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RESUMÃO COMPLETO DE TODA A MATÉRIA DE DIREITO CIVIL II (FEITO POR UM AMIGO)

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DIREITO CIVIL II 
 
 
 
– DIREITOS REAIS: são aqueles que representam uma relação de sujeição de uma 
coisa a um bem. O direito real é aquele que afeta a coisa direta e imediatamente, sob 
todos ou sob certos respeitos, e a segue em poder de quem quer que a detenha . O 
titular de um direito real pode, dependendo da espécie do direito, ter poderes de uso, 
gozo, disposição e reivindicação de um bem móvel ou imóvel. Por exemplo, o proprietário 
de um imóvel pode utilizá-lo pessoalmente, emprestar, alugar, ceder o uso e proteger o 
seu direito contra quem quer que o ameace. Os direitos reais são estudados pelo Direito 
das Coisas. 
– DIREITOS OBRIGACIONAIS, pessoais ou de crédito: são aqueles que consistem 
no dever de prestar algo a alguém. Vinculam condutas humanas consistentes em um 
dar, fazer ou não fazer, de maneira que descumprido o dever de prestação, há 
consequências legais. Por exemplo, quando uma pessoa empresta a outra determinada 
quantia em dinheiro, surge para o credor (sujeito ativo da relação) o direito de exigir, no 
prazo e forma estipulados, a restituição do valor emprestado (prestação) ao devedor 
(sujeito passivo). É o campo de incidência do Direito das Obrigações. 
 
OBRIGAÇÕES PROPTER REM, ÔNUS REAIS E OBRIGAÇÕES COM EFICÁCIA 
REAL 
A par das obrigações de eficácia relativa (obrigações propter personam), existem 
obrigações que se situam em uma área de intersecção entre os direitos pessoais e os 
direitos reais: as chamadas obrigações propter rem. 
 
Obrigações propter rem, também chamadas de ab rem, ambulatórias ou 
reipersecutórias, são obrigações híbridas e decorrem da posição jurídica de titular de 
algum direito real, independentemente da vontade do devedor. Acompanham a coisa, 
móvel ou imóvel, e o devedor, enquanto for titular do direito real, deverá cumprir a 
prestação debitória. São híbridas porque apresentam tanto características de direitos 
pessoais quanto de direitos reais. 
 
Essas obrigações, entretanto, diferenciam-se dos direitos reais porque estes são 
oponíveis erga omnes e aquelas contêm uma oponibilidade que se reflete apenas no 
titular do direito. As obrigações propter rem não interessam a terceiros. 
São características das obrigações propter rem: 
– Vinculação a um direito real, ou seja, a determinada coisa de que o devedor é 
proprietário ou possuidor; 
– Possibilidade de exoneração do devedor pelo abandono do direito real, 
renunciando o direito sobre a coisa; 
– Transmissibilidade por meio de negócios jurídicos, caso em que a obrigação 
recairá sobre o adquirente. 
 
– Não é ela um direito real, pois este se desnatura pela obrigação de um facere que 
o acompanha, pois seu objeto não é uma coisa, mas a prestação do devedor. 
Também não é um direito obrigacional pela autorização, concedida ao credor, de exigir 
a prestação de quem quer que se encontre em relação à coisa gravada mediante ação 
real e pelo fato de o direito pessoal não se extinguir pelo abandono, não se transmitir a 
sucessor a título singular e de exigir a anuência do credor na cessão de débito, o que 
não ocorre na obrigação propter rem. 
 
É o que ocorre com a obrigação de pagar as taxas condominiais. O proprietário de imóvel 
em condomínio edilício tem o dever de pagar as taxas condominiais pelo simples fato de 
estar na posição de titular do direito real de propriedade. A vontade em nada influencia 
o surgimento do vínculo obrigacional. Demais disso, caso o imóvel seja vendido, o novo 
proprietário também terá a mesma obrigação de pagar as taxas, inclusive aquelas em 
atraso, que não tiverem sido pagas pelo proprietário anterior, conforme dispõe o art. 
1.345, CC , justamente porque a obrigação propter rem acompanha a coisa, nas mãos 
de quem quer que ela esteja. 
 
Podem também ser consideradas obrigações propter rem a obrigação de reparar o dano 
ambiental, as obrigações relativas ao direito de vizinhança, dentre outras. 
A jurisprudência do STJ entende que as obrigações relativas à água e energia elétrica, 
por serem serviços relacionados diretamente ao consumo pessoal do ocupante do 
imóvel, não são obrigações propter rem, mas sim obrigações propter personam, 
vinculando somente o fornecedor do serviço e aquele que efetivamente consumiu. 
 
Não se pode confundir as obrigações propter rem com outras figuras híbridas, que 
também estão no meio caminho entre os direitos pessoais e os direitos reais, a saber os 
ônus reais e as chamadas obrigações com eficácia real. 
Ônus reais são obrigações que restringem um dos poderes inerentes à propriedade (uso, 
gozo e disposição), têm oponibilidade erga omnes e acompanham a coisa sobre a qual 
recaem, como ocorre com a renda constituída sobre imóveis. 
 
A obrigação com eficácia real é aquela que, embora constituída apenas entre credor e 
devedor, gera efeitos perante terceiros. Difere-se da obrigação propter rem porque nesta 
a obrigação decorre da qualidade de titular do direito real, enquanto a obrigação com 
eficácia real surge da vontade das partes. Um exemplo de obrigação com eficácia real é 
cláusula de vigência no contrato de locação: pelo art. 8o da Lei n. 8.245/91, o locatário 
que tiver averbado o contrato junto à matrícula do imóvel poderá permanecer durante 
todo o período da locação, mesmo se o bem for alienado a terceiros. 
 
OBRIGAÇÕES 
 
Sentido Amplo: qualquer dever: Jurídico* 
 Não Jurídico 
 
*Sentido Restrito: Jurídico: patrimonial (econômico) 
 não patrimonial 
 
Não patrimonial: Não se quantifica o não cumprimento da obrigação. Ex: se um pai deixar de proteger 
um filho, maltratá-lo, pode perder o pátrio poder, o poder familiar, mas não terá perdas econômicas, 
não precisará despender nenhum valor devido a isto. 
 
Patrimonial: quando podemos quantificar em valor uma conduta negativa ou positiva. Ex: quando um 
prestador não realiza o serviço a contento do tomador, poderá ser solicitado o serviço de outro prestador 
e o custo ser cobrado desse primeiro. 
 
Portanto, o assunto abordado nesta parte do Direito Civil irá se ater às obrigações de caráter de um 
dever jurídico patrimonial. (Arts. 233-416 CC) 
 
Seqüência do Código Civil: Modalidades/ Transmissão/ Adimplemento (no sentido de cumprimento 
das obrigações)/ Inadimplemento (no sentido do não cumprimento das obrigações)/ Extinção. 
 
Nota: A idéia de obrigação vem de Roma. Obrigação no sentido de sujeição (um devedor sujeitando-
se a um credor). Neste período da história, caso o devedor não cumprisse com a obrigação pactuada, 
poderia se sujeitar ao ponto de tornar-se escravo do credor. 
Esta idéia de subordinação é ultrapassada (sem o devedor o credor não existe, e vice-versa). 
Essa idéia foi sendo aperfeiçoada até que o Estado passou a definir “quem o faça”. 
 
 
Conceito de Obrigação: É um vínculo jurídico em virtude do qual uma pessoa fica adstrita, submetida a 
satisfazer uma prestação (realizar algo) em proveito de outra. 
 
As Obrigações são realizadas entre sujeitos (um passivo e o outro ativo), um objeto (elemento objetivo) 
e um vínculo (elemento abstrato). Onde o objeto é uma prestação (no sentido de realizar algo). 
 
A estrutura do Direito Obrigacional é constituída do: 
Elemento Subjetivo: os sujeitos (passivo e ativo) 
Elemento Objetivo: o objeto 
Elemento abstrato: o vínculo 
 
 
 A B 
(Suj. Passivo) (Suj. Ativo) 
 Objeto 
 
Obs: O sujeito ativo (irá beneficiar-se) é o que fica de “braços cruzados”. Quem tem que realizar algo é 
o sujeito passivo. O que tem a obrigação de fazer, de dar, cumprir, realizar algo. 
 Imprescindível característica 
Conceito de obrigação: Obrigação é uma relação jurídica, de caráter transitório, estabelecida entre 
devedor e credor e cujo objetoconsiste em uma prestação pessoal, econômica, positiva ou negativa 
devida pelo primeiro (devedor) ao segundo (credor) garantindo-lhe o adimplemento (cumprimento da 
obrigação) através do patrimônio. 
 
1. Relação jurídica: tudo que for estranho ao Direito não irá interessar a relação; havendo 
repercussão para o Direito ocorrerá o Direito obrigacional; 
2. Transitório: é imprescindível que exista um prazo para que a obrigação se encerre; não existe 
uma condição eterna, perene, terá que ser transitória; 
3. Devedor e Credor: o devedor é o sujeito passivo (aquele que tem o dever de cumprir com a 
obrigação). 
Obs: Não se admite que uma pessoa estranha à relação participe dela. 
Numa relação obrigacional de compra e venda, o sujeito passivo pode virar ativo: passivo 
quando paga pelo e ativo quando recebe a coisa. 
Ex. uma pessoa que oferece uma recompensa para quem achar o seu cão perdido torna-se o 
devedor da obrigação/sujeito passivo. Quem achar o cão (não identificado até que se cumpra a 
obrigação/achar o cão) é o sujeito ativo. 
4. Prestação pessoal: a relação só é realizada entre pessoas (físicas ou jurídicas). Não pode ser 
entre pessoas e coisas. 
5. Prestação econômica: é preciso que esteja presente na relação o caráter patrimonial. A 
conseqüência do não fazer, o descumprimento contratual gera ônus patrimonial, econômico. 
6. Prestação positiva e negativa: obrigação de fazer, cumprir e obrigação de não fazer, descumprir. 
Positiva – ex. a obrigação de um sujeito passivo em realizar uma prestação a sujeito ativo. Ex: eu 
(sujeito passivo) vendo um aparelho de DVD e caso este apresente algum problema eu devolvo o 
dinheiro ao meu cliente (sujeito ativo). 
Negativa – ex. um vendedor que possui uma área delimitada de atuação que tem como obrigação 
não invadir a área de outros vendedores da concorrência. Caso ele ultrapasse, estará descumprindo 
a obrigação do não fazer. 
 Obs: se quebra a obrigação do não fazer fazendo! 
7. Patrimônio: forma de responsabilizar-se pelo cumprimento da obrigação; em regra, é o que irá 
responder pela nossas obrigações. 
 Ex: garantia real (uma coisa. Ex: oferecer uma fazenda como garantia) 
garantia fidejussória (uma pessoa. Ex: alguém que se coloca como fiador de uma dívida) 
 
Elementos da relação obrigacional 
 
Sujeito Passivo: é o devedor, é aquele que deverá cumprir a obrigação - a prestação. Este poderá 
ser singular ou plural. 
Obs: admite-se que o devedor deverá ser identificável. 
 
Sujeito Ativo: é o credor, aquele que fica na expectativa de obter do devedor a prestação. Também 
pode ser individual ou coletivo. 
 
Existe uma cooperação entre o sujeito ativo e sujeito passivo. 
 Representantes, auxiliares e mensageiros não são partes integrantes da relação obrigacional. 
 
Elemento objetivo – é a atividade destinada a satisfazer o interesse do credor, que está a aguardar 
que ela seja realizada pelo devedor. 
Objetos da relação 
O objeto da relação é a prestação e o da prestação é a coisa em si. 
Ex: na relação de compra e venda de um relógio: 
 o objeto da relação é o ato de se entregar o relógio 
 o objeto da prestação é o relógio 
 
Ex: em um show de música: 
 o objeto da relação é fazer o show 
 o objeto da prestação é o próprio show 
 
O objeto da prestação pode ser positivo ou negativo. 
Prestação é fazer algo (positivo) ou deixar de fazer (negativo). 
 
De acordo com o ordenamento jurídico a Prestação (Negócio Jurídico) tem que ser: 
 Possível: não pode ir de encontro à moral e aos bons costumes; 
 Lícita: pois se é lícita é porque é possível; 
 Determinada ou determinável: existindo uma contratação a obrigação terá que ser conhecida 
pelos sujeitos, ou seja, terá que ser determinável ou determinada. 
 Patrimonial: o seu cumprimento ou descumprimento tem que ser quantificável. 
Obs: se faltar qualquer desses elementos o negócio é nulo, em outras palavras, será extinta a 
obrigação. 
 
Elemento abstrato: Vínculo 
O vínculo é o elemento abstrato que sujeita o devedor a realizar um ato positivo ou negativo em 
benefício do credor (interesse duplo). Criada uma relação, o vínculo é que permite a aplicação de uma 
sanção (perdas e danos) no caso de descumprimento da obrigação. A possibilidade de ressarcimento 
existe porque há o vínculo (Art. 389 CC). 
 
Existem três teorias que disciplinam a existência do vínculo, são elas: a monista, a dualista e a ecletista. 
 
Pode-se ter responsabilidade sem ter débito? Sim, onde o devedor e o credor possuem a 
responsabilidade e o débito, o fiador possui apenas a responsabilidade. 
 
Nota: o benefício da ordem é prejudicial ao fiador e beneficia o credor. Ele permite que se busque o 
patrimônio do fiador. O credor pode escolher o melhor patrimônio (o do devedor ou fiador). 
 
Fontes do direito obrigacional: a fonte das obrigações é a lei (fonte primária, é aquela originária das 
obrigações). A lei tem que autorizar. 
 
Os atos lícitos e ilícitos são fontes secundárias da obrigação. Ex: se eu bater em um carro gera 
obrigação. 
 
 
 
 
 
Quanto ao vínculo obrigacional 
Quanto ao vínculo, as obrigações podem ser: 
Perfeitas: são as que o vínculo obrigacional apresenta tanto débito quanto responsabilidade. É dizer, o credor 
tem o direito de exigir determinada prestação do devedor, sob pena de este responder com todo o seu 
patrimônio. Exemplo: a obrigação do Estado em garantir a saúde de seus cidadãos. 
Imperfeitas: são aquelas em que falta ao vínculo jurídico o débito ou a responsabilidade. Por exemplo, as 
obrigações naturais que são imperfeitas porque, embora a dívida exista, o credor não pode exigir o 
comportamento do devedor, muito menos executar seu patrimônio. 
Existe, ainda quanto ao vínculo , outra classificação que divide as obrigações em: 
Morais: atinentes a regras de convivência, trato social, religiosas e outras que não correspondem a 
comportamentos selecionados pelo ordenamento jurídico. Essas obrigações não integram o objeto de estudo do 
direito obrigacional. Exemplo: obrigação de dar presente de aniversário a parentes e amigos. 
Naturais: aquelas em que o direito de crédito, embora existente, não é dotado de exigibilidade. A dívida 
prescrita, por exemplo, é obrigação natural. 
Civis: são as obrigações em que o credor pode exigir a prestação do devedor, sob pena de responsabilidade 
patrimonial deste. Exemplo: obrigação de reparar os danos decorrentes de um ato ilícito. 
Quanto à natureza da prestação 
Obrigação de dar: a prestação consiste na entrega, pelo devedor, de um bem móvel ou imóvel, determinado 
ou determinável, ao credor. Exemplo: obrigação de restituir um imóvel emprestado ( comodato ). 
Obrigação de fazer: a prestação corresponde à realização de uma atividade, um serviço pelo devedor ao 
credor. Exemplo: obrigação do médico de realizar uma cirurgia em um paciente. 
Obrigação de não fazer: aquela em que o devedor se abstém da prática de um ato em favor do credor. 
Exemplo: obrigação assumida por proprietário de imóvel de não levantar edificação acima de três andares. 
Ainda com relação à natureza da prestação, as obrigações podem ser classificadas em: 
Obrigações positivas: a prestação é uma conduta comissiva do devedor. São obrigações positivas as 
obrigações de dar e de fazer. Exemplo: obrigação de pagar determinada quantia em dinheiro. 
Obrigações negativas: a prestação é uma conduta omissiva. Estão inseridas nessa categoria as obrigações de 
não fazer. Exemplo: obrigação do locatário de não sublocar o imóvel a outrem. 
 Quanto ao objeto 
Obrigações simples: há apenas uma prestação a ser realizada pelo devedor. 
Exemplo: obrigação de restituir bem emprestado. 
Obrigações alternativas: são aquelas em que existem duas ou mais prestações, desobrigando-se o devedor 
de cumprir apenas uma delas. Como exemplo,podemos citar a obrigação, muito comum nas condenações 
judiciais atualmente, de o Estado fornecer ao cidadão medicamento de determinada marca ou genérico de 
propriedades semelhantes. 
Obrigações cumulativas: há pluralidade de prestações e, para se desonerar, o devedor precisa cumprir todas 
elas. Exemplo: para recuperar a saúde um cidadão, o Estado deve realizar cirurgia, garantir o tratamento 
fisioterápico de recuperação e fornecer os medicamentos necessários. 
Obrigações facultativas: existe uma prestação principal e uma subsidiária, podendo o devedor substituir a 
prestação principal pela subsidiária. Exemplo: contrato estimatório
 
Obrigações líquidas: são aquelas em que há certeza quanto à existência e determinação do objeto. Exemplo: 
o devedor compromete-se a transferir ao credor o total de 40 sacas de açúcar. 
Obrigações ilíquidas: o objeto é incerto e depende de apuração. Exemplo: o devedor vende ao credor toda a 
sua safra futura de tomates, sem saber ao certo o quanto isso corresponderá. 
Obrigações divisíveis: o objeto da prestação pode ser fracionado sem que disso resulte perda do valor 
econômico, destruição do bem ou perda do interesse do credor. Exemplo: se A e B são devedores de C na quantia 
de 1000 reais, A pode pagar 600 e B pode pagar 400 que a obrigação restará adimplida 
Obrigações indivisíveis: o objeto da prestação não é suscetível de fracionamento. Exemplo: A e B devem 
entregar um imóvel a C; neste caso, dada a indivisibilidade natural do bem, o devedor A não tem como transferir 
apenas parte do imóvel a C. 
Quanto à estrutura 
Obrigações simples: há apenas um único credor, um único devedor e uma única prestação. Exemplo: compra 
e venda de um automóvel em uma concessionária. 
Obrigações complexas: existe pluralidade subjetiva (credores e/ou devedores) e/ou objetiva (mais de uma 
prestação). As obrigações solidárias (pluralidade subjetiva) e as obrigações alternativas (pluralidade objetiva), 
por exemplo, são consideradas obrigações complexas. Exemplo: a obrigação de o Estado, o Município e a União 
de empregar todos os meios disponíveis para garantir a saúde do indivíduo (obrigação solidária). A obrigação de 
o devedor transferir ao credor uma casa ou um apartamento no valor ajustado entre as partes. 
 
Quanto aos sujeitos 
Obrigações fracionárias: embora haja pluralidade de credores e/ou devedores, cada credor apenas pode 
exigir a sua parte do crédito e cada devedor responde apenas pela sua parte na dívida. Exemplo: uma obrigação 
em que foi estipulado que A e B devem pagar 500 reais a C, sendo que C somente pode cobrar 250 reais de cada 
devedor. 
Obrigações conjuntas, unitárias ou de mão comum: são obrigações unitárias em que, existindo mais de um 
credor ou mais de um devedor, a prestação somente pode ser realizada em sua integralidade. Inexiste, nas 
obrigações conjuntas, divisão de responsabilidade. Exemplo: se duas ou mais pessoas se obrigarem a dar, 
conjuntamente, 10 (dez) toneladas de tomate a um determinado credor, a obrigação somente será cumprida se 
todos os devedores entregarem a prestação devida, não podendo o credor exigir a obrigação individualmente de 
qualquer devedor. 
Obrigações disjuntivas: há mais de um devedor, mas o credor pode escolher de qual devedor cobrará a 
prestação, exonerando os demais. Exemplo: A e B comprometem-se a entregar um cavalo de raça a C, sendo que 
C pode escolher de qual devedor cobrará a entrega do animal. 
Obrigações solidárias: há mais de um credor ou mais de um devedor, cada um com direito ou obrigado à 
dívida toda. Exemplo: Caio e Tício comprometem-se solidariamente a transferir a César 90 sacas de café; ainda 
que a obrigação seja naturalmente divisível, César pode exigir as 90 sacas tanto de Caio quanto de Tício. 
Obrigações conexas: não se trata propriamente de obrigações subjetivamente complexas. Há várias 
obrigações que, por possuírem uma causa comum, os devedores têm que cumprir prestações distintas ao mesmo 
credor. César Fiuza fornece exemplo bastante didático de obrigações conexas: se contrato pintor e pedreiro para 
reformar minha casa, só poderei exigir a prestação do pintor depois de exigir a do pedreiro. Uma está vinculada 
à outra, apesar de serem individuadas. 
Quanto ao modo de execução 
Obrigações instantâneas: o pagamento é feito de maneira integral, imediatamente após o surgimento da 
obrigação. Exemplo: se você compra um lanche na cantina da faculdade, deve imediatamente pagar o preço e a 
cantina imediatamente deve entregar-lhe o lanche 
Obrigações periódicas (execução continuada ou trato sucessivo): o pagamento é feito em prestações 
periódicas ao longo de um período determinado de tempo. Exemplo: o sujeito celebra contrato de promessa de 
compra e venda do imóvel cujas prestações são parceladas em 10 (dez) vezes. 
Obrigações diferidas: o pagamento é feito integralmente em um único ato, porém postergado no tempo. 
Exemplo: num contrato de comodato, o devedor é obrigado a restituir o bem após quatro meses. 
Quanto ao conteúdo. 
Obrigações de meio: o devedor obriga-se a utilizar todos os meios disponíveis ao cumprimento da obrigação, 
sempre com diligência, prudência e perícia, sem, contudo, assegurar um resultado específico. Exemplo: cirurgia 
plástica reparadora. 
Obrigações de resultado: o devedor assegura ao credor o atingimento de um resultado específico e apenas 
se desonera da obrigação se atingi-lo. Exemplo: cirurgia plástica estética. 
Quanto aos elementos acidentais 
Obrigações condicionais: sujeitas à condição suspensiva ou resolutiva. Exemplo: um pai compromete-se a 
dar um carro à filha desde que esta conclua sua graduação. 
Obrigações a termo: sujeitas a evento futuro e certo, ainda que o tempo seja indeterminado. Exemplo: 
obrigações cujo pagamento ficou ajustado para 30 (trinta dias após a celebração do negócio). 
Obrigações com encargo (modais): sujeitas a encargo. Exemplo: Caio doa a Tício um imóvel, desde que Tício 
comprometa-se a cuidar do doador enquanto este estiver vivo. 
Obrigação pura e simples: não está subordinada a condição, termo ou encargo. Exemplo: a compra e venda 
de aparelho celular em que a loja faz imediatamente a tradição do bem, sem a aposição de elementos acidentais 
a esse negócio. 
 
 
OBRIGAÇÕES POSITIVA DE DAR (arts. 233 a 242) 
 
 
Esta obrigação tem como conteúdo uma coisa. A prestação da obrigação é justamente a entrega de 
uma coisa. O fato da entrega da coisa não pode ser confundido com a obrigação de fazer. Ex: a 
obrigação que tem como objeto/prestação um quadro. Se o quadro não estiver pronto, a obrigação é 
de fazer; e se ele já foi pintado, a obrigação é de dar. 
 
Obrigação de dar representa a entrega de alguma coisa pelo devedor ao credor. 
Obs. Tecnicamente dar = entregar 
 
 
 coisa certa 
DAR coisa incerta 
 restituir (devolver) 
 
 
Obrigação de dar coisa certa: 
 
O devedor fica adstrito a fornecer ao credor determinado bem, perfeitamente individuado, móvel ou 
imóvel. A coisa certa consta de objeto preciso, que se possa distinguir por características próprias de 
outros da mesma espécie. (coisa específica, determinada, individualizada). 
 
Ex. o devedor deve entregar um animal de corrida, o credor tem que receber aquele animal. 
 
A obrigação de dar coisa certa, só confere ao credor direito pessoal (um crédito) e não real (sobre as 
coisas), pois não transfere de logo o domínio, apenas obriga-se a transmiti-lo. Logo, não cabe ao credor 
reivindicar a coisa, mas tão somente mover ação de indenização. O domínio só acontece com a tradição 
(transmissão, transferência de posse) 
 
Ex: contrato de compra e venda (obrigação de dar). O contrato gera o direito pessoal. O fim do contrato 
gera o direito real. 
 
O direitoreal acompanha a coisa, já o direito pessoal, não! Se a primeira pessoa passou para outras 
pessoas, o direito a perdas e danos será cobrado do último. 
 
Ex. Se A vende um cavalo a B, e B vende a C. O juiz não vai exigir de B a entrega para C, mas de A 
(do primeiro que deu a coisa), porque a obrigação de dar a coisa é pessoal. A tem o direito a perdas e 
danos contra B. 
 
As obrigações de dar podem vir aglutinadas com outras obrigações de fazer e não fazer. Por exemplo: 
o vendedor além de se comprometer a entregar a coisa vendida, contrai, simultaneamente, salvo pacto 
em contrário, obrigação de responder pelos vícios redibitórios (que estão ocultos e diminuem o valor 
do produto, por ex. quadro com polia) e pela evicção (direito de regresso, ex: compro um carro e o 
Banco toma de mim porque o antigo dono estava devendo, eu tenho o direito de regresso contra o 
antigo dono). 
 
Princípios: 
1. Identidade, “aliud pro alio” (art. 313 CC) – A coisa não poderá ser substituída unilateralmente pelo 
devedor. O credor não é obrigado a receber outra coisa, ainda que mais valiosa, como também não 
pode exigir coisa diferente, ainda que menos valiosa. Não é lícito o devedor entregar coisa diversa da 
ajustada, pois estaria alterando unilateralmente o objeto da prestação. O adimplemento é específico, 
sem possibilidade de sub-rogação ou substituição por prestações diferentes, salvo com anuência do 
credor. Se fosse permitido aos devedores entregar coisa diversa da pactuada, geraria impugnações 
dos credores, perícias, comprometendo a distribuição da justiça. 
A dação em pagamento não é exceção à regra, pois nesta há o expresso consentimento do credor em 
receber uma coisa por outra (art.356). 
O art. 373, II exclui a possibilidade de compensação nos casos de comodato e depósito. O credor tem 
o direito de receber, de volta, a própria coisa emprestada ou depositada. (exceto depósitos tratados nos 
arts. 636 e 638). 
“Art.636 O depositário, que por força maior houver perdido a coisa depositada e recebido outra em seu lugar, é 
obrigado a entregar a segunda ao depositante, e ceder-lhes as ações que no caso tiver contra terceiro 
responsável pela restituição da primeira.” 
A entrega parcelada só é permitida mediante pacto expresso. Exceção: o portador da letra de cambio 
é obrigado a receber o pagamento parcial, ao tempo do vencimento. 
 
2. Acessoriedade (art.233) – O acessório segue o destino do principal. Se eu não quiser que o 
acessório acompanhe a coisa, terei que fazer uma ressalva, salvo se resultar de uma circunstância. 
Essa regra se aplica aos frutos, produtos e benfeitorias. 
Ex. 1- a entrega de terreno com suas árvores frutíferas inclui os frutos acaso pendentes. 
 2- quem aliena um imóvel transmite o ônus do imposto as servidões existentes e direito de cobrar 
do inquilino o aluguel atrasado. São acessórios da coisa e seus acrescidos o direito real de usufruto. 
 
3. Direito aos melhoramentos, frutos e produtos acrescidos (art.237) 
Melhoramentos: Até a entrega, a coisa com seus melhoramentos e acréscimos (pelos quais poderá 
exigir aumento do preço) pertence ao devedor, após a entrega, ao credor. Ou seja, o devedor deve 
entregar os acessórios, mas se houver acréscimos, os chamados cômodos, pode o devedor cobrar por 
eles a respectiva importância. 
Frutos: Pendentes (frutos na árvore) pertencem ao devedor, percipiendos (podiam ser colhidos, mas 
não foram) pertencem ao credor. 
Ex. o objeto da obrigação é um animal, este enquanto estava com o devedor gera um filhote ainda para 
nascer, o devedor não será compelido a entregar o animal com seu fruto. Ao devedor cabe o direito de 
exigir aumento de preço pelo acréscimo que teve a coisa. 
Produtos: Idem aos frutos. 
 
Obs: Se uma fazenda é vendida (ou locada), e antes da entrega a estrada onde ela está situada é 
asfaltada, há uma benfeitoria da qual o devedor (vendedor ou locatário) não participou, então ele não 
pode aumentar o preço (no caso do locatário, receber o valor da melhoria). 
 
4. Perda (extinguir)/Deterioração (avariar) - arts 234 e 238 
Perda é o desaparecimento completo da coisa para fins jurídicos (incêndio, furto). 
Obs. Deve-se identificar se houve culpa do devedor. 
 
Se a coisa se perde, sem culpa do devedor, antes da tradição, ou pendente a condição suspensiva => 
resolve-se a obrigação (o devedor devolve o dinheiro ao credor). O único prejudicado é o devedor 
(proprietário). No entanto, se houver culpa do devedor, esse responderá pelo equivalente mais perdas 
e danos. 
 
Ex. (perda sem culpa do devedor): A deveria entregar um determinado boi, antes da entrega eu já recebi 
o dinheiro, mas na noite anterior a da entrega cai um raio na cabeça do boi e ele morre, neste caso eu 
apenas devolvo o dinheiro e resolve-se a obrigação, sem pagamento de indenização a título de perdas 
e danos. 
 
Perda da coisa com culpa do devedor: culpa do devedor no sentido amplo, para fins obrigacionais, que 
engloba o dolo: que é a intenção de prejudicar outrem e no sentido stritum, que é a culpa relacionada 
com negligência, imperícia e imprudência. Neste caso, se a coisa se perder com culpa do devedor, 
resolve-se a obrigação com perdas e danos. 
 
Ex1: deveria entregar um determinado boi e já recebi o dinheiro, eu mato o boi intencionalmente; só 
que este boi iria participar de um rodeio, neste caso eu terei que devolver o dinheiro que foi pago pego 
boi e ressarcir os eventuais lucros cessantes que seriam recebidos com a exposição deste boi no rodeio 
em forma de indenização a título de perdas e danos. 
 
 
Ex 2. antes da tradição por imperícia eu deixo o carro cair no penhasco. A perda será o que o credor 
deixou de ganhar sem poder trabalhar, por falta de carro. E danos o valor correspondente a destruição 
do carro. 
 
Se a coisa se perde após a tradição, o risco é do credor (comprador). Com a entrega o devedor ficou 
coberto de todo risco. 
 
Se a coisa estava à disposição do adquirente, por conta deste correm os riscos, salvo se houve fraude 
ou negligência do devedor. 
 
Quando a coisa sofre danos sem desaparecer temos a deterioração. 
 
Deterioração da coisa sem culpa do devedor (art.235 CC): se não há culpa do devedor não podemos 
falar de perdas e danos, neste caso o credor tem duas opções; ou resolve-se a obrigação (o devedor 
devolve o dinheiro ao credor sem perdas e danos), ou o credor fica com a coisa, no estado em que se 
encontrar, abatendo o valor do que se perdeu. Ex: eu vendo um carro e devido a um alagamento a 
lataria do carro fica prejudicada, com ferrugens e arranhada; ou devolvo o dinheiro, ou, o credor fica 
com o carro no estado que ficou (deteriorado), ou eu abato o valor da desvalorização. 
 
Deterioração da coisa com culpa do devedor: (art. 236 CC) neste caso, se a deterioração da coisa foi 
por culpa do devedor, o credor terá a opção de exigir o equivalente à coisa, ou ficar com a coisa no 
estado que se encontrar, abatendo o preço da desvalorização em ambos os casos com perdas e danos. 
 
 
Obrigações de restituir: 
 
Diferença entre a obrigação de dar e restituir: 
Na obrigação de dar a coisa pertence ao devedor até a tradição, e o credor recebe o que não lhe 
pertence; na obrigação de restituir a coisa pertence ao credor mesmo antes do ato gerador da 
obrigação, ou seja, a coisa estava legitimamente em poder do devedor (para seu uso), pertencendo, 
porém ao credor , que tinha sobre ela o direito real. 
Ex: em um contrato O Dono do Imóvel= Obrigação de Dar 
 O Inquilino= Obrigação de Restituir 
 
Obs: a diferença interfere na questão do risco. 
 
Obrigação de restituir: é a obrigação que tem como objetivo a transferência temporária da coisa para 
uso ou fruição (gozo). 
 
Sem trabalho (Art. 241 CC) – lucro para o credor. Ex. se o devedor não participou das reformas do 
terreno, se quem asfaltou foi a Prefeitura, o lucro é para o credor. 
Com trabalho(Art. 242 CC) – lucro para o devedor. 
 
Perda (desaparecer/extinguir) e Deterioração (danificar/deteriorar): Nos interessa a questão 
indenizatória. 
 
Perda da coisa sem culpa do devedor na obrigação de restituir coisa certa: (art. 238 CC) o credor 
suportará a perda da coisa, ele nada poderá exigir do devedor (a coisa perece para o dono - “res perit 
domino”) Ex: eu empresto um veículo com contrato de comodato expresso a uma pessoa e na vigência 
desse contrato ela é assaltada a mão armada, neste caso eu perco a coisa, terei que suportar o prejuízo 
sem exigir nada do devedor. Se na vigência de uma locação o imóvel for destruído sem culpa do 
devedor, o credor não será restituído, porém se existirem débitos referentes a valores locatícios estes 
valores terão que ser pagos ao locador (art. 238 CC). 
 
Perda da coisa com culpa do devedor na obrigação de restituir coisa certa: (art. 239 CC) o devedor 
responderá pelo equivalente (sem restituir a coisa no estado que se encontrar) da obrigação mais 
perdas e danos. A resolução acontece com perdas e danos. Ex. se eu causei um acidente na vigência 
do comodato e a coisa se perdeu eu terei que pagar um carro novo e outros prejuízos que você suportou 
porque eu não cumpri com a obrigação de restituí-lo. 
 
 
Deterioração da coisa sem culpa do devedor na obrigação de restituir: (art. 240 CC) segue o mesmo 
raciocínio da perda sem culpa, a coisa perece para o credor, a única possibilidade que o credor tem 
será a de exigir a coisa no estado em que se encontrar. 
 
Deterioração da coisa com culpa do devedor na obrigação de restituir: o art. 240 CC diz que se aplica 
o art. 239 CC: responderá o devedor pelo equivalente à coisa mais perdas e danos. O credor pode 
exigir o equivalente ou aceitar a coisa no estado que se encontrar, com direito a reclamar, em qualquer 
das duas hipóteses, indenização das perdas e danos.(cfe. enunciado 15 CJF, aprovado na primeira 
jornada de direito civil no conselho da justiça federal no STJ, que manda aplicar ao artigo art. 240 CC 
as disposições do art. 236 CC). 
 
Sobre Perdas e Danos: Perdas= aquilo que se deixou de ganhar. Danos= o prejuízo. Ex: caso uma 
pessoa bata num táxi (com culpa) causando perda total neste veículo e o taxista se machucar 
precisando passar 04 meses sem trabalhar o causador do acidente terá que arcar com perdas e danos: 
a perda se dará pelo tempo que o taxista deixar de trabalhar e os danos pelo prejuízo causado no táxi. 
 
Obs: Hoje no direito civil procura-se buscar a conservação máxima do negócio jurídico (Princípio da 
conservação do negócio jurídico ou do contrato). 
 
 
 
 
 
 
Obrigação de dar coisa incerta: 
 
Conceito: Consiste da relação obrigacional cujo objeto (que é o conteúdo da prestação) é 
indeterminado, sendo indicado ao menos pelo gênero e quantidade (e aí está a razão de ser chamada 
de obrigação genérica). 
 
Obs: O ponto de referência para que possamos questionar a coisa é a escolha. 
 
Escolha ou concentração: é o fato pelo qual a coisa incerta se transforma em coisa certa, determinada 
e específica, dessa forma, a obrigação que era de dar coisa incerta se transforma em obrigação de dar 
coisa certa, só podendo ser entregue o objeto escolhido. 
 
Ex: Eu comprei cinco cabritos com 06 meses de vida para receber e não escolhi ainda, é coisa incerta, 
quando eu chego na fazenda e estou escolhendo os cinco cabritos esta é a fase da 
concentração/escolha, após a escolha ser feita a coisa passa a ser certa, determinada. 
 
 
Artigo 244 CC: este é um dispositivo que sempre desperta dúvida, porque em regra a escolha, a 
concentração da dívida cabe ao devedor, salvo previsão em contrário do instrumento, porque, 
dependendo do que estiver determinado no instrumento, a escolha pode ser feita pelo credor e até por 
um terceiro. Este dispositivo legal ainda traz que o devedor quando escolhe não poderá dar a coisa 
pior, nem será obrigado a prestar a melhor. Levando em conta a Vedação do Enriquecimento sem 
causa, pelo princípio da equivalência das prestações, temos que a escolha, no caso do devedor, sempre 
deve recair no termo médio, no gênero médio. 
 
Ex: Se tenho cinco cavalos de raças diferentes, nem posso dar o pangaré, nem sou obrigada a dar o 
alazão premiado. Terei que escolher um dos outros três cavalos levando em conta a boa fé objetiva. 
 
Art. 246 CC: Não se fala em inadimplemento na obrigação de dar coisa incerta porque antes da escolha 
não pode o devedor alegar deterioração da coisa ainda que decorrente de caso fortuito, evento 
totalmente imprevisível e força maior. 
Antes da escolha se houver perda ou deterioração, de quem é a culpa? Do devedor. Antes da escolha 
o devedor responde pela perda ou deterioração, mesmo que por caso fortuito ou força maior. A 
responsabilidade é do devedor, independente de culpa. O credor é eximido de qualquer culpa. 
 
Obs: O gênero nunca perece “genus nunquam periti”, ou seja, o gênero não se perde. A coisa incerta 
não poderá se perder ou deteriorar, mesmo por caso fortuito ou força maior, porque não foi 
individualizada. 
 
 
 
 
Descumprimento de dar a coisa certa (art.461-a CPC): 
Coisas móveis: busca e apreensão; 
Coisas imóveis: emissão da posse. 
 
 
 
 
Obrigação de Fazer 
 
O devedor se vincula a determinado comportamento, consistente em praticar um ato ou realizar uma 
tarefa, donde decorre uma vantagem para o credor. 
 
Ex: Construir um muro, ministrar uma aula, realizar uma obra. 
Obs: Dentro da idéia de FAZER, encontra-se a idéia de DAR. Quem promete a entrega de determinada 
prestação, a rigor, vincula-se a fazer referida entrega. Para diferenciar temos obrigação de fazer quando 
a entrega (dar) é conseqüência de um fazer, quando não é obrigação de dar. 
A obrigação de fazer envolve uma atitude humana (ativa, positiva). 
A obrigação fungível é aquela cujas qualidades pessoais do devedor não interessam, não são 
relevantes. Ex: a construção de um muro, qualquer pedreiro poderá fazer.(art.249) 
A obrigação infungível não se funda nas qualidades pessoais e objetivas do devedor (cantor famoso), 
mas em CONDIÇÕES PARTICULARES, intuitu personae, (Ex. Marisa Monte). Ex: Caso ocorra algum 
problema num show de Marisa Monte, a ausência dela não poderá ser substituída por um outro 
cantor(a).(art.247) 
 
 
Impossibilidade da Obrigação de Fazer:- (não tem como cumprir a prestação, torna-se impossível): 
 
Sem Culpa: Ex: O professor que deveria ministrar a aula e adoece no dia. Solução: Ele apresenta o 
atestado médico e daí resolve-se a obrigação (retorna ao estado anterior da desavença). Outro exemplo 
de Impossibilidade sem culpa seria a apresentação de um show numa festa de aniversário de 50 anos 
de casamento de um casal. Se o cantor adoecer no dia da festa, não adiantará ele fazer outro show 
depois, pois o aniversário já passou. Ou seja, tornou impossível a obrigação, não terá como fazê-la 
depois. 
 
Com Culpa: Se o professor simplesmente faltar (tornando a obrigação impossível), sem uma 
justificativa, levará falta e não irá receber por aquela aula não ministrada. Ou seja, Resolve-se a 
obrigação + Perdas e Danos. 
 
 
Descumprimento da Obrigação de Fazer: (há possibilidade de fazer, mas não no prazo convencional, 
já se caracteriza a má fé) 
 
Sem Culpa: Assim como a Impossibilidade sem culpa, a solução do Descumprimento sem culpa 
também ocorre através da resolução da obrigação e retorno ao estado anterior. Ex: a entrega de uma 
obra em tempo posterior ao acordado porque a construtora não conseguiu cumprir o prazo estabelecido. 
 
Com Culpa: 
Fungível (art. 249 CC) – Quando qualquer pessoa pode realizar a prestação. Solução da Lei (Perdas 
e Danos + terceiro): Se qualquer pessoa poderá realizar a prestação, o juiz solucionará o problema 
estabelecendo que um terceiro cumpra e “enviará a conta” para o devedor. 
Infungível (art. 247 CC) – Se resolve automaticamentecom Perdas e Danos. 
 
Obs.1: Fungível ≠ Infungível: O segundo terá que ser apenas com Perdas e Danos porque não tem 
como um terceiro substituir a obrigação de fazer. 
 
Obs.2: Execução da Obrigação de Fazer (art. 632 CPC): “Quando o objeto da execução for obrigação 
de fazer, o devedor será citado para satisfazê-la no prazo que o juiz lhe assinar, se outro não estiver 
determinado no título executivo”. Pode ainda o credor requerer a conversão em indenização (perdas e 
danos) 
 
Obs.3: Art. 466-A CPC: “Condenado o devedor a emitir declaração de vontade, a sentença, uma vez 
transitada em julgado, produzirá todos os efeitos da declaração não emitida “.Ex. se vc paga o imóvel 
e o vendedor não assina a escritura, o juiz determina que o cartório emita a escritura sem assinatura 
do devedor. 
 
 
Obrigação de Não Fazer 
 
Conceito: ocorre quando um devedor assume um compromisso de se abster de um ato (apenas atos 
lícitos) que poderia praticar se não fosse o vínculo que o prende. 
Ex. a pessoa que promete não vender uma casa a não ser para o credor. 
A obrigação de não fazer envolve uma atitude humana (negativa, passiva). 
Deve ser lícita – sem restrição sensível à liberdade individual, sem colidir com os fins da sociedade, 
não pode ser imoral ou anti-social. Ex. não casar, não trabalhar, etc. 
Inadimplemento das obrigações de não fazer = Inadimplemento das obrigações de fazer 
 
Art. 250 CC: “Extingue-se a obrigação de não fazer, desde que, sem culpa do devedor, se lhe torne 
impossível abster-se do ato, que se obrigou a não praticar”. 
Ex: Se eu possuo terreno baldio que facilita o acesso de uma estrada para a praia e eu me comprometo 
com meus vizinhos a não permitir que ninguém utilize este terreno como passagem para evitar que 
pessoas desconhecidas caminhem pela vizinhança e o poder público manda que eu libere para a 
passagem das pessoas. 
 
Art. 251 CC: “Praticado pelo devedor o ato, a cuja abstenção de obrigara, o credor pode exigir dele que 
o desfaça, sob pena de desfazer à sua custa, ressarcindo o culpado perdas e danos”. 
Obs. Em caso de urgência o credor pode desfazer ou mandar desfazer, independente de autorização 
judicial (cabe o ressarcimento). 
 
 
Obrigação Alternativa (Arts. 252 a 256 CC) 
 
Conceito: são aquelas obrigações que têm por objeto duas ou mais prestações, porém apenas uma 
deverá ser cumprida. Tal obrigação dará a opção ao devedor ou credor de escolher pela obrigação a 
ser cumprida. 
 
Obs. Não se pode inferir que a obrigação é alternativa, esta condição terá que estar expressa que é 
uma coisa ou outra, a conjunção OU deverá constar no contrato. 
 
Após a escolha/concentração a obrigação passa a ser a de Dar Coisa Certa, de Fazer ou Não Fazer. 
Ex: Um supermercado firmou contato com um fornecedor de todo dia 30 comprar leite condensado ou 
creme de leite. No dia 15 faz a escolha e no dia 30 recebe (até o dia 15 a obrigação é alternativa, depois 
é obrigação de dar coisa certa e simples). 
 
A Obrigação de Fazer depende de um ato. O devedor faz a escolha em regra, mas nada impede que a 
escolha seja feita pelo credor. (ou seja, tanto um quanto o outro, depende do que for definido no 
contrato). A Obrigação também pode ser feita por sorteio (Art. 817 CPC: “Ressalvado o disposto no 
artigo 810 - ‘O indeferimento da medida obsta a que parte intente a ação, nem influi no julgamento 
desta, salvo se o juiz, no procedimento cautelar, acolher a alegação de decadência ou de prescrição 
do direito do autor’ - , a sentença proferida no arresto não faz coisa julgada na ação principal”). 
 
Impossibilidade: 
 
 Uma (Art. 253: “Se uma das duas prestações não puder ser objeto da obrigação ou 
se tornada inexequível, subsistirá o débito quanto à outra”).Ex. A deve entregar a B 
um jumento ou duas cabritas. Se o jumento morre A deve entregar 
Sem culpa: as cabritas. 
 Ambas (Art. 256: “Se todas as prestações se tornarem impossíveis sem culpa 
 do devedor, extinguir-se-á a obrigação”). 
 
Ambas com escolha do Devedor (Art. 254 CC). Solução da Lei: Devolve-se o valor 
da última prestação + Perdas e Danos. 
Art 254: “Se, por culpa do devedor, não se puder cumprir nenhuma das prestações, não 
competindo ao credor a escolha, ficará aquele obrigado a pagar o valor da que por último se 
impossibilitou, mais as perdas e danos que o caso determina”. 
 Ambas com escolha do Credor (Art. 255 CC).Solução da Lei: O credor escolhe 
 o valor de qualquer uma delas + Perdas e Danos. Ex: Dois animais X (custa R$ 
 100) e Y (custa R$120). X morreu primeiro e Y morreu por último. O Credor re- 
 Com culpa: ceberá o valor de Y + Perdas e Danos. 
 Uma com escolha do Credor (Art. 255 CC).: prestação subsistente ou valor da 
 outra mais perdas e danos. Ex Dois animais X (custa R$100) e Y (custa R$ 120). 
 X morreu. O Credor receberá o animal Y + Perdas e Danos ou o valor de X que 
 morreu + Perdas e Danos. 
Art. 255: “Quando a escolha couber ao credor e uma das prestações tornar-se impossível por 
culpa do devedor, o credor terá direito de exigir a prestação subsistente ou o valor da outra, 
com perdas e danos; se, por culpa do devedor, ambas as prestações se tornarem 
inexeqüíveis, poderá o credor reclamar o valor de qualquer das duas, além da indenização por 
perdas e danos”. 
 
 
 
Obrigação Cumulativa (Conjuntiva): 
 
São aquelas que possuem em sua prestação vários objetos ou várias obrigações que deverão ser 
cumpridas integralmente, sem exclusão de qualquer uma delas, sob pena de se haver por não cumprida 
(o devedor continuará inadimplente ou in mora). 
Obs. Esse tipo de obrigação não está no C.C., é um reforço da Obrigação de Dar Coisa Certa. 
 
 
Obrigação Facultativa: 
 
É aquela que, tendo por objeto uma só prestação, concede ao devedor a faculdade de substituí-la por 
outra. Essa faculdade pode derivar de convenção especial (acordo) ou de expressa disposição de lei 
(art. 157, § 2°) 
Art. 157, § 2°: Não se decretará a anulação do negócio, se for oferecido suplemento suficiente, ou se a parte 
favorecida concordar com a redução do proveito. 
 
Obs. Esse tipo de obrigação não está no C.C., é apenas doutrinária. 
 
Ex. Você faz um consórcio para receber uma moto, mas pode receber um carro. 
 
Distinção entre obrigação alternativa e obrigação facultativa. 
 
Alternativa: a obrigação se extingue com a entrega de um dos dois ou mais objetos existentes. Há 
pluralidade de objetos e todos são devidos até que se entregue um deles. 
 
Facultativa: existe um objeto devido apenas e o devedor pode exonerar-se dela oferecendo outro no 
lugar daquele. Não pode porém, ser obrigado pelo credor a dar outra coisa. 
 
Obs: Obrigação Impossível  Obrig. Alternativa: continua existindo com relação aos demais. 
  Obrig. Facultativa: extingue a obrigação (porque o objeto é único) 
 
Perecimento sem culpa do devedor: tanto na Obrigação Alternativa (todos os objetos sem culpa) como 
na Obrigação Facultativa será extinta a obrigação. 
 
 
Obrigações Divisíveis e Indivisíveis: 
 
As Obrigações Divisíveis e Indivisíveis dizem respeito ao Objeto da Prestação. A questão da 
divisibilidade ou indivisibilidade só se apresenta importante diante da pluralidade de sujeitos. 
 
Dos Bens Divisíveis 
Art. 87 CC: Bens divisíveis são os que se podem fracionar sem alteração na sua substância, diminuição 
considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se destinam. 
Art. 88 C: Os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis por determinação da lei ou por 
vontade das partes. 
 
Obrigações Divisíveis: são as obrigações possíveis de cumprimentofracionado. É aquela cujo 
pagamento pode ser dividido em parcelas sem que se descaracterize o objeto da prestação. 
Art. 257 CC: “Havendo mais de um devedor ou mais de um credor em obrigação divisível, esta presume-se 
dividida em tantas obrigações, iguais e distintas, quanto aos credores e devedores: 
 
 Pluralidade de devedores: Divide-se em tantas obrigações iguais e distintas quanto os devedores. 
Ex: Despesas com condomínio; se o valor total do condomínio é de R$100 e existem 10 condôminos, 
o valor que deverá ser pago por cada um deles é de R$10. 
 Pluralidade de credores: O devedor comum paga a cada um dos credores a parcela da dívida global. 
Cada credor só poderá exigir a sua parcela. Ex: A divisão dos lucros de uma empresa entre os 
sócios. 
 
Obrigações Indivisíveis: são aquelas que só podem cumprir em sua integralidade. São aquelas cujo 
pagamento só pode ser efetuado de uma única vez, sob pena de descaracterizar o objeto da prestação. 
Art. 258 CC: A Obrigação é indivisível quando a prestação tem por objeto uma coisa ou um fato não suscetível 
de divisão, por sua natureza, por motivo de ordem econômica, ou dada a razão determinante do negócio jurídico. 
 
 Pluralidade de devedores: Cada um dos devedores será obrigado pela dívida toda. Ex: A e B devem 
um animal a C. Este poderá exigir de um ou de ambos. Se A pagar sub-roga-se no direito de credor 
em relação a B (art.259). 
Art. 259 CC: “Se, havendo dois ou mais devedores, a prestação não for divisível, cada um será obrigado pela 
dívida toda. 
Parágrafo Único: O devedor, que paga a dívida, sub-roga-se no direito do credor em relação aos outros 
coobrigados”. 
 
 Pluralidade de credores: qualquer um dos credores pode exigir do devedor a dívida inteira. Ex. C 
deve um automóvel a A e B. Tanto A como B podem exigir de C o automóvel. 
 
 A 
 X B (credores) 
(devedor) C 
 
Obs: Se A, B e C adquirem um lote de terreno a X qualquer deles pode exigir de X o cumprimento 
integral da obrigação. 
 
Art. 260 CC: “Se a pluralidade for dos credores, poderá cada um destes exigir a dívida inteira; mas o devedor ou 
devedores se desobrigarão, pagando: 
I – a todos conjuntamente; 
II – a um, dando este caução de ratificação dos outros credores”. 
 
Quando o devedor se desobriga? 
R. Ele se exime cumprindo a obrigação para todos, exigindo uma quitação (através de recibo) em 
nome de todos devedores. Pode também pagar a um só e este se compromete com os outros dois. 
 
 Art. 261 CC: “Se um só dos credores receber a prestação por inteiro, a cada um dos outros assistirá o direito 
de exigir dele em dinheiro a parte que lhe caiba no total”. 
 
 Art. 262 CC: “Se um dos credores remitir a dívida, a obrigação não ficará extinta para os outros; mas estes só 
a poderão exigir, descontada a quota do credor remitente. 
Parágrafo Único: O mesmo critério se observará no caso de transação, novação, compensação ou confusão”. 
Portanto, se um dos credores disser que não quer a sua parte (remissão/perdão da dívida) não se 
deverá mais cobrar a quota deste credor ao devedor. 
 
Art. 263 CC: “Perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolver em perdas e danos. 
§ 1º: Se, para efeito do disposto neste artigo, houver culpa de todos os devedores, responderão todos por partes 
iguais. 
§ 2º Se for de um só a culpa, ficarão exonerados os outros, respondendo só esse pelas perdas e danos”. 
 
 
 
Ex: Em uma dívida de R$30. Onde A, B e C são os devedores e X é o credor. 
 
 A + B + C 
(R$10 + P e D) (R$10) (R$10) 
 
 
 Animal (morto por culpa de A) 
 X 
Obs.: O objeto torna-se indivisível e o causador da culpa (neste caso, A) irá pagar a sua parte mais 
Perdas e Danos. Sem culpa não há responsabilidade civil. 
 
Obrigações Solidárias (Arts.264 a 285) 
 
Existe solidariedade quando, na mesma obrigação, concorre uma pluralidade de credores, cada um 
com o direito a dívida toda (solidariedade ativa) ou uma pluralidade de devedores, cada um obrigado à 
dívida por inteiro (solidariedade passiva). 
 
A + B + C X D + E + F  Sujeitos 
(Devedores) (Credores) 
 
 Obs: A idéia de solidariedade é fortalecer o vínculo entre credores e devedores. 
 
Art. 264. Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de um credor, ou mais de um devedor, 
cada um com direito, ou obrigado, à dívida toda. 
(Solidariedade Mista = Solidariedade Ativa + Solidariedade Passiva) 
 
Art. 265. A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes. 
 
Art. 266. A obrigação solidária pode ser pura e simples para um dos co-credores ou co-devedores, e condicional, 
ou a prazo, ou pagável em lugar diferente, para o outro. 
 
 SOLIDARIEDADE X INDIVISIBILIDADE 
Subjetiva (sujeito,origem técnica) Objetiva (objeto, origem material) 
tem origem no próprio título (título no sentido de 
contrato) 
tem origem na natureza da obrigação (é a 
própria natureza) 
Cada devedor paga por inteiro porque deve por 
inteiro 
Cada devedor paga por inteiro porque outra 
solução não é possível 
Converte-se em perdas e danos e o vínculo se 
mantém (os atributos permanecem). Art. 271 
Convertendo-se a prestação em perdas e danos, 
subsiste, para todos os efeitos, a solidariedade. 
Converte-se em perdas e danos e desaparece a 
indivisibilidade (os atributos não permanecem). 
Art. 263. Perde a qualidade de indivisível a obrigação 
que se resolver em perdas e danos. § 1o Se, para 
efeito do disposto neste artigo, houver culpa de todos 
os devedores, responderão todos por partes iguais. 
§ 2o Se for de um só a culpa, ficarão exonerados os 
outros, respondendo só esse pelas perdas e danos. 
 
Obs: A causa de um é a causa do outro! 
 
Características da solidariedade: 
1. A prestação é única ou “unidade na prestação”: qualquer que seja o número de devedores e 
credores o débito/crédito é sempre único; 
2. Pluralidade e Independência do vínculo: o vínculo que une os devedores é um e o que une os 
credores é outro. Não há vínculo entre devedores e credores, apenas entre si. O credor está 
para exigir dos devedores solidários e os devedores estão para cumprir com os credores 
solidários; 
3. Unidade de causa: a causa é única. A dívida solidária é suportada por igual por todos os 
devedores. O contrato é um só para todos: credores e devedores. Todos os devedores 
assumem a dívida de uma só vez quando assinam o contrato. 
 
Obs: 
1. Solidários (dívidas solidárias): a origem é comum: Ex. três irmãos que vão ao banco pedir um 
empréstimo; 
2. “In solidum”: Não existe solidariedade entre os devedores porque não existe uma origem 
comum na obrigação. Embora ligados por um mesmo fato, os liames que unem os devedores 
ao credor são independentes. Ex: suponhamos um caso de incêndio em uma fazenda 
segurada, causada por culpa de terceiro. Tanto a seguradora como o autor do incêndio devem 
à vítima a indenização pelo prejuízo; a seguradora no limite do contrato e o agente pela 
totalidade. A vítima pode reclamar a indenização de qualquer um deles, indistintamente, e o 
pagamento efetuado por um libera o outro devedor. Contudo, não existe solidariedade entre 
os devedores porque não existe uma causa comum, uma origem comum na obrigação. A 
responsabilidade da seguradora tem origem no contrato, e a do agente decorre dos princípios 
do art. 186 CC (ato ilícito); 
 
Solidariedade Ativa: é a mais rara que existe. 
 
Conceito: Havendo vários credores pode cada um exigir do devedor comum a prestação por inteiro; 
e o devedor se libera da dívida pagando a qualquer um dos credores. 
 
Ex: Uma conta bancária em nome de três pessoas. Sedepositarmos o valor nesta conta, nos 
livramos/eximimos da dívida com as três pessoas. Existe vantagem para o devedor, porque pagando 
a um se exonera da dívida toda, e qualquer um pode cobrar a dívida. 
 
Obs: 
Vantagem: qualquer credor pode exigir a totalidade da dívida e o devedor pode liberar-se da 
obrigação pagando a prestação a qualquer um dos credores. 
Desvantagem: pode “D” cobrar durante a ausência de “E” e “F” e depois “D” sumir. 
 
 C X D + E + F  Sujeitos 
(Devedor) (credores) 
 
Efeitos da Solidariedade Ativa: 
 
1. Quanto ao cumprimento da prestação: Quando um dos credores poderá exigir o cumprimento 
da prestação (Art. 267 CC). 
 
Art. 267. Cada um dos credores solidários tem direito a exigir do devedor o cumprimento da prestação por 
inteiro. 
 
 
 2. Quanto ao Pagamento e Remissão=Perdão (Arts. 268, 269 e 272 CC) 
 
 C X D + E + F 
(Devedor) (credores) 
 
Art. 268. Enquanto alguns dos credores solidários não demandarem o devedor comum, a qualquer daqueles 
poderá este pagar. 
Ex. Se “D” acionar “C” na justiça, C terá que pagar preferencialmente a “D”, que recebe em nome 
de todos. E se nenhum acionar, “C” poderá pagar a qualquer um dos três. 
 
Art. 269. O pagamento feito a um dos credores solidários extingue a dívida até o montante do que foi pago. 
Ex. “C” pagou R$200 a “D” de uma dívida de R$300. Ele continua devendo R$100 aos três credores. 
 
Art. 272. O credor que tiver remitido a dívida ou recebido o pagamento responderá aos outros pela parte que 
lhes caiba. 
Ex.Se “D” perdoar a dívida completa, “C” não vai pagar nada a ninguém. E “D” responderá perante 
“E” e “F”. 
Se “C”, receber a remissão de R$200 de “D” ele ainda continua devendo R$100 aos 03 credores. 
 
2. Quanto às Perdas e Danos (Art. 271 CC): Subsiste a solidariedade. 
 
Art. 271. Convertendo-se a prestação em perdas e danos, subsiste, para todos os efeitos, a solidariedade. 
 
3. Quanto às Exceções Pessoais: 
 
Art. 273. A um dos credores solidários não pode o devedor opor as exceções pessoais oponíveis 
aos outros. 
É matéria de Defesa. 
 
4. Julgamento: 
 
Art. 274. O julgamento contrário a um dos credores solidários não atinge os demais; o julgamento favorável 
aproveita-lhes, a menos que se funde em exceção pessoal ao credor que o obteve. 
 
O julgamento desfavorável a um credor não prejudica os demais. Se for favorável beneficia os 
demais. 
 Aciona 
 
Ex: C X D + E 
 (Dev) (credores) 
 
 
 
5. Morte (Art. 274 e 270 CC, respectivamente): 
 
Art. 270. Se um dos credores solidários falecer deixando herdeiros, cada um destes só terá direito a exigir e 
receber a quota do crédito que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível. 
 
 
Ex. Numa dívida de R$300, ocorrendo a Morte de F. 
(dev.) (credores) 
 C X D + E + F 
 Morre deixando R$ 100 
 
 f1 f2 = os herdeiros só poderão cobrar o quinhão de “F”, ou seja, R$100. 
 
Obs: se a obrigação for um animal, f1 e f2 podem cobrar a dívida toda. 
 
 
Solidariedade Passiva: 
 
Conceito: é aquela que obriga todos os devedores ao pagamento total da dívida. 
Obs. É muito importante na vida negocial porque reforça o vínculo e facilita o adimplemento. 
 
Efeitos da Solidariedade Passiva: 
 
1. Pagamento Total e Parcial: 
 
Art. 275. O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores, parcial ou totalmente, a 
dívida comum; se o pagamento tiver sido parcial, todos os demais devedores continuam obrigados 
solidariamente pelo resto. 
Parágrafo único. Não importará renúncia da solidariedade a propositura de ação pelo credor contra um ou 
alguns dos devedores. 
Art. 277. O pagamento parcial feito por um dos devedores e a remissão por ele obtida não aproveitam aos 
outros devedores, senão até à concorrência da quantia paga ou relevada. 
Art. 283. O devedor que satisfez a dívida por inteiro tem direito a exigir de cada um dos co-devedores a sua 
quota, dividindo-se igualmente por todos a do insolvente, se o houver, presumindo-se iguais, no débito, as 
partes de todos os co-devedores. 
 
Exemplos: 
 Se existem 3 devedores e um paga toda a dívida, todos se exoneram e o que pagou tem direito de 
regresso contra os outros 2. 
 Se existem 3 devedores e um paga a dívida parcialmente, todos ficam responsáveis pelo restante. 
 Se numa dívida de R$300, com 3 devedores, e um é insolvente, os outros 2 terão que pagar toda a 
dívida: 
 
 Devedores Credor 
A + B + C  D 
(Insolvente) (satisfaz a insolvência (Passa a dever apenas R$150) 
 pagando os R$300) 
 
 
 
 
 
Art. 285. Se a dívida solidária interessa exclusivamente a um dos devedores, responderá este por toda ela para 
com aquele que pagar. 
 
Ex. Se A deu um bem (uma casa) em garantia. B paga a dívida e resgata a hipoteca. A deve pagar a B 
para retirar a hipoteca. 
 
 Devedores Credor 
A + B  D 
 Fiador (Paga a dívida) 
 
Então, “A” paga “B” (porque “B” pagou a dívida que pertencia à “A” para “D”). 
 
 
2. Renúncia 
 
Se a solidariedade for legal, a renuncia poderá dar-se verbalmente ou por escrito ou, ainda, pela 
prática de atos reveladores de intentio de abrir mão do benefício, hipótese em que se terá a renúncia 
tácita. Ao credor para que possa demandar os co-devedores solidários remanescentes, cumprirá 
bater no débito o quantum alusivo ã parte devida pelo que foi liberado da solidariedade. Ex. A, B e 
C são devedores solidários de D pela quantia de R$ 30.000,00. D renuncia a solidariedade em favor 
de A, perdendo então o direito de exigir dele uma prestação acima de sua parte no débito, isto é, 
R$ 10.000,00. B e C responderão solidariamente por R$ 20.000,00, abatendo da dívida inicial de 
R$ 30.000,00 a cota de A (R$ 10.000,00). Assim os R$ 10.000,00 restante só poderão ser 
reclamados daquele que se beneficiou da renúncia da solidariedade. Se a renúncia for total ou 
absoluta extinguir-se-á a obrigação solidária passiva, surgindo em seu lugar uma obrigação 
conjunta, em que cada devedor responderá tão somente por sua parte, pois o débito será rateado 
entre os co-devedores, visto-se que a obrigação torna-se pro rata em relação a todos. (art.282) 
 
Art. 282. O credor pode renunciar à solidariedade em favor de um, de alguns ou de todos os devedores. 
Parágrafo único. Se o credor exonerar da solidariedade um ou mais devedores, subsistirá a dos demais. 
 
Art. 284. No caso de rateio entre os co-devedores, contribuirão também os exonerados da solidariedade pelo 
credor, pela parte que na obrigação incumbia ao insolvente. 
 
Ex. Se numa dívida de R$300 “A” foi exonerado por “D” (credor), e “C” ficou insolvente. Se “C” fica 
insolvente, “A” volta a dever junto com “B”. 
 Devedores Credor 
(A) + B + C  D 
(Exonerado por D) (deve) (deve) 
 
 Devedores Credor 
(A) + B + C  D 
(Exonerado por D,volta a dever) (deve) Ficou Insolvente) 
 
 
Obs: Renúncia (=exoneração) não é perdão (=remissão). 
 
 
 
 
 
 
3. Cláusula Adicional: 
 
Art. 278. Qualquer cláusula, condição ou obrigação adicional, estipulada entre um dos devedores solidários 
e o credor, não poderá agravar a posição dos outros sem consentimento destes. 
 
Obs: Não surtirá efeito, não tem eficácia. 
 
 Devedores Credor 
A + B + C  D 
 
Ex: Caso exista uma dívida de 24 meses a 1% e “A” vai ao banco sozinho e negocia esta dívida a 
24 meses a 10% , isto é numa condição pior que a anteriormente contratada, essa nova negociaçãopassa a não valer para “B” e “C”. Exceto se “B” e “C” for ao banco negociar a dívida junto com “A”. 
 
 
4. Impossibilidade da Prestação 
 
Art. 279. Impossibilitando-se a prestação por culpa de um dos devedores solidários, subsiste para todos o 
encargo de pagar o equivalente; mas pelas perdas e danos só responde o culpado. 
 
Ex. Os devedores não puderam entregar o produto por culpa de A. A obrigação permanece para os três e A 
responde por perdas e danos. 
 
 Devedores Credor 
A + B + C  D 
 
(Deu causa a impos- “A” ,“B” e “C” respondem pela entrega. 
 sibilidade da entrega 
do produto) “A” responde sozinho por Perdas e Danos por ter dado causa a impossibilidade da prestação. 
 
 
 
5. Juros da Mora 
 
Art. 280. Todos os devedores respondem pelos juros da mora, ainda que a ação tenha sido proposta somente 
contra um; mas o culpado responde aos outros pela obrigação acrescida. 
 
Ex: Por causa de “A” o pagamento foi realizado em atraso (30/09) gerando juros de mora  “A”, “B” e “C” pagam e “B” 
e “C” cobram (têm direito de regresso) de “A”. 
 
 Devedores Credor 
A + B + C  D 
 Data do Vencimento = 10/09 
 
Obs: na mora a entrega ainda é útil, isto é, mesmo com atraso a entrega interessa ao credor. 
 
6. Exceções Pessoais (Matéria de Defesa) 
 
Art. 281. O devedor demandado pode opor ao credor as exceções que lhe forem pessoais e as comuns a 
todos; não lhe aproveitando as exceções pessoais a outro co-devedor. 
 
 Devedores Credor 
 
A + B + C  D 
Terá que se defender no processo. “C” não pode alegar uma dívida que “D” tem com 
“B” (pois a exceção era apenas de “B”). Mas se a exceção pessoal for de “C”, ou de 
todos, pode. 
 
7. Morte 
 
Art. 276. Se um dos devedores solidários falecer deixando herdeiros, nenhum destes será obrigado a pagar 
senão a quota que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível; mas todos 
reunidos serão considerados como um devedor solidário em relação aos demais devedores. 
 
Ex: Numa dívida de R$300 
 
 Devedores Credor 
 
 A + B + C  D 
 
 
A¹ e A² = R$100 espólio Indivisível= “D” cobra de A¹, A², “B” e “C”. 
 Divisível= “D” cobra apenas a quota parte de A¹ e de A². 
 
Obs: Espólio é a herança na justiça. Bens que ficam por morte de qualquer pessoa. 
 
 
 
Obrigações Naturais (Imperfeitas para os escritores alemães) 
 
As Obrigações naturais se opõem às obrigações civis. Obrigação natural é aquela em que o 
credor não tem o direito de exigir a prestação e o devedor não está obrigado a pagar. Não há 
sanção e se houver pagamento não pode ser repetido (devolvido). Não existe garantia nem 
responsabilidade do devedor. Não existe sequer o vínculo. A RETENÇÃO DO PAGAMENTO é a 
única garantia atribuída pelo direito positivo a esta espécie de obrigação. 
 
Ex. 1. Gorjeta de um garçom, a não ser que haja norma. 
2. Comissão amigável para intermediar venda de um imóvel. Não são corretores profissionais e 
não há obrigatoriedade de remuneração da intermediação. 
 
Ninguém pode exigir (art.564, III e 832) 
 
Art. 564. Não se revogam por ingratidão. 
III – as que se fizerem em cumprimento de obrigação natural. 
 
Art. 882. Não se pode repetir o que se pagou para solver dívida prescrita, ou cumprir obrigação 
judicialmente inexigível. 
 
 
Obrigações Principais e Acessórias 
 
Art. 92 (noção de principal e acessório). 
 
O acessório segue o principal. 
 
As obrigações principais nascem existem por si mesmas (independentes). 
 
As obrigações acessórias surgem unicamente para se agregar a outras. Elas dependem da 
principal. 
 
Distinção: A obrigação acessória segue a sorte da obrigação principal. Desaparecendo a 
obrigação principal desaparece a obrigação acessória. A recíproca não é verdadeira. 
 
Ex. o contrato principal pode ser perfeito, sendo nula a fiança, por incapacidade do agente. Mas 
se nulo for o contrato principal, não havemos de falar em fiança, porque nada mais há o que 
garantir. 
 
Transferência da Obrigação Principal = Transferência da Obrigação Acessória. 
Exceção: fiança. O fiador garante um primitivo devedor e só com a sua anuência garantirá outro, 
pois é uma garantia pessoal (intuito persona, personalíssima), baseada na confiança. 
 
O caráter acessório e/ou principal pode emanar da: 
 
a) Vontade das partes: são comuns os direitos de garantia como a fiança (garantia 
pessoal) e o penhor e a hipoteca (garantias reais). A fiança, o penhor e a hipoteca são 
obrigações acessórias a uma obrigação principal. Constituem um reforço para o 
adimplemento da obrigação principal. (servem para garantir o cumprimento da 
principal). 
 
Ex: juros: sua existência depende da principal e são considerados frutos civis. Podem 
ser demandados autonomamente, porque ganham foro de obrigação autônoma, sem 
perderem seu caráter de acessório. 
 
b) Lei: é o caso da evicção, onde o vendedor, além da obrigação inerente à compra e 
venda, de entregar a coisa vendida, é obrigado a resguardar o comprador contra os 
riscos. (art. 447 CC) 
Art. 447: Nos contratos onerosos, o alienante responde pela evicção. Subsiste esta garantia ainda que 
a aquisição se tenha realizado em hasta pública. 
 
 
Obrigações Líquidas e Ilíquidas 
 
 
Líquidas: estão presentes os requisitos que permitem a imediata identificação do OBJETO DA 
OBRIGACAO (qualidade + quantidade + natureza) 
 
Art. 1533 do CC/1916: Considera-se líquida a obrigação certa, na sua existência, e determinada, quanto 
ao seu objeto. 
 
Ex. obrigação de pagar R$ 1.000,00, 100 sacas de cereal, entregar automóvel específico. 
 
Ilíquidas: o objeto da prestação é desconhecido (não há quantidade e gênero). Diante da 
impossibilidade o juiz pode dar a sentença ilíquida (não pode mensurar). Exigem uma posterior 
liquidação (ex. perícia). A ilíquida é incerta quanto à existência e indeterminada quanto ao objeto. 
 
Ex. bateram no carro do taxista, ele vai exigir perdas e danos, se o juiz não determinar o valor é 
ilíquida porque não está determinada. 
 
OI => processo de liquidação (CPC arts. 586 e §§ / 603 a 611) => OL 
 
 
 
Obrigação Ilíquida X Obrigação de Dar Coisa Incerta 
Decorre do processo Provém geralmente de contratos 
Tendência de toda coisa ilíquida: liquidez. Tendência de toda coisa incerta: certeza 
 (por meio da escolha). 
Obrigações Puras e Simples 
 
As obrigações puras e simples são as de dar, restituir, fazer e não fazer. Característica: credor + 
devedor + objeto da prestação. 
 
Obrigações Condicionais 
 
Art. 121 (Conceito de Condição) 
 
1. Condição Suspensiva (Art.125): quando os contraentes protelam temporariamente a eficácia 
do negócio até a realização do evento futuro e incerto. Se pendente tal condição, só com seu 
implemento é que o contrato se aperfeiçoará. Não há débito, nem obrigação, nem ação, apenas 
um Direito Eventual. 
 
Ex. o contrato de compra e venda do quadro X só produzirá efeitos se ele for aceito numa 
exposição internacional. 
 
Conseqüências da Condição Suspensiva: 
 
 Pagamento: não se pode exigir o pagamento da obrigação antes do implemento da 
condição. 
 
 Restituição: caberá a repetição do indébito se o devedor pagar a obrigação antes do 
implemento da condição (art.876). 
 
Ex. a compra de um cavalo se ele ganhar o prêmio Y. Cabe repetição se tiver pago o cavalo 
e ele não ganhar. Se não tiver pago e ele não ganhar extingue-se a obrigação. 
 
 
 Extinção: extingue-se a obrigação se a condição não se realizar. 
 
 Novas disposições: art. 126 
 
Ex: A doa um objeto a B sob condição suspensiva e vende o mesmo bem a C. A venda será 
nula se realizadaa condição. A doa a B o usufruto de uma coisa (uso e gozo) sob condição 
suspensiva e aliena a C a sua propriedade. Válida será tal alienação porque não há 
compatibilidade entre a nova disposição e a anterior. 
 
 Prescrição: não há prescrição, se pendente a condição suspensiva (art.199-I) 
 
 Atos de Conservação: A condição suspensiva não obsta o exercício dos atos destinados 
a conservar o direito a ela subordinado. O devedor poderá praticar os atos normais de 
gestão e até perceber os seus frutos, mas todos os riscos correrão por sua conta (art. 130). 
 
 Data do Cumprimento: data do implemento da condição, cabe o credor provar que o 
devedor teve ciência de tal implemento. (art. 332) 
 
 Perda e Deterioração da Coisa: art. 234 – 236. 
 
2. Condição Resolutiva (art. 127): quando a ineficácia do ato negocial se subordina a um 
evento futuro e incerto. Verificada a condição a obrigação se desfaz retroativamente, como se 
nunca tivesse existido (art.1359 CC). 
 
Negócio Jurídico = Aquisição do Direito e Produção dos Efeitos Jurídicos => Implemento da 
condição resolutiva = resolve-se o NJ (extingue-se o Direito) 
 
Ex. compra e venda de uma fazenda sob a condição de o negócio se desfazer se gear nos 
próximos três anos. 
 
Os riscos da coisa alienada são do credor ou adquirente. A resolução supõe a restituição do 
objeto. 
 
Ex. No exemplo acima da fazenda, se houver uma enchente por conta de uma quebra de 
barragem, quem arca com a perda é o comprador. 
 
Conseqüências da Condição Resolutiva: 
 
Perda e Deterioração: como o direito se adquire de pleno direito, o possuidor suporta a perda ou 
deterioração. 
 
3. Modais: encontram-se oneradas como um modo (encargo). É a cláusula acessória que impõe 
um ônus à pessoa natural ou jurídica contemplada na relação creditória. 
 
Ex. obrigação imposta ao donatário de construir no terreno doado uma escola. Ele terá que 
empregar o bem recebido pela maneira e com a finalidade estabelecida pelo doador. Se não 
construir a escola resolve-se a obrigação. 
 
Conseqüências: 
 
CC arts. 136 e 137. 
 
Não Cumprimento: revogação da liberalidade. Pode ser cumprido por outrem (desde que não 
personalíssimo) e exigido pelos herdeiros, beneficiários, MP (se for do interesse público). 
 
4. A Termo (prazo): as partes subordinam os efeitos do ato negocial a um evento futuro e certo. 
Termo é o dia em que começa ou se extingue a eficácia do negócio jurídico. Não atua sobre 
a validade do negócio, mas sobre seus efeitos. 
 
Inicial (dies a quo): o direito só se torna exercitável com a superveniência do termo (art. 131). 
 
Obs: O devedor pode pagar antes do termo, mas o credor não pode exigir a obrigação antes do 
prazo, salvo nos casos verificados no art. 133, I a III, do CC. Os atos destinados ä conservação 
do direito já são permitidos. 
 
Ex. Uma locação só se iniciará daqui a dois meses e o locatário já pode exercer os atos de 
conservação. 
 
Final (dies ad quem): determina a data da cessação dos efeitos do ato negocial extinguindo as 
obrigações dele oriundas. 
 
Certo: quando estabelece a data do calendário (dia, mês e ano) ou quando fixa um certo lapso 
de tempo. 
 
Incerto: refere-se a acontecimento futuro que ocorrerá em data indeterminada. 
 
Ex. a transferência de determinado imóvel será realizada a partir da morte de seu proprietário. A 
morte é sempre certa, a data é que é incerta. 
 
Obrigações de Meio e de Resultado 
 
Obrigações de Meio: o devedor se obriga tão-somente a usar de prudência e diligência normais 
na prestação de certo serviço para atingir um resultado sem, contudo, se vincular a obtê-lo. O 
conteúdo é a própria atividade do devedor. 
Ex: contrato de prestação de serviços médicos (operação plástica reparadora) ou advocatícios. 
 
 
Obrigações de Resultado: o credor tem o direito de exigir do devedor a produção de um 
resultado. O conteúdo é a produção de um resultado útil ao credor. 
Ex: contrato de transporte, ou empreitada de uma obra, ou operação plástica estética. 
 
 
 
Transmissão das Obrigações (Arts. 286 -303 CC). 
 
 
Cessão de Crédito: É um negocio jurídico bilateral onde o credor transfere a terceiro seu direito 
de credito contra o devedor (é quando o devedor fica sabendo da cessão de crédito e transmite 
o valor direto para o cessionário). 
 
Partes: Credor = cedente; terceiro = cessionário; devedor = cedido. 
 
A doutrina costuma classificar as seguintes espécies: 
1. Cessão Onerosa: O cessionário paga pelo recebimento do crédito (é quando se vende um 
crédito a um terceiro). 
Art. 295. Na cessão por título oneroso, o cedente, ainda que não se responsabilize, fica responsável ao 
cessionário pela existência do crédito ao tempo em que lhe cedeu; a mesma responsabilidade lhe cabe nas 
cessões por título gratuito, se tiver procedido de má-fé. 
Ex: compra e venda; empresas de factoring: vc troca um cheque de terceiro na factoring que era 
pra 30 dias no valor de R$ 1.000,00. A factoring fica com o cheque e paga R$ 900,00 a vc. 
 
2. Cessão Gratuita: não há contraprestação por parte do cessionário. Ex: doação. 
 
3. Voluntária: Emana da vontade livre do cedente e do cessionário. A voluntária você escolhe, 
pode ser onerosa ou gratuita. 
 
4. Legal/Necessária: Acontece por força da lei. Toda cessão de crédito depende de um acordo 
de vontade (o que for expresso na lei é legal ou necessária). 
Obs: Fazer por exclusão, se não for legal (estiver escrito na lei) será voluntária. 
Art. 286. O credor pode ceder o seu crédito, se a isso não se opuser a natureza da obrigação, a lei, ou a 
convenção com o devedor; a cláusula proibitiva da cessão não poderá ser oposta ao cessionário de boa-
fé, se não constar do instrumento da obrigação. 
Art. 287. Salvo disposição em contrário, na cessão de um crédito abrangem-se todos os seus acessórios. 
Ex: Cessão de crédito (vontade) + Hipoteca (lei): A deve um empréstimo ao BB e transfere para 
o Bradesco, a hipoteca segue junto. 
 
5. Judicial: Tem origem na sentença (decisão). Ex. partilha, adjudicação: quando há apenas um 
herdeiro, o juiz não vai fazer uma partilha, fará uma adjudicação passando o bem para o 
herdeiro. 
 
6. Pro Soluto: O credor transfere seu crédito em pagamento a obrigação sua com o cessionário. 
Ex: “A” deve R$100 a “B”. “C” deve R$100 a “A”. “A” com intenção de pagar a “B” cede seu 
crédito junto a “C”. 
 
7. Pro Solvendo: o credor transfere seu crédito em garantia de pagamento a obrigação sua com 
o cessionário. Ex1: eu sou credor e também devedor. Devo R$ 200,00 a A em 15 dias e B 
me deve R$ 500,00 em 30 dias. Eu dou o cheque de R$ 500,00 em garantia a A, para daqui 
a 15 dias pagar R$ 200,00 a A e pegar o cheque de R$ 500,00 de volta. (poderia ser de 
mesmo valor). Ex 2: pego um dinheiro emprestado e dou um cheque de um terceiro em 
garantia, e no dia do vencimento eu pego o cheque do meu devedor e pago o meu débito com 
o meu credor. 
 
 
Requisitos da Validade 
 Subjetivos: partes capazes para, respectivamente, alienar e adquirir. Qualquer pessoa 
que estiver na livre administração dos seus bens (cedente e cessionário). 
 Objetivos: O objeto da cessão (crédito) deve ser material e juridicamente possível. 
Qualquer crédito lícito. 
 Formais: A cessão, em princípio, tem forma livre. (arts 288 e 289) 
 Art. 288. É ineficaz, em relação a terceiros, a transmissão de um crédito, se não celebrar-se 
mediante instrumento público, ou instrumento particular revestido das solenidades do § 1o do 
art. 654. 
Art. 289. O cessionário de crédito hipotecário tem o direito de fazer averbar a cessão no registro 
do imóvel. 
 
O devedor não é parte do negócio entre cedente e cessionário, e deve ser notificado para efetuar o 
pagamento. Ou seja, se faz necessária a escritura pública para ser eficaz (ou particular com 
procuração). O devedor precisará

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