49 pág.

Pré-visualização | Página 11 de 18
apenas ter ciência. O negócio jurídico só será eficaz após a comunicação formal (notificação= tomar ciência formal da cessão). (art.290) Art. 290. A cessão do crédito não tem eficácia em relação ao devedor, senão quando a este notificada; mas por notificado se tem o devedor que, em escrito público ou particular, se declarou ciente da cessão feita. O devedor só se desobriga quando paga ao cessionário. Art. 292. Fica desobrigado o devedor que, antes de ter conhecimento da cessão, paga ao credor primitivo, ou que, no caso de mais de uma cessão notificada, paga ao cessionário que lhe apresenta, com o título de cessão, o da obrigação cedida; quando o crédito constar de escritura pública, prevalecerá a prioridade da notificação. Cessões Múltiplas: prevalece a tradição (art. 291) Art. 291. Ocorrendo várias cessões do mesmo crédito, prevalece a que se completar com a tradição do título do crédito cedido. Ex: C D E F G (é quem está de posse do título de crédito no dia do vencimento) O que prevalece (tem direito no dia do vencimento) à cessão é quem está de posse do título de crédito. Atos Conservatórios: Independem do conhecimento da cessão pelo devedor. Qualquer ato que viabilize ou agilize o cumprimento das obrigações. Ex. pagamento de impostos, multa. Art. 293. Independentemente do conhecimento da cessão pelo devedor, pode o cessionário exercer os atos conservatórios do direito cedido. Exceção Pessoal (matéria de defesa): contra credor e contra terceiro. Art. 294. O devedor pode opor ao cessionário as exceções que lhe competirem, bem como as que, no momento em que veio a ter conhecimento da cessão, tinha contra o cedente. Responsabilidade do Cedente = existência do crédito (art.295, 296 e 297) O cedente se responsabiliza com o cessionário apenas pela existência do crédito e não pela solvência do devedor (adimplemento do crédito). Exceto se houver disposição escrita. Art. 295. Na cessão por título oneroso, o cedente, ainda que não se responsabilize, fica responsável ao cessionário pela existência do crédito ao tempo em que lhe cedeu; a mesma responsabilidade lhe cabe nas cessões por título gratuito, se tiver procedido de má-fé. Art. 296. Salvo estipulação em contrário, o cedente não responde pela solvência do devedor. Art. 297. O cedente, responsável ao cessionário pela solvência do devedor, não responde por mais do que daquele recebeu, com os respectivos juros; mas tem de ressarcir-lhe as despesas da cessão e as que o cessionário houver feito com a cobrança. Ex. Eu me comprometi com o cheque de outrem (sua solvência). A factoring vai cobrar se o devedor não pagar, e eu vou me responsabilizar pelo principal mais juros e despesas de cobrança. Se o crédito for penhorado não poderá ser transmitido a terceiros, não poderá ocorrer a cessão. O devedor que pagar, não tendo notificação dela, fica exonerado. Os direitos de terceiro subsistem somente contra o credor. Art. 298. O crédito, uma vez penhorado, não pode mais ser transferido pelo credor que tiver conhecimento da penhora; mas o devedor que o pagar, não tendo notificação dela, fica exonerado, subsistindo somente contra o credor os direitos de terceiro. Ex. D deve a C, mas esse bem está penhorado. C não pode transferir a T. C deve comunicar a D da penhora. Se D não foi avisado da penhora, paga e se exonera. Mas se D foi notificado da penhora e paga, ele responde judicialmente e T também. (penhorado) C 100 D T Assunção da Dívida (ou cessão de débito): É o negócio jurídico bilateral, por meio do qual terceiro assume a responsabilidade da divida contraída pelo devedor originário, sem que a obrigação deixe de ser ela própria. (é a mesma dívida). É necessária a concordância expressa do credor. Partes: credor, devedor, terceiro (assuntor). Art. 299. É facultado a terceiro assumir a obrigação do devedor, com o consentimento expresso do credor, ficando exonerado o devedor primitivo, salvo se aquele, ao tempo da assunção, era insolvente e o credor o ignorava. C D = C T (assuntor) NJ T Ex. repasse da casa financiada. Extinguem-se as garantias especiais (aval, fiança, penhor, hipoteca de terceiro) – art. 300 Art. 300. Salvo assentimento expresso do devedor primitivo, consideram-se extintas, a partir da assunção da dívida, as garantias especiais por ele originariamente dadas ao credor. Espécies: 1. causa mortis: os herdeiros assumem as obrigações dos mortos nos limites do patrimônio herdado (até o limite da herança). Obs: se tiver fiador ele não deve mais nada com a morte do devedor, pois ele não tinha dívida, só responsabilidade. 2. inter vivos: .Acordo entre terceiro x credor (expromissão) – assunção perfeita Ex. pai assume dívida do filho. .Acordo entre terceiro x devedor (delegação) – assunção imperfeita Ex. os dois assumem a dívida, pai e filho. Expromissão: com liberação do devedor (assunção da dívida perfeita) sem liberação = (imperfeita/reforço) = responsabilidade cumulativa (devedor + terceiro) Delegação: com liberação do devedor (assunção da dívida perfeita) Obs. Tem que conversar com o credor, não tem assunção da dívida sem concordância do credor. sem liberação = (imperfeita) = responsabilidade cumulativa (devedor + terceiro) Anulação da substituição = restauração do débito + garantias (art.301) Art. 301. Se a substituição do devedor vier a ser anulada, restaura-se o débito, com todas as suas garantias, salvo as garantias prestadas por terceiros, exceto se este conhecia o vício que inquinava a obrigação. Exceção: as garantias prestadas por terceiro – exceto se este sabia do vício que maculava a obrigação. NÃO PODE o novo devedor opor ao credor as EXCEÇÕES PESSOAIS que competiam ao devedor primitivo (art. 302) Art. 302. O novo devedor não pode opor ao credor as exceções pessoais que competiam ao devedor primitivo. Ex. D (menor incapaz) deve R$ 100,00 a C. T assume a dívida, não pode alegar incapacidade porque cabia a D. Assunção da Dívida (delegação) > Notificação > Silêncio do Credor = Recusa (art. 299, p. único) Art. 299. Parágrafo único. Qualquer das partes pode assinar prazo ao credor para que consinta na assunção da dívida, interpretando-se o seu silêncio como recusa. Aquisição de Imóvel Hipotecado > Notificação > Silêncio = Aceitação (art. 303) Art. 303. O adquirente de imóvel hipotecado pode tomar a seu cargo o pagamento do crédito garantido; se o credor, notificado, não impugnar em trinta dias a transferência do débito, entender-se-á dado o assentimento. Ex. compro imóvel de 100.000 que tem hipoteca de 10.000, quero pagar, se o credor hipotecário ficar em silêncio entende-se o seu consentimento. Adimplemento das obrigações Adimplemento representa o cumprimento voluntário. Qualquer cumprimento voluntário é pagamento. Pagamento é cumprimento. Não existem obrigações perpétuas, visto que, os seres humanos não são perpétuos. As obrigações são temporais, passageiras. 1.Pagamento (art. 304 – 333) O pagamento acontece de forma livre, a não ser que haja uma solenidade prevista em lei. Ex. compra de imóvel. É a execução voluntária e exata, por parte do devedor, da prestação devida ao credor, no tempo, forma e lugar previstos no titulo constitutivo. É o fim da obrigação. É o seu cumprimento. Natureza jurídica = contrato (negócio jurídico bilateral): acordo de vontade com finalidade obrigatória e que se submete aos princípios que regem os contratos. Requisitos essenciais: vínculo obrigacional (Lei ou Negócio Jurídico). Solvens (quem paga) e Accipiens (quem recebe). Quem pode pagar? Qualquer pessoa pode pagar, a não ser que a obrigação seja personalíssima que necessitará