a pessoa que está falando usa este gesto, denota que está dizendo uma mentira. - Tocar o nariz O gesto de tocar o nariz é, essencialmente, uma versão dissimulada de tocar a boca. Pode consistir em ficar roçando suavemente debaixo do nariz ou pode ser um toque rápido e quase imperceptível. Uma explicação da origem do gesto de tocar o nariz é que, quando a mente tem o pensamento ne- gativo, o subconsciente ordena à mão que tampe a boca, mas, no último instante, para que não seja um gesto tão óbvio, a mão se retira da boca e toca rapidamente o nariz. Outra explicação é que mentir produz coceira nas delicadas terminações nervosas do nariz e, para que passe se faz necessário esfregálo. - Esfregar o olho O gesto representa a tentativa do cérebro de blo- quear a visão do engano ou de evitar ter que olhar a face da pessoa a quem se está mentindo. O mesmo acontece com o esfregar a orelha. É a tentativa de quem escuta de “não ouvir o mau”, de bloquear as palavras de mentira. É a versão adulta do gesto dos meninos de tampar os ouvidos com as duas mãos para não ouvir uma reprimenda. - Esfregar o pescoço Neste caso o indicador da mão direita esfrega debaixo do lóbulo da orelha ou do flanco do pes- coço. Nossas observações desse gesto revelam algo interessante: a pessoa se esfrega umas cinco vezes. É estranho que o faça mais ou menos vezes. O gesto indica dúvida, incerteza, e é característi- co da pessoa que diz: “Não sei se estou de acordo”. É muito notório quando a linguagem verbal contradiz o gesto; por exemplo, quando a pessoa diz: “Entendo como se sente”. Algumas pessoas quando dizem uma mentira e suspeitam que foram descobertas, realizam o gesto
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