Buscar

CAROLINA MARIA DE JESUS

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

BIOGRAFIA CAROLINA MARIA DE JESUS
Nascimento: 1914 (Brasil, Minas Gerais, Sacramento)
Morte: 13/2/1977 (Brasil, São Paulo, São Paulo)
Trabalho: História do Brasil lll Cursando: Gilnei Saibert Martins
Sacramento, Minas Gerais;
Estação de trem de Sacramento, no interior de Minas Gerais. 
 A menina que sonha em ser escritora.
Segundo relata em seu Diário de Bitita, Carolina sofria de algumas perturbações quando era criança, de modo que “chorava dia e noite”.
Primeira negra literata no BRASIL;
Filha de mãe soleira
Carolina Maria de Jesus [Escritora Brasileira] 
Como filha ilegítima de um homem que já era casado, não desfruta dos mesmos benefícios ou direitos que outros, 
Aos sete anos, entrou no Colégio Espírita Allan Kardec, o primeiro colégio espírita do Brasil;
No entanto, ela parou de frequentar a escola no segundo ano de estudo, aprendeu a ler e escrever, sendo este aprendizado muito importante na sua vida adulta.
Foi graças aos incentivos de Lanita que a menina pobre manteve contato com os poetas do Romantismo brasileiro, como Castro Alves, a quem lhe foi apresentado como “o poeta dos escravos”. “Desde então”, afirma Rufino, “quis escrever” (RUFINO, 2009, p.12). 
O poeta dos escravos, Castro Alves: constante referência para Carolina. (Fonte: www.ujs.org.br)
Sacramento
1923 - Carolina e a família mudam-se para Lajeado, Minas Gerais, e trabalham como lavradores;
1927 - Carolina Maria de Jesus e a família partem para a cidade de Franca, interior de São Paulo, onde Carolina trabalha como lavradora em uma fazenda e, na cidade, como empregada doméstica;
 
1928 - Carolina e a família deixam Franca-SP e retornam para Sacramento;
 
1929 - Deixam novamente Sacramento-MG com destino a Conquista-MG,  para trabalharem em uma fazenda, mas logo retornam para Sacramento;
1930 - Carolina vai a pé até Uberaba-MG para cuidar de feridas nas pernas. Sem sucesso, volta para Sacramento para, em seguida, partir para Ribeirão Preto e  Orlandia-SP;
1932 - Novamente retorna à cidade natal, ainda com feridas nas pernas. Sacramento
1933 - Após serem presas, Carolina e sua mãe, pelo fato de Carolina ler e concluírem que lia para praticar feitiçaria, ela e a mãe voltam para Franca-SP;
 
1936 - A mãe de Carolina retorna para Sacramento e pede para que ela nunca mais volte a Sacramento-MG;
1937 - Morre a mãe de Carolina Maria de Jesus e ela parte para a cidade de São Paulo;
1940 - Em 25 de fevereiro, a foto de Carolina Maria de Jesus é publicada no jornal Folha da Manhã, ao lado do jornalista Willy Aureli jornalista no "Jornal da Noite" e "Gazeta do Povo";
1941 - Publicação do poema de Carolina Maria de Jesus, em louvor a Getúlio Vargas, no jornal O Defensor, em 17 de Junho.
Muda-se para a favela do Canindé e nasce o primeiro filho, João José de Jesus, fruto do relacionamento com um marinheiro português
 
1950 - Nascimento do segundo filho, José Carlos de Jesus, após relacionamento com um espanhol; 
1953 - Nascimento da terceira filha, Vera Eunice de Jesus, após relacionamento com o dono de uma fábrica e comerciante; cuja identidade nunca foi revelada por Carolina;
 
1955 - Em 15 de julho inicia seus registros, em diário, sobre a vida na favela;
 
 Registro original dos diários de Carolina. (Fonte: www. euqueroeviajar.blogspot.com.br)
        Os textos de Carolina eram produzidos diariamente, conforme o andamento do ritmo de seu trabalho como catadora. 
Foi o jornalista e repórter da Folha da Noite Audálio Dantas o descobridor de Carolina Maria de Jesus.
Da esquerda para a direita: Carolina Maria de Jesus, Audálio Dantas (jornalista) e Ruth Souza.
Ruth de Souza fez história ao ser a primeira atriz negra a representar no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Foi no dia 8 de maio de 1945, em O Imperador ...
 Imagens raras da Favela do Canindé   (Fonte: www.bcc.gov.br)
        A favela do Canindé foi o lugar onde Carolina se instalou ao lado dos seus três filhos, João José, José Carlos e Vera Eunice, no final de década de 40 até o final de década de 50, quando acontece a grande virada na sua vida e, portanto, sua mudança de território. 
As instalações de Carolina descrito por Audálio Dantas era como um barracão "de tábuas, coberto de lata, papelão e tábuas também. Tem dois cômodos, 'não muito cômodos'.
 De 1948 a 1961, reside na favela Canindé, sobrevivendo como catadora de papel e ferro velho
Em 1958, o jornalista Audálio Dantas, numa reportagem sobre a inauguração de um playground no Canindé, conhece Carolina e se interessa pelos seus 35 cadernos de anotações em forma de diário, e publica um artigo na Folha da Noite. 
Em 1959, trabalhando na revista O Cruzeiro, o jornalista divulga trechos dos relatos escritos pela autora e, posteriormente, empenha-se na publicação que reúne esses relatos, Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada, lançado em 1960, com notável sucesso editorial. 
METIDA E INDISCIPLINADA COMO A DEFINEM 
OS QUE CONVIVEM COM ELA.
“Que efeito surpreendente faz a comida no nosso organismo! Eu que antes de comer via o céu, as árvores, as aves, tudo amarelo, depois que comi, tudo normalizou-se aos meus olhos.
… A comida no estômago é como o combustível nas maquinas. Passei a trabalhar mais depressa. O meu corpo deixou de pesar. Comecei a andar mais depressa. Eu tinha impressão que eu deslizava no espaço. Comecei a sorrir como se estivesse presenciando um lindo espetáculo. E haverá espetáculo mais lindo do que ter o que comer? Parece que eu estava comendo pela primeira vez na minha vida” (JESUS, 2007, p.45-46).
Carolina Maria de Jesus: o retrato de uma sociedade desigual
O acompanhamento do estudo dos filhos o qual ela considerava assunto de primeira instância favoreceu para o seu aprendizado se expandisse e que, num salto, rapidamente pudesse voltar a pegar num lápis e escrever.
ESCREVER ERA A COMPULSÃO DE CAROLINA.
A fome nunca deixava de perseguir Carolina. Ou o estômago ou a mente reclamavam alimentação e suporte. Sopa, pão duro, feijão, arroz, às vezes carne comprada, às jogada no lixo, ossos, etc. preenchiam o vazio do corpo, num breve espaço de horas. 
 
1960 - Deixa a favela do Canindé e muda-se inicialmente para os fundos da casa de um amigo, em Osasco-SP. 
 
1960 - Homenageada pela Academia Paulista de Letras e pela Academia de Letras da Faculdade de Direito de São Paulo;
 
Quarto de Despejo: o relato de ‘dentro’ da pobreza
A obra mais conhecida, com tiragem inicial de dez mil exemplares esgotados na primeira semana, e traduzida em 14 idiomas nos últimos 35 anos é Quarto de Despejo. Lançado pela Livraria Francisco Alves em agosto de 1960 e editado oito vezes no mesmo ano, Quarto de despejo teve mais de 70 mil exemplares vendidos na época
Quarto de despejo alcançou mais de 40 países, como Dinamarca, Holanda, Argentina, França, Alemanha, Suécia, Itália, Tchecoslováquia, Romênia, Inglaterra, Estados Unidos, Rússia, Japão, Polônia, Hungria e Cuba.
Lançamento do Disco Carolina Maria de Jesus
Obras de Carolina Maria de Jesus
1963 - O livro Provérbios é lançado com edição da própria Carolina; mas sem repercussão;
1963 - O romance Pedaços da Fome é lançado com apresentação de Eduardo Oliveira e é recebido com indiferença pela imprensa;
 
1969 - Muda-se para o sonhado sítio em Parelheiros, bairro na periferia de São Paulo, juntamente com os filhos;
 
1975 - O curta-metragem Despertar de um Sonho (sobre a vida de Carolina Maria de Jesus), produção alemã com direção de Gerson Tavares é proibido de ser exibido no Brasil;
 
1976 - Relançamento no Brasil de Quarto de Despejo, pela Ediouro;
 
1977 - Carolina Maria de Jesus morre aos 63 anos no dia 13 de fevereiro vitimada por uma crise de asma, em Parelheiros – SP;
http://www.elfikurten.com.br/2014/05/carolina-maria-de-jesus.html
http://baladaliteraria.com.br/
OBRA DE CAROLINA MARIA DE JESUS
Carolina Maria de Jesus - foto:
Arquivo 
Ultima Hora (17.06.1960). Memórias e diários
 Quarto de despejo. Diário de uma favelada. São Paulo: Livraria Francisco Alves (Editora Paulo de Azevedo Ltda), 1960, 182p.
 Casa de Alvenaria. Diário de uma ex-favelada. Rio de Janeiro: Livraria Francisco Alves (Editora Paulo de Azevedo Ltda), 1961, 183p.
 Diário de Bitita. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986, 203p. [Publicado primeiro na França, sob o título: Journal de Bitita. (Tradução Régine Valbert). Paris: A. M. Métailié, 1982].
 Meu estranho diário. (Organização José Carlos Sebe Bom Meihy e Robert M. Levine). São Paulo: Xamã, 1996, 314p.
Bibliografias e Obras utilizadas
Trechos de Quarto de Despejo.
Como dica, há muitos trabalhos sobre Carolina Maria e o contexto histórico de sua obra, quem quiser conhecer mais, pode procurar:
 RUFINO DOS SANTOS, Joel. Carolina Maria de Jesus: uma escritora improvável. Rio de Janeiro:
 Fundação Biblioteca Nacional, 2009.
LAJOLO, Marisa. A leitora no quarto dos fundos. Leitura: teoria. 14 (25): 1018, jun. 1995.
MARTINS, Wilson. “Mistificação literária”. In: Jornal do Brasil, 23 de outubro de 1993, p. 4.
VOGT, C. “Trabalho, pobreza e trabalho intelectual”. In: R. Schwarz (ed.), Os pobres na literatura brasileira. São Paulo: Brasiliense,1983.
MEIHY, José Carlos Sebe Bom. Carolina Maria de Jesus: Emblema do silêncio.
MEIHY, José Carlos Sebe Bom. Cinderela negra: a saga de Carolina Maria de Jesus.

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Outros materiais