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Cadernodefarmacia.blogspot.com 1 CROMATOGRAFIA A LÍQUIDO DE ALTO DESEMPENHO (HPLC) É um tipo de cromatografia líquida que emprega pequenas colunas, recheadas de materiais especialmente preparados e uma fase móvel que é eluída sobre altas pressões. Ela tem a capacidade de realizar separações e análises quantitativas de uma grande quantidade de compostos presentes em vários tipos de amostras, em escala de tempo de poucos minutos, com alta resolução, eficiência e sensibilidade. DESCRIÇÃO GERAL DE HPLC A amostra é dissolvida em um solvente e introduzida na coluna cromatográfica preenchida com a fase estacionária (FE) Um solvente (FM) é bombeado com vazão constante e desloca os componentes da mistura através da coluna. Esses se distribuem entre as duas fases de acordo com suas afinidades As substâncias com maior afinidade com a FE movem-se mais lentamente. Já as substâncias com pouca afinidade com a FE movem-se mais rapidamente. Ao sair da coluna, os componentes passam por um detector que emite um sinal elétrico o qual é registrado, constituindo um cromatograma. APARELHAGEM O cromatógrafo tem os seguintes componentes principais: Reservatório de eluente (FM) Bomba Injetor Pré-coluna Coluna de 250 × 4 mm (Merck, Lichrosphere RP-18) Detector de ultravioleta, λ = 225 nm Registador/integrador (Aquisição de dados). Cadernodefarmacia.blogspot.com 2 AMOSTRA A amostra é colocada no loop da válvula de injeção por meio de uma seringa (ver figura 2), quando esta está em posição de carga (posição: load). Rodando o manípulo da válvula para a posição de injeção (posição: inject), dá-se uma alteração no trajeto do eluente no interior desta e a amostra é então arrastada para a coluna. O eluente, que é continuamente bombeado para a coluna, vai arrastar os componentes da amostra (designados vulgarmente por solutos) primeiro para o topo e depois ao longo da coluna. Figura 2 - Representação esquemática da válvula de injecção e do processo de introdução de amostras na coluna de HPLC. (A) Introdução da amostra no loop da válvula, (B) Introdução da amostra na coluna. Se os solutos tiverem alguma afinidade pela fase estacionária da coluna, ao longo desta vão-se estabelecer sucessivos equilíbrios de distribuição dos solutos entre a fase móvel (o eluente) e a estacionária. Se as constantes de distribuição Cadernodefarmacia.blogspot.com 3 para os diversos solutos forem suficientemente diferentes, estes irão deslocar- se ao longo da coluna a velocidades diferentes, saindo da coluna separados uns dos outros. Em seguida os componentes da amostra passam a um detector, que neste trabalho consiste num espectrofotómetro de UV/Vis com uma célula de fluxo especialmente desenhada para permitir a medida da absorvância da solução que nela passa sem que se dê alargamento significativo da zona de líquido onde está cada um dos solutos. Um registador, que está ligado ao detector, permite obter automaticamente o sinal enviado por este o qual, em primeira aproximação, é proporcional à concentração do componente na solução que passa nesse instante através da célula do detector. A representação gráfica do sinal enviado pelo detector em função do tempo que decorreu desde a injeção da amostra na coluna constitui o que se designa por cromatograma da mistura. Sendo conhecido o caudal de eluente, se necessário pode transformar-se a escala de tempos em volumes de efluente. FASES ESTACIONÁRIAS As FE são constituídas de material sólido, granulado, finamente dividido e densamente empacotado dentro de um tubo feito de material inerte, normalmente aço. O material sólido pode estar revestido ou ligado quimicamente a um líquido. TIPOS DE FASES ESTACIONÁRIA FE SÓLIDA FE POR EXCLUSÃO FE POR TROCA IÔNICA FE POR BIOAFINIDADE FE QUIMICAMENTE LIGADA NORMAL REVERSA FASE ESTACIONÁRIA QUIMICAMENTE LIGADA São as fases mais importantes da cromatografia líquida Obtidas pela reação dos grupos silanois da sílica com compostos contendo grupos polares (Fase Normal) ou não polares (Fase Reversa). Na Fase Quimicamente Ligada, a sílica gel, através dos grupamentos Si - OH, se liga quimicamente a um grupo funcional que lhe confere grande estabilidade química. A “Cromatografia de Fase Ligada” é subdividida em Fase Normal e Fase Reversa de acordo com a polaridade dos grupos funcionais ligados à sílica gel. Cadernodefarmacia.blogspot.com 4 As notáveis propriedades deste tipo de material fazem da Cromatografia de Fase Ligada a mais utilizada em todo o mundo. Para a produção das Fases Quimicamente Ligadas, a sílica gel é submetida a um processo de hidrólise formando grupos silanóis SiOH, grupo quimicamente ativo no qual se ligará o grupo funcional através de reações de silanização, utilizando organosilanos (ex: dimetilcloroocatadecilsilano), mono, di ou trifuncionais, dependendo do número de grupos no silano que pode reagir. Obtém-se fase monomérica ou polimérica. Infelizmente, devido a efeitos estéricos, muitos grupos SiOH não reagempermanecendo ativos e provocando encaudamento dos picos. Ligação química tradicional usando silano monofuncional alcança um máximo de 50% ou uma densidade de ligante de ~4µmol/m2. Para atenuar este problema, emprega-se um processo conhecido como “Endcapping”. Endcapping Para minimizar o efeito dos grupos silanol residuais é necessário um passo secundário de ligação para cobrir esses grupos ainda presentes na sílica. O processo denominado endcapping efetua-se em geral com trimetilclorosilano(TMS). Ainda assim restam grupos silanol livres As sílicas usuais só podem ser utilizadas na faixa de pH 2 – 8, pois os grupos TMS sofrem hidrolise a pH menor que 2 e a sílica se dissolve em fase móvel contendo água em pH maior que 8. Muitos desses problemas: cauda nos picos de analitos básicos, limitação de pH, baixo tempo de vida da coluna, tem sido resolvidos ou minimizados através de desenvolvimentos mais recentes, tais como: sílica de alta pureza, partículas hibridas, sílica tipo C(sílica hidreto) e novas “químicas ligantes”. FASE ESTACIONÁRIA NORMAL: Grupos Funcionais Polares são ligados à matriz de sílica. A técnica, em geral, substitui com vantagens a Cromatografia por Adsorção. Grupos funcionais mais comuns: diol, ciano, amino. REVERSA: Em Cromatografia de Fase Reversa, os grupos funcionais ligados à base de sílica são apolares. Os analitos são atraidos para a superficie pelos seus grupos funcionais não polares. O analito mais polar elui primeiro, seguidos pelos outros em ordem decrescente de polaridade. Os grupos butil, octil, octadecil e fenila são os mais utilizados. O grupo octadecil é responsável pela maioria das separações em fase reversa. Cadernodefarmacia.blogspot.com 5 FASE MÓVEL O sucesso da separação cromatográfica só é possível se for aplicada uma FM correta a uma FE conveniente. A escolha da composição da FM leva em conta vários fatores, tais como: Propriedades físico-químicas que afetam a solubilidade, partição e adsorção e, portanto, a separação Propriedades físicas que afetam a possibilidade de detecção dos componentes Propriedades físicas que dificultam o manuseio das bombas, detectores e coluna Propriedades que afetam a segurança (toxidez e inflamabilidade) Custo Os seguintes parâmetros devem ser considerados para uma escolha adequada da FM: Viscosidade Compressibilidade Pressão de vapor Toxidez