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Escola de Ensino Médio Yvonne Olinger Appel Aluno: Ignácio Witkowsky Neto Sério: 3ª 2 Data: 16/11/2015 Disciplina: Sociologia Professor: Eduardo Zanca A Sociologia na França, Alemanha, Estados Unidos e Brasil Brusque 2015 Introdução: A sociologia, no contexto do conhecimento científico, surgiu como um corpo de ideias a respeito do processo de constituição consolidação e desenvolvimento da sociedade moderna. Ela é fruto da Revolução Industrial e é denominada “ciência da crise”, porque procurou dar as respostas ás questões sociais impostas por essa revolução que, num primeiro momento, alterou a sociedade europeia e, depois, o mundo todo. A Sociologia como “ciência da sociedade” não surgiu de repente, ou da reflexão de algum autor iluminado. Ela é fruto de todo um conhecimento sobre a natureza e a sociedade que se desenvolveu a partir do século XV, quando ocorreram transformações significativas que tiveram como resultado a desagregação da sociedade feudal e a constituição da sociedade capitalista. A Sociologia propriamente dita nasceu da reflexão de alguns pensadores que procuraram analisar e discutir a sociedade de seu tempo. A partir do último quartel do século XIX, a Sociologia como saber acadêmico, isto é, universitário, desenvolveu-se principalmente em três países: França, Alemanha e Estados Unidos. Em outros lugares também se desenvolveu um saber sociológico, mas não tão vigoroso. O Brasil foi fortemente influenciado pelos pensadores desses três países. A Sociologia na França Entre os pensadores que contribuíram para o desenvolvimento da Sociologia na França, destacam-se Fréderic Le Play (1806-1882), Gabriel Tarde (1843-1904) e René Worms (1869-1926). O mais importante, porém foi Émelie Durkheim (1858- 1917), que procurou sistematicamente definir o caráter cientifico da Sociologia e constituiu a corrente teórica e metodológica que se tornaria hegemônica. Durkheim desenvolveu sua obra num período de grande crise na França. A derrota na guerra franco-prussiana e o aniquilamento da Comuna de Paris (1870-1871) deixaram marcas profundas na sociedade francesa, exigindo uma reformulação de toda a sua estrutura. A miséria e o desemprego estavam lado a lado com uma grande expansão industrial, ocasionando o fortalecimento das associações e organizações dos trabalhadores, bem como a eclosão de greves e o aguçamento das lutas sociais, campo muito propício ao desenvolvimento das teorias socialistas. A principal preocupação de Durkheim, já presente em Saint-Simon, mas de maneira mais específica, foi dar um estatuto científico à Sociologia. Para isso envidou seus maiores esforços. Formulou alguns parâmetros lógicos importantes: Os fatos sociais só podem ser explicados por outro fato social. Os fatos sociais devem ser analisados como se fossem coisas, isto é, na sua materialidade. É necessário abandonar os preconceitos ao analisar os fatos sociais. Assim o elemento fundamental para Durkheim é a Integração social, que aparece em sua obra por meio de conceito de solidariedade, que permite a articulação funcional de todos os elementos da realidade social. Após a morte de Durkheim, continuaram seu trabalho na França, principalmente, seu sobrinho Marcel Mauss (1872-1945). Mas foi após a Segunda Guerra Mundial que a Sociologia na França desenvolveu-se de maneira extraordinária, tomando as mais variadas tendências. A Sociologia na Alemanha Na Alemanha, a Sociologia teve um componente diferencial da desenvolvida na França. Ela foi profundamente influenciada pela discussão filosófica, histórica e metodológica. Seu representante mais expressivo foi Max Weber (1864-1920). Entretanto, outros pensadores deram contribuição significativa para a formação da Sociologia nesse país. Entre eles, contemporâneos de Max Weber, podemos destacar Georg Simmel (1858-1918), Ferdinand Tönnies (1855-1936), Werner Sombart (1863- 1941) e Alfred Weber (1868-1958), irmão de Max. A obra desses autores liga-se fortemente à história da Alemanha de seu tempo, ou seja, à unificação alemã, ao processo de industrialização tardia, ao acordo entre a burguesia industrial e os grandes proprietários de terra, à formação de uma burocracia estatal. Todos esses fatores deram à Alemanha uma configuração singular no contexto europeu. A Sociologia é uma ciência que interpreta a ação social para explicá-la casualmente em seus desenvolvimentos e efeitos. São as relações sociais que dão sentido a expressões como Estado ou Família. Assim Max Weber não conseguia ver a sociedade como um bloco, uma estrutura única, mas como uma teia de relações. Logo após a morte de Max Weber abriu-se um novo horizonte para a Sociologia alemã, com a criação do Instituto de Pesquisa Social vinculado à Universidade de Frankfurt, que ficou conhecido como Escola de Frankfurt. A Sociologia nos Estados Unidos O desenvolvimento da Sociologia nos Estados Unidos ocorreu quase simultaneamente ao desenvolvimento dessa ciência na França e na Alemanha, e resultou numa produção que tem grande influência no mundo todo. Podem-se atribuir duas características gerais à Sociologia estadunidense: a manifestação de pouco interesse, em seu período inicial, pelas grandes discussões teóricas, priorizando-se a busca de soluções para os problemas existentes na sociedade pela pesquisa aplicada, e a presença nas atividades universitárias do financiamento privado (Fundação Rockefeller, comitês e associações normalmente religiosas) paralelamente ao Estado. No contexto em que a Sociologia começou a se desenvolver, na última parte do século XIX, os Estados Unidos estavam em franco desenvolvimento industrial, com um crescimento econômico e urbano significativo. Nesse período houve um forte movimento imigratório, principalmente, de populações europeias. Assim, as principais cidades passaram a ser espaços de conflito e de muitas preocupações. Temas como imigrações, comportamentos desviantes, aculturação ou conflitos étnicos e politicas publicas tiveram presença importante na Sociologia desenvolvida inicialmente nesse país. Autores desenvolveram pesquisas sobre temas que evidenciavam a preocupação com os problemas existentes em Chicago e nas grandes cidades dos Estados Unidos (desorganização urbana, marginalidade social, alcoolismo, drogas, segregação racial e delinquência), estabelecendo uma relação entre a pesquisa sociológica e a intervenção dos organismos públicos. Alguns deles demonstravam preocupação com o que chamavam de ecologia humana em oposição à ecologia animal e vegetal. A Sociologia no Brasil Como na França de Émile Durkheim, os primeiros passos da Sociologia no Brasil corresponderam a iniciativas para a inclusão dessa disciplina no ensino médio. A primeira tentativa ocorreu logo após a proclamação da República, com a reforma educacional de 1981, de Benjamin Constant, que defendia o ensino laico em todos os níveis. O ensino médio tinha por objetivo a formação intelectual dos jovens fora do contexto religioso, que era predominante até então. Mas, sem nunca ter sido incluída nos currículos escolares, a Sociologia foi eliminada pela Reforma de Epitácio Pessoa, em 1901. A partir do final da Segunda Guerra Mundial até meados da década de 1960, disseminaram-se faculdades de Filosofia, Ciências e Letras no Brasil, em universidades ou fora delas, e a Sociologia fez parte do currículo dos cursos de ciências sociais ou apresentou-se comodisciplina independente em outros cursos. O objetivo dos cursos de ciências sociais era formar técnicos e professoras capazes de produzir uma “solução racional”, isto é, baseada na razão e na ciência, para as questões nacionais. Uma nova geração de cientistas sociais passou a ter presença marcante junto àqueles que, nas décadas anteriores, trabalharam e discutiam o Brasil. Entre eles podemos citar: Egon Schaden (1913-1991), Florestan Fernandes (1920-1995), Antônio Candido (1918-2003), Luiz Aguiar da Costa Pinto (1920-2002). Eles tiveram seguidores em todo o território nacional. A Sociologia nesse período, tornou-se disciplina hegemônica no quadro das ciências sociais no Brasil e foi a primeira a formar uma “escola” ou uma “tradição” em São Paulo, tendo em Florestan Fernandes um dos seus principais mentores. Os estudos sociológicos estavam centrados nas relações raciais, na mobilidade social dos diferentes grupos étnicos estrangeiros existentes no Brasil e também no conhecimento do mundo rural brasileiro. A partir da década de 1950 começaram a aparecer estudos sobre a industrialização no Brasil e suas consequências. Referências https://turmamo.files.wordpress.com/2011/11/surgimento_sociologia_tomazi.pdf http://vivendocidade.com/o-surgimento-da-sociologia-nos-estados-unidos http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-01882001000200003 http://pt.slideshare.net/professortiagolacerda/01-histria-da-sociologia http://eumarxista.blogspot.com.br/2013/12/fundamentos-da-sociologia-francesa- de.html http://www.ebah.com.br/content/ABAAAgvLgAF/a-sociologia-alema-word https://pt.wikiquote.org/wiki/Categoria:Soci%C3%B3logos_dos_Estados_Unidos_da_ Am%C3%A9rica http://www.sociologia.com.br/sociologia-no-brasil/ http://www.brasilcultura.com.br/sociologia/sociologia-no-brasil/ http://ricardorose.blogspot.com.br/2011/12/o-desenvolvimento-da-sociologia-no.html
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