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Princípios do Direito Penal

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Licenciado para amadeus da silva e silva, E-mail: amadeus-da@bol.com.br
Parte Geral
Princípios
a) Princípio da Legalidade: (art. 5º, XXXIX, CF e art. 1º CP): “não há crime
infração penal), nem pena ou medida de segurança (sanção penal) sem
prévia lei que o defina (stricto sensu), não há pena sem prévia cominação
legal”;
Reserva legal: Apenas a lei em sentido estrito pode criar direito penal (Lei
ordinária ou lei complementar) são restrições ao intérprete e ao legislador
da lei penal.
- Medida provisória não pode versar sobre matéria penal, mesmo depois 
de convertida em lei (art. 62 § 1°).
- O STF já admitiu medida provisória em matéria penal desde que 
favorável ao réu.
- Matéria penal não teria a urgência exigida para edição de medida 
provisória.
- É competência privativa da União legislar sobre direito penal. 
- Lei complementar pode autorizar aos Estados legislar sobre temas 
específicos em matéria penal (art. 22 parágrafo único CF).
ATENÇÃO
b) Princípio da Exclusiva Proteção a Bens Jurídicos: abrange a ideia de
ofensividade e lesividade (art. 5º, XXXIX, CF e art. 13, CP), visto que a
última é relacionada à perigo ou lesão a determinado bem jurídico. “É
melhor prevenir os crimes, que puni-los”, Beccaria. O Direito Penal
somente tutela os bens essenciais para a vida em sociedade;
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c) Princípio da Intervenção Mínima: o Direito Penal somente deve intervir
na medida do que for estritamente necessário (como ultima ratio legis),
ficando reduzida a um mínino imprescindível. É comum a doutrina dividir
tal princípio em dois subprincípios, a saber: Fragmentariedade – O Direito
Penal só protege os bens jurídicos mais relevantes de ataques violentos;e
Subsidiariedade – Somente deve ser tutelado um bem pela intervenção
penal quando os demais ramos do direito se revelarem insuficientes. O
direito penal só deve atuar na defesa dos bens jurídicos imprescindíveis à
coexistência pacífica dos homens pacífica dos homens e que não podem
ser eficazmente protegidos de forma menos gravosa. Pois a sanção penal
reveste-se de especial gravidade, acabando por impor as mais sérias
restrições aos direitos fundamentais.
d) Princípio da Responsabilidade Pessoal do Agente: cada agente deve
responder pela conduta que efetivamente praticou.
e) Princípio da Culpabilidade: Postulador basilar de que não há pena sem
culpabilidade (nulla poena sine culpa) e de que a pena não pode
ultrapassar a medida da culpabilidade - proporcionalidade na
culpabilidade. Para ser penalmente responsabilizado, o autor da conduta
deve ter atuado com dolo ou culpa. O referido Princípio inibe a
responsabilidade penal objetiva.
f) Princípio da Adequação Social: Para este princípio, apesar da conduta se
subsumir ao modelo legal, ela não será considerada típica se tiver de
acordo com a ordem social da vida historicamente condicionada. O Direito
Penal só tutela condutas socialmente inadequadas.
g) Princípio da Insignificância ou Bagatela – Esse princípio postula que
devem ser tidas como atípicas as ações ou omissões que afetem
infimamente um bem jurídico-penal. O Direito Penal não tutela atitudes
insignificantes. O STF determinou vetores de aplicação desse princípio:
reduzidas lesividade da conduta, periculosidade do agente e
reprovabilidade social da ação e inexpressividade da lesão provocada;
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h) Princípio da Humanidade das Penas (art. 5º, XLVII, CF) – Em um Estado
democrático de Direito vedam-se a criação, a aplicação ou a execução de
pena, bem como de qualquer outra medida que atentar contra a dignidade
humana. Não se admite no Brasil, penas de morte, prisão perpétua, de
banimento, trabalhos forçados, ou penas cruéis.
* Exceção: pena de morte em caso de guerra declarada.
i) Princípio da Anterioridade (art. 5º, LX, CF) – a lei penal não retroagirá,
salvo para beneficiar o réu.
Eficácia da Lei Penal no Tempo
A norma que deve ser aplicada é em regra a norma vigente, salvo se lei
posterior for mais benéfica, no entanto, essa regra cede diante de alguns
fatos, como na hipótese de supressão de figura criminosa - abolitio
criminis - ou de lei posterior que favoreça o acusado - lex mitior - art. 2º,
CP.
Tempo do crime
LUTA (Lugar-Ubiquidade; Tempo-Atividade):
Considera-se praticado o crime no momento da ação ou da omissão, ainda
que outro seja o momento do resultado (art. 4º, CP) O prazo prescricional,
no entanto, começa a correr na data em que o crime se consumou, salvo
para a prescrição ou decadência (art. 111, CP)
Conflito de leis no tempo
- Irretroatividade da lei mais severa: consubstancia a garantia e a
estabilidade do ordenamento jurídico, sem o qual não haveria condição
preliminar de ordem e firmeza nas relações sociais e de segurança dos
direitos individuais. A Lei Penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu
(vedação da retroatividade em prejuízo do réu).
- Retroatividade da lei benéfica (art. 5°, XL CF; e art. 2° CP): A lei mais
benéfica (deixa de considerar infração penal fato incriminado pela lei
anterior) retroage aplicando-se inclusive aos fatos já decididos por
sentença transitada em julgado.
Licenciado para amadeus da silva e silva, E-mail: amadeus-da@bol.com.br
- Compete ao juízo da execução a aplicação da lei mais benéfica após o 
transito em julgado;
- Súmula 611 STF e art. 66, I da LEP;
- A lei nova que descriminaliza a conduta chama-se abolitio criminis. Ela 
extingue a pena, bem como os efeitos penais da sentença condenatória. 
Os efeitos civis não são abolidos. Apaga-se apenas a natureza criminosa.
- Aplica-se a lei mais grave ao crime permanente e ao crime continuado 
desde que sua vigência seja anterior à cessação da continuidade ou 
da permanência. (Súmula 711 do STF);
- A lex mitior aplica-se mesmo durante a vacacio legis, posto que o 
Estado já reconheceu a suficiência da nova situação (doutrina 
majoritária).
- Exceção: (art. 3° do CP), a lei excepcional e temporária, mesmo que 
prejudicial ao réu, continua se aplicando aos fatos praticados na sua 
vigência, ainda que depois de revogada.
Fique sabendo!
Eficácia da Lei Penal no Espaço
Em relação à aplicação da Lei Penal no espaço, o Direito brasileiro
adotou como regra geral o Princípio da Territorialidade, pelo qual se aplica
a lei brasileira ao crime cometido no território nacional, independente da
nacionalidade do agente, do ofendido ou do bem jurídico lesado, nos
termos do art. 5º caput, do Código Penal.
Os demais princípios versam sobre infrações realizadas fora da área
territorial do Estado e têm natureza complementar e subsidiária.
Ademais, importante mencionar que o Direito brasileiro não adota a
territorialidade absoluta, mas sim a territorialidade temperada, vez que faz
expressa ressalva a convenções, tratados e regras de Direito Internacional.
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Questões Comentadas
dos Últimos Exames
XV Exame da Ordem
QUESTÃO 1
José cometeu, em 10/11/2008, delito de roubo. Foi denunciado,
processado e condenado, com sentença condenatória publicada em
18/10/2009. A referida sentença transitou definitivamente em julgado no
dia 29/08/2010. No dia 15/05/2010, José cometeu novo delito, de furto,
tendo sido condenado, por tal conduta, no dia 07/04/2012. Nesse sentido,
levando em conta a situação narrada e a disciplina acerca da reincidência,
assinale a afirmativa correta.
A) Na sentença relativa ao delito de roubo, José deveria ser considerado
reincidente.
B) Na sentença relativa ao delito de furto, José deveria ser considerado
reincidente.
C) Na sentença relativa ao delito de furto, José deveria ser considerado
primário.
D) Considera-se reincidente aquele que pratica crime após publicação de
sentença que, no Brasil ou no estrangeiro, o tenha condenadopor crime
anterior.
Comentário: Artigo 63. Verifica-se a reincidência quando o agente comete
novo crime, depois de transitar em julgado a sentença que, no País ou no
estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior. Alternativa correta: C
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Conflito de Leis no Tempo
- Irretroatividade da lei mais severa: a Lei Penal não retroagirá, salvo para 
beneficiar o réu. 
- Retroatividade da lei benéfica (art. 5°, XL CF; e art. 2° CP): A lei mais 
benéfica retroage aplicando-se inclusive aos fatos já decididos por 
sentença transitada em julgado. 
- Compete ao juízo da execução a aplicação da lei mais benéfica após o 
transito em julgado;
- Súmula 611 STF e art. 66, I da LEP;
- A lei nova que descriminaliza a conduta chama-se abolitio criminis. Ela 
extingue a pena, bem como os efeitos penais da sentença condenatória. 
Os efeitos civis não são abolidos. Apaga-se apenas a natureza criminosa.
- Aplica-se a lei mais grave ao crime permanente e ao crime continuado 
desde que sua vigência seja anterior à cessação da continuidade ou 
da permanência. (Súmula 711 do STF);
- A lex mitior aplica-se mesmo durante a vacacio legis, posto que o 
Estado já reconheceu a suficiência da nova situação (doutrina 
majoritária).
- Exceção: (art. 3° do CP), a lei excepcional e temporária, mesmo que 
prejudicial ao réu, continua se aplicando aos fatos praticados na sua 
vigência, ainda que depois de revogada.
Fique sabendo!
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Conflito aparente de Normas
Fala-se em conflito aparente de normas quando a um só fato,
aparentemente, duas ou mais normas em vigor parecem aplicáveis.
Contagem de Prazos. De acordo com o art. 10 do Código Penal, o prazo
deve ser computado o dia de início da contagem, independente da hora
em que esta começou. Ademais, o prazo não se prorroga quando termina
em sábado, domingo ou feriado, não se estende, pois, até o dia útil
seguinte.
.
O Território Nacional não engloba apenas o espaço terrestre, de acordo
com o § 1° do art. 5° do CP, embarcações ou aeronaves públicas ou a
serviço do governo são consideradas extensão do território brasileiro,
independente de onde se encontrarem. Já as embarcações ou aeronaves
privadas somente são consideradas extensão do território brasileiro se
em alto-mar ou no espaço aéreo correspondente ao alto-mar brasileiro.
Ainda, de acordo com o § 2° do art. 5° do CP, é aplicável a lei brasileira
aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações
estrangeiras de propriedade privada, que estejam em pouso no
território nacional ou em voo no espaço aéreo correspondente, e
embarcações privadas em porto ou mar territorial do Brasil.
Eficácia da Lei Penal no Espaço
Em relação à aplicação da Lei Penal no espaço, o Direito
brasileiro adotou como regra o Princípio da Territorialidade, pelo qual se
aplica a lei brasileira ao crime cometido no território nacional. Ademais,
importante mencionar que o Direito brasileiro não adota a territorialidade
absoluta, mas sim a territorialidade temperada, vez que faz expressa
ressalva a convenções, tratados e regras de Direito Internacional.
ATENÇÃO
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Teoria do Crime
Delito é o fato humano proibido pela lei penal, lesão ou perigo de
lesão a um bem jurídico-penal, ou ainda, ação ou omissão típica, ilícita e
culpável. No sistema brasileiro, há duas espécies de infrações penais, a
saber: Crimes ou Delitos e Contravenções. Ocorre que, o nos interessa
para o exame da OAB é a análise do conceito analítico da infração penal.
- Conceito formal de crime: crime é a infração punível;
- Conceito material de crime: está relacionado com a essência do crime, é
a ação humana positiva ou negativa que intencional ou descuidadamente
lesa ou expõe a risco de grave lesão, bem jurídico vital para a vida em
sociedade.
- Conceito analítico de crime: divide a estrutura do crime em partes. Crime
é fato típico, antijurídico, alguns acrescentam a culpabilidade, outros
ainda acrescentam a punibilidade. Teorias: bipartide, tripartide e a
quadripartide. A teoria adotada pela doutrina majoritária é a tripartide.
I – Fato típico
É iniciado por uma conduta humana, que é produtora de um resultado final,
onde há um elo que liga a conduta do resultado. O fato típico tem duas
estruturas essenciais e duas acidentais. As essenciais são: conduta e
tipicidade (estão em todos os fatos típicos); e as eventuais (acidentais):
nexo de causalidade e resultado (apenas nos crime materiais).
Teoria da conduta: no Brasil prevalece o conceito finalista de conduta:
será típico o fato praticado pelo agente, se este atuou com dolo ou culpa
na sua conduta. Movimento corpóreo humano positivo ou negativo,
consciente e voluntário, dirigido a uma finalidade.
Classificação: de acordo com a conduta o crime pode ser classificado como
comissivo (exige uma atividade concreta do agente, uma ação, ou seja, o
agente faz o que a norma proíbe) ou omissivo.
Os omissivos podem ser classificados como omissivos próprios ou puros
(é simples omissão de quem tinha o dever de agir, o agente não faz o que
a norma manda) ou, impróprios ou impuros (exige do sujeito uma concreta
atuação para impedir o resultado que ele devia, e podia, evitar).
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Omissivos próprios
Omissivos impróprios
(comissivo por omissão)
- A lei prevê uma omissão.
- Dever jurídico de agir.
- Resultado naturalístico 
irrelevante (ausente no 
tipo) - Crime de mera 
conduta.
- Previsão típica direta 
(inação está 
expressamente prevista no 
tipo, ex. omitir, deixar de 
fazer)
- Dever genérico de agir 
(dever imposto a uma 
coletividade)
- Não admite tentativa.
(Ex.: Omissão de socorro.)
- A lei prevê ação. Resultado naturalístico 
relevante.
- Dever jurídico de agir para impedir o 
resultado, específico, ligado a algumas 
pessoas.
- Responde pelo resultado, por dolo ou culpa.
- Dever de garante (expressão usada em crimes 
omissivos impróprios) art. 13, § 2° CP:
§ 2º - A omissão é penalmente
relevante quando o
omitente devia e podia agir para evitar o
resultado. O dever de agir incumbe a
quem:
a) tenha por lei obrigação de
cuidado, proteção ou
vigilância; (ascendente, descendente,
cônjuge e irmão; tutores e curadores;
funcionários públicos com estes deveres:
bombeiro, policial e médico)
b) de outra forma, assumiu a
responsabilidade de impedir o resultado;
(dever garante por dever contratual, ou
acordo de vontades: salva vidas,
vigilantes, professora)
c) com seu comportamento anterior,
criou o risco da
ocorrência do resultado. (dever garante
por ingerência –
quem cria o risco, dolosa ou
culposamente)
São tipos normalmente comissivos, 
excepcionalmente punidos por omissão. 
(comissivos por omissão).
Admite tentativa. Quando quem se omite 
deseja o resultado, mas a pessoa se esquiva 
do risco.
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* A omissão exige que você esteja presente para se omitir.
- Teoria do resultado: Pode ser classificado como jurídico e naturalístico. O
resultado jurídico é a afronta á norma jurídica, todo crime tem resultado
jurídico.
O resultado naturalístico é a alteração do mundo exterior diversa da
conduta e gerada por ela.
Classificação dos crimes quanto ao resultado naturalístico:
a) materiais: aquele em que se verifica a modificação no mundo exterior
(resultado naturalístico, ou seja, mudança visível); sinônimo de concreto.
Resultado previsto no tipo, necessário para a consumação;
b) formais: também chamando de crime de consumação antecipada; o
resultado se dá no momento exato da conduta. Causa resultado imaterial
tem um resultado previsto no tipo, mas é desnecessáriopra a consumação
(ex. extorsão mediante sequestro, crimes contra a honra, ameaça, artigo
157.);
c) crimes de consumação antecipada: pois se consumam antes do
resultado; e
d) crimes de mera conduta: se o crime exige produção de resultado, é
material. se não exige, mas tem consumação, é formal. se não exige nem
resultado nem consumação imediata, é crime de mera conduta. não há
resultado previsto no tipo.
II - Nexo de causalidade
Nos crimes materiais, além do resultado, é preciso que o autor da
conduta tenha causado o resultado. É imprescindível que exista nexo
causal entre da conduta e o resultado, ou seja, a conduta tem que ser
causa do resultado. É a ligação lógica, física, entre a conduta e o resultado.
O Brasil adota a teoria da equivalência dos antecedentes, segundo a
qual se considera causa tudo o que concorre para a produção do
resultado.
Causa (art. 13, CP) é toda condição sem a qual o resultado não teria
ocorrido nas mesmas circunstâncias. A primeira parte do caput do art. 13
deixa claro que a questão de nexo causal só tem relevância para os crimes
materiais, pois esses são os cuja existência depende do resultado.
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Na segunda parte, há a definição de causa: “a ação ou omissão sem a qual
o resultado não teria ocorrido.”
A doutrina criou um critério para distinguir dentre varias condutas, quais
poderiam ser consideradas causa. Critério da eliminação hipotética de
Thirén. Elimina hipoteticamente da cadeia causal, se o resultado se altera a
conduta é causa, se o resultado permanece nas mesmas circunstâncias a
conduta não é causa. O defeito dessa teoria é que permite o regresso ao
infinito, que se resolve no dolo e na culpa (afastando os excessos).
Continua adotada majoritariamente no Brasil. Ou seja, uma conduta só
será causa se for imprescindível à produção daquele resultado (conditio
sine qua non). Para essa teoria, não existe causa mais ou menos
importante, se for uma conduta sem a qual não teria ocorrido o resultado,
é causa. As causas são equivalentes.
Há duas espécies de Causas:
a) Dependentes: é aquela que, originando-se da conduta, insere-se na
linha normal de desdobramento causal da conduta (ex.: atirar contra a
vítima – são desdobramentos normais de causa e efeito: a perfuração do
corpo humano, a lesão de órgão vital, a hemorragia interna aguda
traumática, a parada cardiorrespiratória, a morte). Há uma relação de
interdependência entre os fenômenos, de modo que sem o anterior não
haveria o posterior, e assim por diante. Logo, a causa dependente não
exclui o nexo causal, ao contrário, integra-o como parte fundamental. É
uma causa que decorre logicamente da conduta, como algo previsível e
esperado, as causas dependentes não rompem com o nexo causal;
Há uma exceção capaz de romper o nexo de causalidade estabelecido 
pelo critério da eliminação hipotética: causa superveniente 
relativamente independente.
ATENÇÃO
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b) Independentes: é aquela que refoge ao desdobramento causal da
conduta, produzindo por si só o resultado. Seu surgimento não é uma
decorrência esperada, lógica, natural do fato anterior, mas sim um
fenômeno totalmente inusitado, imprevisível (ex.: não é conseqüência
normal de um simples susto a morte por parada cardíaca. São aquelas que
se encontram fora da linha normal de desdobramento causal da conduta.
As causas independentes podem ser absolutamente ou relativamente
independentes, a causa absolutamente independente é aquela que é
capaz de produzir o resultado sozinha.
Inter Criminis
Essa expressão significa “caminho do crime”, e se refere ao processo de
evolução do delito, descreve as etapas que se sucederam, desde a ideia
até sua consumação. E pode se dividir em fase interna e externa:
● Fase Interna
a) Cogitação: é a fase inicial do iter criminis. Desenvolve-se no foro íntimo
do agente. Aqui se visualiza a consumação, o resultado almejado. É
chamada de interna pois está no interior do indivíduo, em sua cabeça, esta
fase não é punível.
Fase Externa
b) Atos preparatórios: atos externos ao agente que passam da cogitação à
ação, como por exemplo, a aquisição da arma para a prática de homicídio.
Igualmente à que a cogitação também não são puníveis. Contudo, há uma
exceção no código penal, que é a formação de associação criminosa (Art.
288), cuja reunião (em tese um ato preparatório) é punido como crime
consumado.
c) Execução: são atos dirigidos diretamente à prática do crime. No Código
Penal em seu art. 14, inc. II, o crime se diz tentado quando iniciada a
execução, esta não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do
agente. Exige-se que o autor tenha realizado de maneira efetiva uma parte
da própria conduta típica, adentrando no núcleo do tipo. É punÍvel como
tentativa.
d) Consumação: É o ato no qual estão presentes os elementos essenciais
que constituem o tipo penal.
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e) Exaurimento: O exaurimento ocorre quando o agente alcança, de
maneira efetiva, o objetivo que motivou a sua conduta delituosa. É a etapa
final, o esgotamento do iter criminis.
- Tentativa: artigo 14, II, e parágrafo único, CP. É o início de execução de
um crime que somente não se consuma por circunstâncias alheias à
vontade do agente. O sujeito não alcança a consumação. A punição da
tentativa (art. 14 parágrafo único, CP) é a mesma pena do crime
consumado, diminuída de 1/3 a 2/3. A redução será tanto maior quanto
distante da consumação.
A tentativa é composta de três elementos:
1) início da execução;
2) ausência de consumação por circunstâncias alheias à vontade do
agente; e
3) dolo de consumação.
- Classificação:
a) Branca ou incruenta: é a modalidade onde o objeto material não é
atingido pela conduta criminosa.
b) Perfeita ou imperfeita: neste espécie, o objeto material é atingido pela
atuação do agente, porém, a consumação não ocorre
c) Tentativa perfeita, acabada (crime falho): nesta tentativa, o agente
esgota todos os meios executórios que estavam à sua disposição, e mesmo
assim não sobrevém a produção do resultado naturalístico, por
circunstancias alheias à sua vontade. Pode ser cruenta ou incruenta.
d) Tentativa imperfeita, inacabada (tentativa propriamente dita): o agente
inicia a execução sem, contudo, utilizar todos os meios que tinha ao seu
alcance. O crime também não se consuma por circunstancias alheias ao
seu intento.
- Infrações penais que não admitem tentativa:
Crimes uni subsistentes – não aceitam intervalo temporal entre o início
da execução e a consumação, a conduta não pode ser fracionada;
Crimes culposos – não se pode tentar aquilo que não se quer;
Crimes preterdolosos – que vão além do dolo. Dolo no antecedente, culpa
no consequente.
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Crime habitual – a conduta pressupõe reiteração de atos da mesma
espécie para se consumar, e a prática isolada não configura crime. Ex.
exercício irregular da medicina.
Crimes de atentado – quando se fala em tentativa, "salvo disposição em
contrário" a pena é diminuída. Em alguns casos a tentativa já configura
crime, e nesses não haverá diminuição da pena.
(Ex.: tentativa de fuga de preso.)
Contravenções penais - (crime anão). Art. 4º LCT.
- Tipos de tentativas qualificadas:
Desistência voluntária – iniciada a execução, o sujeito por ato voluntário
desiste de nela prosseguir, impedindo a consumação. Consequência: fica
afastada a tentativa e o sujeito só responde pelos atos já praticados.
Arrependimento eficaz – fica afastada a tentativa e sujeito só responde
pelos atos já praticados.
- Tentativas inidôneas:
Impropriedade absoluta do objeto – objeto material não reveste bem
jurídico tutelado;
Inidoneidade absoluta do meio - Obra do agente provocador.Ilicitude ou discriminantes 
justificantes
Culpabilidade ou exculpantes
Legítima defesa Menoridade
Estado de necessidade Embriaguez
Exercício regular de direito Doença mental
Estrito cumprimento do dever lagal Erro de proibição
Coação
Obediência
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● Conceito analítico de crime:
A tipicidade, a antijuridicidade e a culpabilidade são os três elementos que 
convertem uma ação em um delito, as quais estão relacionadas 
logicamente de tal modo que cada elemento posterior pressupõe o 
anterior. Ela é chamada de Tripartite, devido à estes fatos.
Conduta Típica – dolo/culpa: é a ação que coincide com uma das 
descrições de delito
Ilícito – Proibido: é a conduta típica não amparada por causa de 
justificação
Culpável – agente responsável: é a ação típica e antijurídica praticada de 
modo reprovável por um sujeito imputável.
● Excludentes:
Legítima defesa
"Age em legítima defesa quem age para repelir injusta agressão atual ou
iminente, direito próprio ou alheio, usando moderadamente os meios
necessários"
- Agressão é conduta humana, portanto não há legitima defesa contra
ataque espontâneo de animal e sim estado de necessidade.
- Não se admite legítima defesa recíproca. Cabe no entanto legítima defesa
contra o excesso de outra legítima defesa (legítima defesa sucessiva).
- Cabe legítima defesa tanto contra agressão atual quanto contra agressão
iminente. Não cabe no entanto contra agressão passada nem agressão
futura.
- Qualquer direito pode ser defendido de agressões injustas, não apenas a
vida e a integridade física.
- Segundo a doutrina majoritária os ofendículos (aparatos de defesa
predispostos) caracterizam legitima defesa preordenada. Posição
minoritária consideram os ofendículos como exercício regular de direito.
Desse modo quem coloca cerca elétrica não será punido pelo dano
causado a outrem. O ofendículos deve ser ostensivo, caso contrário vira
armadilha, podendo caracterizar crime culposo.
- É possível tanto a defesa própria como a de terceiros.
Licenciado para amadeus da silva e silva, E-mail: amadeus-da@bol.com.br
- Deve haver proporcionalidade entre o ataque e a defesa. Meio
necessário é o menos lesivo dentre os disponíveis para repelir a agressão.
Uso moderado é o uso suficiente
para repelir a agressão.
- O excesso pode ser punível (doloso ou culposo); ou impunível (inevitável,
exculpante) – causa supralegal de exclusão da ilicitude.
Estado de necessidade
O estado de necessidade se configura quando a prática de determinado
ato, descrito como crime, é voltado à defesa de direito do autor ou de
outrem, motivado por situação de fato que ele não provocou e que
também era inevitável. Assim, mesmo sendo delituosa, a ofensa a outro
bem jurídico serve para salvar direito próprio ou de terceiro, cujo sacrifício
não era razoável, diante das circunstâncias.
"Age em estado de necessidade quem pratica um fato típico para salvar
de perigo atual que não provocou voluntariamente e nem podia de outra
forma evitar direito próprio ou alheio cujo sacrifício não seria razoável
exigir-se" (art. 24 CP).
- O perigo pode ser proveniente de força da natureza, ataque de animal ou
mesmo outra conduta humana.
- O estado de necessidade pode ser recíproco.
- Não pode alegar estado de necessidade quem provocou por sua vontade
o perigo.
- Não pode alegar se alegar estado de necessidade quando o perigo podia
ser evitado de forma menos lesiva.
- Não há previsão de estado de necessidade contra perigo apenas
iminente.
- Cabe estado de necessidade próprio ou de terceiro.
- Só pode ser salvo um bem superior ou no mínimo igual ao bem
sacrificado.
- Se o bem salvo for menor que o bem sacrificado haverá somente uma
causa de redução de pena.
- A Alemanha adota a teoria diferenciadora do estado de necessidade
(quando o bem salvo é maior que o bem sacrificado a conduta é
justificante; quando os bens são equivalentes a conduta é exculpante).
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- A teoria brasileira é unitária se o bem é menor ou igual, é sempre
justificante.
Exercício regular do direito
Qualquer cidadão poderá se garantir de tal dispositivo se agir dentro da lei,
sem que haja excesso. Prado menciona que deve ser de modo “regular e
não abusivo, podendo ele ser de norma penal ou extrapenal”.
"Age em exercício regular de direito quem pratica um fato típico
autorizado normalmente pelo estado" (art. 23, inc. III, CP)
Ex.1. violência inerente ao esporte
Ex.2. intervenção médica (se for autorizada trata-se de exercício regular da
profissão, caso não seja autorizada poderá ser excludente de ilicitude
quando houver estado de necessidade).
Estrito cumprimento do dever legal
É a prática de um fato típico sem antijuridicidade, por um agente público,
exatamente para assegurar o cumprimento da lei.
"Age em Estrito Cumprimento do Dever Legal quem pratica o fato típico
obrigado por dever de ofício".
Exemplos:
1)soldado que mata o inimigo no campo de batalha;
2)prisão em flagrante realizada pelo polícia etc.
O nosso Código Penal estabelece: “Não há crime quando o agente
pratica o fato no "estrito cumprimento de dever legal" (art. 23, inc. III,
primeira parte).
Nas palavras do Professor Rogério Sanches: "Os agentes públicos, no
desempenho de suas atividades, não raras vezes, devem agir interferindo
na esfera privada dos cidadãos, exatamente para assegurar o
cumprimento da lei. Essa intervenção redunda em agressão a bens
jurídicos como a liberdade, a integridade física ou a própria vida. Dentro
de limites aceitáveis, tal intervenção é justificada pelo estrito
cumprimento de um dever legal".
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Culpabilidade
Culpabilidade integra o conceito analítico de crime, trata-se do juízo de
reprovação que incide sobre a conduta penalmente relevante. A
culpabilidade é composta por três elementos: imputabilidade, potencial
consciência da ilicitude e exigibilidade de conduta diversa.
a) Imputabilidade: é a possibilidade de ser atribuído, imputando um fato
típico e ilícito ao agente, a fim de que seja responsabilizado por seus atos.
Será constituída pela capacidade de discernimento e compreensão.
b) Potencial consciência da ilicitude: é a possibilidade de o agente
conhecer a ilicitude do seu comportamento. A exclusão da culpabilidade,
por ausência de potencial consciência da ilicitude do fato, se caracteriza no
erro de proibição.
c) Exigibilidade de conduta diversa: Para que o agente seja culpável, é
necessário que tenha atuado em situações normais que lhe seria possível
agir de maneira diversa.
Concurso de Pessoas
Fala-se em concurso de pessoas (ou de agentes) quando duas
ou mais pessoas concorrem para prática da infração penal.
A doutrina apresenta a seguinte classificação dos delitos quanto
ao concurso de agentes:
- Teoria monista: tratamento igualitário para autores, coautores e
partícipes. Todos os colaboradores respondem pelo mesmo crime, é a
adotada no Brasil nos termos dos arts. 29 e 30 do CP;
- Teoria pluralista: cada colaborador responde por seu próprio crime.
Situações: previsão expressa da conduta de cada colaborador em um tipo
autônomo; cooperação dolosamente distinta (art. 29, § 2°: se um dos
colaboradores só aceitou participar de um crime menos grave responderá
nos limites do seu dolo. Se era previsível o resultado mais grave a pena
poderá ser aumentada ate a metade).
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Requisitos:
a) Pluralidade de pessoas;
b) Liame subjetivo: é a aderência de uma vontade à outra (consciência
deve ser idêntica ou juridicamente uma unidade para todos a contribuir
para uma obra comum);
c) Relevância causal da colaboração: se a pretensa colaboração não influi
na prática criminosa,não há concurso de pessoas;
d) Unidade de crime: o delito deve ser idêntico ou juridicamente uma
unidade para todos (consequência da teoria monista).
OBS. Nos termos do art. 29, §1° se a participação é de menor importância
a pena deverá ser reduzida de 1/6 a 1/3.
Instituto semelhante ao concurso de pessoas:
Autoria colateral: prática coincidente da mesma infração penal por dois 
ou mais sujeitos sem o liame subjetivo. Consequência: cada sujeito 
responde apenas pelo que efetivamente fez.
Fique sabendo!
Teoria da Pena
A Pena é a resposta estatal a uma infração penal. A doutrina entende que
a pena tem três finalidades: retributiva, preventiva e ressocializadora.
As penas aplicadas no Brasil são as seguintes:
Penas Privativas de Liberdade:
As penas privativas de liberdade são aquelas que têm como objetivo privar
o condenado do seu direito de locomoção (ir e vir) recolhendo-o à prisão.
Doutrinariamente a prisão pode ser dividida perpétua ou por tempo
determinado. O ordenamento jurídico brasileiro adota apenas a prisão por
tempo determinado, de acordo com o art. 5, inc. XLLII, b da CF/88. As
penas privativas de liberdade constituem, modernamente, a base de todos
os sistemas penitenciários do mundo civilizado.
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a) Reclusão
É aplicada a condenações mais severas, o regime de cumprimento pode
ser fechado, semi-aberto ou aberto, e normalmente é cumprida em
estabelecimentos de segurança máxima ou media.
1) Só as penas mais graves recebem a pena de reclusão;
2) Pode ser iniciada no regime fechado;
3) Os apenas em reclusão tem maior dificuldade em relação a receber
benefícios penitenciários.
Consequências:
-Não é permitido o pagamento de fiança
-Em relação Medida de segurança, será detentiva, se a infração for
equivalente a uma reclusão.
b) Detenção
É aplicada para condenações mais leves e não admite que o início do
cumprimento seja no regime fechado. Em regra a detenção é cumprida no
regime semi-aberto, em estabelecimentos menos rigorosos como colônias
agrícolas, industriais ou similares, ou no regime aberto, nas casas de
albergado ou estabelecimento adequados.
1) O preso inicia o regime no semiaberto e nunca no fechado (com
exceção de regressão de regime);
2) Somente se aplica a crimes mais leves.
Consequências:
-Permitirá, como na prisão simples, o pagamento de fiança.
- Em relação Medida de segurança se for equivalente a detenção, poderá
ser feita o tratamento ambulatorial.
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c) Prisão Simples.
É prevista na lei de contravenções penais como pena para condutas
descritas como contravenções, que são infrações penais de menor
lesividade. O cumprimento ocorre sem rigor penitenciário em
estabelecimento especial ou seção especial de prisão comum, em regime
aberto ou semi-aberto. Somente são admitidos os regimes aberto e semi-
aberto, para a prisão simples.
Fixação do Regime inicial
- Compete ao juiz da condenação, determinar o tipo de regime do preso, e
essa fixação terá sempre caráter provisório, uma vez que está sujeito a
progressão e regressão de regime, de acordo com o mérito do condenado.
Cumpre sempre, portanto ao juiz de execução estabelecer a progressão ou
a regressão de regime. Em relação aos crimes hediondos, onde se inicia o
regime em reclusão, poderá o juiz escolher se haverá progressão de
regime ou não, sendo o primeiro baseado num principio Constitucional, e
o segundo baseado no principio da individualização da pena.
Principais fatores que determinam a aplicação do regime inicial
1. Natureza da pena aplicada;
2. Quantidade da pena aplicada;
3. Reincidência.
Progressão de Regime
- O sistema progressivo de pena, possibilita o apenado a conquistar
paulatinamente a sua liberdade. Sempre será cumprida portanto a pena
mais rigorosa, até a pena mais leve. Na progressão além do mérito do
condenado, é exigido o cumprimento de 1/6 da pena no regime anterior.
No caso do regime aberto, além dos requisitos anteriores, deverá cumprir
os termos do Art. 114 da LEP, que diz que se o apenado estiver
trabalhando, e estiver explicito que ele possui disciplina e
responsabilidade, ele poderá progredir para o próximo regime.
Requisitos
1/6 da pena cumprida no regime anterior.
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Mérito do condenado que deverá ser demonstrado durante a execução da
pena, ou seja, um bom comportamento carcerário.
Reparação do dano Há apenas a exceção de no caso de crime contra a
administração pública, que a reparação ou a devolução do produto do
ilícito, para haver regressão.
Obs.¹: Se o apenado estiver em regime aberto e não se adequar, ele irá
regredir para o regime fechado, sem necessariamente passar pelo
semiaberto.
Obs.²: De acordo com o entendimento sumulado do STJ, a progressão nos
crimes hediondos ocorrerá após o cumprimento de 2/5 da pena sendo o
apenado primário, e 3/5 se reincidente. Após a sentença condenatória, o
juiz poderá decidir se o réu poderá apelar em liberdade.
Obs.³: Progressão de regime antes do trânsito em julgado de decisão
condenatória súmula 716 – Admite-se a progressão de regime ou
aplicação de pena menos severa, antes do transito em julgado de sentença
condenatória. Exemplo do caso de Bruno e Eliza.
- Regressão de Regime
É a transferência do condenado de um regime prisional menos severo
para um mais gravoso, em caso de sua não adaptação ao regime semi-
aberto ou aberto, demonstrando a inexistência de sua reintegração social.
A regressão do regime dá-se pela prática de fato definido como crime
doloso ou falta grave; ou quando o réu sofrer condenação, por crime
anterior, cuja pena, somada ao restante da pena em execução, torne
incabível o regime. Além disso, a regressão ainda pode acontecer quando
o condenado frustrar os fins da execução ou não pagar, podendo, a multa
cumulativamente imposta, caso em que será previamente ouvido.
Arts. 66, III, "b", 68, II, "e" e 118 da LEP
- Exame criminológico
Conceito: É a pesquisa dos antecedentes pessoais, psíquicos, psicológicos
do condenado, para obtenção de dados que possam revelar a sua
responsabilidade. É realizado após o transito em julgado da sentença.
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- Detração Penal
É por meio da detração desconta-se a pena ou medida de segurança, o
tempo de prisão ou internação que cumpriu antes da condenação. O Art.
42 do CP estabelece que pode ser descontado na pena privativa de
liberdade e medida de segurança.
Hipóteses que ocorrem detração:
-Prisão Administrativa;
-Prisão provisória (na fase processual) no Brasil ou no estrangeiro;
-Internação em casa de saúde.
Remição pelo trabalho e pelo estudo
A cada três dias de estudo, com no mínimo de 12 horas, será descontada
um dia de pena. O estudo fora da prisão deve ser comprovado
mensalmente pela declaração da respectiva unidade de ensino bem como
a frequência e o aproveitamento escolar.
Observação sobre Falta grave: poderá revogar até um terço da pena
remida, estando nas mãos do juiz a analise de cada caso.
- Penas Restritivas de Direitos:
→ As penas restritivas de direitos são sanções penais impostas em
substituição à pena privativa de liberdade e consistem na supressão ou
diminuição de um ou mais direitos do condenado. Se estiverem
preenchidos os requisitos legais (expressos no art. 44, I,II,III e §3º),
substituirá essa pena por uma das penas alternativas restritivas de direito.
a) Prestação de serviço à comunidade;
b) Limitação de fim de semana;
c) Interdição temporária de direitos;
d) Perda de bens e valores;
e) Prestação pecuniária (multa).
Subdivisão das penas privativas de direito:
Pessoais: essas incluem a prestação de serviços à comunidade ou
entidades públicas, interdição de direitos e limitação dos fins de semana.Reais: prestação pecuniária e perda de bens e valores.
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a) Não podem ser cumuladas com as penas privativas de liberdade;
b) O juiz primeiramente irá fixar a pena privativa de liberdade, para
posteriormente substitui-a pela restritiva de direitos, na mesma sentença.
Existem requisitos para a aplicação desse tipo de pena:
Requisitos objetivos:
1) a pena não superior a 4 anos;
2) crime cometido sem violência ou grave ameaça à pessoa.
DICA!É importante ressaltar que nos crimes culposos, é exigido o
preenchimento desses requisitos.
Requisitos subjetivos:
1) Não ser condenado reincidente em crime doloso (com exceção do
parágrafo 3º);
2) A substituição indicada e suficiente. (principio da insuficiência).
Satisfeitos os requisitos acima citados, o parágrafo 2º dispõe duas regras para
orientar substituição:
- Se a pena for igual ou inferior a 1 ano, poderá ser substituída por multa,
ou uma pena restritiva de direito. Porem se a pena for superior a 1 ano,
(até 4 anos) poderá ser substituída por 1 pena restritiva de direito mais
multa, ou 2 penas restritivas de direito.
Observação: Roubo em que a vítima é reduzida à impossibilidade de
resistência:
Há duas interpretações. A primeira, no sentido de ser incabível a pena
substitutiva, sob o fundamento de que, no crime de roubo, as três formas de
execução equivalem-se, não havendo motivação plausível para vedar o
benefício apenas nas duas primeiras. Tanto é assim que DAMÁSIO
EVANGELISTA DE JESUS chama a terceira forma de execução de violência
imprópria. Teria, em verdade, havido mera omissão involuntária do
legislador, uma vez que, em regra, os delitos mencionam apenas a violência
ou grave ameaça. Ademais, a gravidade do roubo seria incompatível com o
requisito subjetivo que aponta ser cabível o benefício tão-somente quando a
medida se apresenta como suficiente para a repressão e prevenção do crime.
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“Violência imprópria. Ocorre nas hipóteses em que o sujeito emprega outro
meio de conteúdo idêntico à grave ameaça ou violência a pessoa, como
embriaguez, narcótico, hipnotismo, lançamento de substância tóxica ou areia
nos olhos da vítima etc.(...)Crime de roubo com violência imprópria (CP, art.
157). Admite, em tese, pena alternativa.”(Damásio Evangelista de Jesus).
Pena de Multa:
Pagamento ao fundo da quantia fixada na sentença e calculada em dias-
multa (art.49, caput, CP). É a sanção penal, submetida irrestritamente aos
princípios la legalidade, da culpabilidade, da individualização, da
pessoalidade e do devido processo judicial.
- Sistema de dias multa
Segundo esse sistema, o valor de dias multa corresponde ao valor recebido
pelo autor do crime em um dia. Será levada em conta seu patrimônio e sua
condição financeira. O valor mínimo de uma pena de multa é de 3 avos do
salário mínimo vigente a época do cometimento do crime e o máximo é 5
vezes esse salário. O número de dias mínimo é 10 e o dia máximo é 360!
- Dosimetria da pena de multa
a) 1º fase: Estabelece os dias-multa dentro do limite de 10 a 360 dias.
Devem se levar me conta a gravidade do delito de acordo com o Art. 59 do
CP.
b) 2º Fase: Com base nos dias-multa, fixa-se o valor de cada dia multa, de
acordo com o Ar. 49 do CP. Leva-se em conta nessa fase, unicamente a
situação financeira do réu. O juiz investigará.
c) 3º Fase: Pode-se constatar que a multa será ineficaz por conta da
situação financeira do réu, pois o valor da multa não afetará em nada a
situação do réu. A pena então será aumentada o triplo da pena.
Obs.: O CP prevê que preenchidos os requisitos, a pena privativa de
liberdade pode ser substituída por multa. No entanto a multa substitutiva
é analisada como pena restritiva de direitos.
A segunda admite a aplicação das penas restritivas, pois seria incabível o
uso de analogia in malan partem para vedá-las em hipótese não abrangida
pela lei.”(Victor E. Rios Gonçalves)
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- Pagamento de Multa
Assim o procedimento da cobrança da pena de multa se dá da seguinte
forma:
a) após o transito em julgado, emite-se uma certidão de sentença
condenatória, para formação de autos apartados, os quais serão utilizados
para realização da execução;
b) O Ministério Público requer a citação do condenado para, dentro de 10
dias, pagar a pena de multa ou indicar bens à penhora;
c) Em seguida, decorrido este prazo, sem pagamento ou manifestação do
executado, emite-se uma nova certidão, informando detalhadamente o
ocorrido, remetendo-a à Procuradoria Fiscal (Federal ou Estadual,
conforme crime comum ou federal), a qual se encarregará de promover a
execução da multa perante a Vara da Fazenda Pública, nos termos do
procedimento previsto na legislação tributária.
A multa deve ser paga após 10 dias depois de transitado em julgado a
sentença. A previsão do código penal é para pagamento voluntário e a
previsão da LEP, é para pagamento compulsório.
- Aplicação da Pena
O critério adotado pelo Código Penal é o Trifásico (art. 68 CP):
a) Primeira fase – Nesta fase o Juiz fixa a pena-base, observando as
seguintes circunstâncias: Culpabilidade; Antecedentes; Conduta Social do
Agente; Personalidade; Motivos do crime; Circunstâncias do crime;
Consequências do crime e Comportamento da vítima.
Obs: A fixação da pena-base não pode ficar abaixo do mínimo, nem acima
do máximo previsto pelo crime.
b) Segunda fase – Tem o objetivo de encontrar a pena intermediária. Para
tanto, o Juiz se vale das circunstâncias agravantes, previstas nos artigos 61
e 62, do CP, e das atenuantes, previstas nos artigos 65 e 66 do já
mencionado Código.
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As atenuantes incidem em qualquer espécie de crime, seja doloso,
culposo ou preterdoloso. As agravantes, de regra, somente se aplicam
aos crimes dolosos, com exceção da reincidência, que se aplica a
qualquer delito.
c) Terceira fase – O Juiz, nessa última fase, busca a pena definitiva,
utilizando as causas de aumento ou diminuição de pena. Apesar dos
critérios de aplicação da pena se apresentar em três fases, teremos, ainda,
um quarto momento, no qual o Juiz deverá definir o regime para início do
cumprimento da pena.
Crime punido com Reclusão Crime punido com 
detenção
Fechado Pena superior a 8 anos O agente não pode iniciar 
a pena em regime 
fechado, somente 
podendo por regressão.
Semiaberto Pena superior a 4 anos e que 
não exceda 8 anos (desde que 
não reincidente).
Pena superior a quatro 
anos.
Aberto Pena igual ou inferior a 4 anos, 
desde que o agente não seja 
reincidente. Se for reincidente, 
o regime inicial será o fechado.
Pena não superior a 
quatro anos, desde que 
não reincidente.
Circunstâncias judiciais (art. 59):
1. Culpabilidade: a aferição da culpabilidade parte da verificação da
capacidade do autor de perceber os fatos e se determinar de acordo com
eles, devendo então se verificar na situação de fato a implementação dos
pressupostos de imputabilidade, de potencial consciência da ilicitude e de
exigibilidade de conduta diversa.
2. Personalidade: A consideração da personalidade do agente, como
circunstância a ser apreciada pelo Juízo, deveria demandar, como regra, a
elaboração de laudo criminológico, firmado por profissional com
habilitação suficiente para diagnosticar a efetiva tendência do autor do
fato à prática de crimes.
ATENÇÃO
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Com efeito, sem um exame qualificado da personalidade do criminoso, tal
critério não pode ser considerado para fins de mensuração da pena-base
3. Conduta social: A conduta social era, antes da reforma de 1984,
incluída como antecedente, após, conferiu-se ao Juízo a possibilidade devaloração, em separado, dos aspectos cotidianos da vida do condenado, a
relevância de sua atuação dentro da sociedade
4. Antecedentes: Sobre os antecedentes do autor, os eventos ocorridos
em sua vida pregressa, neles podem ser considerados tanto que forem os
bons como os maus, para aumentar a pena ou diminuí-la, conforme o
caso.
5. Motivos: A consideração das razões que levaram o delinquente a
cometer o crime também é elemento para a aferição da pena-base, para
tornar a pena mais severa ou abrandá-la, conforme o caso. Nessas
hipóteses, contudo, não podem ser considerados aqueles motivos já
descritos como qualificadores ou privilegiadores do tipo penal, novamente
para se evitar o bis in idem.
6. Circunstâncias (stricto senso): A consideração das circunstâncias
previstas no artigo 59 requer também a realização de um raciocínio de
exclusão, só se podendo utilizar, nesta etapa, aquela não aplicada nas
etapas subsequentes da dosimetria da pena.
O local, o modo de praticar o crime, o tempo de sua duração etc., quando
não previstos como circunstâncias relevantes às etapas subsequentes da
fixação da pena, podem ser consideradas para fins de aumento ou redução
da sanção, no momento de fixação da pena-base.
Maus antecedentes: só podem ser consideradas sentenças 
condenatórias (desde que não gerem reincidência). Súmula 444 STJ – "é 
vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais em curso para 
agravar a pena base".
Fique sabendo!
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7. Consequências do crime: São os resultados da ação criminosa, quanto
maior for o dano causado à vítima, a terceiros ou à sociedade, maior deve
ser a pena.
8. Comportamento da vítima: Como regra geral, o comportamento da
vítima não justifica o crime, podendo, contudo, diminuir a censura sobre a
conduta, atuando, assim, como circunstância judicial favorável ao
condenado.
- Pena Provisória (agravantes e atenuantes)
Deve ficar dentro dos limites da pena (analisadas circunstancias agravante
e atenuantes: circunstâncias sempre previstas na parte geral do Código,
aplicadas à todos os crimes, e sem uma quantia fixa).
Atenuantes genéricas (arts. 65 e 66 CP):
Art. 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a pena:
I - ser o agente menor de 21 (vinte e um), na data do fato, ou maior de 70
(setenta)
anos, na data da sentença;
II - o desconhecimento da lei; III - ter o agente:
a) cometido o crime por motivo de relevante valor social ou moral;
b) procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o
crime, evitar -
lhe ou minorar-lhe as consequências, ou ter, antes do julgamento,
reparado o dano;
c) cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em cumprimento
de ordem de autoridade superior, ou sob a influência de violenta emoção,
provocada por ato injusto da vítima;
d) confessado espontaneamente, perante a autoridade, a autoria do
crime;
e) cometido o crime sob a influência de multidão em tumulto, se não o
provocou.
Art. 66 - A pena poderá ser ainda atenuada em razão de circunstância
relevante, anterior ou posterior ao crime, embora não prevista
expressamente em lei.
*Art. 66 = atenuante inominada.
* Sumula 231 STJ - "a incidência da circunstância atenuante não pode
conduzir a redução da pena abaixo do mínio legal".
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Se a pena base já é o mínimo não há como diminuir aquém do mínimo. A 
atenuante é desconsiderada.
Agravantes genéricas: São circunstâncias que agravam a pena quando não
constituem ou qualificam o crime.
Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não
constituem ou
qualificam o crime: I - a reincidência;
II - ter o agente cometido o crime:
a) por motivo fútil ou torpe;
b) para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou
vantagem de
outro crime;
c) à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação, ou outro recurso
que dificultou ou tornou impossível a defesa do ofendido;
d) com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio
insidioso ou cruel,
ou de que podia resultar perigo comum;
e) contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge;
f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações domésticas,
de coabitação ou de hospitalidade, ou com violência contra a mulher na
forma da lei específica;
g) com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício,
ministério ou profissão;
h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher
grávida;
i) quando o ofendido estava sob a imediata proteção da autoridade;
j) em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou qualquer calamidade
pública, ou de desgraça particular do ofendido;
l) em estado de embriaguez preordenada.
ATENÇÃO
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- Agravantes no caso de concurso de pessoas
Art. 62 - A pena será ainda agravada em relação ao agente que:
I - promove, ou organiza a cooperação no crime ou dirige a atividade dos
demais agentes;
II - coage ou induz outrem à execução material do crime;
III - instiga ou determina a cometer o crime alguém sujeito à sua
autoridade ou não- punível em virtude de condição ou qualidade pessoal;
IV - executa o crime, ou nele participa, mediante paga ou promessa de
recompensa.
REINCIDÊNCIA: reincidente é quem comete novo crime após transitar em
julgado sentença que o condenou no Brasil ou no exterior por crime
anterior. Não é necessário homologar sentença estrangeira para gerar
reincidência.
A sentença condenatória deixa de gerar reincidência após passados 05
anos a partir do término ou extinção da pena. O tempo do livramento
condicional e do sursis é computado, se não revogados. Ademais, não
geram reincidência os crimes políticos e os crimes militares próprios,
ainda, segundo a Jurisprudência, pena de multa anterior não gera
reincidência.
- Pena Definitiva (causas de aumento e diminuição):
Toma por fim, as causas de aumento e diminuição de pena. Elas localizam-
se tanto na parte geral como na parte especial do Código
a) Pode ficar fora dos limites (mesmo que só se possa cumprir 30 anos, os
benefícios são calculados com base na pena toda);
b) Causas de aumento (majorantes) e de diminuição (minorantes): são
circunstâncias previstas tanto na parte geral quanto na parte especial,
sempre em quantia determinada.
- Conflitos entre Circunstâncias:
a) Entre circunstâncias judiciais: prevalece as subjetivas, entre essas
prevalecem os motivos, a personalidade e os antecedentes criminais;
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b) Entre agravantes e atenuantes: prevalecem as subjetivas, dentre elas
motivo, personalidade e reincidência, mas acima de todas a menoridade
relativa (21 anos);
c) Entre causa de aumento/diminuição da parte geral e da parte especial:
aplica-se ambas, mas primeiro a da parte especial;
d) Entre causas de aumento/diminuição da parte especial: utiliza-se apenas
uma, a que mais aumente ou mais diminua;
e) Entre qualificadoras: uma delas será usada para aumentar os limites
mínimo e máximo e as demais (2 posições): 1.funcionam como
circunstancias judiciais desfavoráveis (1ª fase); 2. Atuam como agravantes,
desde que correspondentes com estas (2ª fase);
SURSIS
É a suspensão da execução da pena privativa de liberdade imposta sob
determinadas condições. Visa reeducar criminosos, impedindo que os
condenados a penas reduzidas sejam privados de sua liberdade. Está disposto
nos arts. 77 a 82 do CP.
São requisitos para a concessão do sursis:
sentença condenatória a pena privativa de liberdade não superior a 02 (dois)
anos;
impossibilidade da substituição da pena privativa de liberdade por restritiva
de direitos;
não reincidência em crime doloso e
circunstâncias judiciais favoráveis.
Obs.: o fato de ser foragido ou revel não impede o sursis.- O Sursis pode se dividir em simples, especial, etário e humanitário.
1) Sursis simples: serviços à comunidade ou limitação dos finais de semana no
1º ano;
2) Sursis especial: proibição de frequentar determinados lugares, sair da
comarca sem autorização do juiz e comparecimento mensal obrigatório
(cumulativas). Exige mais dois requisitos além do simples: reparação do dano e
que as condições do art. 59 sejam inteiramente favoráveis.
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3) Sursis etário: aplicado ao condenado maior de 70 anos, quando a pena
não for superior a 4 anos. O período de prova será de 4 a 6 anos.
4) Sursis humanitário: aplicado ao condenado com problemas de saúde,
quando a pena não for superior a 4 anos. O período de prova será de 4 a 6
anos.
- Revogação obrigatória
Uma primeira causa para que ocorra a revogação obrigatória é, quando o
beneficiário, no curso do prazo, “é condenado, em sentença irrecorrível,
por crime doloso” (art. 81, I do CP).
E uma segunda causa de revogação obrigatória do sursis ocorre quando o
beneficiário frustrar, embora solvente a execução da pena de multa
(art.81, II, CP). Comprovada a impossibilidade de revogação, por
dificuldades econômicas ou outra causa não se pode revogar o benefício.
Por fim, é revogado obrigatoriamente o sursis, quando o condenado
descumpre a condição do art. 78 §1º do CP: "No primeiro ano do prazo,
deverá o condenado prestar serviços à comunidade (Art. 46) ou submeter-
se à limitação de fim de semana (Art. 48)".
a) Condenação transitada em julgado por pratica de crime doloso;
b) Descumprimento das condições legais do sursis simples;
c) Frustrar a execução de multa tendo condições para o adimplemento.
- Revogação facultativa
As causas para que aconteça revogação facultativa do sursis estão
previstas no art. 81 §1º do CP. Pode a suspensão ser revogada, em
primeiro lugar se o condenado deixar de cumprir qualquer das condições
impostas .
Refere-se a lei às condições jurídicas previstas no art. 79 do CP, bem como
aquelas escolhidas pelo magistrado entre as do art.78 § 2º do CP quando,
de concessão do sursis especial.
A condenação irrecorrível por crime culposo ou contravenção penal e do
descumprimento da prestação de serviços, a comunidade ou limitação de
fim de semana, acarretam a revogação facultativa do beneficio.
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a) Condenação transitada em julgado por crime culposo ou contravenção;
b) Descumprimento de condições que não as do sursis simples (sursis
especial e condições judiciais)
A condenação irrecorrível por crime culposo ou contravenção penal e do
descumprimento da prestação de serviços, a comunidade ou limitação de
fim de semana, acarretam a revogação facultativa do beneficio.
a) Condenação transitada em julgado por crime culposo ou contravenção;
b) Descumprimento de condições que não as do sursis simples (sursis
especial e condições judiciais)
Se após audiência admonitória o acusado estiver respondendo a processo
pela pratica de crime ou contravenção, o período de prova será
prorrogado automaticamente ate o transito em julgado desse processo.
- Livramento Condicional
É a liberação do condenado após o cumprimento de parte da sanção
penal aplicada, se observados os pressupostos que regem a sua concessão
e sob condições previamente estipuladas.
Requisitos objetivos:
a) Condenação a pena privativa de liberdade igual ou superior a 2 anos;
b) Reparação do dano, salvo a efetiva impossibilidade de fazê-la;
c) Cumprimento de parte da pena: ⅓ se não for reincidente em crime
doloso e tiver bons antecedentes ou ½ da pena quando reincidente em
crime doloso. No caso de condenação por crime hediondo, prática de
tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, e terrorismo,
impõe-se o cumprimento de mais de ⅔ da pena; não sendo o condenado
reincidente específico em crimes dessa natureza;
d) Se reincidente em crime hediondo não terá direito à liberdade
condicional.
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Requisitos subjetivos:
a) Comportamento carcerário satisfatório, durante a execução da pena;
b) Bom desempenho nas funções atribuídas e aptidão para obter ocupação
lícita e própria subsistência;
c) Crimes dolosos, cometidos com violência ou grave ameaça a pessoa:
constatação de condições pessoais que permitam presumir que não voltará a
delinquir.
Condições
a) Obrigatórias:
1. obter uma ocupação lícita dentro de prazo razoável;
2. comparecer periodicamente em juízo para esclarecer suas atividades;
3. não mudar do território da comarca sem autorização judicial.
b) Facultativas:
1. proibido mudar de endereço sem autorização judicial;
2. se recolher em casa a partir de determinado horário;
3. não freqüentar determinados lugares.
Revogação obrigatória: condenação à pena privativa de liberdade, em
sentença irrecorrível, durante crime cometido durante a vigência do
benefício, e, condenação a pena privativa de liberdade, em sentença
irrecorrível, por crime anterior;
Revogação facultativa: condenação à pena não privativa de liberdade
transitada em julgado ou descumprimento das condições impostas.
Obs.: em caso de crime cometido antes do benefício conta o tempo de prova
no cumprimento da pena; para crime cometido durante o período de prova
será desconsiderado o tempo que gozou do benefício.
Obs.2: no caso de revogação por descumprimento de condição não será
computado o tempo de prova.
- Concurso de Crimes
Concurso de crimes quer dizer que o agente ou um grupo de agentes
cometeu dois ou mais crimes mediante a prática de uma ou várias ações.
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Portanto, dentro de uma mesma dinâmica há a pratica vários crimes. Está
previsto nos arts. 69, 70 e 71 do Código Penal. Ele é subdividido em
concurso material, concurso formal e crime continuado
- Material ou real: Mediante uma ou mais condutas, se consegue dois ou
mais resultados, idênticos ou não. Cumulação de penas. Cumpre-se
primeiro a pena mais branda.
- Formal ou ideal: Mediante uma única conduta, produz dois ou mais
crimes, idênticos ou não.
* Concurso formal perfeito – apenas um desígnio; sistema de
exasperação da pena: aplica-se a mais grave ou qualquer uma delas,
aumentando-se de 1/6 a ½ de acordo com a quantidade de resultados;
* Concurso formal imperfeito – desígnios diferentes; somam-se as penas
- Crime continuado – o agente mediante duas ou maus condutas produz
dois ou mais resultados da mesma espécie; exasperação da pena
aumentada de 1/6 a 2/3. No caso de crime continuado específico
(qualificado por violência ou grave ameaça) aplica-se a maior pena,
aumentando-se até o triplo.
* Obs.: Se a pena exasperada for maior que a cumulação de penas aplica-
se este último
sistema em benefício do réu.
No concurso de crime as penas de multa são aplicadas distinta e
integralmente.
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Questões Comentadas
dos Últimos Exames
XV Exame da Ordem
QUESTÃO 1
Francisco foi condenado por homicídio simples, previsto no Art. 121 do
Código Penal, devendo cumprir pena de seis anos de reclusão. A sentença
penal condenatória transitou em julgado no dia 10 de agosto de 1984. Dias
depois, Francisco foge para o interior do Estado, onde residia, ficando
isolado num sítio. Após a fuga, as autoridades públicas nunca conseguiram
capturá-lo. Francisco procura você como advogado(a) em 10 de janeiro de
2014. Com relação ao caso narrado, assinale a afirmativa correta.
A) Ainda não ocorreu prescrição do crime, tendo em vista que ainda não
foi ultrapassado o prazo de trinta anos requerido pelo Código Penal.
B) Houve prescrição da pretensão executória.
C) Não houve prescrição, pois o crime de homicídio simples é
imprescritível.
D) Houve prescriçãoda pretensão punitiva pela pena em abstrato, pois
Francisco nunca foi capturado.
Comentário: Depois de transitar em julgado a sentença condenatória, a
prescrição é regulada pela pena aplicada de acordo com o art. 109, III, do
CP. Alternativa correta: B
QUESTÃO 2
José cometeu, em 10/11/2008, delito de roubo. Foi denunciado,
processado e condenado, com sentença condenatória publicada em
18/10/2009. A referida sentença transitou definitivamente em julgado no
dia 29/08/2010.
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No dia 15/05/2010, José cometeu novo delito, de furto, tendo sido condenado,
por tal conduta, no dia 07/04/2012. Nesse sentido, levando em conta a situação
narrada e a disciplina acerca da reincidência, assinale a afirmativa correta.
A) Na sentença relativa ao delito de roubo, José deveria ser considerado
reincidente.
B) Na sentença relativa ao delito de furto, José deveria ser considerado
reincidente.
C) Na sentença relativa ao delito de furto, José deveria ser considerado
primário.
D) Considera-se reincidente aquele que pratica crime após publicação de
sentença que, no Brasil ou no estrangeiro, o tenha condenado por crime
anterior.
Comentário: Artigo 63. Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo
crime, depois de transitar em julgado a sentença que, no País ou no
estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior. Alternativa correta: C
QUESTÃO 3
Pedro Paulo, primário e de bons antecedentes, foi denunciado pelo crime de
descaminho (Art. 334, caput, do Código Penal), pelo transporte de mercadorias
procedentes do Paraguai e desacompanhadas de documentação comprobatória
de sua importação regular, no valor de R$ 3.500,00, conforme atestam o Auto
de Infração e o Termo de Apreensão e Guarda Fiscal, bem como o Laudo de
Exame Merceológico, elaborado pelo Instituo Nacional de Criminalística. Em
defesa de Pedro Paulo, segundo entendimento dos Tribunais Superiores, é
possível alegar a aplicação do
A) princípio da proporcionalidade.
B) princípio da culpabilidade.
C) princípio da adequação social.
D) princípio da insignificância ou da bagatela.
Comentário: A prescrição depois de transitar em julgado a sentença
condenatória regula-se pela pena aplicada e verifica-se nos prazos fixados no
artigo anterior, os quais se aumentam de um terço, se o condenado é
reincidente. Alternativa correta: D
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XVI Exame da Ordem
QUESTÃO 4
Maria Joaquina, empregada doméstica de uma residência, profundamente
apaixonada pelo vizinho Fernando, sem que este soubesse, escuta sua conversa
com uma terceira pessoa acordando o furto da casa em que ela trabalha
durante os dias de semana à tarde. Para facilitar o sucesso da operação de seu
amado, ela deixa a porta aberta ao sair do trabalho. Durante a empreitada
criminosa, sem saber que a porta da frente se encontrava destrancada,
Fernando e seu comparsa arrombam a porta dos fundos, ingressam na
residência e subtraem diversos objetos. Diante desse quadro fático, assinale a
opção que apresenta a correta responsabilidade penal de Maria Joaquina.
A) Deverá responder pelo mesmo crime de Fernando, na qualidade de
partícipe, eis que contribuiu de alguma forma para o sucesso da empreitada
criminosa ao não denunciar o plano.
B) Deverá responder pelo crime de furto qualificado pelo concurso de agentes,
afastada a qualificadora do rompimento de obstáculo, por esta não se
encontrar na linha de seu conhecimento.
C) Não deverá responder por qualquer infração penal, sendo a sua participação
irrelevante para o sucesso da empreitada criminosa.
D) Deverá responder pelo crime de omissão de socorro.
Comentário: No direito penal, corresponde ao liame das vontades de cada
agente. Na existência de vínculo subjetivo a orientação psicológica, ou seja, a
intenção dos agentes está voltada para o mesmo sentido. É requisito
fundamental para o concurso de pessoas. Alternativa correta: C
QUESTÃO 5
Patrício e Luiz estavam em um bar, quando o primeiro, mediante ameaça de
arma de fogo, obriga o último a beber dois copos de tequila. Luiz ficou
inteiramente embriagado. A dupla, então, deixou o local, sendo que Patrício
conduzia Luiz, que caminhava com muitas dificuldades. Ao encontrarem Juliana,
que caminhava sozinha pela calçada, Patrício e Luiz, se utilizando da arma que
era portada pelo primeiro, constrangeram-na a com eles praticar sexo oral,
sendo flagrados por populares que passavam ocasionalmente pelo local,
ocorrendo a prisão em flagrante.
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Denunciados pelo crime de estupro, no curso da instrução, mediante
perícia, restou constatado que Patrício era possuidor de doença mental grave e
que, quando da prática do fato, era inteiramente incapaz de entender o caráter
ilícito do seu comportamento, situação, aliás, que permanece até o momento
do julgamento. Também ficou demonstrado que, no momento do crime, Luiz
estava completamente embriagado. O Ministério Público requereu a
condenação dos acusados. Não havendo dúvida com relação ao injusto,
tecnicamente, a defesa técnica dos acusados deverá requerer, nas alegações
finais,
A) a absolvição dos acusados por força da inimputabilidade, aplicando, porém,
medida de segurança para ambos.
B) a absolvição de Luiz por ausência de culpabilidade em razão da embriaguez
culposa e a absolvição imprópria de Patrício, com aplicação, para este, de
medida de segurança.
C) a absolvição de Luiz por ausência de culpabilidade em razão da embriaguez
completa decorrente de força maior e a absolvição imprópria de Patrício, com
aplicação, para este, de medida de segurança.
D) a absolvição imprópria de Patrício, com a aplicação de medida de segurança,
e a condenação de Luiz na pena mínima, porque a embriaguez nunca exclui a
culpabilidade.
Comentário: Inimputabilidade penal é a incapacidade que tem o agente em
responder por sua conduta delituosa, ou seja, o sujeito não é capaz de entender
que o fato é ilícito e de agir conforme esse entendimento. São causas da
inimputabilidade: a) doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou
retardado; b) menoridade; c) embriaguez completa, decorrente de caso fortuito
ou força maior; e d) dependência de substância entorpecente.
Alternativa correta: C
QUESTÃO 6
Felipe, menor de 21 anos de idade e reincidente, no dia 10 de abril de 2009, foi
preso em flagrante pela prática do crime de roubo. Foi solto no curso da
instrução e acabou condenado em 08 de julho de 2010, nos termos do pedido
inicial, ficando a pena acomodada em 04 anos de reclusão em regime fechado e
multa de 10 dias, certo que houve a compensação da agravante da reincidência
com a atenuante da menoridade.
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A decisão transitou em julgado para ambas as partes em 20 de julho de 2010.
Foi expedido mandado de prisão e Felipe nunca veio a ser preso. Considerando
a questão fática, assinale a afirmativa correta.
A) A extinção da punibilidade pela prescrição da pretensão executória ocorrerá
em 20 de julho de 2016.
B) A extinção da punibilidade pela prescrição da pretensão executória ocorreu
em 20 de julho de 2014.
C) A extinção da punibilidade pela prescrição da pretensão executória ocorrerá
em 20 de julho de 2022.
D) A extinção da punibilidade pela prescrição da pretensão executória ocorrerá
em 20 de novembro de 2015.
Comentário: O Art. 107 enumera 13 causas de extinção: morte do agente,
anistia, graça, indulto, abolitio criminis, prescrição, decadência, perempção,
renúncia, perdão do ofendido, retratação, casamento com a vítima ou terceiros
nos casos definidos neste artigo, perdão judicial.
Alternativa correta: (D)
QUESTÃO 7
Carlos e seu filho de dez anos caminhavam por uma rua com pouco movimento
e bastante escura, já de madrugada, quando são surpreendidoscom a vinda de
um cão pitbull na direção deles. Quando o animal iniciou o ataque contra a
criança, Carlos, que estava armado e tinha autorização para assim se encontrar,
efetuou um disparo na direção do cão, que não foi atingido, ricocheteando a
bala em uma pedra e acabando por atingir o dono do animal, Leandro, que
chegava correndo em sua busca, pois notou que ele fugira clandestinamente da
casa. A vítima atingida veio a falecer, ficando constatado que Carlos não teria
outro modo de agir para evitar o ataque do cão contra o seu filho, não sendo
sua conduta tachada de descuidada. Diante desse quadro, assinale a opção que
apresenta a situação jurídica de Carlos.
A) Carlos atuou em legítima defesa de seu filho, devendo responder, porém,
pela morte de Leandro.
B) Carlos atuou em estado de necessidade defensivo, devendo responder,
porém, pela morte de Leandro.
C) Carlos atuou em estado de necessidade e não deve responder pela morte de
Leandro.
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D) Carlos atuou em estado de necessidade putativo, razão pela qual não deve
responder pela morte de Leandro.
Comentário: Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o
fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia
de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas
circunstâncias, não era razoável exigir-se.
Alternativa correta: C
QUESTÃO 8
Moura, maior de 70 anos, primário e de bons antecedentes, mediante grave
ameaça, subtraiu o relógio da vítima Lúcia, avaliado em R$ 550,00 (quinhentos
e cinquenta reais). Cerca de 45 minutos após a subtração, Moura foi procurado
e localizado pelos policiais que foram avisados do ocorrido, sendo a coisa
subtraída recuperada, não sofrendo a vítima qualquer prejuízo patrimonial. O
fato foi confessado e Moura foi condenado pela prática do crime de roubo
simples, ficando a pena acomodada em 04 anos de reclusão em regime aberto e
multa de 10 dias. Procurado pela família do acusado, você, como advogado
poderá apelar, buscando
A) o reconhecimento da forma tentada do roubo.
B) a aplicação do sursis da pena.
C) o reconhecimento da atipicidade comportamental por força da
insignificância.
D) a redução da pena abaixo do mínimo legal, em razão das atenuantes da
confissão espontânea e da senilidade.
Comentário: Art. 77 - A execução da pena privativa de liberdade, não superior a
2 (dois) anos, poderá ser suspensa, por 2 (dois) a 4 (quatro) anos, desde que:
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º A execução da pena privativa de liberdade, não superior a quatro anos,
poderá ser suspensa, por quatro a seis anos, desde que o condenado seja maior
de setenta anos de idade, ou razões de saúde justifiquem a suspensão.
Alternativa correta: B
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XVII Exame da Ordem
QUESTÃO 9
Reconhecida a prática de um injusto culpável, o juiz realiza o processo de
individualização da pena, de acordo com o Art. 68 do Código Penal. Segundo a
jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, assinale a afirmativa correta.
A) A condenação com trânsito em julgado por crime praticado em data
posterior ao delito pelo qual o agente está sendo julgado pode funcionar como
maus antecedentes.
B) Não se mostra possível a compensação da agravante da reincidência com a
atenuante da confissão espontânea.
C) Nada impede que a pena intermediária, na segunda fase do critério trifásico,
fique acomodada abaixo do mínimo legal.
D) O aumento da pena na terceira fase no roubo circunstanciado exige
fundamentação concreta, sendo insuficiente a simples menção ao número de
majorantes.
Comentário: SUM.443: O aumento na terceira fase de aplicação da pena no
crime de roubo circunstanciado exige fundamentação concreta, não sendo
suficiente para a sua exasperação a mera indicação do número de majorantes.
Alternativa correta: D
QUESTÃO 10
Marcus foi definitivamente condenado pela prática de um crime de roubo
simples à pena privativa de liberdade de quatro anos de reclusão e multa de dez
dias. Apesar de reincidente, em razão de condenação definitiva pretérita pelo
delito de furto, Marcus confessou a prática do delito, razão pela qual sua pena
foi fixada no mínimo legal. Após cumprimento de determinado período de
sanção penal, pretende o apenado obter o benefício do livramento condicional.
Considerando o crime praticado e a hipótese narrada, é correto afirmar que
A) Marcus não faz jus ao livramento condicional, pois condenado por crime
doloso praticado com violência ou grave ameaça à pessoa.
B) O livramento condicional pode ser concedido pelo juiz da condenação logo
quando proferida sentença condenatória.
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C) Não é cabível livramento condicional para Marcus, tendo em vista que é
condenado reincidente em crime doloso.
D) Ainda que praticada falta grave, Marcus não terá o seu prazo de contagem
para concessão do livramento condicional interrompido.
Comentário: Para concessão de livramento condicional o Código Penal prevê a
necessidade de cumprimento de determinado período de pena, a depender das
circunstâncias, de acordo com o art. 83 do CP. Alternativa correta: D
QUESTÃO 11
Durante um assalto a uma instituição bancária, Antônio e Francisco, gerentes
do estabelecimento, são feitos reféns. Tendo ciência da condição deles de
gerentes e da necessidade de que suas digitais fossem inseridas em
determinado sistema para abertura do cofre, os criminosos colocam, à força, o
dedo de Antônio no local necessário, abrindo, com isso, o cofre e subtraindo
determinada quantia em dinheiro. Além disso, sob a ameaça de morte da
esposa de Francisco, exigem que este saia do banco, levando a sacola de
dinheiro juntamente com eles, enquanto apontam uma arma de fogo para os
policiais que tentavam efetuar a prisão dos agentes. Analisando as condutas de
Antônio e Francisco, com base no conceito tripartido de crime, é correto
afirmar que
A) Antônio não responderá pelo crime por ausência de tipicidade, enquanto
Francisco não responderá por ausência de ilicitude em sua conduta.
B) Antônio não responderá pelo crime por ausência de ilicitude, enquanto
Francisco não responderá por ausência de culpabilidade em sua conduta.
C) Antônio não responderá pelo crime por ausência de tipicidade, enquanto
Francisco não responderá por ausência de culpabilidade em sua conduta.
D) Ambos não responderão pelo crime por ausência de culpabilidade em suas
condutas.
Comentário: Tipicidade é quando as ações do agente se adequam a forma
proibida descrita na lei, enquanto que culpabilidade significa nexo de
causalidade se o agente quis ou não o resultado.
Alternativa correta: C
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QUESTÃO 12
Cristiane, revoltada com a traição de seu marido, Pedro, decide matá-lo. Para
tanto, resolve esperar que ele adormeça para, durante a madrugada, acabar
com sua vida. Por volta das 22h, Pedro deita para ver futebol na sala da
residência do casal. Quando chega à sala, Cristiane percebe que Pedro estava
deitado sem se mexer no sofá. Acreditando estar dormindo, desfere 10 facadas
em seu peito. Nervosa e arrependida, liga para o hospital e, com a chegada dos
médicos, é informada que o marido faleceu. O laudo de exame cadavérico,
porém, constatou que Pedro havia falecido momentos antes das facadas em
razão de um infarto fulminante. Cristiane, então, foi denunciada por tentativa
de homicídio. Você, advogado(a) de Cristiane, deverá alegar em seu favor a
ocorrência de
A) crime impossível por absoluta impropriedade do objeto.
B) desistência voluntária.
C) arrependimento eficaz.
D) crime impossível por ineficácia do meio.
Comentário: Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta
do meio ou por absoluta impropriedade

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