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Tecnologia pós colheita do MARACUJÁ

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Tratamento fitossanitário 
A redução da vida útil da plantação decorre do fato de o maracujazeiro apresentar problemas fitossanitários com maior intensidade a partir do primeiro ano de existência. Esta cultura está sujeita a várias pragas, como a lagarta-da-folha, percevejos, besouros e doenças que atingem desde o viveiro de mudas (tombamento, bacteriose e antracnose), até as plantas no campo (bacteriose, antracnose, verrugose, septoriose, pintas ferruginosas, podridão do pé, murcha e morte súbita).
Esta suscetibilidade já levou à redução da produção e posterior redução da área plantada em importantes estados produtores. Além de condições climáticas favoráveis a este tipo de ocorrência, com o passar dos anos, se a área plantada com o maracujá for a mesma e não receber cuidados fitossanitários adequados, a possibilidade de infestação e contaminação de pragas e doenças aumenta substancialmente, geralmente afetando áreas próximas, mas podendo chegar a extensões consideráveis.
O tratamento de inverno dos pomares, consistindo de poda, eliminação de restos de cultura e tratamento fitossanitário adequado, pode contribuir enormemente para a redução das podridões nos frutos. O galpão de embalagem deve ser higienizado periodicamente, procedendo-se também a sanitização de caixas de colheita, equipamentos, utensílios e câmaras de armazenamento. O uso de água clorada para lavagem das frutas reduz a contaminação externa, mas não tem efeito sobre as infecções latentes. 
Recomenda-se fazer seleção rigorosa das frutas, quanto ao estádio de maturação e à presença de danos mecânicos. 
No Brasil, atualmente, não há disponibilidade de fungicidas registrados para uso em pós-colheita de, maracujá. Deste modo, deve-se recorrer a todas as práticas de pré-colheita e manuseio que reduzam o potencial de inóculo e evitem ferimentos nas frutas. Assim, deve-se também acondicionar as frutas em embalagens apropriadas, evitar transporte e armazenamento sob altas temperaturas e promover rapidez na distribuição aos centros consumidores.
Embalagem
Para a exportação, a embalagem utilizada para o maracujá-amarelo é a caixa tipo “goiaba”, de papelão ondulado, com 5% de abertura na superfície. As caixas com camadas simples devem conter cerca de 40 frutas e as com duas camadas de 46 a 48 unidades. Geralmente, as frutas são embaladas em bandejas de celulose, fibra de plástico ou papel de seda, o que confere proteção adequada ao produto. O peso total da caixa varia de 2kg a 3kg, sendo que o mercado europeu exige frutas com 45g a 60g e diâmetro de 4,5cm a 5,0cm (Ruggiero et al., 1996).
 Os maracujás azedos deveram ser embalados em locas secos, limpos, ventilados com dimensões de acordo com os volumes a serem acondicionados de fácil higienização, afim de evitar efeitos prejudiciais a qualidade e conservação destes
 Para mercado mais exigente, os frutos são classificados e embalados de acordo com os padrões estabelecidos pelo “Programa para a Melhoria dos Padrões Comerciais e Embalagens de Hortigranjeiros”. Esta classificação separa o fruto por cor, tamanho, formato e qualidade. O maracujá amarelo classifica-se de acordo com o grupo (relacionado à característica varietal de coloração da casca); subgrupo (relacionado ao estádio de maturação, identificado pela cor da casca); classe (relacionada ao diâmetro equatorial dos frutos medido em mm) e; tipo ou categoria (relacionado à quantidade de defeitos presentes no lote).
A embalagem deve ser paletizável e pode ser descartável ou retornável. A embalagem descartável deve ser reciclável ou de incinerabilidade limpa. Já, a retornável deve permitir a higienização. 
Rotulagem 
O rótulo, que é o certificado de origem do produto e garante a sua rastreabilidade, precisa constar em todas as embalagens. A rotulagem é de uso obrigatório e é regulamentada pelo Governo Federal. O código de barras é utilizado para captura dos dados nos processo automatizados. As embaladas deverão ser rotuladas ou etiquetadas em lugar de fácil visualização e de difícil remoção.
 
Conservação pós-colheita (Armazenamento) 
A vida de armazenamento de diferentes tipos de frutos, em geral, varia inversamente com a taxa de respiração, já que esta indica a rapidez com que as mudanças bioquímicas ocorrem (Chitarra & Chitarra, 1990).
 O maracujá apresenta padrão climatérico de desenvolvimento, sendo que à temperatura de 20°C libera 25 ml de CO2.kg-1.h-1, no ponto mínimo, e 45 ml de CO2.kg-1.h-1, no ponto máximo (Biale, 1960). Possui uma produção muito alta de etileno, com valores superiores a 100µl.kg-1.h-1 a 20°C (Kader, 1992), que pode atingir, no ponto máximo do climatério, 370µl.kg-1.h-1 (Akamine et al.,1957). 
A intensidade respiratória das frutas tropicais, após a colheita, está intimamente relacionada com a temperatura (Sigrist, 1992). 
Em frutos climatéricos como o maracujá, o abaixamento da temperatura retarda o pico climatérico e reduz sua intensidade (Chitarra & Chitarra, 1990). Além disso, quanto mais curto o intervalo entre a colheita e a diminuição da temperatura dos frutos até o nível ideal, melhor e mais longa será a sua conservação (Awad, 1993). 
Tanto o maracujá-amarelo quanto o maracujá-roxo não resistem ao armazenamento à temperatura ambiente por mais de sete a dez dias. Porém, o maracujá-roxo mostra-se mais resistente à perda de peso e ao ataque fúngico, quando comparado ao maracujá-amarelo (Pruthi, 1963 e Aular- Urrieta, 1999). A temperatura de armazenamento é, portanto, o fator ambiental mais importante, não só do ponto de vista comercial, como também por controlar a senescência, uma vez que regula as taxas de todos os processos fisiológicos e bioquímicos associados (Chitarra & Chitarra, 1990). A temperatura recomendada para o armazenamento do maracujá tem mostrado algumas diferenças, pois, enquanto Pruthi (1963), Contribuição... (1972) e Hall et al. (1975) recomendam temperaturas entre 5,6ºC e 7,2ºC e umidade relativa entre 85%- 90% para conservar o maracujá-roxo por quatro a cinco semanas e o amarelo por três a quatro semanas.
 A utilização de embalagens adequadas também pode ser uma alternativa para aumentar o período de armazenamento do maracujá, dada a modificação da atmosfera que envolve os frutos, a qual pode ser transportada com eles. 
Refrigeração 
O maracujá-amarelo é sensível ao transporte e à estocagem em temperatura ambiente, por mais de 7 a 10 dias (Silva e Durigan, 2000). As temperaturas acima de 10°C para maracujá-amarelo têm a finalidade de evitar os danos do resfriamento, que ocorrem abaixo de 7°C (Silva e Durigan, 2000; GreenSeedes, 2008). Perdem muito de seu peso em água, e amadurecem rapidamente, o que estimula o desenvolvimento das infecções quiescentes (Benato, 1999), sendo o maracujá do tipo roxo mais resistente à perda de peso e ao ataque fúngico do que o amarelo (Silva e Durigan, 2000). As temperaturas abaixo de 10°C paralisam o crescimento micelial da maioria dos fungos que são patógenos pós-colheita em maracujá (Benato, 1999). Ruggiero et al. (1996), descrevem os danos causados pelo frio, que aparecem logo após o armazenamento prolongado ou a retirada da frigoconservação, como um fruto de coloração irregular com descoloração superficial na casca e na parte interna e descoloração avermelhada da casca, seguido de enrugamento e suscetibilidade ao ataque de patógenos além da formação de sulcos e áreas encharcadas, diminuindo o sabor, aumentando a perda de água, e tornando o amadurecimento irregular ou provocando o não amadurecimento do fruto (Silva e Durigan, 2000; Kader, 2008; Green-Seeds, 2008; Paull e Chen, 2008). O abaixamento de temperatura é considerado o principal fator na manutenção da qualidade pós-colheita dos frutos e apresenta um custo relativamente mais baixo que o armazenamento em Atmosfera Controlada (AC). A refrigeração, isoladamente, não reduz suficientemente o metabolismo para permitir um longo período de armazenamento (Brackmann e Steffens, 2002). Havendo redução da respiração, há, em consequência, redução nas perdas de aroma, sabor,textura, cor e demais atributos de qualidade dos produtos (Chitarra e Chitarra, 2005). A refrigeração é um dos meios mais eficazes de reduzir os processos metabólicos em frutos e, geralmente, é utilizada associada às técnicas tais como atmosfera controlada (Seymour et al., 1987), atmosfera modificada por embalagens plásticas (Tan et al., 1990) e absorvedores de etileno (Satyan et al., 1992). 
Aular-Urrieta (1999), recomendam, para o maracujá-amarelo, 10ºC a 12ºC, com a mesma umidade relativa para conservá-lo por 15 dias, pois alegam que temperaturas entre 6ºC e 7ºC acarretam nos frutos danos por friagem, e as maiores que 15ºC levam à deterioração muito rápida. O dano causado pelo frio ou friagem no maracujá (chilling injury) aparece após prolongado armazenamento ou após a retirada dos frutos da frigoconservação. Este dano caracteriza-se pela coloração irregular do fruto, seguida de enrugamento e suscetibilidade a ataques fúngicos (Ruggiero et al., 1996).
Armazenamento em Atmosfera Controlada e Modificada 
A atmosfera controlada (AC) é definida como o armazenamento realizado sob condições de composição da atmosfera conhecida e diferente daquela presente na atmosfera do ar normal (Lana e Finger, 2000). A AC é uma das principais técnicas comercialmente empregadas para a redução da produção e ação do etileno e dos processos fisiológicos associados à maturação de frutos (Fidler, 1973; Smock, 1979). A técnica de atmosfera controlada tem como principal objetivo a redução, a um valor mínimo, das trocas gasosas relacionadas à respiração do produto. O efeito da redução do O2 atua na inibição da cadeia respiratória, em que o O2 é necessário no processo oxidativo (Chitarra, 1998). 
Segundo (Cerqueira et al., 2009), a utilização de atmosferas com baixas concentrações de oxigênio e com altas concentrações de dióxido de carbono reduziu a perda de qualidade do maracujá. Na atmosfera com 5% O2 e 15% CO2 foram encontrados os menores índices de mudança de cor e perda de massa, além de mínima redução de acidez titulável, conteúdo de sólidos solúveis, vitamina C, açúcares redutores e açúcares solúveis totais.
. Os efeitos das altas concentrações de CO2 e baixas de O2 sobre a respiração e o amadurecimento são aditivos. No entanto, níveis de CO2 acima do limite de tolerância podem causar injúria, e níveis de O2, abaixo do limite de tolerância, podem induzir a respiração anaeróbica (Lana e Finger, 2000). O uso de embalagens de PVC associado a baixas temperaturas tem-se mostrado como uma alternativa viável e de baixo custo para produtores e cadeias de supermercados (Resende et al., 2001). Resende et al., (2001) estudando o uso de atmosfera modificada na conservação pós-colheita do maracujá-amarelo concluiram que os frutos embalados com PVC 0,015mm de espessura, sem perfurações, mantidos sob 10ºC e umidade relativa em torno de 90%, apresentaram boa aparência externa por 35 dias, com 15% de perda de massa total, em relação aos frutos sem embalagem, minimizando, dessa forma, o enrugamento da casca e a perda de massa. Os filmes comestíveis são finas camadas de material comestível que revestem os alimentos, isolando-os, com o intuito de protegê-los melhorando assim sua conservação. 
Transporte 
O transporte deve assegurar uma conservação adequada ao produto. Deve-se observar o sistema de transporte utilizado principalmente para as matérias-primas, em relação ao estado sanitário do veículo, acompanhado ao respectivo alvará sanitário. 
Cuidados especiais no transporte das frutas 
• Evitar a queda das frutas, protegendo-as das injúrias mecânicas.
• Evitar apanhar as frutas do chão, pois na maioria das vezes elas já foram atacadas por insetos, e contém matéria terrosa.
• Armazenar o produto em caixas de plástico e colocá-lo em ambiente fresco até a entrega.
• Transportar as frutas nas horas mais frescas do dia ou em caminhões com refrigeração
Novas tecnologias em pós-colheita do maracujá
 O uso de produtos químicos é uma das estratégias de manejo mais empregadas para prolongar o tempo de pós-colheita dos produtos agrícolas, preocupando, principalmente, sob o ponto de vista da saúde alimentar dos consumidores. Diante dessa preocupação, métodos alternativos para prolongar o período de armazenamento dos frutos, como refrigeração em câmara fria, modificação na composição e umidade relativa da atmosfera dentro de embalagens e revestimento dos frutos com materiais de cobertura tipo ceras ou lipídios e derivados, vêm sendo adotados, com o intuito de melhorar a qualidade das frutas para o consumidor final (MALGARIN et al., 2006; RESENDE et al., 2001;SILVA et al., 2009). 
Tratamento hidrotérmico:
O tratamento térmico tem apresentado eficiência, principalmente no controle de patógenos com esporos localizados na superfície da casca do maracujá e em infecções quiescentes presentes nas primeiras camadas celulares da fruta (SILVEIRA et al., 2005). No entanto, esse tratamento não controla totalmente as podridões em pós-colheita e não possui efeito residual. Dessa forma, para a manutenção do fruto durante o período de prateleira, o tratamento hidrotérmico é indicado em uso combinado com fungicidas ou outros métodos de controle (ZAMBOLIM et al., 2002; JANISIEWICZ et al., 2003).
Tratamento com cloreto de cálcio:
O tratamento com solução de cloreto de cálcio é fundamentado pelo princípio de que o cálcio é um nutriente essencial às plantas, presente em processos fisiológicos, como resistência da parede celular e metabolismo enzimático. Além disso, o elemento está incluído na parte estrutural das células, promovendo estabilização da consistência (BLEINROTH, 1995), e atua como inibidor de senescência, devido à redução da taxa de respiração dos frutos (TAVA- RES et al., 2003; CARVALHO et al., 1998). 
Segundo VENÂNCIO et al (2013), a submissão do maracujá-amarelo aos tratamentos pós-colheita por hidrotermia e solução de cloreto de cálcio não retardou a senescência nas condições de armazenamento adotadas. No entanto, a utilização do cloreto de cálcio preservou a acidez titulável dos frutos. Independentemente do tratamento utilizado, as condições de armazenamento adotadas possibilitaram um período útil de 14 dias até o completo amadurecimento dos frutos, onde foi verificado ocorrência de podridões nos frutos.
 
Cera de carnaúba e saco plástico poliolefínico na conservação pós colheita do maracujá amarelo
Segundo MOTA et al (2006) embalagem de saco plástico poliolefínico e a associação entre a imersão na cera de carnaúba e a embalagem plástica são eficientes na extensão da conservação pós-colheita de frutos de maracujá amarelo, reduzindo a porcentagem de perda de matéria fresca e consequente murchamento, além de manter maior teor relativo de água no pericarpo, mantendo os frutos em boas condições para o consumo.
A cera de carnaúba apresenta uma maior eficiência na conservação pós colheita, em função da menor porcentagem de perda de matéria fresca e manutenção de maior teor relativo de água no pericarpo.
 
Conservação por irradiação:
A irradiação de alimentos, método que tem recebido atenção junto aos métodos tradicionais de tratamento e conservação de alimentos, também se mostrou eficiente para o maracujá-amarelo, segundo Braga et al. (1999), preservando a qualidade dos frutos e contendo o processo de amadurecimento. Estes autores salientam que a dose de 25Gy manteve as características físico- químicas, não alterou o sabor do suco, proporcionou um maior rendimento de polpa e de suco e acrescentou quatro dias no período de vida útil do maracujá-amarelo. 
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