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Doencas da Pupunheira

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L. GASPAROTO et al., 2014. Doenças da Pupunheira. SOCIEDADE BRASILEIRA DE FITOPATOLOGIA (SBF) 
 
1 
 
 
DOENÇAS DA PUPUNHEIRA 
(Bactris gasipaes Kunth) 
 
Luadir Gasparotto
1
; Álvaro Figueiredo dos Santos
2
; José Clério Rezende Pereira
1 
 
1
Embrapa Amazônia Ocidental, Cx. Postal 319, CEP 69.970-011, Manaus, AM; 
2
Embrapa Florestas, Cx. Postal 319, CEP 83.411-000, Colombo, PR. 
 
 
 ANTRACNOSE 
 
Descrição: A antracnose, causada pelo fungo Glomerella cingulata (fase anamórfica: 
Colletotrichum gloeosporioides), afeta frutos e folhas e ocorre em todas as regiões onde se 
cultiva pupunheira (GASPAROTTO et al. 2013). Nas plantas enviveiradas e recém-
transplantadas para o campo, o problema é mais acentuado em plantas estressadas por falta 
d'água e/ou de nutrientes. Os ferimentos nos frutos, causados por insetos e pássaros, na fase de 
pré-colheita, e os oriundos de manuseios inadequados dos cachos, na colheita, no transporte e na 
comercialização, facilitam a infecção pelo patógeno. Este sobrevive em restos vegetais e 
esporula nos períodos quentes e úmidos, muito comuns na região tropical (POLTRONIERI et al. 
1999). 
 
Sintomas: As manchas foliares são irregulares, com contornos nítidos, iniciando-se 
normalmente nas bordas do limbo e progredindo em direção à nervura central. As manchas, após 
necrose dos tecidos, apresentam-se secas, com o centro esbranquiçado, contornadas por um halo 
estreito marrom-avermelhado e os tecidos adjacentes permanecem, aparentemente sadios e 
amarelados (Figura 1). Quando o ataque é severo em plantas jovens, pode causar seca total dos 
folíolos e até a morte da planta. Nos frutos, as lesões apresentam, inicialmente, coloração clara e, 
posteriormente, aumentam de tamanho e adquirem contornos irregulares a arredondados, 
tornam-se deprimidas e recobertas por uma massa mucilaginosa de coloração alaranjada, nas 
quais são encontrados os conídios (Figura 2A-B). Uma semana após o aparecimento dos 
sintomas, surgem pontuações negras, constituídas por setas nos acérvulos. O patógeno coloniza a 
polpa e provoca o seu apodrecimento, com maior intensidade na fase de pós-colheita, podendo 
atingir 100% dos frutos (VERZIGNASSI et al. 2008). 
L. GASPAROTO et al., 2014. Doenças da Pupunheira. SOCIEDADE BRASILEIRA DE FITOPATOLOGIA (SBF) 
 
2 
 
 
Figura 1. Folha da pupunheira apresentando sintomas de antracnose causados por 
Colletotrichum gloeosporioides. (Foto: Luadir Gasparotto) 
 
 
Figura 2. Frutos de pupunheira apresentando sintomas de antracnose e sinais do fungo 
Colletotrichum gloeosporioides, observados em condições de infecção natural no campo (A) e 
após inoculação artificial (B). (Fotos: Ruth Linda Benchimol) 
L. GASPAROTO et al., 2014. Doenças da Pupunheira. SOCIEDADE BRASILEIRA DE FITOPATOLOGIA (SBF) 
 
3 
 
Controle: O controle da antracnose deve ser adotado especialmente na fase de muda (Santos et 
al. 2008): 1) por ser uma doença favorecida pelo estresse das plantas, estas devem receber 
adubação equilibrada, uma vez que o excesso de nitrogênio torna as plantas estioladas e favorece 
o ataque do patógeno; 2) em locais sujeitos a ventos, a área deve ser protegida por quebra-
ventos, pois o vento “rasga” as folhas e facilita a infecção do fungo; 3) as irrigações devem ser 
adequadas, minimizando o excesso de umidade no ambiente interno do viveiro; 4) evitar o 
acúmulo de água no interior do viveiro e usar piso com boa drenagem; 5) separar, remover e 
agrupar as mudas em canteiros isolados, dispondo-se em baixo estande as mudas com sintomas 
iniciais da doença; 6) remover e queimar as mudas mortas, assim como folhas mortas dos 
viveiros, uma vez que o fungo sobrevive em restos culturais, para não servir de fonte de inóculo 
para as mudas sadias. Por fim, deve-se fazer criteriosa seleção antes do plantio, descartando as 
mudas com pouco desenvolvimento e com manchas foliares, reduzindo assim, a introdução do 
patógeno no plantio definitivo. Nos frutos, logo após a colheita, inspecionar os cachos e remover 
os frutos com sintomas da doença. No Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento não 
há fungicidas registrados para o controle da doença. 
 
 PODRIDÃO-NEGRA 
 
Descrição: Constatada na Costa Rica e na região Norte do Brasil, é causada por Chalara 
paradoxa (Sin.: Thielaviopsis paradoxa), cuja forma teliomórfica corresponde a Ceratocystis 
paradoxa. Uma vez que os frutos são muito procurados por pássaros e insetos, os ferimentos 
causados por estes facilitam a infecção pelo patógeno, que provoca podridão e perdas de até 5% 
da produção de frutos. 
 
Sintomas: Inicialmente, os frutos infectados apresentam podridão no epicarpo. Em estádios 
avançados da doença, entretanto, observa-se micélio negro desenvolvendo-se externa e 
internamente, com esporulação do patógeno sobre o tecido necrosado, caracterizando-se por uma 
podridão negra (Figura 3A-B), cujo odor assemelha-se ao exalado pelo fruto do abacaxizeiro 
(POLTRONIERI et al. 1999). 
 
 
 
 
 
L. GASPAROTO et al., 2014. Doenças da Pupunheira. SOCIEDADE BRASILEIRA DE FITOPATOLOGIA (SBF) 
 
4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 3. Frutos de pupunheira apresentando sintomas de podridão-negra (A) e sinais do fungo 
Ceratocystis paradoxa (B). (Fotos: Luadir Gasparotto) 
 
Controle: Logo após a colheita, recomendam-se a inspeção de todos os cachos e a remoção dos 
frutos doentes. 
 
 MANCHA-DE-CURVULARIA 
 
Descrição: Doença causada pelos fungos Curvularia eragrostides, detectado no Estado do Pará 
(BENCHIMOL; ALBUQUERQUE 1998) e C. senegalensis identificado no Estado do Paraná 
(SANTOS et al. 2003), afetando plantas enviveiradas e recém-plantadas no campo. 
 
Sintomas: Inicialmente surgem lesões arredondadas, amareladas, translúcidas em ambas as faces 
da folha. Posteriormente, as lesões apresentam forma elíptica, tornando-se gradualmente de cor 
marrom brilhante para marrom-escura e, finalmente, a lesão apresenta no centro depressão 
contornada por halo amarelo. Em plantas com deficiência nutricional ou com estresse hídrico, a 
doença é severa; há coalescência das lesões, provocando secamento das folhas afetadas 
(POLTRONIERI et al. 1999). 
 
Controle: Recomenda-se manter as plantas sob condições adequadas de nutrição e umidade e 
fazer inspeções periódicas no viveiro, removendo-se as folhas afetadas. No Ministério da 
Agricultura, Pecuária e Abastecimento não há fungicidas registrados para o controle da doença. 
 
 
B A 
L. GASPAROTO et al., 2014. Doenças da Pupunheira. SOCIEDADE BRASILEIRA DE FITOPATOLOGIA (SBF) 
 
5 
 
 PODRIDÃO-DO-ESTIPE 
 
Descrição: Essa doença, associada ao Phytophthora palmivora e Fusarium spp. (ALVES et al. 
2006), afeta pupunheiras jovens e adultas. Para Phytophthora spp., há relatos de ocorrência nos 
estados do Pará, Tocantins, Goiás, Pernambuco, Bahia, São Paulo, Paraná e Santa Catarina; 
enquanto que a sua associação com Fusarium spp. foi relatada em São Paulo, Santa Catarina, 
Paraná e Amazônia (GASPAROTTO et al. 2013). Nos plantios do Estado de São Paulo, foram 
detectadas as espécies F. subglutinans, F. moniliforme, F. solani, F. oxysporum e F. anthophilum 
(PIZZINATO et al. 2001). 
 
Sintomas: As plantas doentes caracterizam-se pelo amarelecimento da primeira e da segunda 
folhas abertas e da folha bandeira ou vela (folha não aberta) (SANTOS et al. 2008) (Figura 4). 
Em seguida, pode ocorrer amarelecimento e seca das demais folhas, podendo chegar a provocar 
a morte da planta-mãe e, às vezes, dos perfilhos e, subsequentemente, de toda a touceira. Ao se 
realizar cortes longitudinais e transversais no estipeda pupunheira, observa-se o escurecimento 
dos tecidos internos e podridão generalizada (SANTOS et al. 2008) (Figura 5). 
 
 
Figura 4. Muda de pupunheira apresentando folha morta, sintoma causado por Phytophthora 
palmivora. (Foto: Álvaro Figueiredo dos Santos) 
 
L. GASPAROTO et al., 2014. Doenças da Pupunheira. SOCIEDADE BRASILEIRA DE FITOPATOLOGIA (SBF) 
 
6 
 
 
Figura 5. Sintomas da podridão-do-estipe, causados por Phytophthora palmivora, caracterizados 
por apodrecimento interno do cerne do estipe da pupunheira. (Foto: Álvaro Figueiredo dos 
Santos) 
 
Controle: Para evitar a introdução do patógeno no viveiro ou a sua disseminação a partir de uma 
ou mais plantas doentes, proceder ao monitoramento das plantas, fazendo criteriosa seleção e 
retirada e queima das plantas doentes; não reaproveitar recipientes ou substratos provenientes de 
plantas doentes; adquirir sementes de fornecedores idôneos, pois esses patógenos são 
transmitidos pelas sementes. Além disso, usar substratos livres de propágulos desses fungos. No 
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento não há fungicidas registrados para o 
controle da doença. 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
ALVES, S.; SANTOS, A.F.; TESSMANN, D.J.; VIDA, J.B. Patogenicidade de isolados de 
Fusarium spp. e Phytophthora palmivora associados com a podridão do estipe da pupunheira no 
Paraná. Boletim de Pesquisa Florestal, (52):133-140, 2006. 
BENCHIMOL, R.L.; ALBUQUERQUE, F.C. Ocorrência de Curvularia eragrostides em mudas 
de pupunheira no Estado do Pará. Fitopatologia Brasileira, (23):184, 1998. 
L. GASPAROTO et al., 2014. Doenças da Pupunheira. SOCIEDADE BRASILEIRA DE FITOPATOLOGIA (SBF) 
 
7 
 
GASPAROTTO, L.; SANTOS, A.F.; PEREIRA, J.C.R. Doenças das palmeiras. In: 
GASPAROTTO, L.; BENTES, J.L.S.; PEREIRA, J.C.R. (Ed.). Doenças de espécies florestais 
arbóreas nativas e exóticas na Amazônia. Brasília, DF: Embrapa Informação Tecnológica, 
2013. No prelo. 
 
PIZZINATO, M.A.; BOVI, M.L.A.; SPIERING, S.H.; BINOTTI, C.S. Patogenicidade de cinco 
espécies de Fusarium a plantas de pupunheira (Bactris gasipaes). Summa Phytopathologica, 
(27):263-266, 2001. 
POLTRONIERI, L.S.; GASPAROTTO, L.; BENCHIMOL, R.L. Doenças da cultura da 
pupunheira. In: DUARTE, M. R. L. (Ed.). Doenças de plantas no trópico úmido brasileiro. I. 
Plantas industriais. Belém: Embrapa Amazônia Oriental, 1999. p. 209-218. 
SANTOS, A.F.; BEZERRA, J.L.; TESSMANN, D.J.; POLTRONIERI, L.S. Ocorrência de 
Curvularia senegalensis em pupunheira e palmeira real no Brasil. Fitopatologia Brasileira, 
(28):204, 2003. 
SANTOS, A.F.; TESSMANN, D.J., VIDA, J.B. Doenças das palmeiras para palmito. In: 
SANTOS, A. F.; CORREA J.R.C.; NEVES, E.J.M. (Eds.). Palmeiras para produção de 
palmito-juçara, pupunheira e palmeira real. Colombo: Embrapa Florestas, 2008. p. 105-120. 
VERZIGNASSI, J.R.; POLTRONIERI, L.S.; BENCHIMOL, R.L. Antracnose em frutos de 
pupunheira no Pará. Revista de Ciências Agrárias, (49):173-175, 2008.

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