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ANÁLISE GRANULOMÉTRICA DOS SOLOS Professora: Júlia Righi Notas de aula: Professor Roberto Ferraz/UFJF Aula 9 A primeira característica que diferencia os solos é o tamanho das partículas que os compõem. 1 Granulometria do solo Classificação granulométrica da ABNT. ARGILA SILTE fina média grossa AREIA PEDREGULHO 0,002 mm 0,06 0,2 0,6 2 mm 60 mmpartículas partículas/grãos grãos fino médio grosso 6 20 Textura do solo: tamanho relativo dos grãos que formam a fase sólida (ex.: textura argilosa, textura arenosa, etc.), para a qual são estabelecidas escalas de classificação. Fração fina constituída por partículas dos tamanhos de silte e argila Fração grossa constituída por partículas dos tamanhos de areia e pedregulho Para efeito de estudo, geralmente os solos são divididos em duas frações principais: Métodos empregados para proceder à medição do tamanho das partículas dos solos: Fração grossa do solo (areia + pedregulho): emprega-se o método do peneiramento. Fração fina do solo (silte + argila): emprega-se o método da sedimentação. Uma determinada porção do solo seco é passada por um série de peneiras (de aberturas de malha padronizadas). Ex. de numeração de peneiras com as respectivas aberturas de malha 2 Método do peneiramento Secar a amostra ao ar, até próximo à umidade higroscópica. Passar na peneira de 76 mm, desprezando o material retido Do material passado tomar uma quantidade conforme a tabela abaixo Dimensão dos grãos maiores da amostra (observação visual) Quantidade mínima a tomar (Massa Mt) Capacidade da balança Resolução da balança 5 mm 1 kg 1,5 kg 0,1 g 5 a 25 mm 4 kg 5 kg 0,5 g > 25 mm 8 kg 10 kg 1 g 2.1 Preparação de amostras para análise granulométrica NBR 6457 - Amostras de solo - Preparação para ensaios de compactação e ensaios de caracterização Passar o material (1 kg, 4 kg ou 8 kg) na peneira de 2 mm (peneira no 10), desmanchando os torrões ainda existentes Material retidoMaterial passado 2.2 Análise granulométrica NBR 7181 - Solo - Análise granulométrica 3. Peneiramento grosso a) Lavar a parte retida a fim de eliminar o material fino aderente d) Peneiramento grosso (50 /38 /25 /19 /9,5 /4,8 mm) b) Secar em estufa a 105oC / 110oC c) Det. a massa seca (Mg) c) Lavar na peneira de 0,075 mm d) Secar em estufa a 105oC / 110oC e) Peneiramento fino (1,2 /0,6 /0,42 /0,25 /0,15 /0,075mm) a) Tomar 120 g (Mh) b) Det. umidade whig 1. Somente peneiramento 2. Sedimentação e peneiramento A ser visto a frente A partir da retenção dos grãos de dimensões maiores que as malhas das peneiras é possível calcular as porcentagens em massa do solo, que possuem dimensões maiores e menores que a malha de uma determinada peneira. 2.3) Princípio do método do peneiramento Conjunto de peneiras utilizadas no peneiramento fino Peneira de malha 0,075mm Peneira de malha 1,2 mm Peneira de malha 0,6 mm Peneira de malha 0,42 mm Peneira de malha 0,25 mm Peneira de malha 0,15 mm Prato Obter as massas retidas em cada peneira Calcular as porcentagens menores e maiores que as malhas das mesmas. Traçar o trecho da curva granulométrica da fração grossa. Curva granulométrica do solo: É o resultado de um ensaio de granulometria apresentado na forma de um gráfico. Curva granulométrica obtida a partir de um ensaio de peneiramento 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 0,010 0,100 1,000 10,000 diãmetro dos grãos (mm) % d e m at er ia l p as sa nt e Obs.: a peneira de menor abertura de malha utilizada para solos é a de 0,075 mm (peneira 200) 2.4) Cálculo de um ensaio de peneiramento 8,59 8,52 8,28 47,68 47,33 45,90 18,02 18,00 18,04 18,02 g gt S Mw1 MM M gSS MMmm2M w1 MM mm2M gtS S S M mm2M.100N w1 MM h3 852,66 818,56 96,00 101,69 Obs.: O teor de umidade determinado (w) se refere somente ao material que passa na peneira de 2,0 mm. w1 MM mm2M gtS b) Cálculo do peneiramento fino a) Cálculo do peneiramento grosso 0 101,69 S S g M MM.100Q 0,00 100 96,0 96,00 34,10 852,66 4,0 10,02 31,02 48,14 66,25 82,57 95,173 3 f M MM(%).NQ 86,5 66,7 50,6 33,5 18,1 6,2 13,5 33,3 49,4 66,5 81,9 93,8 Qg = porcentagem (em relação à massa MS) do material grosso que possui tamanho menor que a abertura da peneira considerada. Qf = porcentagem (em relação à massa total MS) do material fino que possui tamanho menor que a abertura da peneira considerada. c) Curva granulométrica (Peneiramento grosso e fino) Diâmetro 4,8 2,0 1,2 0,6 0,42 0,25 0,15 0,075 % passa Logo, para grãos de dimensões inferiores a cerca de 0,075mm (peneira 200) emprega-se o método da sedimentação. Para solos finos (argilas e siltes dimensões < 0,06mm) o peneiramento é impraticável, pois as peneiras deveriam ter aberturas de malhas excessivamente pequenas, impossíveis de serem obtidas industrialmente e impossíveis de serem preservadas com o uso. Nesse método, uma certa quantidade de solo é dispersa numa proveta com água contendo um agente defloculante (hexametafosfato de sódio ou hidróxido de sódio) a fim de obter uma suspensão fina. Nesse meio as partículas se sedimentarão sob a ação da gravidade, caindo com velocidades uniformes proporcionais à sua massa e ao seu tamanho (Lei de Stokes). 3 Método da sedimentação PRINCÍPIOS TEÓRICOS DA SEDIMENTAÇÃO Lei de Stokes: Estabelece a velocidade limite alcançada por uma esfera em queda livre num fluido viscoso, ao alcançar o movimento retilíneo e uniforme. Onde: v = velocidade limite da esfera gs = peso específico da esfera gf = peso específico do fluido viscoso na temperatura T m = viscosidade dinâmica do fluido na temperatura T D = diâmetro da esfera Conclusão: a velocidade máxima da esfera é proporcional ao quadrado do seu diâmetro D2fs18v m gg _ D v Fluido viscoso (Temperatura T) Obtenção da equação para cálculo do diâmetro da esfera D2t a' m gg 18 )( v fs _ D2fs18v m gg _ a’ = distância percorrida pela esfera no tempo t gs = peso específico das partículas sólidas, em gf/cm3 gwd = peso específico do meio dispersor, à temperatura de ensaio, em gf/cm3 a’ = altura de queda das partículas, em cm t = tempo de sedimentação, em s m = viscosidade dinâmica do meio dispersor, à temperatura de ensaio, em gf.s/cm2 t 'a18D fs m gg _ t 'a18 wds máxD m gg _ Diâmetro das partículas em cm t 'a1800 wds máxD m gg _ Diâmetro das partículas em mm No ensaio de sedimentação, as partículas sólidas são colocadas em um meio dispersor (geralmente uma solução de hexametafosfato de sódio) 3.1 - O ensaio de granulometria conjunta em laboratório (Sedimentação e peneiramento) Do solo preparado e passado na peneira No 10 (2 mm) tomar a massa úmida (Mh) recomendada: Deixar o solo na solução defloculante de hexametafosfato de sódio por no mínimo12 h Secar em estufa a 105oC / 110oC Peneiramento fino (1,2 /0,6 /0,42 /0,25 /0,15 /0,075mm) Solos arenosos Mh = 120 g Solos siltosos e argilosos Mh = 70 g Levar no aparelho dispersor por 15 min Transferir para a proveta e fazer a sedimentação por 24 h Det. a umidade higroscópica whig Lavar na peneira de 0,075 mm Leituras no densímetro t 30s, 1min, 2, 4, 8, 15, 30min, 1h, 2h, 4h, 8h, 24h hig h S w1 MM Suspensão homogênea Em qualquer profundidade existirãopartículas de todos os tamanhos e estas estarão presentes em igual quantidade para um determinado diâmetro No início da sedimentação suspensão homogênea Fase inicial do processo de sedimentação (tempo t = 0) Diâmetros 6 5 4 3 2 1 Suspensão = meio dispersor + sólidos Isso ocorre porque partículas com diâmetro maior que o da partícula B se deslocaram com velocidades maiores e, portanto, estarão abaixo de a’(t). Queda de uma partícula B em um meio dispersor Velocidade de queda da partícula: vB = a’(t) / t Após o tempo t, acima de a’(t) existirão somente partículas menores que B, sendo que todas as de maior tamanho (diâmetro) estarão abaixo de a’(t) Lei de Stokes. D2wds18v gg _ a’(t) t 'a18D wds m gg _ Obs.: No caso dos solos, como as partículas não são esféricas, tem- se dado preferência ao uso do termo “Diâmetro equivalente”. Obs.: Para efeito de cálculo, a NBR 7181 (Solo – Análise granulométrica) permite considerar gwd = 1,000 gf/cm3. 1) m = Viscosidade dinâmica do meio dispersor considerada igual à viscosidade dinâmica da água na temperatura do ensaio. m (10-6 x gf.s/cm2) Tabela da NBR 7181 (Solo – Análise granulométrica) 2) gs = peso específico das partículas do solo determinado a partir do método do picnômetro. 3) gwd = peso específico do meio dispersor (solução de hexametafosfato de sódio) à temperatura do ensaio. Parâmetros necessários para determinar o diâmetro máximo da partícula que após um tempo t de sedimentação se encontra em uma profundidade a’(t). t 'a1800D wds máx m gg _(mm) Na sedimentação são feitas leituras (L) na escala do densímetro (diversos tempos t) a partir das quais determina-se a’(t) distância (em cm) da marca da leitura L ao centro do bulbo do densímetro obtida na curva de calibração do densímetro. Leitura L a’(t) a’(t) a’ Curva de calibração do densímetro 4) a’(t) = distância percorrida pela partícula com diâmetro equivalente, Dmáx, no tempo t. a’(t ) a’(t) permite obter o Dmáx da partícula que está na região do centro do densímetro, no tempo t. Densímetro Termômetro Leitura L a’(t) Suspensões de solo Diâmetro equivalente da maior partícula presente na profundidade onde se encontra o bulbo do densímetro: t 'a1800 wds máxD m gg _(mm) Tempos das leituras no densímetro t 30s, 1min, 2, 4, 8, 15, 30min, 1h, 2h, 4h, 8h, 24h Logo, no ensaio de sedimentação são obtidos 12 valores de Dmáx Porcentagem de partículas com diâmetro inferior a DXmáx (em relação à massa total de solo seco, MS): N(%) = Porcentagem de material que passa na peneira de 2 mm, em relação à massa total de sólidos do solo (MS). d sd w wds s s LLM .V.(%).NQ - - QS = % de sólidos em suspensão com diâmetro equivalente inferior a Dmáx s = massa específica das partículas sólidas, em g/cm3 wd = massa específica do meio dispersor, à temperatura de ensaio (g/cm3) w = massa esp. da água, à temp. de calibr. do densímetro (20oC), (g/cm3) V = volume da suspensão (1000 cm3) Msd = massa de sólidos usada na sedimentação, em g L = leitura do densímetro na suspensão (meio dispersor + sólidos). Ld = leitura do dens. no meio dispersor, na mesma temp. da suspensão. Pode-se mostrar que a porcentagem de material em suspensão será dada por: 1) Solo com grãos de tamanho inferior a 5 mm Massa total de solo preparada: Mt = 1 kg = 1000 g. Preparação do solo 2) Peneiramento do material na peneira de malha igual a 2,0 mm (Obs.: Todo o material passou nesta peneira) 3) Preparação de material para o ensaio de sedimentação - Massa úmida preparada: Mh = 70 g - Teor de umidade higroscópico do material: w = 11,9% Massa de sólidos para a sedimentação (fino): g56,62100/9,111 70 w1 MM hSf Massa de sólidos > 2 mm (grosso) Mg = 0 % g66,893 100/9,111 01000 w1 MM mm2M gtS Massa de sólidos < 2 mm: g66,893066,893Mmm2MM gSS Massa total de sólidos: %100 M mm2M.100N S S Porcentagem < 2 mm em relação a MS: 4 Exercício (Ensaio de sedimentação/Peneiramento) 4.1 - Dados e cálculo do ensaio de sedimentação a) Leitura de calibração do densímetro no meio dispersor (Ld) Etapas do cálculo do um ensaio de sedimentação Para todo densímetro usado no ensaio de sedimentação deverá ser construída a curva de variação das leituras, Ld, no meio dispersor em função da temperatura. Ex.: Densímetro 8 (Em água destilada + hexametafosfato de sódio) Ld = 1,0045 - 0,0001.T (T em graus celsius) Meio dispersor = solução de hexametafosfato de sódio diluída em água destilada conforme procedimento da NBR 7181/84. Dados e cálculo do ensaio de sedimentação 1,0024 1,0024 1,0024 1,0025 1,0026 1,0026 1,0027 1,0026 1,0026 1,0025 1,0026 1,0026 0,0196 0,0156 0,0136 0,0125 0,0114 0,0104 0,0083 0,0079 0,0074 0,0065 0,0064 0,0054 Viscosidade dinâmica da água m T1 T T2 (Temp.) 1 T 2 mm mm 12 21 22T TT ).TT( 12 21 2 2T TTTT mm mm Por semelhança de triângulos: b) Coeficiente de viscosidade dinâmica da água ( x 10-6 g.s/cm2) Fazer interpolação linear para valores intermediários Exemplo: calcular o coeficiente de viscosidade da água para T = 23,8oC T1 = 23oC m1 = 9,56 x 10-6 gf.s/cm2 T2 = 24oC m2 = 9,34 x 10-6 gf.s/cm2 m 2423 34,956,9).8,2324(34,9T mT = 9,384 10-6 gf.s/cm2 Dados e cálculo do ensaio de sedimentação 1,0024 1,0024 1,0024 1,0025 1,0026 1,0026 1,0027 1,0026 1,0026 1,0025 1,0026 1,0026 0,0196 0,0156 0,0136 0,0125 0,0114 0,0104 0,0083 0,0079 0,0074 0,0065 0,0064 0,0054 9,915 9,915 9,915 10,290 10,415 10,415 10,675 10,540 10,415 10,290 10,415 10,540 c) Altura de queda a’ Curva de calibração do densímetro a Três primeiras leituras a’ demais leituras No caso do densímetro 8 usado no ensaio, as alturas de queda serão: a = 220,4 - 200.L (cm) a’ = 219,6 - 200.L (cm) Va volume imerso do densímetro A área da seção da proveta Três primeiras leituras (Densímetro não é retirado da suspensão) Demais leituras (Densímetro é colocado na suspensão para fazer a leitura L e depois é retirado) t (t)a'. ρρ 1800.ηD wds máx A NBR 7181 permite adotar wd = 1 g/cm3 Dados e cálculo do ensaio de sedimentação 1,0024 1,0024 1,0024 1,0025 1,0026 1,0026 1,0027 1,0026 1,0026 1,0025 1,0026 1,0026 0,0196 0,0156 0,0136 0,0125 0,0114 0,0104 0,0083 0,0079 0,0074 0,0065 0,0064 0,0054 9,915 9,915 9,915 10,290 10,415 10,415 10,675 10,540 10,415 10,290 10,415 10,540 16,00 16,80 17,20 16,60 16,80 17,00 17,40 17,50 17,60 17,80 17,80 18,00 Dados e cálculo do ensaio de sedimentação 1,0024 1,0024 1,0024 1,0025 1,0026 1,0026 1,0027 1,0026 1,0026 1,0025 1,0026 1,0026 0,0196 0,0156 0,0136 0,0125 0,0114 0,0104 0,0083 0,0079 0,0074 0,0065 0,0064 0,0054 9,915 9,915 9,915 10,290 10,415 10,415 10,675 10,540 10,415 10,290 10,415 10,540 16,00 16,80 17,20 16,60 16,80 17,00 17,40 17,50 17,60 17,80 17,80 18,00 t (t)a'.1800.D wds máx gg m A NBR 7181/84 permite adotar: gwd = 1,0 g/cm3 gs = 2,86 gf/cm3 t (t)a'.Dmáx m .10855,31 0,0715 0,0518 0,0371 0,0269 0,0192 0,0141 0,0102 0,0072 0,0051 0,00360,0025 0,0015 Dmáx em mm Dados e cálculo do ensaio de sedimentação 1,0024 1,0024 1,0024 1,0025 1,0026 1,0026 1,0027 1,0026 1,0026 1,0025 1,0026 1,0026 0,0196 0,0156 0,0136 0,0125 0,0114 0,0104 0,0083 0,0079 0,0074 0,0065 0,0064 0,0054 9,915 9,915 9,915 10,290 10,415 10,415 10,675 10,540 10,415 10,290 10,415 10,540 16,00 16,80 17,20 16,60 16,80 17,00 17,40 17,50 17,60 17,80 17,80 18,00 0,0715 0,0518 0,0371 0,0269 0,0192 0,0141 0,0102 0,0072 0,0051 0,0036 0,0025 0,0015 d sd w wds s s LLM .V.(%).NQ - - A NBR 7181/84 permite adotar w = 1,0 g/cm3 wd = 1,0 g/cm3 V = 1000 cm3 s = 2,86 g/cm3 Msd = 62,56g N(%) = 100% Qs = 2457,86.(L – Ld) 48,2 38,3 33,4 30,7 28,0 25,6 20,4 19,4 18,2 16,0 15,7 13,3 Após sedimentação, o solo presente na proveta é lavado na peneira 200 (0,075 mm), seco em estufa e submetido ao peneiramento fino. 4.2 - Cálculo do ensaio de peneiramento Resultado do peneiramento fino 4.3 - Curva granulométrica completa (Sedimentação + Peneiramento) Ensaio de granulometria conjunta A partir da curva granulométrica é possível determinar a frações granulométricas do solo (Ex.: de acordo com a escala da ABNT) Exemplos de uma curvas granulométricas Argila Silte Areia Pedregulho 5 - Parâmetros do solo obtidos a partir da curva granulométrica do solo Para alguns tipos de solos, principalmente os granulares, é possível obter diversos parâmetros que auxiliam na avaliação do comportamento do mesmo em algumas obras de engenharia. a) Diâmetro efetivo do solo (D10): é o diâmetro tal que 10% da massa total do solo é inferior a ele (Na curva granulométrica corresponde ao diâmetro em que 10% do material passa) Aplicações práticas da curva granulométrica dos solos: - Classificação do solo quanto à textura - Estimativa do coeficiente de permeabilidade (k) - Dimensionamento de filtros de proteção - Estabilização granulométrica (mistura de dois ou mais solos) - Estimativas preliminares de comportamento Como será visto a frente, este parâmetro permite estimar o coeficiente de permeabilidade das areias usadas para filtros e drenos. - Solos de granulometria muito uniforme: Cu < 5 - Solos de granulometria de uniformidade média: 5 < Cu < 15 - Solos de granulometria desuniforme: Cu > 15 b) Coeficiente de uniformidade (Cu) (Obs.: Alguns autores o denominam Coeficiente de não uniformidade) razão entre diâmetros tal que 60% e 10% de material é menor que eles. 10 60 u D DC 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 0,010 0,100 1,000 10,000 diãmetro dos grãos (mm) % d e m at er ia l p as sa nt e D10 D60 O Coeficiente de uniformidade (Cu) dá uma idéia da distribuição do tamanho das partículas do solo. Valores de Cu próximos de 1 indicam solos com partículas de aproximadamente mesmo tamanho (curvas tendem a sere verticalizadas) Cu SOLO A > Cu SOLO B Assim, valores de Cu próximos de um indicam curva granulométrica quase vertical, com os diâmetros variando em um intervalo pequeno, enquanto que, para valores maiores a curva granulométrica irá se abatendo e aumentando o intervalo de variação dos diâmetros. D10A D10B D60B D60A 10% 60% Solo B Solo A Diâmetro Porcentagem que passa (%) Logo a curva do solo A será mais abatida e a do solo B mais verticalizada. O solo A possui partículas de tamanhos mais variados que o solo B Exemplos de solos bem graduado e de graduação uniforme O valor do Coeficiente de curvatura (CC) dá uma medida da forma e da simetria da curva granulométrica. c) Coeficiente de curvatura (CC): é definido pela relação ao lado, sendo o valor de D30 obtido de forma similar aos valores de D10 e D60. 1060 2 30 C .DD )(DC Para um solo bem graduado, o valor do coeficiente de curvatura, deverá estar entre 1 e 3. Neste caso, a distribuição do tamanho de partículas é proporcional, de forma que os espaços deixados pelas partículas maiores sejam ocupados pelas menores. D10 D30_D D30_C D60 10% 60% Solo D Solo C Diâmetro Porcentagem que passa (%) Como: D10 Solo C = D10 Solo D D60 Solo C = D60 Solo D Cu SOLO C = Cu SOLO D Como: D30 Solo C ≠ D30 Solo D CC SOLO C ≠ CC SOLO D Comparação de três solos com o mesmo coeficiente de não uniformidade (Cu) e diferentes coeficientes de curvatura. Para os solos finos nem sempre é possível definir o valor de D10, razão pela qual para estes solos não se aplicam os conceitos de Cu e Cc. Para solos granulares há maior interesse no conhecimento do tamanho das partículas, visto que, algumas de suas propriedades estão relacionadas com os mesmos, o que não ocorre com os solos finos. Neste casos, para efeitos de classificação e de avaliação das propriedades do solo para fins de aplicação em engenharia, são utilizados outros tipos de parâmetros, como por exemplo, os limites de consistência do solo. Em linhas gerais, o comportamento dos solos grossos é de certa forma condicionado por sua granulometria, e o dos solos finos por seus estados de consistência.
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