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Métodos para determinação da necessidade de calagem em áreas de pastagem

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Métodos para determinação da necessidade de 
calagem em áreas de pastagem 
 
Objetiva-se, com essa matéria, destacar a importância de se determinar a necessidade de 
calagem, considerando o método adotado, uma vez que são muito variáveis as 
recomendações de correção. 
 
1. Introdução 
 
Os solos tropicais apresentam dois grandes problemas, já diagnosticados, que 
contribuem para o cenário da baixa produtividade das pastagens brasileiras, a acidez e a 
escassez de fósforo disponível. Certamente, afirmar que a área de pastagem encontra-se 
degradada implica relatar que o ecossistema, responsável pela produção de forragem, 
está em desequilíbrio, sendo neste constatados: 
 
• falta de adaptação da planta forrageira ao ambiente; 
• manejo inadequado da pastagem; 
• presença de plantas invasoras; 
• presença de pragas e doenças; 
• perda da fertilidade do solo; 
• incompatibilidade entre as espécies associadas (pastagens consorciadas 
 
O fato é que, mesmo utilizando-se de práticas de implantação bem conduzidas, ao longo 
dos anos os pastos sofrem degradação natural, refletida na acidificação do solo, seja 
pela lixiviação dos nutrientes, pela absorção de bases pelas próprias plantas ou pelos 
efeitos da adubação, principalmente a nitrogenada. 
 
O significa dizer que o solo está ácido? 
 
Na prática, solos ácidos, expressos por pH menor que 7 (ponto neutro), tendem a liberar 
o alumínio, elemento tóxico aos vegetais. Não menos, pode-se dizer que a acidez 
representa solos de baixa fertilidade, carentes em bases como cálcio, magnésio, potássio 
e, onde predominam os elementos acidificantes (hidrogênio e alumínio). 
 
2. Determinação da necessidade de calagem 
 
O que é necessidade de calagem? 
 
A necessidade de calagem é o quanto de corretivo que se deve aplicar para neutralizar a 
acidez do solo, a partir de uma condição inicial até a que se deseja atingir. A quantidade 
do corretivo recomendada está relacionada à produtividade esperada da cultura, ao 
critério utilizado na determinação da necessidade de calagem e ao potencial de resposta 
da planta forrageira frente à acidez. 
 
Na Tabela 1 são apresentados os métodos mais utilizados para determinação da 
necessidade de calagem, diferidos conforme a prevalência do método nas diversas 
regiões do país 
 
Tabela 1. Métodos para determinação da necessidade de calagem 
 
 
 
Há também um método indicado para sistemas de lotação rotacionada intensiva, 
baseado na proporção dos cátions de interesse (Ca, Mg e K) na ocupação do complexo 
de troca catiônica (CTC), conforme proposto por Corsi e Nussio (1993). Preconiza-se 
que essas bases ocupem a CTC do solo em proporções equivalentes a 60-65% (Ca); 
15% (Mg) e 3-5% (K). 
 
3. Métodos para determinação da necessidade de calagem 
 
a) Teores de alumínio trocável e de cálcio e magnésio 
 
Esse método originou-se pela idéia de que o alumínio seria o principal fator 
desfavorável, relacionado à acidez nos solos tropicais, desconsiderando o fato de haver 
solos que, apesar de apresentarem baixos teores de alumínio, são também deficientes em 
cálcio e magnésio. Desta forma, o método baseado puramente no alumínio foi 
aprimorado e calculado, em conjunto, com a elevação dos teores de cálcio e magnésio. 
 
No entanto, o método aplicado é empírico, ou seja, sem comprovação experimental e, 
portanto, é mais provável que o benefício da adição do calcário seja para fornecer 
nutrientes (Ca e Mg) ao solo do que corrigir os efeitos da acidez. 
 
b) Método do tampão SMP 
 
A quantidade de calcário pelo método tampão é calculada a partir da determinação do 
pH do solo com o uso de uma solução tampão conhecida por SMP, iniciais dos 
pesquisadores que desenvolveram o método (Shoemaker, Mc Lean e Pratt). 
 
A vantagem principal do SMP é que a necessidade de calagem pode ser obtida apenas 
pelas medidas de pH, e tem como base a elevação do pH do solo a um valor pré-
estabelecido. 
 
c) Método da ocupação de bases na CTC 
 
Consiste na elevação dos teores de cálcio do solo para cerca de 65% (65 - 85%), Mg 
para 10% (6 - 12%) e a saturação de bases do solo para valores acima de 70%, tendo 
como base a relação química entre as bases Ca:Mg:K. 
 
d) Método baseado na elevação da saturação de bases 
 
Esse método pode ser considerado como o mais usual e recomendado até o momento, 
pois preconiza a elevação da saturação de bases (V%) a valores pré-estabelecidos 
conforme a cultura, segundo a fórmula de cálculo: 
 
 
 
Onde: 
 
N.C = necessidade de calagem; 
V2 = saturação de bases recomendada para a cultura e grupo de planta forrageira 
(Tabela 2 e 3); 
V1 = saturação de bases observada em análise de solo; 
CTC = capacidade de troca catiônica [Ca+Mg+K+Na (soma de bases) + H + Al], obtida 
na análise química do solo; 
p = fator profundidade de incorporação - quando a profundidade for de: 0 a 10 cm=0,5; 
0 a 20 cm=1,0 e 0 a 40 cm=1,5. 
 
Tabela 2. Recomendação da elevação de saturação de bases, conforme os grupos de 
plantas forrageiras 
 
 
 
Tabela 3. Discriminação das principais plantas forrageiras nos diferentes grupos 
 
 
 
Os aspectos que fazem o método ser muito utilizado são: 
 
• facilidade e a flexibilidade dos cálculos, podendo ser adaptados para outras culturas; 
• completo em relação aos demais, pela exigência da determinação do cálcio, magnésio 
e potássio, pois leva em consideração o solo, pela sua CTC; 
• considera a planta pela sua exigência em determinada saturação de bases; 
• considera o calcário por seu PRNT, que explicita o Poder Relativo de Neutralização 
Total do produto, levando-se em consideração as características físicas e químicas do 
produto. 
 
4. Como calcular a necessidade de calcário? 
 
Considerando os resultados de análise de solo de uma propriedade da região de 
Pirassununga (SP): pH CaCl2 = 5,3; Ca = 12 mmolc/dm
3
; Mg = 5 mmolc/dm
3
; Soma de 
Bases (SB) = 27 mmolc/dm
3
; CTC = 78 mmolc/dm
3
; Al = 13 mmolc/dm
3
; V1 = 34%. 
 
Para implantação de uma pastagem de braquiarão (Brachiaria brizantha), gramínea do 
Grupo II, a saturação de bases a ser atingida (V2), de acordo com os dados na Tabela 2 é 
60%. Utilizando-se o calcário dolomítico com PRNT de 65%, a partir do método da 
elevação da saturação de bases tem-se: 
 
 
 
Em São Paulo, a tonelada do calcário dolomítico custa por volta de R$ 27,00 (sem 
frete). Deste modo, 3,2 t/ha x 27,00 vão custar R$ 86,00/ha, sendo evidenciado o baixo 
custo do produto para a correção do solo, e os benefícios causados, comparado ao frete 
pago. Num raio de 50 -100 km, o frete custa aproximadamente R$ 45,00/t. Se cada 
carreta carregar 13 t, o custo do frete por carreta será de R$ 585,00. Somados, preços do 
produto (R$27,00 x 13 t) e do frete (R$45,00 x 13 t), teremos o equivalente por viagem 
de R$351,00 + R$585,00 = R$936,00/13 t. Assim, o produtor gastaria o equivalente a 
R$234,00/ha, considerando que para cada carreta de 13 t., 4,06 ha seriam corrigidos. 
 
Para o cálculo do custo do calcário colocado na propriedade, em R$/%PRNT (reais por 
unidade percentual de PRNT), há a necessidade de se usar a seguinte fórmula: 
 
 
 
Onde: 
FC = Fórmula para comparar custo de calcário (R$/%PRNT) 
PC = Preço do calcário (R$) 
PF = Preço do frete (R$) 
PRNT = Poder Relativo de Neutralização Total (%)

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