Buscar

Quimica Forense

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

Química forense
O que é 
A química forense engloba análises orgânicas e inorgânicas, toxicologia, investigações sobre incêndios criminosos e serologia, e suas conclusões servem para embasar decisões judiciais.
 
Apesar de as investigações criminais serem o aspecto mais conhecido da química forense, ela não se limita a ocorrências policiais. O químico forense também pode dar seu parecer em decisões de natureza judicial, atuar em questões trabalhistas, como determinar se uma atividade é perigosa ou insalubre, detectar adulterações em combustíveis e bebidas, uso de drogas ilícitas, fazer perícias em alimentos e medicamentos e investigar o doping esportivo.
 O que fazem os químicos forenses?
O químico forense trabalha dentro do laboratório, analisando amostras colhidas por outros investigadores, e também nos locais de crimes e ocorrências. Uma de suas tarefas principais é fazer análises especializadas para identificar materiais e conhecer a natureza de cada prova relacionada a um crime. 
 
Por lidar com grande variedade de provas e amostras, o químico forense deve ter conhecimentos sólidos de todas as áreas da química, principalmente de química orgânica e bioquímica, já que terá, com frequência, de analisar fluidos de origem biológica. Ele também precisa ter conhecimentos suficientes para decidir que tipo de análise será feita com o material disponível e quando é necessário buscar provas ou amostras adicionais. Por tudo isso, precisa manter-se permanentemente atualizado.
 
O químico forense trabalha como perito para as polícias civis de todos os estados brasileiros e para a Polícia Federal. Sua formação nestes casos se dá em cursos de curta duração – entre 6 e 8 meses – oferecidos pelas academias de polícia, que incluem conteúdos de química forense e biologia forense.
 
Luminol 
A cada dia que passa está mais difícil para um criminoso esconder vestígios da polícia, pode ser o fim dos homicídios sem solução. Mesmo que o assassino lave cuidadosamente o local do crime ou que tenha se passado até seis anos, é possível identificar os mínimos vestígios de sangue em praticamente qualquer tipo de superfície, mesmo as lisas como os azulejos.
O responsável por esse avanço é o Luminol, que é um produto químico especial capaz de fazer aparecer traços de sangue até então invisíveis a olho nu, se tornando um grande aliado dos investigadores para revelar cenas ocultas de um crime.
O processo começa pelo reconhecimento do local onde se passou o crime, o Luminol então é aplicado com borrifadores especiais nas possíveis áreas onde pode haver resquícios sanguíneos. A reação acontece quando as moléculas do Luminol entram em contato com o sangue. As partículas de ferro existentes na hemoglobina (uma proteína do sangue) se acendem gerando uma intensa luz azul que pode ser vista em um local escuro ou no momento em que se apaga a luz do ambiente.
Assim que a substância se mistura à hemoglobina, bastam apenas 5 (cinco) segundos para a luz radiante se tornar visível. A sua utilização é muito importante, pois a partir das manchas de sangue pode-se sugerir uma dinâmica do que teria acontecido e assim solucionar o crime.
Com a ajuda do Luminol, os pesquisadores conseguem detectar até traços de DNA que permitem o reconhecimento da vítima e do culpado. O processo químico responsável por essa façanha é chamado de quimiluminescência, fenômeno similar ao que faz vaga-lumes e bastões luminosos brilharem.
Segundo os pesquisadores responsáveis pela elaboração do Luminol, é praticamente impossível alguém limpar o sangue de uma forma que o Luminol não consiga identificá-lo. Por exemplo, em uma pia completamente branca que seja lavada várias vezes com fortes produtos de limpeza (água sanitária), mesmo assim a substância encontrará indícios quando tiver sangue.
A química ajudando na descoberta de resíduos de pólvora nas mãos de agressores
	Na utilização de armas de fogo em episódios de crime, são produzidos vestígios de disparo, os quais são expelidos pela expansão gasosa oriunda da combustão da carga explosiva presente nos cartuchos que compõem a munição dessas armas. Tal expansão gasosa dá-se preferencialmente através da região anterior do cano da arma, orientada para a frente; porém, uma parcela desse fluxo de massa gasosa é também expelida pela região posterior da arma, em decorrência da presença de orifícios da culatra (para revólveres) ou do extrator (no caso de pistolas), conforme visualizado na Figura 1.
	Tal fluxo gasoso carrega em sua composição os gases oriundos da combustão (CO2 e SO2), bem como uma ampla gama de compostos inorgânicos, tais como nitrito, nitrato,cátions de metais como chumbo e entimônio e particulados metálicos oriundos do atrito e da subseqüente fragmentação dos projéteis metálicos disparados. Quando o fluxo gasoso emitido pela região traseira da arma atinge a superfície da mão do atirador, tais partículas sólidas aderem à superfície da pele. Um teste comumente utilizado para a detecção de vestígios de disparo de arma de fogo nas mãos de um possível suspeito consiste na pesquisa de íons ou fragmentos metálicos de chumbo, em decorrência da maior quantidade desta espécie metálica em relação a outras.
Como a química pode auxiliar na procura de carros roubados com alteração de chassi 
	Considerando-se o fato de que as numerações de chassi e motor apresentam-se gravadas para a maioria dos modelos nacionais em baixo relevo nas superfícies metálicas dos automóveis, por cunhagem a frio (salvo os casos em que estas se apresentam na forma de plaquetas metálicas afixadas por rebites), constitui-se como um tipo muito comum de adulteração a remoção da numeração original da peça, mediante desgaste mecânico e polimento, e subseqüente aplicação de nova numeração por punção, obviamente diferente da original.
O processo de gravação dos caracteres originais dos veículos, produzidos ainda na linha de montagem, produz uma compactação diferenciada na região da estrutura cristalina abaixo e adjacente aos referidos caracteres. Após a remoção da numeração original por desgaste mecânico do tipo lixa, tais imperfeições produzidas na estrutura cristalina da peça metálica, decorrentes da gravação original, permanecem na mesma, porem são invisíveis à vista desarmada. Neste caso, a identificação da presença de sinais de adulteração pode ser feita realizando-se um ataque químico na referida superfície metálica, utilizando agentes reveladores apropriados (Figura 3). Um reagente amplamente empregado no estudo de revelações de numerações em chassi constitui-se de uma solução aquosa alcalina de hexacianoferrato de potássio, denominado reagente de Murikami. Nessas condições, a aplicação da referida solução à superfície metálica adulterada possibilita a revelação da numeração original previamente removida.
	A explicação para o contraste visual observado consiste na diferença de reatividade dos sítios da referida superfície metálica, sendo observada uma maior velocidade de reação (no caso, precipitação de hexacianoferrato de ferro III, ou Azul da Prússia) na região da numeração original removida.
Como surgiu
A investigação química de crimes é muito antiga, sendo relatado que Democritus foi provavelmente o primeiro químico a relatar suas descobertas a um médico Hipócrates. NaRoma antiga já existiam legislações que proibiam o uso de tóxicos em 82 A.C. A forma mais usual de cometer assassinatos ou suicídios era através do uso de substâncias tóxicas, como o arsênico ou através de venenos como os de escorpiões. Isso se deve ao fato de que qualquer substância pode ser perigosa, dependendo apenas da dose administrada.3
O primeiro julgamento legal a utilizar evidências químicas como provas ocorreu apenas em 1752, o caso Blandy. 3 4
O surgimento da química forense na modernidade deu-se a partir de um famoso crime, cometido em 1850, no Castelo de Bitremont na Bélgica. A vítima, Gustave Fougnies, era o cunhado do conde Hippolyte Visart de Bocarmé. Este, por sua vez, teria extraido óleo da plantado tabaco e, juntamente com a condesa, a irmã da vítima, teria obrigado Gustave Fougnies a ingerir a substância. A polícia que encontrara evidencias da preparação do veneno no laboratório do conde, precisava de provas concretas para constatar o envenenamento e solicitou assim, a ajuda do químico francês Jean Stas. Stas conseguiu desenvolver um método para detectar a nicotina nos tecidos do cadáver, o que levou a condenação do conde por assassinato, no ano seguinte, que foi executado na guilhotina.5

Outros materiais