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ALGUNS ASSUNTOS POLÊMICOS... 1 TRANSPLANTES COMÉRCIO DE ÓRGÃOS 2 O que são transplantes? Tecido ou órgão retirado cirurgicamente de qualquer lugar de um corpo e colocado em outro corpo. 3 Lei nº 9.434 de 04/02/97 Lei dos transplantes decreto nº 2.170 de 04/03/97 Escolha mandatória na CNH Medida provisória nº 1.718 de 06/10/98 Fim da doação presumida Lei nº 10.211 de 23/03/01 Altera a lei dos transplantes Decreto nº 2.268 de 30/06/97 Regulamenta lei transplantes / cria SNT Resolução CFM nº 1.489 de 08/08/97 Diagnóstico de morte encefálica Portaria nº 901 de 16/08/00 Criação da Central Nacional Portaria n º 91 de 23/01/01 Funcionamento Central Nacional Leis, Decretos e Portarias Gerais 4 Portaria nº 3.410 de 05/08/98 Financiamento dos transplantes Portarias conjuntas nº 27 e 28 de 20/08/99 Indicações uso imunossupressores Portarias nº 65 e 66 de 24/02/00 Indicações uso imunossupressores Portaria conjunta nº 10 de 11/05/00 desmembramento da AIH do doador Portarias nº 1312 a 1.314 de 30/11/00 Procedimentos histocompatibilidade Portaria n º 92 de 23/01/01 Remuneração dos transplantes Portaria nº 935 de 22/07/99 Transplante de pâncreas Portaria nº 286 de 14/08/00 Consulta pública: protocolo imunossupressão Portaria n º 221 de 01/04/02 Protocolo de imunossupressores rim Rim - Pâncreas Leis, Decretos e Portarias 5 Portaria n º 936 de 22/07/99 Importação de córneas Portaria nº 333 de 24/03/00 Banco de valvas cardíacas humanas Portaria n º 286 de 15/08/00 Consulta pública - Protocolo imunossupressão rim Portaria nº 902 de 16/08/00 Banco de olhos Portaria nº 903 de 16/08/00 Banco de sangue de cordão umbilical e placentário Portaria nº 904 de 16/08/00 Banco de tecidos ósteo-fascio-condro-ligamentosos Portaria nº 1.317 de 30//11/00 Tabela Transplante de medula óssea Outros Leis, Decretos e Portarias 6 Classificação quanto a origem: Xenotransplante; Alotransplante intervivos; Alotransplante de doador cadáver. Goldim, J.R. 7 Xenotransplante: Caso Baby Fae Em 1984, uma paciente pediátrica, em estado terminal, por problemas cardíacos, recebeu um transplante de coração de babuíno no Loma Linda University Medical Center/EEUU. Os cientistas sabiam que o coração transplantado não poderia ajudá-la mais que alguns poucos dias. A paciente sobreviveu apenas 20 dias. Bailey LL, Nehlsen C, Sandra L, Concepcion W, Jolley WB. Baboon-to-human cardiac xenotransplantation in a neonate. JAMA. 1985;254(23):3321-3329 Kushner TK, Belliotti R. Baby Fae: a beastly business. Journal of Medical Ethics 1985;11(4):178-183 8 Transplante intervivos Transplante com doador morto Lei n.9.434, de 4 de fevereiro de 1997 Dispõe sobre a remoção de órgãos, tecidos e partes do corpo humano para fins de transplante e tratamento e dá outras providências. 9 Lei n.9.434, de 4 de fevereiro de 1997 (com as alterações da Lei 10211, de 23 de março de 2001) CAPÍTULO I DAS DISPOSIÇÕES GERAIS ART.1 - A disposição gratuita de tecidos, órgãos e partes do corpo humano, em vida ou "post mortem", para fins de transplante e tratamento, é permitida na forma desta Lei. Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, não estão compreendidos entre os tecidos a que se refere este artigo o sangue, o esperma e o óvulo. Art. 2º A realização de transplantes ou enxertos de tecidos, órgãos ou partes do corpo humano só poderá ser realizada por estabelecimento de saúde, público ou privado, e por equipes médico-cirúrgicas de remoção e transplante previamente autorizados pelo órgão de gestão nacional do Sistema Único de Saúde. Parágrafo único. A realização de transplantes ou enxertos de tecidos, órgãos ou partes do corpo humano só poderá ser autorizada após a realização, no doador, de todos os testes de triagem para diagnóstico de infecção e infestação exigidos em normas regulamentares expedidas pelo Ministério da Saúde. 10 Transplante Intervivos 11 Transplante de Órgãos e Transfusão de Sangue.flv 12 Pessoa juridicamente capaz pode dispor gratuitamente de T/O/PCH para fins terapêuticos: Em cônjuges ou parentes consangüíneos até o 4º grau, inclusive, ou Em qualquer outra pessoa mediante autorização judicial. 13 14 15 http://www.mail-archive.com/penal@grupos.com.br/msg02324.html 16 17 Art. 15. Comprar ou vender tecidos, órgãos ou partes do corpo humano: Pena- reclusão, de três a oito anos, e multa. 18 19 § 3º Só é permitida a doação referida neste artigo quando se tratar de órgãos duplos, de partes de órgãos, tecidos ou partes do corpo cuja retirada não impeça o organismo do doador de continuar vivendo sem risco para a sua integridade e não represente grave comprometimento de suas aptidões vitais e saúde mental e não cause mutilação ou deformação inaceitável, e corresponda a uma necessidade terapêutica comprovadamente indispensável à pessoa receptora. § 4º O doador deverá autorizar, preferencialmente por escrito e diante de testemunhas, especificamente o tecido, órgão ou parte do corpo objeto da retirada. 20 Autorização Campanha contra o “Boa noite Cinderela” Decreto 2.268, de 30 de junho de 1997 Seção II Da Disposição do Corpo Vivo Art. 15. Qualquer pessoa capaz, nos termos da lei civil, pode dispor de tecidos, órgãos e partes de seu corpo para serem retirados, em vida, para fins de transplantes ou terapêuticos; (...) §4º O doador especificará, em documento escrito, firmado também por duas testemunhas, qual tecido, órgão ou parte do seu corpo está doando para transplante ou enxerto em pessoa que identificará, todos devidamente qualificados, inclusive quanto à indicação de endereço. §5º O documento de que trata o parágrafo anterior, será expedido, em duas vias, uma das quais será destinada ao órgão do Ministério Público em atuação no lugar de domicilio do doador. §6º Excetua-se do disposto nos §§2º, 4º e 5º a doação de medula óssea. 21 “Doação Compulsória” de Órgãos para Transplantes Uma nova e surpreendente estratégia de captação de órgãos para transplante foi apresentada na Câmara dos Deputados pelo Deputado Federal Irapuan Teixeira, através de um projeto de lei (PL3857/2004), em 24 de maio de 2004. Esta proposta introduz a pena física de doação compulsória de órgãos. Caso seja aprovada, quem for condenado em dois ou mais homicídios dolosos, com pena igual ou superior a 30 anos de reclusão terá que doar compulsoriamente um rim, pulmão, córnea, um terço de seu fígado ou medula, supostamente óssea. No mesmo texto está estabelecido que “a escolha do órgão a ser compulsoriamente doado dependerá da necessidade das filas de transplante e da compatibilidade entre doador e receptor”. Goldim, J. 22 § 5º A doação poderá ser revogada pelo doador ou pelos responsáveis legais a qualquer momento antes de sua concretização. § 6º O indivíduo juridicamente incapaz, com compatibilidade imunológica comprovada, poderá fazer doação nos casos de transplante de medula óssea, desde que haja consentimento de ambos os pais ou seus responsáveis legais e autorização judicial e o ato não oferecer risco para a sua saúde. § 7º É vedado à gestante dispor de tecidos, órgãos ou partes de seu corpo vivo, exceto quando se tratar de doação de tecido para ser utilizado em transplante de medula óssea e o ato não oferecer risco à sua saúde ou ao feto. § 8º O auto-transplante depende apenas do consentimento do próprio indivíduo, registrado em seu prontuário médico ou, se ele for juridicamente incapaz, de um de seus pais ou responsáveis legais. 23 Lei. 9434/97 CAPÍTULO IV DAS DISPOSIÇÕES COMPLEMENTARES Art. 10. O transplante ou enxerto só se fará com o consentimento expresso do receptor, assim inscrito em lista única de espera, após aconselhamento sobre a excepcionalidade e os riscos do procedimento.§ 1º Nos casos em que o receptor seja juridicamente incapaz ou cujas condições de saúde impeçam ou comprometam a manifestação válida de sua vontade, o consentimento de que trata este artigo será dado por um de seus pais ou responsáveis legais. § 2º A inscrição em lista única de espera não confere ao pretenso receptor ou à sua família direito subjetivo a indenização, se o transplante não se realizar em decorrência de alteração do estado de órgãos, tecidos e partes, que lhe seriam destinados, provocado por acidente ou incidente em seu transporte.” (...) Art. 18. Realizar transplante ou enxerto em desacordo com o disposto no art. 10 desta Lei e seu parágrafo único: Pena - detenção, de seis meses a dois anos. 24 DAS SANÇÕES PENAIS E ADMINISTRATIVAS Seção I Dos Crimes Art. 14. Remover tecidos, órgãos ou partes do corpo de pessoa ou cadáver, em desacordo com as disposições desta Lei: Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa. § 1º Se o crime é cometido mediante paga ou promessa de recompensa ou por outro motivo torpe: Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa. 25 § 2º Se o crime é praticado em pessoa viva, e resulta para o ofendido: I - incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias; II - perigo de vida; III - debilidade permanente de membro, sentido ou função; IV - aceleração de parto: Pena - reclusão, de três a dez anos, e multa. § 3º Se o crime é praticado em pessoa viva, e resulta para o ofendido: I - incapacidade permanente para o trabalho; II - enfermidade incurável; III - perda ou inutilização de membro, sentido ou função; IV - deformidade permanente; V - aborto: Pena - reclusão, de quatro a doze anos, e multa. § 4º Se o crime é praticado em pessoa viva e resulta morte: Pena - reclusão, de oito a vinte anos, e multa. 26 Transplante de doador morto Lei 9434 CAPÍTULO II DA DISPOSIÇÃO POST MORTEM DE TECIDOS, ÓRGÃOS E PARTES DO CORPO HUMANO PARA FINS DE TRANSPLANTE Art. 3º A retirada post mortem de tecidos, órgãos ou partes do corpo humano destinados a transplante ou tratamento deverá ser precedida de diagnóstico de morte encefálica, constatada e registrada por dois médicos não participantes das equipes de remoção e transplante, mediante a utilização de critérios clínicos e tecnológicos definidos por resolução do Conselho Federal de Medicina. + Decreto n. 2268/97 27 Capítulo IV DA RETIRADA DE PARTES Seção I Da Comprovação da Morte Art. 16. A retirada de tecidos, órgãos e partes poderá ser efetuada no corpo de pessoas com morte encefálica. §1º O diagnóstico de morte encefálica será confirmado, segundo os critérios clínicos e tecnológicos definidos em resolução do Conselho Federal de Medicina, por dois médicos, no mínimo, um dos quais com título de especialista em neurologia, reconhecido no País. (...) §3º Não podem participar do processo de verificação de morte encefálica médicos integrantes das equipes especializadas autorizadas, na forma deste Decreto, a proceder à retirada, transplante ou enxerto de tecidos, órgãos e partes. Decreto n. 2268/97 28 O que é a morte? O que é a morte encefálica? 29 Diagnóstico da realidade da morte Segundo Borri: Fenômenos abióticos, avitais ou vitais negativos; Imediatos: Perda da consciência; da sensibilidade; abolição da motilidade e do tono muscular; cessação da respiração; circulação e atividade cerebral. Consecutivos: Desidratação (decréscimo do peso, pergaminhamento da pele, dessecamento das mucosas dos lábios, modificação do globo ocular); Esfriamento cadavérico; Rigidez cadavérica. Transformativos. Destrutivos: autólise; putrefação; maceração; Conservadores: Mumificação; Saponificação; Calcificação, entre outros. França, GV (2004) 30 Conselho Federal de Medicina Critérios para a Caracterização de Morte Encefálica RESOLUÇÃO N.º 1.480 8 DE AGOSTO DE 1997 Art. 1º. A morte encefálica será caracterizada através da realização de exames clínicos e complementares durante intervalos de tempo variáveis, próprios para determinadas faixas etárias. (...) Art. 3º. A morte encefálica deverá ser conseqüência de processo irreversível e de causa conhecida. Art. 4º. Os parâmetros clínicos a serem observados para constatação de morte encefálica são: coma aperceptivo com ausência de atividade motora supra-espinal e apnéia. 31 Art. 6º. Os exames complementares a serem observados para constatação de morte encefálica deverão demonstrar de forma inequívoca: a) ausência de atividade elétrica cerebral ou, b) ausência de atividade metabólica cerebral ou, c) ausência de perfusão sangüínea cerebral. 32 Responsável pelas funções de: Movimento, Equilíbrio e Postura Responsável pelas funções de: Pensamento, Movimento voluntário, Linguagem, Julgamento e Percepção. Tronco encefálico Responsável pelas funções de: Respiração, Ritmo dos batimentos cardíacos e Pressão Arterial. Responsável pelas funções de: Visão,Audição, Movimento dos Olhos e Movimento do Corpo. 33 1 º teste clínico intervalo 6 - 48 horas de acordo com a idade 2 º teste clínico documentação diagnóstica 2 médicos não envolvidos com equipes de remoção ou transplante. Pelo menos um neurologista Comprovação da morte encefálica CFM Decreto 34 Os familiares serão obrigatoriamente informados do início do procedimento para a verificação de morte encefálica. É admitida a presença de médico de confiança da família no ato de comprovação e atestação da morte encefálica. Todos os estabelecimentos de saúde devem comunicar a CNCDO, em caráter de urgência, o diagnóstico de morte encefálica. Se não dispuser de condições para a comprovação de morte encefálica ou para a remoção de O/T/PCH, a CNCDO acionará profissionais habilitados para efetuarem ambos procedimentos. 35 Se houver necessidade de necropsia A remoção de O/T/PCH pode ser efetuada antes da necropsia, se não houver relação com a causa mortis. Deve ser mencionada no relatório, com cópia, que acompanhará o corpo ao IML. A remoção depende de autorização expressa do médico legista: morte sem assistência médica morte de causa mal definida ou que necessite ser esclarecida diante da suspeita de crime. 36 A questão da Doação de órgãos de anencéfalos... Resolução do Conselho Federal de Medicina sobre anencéfalos O Conselho Federal de Medicina decidiu, através da Resolução CFM nº 1.752, autorizar o uso de órgãos e/ou tecidos de anencéfalos para transplantes, mediante autorização prévia dos pais. A decisão tomada pelo plenário do CFM no dia 8/9/04, determina que a vontade dos pais deve ser manifestada, formalmente, no mínimo 15 dias antes da data provável do nascimento. 37 Doação post mortem consentimento informado: cônjuge ou familiar até 2º grau e duas testemunhas se juridicamente incapaz: ambos pais, se vivos ou os responsáveis legais pessoas não identificadas: não podem ser doadoras as manifestações de vontade relativas a vontade “postmortem” de O/T/PCH, constantes da carteira de identidade e da CNH, perdem sua validade a partir de 01 de março de 2001. 38 39 40 41 Comércio de dentes!!! No vivo No morto 42 Dos crimes contra o respeito aos mortos Violação de sepultura Art.210. Violar ou profanar sepultura ou urna funerária: Pena – reclusão, de 1-3 anos, e multa. Destruição, subtração ou ocultação de cadáver Art.211. Destruir, subtrair ou ocultar cadáver ou parte dele: Pena - reclusão, de 1-3 anos, e multa Vilipêndio a cadáver Art.212. Vilipendiar cadáver ou suas cinzas: Pena – detenção, de 1-3 anos, e multa. 43 BANCO DE DENTES UTOPIA OU REALIDADE? 44 AUTONOMIA. Há situações que terminam em verdadeiros dilemas!!! 45 46 47 48 49 50 51 52 53 OUTRAS QUESTÕES QUE ASSUMEM RELEVÂNCIA NOÂMBITO DA SAÚDE: EUTANÁSIA E SUICÍDIO ASSISTIDO; UTILIZAÇÃO DE TECNOLOGIAS REPRODUTIVAS; ABORTO; A PRESERVAÇÃO DE INFORMAÇÕES; TRANSFUSÃO DE SANGUE EM GRUPOS RELIGIOSOS; , ETC. Alguns artigos para discussão 54 55 Eutanásia - um dilema mundial..flv 56 O que é a eutanásia? Qual é a diferença entre a eutanásia e o suicídio assistido? A eutanásia não é a garantia de uma morte digna? Será que as pessoas devem ser forçadas a permanecerem vivas pelo avanço da medicina atual? As pessoas não deveriam ter o direito a cometer suicídio? A eutanásia não seria só a pedido do paciente, não seria sempre voluntária? A eutanásia não se poderia tornar num meio para conter os custos dos sistemas de saúde? 57 Eutanásia Passiva Ativa 58 Suicídio Assistido 59 Atos ( prescrição de doses altas e indicação de uso de medicações) Passiva ( persuasão e encorajamento) Quando uma pessoa solicita o auxilio de outro individuo 60 Jack Kevorkian 61 Jack Kevorkian definiu uma doença terminal como “qualquer doença que encurte a vida nem que seja em um só dia”. 62 Terri Schiavo 63 Terri Schiavo 64 Terri Schiavo 65 BIOÉTICA E A REPRODUÇÃO HUMANA 66 _________ ________ RESOLUÇÃO CFM nº 1.358/92 67 tecnicas de reprodução assistida.flv 68 Matéria - Reprodução Assistida.flv 69 Não pode incorrer em risco grave de saúde para a paciente ou o possível descendente. Consentimento informado obrigatório aos pacientes inférteis e doadores. As técnicas não devem ser aplicadas com a intenção de selecionar o sexo ou qualquer outra característica biológica do futuro filho, exceto quando se trate de evitar doenças ligadas ao sexo do filho que venha a nascer. É proibido a fecundação de oócitos humanos, com qualquer outra finalidade que não seja a procriação humana. O número ideal de oócitos e pré-embriões a serem transferidos para a receptora não deve ser superior a quatro. Gravidez múltipla: proibida a utilização de procedimentos que visem a redução embrionária. 70 USUÁRIOS: ` Toda mulher, capaz , que tenha solicitado, esteja indicada e que tenha concordado de maneira livre e consciente em documento de consentimento informado. Estando casada ou em união estável, será necessária a aprovação do cônjuge ou do companheiro, após processo semelhante de consentimento informado. 71 REFERENTE ÀS CLÍNICAS, CENTROS OU SERVIÇOS QUE APLICAM TÉCNICAS DE RA São responsáveis pelo controle de doenças infecto-contagiosas, coleta, manuseio, conservação, distribuição e transferência de material biológico humano para a usuária de técnicas de RA, devendo apresentar como requisitos mínimos: 1 - um médico responsável por todos os procedimentos médicos e laboratoriais executados. 2 - um registro permanente das gestações, nascimentos e mal-formações de fetos ou recém-nascidos, provenientes das diferentes técnicas de RA aplicadas na unidade, bem como dos procedimentos laboratoriais na manipulação de gametas e pré-embriões. 3 - um registro permanente das provas diagnósticas a que é submetido o material biológico com a finalidade precípua de evitar a transmissão de doenças. 72 DOAÇÃO DE GAMETAS OU PRÉ-EMBRIÕES 1 - A doação nunca terá caráter lucrativo ou comercial; 2 - Os doadores não devem conhecer a identidade dos receptores e vice-versa; 3 - Será mantido o sigilo sobre a identidade dos doadores de gametas e pré-embriões, assim como dos receptores. 73 DOAÇÃO DE GAMETAS OU PRÉ-EMBRIÕES 4 – Os serviços que empregam a doação devem manter um registro de dados clínicos de caráter geral, características fenotípicas e uma amostra de material celular dos doadores. 5 - A escolha dos doadores é de responsabilidade da unidade. Garantir que o doador tenha a maior semelhança fenotípica e imunológica e a máxima possibilidade de compatibilidade com a receptora. 6 - O médico responsável pelo serviço, e os integrantes da equipe multidisciplinar não podem participar como doadores nos programas de RA. 74 CRIOPRESERVAÇÃO DE GAMETAS OU PRÉ-EMBRIÕES Os serviços podem criopreservar espermatozóides, óvulos e pré-embriões. O número total de pré-embriões produzidos em laboratório será comunicado aos pacientes, para que se decida quantos pré-embriões serão transferidos a fresco, devendo o excedente ser criopreservado, não podendo ser descartado ou destruído. No momento da criopreservação, os cônjuges ou companheiros devem expressar sua vontade, por escrito, quanto ao destino que será dado aos pré-embriões criopreservados, em caso de divórcio, doenças graves ou de falecimento de um deles ou de ambos, e quando desejam doá-los. 75 SOBRE A GESTAÇÃO DE SUBSTITUIÇÃO (DOAÇÃO TEMPORÁRIA DO ÚTERO) Desde que exista um problema médico que impeça ou contra-indique a gestação na doadora genética. As doadoras devem ter um parentesco até o segundo grau, sendo os demais casos sujeitos à autorização do Conselho Regional de Medicina. A doação temporária do útero não poderá ter caráter lucrativo ou comercial. 76 _____ 77 aborto - carta de um bebê.flv 78 No Brasil: crime, exceto em duas situações: de estupro e de risco de vida materno. Proposta : quando da constatação anomalias fetais. Esta situação já vem sendo considerada pela Justiça brasileira; Exclusão de Ilicitude Art. 128. Não constitui crime o aborto praticado por médico se: I - não há outro meio de salvar a vida ou preservar a saúde da gestante; II - a gravidez resulta de violação da liberdade sexual, ou do emprego não consentido de técnica de reprodução assistida; III - há fundada probabilidade, atestada por dois outros médicos, de o nascituro apresentar graves e irreversíveis anomalias físicas ou mentais. § 1o. Nos casos dos incisos II e III e da segunda parte do inciso I, -consentimento da gestante ou de seu representante legal, do cônjuge ou de seu companheiro; 79 Testemunhas de Jeova - Transfusão de Sangue.flv Transfusões de Sangue 80 O objetivo de solucionar problemas morais, segundo Morrein, não é identificar um ideal moral, mas buscar achar a melhor solução disponível nas circunstâncias reais. Algumas vezes as circunstâncias podem ser alteradas, em outras não. 81 Outros casos com implicações bioéticas: 82 REVOLUÇÃO TERAPÊUTICA Descoberta das sulfamidas (1937) e da penicilina (1946) “Dá a humanidade o poder de derrotar doenças que por longo tempo eram fatais como a tuberculose, sífilis, as grandes septicemias, etc. 83 REVOLUÇÃO BIOLÓGICA Parte da descoberta do código genético e define a assim chamada “medicina genômica”, a partir da descoberta das leis que presidem a formação da vida. 84 Células tronco e a Odontologia 85 86 87 Com o impacto das descobertas, a ética médica se vê estimulada e se desenvolve em novos e importantes capítulos. Quanto mais poderosa e eficaz se torna a medicina, mais as normas de proteção do indivíduo devem ser rigorosas e bem conhecidas. 88 Bioética no Atendimento Odontológico às Crianças com Necessidades Especiais 89 Pacientes especiais: Todos aqueles que, de alguma forma, apresentam barreiras ao atendimento ( ordem física, emocional, financeira ou geográfica). (FITCHE et al, 1998 apud RODRIGUES et al, 2003) Questionamentos pelos profissionais: ‘Ter-se-ia de modificar o tratamento para atender pacientes especiais?’ Teriam de se usar técnicas próprias para se estar aptos a atendê-las? (TOLLEND, 1995 apud RODRIGUES et al, 2003). 90 O CD deve orientar os pais para que estes compartilhem com o profissional os problemas que poderão surgir e para que aprendam que o tratamento feito periodicamente pode livrar a criança da dor e da infecção e manter uma oclusão funcional. (BENTATTI e ANDRIONI, 1984 apud RODRIGUES et al, 2003) Obstáculos mais freqüentes: ansiedade dos pais, apreensão dos pais quanto à aceitação, discrepância de opinião entre os pais ou profissionais da necessidade ou não de tratamento, dificuldade de transporte. (GRUNSUEN e CARDOSO, 1985 apud RODRIGUES et al, 2003)91 Os pacientes portadores de necessidades especiais podem ser tratados com sucesso em um consultório normal, sem a necessidade de equipamentos, facilidades ou técnicas especiais. (GRUNSUEN e CARDOSO, 1985 apud RODRIGUES et al, 2003) O atendimento deve ser multidisciplinar envolvendo psicólogos, fonoaudiólogos e médico.(FRANCIATTO e ZANELATTO, 2000 apud RODRIGUES et al, 2003) 92 Ética no Atendimento odontológico de Paciente HIV Positivos 93 A AIDs por ser uma doença infecto-contagiosa e incurável, é acompanhada por muito preconceito da sociedade em geral e também dos profissionais da saúde. (DELAS et al, 1998) O surgimento da AIDS trouxe mudanças de rotina dos consultórios odontológicos: BIOSSEGURANÇA (SILVA, 1997) 94 Quando o paciente é devidamente acolhido, a sua sobrevida é comparativamente maior do que a de pacientes marginalizados. O abandono do paciente: 95 Segundo a OMS (1998), o CD tem a obrigação humana e profissional de atender os pacientes HIV positivos. (SILVA, 1997) 96 Sigilo profissional: CEO: O profissional deve “guardar segredo profissional” e ainda “resguardar a privacidade do paciente durante todo o atendimento”. (SILVA, 1997) 97 O CD pode recusar a prestação de serviços odontológicos, salvo em situações de emergência. Porém, iniciado o tratamento, não tem o direito de interrompê-lo, salvo por motivo justificável. O artigo 5°, inciso XLI diz: “A lei punirá qualquer discriminação atentória dos direitos e liberdades fundamentais”, Discriminação portanto é crime e a discriminação a um doente por um profissional de saúde é inadmissível. (DELAI et al, 1998) 98 Bioética e Relação Profissional-Paciente 99 Exagero no diagnóstico, prognóstico ou terapêutica; Desrespeito ao paciente; Falta de informações sobre os propósitos, riscos ,custos e alternativas de tratamentos. Infrações 100 Relacionamento com a Equipe de saúde 101 Profissionais: Médicos, psicólogos, fonoaudiólogos, serviço social etc. Sensibilização sobre a importância do trabalho multidisciplinar; Respeito aos seus próprios limites e os de outros profissionais envolvidos na equipe; Manter a consideração e a lealdade na equipe. (SILVA, 1997) 102 BIOÉTICA E O ERRO PROFISSIONAL 103 O Consentimento Livre e Esclarecido não “valida” o erro profissional. O Consentimento Livre e Esclarecido não exime o profissional de responsabilidade. É nula a cláusula de “isenção de responsabilidade” ou de “não indenização”. Informar/esclarecer sobre os riscos. 104 Diante de um erro: Comunicar/ esclarecer o ocorrido Documentar Encaminhar 105 Boa comunicação Bom relacionamento com os pacientes Esclarecimentos sobre o tratamento Boa documentação 106 Relação Profissional-Paciente Idoso 107 Relação Profissional - Paciente Relação Compreensiva e Genuína Educativa Protetora Vínculo 108 Profissional Paciente Idoso Familiares Cuidadores Outros Profissionais Relação 109 Relação Profissional - Paciente Direito de Saber a Verdade sobre sua Condição de Saúde. Base da Fidelidade Direito de Não Saber desde que seja uma vontade do paciente Habilidade Profissional para a Comunicação de Más Notícias 110 © Goldim/2000 Pontos Importantes: preservar a participação ativa do paciente idoso na relação; considerar as crenças e desejos do paciente idoso; reconhecer a dignidade do paciente idoso. 111 Bioética e a Pesquisa Científica 112 CÓDIGO DE ÉTICA ODONTOLÓGICA SEÇÃO III DA PUBLICAÇÃO CIENTÍFICA Art. 38. Constitui infração ética: I – aproveitar-se de posição hierárquica para fazer constar seu nome na co-autoria de obra científica; 113 II – apresentar como sua, no todo ou em parte, obra científica de outrem, ainda que não publicada; III – publicar, sem autorização, elemento que identifique o paciente; 114 IV – utilizar-se, sem referência ao autor ou sem sua autorização expressa, de dados, informações ou opiniões coletadas em partes publicadas ou não de sua obra; V – Divulgar, fora do meio científico, processo de tratamento ou descoberta cujo valor ainda não esteja expressamente reconhecido cientificamente; 115 VI – falsear dados estatísticos ou deturpar sua interpretação. 116 CAPÍTULO XIV DA PESQUISA CIENTÍFICA Art. 38 – Constitui infração ética: I – desatender às normas do órgão competente e à legislação sobre pesquisa em saúde; Resol.196/96 117 II – utilizar-se de animais de experimentação sem objetivos claros e honestos de enriquecer os horizontes do conhecimento odontológico e, conseqüentemente, de ampliar os benefícios à sociedade. III – desrespeitar as limitações legais da profissão nos casos de experiência in anima nobili; Resol.196/96 118 119 IV – infringir a legislação que regula a utilização do cadáver para estudo e/ou exercícios de técnicas cirúrgicas; V – infringir a legislação que regula os transplantes de órgãos e tecidos post-mortem e do “próprio corpo vivo”; 120 VI – realizar pesquisa em ser humano sem que este ou seu responsável, ou representante legal, tenha dado consentimento, por escrito, após devidamente esclarecido sobre a natureza e as conseqüências da pesquisa; VII – usar, experimentalmente sem autorização da autoridade competente, e sem o conhecimento e o consentimento prévios do paciente ou de seu representante legal, qualquer tipo de terapêutica ainda não liberada para uso no país; 121 122 VIII – manipular dados da pesquisa em benefício próprio ou de empresas e/ou instituições. 123 Algumas questões que nos confrontam diariamente: Quais são as nossas responsabilidades para com os pobres? Justifica-se que tratemos os animais como nada além de máquinas que produzem carne para a nossa alimentação? 124 Profa. Paloma Genú Especialista e Mestre em Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial E-mail: paloma_genu@uol.com.br 125 Até a próxima! 126
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