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As Teorias Administrativas - GRECO Rosangela Maria

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA
FACULDADE DE ENFERMAGEM
Departamento de Enfermagem Básica
Disciplina Administração em Enfermagem I
EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ADMINISTRATIVO E A ENFERMAGEM – 
as teorias administrativas1
GRECO, ROSANGELA MARIA2
1 – Objetivos
• Conhecer as principais teorias administrativas de acordo com a evolução do 
pensamento administrativo;
• Refletir sobre a articulação da administração com a enfermagem;
• Analisar criticamente o reflexo das teorias administrativas na prática da 
administração da assistência de enfermagem.
Introdução
A Administração é uma ciência da área humana, que no decorrer do 
desenvolvimento e da evolução da sociedade teve seu significado e conteúdo ampliado 
e aprofundado, se modificando em conseqüência do contexto sócio, político e 
econômico e das transformações nas formas de organização do trabalho (CHIVENATO, 
1993; MENDES, s/ data).
Assim observa-se que o pensamento administrativo foi influenciado por: 
filósofos ou pensadores; pela Igreja Católica; pela organização militar; pelos 
economistas liberais e pela Revolução Industrial através da mecanização da indústria e 
agricultura (KURCGANT, 1991)
Vejamos então segundo CHIAVENATO (1993) como se deu a evolução do 
pensamento administrativo segundo essas influências.
A evolução do pensamento administrativo - A Influência dos Filósofos ou pensadores
A filosofia através de seus pensadores da antiguidade influenciou a 
administração sendo que dentre eles podemos citar:
- Sócrates (470 a.C. – 399 a.C.), que considera a administração como uma 
habilidade pessoal separada do conhecimento técnico e da experiência;
- Platão (429a.C. – 347a.C.) – propõe uma forma democrática de governo e de 
administração dos negócios públicos;
- Aristóteles (384 a.C. – 322 a.C.) – estuda a organização do Estado, 
distinguindo três formas de Administração pública: Monarquia ou governo de um só 
(que pode se tornar uma tirania); Aristocracia ou governo de uma elite (que pode 
caminhar para uma oligarquia) e Democracia ou governo do povo (que pode se 
degenerar em anarquia).
1Este texto foi elaborado como material instrucional para a Disciplina Administração em Enfermagem I, 
para os acadêmicos do Curso de Graduação em Enfermagem da Faculdade de Enfermagem da 
Universidade Federal de Juiz de Fora.
 Pedimos que, caso haja o interesse em utilizar este material, seja citada a referência. 
2 Enfermeira, Doutora em Saúde Pública, Professor Associado do Departamento de Enfermagem Básica 
da Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Juiz de Fora.
1
- Francis Bacon (1561-1626) – fundador da Lógica Moderna antecipou-se ao 
princípio conhecido em Administração como o principal deve prevalecer sobre o 
acessório.
- René Descartes (1596- 1650) – fundador da filosofia moderna, criador da 
coordenadas cartesianas influenciou vários princípios da moderna Administração, como 
os da divisão do trabalho, da ordem, do controle entre outros.
- Thomas Hobbes (1588- 1679) – desenvolveu a teoria da origem contratualista 
do Estado, onde o homem primitivo por ser um ser anti-social e viver em guerra 
permanente com o próximo, necessitava do Estado para impor a ordem e organização da 
vida social.
- Jean-Jacques Rousseau (1712 – 1778) – que com a Teoria do Contrato Social, 
compreende o homem como sendo por natureza bom e afável, mas que com a vida em 
sociedade se torna deturpado e corrompido.
A Influência da Organização da Igreja Católica
Com a evolução dos tempos e da sociedade, a Igreja Católica foi estruturando 
sua organização, sua hierarquia, seu estado-maior e sua coordenação funcional. Nos dias 
de hoje, a igreja apresenta uma organização hierárquica simples e eficiente. Assim 
sendo, a experiência da igreja católica influenciou a ciência da administração através de 
seu conceito de hierarquia da autoridade e de estrutura de poder centralizado apenas em 
uma pessoa.
A Influência da Organização Militar
A organização militar influenciou e influencia a ciência da administração, por 
exemplo, através de: organização linear, princípio da unidade de comando, escala 
hierárquica de acordo com o grau de autoridade e responsabilidade correspondente, 
centralização do comando e descentralização da execução (dicotomia entre pensar e 
fazer), princípio de direção (todo soldado deve saber o que espera dele e aquilo que ele 
deve fazer), desenvolvimento do pensamento estratégico, do planejamento, da disciplina 
e da tomada de decisão cientificamente elaborada e não intuitiva.
A Influência da Revolução Industrial
Na Inglaterra a partir de 1776, a partir da invenção da máquina a vapor por 
James Watt (1736 -1819), ocorre uma mudança na concepção de trabalho, modificando 
a estrutura social e comercial da época.
Assim sendo, de 1780 a 1860 viveu-se a primeira Revolução Industrial, ou do 
carvão e do ferro. Levando a mecanização da indústria e da agricultura, 
desenvolvimento do sistema fabril, de transportes e de comunicações. Neste período 
ocorre a migração das áreas agrícolas para as regiões urbanas.
De 1860 a 1914 ocorre a segunda Revolução Industrial, ou do aço e da 
eletricidade. Assim, do sistema de produção artesanal o homem passa ao regime de 
produção em série nas fábricas, levando a mecanização do trabalho, á divisão do 
trabalho e a simplificação das tarefas. Com o desenvolvimento do capitalismo surge 
uma nova classe social o proletariado. Tem inicio uma luta de classe entre os 
proprietários e os empregados.
A Revolução Industrial, apesar de ter provocado uma grande modificação na 
estrutura empresarial e econômica da época, não influenciou diretamente os princípios 
de administração das empresas, uma vez que os dirigentes cuidavam de modo empírico, 
tendo como modelos as organizações militares ou eclesiásticas bem sucedidas.
2
Mas, para a administração a principal conseqüência da Revolução Industrial foi 
o nascimento da organização e da empresa moderna. 
A Influência dos economistas liberais
No final do século XVIII, os economistas clássicos liberais propõem que a vida 
econômica deve afastar-se da influência estatal, sendo defensores, portanto da livre 
concorrência. A influência desses economistas se dá através do: princípio da divisão do 
trabalho e da especialização, importância do planejamento e da organização, do controle 
e da remuneração dos trabalhadores. 
Entretanto, o liberalismo econômico, através da livre concorrência criou áreas de 
conflitos sociais intensos de modo que Karl Marx (1818 – 1883) e Friedrich Engels 
(1820- 1885) criaram o chamado socialismo científico e o materialismo histórico, onde 
afirmavam que todos os fenômenos históricos são o produto das relações econômicas 
entre os homens. 
Estas concepções influenciaram e influenciam até os dias de hoje o 
comportamento administrativo nos níveis individual e social, assim como os métodos e 
processos, com ênfase na racionalização do trabalho.
A partir de então a Administração foi ganhando corpo, através da Teoria Geral 
da Administração que estuda as várias teorias ou escolas de acordo com as correntes de 
pensamento.
Assim hoje em dia a administração pode ser estudada do ponto de vista da 
interação e interdependência entre cinco variáveis principais que são: tarefa, estrutura, 
pessoas, tecnologia, e ambiente. Sendo que a adequação entre essas cinco variáveis 
constitui o principal desafio da administração.
As Teorias Administrativas
A partir das influências já discutidas foram surgindo às teorias administrativas.
A palavra Teoria originalmente vem do grego theoria que significauma visão. 
Assim o desenvolvimento de teorias pode ser compreendido como racional e intelectual, 
conduzindo à descoberta da verdade.
Uma teoria é um guia de ação, um guia para a coleta de fatos e a busca de novos 
conhecimentos, ela pode ser definida como sendo um conjunto de conceitos.
Segundo Horta (1979) citando Lahr (sem data), a teoria é um conjunto de leis 
particulares, de proposições hipotéticas, conceitos e definições, relacionados a uma 
explicação comum, logicamente ordenados, que visam explicar eventos, e são criados 
com algum propósito ou objetivo.
Segundo Paim (1986, p. 37) a teoria é “o núcleo central da ciência, sobre cujas 
bases se desenvolvem a observação, a descrição e a experimentação”. 
Concluindo Teorias podem ser definidas como sendo uma forma sistemática de 
olhar para o mundo e descrevê-lo, explicá-lo prevê-lo ou controlá-lo.
A importância e necessidade das teorias fica claro, por exemplo, na seguinte 
afirmação “sempre que decidimos e agimos, lá no fundo existe uma teoria, muitas vezes 
precária, mal fundamentada, baseada em pressupostos às vezes frágeis. E mais: muitas 
dessas teorias são inconscientes. Mas o certo é que elas estão presentes. Não há como 
agir sem que, consciente ou inconsciente, exista uma teoria por detrás” 
(CARAVANTES; PANNO; KLOECKNER, 2005 p.40).
Nesta aula iremos falar das principais teorias administrativas que foram se 
consolidando no decorrer dos tempos.
De modo geral o desenvolvimento das teorias administrativas pode ser 
subdividido em três períodos: Clássico a partir de 1895; Neoclássico a partir de 1925 e 
3
Moderno por volta de 1940, pois segundo PARK (1997) “O contínuo desenvolvimento 
das forças produtivas, a internacionalização dos mercados, a mobilidade dos conflitos 
sociais e organizacionais e a relativa consciência disso tudo propiciam a busca de 
respostas mais abrangentes para as questões administrativas”. 
Segundo ALMEIDA; ROCHA (1997), as teorias administrativas enfatizam pelo 
menos cinco concepções ou variáveis:
- Ênfase nas tarefas, valorizando os aspectos de racionalização do 
trabalho - Teoria Científica;
- Ênfase na estrutura, evidenciando-se os princípios da gerência e da 
racionalidade organizacional - Teoria Clássica, Neoclássica e da Burocracia;
- Ênfase nas pessoas, que pode ser chamada da reação humanista na 
administração, com enfoque para os aspectos de motivação, liderança, 
organização informal do trabalho - Teoria das Relações Humanas e 
Comportamental;
- Ênfase no ambiente - Teoria dos Sistemas
- Ênfase no ambiente e na tecnologia, com a aceitação da existência 
de indeterminação (contingência) - Teoria Contingencial;
Vejamos de modo esquemático cada uma delas a partir da leitura dos seguintes autores: 
Kurcgant (1991), Kwasnicka (1991), Chiavenato (1993), Rodrigues (1994), Collet, et al 
(1994) e Régnier (1997).
Teoria Científica
Criação e Desenvolvimento
Por volta de 1884 Frederick Winslow Taylor (1856 – 1915) que nasceu em 
Germantown, subúrbio da Filadélfia, no estado da Pensilvânia, EUA, vindo de uma 
família de classe média, abandonou o caminho profissional da advocacia e iniciou como 
simples operário na siderúrgica Midvale Steel Company, passando a capataz, 
contramestre, chefe de oficina, a engenheiro em 1885, quando se formou pelo Stevens 
Institute. 
Com este trabalho nesta empresa e a partir de métodos empíricos de observação 
e análise, ele começou a desenvolver, o primeiro modelo científico de organização do 
trabalho, também denominado de Taylorismo.
Ele verificou que no sistema de pagamento por dia de trabalho os trabalhadores 
não percebiam nenhuma vantagem em trabalhar arduamente, e assim ele afirmava que 
se a empresa pudesse estabelecer padrões de desempenho fixos, o trabalhador se 
esforçaria para receber salários maiores.
Pressupostos Básicos 
O Taylorismo consiste na aplicação dos princípios de organização e do método 
científico, com os objetivos básicos de eliminar o desperdício e as perdas, bem como 
elevar os níveis de produtividade. 
O que é conseguido através da:
 Racionalização do trabalho, decomposição das tarefas em operações simples 
(levando a quebra do saber operário alterando a relação que o trabalhador tinha 
até então com o seu trabalho), estudo dos tempos e movimentos;
 Especialização do operário
 Padronização de métodos, instrumentos e tarefas, para obter uniformidade e 
reduzir custos;
4
 Delimitação de tarefas e salários de acordo com a produção individual, com 
incentivos salariais e prêmios por produtividade;
 Divisão entre planejamento e execução do trabalho;
 Monopólio do conhecimento, através da atribuição aos gerentes de superpoderes 
para controlar rigorosamente a execução.
Assim, Taylor foi considerado “O pai da Administração Científica”, sendo que 
os principais aspectos do Taylorismo são:
1. Em relação à ênfase: ela esta centrada na realização das tarefas 
2. Quanto à abordagem da organização: a empresa era vista como estrutura 
formal sendo conceituada como sendo um sistema fechado; 
3. Concepção de homem: Homem econômico, considerando o homem 
como sendo motivável por recompensas salariais, econômicas e 
materiais;
4. Princípios: os quatro princípios fundamentais da administração científica 
são – principio do planejamento – a partir do qual todo trabalho deveria 
ter como critérios para sua realização métodos baseados em 
procedimentos científicos; da preparação dos trabalhadores- segundo o 
qual os trabalhadores devem ser treinados para produzir mais e melhor; 
do controle – consiste em se certificar que o trabalho esta sendo 
realizados de acordo com o as normas estabelecidas e o plano previsto e 
da execução – que consiste na distribuição das tarefas e 
responsabilidades de acordo com critérios estabelecidos para disciplinar 
a execução, divisão do trabalho.
Apreciação crítica
Como já dissemos Taylor foi quem propôs a criação de uma “Ciência da 
Administração” antes de suas observações não havia uma análise dos processos de 
trabalho, os gerentes não se preocupavam com os processos, discutia-se “o que”, mas 
não o “como” (Nóbrega, 1998).
A partir da racionalização e da padronização, houve incentivo salarial e prêmios 
por produtividade.
Segundo Kurcgant (1991) talvez o aspecto mais crítico na Teoria Científica seja 
o caráter mecanicista de sua proposta. Além disso, podemos apontar a 
superespecialização do operário, a visão microscópica do homem, a ausência de 
comprovação científica – uma vez que pouca pesquisa e experimentação científica 
foram feitas para comprovar as teses -, a abordagem prescritiva, normativa, incompleta 
da organização e a compreensão da empresa como um sistema fechado.
Entretanto apesar das críticas é importante lembrar que as contribuições de 
Taylor são relevantes e utilizadas até os dias de hoje, e que a partir de suas observações 
é que o trabalho passou a ser executado melhor e economicamente, impulsionando toda 
uma nova forma de compreender a Ciência da Administração.
A este respeito Rodrigues (1994 p. 30-31) afirma que “as idéias de Taylor ainda 
estão vivas. Com outros títulos ou rótulos ou inseridas implicitamente nas diversas 
escolas sociais ou de produção. Logo não podemos desprezá-las”.
Teoria Clássica
Criação e Desenvolvimento
Esta Teoria foi idealizada por Henri Fayol (1841 – 1925) nascido na França, que 
paralelamente a Taylor defendia princípios semelhantes na Europa. Uma diferença entre 
Taylor e Fayol diz respeito a inserção destes na empresa, enquanto Taylor começou “no 
chão da fábrica” Fayol trabalhava nos níveis organizacionais da cúpula administrativa.5
Esta teoria estava voltada para conseguir a máxima eficiência da organização 
através da adoção de uma estrutura que fosse adequada e consequentemente com um 
funcionamento compatível com essa estrutura.
Pressupostos Básicos 
Fayol considerava a administração como um processo universal, possível de ser 
aplicado em qualquer área, como uma atividade comum a tudo que necessita ser 
coordenado, comandado e controlado. 
A Teoria Clássica compreende a administração como um corpo de 
conhecimentos que pode ser produzido, desenvolvido e planejado racionalmente, ela foi 
fortemente influenciada pelas estruturas organizacionais militares e da igreja, 
compreendendo as empresas como estruturas limitadas a partir de uma hierarquia rígida 
e estática.
Além disso, esta teoria define como sendo funções administrativas o 
planejamento, a organização, o comando, a coordenação e o controle.
Os principais aspectos da Teoria Clássica são:
1. Em relação à ênfase: ela esta centrada na estrutura e no funcionamento 
organizacional 
2. Quanto à abordagem da organização: a empresa era vista como uma 
estrutura formal, constituída por um conjunto de órgãos, com desenho de 
cargos, tarefas, regras e normas bem delimitadas e com uma divisão 
vertical do trabalho, seguindo uma hierarquia da autoridade.
3. Concepção de homem: Homem econômico, considerando o homem 
como sendo motivável por recompensas salariais, econômicas e 
materiais;
4. Princípios: Através desta teoria foram definidos os princípios gerais da 
administração sendo eles – 
a. Divisão do trabalho – compreendida como sendo a especialização 
dos funcionários desde a maior autoridade até os operários, 
favorecendo a eficiência e a produtividade.
b. Autoridade e responsabilidade – sendo que a autoridade é 
considerada como o direito dos superiores darem ordens que 
deverão ser seguidas e a responsabilidade como a contrapartida 
da autoridade.
c. Disciplina – estabelecimento de regras de conduta e de trabalho 
válidas para todos, sem elas ocorre o caos na organização.
d. Unidade de Comando: um trabalhador deve receber ordens de 
apenas um superior.
e. Unidade de Direção - um único plano para um grupo de 
atividades com o mesmo objetivo.
f. Subordinação dos interesses individuais aos interesses gerais - o 
interesse de um funcionário não deve prevalecer sobre o interesse 
da instituição.
g. Remuneração - a compensação deve ser justa, e na medida do 
possível garantir a satisfação do indivíduo e da empresa.
h. Centralização – as atividades essenciais e a autoridade devem ser 
centralizadas.
i. Rede escalar – deve haver uma estrutura hierárquica com uma 
linha de autoridade fixa.
j. Ordem – um lugar para cada coisa, e cada coisa em seu lugar.
6
k. Equidade – senso de justiça que deve prevalecer justificando a 
lealdade e devoção de cada funcionário a organização.
l. Estabilidade – a rotatividade tem efeitos negativos, uma vez que é 
necessário tempo para que o trabalhador se adapte as suas 
funções.
m. Iniciativa – em todos os níveis é necessário que haja entusiasmo e 
energia, para que os planos sejam estabelecidos e cumpridos.
n. Espírito de Equipe – necessidade do desenvolvimento do trabalho 
em conjunto, e a manutenção do relacionamento interpessoal.
Apreciação crítica
Os estudos de Fayol foram centrados na unidade do comando, autoridade e na 
responsabilidade, dando a Teoria Clássica um caráter prescritivo e normativo na 
determinação de regras e normas, além disso, uma vez que se voltou para a estrutura 
formal da organização, não considerando a estrutura informal, concebeu a empresa 
como um sistema fechado, sendo criticada também por não estar voltada para as 
necessidades dos trabalhadores.
Propôs a divisão horizontal do trabalho, através do agrupamento de atividades 
afins, denominada departamentalização e a divisão vertical estabelecendo níveis 
hierárquicos, com ênfase na estrutura que a organização deveria possuir para ser 
eficiente.
Possibilitou uma redução nos custos dos bens manufaturados, tornando muitos 
destes antes inacessíveis as camadas trabalhadoras, disponíveis para as massas. Tornou 
ainda possível o aumento dos salários.
Teoria das Relações Humanas
Criação e Desenvolvimento
Com a grande depressão devido à quebra da Bolsa de Valores de Nova York em 
1929, no início da década de 30 nos Estados Unidos, ganha força um conjunto de teorias 
administrativas, também denominadas de teoria das Relações Humanas ou Escola das 
Relações Humanas.
Até então como conseqüência das Teorias Científica e Clássica o trabalhador era 
considerado de forma muito mecânica e econômica, já esta teoria cria novas 
perspectivas para a administração, ao passar a perceber o trabalhador como portadores 
de sentimentos e necessidades, deixando de enfatizar a estrutura e passando a 
preocupar-se com os aspectos psicológicos e sociais do homem no trabalho.
Um dos primeiros estudiosos da Teoria das Relações Humanas foi o médico e 
sociólogo australiano Elton Mayo, que em 1924 realizou um estudo para verificar a 
influência da iluminação na produtividade, buscando variáveis que influenciassem, 
positiva ou negativamente a produção. Este trabalho ficou conhecido como experiência 
de Hawthorne, por ser este o nome do bairro onde estava localizada a Western Electric 
Company, fábrica onde Mayo realizou sua pesquisa, em Chicago, nos EUA.
A partir desta experiência Mayo concluiu que a produção não era determinada 
unicamente pela condição física do trabalhador, mas que ela era uma decorrência 
também e principalmente da integração dos trabalhadores com o grupo social.
Pressupostos Básicos 
A partir desta teoria a administração passou a discutir novas variáveis, entre elas 
a motivação humana, a liderança, a comunicação e a dinâmica de grupo. 
Os principais aspectos da Teoria das Relações Humanas são:
7
1. Em relação à ênfase: ela esta centrada na percepção de que um problema 
humano para ser resolvido necessita de dados, informações e ferramentas 
também humanas, ou seja, a ênfase está nas pessoas;
2. Quanto à abordagem da organização: passou-se a salientar a importância da 
organização informal, da cooperação entre os trabalhadores para os resultados na 
produção e para a necessidade de não haver incompatibilidade entre os objetivos 
da organização e os dos trabalhadores.
3. Concepção de homem: nesta teoria as recompensas sociais é que são 
consideradas como fatores determinantes no desempenho do indivíduo, assim o 
homem e considerado um ser social – “homem social”;
4. Princípios: da mesma forma novos princípios passaram a ser discutidos entre 
eles: as recompensas sociais como determinantes do desempenho e a 
administração participativa.
Apreciação crítica
As principais críticas a esta teoria apontam para a concepção ingênua e 
romântica dos trabalhadores e para a ênfase exagerada nos grupos informais, que 
fizeram com que ela se tornasse uma forma paternalista de administração, ignorando os 
confrontos e conflitos entre empregados e administradores, levando a um enfoque 
manipulativo e demagogo.
O maior impacto desta teoria foi à constatação de que os trabalhadores possuem 
uma capacidade para agir eficientemente na medida em que lhes e oferecido certo grau 
de responsabilidade, e que os problemas humanos no trabalho podem ser equacionados 
e solucionados.
Teoria da Burocracia
Criação e Desenvolvimento
Esta Teoria administrativa desenvolveu-se por volta de 1940, quando o 
sociólogo alemão Max Weber (1864-1920) estudou as organizações sob o aspectoestruturalista enfocando a adequação dos meios utilizados nas empresas em relação aos 
resultados, aos fins esperados. Assim a Burocracia é uma forma de organização humana 
que se baseia na racionalidade, visando à máxima eficiência possível no alcance dos 
objetivos.
Popularmente por burocrática compreendemos uma organização onde os papéis 
se multiplicam e avolumam tão complexa que impede as soluções rápidas ou eficientes, 
ou também como o seguimento rígido dos funcionários aos regulamentos e rotinas, 
levando a ineficiência da empresa, assim burocracia costuma ser sinônimo de defeitos 
ou disfunções do sistema e não o sistema em si mesmo, mas não devemos nos prender 
ao julgamento de valores da palavra burocracia.
No conceito de Max Weber burocracia é exatamente o contrário, é a organização 
eficiente por excelência que detalha antecipadamente como as tarefas deverão ser 
realizadas, devendo ser impessoal e formal.
Pressupostos Básicos 
Para Weber as principais características do Modelo Burocrático seriam:
 Caráter formal e legal das normas, regulamentos, rotinas, procedimentos e 
comunicações;
 Divisão de trabalho, estabelecendo o grau hierárquico de cada cargo, o poder, a 
responsabilidade, as atribuições e as condições necessárias;
 Ênfase e estímulo à competência técnica e profissionalização;
8
 O corpo administrativo deve ser separado da propriedade da empresa, com 
especialização da administração;
 Completa previsibilidade do funcionamento.
Os principais aspectos da Teoria Burocrática são: 
1. Em relação à ênfase: ela esta centrada na estrutura organizacional 
2. Quanto à abordagem da organização: compreende a empresa como estruturada 
por normas e regulamentos previamente estabelecidos por escrito, que definem 
antecipadamente como ela deve funcionar, conferindo um caráter formal à 
organização; 
3. Concepção de homem: caracteriza-se pela impessoalidade nas relações humanas, 
considera os trabalhadores apenas em função dos cargos e funções que exercem 
na empresa - Homem organizacional;
4. Princípios: segue os mesmo princípios da Teoria Clássica
Apreciação crítica
Um dos dilemas enfrentado pela Teoria Burocrática diz respeito ao fato de que a 
impessoalidade e a racionalidade do modelo não permitem uma liderança competitiva 
ou uma sobrevivência em um ambiente dinâmico, onde existem pressões constantes de 
forças exteriores que encorajam o burocrata a seguir ouras normas diferentes das da 
organização.
Além disso, o exagerado apego as regras, normas e regulamentos, assim como o 
modo operacional mecânico, a desatenção ao comportamento humano inibem a 
criatividade a flexibilidade, transformando muitas vezes os meios em fins.
Como aspectos positivos são citados: a possibilidade de maior rapidez nas 
decisões; uniformidade de rotinas, procedimento e na interpretação, uma vez que toda 
regulamentação é escrita, redução do atrito entre as pessoas, subordinação dos mais 
novos aos mais antigos, constância e confiabilidade, pois tudo é conduzido de acordo 
com as normas entre outros.
Teoria Comportamental
Criação e Desenvolvimento
Esta Teoria teve origem a partir de uma crítica e reestruturação da Teoria das 
Relações Humanas, e apesar de compartilhar dos conceitos fundamentais rejeita as 
concepções românticas e ingênuas desta teoria.
Assim a partir da década de 50, inicialmente nos Estados Unidos, se desenvolve 
uma nova concepção de administração, que transfere a preocupação com a estrutura 
para o processo, para o comportamento humano nas organizações, tendo por base o 
movimento Behaviorista ou das ciências do comportamento.
Os estudiosos desta teoria se debruçaram sobre a análise do comportamento das 
pessoas, principalmente no que diz respeito ao que motiva as pessoas.
Além disso, tendo por base os estudos de Herbert Simon, a Teoria 
Comportamental compreende a organização como sendo um sistema de decisões onde 
cada trabalhador participa racional e conscientemente, escolhendo e tomando decisões 
individuais a respeito de alternativas, tendo por base as informações que recebe em seu 
ambiente.
Dentre as várias proposições sobre a motivação humana, citam-se as 
contribuições de Maslow com o estudo das necessidades humanas básicas, de Mc 
Gregor com a teoria X e Y, Herzberg com a teoria higienista e Likert com os sistemas 
de administração.
Vejamos resumidamente o que falavam estes estudiosos:
9
Teoria de Maslow – Da hierarquia das necessidades humanas
Segundo Maslow, as pessoas são dominadas por motivos ou solicitações de suas 
necessidades internas insatisfeitas, que orientam e determinam o comportamento. Há 
uma hierarquia dessas necessidades, uma escala de prioridades que vai das necessidades 
básicas ou fisiológicas, de segurança, sociais ou de afeição e de pertencer a um grupo, 
de auto-estima ou reconhecimento até as de auto-realização ou realização pessoal. 
Essas cinco categorias de necessidades são importantes, interdependentes e 
justapostas. E elas podem surgir concomitantemente, ou seja, uma necessidade de auto-
realização pode surgir antes que uma necessidade fisiológica esteja completamente 
satisfeita, o alcance dos níveis não é permanente sendo que a ordem à importância das 
necessidades das pessoas e as maneiras de satisfazê-las podem se modificar.
Teoria de McGregor – Da participação
McGregor assinala a existência de um conflito básico entre as necessidades dos 
indivíduos e as da organização, e considera que nenhuma das partes pode ser 
plenamente satisfeita, mas cabe ao administrador orientar seus esforços nesse sentido. 
Em seus estudos ele sugere dois estilos dicotômicos de administração:
a) Teoria X - que corresponde à suposição de que o homem é uma criatura 
indolente e que foge à responsabilidade, que tem aversão ao trabalho e o evitaria se 
pudesse, daí a necessidade de organizar todo o seu trabalho e controlá-lo, por meio de 
regulamentos, disciplina, através de promessas de recompensas e elogios, como o fazia 
a Teoria Clássica,
b) Teoria Y - que corresponde à suposição de que o homem é uma criatura que 
tem motivações e necessidades que necessitam ser satisfeitas, gostam do trabalho 
quando compreendem o que se espera delas e quando recebem satisfação decorrente do 
mesmo, daí a necessidade do conhecimento da motivação humana como meio de 
obtenção de eficiência no trabalho. 
A Teoria Y é o estilo mais adequado em todas as situações e gera um clima de 
trabalho favorável que estimula, por si mesmo, a alta produtividade, o autocontrole e a 
criatividade. 
A teoria de McGregor considera que o homem renova suas próprias 
necessidades, ela é normativa e fornece uma descrição interessante de uma filosofia da 
organização calcada no humanismo e na tentativa de integrar as necessidades 
individuais e organizacionais. Propõe uma administração participativa ou consultiva na 
quais os indivíduos participam ou são consultados quanto às decisões que devem ser 
tomadas a seu respeito.
Teoria de Hezberg – De higiene
Hezberg considera que as pessoas possuem dois tipos de necessidades diferentes 
que afetam o comportamento humano:
Elementos ambientais ou higiênicos, que são: condições de trabalho, tipo de 
supervisão, políticas administrativas, status e prestígio, relações interpessoais, dinheiro 
e segurança pessoal, sendo que Hezberg considera que qualquer mudança ou melhoria 
nesses elementos diminuirá a insatisfação, mas não aumentará a satisfação.
Elementos motivacionais ou de função, que são: reconhecimento, trabalho 
estimulante, maior responsabilidade, crescimento e desenvolvimento pessoal, sendo que 
qualquer mudança ou melhoria nesses elementos poderá motivar melhordesempenho.
 Para Hezberg, a estratégia de desenvolvimento organizacional mais adequada é 
a reorganização que ele denomina ‘enriquecimento de tarefas’ a qual consiste 
10
basicamente em aumentar a responsabilidade do cargo adicionando tarefas 
gradativamente mais elevadas e desafiantes.
Likert - Perfis organizacionais
Para Likert, a administração é um processo relativo, onde não existem normas e 
princípios válidos para todas as situações, e assim ela não pode ser igual em todas as 
organizações, assumindo feições diferentes, de acordo com as condições internas e 
externas das organizações.
Ele propõe então uma classificação de Sistemas de Administração definindo 
quatro perfis organizacionais: 
 Autoritário coercitivo – fortemente arbitrário e que controla rigidamente toda a 
organização; 
 Autoritário benevolente – variação atenuada do primeiro, mais condescendente e 
menos rígido; 
 Consultivo – caminha na direção participativa, e gradativamente representa um 
abrandamento da arbitrariedade organizacional; 
 Participativo – democrático e aberto.
Para chegar a esta classificação ele analisou as seguintes variáveis 
organizacionais: o processo decisorial adotado; o sistema de comunicação existente; o 
relacionamento interpessoal e o sistema de recompensas e punições vigentes na 
organização.
Esses quatro sistemas mostram as diferentes e gradativas alternativas 
existentes para administrar uma empresa, além disso, Likert constatou que quanto mais 
próximo do Sistema participativo estiver o estilo de administração da empresa, maior 
será a probabilidade de haver alta produtividade, boas relações de trabalho e elevada 
rentabilidade. 
Pressupostos Básicos 
Esta Teoria abandona as posições normativas e prescritivas das teorias anteriores 
para a adoção de posições explicativas e descritivas.
E apresenta como principais aspectos: 
1. Em relação à ênfase: nas pessoas;
2. Quanto à abordagem da organização: ela compreende a organização como um 
sistema social, cooperativo e racional e, portanto forma e informal;
3. Concepção de homem: visando à maneira satisfatória e não a melhor maneira de 
realizar o trabalho tendo por base o behaviorismo esta teoria deu ênfase ao 
Homem Administrativo;
4. Princípios: estudar os fenômenos sociais através das causas que influenciam os 
comportamentos dos indivíduos tanto em nível micro como macro.
Apreciação crítica
Como crítica a Teoria Comportamental questiona-se a relatividade da teoria da 
motivação que considera como se todas as pessoas possuíssem as mesmas necessidades 
e como se estas pudessem ser hierarquizadas linearmente, outra questão diz respeito ao 
fato de estrutura formal da organização ser considerada de forma isolada, independente 
da estrutura informal.
Além disso, também, ela é criticada pela tendência a ser manipulativa, uma vez 
que busca descobrir formas intrínsecas de obter maior produtividade ou qualquer outro 
objetivo.
11
Como aspecto positivo é possível destacar a grande contribuição desta teoria 
para a administração ao evidenciar os diferentes estilos com que os administradores 
dirigiam suas equipes, unindo a escolha do estilo às convicções que estes possuíam 
sobre o comportamento humano.
As teorias motivacionais demonstraram ainda que os objetivos dos indivíduos 
nem sempre se aproximam dos objetivos das organizações, levando muitas vezes, a um 
comportamento alienado e ineficiente, que pode retardar ou impedir o alcance dos 
objetivos das organizações. Por outro lado, é difícil de definir parâmetros universais que 
possam ser utilizados para motivar as pessoas, há sempre um componente subjetivo na 
motivação, e, portanto o que é bom para uma pessoa pode não ser para outra.
Teoria Neoclássica
Criação e Desenvolvimento
Esta teoria surgiu a partir da releitura e aprimoramento de algumas 
características da administração clássica, através de testes e experimentos, sendo vários 
os autores que compõem seu corpo de conhecimentos. 
Ela é uma reação à influência das ciências do comportamento no campo da 
Administração em detrimento dos aspectos econômicos e concretos que envolvem o 
comportamento das organizações.
Um dos produtos da Teoria Neoclássica e a chamada Administração por 
Objetivos.
Pressupostos Básicos
 Ela se caracteriza pela ênfase na ação, na operacionalização prática da 
administração; reafirmação dos postulados clássicos que são redimensionados e 
reestruturados de acordo com uma configuração mais ampla e flexível; retoma os 
princípios de administração como critérios elásticos para a busca de soluções práticas; 
enfatiza os objetivos e os resultados como forma de avaliar o desempenho das 
organizações; absorção do conteúdo de outras teorias administrativas mais recentes; 
concebe a administração como uma técnica social de lidar com pessoa, influenciando-as 
para o alcance de objetivos e resultados.
Além disso, os autores neoclássicos adotam o processo administrativo como 
núcleo de sua teoria eclética e utilitarista, definindo como funções administrativas: o 
planejamento, a organização, a direção e o controle.
Os principais aspectos da Teoria Neoclássica são: 
1. Em relação à ênfase: no ecletismo – tarefa, pessoas e na estrutura;
2. Quanto à abordagem da organização: considera a organização um sistema social 
com objetivos a alcançar e, portanto ela é formal e informal;
3. Concepção de homem: Homem Organizacional e Administrativo;
4. Princípios: da divisão do trabalho, da especialização, da existência de níveis 
hierárquicos e da amplitude administrativa (número de subordinados que o 
administrador pode dirigir).
Apreciação crítica
Um aspecto positivo é a tentativa de superação dos aspectos negativos da teoria 
clássica o caráter prescritivo e normativo na determinação de regras e normas, e 
concepção da organização como um sistema fechado.
O processo administrativo adotado por esta teoria se mostra flexível, maleável e 
adaptável às situações variadas e circunstâncias diferentes.
12
Seu grande desafio é conseguir a participação dos trabalhadores e enfrentar o 
dilema da centralização versus descentralização.
Teoria de Sistemas
Criação e Desenvolvimento
Esta teoria surgiu na década de 60 tendo como base os principais conceitos da 
cibernética que envolve os estudos dos sistemas, da ciência da comunicação e do 
controle.
Seu precursor foi Ludwig Von Bertalanffy, que definiu sistema como sendo um 
conjunto de elementos inter-relacionados e integrados visando o alcance de um objetivo 
determinado, e um dado resultado ou uma determinada função.
Com uma abordagem integrativa a teoria de sistemas fundamenta-se em três 
premissas: os sistemas existem dentro de sistemas, eles são abertos e as funções de um 
sistema dependem de sua estrutura.
Assim as organizações são consideradas como sistemas de papéis onde os 
trabalhadores agem como transmissores de papel, atores e pessoas focais.
Pressupostos Básicos 
Da definição de Bertalanffy decorrem as seguintes características de um sistema:
 Todo sistema em um ou alguns propósitos ou objetivos – Propósito ou objetivo;
 Tem uma natureza orgânica através da qual uma ação que produza uma mudança 
em uma das unidades, muito provavelmente ira produzir mudanças em todas as 
outras unidades – globalismo ou totalidade;
 Tendência para o desgaste, para desintegração, o afrouxamento dos padrões e o 
aumento da aleatoriedade – entropia – à medida que aumenta a informação 
diminui a entropia;
 Há um equilíbrio dinâmico entre as partes do sistema – homeostasia.
Os sistemas podem ser classificados ainda em relação a sua naturezasendo 
denominados de sistema abertos aqueles que trocam matéria e energia com o meio 
ambiente e os fechados àqueles que não fazem trocas com o meio.
Os principais aspectos da Teoria de Sistemas são: 
1. Em relação à ênfase: no ambiente
2. Quanto à abordagem da organização: compreende a organização como um 
sistema aberto
3. Concepção de homem: a concepção é de Homem Funcional compreendido como 
o indivíduo que tem um papel dentro das organizações, inter-relacionando-se 
com os demais indivíduos, como um sistema aberto. 
4. Princípios: Os elementos estão integrados e inter-relacionados de modo a 
alcançar um resultado.
Apreciação crítica
Para alguns autores ela considerada abstrata e conceitual, de difícil aplicação as 
situações gerenciais práticas.
Entretanto pode-se dizer que a abordagem sistêmica é basicamente uma teoria 
geral compreensiva uma vez que cobre amplamente todos os fenômenos 
organizacionais, tendo contribuído para uma ampliação na visão dos problemas 
organizacionais.
Além disso, ela é considerada também como uma síntese integrativa dos 
conceitos clássicos, neoclássicos, estruturalistas e behavioristas.
13
E apesar de sua abordagem parecer completa, ela ainda necessita de uma melhor 
sistematização e detalhamento pois sua utilização na prática ainda é pequena.
Teoria da Contingência
Criação e Desenvolvimento
A palavra contingência significa: o que pode vir a acontecer ou não. Diz respeito 
a uma proposição que só pode ser verificada, confirmada ou não pela experiência e 
evidência e não pela razão.
Esta teoria tem sua origem a partir de estudos, na década de 60, que mostraram 
como uma mesma organização funcionava de formas diversas em condições diferentes. 
E assim, concluiu-se que as condições em que uma organização funciona, são 
decorrentes do ambiente externo que influenciam na estruturação e nos processos 
administrativos das empresas.
De uma forma mais ampla a teoria contingencial mostra que não se alcança a 
eficácia organizacional seguindo apenas um único modelo, não existe uma forma que 
seja a única e a melhor para que se alcancem os objetivos que são variados e acontecem 
em ambientes também diversos nas organizações.
Assim ambientes e situações diferentes requisitam relações organizacionais 
diferentes e modelos apropriados para cada caso vivenciado.
Pressupostos Básicos 
Segundo os autores que estudaram a abordagem da contingência as duas 
variáveis que produzem o maior impacto sobre as empresas são o ambiente e a 
tecnologia, que consequentemente implicam em diferenças na estrutura e no 
funcionamento.
Ela enfatiza que não há nada de absoluto nas organizações ou na teoria 
administrativa, tudo é relativo. 
Sua tese central, como já dissemos, é a de que não há um método ou técnica 
exclusivamente válida, ótima ou ideal para todas as situações. O que há é um conjunto 
de alternativas, métodos ou técnicas, discutidos pelas diversas teorias administrativas, 
sendo que um deles poderá ser o mais adequado para uma determinada situação.
 Assim as teorias administrativas anteriores não estão erradas, o que acontece é 
que cada uma delas foi proposta e desenvolvida tendo em perspectiva um determinado 
contexto, uma dada situação, na qual ela funciona adequadamente. Mas, se o contexto e 
a situação se modificam ela pode deixar de ser válida.
Assim a abordagem contingencial consiste em se diagnosticar as características 
do ambiente e da tecnologia para que se possam verificar as necessidades 
organizacionais e a partir delas, propor a abordagem teórica que de conta da situação 
vivenciada.
Os principais aspectos da Teoria Contingencial são: 
1. Em relação à ênfase: no ambiente – conceituado como sendo tudo o que envolve 
externamente uma organização, contexto dentro do qual ela está inserida – e na 
tecnologia – compreendida como conhecimentos acumulados ou desenvolvidos 
sobre o significado e a execução de tarefas e pelas suas manifestações físicas 
decorrentes (máquinas, equipamentos, instalações) constituindo um complexo de 
técnicas utilizadas na transformação dos insumos pelas organizações.
2. Quanto à abordagem da organização: considera a organização um sistema aberto 
quando se considera o ambiente/contexto no qual ela está inserida e um sistema 
fechado quando se considera a racionalidade técnica 
14
3. Concepção de homem: considera o homem um individuo complexo em relação a 
sua natureza, as suas características, as suas múltiplas necessidades e 
potencialidades - Homem Complexo.
4. Princípios: O ambiente externo influência a estruturação e os processos 
organizacionais, devendo haver ajuste entre a organização, o ambiente e a 
tecnologia, com ênfase na flexibilidade organizacional.
Apreciação critica
A teoria contingencial é eclética e integrativa, absorvendo os conceitos das 
diversas teorias administrativas ampliando os horizontes e afirmando que nada é 
absoluto.
Ela afirma que todas as teorias administrativas são válidas, mas para 
determinados contextos e circunstâncias, sendo considerada muitas vezes mais uma 
maneira relativa e situacional de se ver as organizações do que propriamente uma 
Teoria Administrativa.
Algumas Reflexões Finais
Bem, chegamos ao final de mais um encontro, onde discutimos as principais 
teorias administrativas: Científica, Clássica, Relações Humanas, Burocracia, 
Comportamental, Neoclássica, de Sistemas e Contingencial.
Discutimos como cada uma delas traz uma contribuição particular e importante 
para o desenvolvimento da prática de administração, influenciando no desenvolvimento 
organizacional de empresas, serviços e instituições. 
No decorrer da apresentação das teorias pudemos também refletir sobre como 
nós enfermeiros podemos aplicar esses conhecimentos no dia a dia de um serviço de 
enfermagem.
 Mas, para aprofundar na discussão da utilização, aplicação das teorias 
administrativas na enfermagem é necessário ainda que vocês façam um trabalho 
analisando como a enfermagem tem utilizado ou pode vir a utilizar na sua prática as 
contribuições das teorias administrativas estudadas nesta aula.
Bom Trabalho!
Referências
ALMEIDA, M. C. P. de; ROCHA, S. M. M. O trabalho de enfermagem. São Paulo, Cortez, 
1997.
CARAVANTES, G. R.; PANNO, C. C.; KLOECKNER, M. C. Administração: teorias e 
processo. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005.
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CHIAVENATO, I. Teoria Geral da Administração. São Paulo, MAKRON BOOKS, 1993.
HELOANI, R. Organização do trabalho e administração: uma visão multidisciplinar. São 
Paulo, Cortez, 1994.
HORTA, V. de A. Processo de Enfermagem. São Paulo: EPU/Editora da Universidade de São 
Paulo, 1979.
15
KURCGANT, P. As teorias de administração e os serviços de enfermagem. In: KURCGANT, 
P. (org.). Administração em Enfermagem. São Paulo, EPU, 1991, p.165.
KWASNICKA, E. L. Introdução à Administração. São Paulo, Atlas, 1991
NOBREGA, C. Frederich Taylor, a “Gerência Científica” e os paradoxos da administração. In: 
http://www.quattro.com.br/clementenobrega/artigos1.num - acessado em 26/10/1998.
PAIM, R. C. N. Metodologia Cientifica em Enfermagem. Rio de Janeiro: Editora Espaço e 
Tempo, 1986.
PARK, K. H. (coord.) Introdução ao estudo da administração. São Paulo, Pioneira, 1997.
PINHEIRO, T. X. A. Administração Pública. Rev. Adm. Públ. nº 3, v.11, p.95-101. 1998.
RÉGNIER, K. von D. Alguns elementos sobre a racionalidade dos modelos Taylorista,
Fordista e Toyotista. Bol. Tec. DoSenac. V.23, n.2, maio/agosto, 1997.
RODRIGUES, M.V.C. Qualidade de vida no trabalho: evolução e análise no nível gerencial. 
Petrópolis, RJ: Vozes, 1994.
16
	EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ADMINISTRATIVO E A ENFERMAGEM – as teorias administrativas1
	GRECO, ROSANGELA MARIA2

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