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Antônia Cristina Jorge ENFERMAGEM PSICOLOGIA APLICADA AO CUIDADO REVISÃO GERAL CONCEITO DE CUIDADO EM SAÚDE É o tratar, o respeitar, o acolher, o atender o ser humano em seu sofrimento em grande medida fruto de sua fragilidade social, mas com qualidade e resolutividade de seus problemas. É uma atitude interativa que inclui o envolvimento e o relacionamento entre as partes, compreendendo acolhimento como escuta do sujeito, respeito pelo seu sofrimento e história de vida. É uma ação integral com efeitos e repercussões de interações positivas entre usuários, profissionais e instituições, que são traduzidas em atitudes, tais como: tratamento digno e respeitoso, com qualidade, acolhimento e vínculo. BRASIL, 2012 CONCEPÇÃO MODELO BIOMÉDICO Estruturando durante o século XIX, sendo influenciado pelo Paradigma Newtoniano-cartesiano. Reduz o processo saúde-doença apenas aos aspectos e variáveis biológicas e somáticas, considerando que toda doença é causada por um patógeno. A ênfase dada aos fatores físico-químicos, e a desconsideração da interferência de outros fatores como, por exemplo, os fatores psicológicos e socioculturais no processo saúde-doença, pode ser considerada uma abordagem reducionista. ROUQUEYROL, 2013 CONCEITO DE PROCESSO SAÚDE DOENÇA CONCEPÇÃO MODELO BIOMÉDICO O modelo biomédico ainda é vigente na saúde, sendo regido por variáveis biológicas que analisam o corpo como uma máquina, através da relação causa-efeito, minimizando aspectos sociais, psicológicos e as dimensões humanas da doença. É caracterizado por diagnósticos que determinam o modo de tratamento, monopolizado pelo médico, no qual se privilegia a doença e não o doente. ROUQUEYROL, 2013 CONCEITO DE PROCESSO SAÚDE DOENÇA CONCEPÇÃO MODELO BIOPSICOSSOCIAL O modelo biopsicossocial é um modelo de compreensão do processo saúde doença que defende que, para podermos compreender uma doença, precisamos ir além da perspectiva restritamente biológica e física. É o modelo adotada pela Psicologia. “A saúde não deve ser vista somente como a ausência de doenças ou mesmo de sintomas físicos desagradáveis. Pois, a saúde deve ser compreendida como um estado de completo bem-estar biopsicossocial, envolvendo não apenas a dimensão física, mas também as dimensões psicológicas e sociais”. OMS, 2002 CONCEITO DE PROCESSO SAÚDE DOENÇA A doença é multicausal, devendo ser identificados os múltiplos fatores determinantes e condicionantes que estão relacionados ao processo saúde-doença. Para podermos ter uma compreensão correta de como os fatores relacionadas ao estilo de vida influenciam o processo saúde-doença e o aumento da incidência das doenças crônicas não transmissíveis, precisamos desenvolver uma visão multicausal do processo saúde-doença e compreender como os fatores biopsicossociais, bem como os aspectos econômicos e políticos estão influenciando esse processo. CUIDANDO DO CUIDADOR CONCEITO DE PROCESSO SAÚDE DOENÇA MODELO BIOPSICOSSOCIAL Respeitar a lógica e os sentimentos dos outros; Fazer concessões, das menos importantes para as mais importantes; Diagnosticar as causas dos impasses; Prever saídas para possíveis imprevistos; Fazer simulação da negociação (na preparação). Princípios da negociação de conflitos COMUNICAÇÃO PROFISSIONAL PACIENTE Estilo Persuasão • Caracterizado pelo uso de informação e raciocínio para alcançar os seus objetivos. Os comportamentos típicos desse estilo são o de fazer sugestões, apresentar propostas, argumentar e justificar a partir de dados e fatos. Estilo Afirmação • O negociador alcança seus objetivos usando assertividade. Normalmente faz conhecer seus desejos e expectativas, explica suas condições para negociar e emite julgamento de valor sobre o outro. seus comportamentos afirmativos extremos, podem trazer perdas. Estilo Ligação • Caracterizado pelo uso da empatia para compreender os objetivos do outro. Os comportamentos típicos desse estilo são o de pedir sugestões e opiniões, dando importância a colocações e sentimentos do outro e procurando pontos de acordo. Estilos de negociação COMUNICAÇÃO PROFISSIONAL PACIENTE Estilo Atração • Caracterizado por um conjunto de comportamentos que levam o negociador a estimular e motivar o outro, influenciando-o com seu próprio comportamento, reconhecendo os seus erros e limitações. Por outro lado, enfatiza atributos e qualidades do outro. Estilo Recuo • Caracterizado pela utilização do recuo estratégico quando a negociação não está fluindo, em seguida, retoma-se a negociação, após analisar cautelosamente os argumentos da outra parte envolvida. Busca-se, portanto, a convergência da negociação, através dos recuos estratégicos para destensionar o embate e posteriormente retomar a negociação. Estilos de negociação COMUNICAÇÃO PROFISSIONAL PACIENTE PROCESSO DE ADOECIMENTO X SOFRIMENTO PSÍQUICO A doença é vista pelo indivíduo como uma ameaça do destino. Ela modifica a relação do paciente com o mundo e consigo mesmo. Ela afeta o imaginário e o significado existencial da pessoa e a percepção que tem de si mesma. Desencadeia uma série de sentimentos como impotência, desesperança, desvalorização, temor, apreensão... É uma dolorosa ferida no sentimento de onipotência e de imortalidade. PROCESSO DE ADOECIMENTO X SOFRIMENTO PSÍQUICO A Subjetividade e a pessoa como sujeito do adoecer No processo de adoecimento é importante reconhecermos a pessoa na sua condição de sujeito que, na tensão das subjetividades individual e social, é capaz de produzir sentidos subjetivos que lhe permitam avançar em relação a uma condição objetiva que muitas vezes a limita. Geralmente, quando se representa a pessoa como doente, ela não é considerada como alguém capaz de tomar decisões em relação ao seu processo de saúde-doença, sendo excluída deste processo. (GONZÁLEZ REY, 2004) PROCESSO DE ADOECIMENTO X SOFRIMENTO PSÍQUICO A Subjetividade e a pessoa como sujeito do adoecer A pessoa sempre ressignifica a doença, através de suas experiências individuais. Ela revalida sua identidade diante da doença, através da representação que tem de si mesmo, incluindo seu modelo de mundo, seu mapa mental, sua história de vida e sua imagem corporal. A Psicologia considera que toda doença, além de apresentar características objetivas (sintomas, etiologia, etc.) inevitavelmente também apresenta características subjetivas, ou seja, que são singulares e próprias àquela pessoa. (BOCK, 2002) O que o adoecimento provoca no ser humano? Modifica a identidade da pessoa. Torna a doença muito maior que os sintomas físicos, trazendo sofrimento físico e psicológico. Faz pensar nas limitações físicas, psicológicas e sociais. Faz rever o projeto de vida, revalidando metas a curto e médio prazo. Revela a fragilidade da condição humana. Traz restrições das possibilidades do existir consigo e com o mundo de relações, pois a pessoa deixar de ser produtiva e modifica significativamente a sua rotina. PROCESSO DE ADOECIMENTO X SOFRIMENTO PSÍQUICO (GONZÁLEZ REY, 2007) PROCESSO DE ADOECIMENTO X SOFRIMENTO PSÍQUICO A reação psíquica determinada pela experiência com o adoecimento e a morte foi descrita por Elisabeth Kubler-Ross como tendo cinco estágios: 1.Negação 2.Raiva 3.Barganha 4.Depressão 5.Aceitação Originalmente aplicou esses estágiospara qualquer forma de perda pessoal catastrófica, desde a morte de um ente querido até um divórcio mal resolvido. Pois qualquer mudança pessoal significativa na vida da pessoa que envolva perda pode levar a esses estágios. (KUBLER-ROSS, 1969) PROCESSO DE ADOECIMENTO X SOFRIMENTO PSÍQUICO Primeiro Estágio: Negação e isolamento A Negação e o Isolamento são mecanismos de defesas temporários do Ego contra a dor psíquica diante da morte. A intensidade e duração desses mecanismos de defesa dependem de como a própria pessoa que sofre e as outras pessoas ao seu redor são capazes de lidar com essa dor. A Negação é uma forma de se defender das más notícias, uma espécie de para-choque. O paciente pode desconfiar dos exames e da competência dos profissionais de saúde. Em geral, a Negação e o Isolamento não persistem por muito tempo. PROCESSO DE ADOECIMENTO X SOFRIMENTO PSÍQUICO Segundo Estágio: Raiva Por causa da raiva, que surge devido à impossibilidade do Ego manter a Negação e o Isolamento, os relacionamentos se tornam problemáticos e todo o ambiente é hostilizado pela revolta de quem sabe que vai morrer. Junto com a raiva, também surgem sentimentos de revolta, inveja e ressentimento. Nessa fase, a dor psíquica do enfrentamento da morte se manifesta por atitudes agressivas e de revolta; – porque comigo? A revolta pode assumir proporções quase paranóides; “com tanta gente ruim pra morrer porque eu, eu que sempre fiz o bem, sempre trabalhei e fui honesto”… A raiva muitas vezes se projeta no ambiente, na equipe de saúde e nos familiares, tornando difícil lidar com o paciente. É importante, nesse estágio, haver compreensão dos demais sobre a angústia transformada em raiva na pessoa que sente interrompidas suas atividades de vida pela doença ou pela morte. PROCESSO DE ADOECIMENTO X SOFRIMENTO PSÍQUICO Terceiro Estágio: Barganha Havendo deixado de lado a Negação e o Isolamento, “percebendo” que a raiva também não resolveu, a pessoa entra no terceiro estágio; a barganha. A maioria dessas barganhas é feita com Deus e, normalmente, mantidas em segredo. Como dificilmente a pessoa tem alguma coisa a oferecer a Deus, além de sua vida, e como Este parece estar tomando-a, quer a pessoa queira ou não, as barganhas assumem mais as características de súplicas. PROCESSO DE ADOECIMENTO X SOFRIMENTO PSÍQUICO Quarto Estágio: Depressão A Depressão aparece quando o paciente toma consciência de sua debilidade física, quando já não consegue negar suas condições de doente, quando as perspectivas da morte são claramente sentidas. É o sofrimento e a dor psíquica de quem percebe a realidade nua e crua, como ela é realmente, é a consciência plena de que nascemos e morremos sozinhos. Aqui a depressão assume um quadro clínico mais típico e característico; desânimo, desinteresse, apatia, tristeza, choro, etc. Há dois tipos de depressão: A reativa, aflição ao enfrentar a ideia de morte; e a preparatória, que aparece no doente crônico com a morte simbólica, isto é, as perdas impostas pelo próprio processo de adoecimento. PROCESSO DE ADOECIMENTO X SOFRIMENTO PSÍQUICO Quinto Estágio: Aceitação Nesse estágio o paciente já não experimenta o desespero e nem nega sua realidade. Esse é um momento de repouso e serenidade antes da longa viagem. É claro que interessa, à psiquiatria e à medicina melhorar a qualidade da morte (como sempre tentou fazer em relação à qualidade da vida), que o paciente alcance esse estágio de aceitação em paz, com dignidade e bem estar emocional. Assim ocorrendo, o processo até a morte pôde ser experimentado em clima de serenidade por parte do paciente e, pelo lado dos que ficam, de conforto, compreensão e colaboração para com o paciente. PROCESSO DE ADOECIMENTO X SOFRIMENTO PSÍQUICO A cura da doença e o alívio do sofrimento, desde o nascedouro da medicina hipocrática, são aceitos como sendo os objetivos da Medicina. No entanto, enquanto hoje a medicina está até que bem aparelhada para combater a dor, no que tange ao lidar com o sofrimento encontra-se ainda num estágio bastante rudimentar. A doença destrói a integridade do corpo, e a dor e o sofrimento podem ser fatores de desintegração da unidade da pessoa. Então qual a diferença entre DOR e SOFRIMENTO? PROCESSO DE ADOECIMENTO X SOFRIMENTO PSÍQUICO SOFRIMENTO Ocorre quando existe a possibilidade de uma destruição iminente da pessoa, continua até que a ameaça de desintegração passa ou até que a integridade da pessoa é restaurada novamente de outra maneira. É uma questão subjetiva e está mais ligado aos valores da pessoa. DOR A dor refere-se a uma experiência emocional e sensorial desagradável associada com dano potencial ou atual de tecidos, descrita em termos de tais danos. Existe dois tipos de dor: Aguda e Crônica. A dor aguda tem um início definido de início, sinais físicos objetivos e subjetivos e atividade exagerada do sistema nervoso. A dor crônica continua além de um período de seis meses, com o sistema nervoso adaptando-se a ela. OBS: Pode haver dor sem sofrimento e sofrimento sem dor. CONCEPÇÃO Política que destaca o aspecto subjetivo constituinte de qualquer ato de cuidado, voltando-se para a alteração de modelos de atenção e de gestão. Altera o modo tradicional com que habitualmente se constroem as relações entre as instâncias efetuadoras do SUS, buscando uma gestão compartilhada. Alteração dos modelos de atenção e de gestão comprometidas com a melhoria da qualidade da saúde, tanto para usuários, quanto para trabalhadores. BRASIL, 2005 POLITICA NACIONAL DE HUMANIZAÇÃO (PNH) CONCEPÇÃO CONCEPÇÃO DE HUMANIZAÇÃO “(...) Implica uma mudança na gestão dos sistemas de saúde e seus serviços. Essa mudança altera o modo como usuários e trabalhadores da área da saúde interagem entre eles e tem como um dos seus principais objetivos fornecer um melhor atendimento dos beneficiários e melhores condições para os trabalhadores.” BRASIL, 2003 POLITICA NACIONAL DE HUMANIZAÇÃO (PNH) CONCEPÇÃO A concepção de humanização do atendimento deve buscar assistir o ser humano de maneira integral, preocupando-se com o sofrimento físico, a angústia e a necessidade espiritual. O atendimento em saúde para ser humanizado deve promover o reconhecimento dos direitos, da subjetividade e da cultura do paciente, ao mesmo tempo em que buscamos também valorizar o profissional da saúde. As ideias centrais de humanização do atendimento na saúde são as de: oposição à violência, compreendida como a negação do outro, em sua humanidade, necessidade de oferta de atendimento de qualidade, articulação dos avanços tecnológicos com acolhimento, melhorias nas condições de trabalho do profissional e ampliação do processo de comunicação. MELLO, 2008 CONCEPÇÃO DE HUMANIZAÇÃO POLITICA NACIONAL DE HUMANIZAÇÃO (PNH) CONCEPÇÃO As pesquisas de satisfação e insatisfação aplicadas aos usuários dos serviços de saúde no país apontam para a grande insatisfação da população com o atendimento prestado, e diversas reportagens na mídia sobre o “estado da saúde” mostram um triste panorama nas organizações de saúde brasileiras. Em muitos momentos o comportamento do profissional de saúde considerado desumanizado funciona como um mecanismo de defesa involuntário, uma espécie de calosidade profissional, ou seja, uma maneira de se distanciar do sofrimento do outro para não sofrer também. BRASIL, 2005 CONCEPÇÃO DE HUMANIZAÇÃO POLITICA NACIONALDE HUMANIZAÇÃO (PNH) CONCEPÇÃO É importante compreender que ao desumanizar o outro, também me desumanizo, pois, ao não reconhecê-lo como meu semelhante, igualmente faço de mim mesmo algo sem resquícios mínimos de humanidade. Muitas vezes testemunhamos nos hospitais brasileiros que a pessoa (cliente do serviço de saúde), longe de ser considerada humana, tornou-se um mero objeto de intervenções técnicas ou, no caso dos hospitais acadêmicos, um objeto de estudo. A desumanização do cuidado em saúde acontece quando os profissionais da saúde não reconhecem o paciente como um semelhante, ou seja, como uma pessoa igual a ele. BRASIL, 2005 CONCEPÇÃO DE HUMANIZAÇÃO POLITICA NACIONAL DE HUMANIZAÇÃO (PNH) CONCEPÇÃO A troca e a construção de saberes; O trabalho em rede com equipes multiprofissionais; A identificação das necessidades, desejos e interesses dos diferentes sujeitos do campo da saúde; O pacto entre os diferentes níveis de gestão do SUS (federal, estadual e municipal), entre as diferentes instâncias de efetivação das políticas públicas de saúde (instâncias da gestão e da atenção), assim como entre gestores, trabalhadores e usuários desta rede; O resgate dos fundamentos básicos que norteiam as práticas de saúde no SUS, reconhecendo os gestores, trabalhadores e usuários como sujeitos ativos e protagonistas das ações de saúde; Construção de redes solidárias e interativas, participativas e protagonistas do SUS. BRASIL, 2004 Estratégias propostas pela Política Nacional de Humanização para a resolução das dificuldades e desafios do SUS: POLITICA NACIONAL DE HUMANIZAÇÃO (PNH) Valorização da dimensão subjetiva e social em todas as práticas de atenção e gestão, fortalecendo/estimulando processos integradores e promotores de compromissos/responsabilização. Estímulo a processos comprometidos com a produção de saúde e com a produção de sujeitos. Fortalecimento de trabalho em equipe multiprofissional, estimulando a transdisciplinaridade e a grupalidade. Atuação em rede com alta conectividade, de modo cooperativo e solidário, em conformidade com as diretrizes do SUS. Utilização da informação, da comunicação, da educação permanente e dos espaços da gestão na construção de autonomia e protagonismo de sujeitos e coletivos. CONCEPÇÃO Princípios norteadores POLITICA NACIONAL DE HUMANIZAÇÃO (PNH) Aspectos que dificultam a implantação efetiva de modelos humanizados de atendimento e de intervenção em saúde: Condições precárias para o exercício profissional e baixa remuneração dos profissionais de saúde. Hierarquização e centralização da atenção em saúde nos profissionais médicos. Gestão autoritária. CONCEPÇÃO Dificuldades na PNH POLITICA NACIONAL DE HUMANIZAÇÃO (PNH) CONCEPÇÃO A interdisciplinaridade compõe-se por um grupo de disciplinas conexas e com objetivos comuns. Ocorre intensa troca entre especialistas. Busca o campo unitário do conhecimento, a negação e a superação das fronteiras disciplinares, a interação propriamente dita. Ela é substituição de uma concepção fragmentada para uma concepção integrada do ser humano." Para que possamos compreender como os inúmeros fatores, sejam eles biológicos, psicológicos, socioculturais, políticos ou econômicos, afetam o processo saúde doença precisamos desenvolver uma atitude interdisciplinar. (LAGE; MONTEIRO, 2007). Humanização e o Trabalho Interdisciplinar POLITICA NACIONAL DE HUMANIZAÇÃO (PNH) CONCEPÇÃO São características da interdisciplinaridade: Impõe a cada especialista que transcenda sua própria especialidade, tomando consciência de seus próprios limites para acolher as contribuições das outras disciplinas. Ações conjuntas, integradas e interrelacionadas. Compreensão de que os fenômenos que afetam o humano apresentam diversas dimensões, uma vez que a realidade é multifacetada. Tanto a interdisciplinaridade como a multidisciplinaridade buscam superar a fragmentação dos saberes acerca dos fenômenos e da realidade. No entanto, na interdisciplinaridade a interação entre as disciplinas é mais forte, sendo impregnada por articulações mais profundas entre os diferentes elementos participantes. (LAGE; MONTEIRO, 2007). Humanização e o Trabalho Interdisciplinar POLITICA NACIONAL DE HUMANIZAÇÃO (PNH) “ Cuidado ativo e total para pacientes cuja doença não é responsiva a tratamento de cura. Controle da dor, de outros sintomas e de problemas psicossociais e espirituais são primordiais. O objetivo do Cuidado Paliativo é proporcionar a melhor qualidade de vida possível para pacientes e familiares.” (OMS, 1986) “ Cuidado Paliativo é a abordagem que promove qualidade de vida de pacientes e seus familiares diante de doenças que ameaçam a continuidade da vida, através de prevenção e alívio do sofrimento. Requer a identificação precoce, avaliação e tratamento impecável da dor e outros problemas de natureza física, psicossocial e espiritual.” (OMS, 2002) Concepção CUIDADOS PALIATIVOS O artigo 59 do Código de Ética Médica brasileiro proíbe o profissional “Deixar de informar ao paciente o diagnóstico, o prognóstico, os riscos e objetivos do tratamento, salvo quando a comunicação direta ao mesmo possa provocar-lhe dano, devendo, neste caso a comunicação ser feita ao seu responsável legal.” Princípios relevantes da atenção aos pacientes terminais: Veracidade, proporcionalidade terapêutica, duplo efeito, prevenção e do Não-abandono. Princípios que regem a atuação da equipe multiprofissional de Cuidados Paliativos: 1. Promover o alívio da dor e de outros sintomas desagradáveis; 2. Oferecer um sistema de suporte que possibilite ao paciente viver ativamente até o momento da morte. Quanto à atuação profissional CUIDADOS PALIATIVOS O tratamento em Cuidados Paliativos requer uma abordagem global e holística do paciente, sendo necessário reunir as competências de uma equipe multiprofissional. Os Cuidados Paliativos incluem medidas terapêuticas para o controle dos sintomas físicos do paciente, além de intervenções psicoterapêuticas e de apoio espiritual, desde o momento do diagnóstico até o óbito. Para os familiares, o tratamento em Cuidados Paliativos deve incluir apoio social e espiritual, além de intervenções psicoterapêuticas, desde o momento do diagnóstico até o período do luto. Para os profissionais da equipe multiprofissional deve ser garantido um programa adequado com medidas de sustentação espiritual e de psicoterapia, além de educação permanente na área. Quanto à atuação profissional CUIDADOS PALIATIVOS FASES DO PROCESSO DE LUTO A equipe de enfermagem, em contato com o sofrimento, vive conflitos sobre como se posicionar frente à dor, que nem sempre consegue aliviar. O convívio com a dor, perda e morte traz ao profissional a vivência de seus processos internos, sua fragilidade, vulnerabilidade, medos e incertezas, que podem gerar um processo de adoecimento crônico. CUIDANDO DO CUIDADOR COMO OS PROFISSIONAIS DA SAÚDE REAGEM? MECANISMOS DE DEFESA DOS PROFISSIONAIS DA SAÚDE Mas o que são mecanismos de defesa? As diversas situações vivenciadas podem desencadear sentimentos inconscientes, provocando reações menos racionais e objetivas e ativando então os diferentes mecanismos de defesa, com a finalidade de proteger o Ego de um possível desprazer psíquico, anunciado por esses sentimentos de ansiedade, medo, culpa, entre outros. MECANISMOS DE DEFESA DOS PROFISSIONAIS DA SAÚDE Fragmentação da relação profissional-paciente; Despersonalização e negação da importância da pessoa; Distanciamento e negação de sentimentos; Instituição de rotinas e protocolos; Tentativa de eliminar decisões; Reduzir o peso da responsabilidade. Síndrome de Burnout É um distúrbio psíquico decorrente de um estado de tensão emocional e estresse crônico provocados por condições de trabalho físicas, emocionais e psicológicas desgastantes. Doença que surge devido ao estresse crônico vivenciado no ambiente de trabalho, que tem três componentes relacionados: Exaustão emocional; Despersonalização e; Diminuição da realização pessoal. CUIDANDO DO CUIDADOR Podem surgir sintomas psicológicos e comportamentais: O sintoma típico é a sensação de esgotamento físico, emocional e psicológico, que se reflete em atitudes negativas, como ausências no trabalho, desinteresse e isolamento. Os sintomas somáticos incluem: Exaustão, fadiga, cefaleias, distúrbios gastrintestinais, insônia, dispneia, palpitação, pressão alta, dores musculares, dificuldade de concentração e lapsos de memória. Os sintomas psíquicos podem incluir: Mudanças bruscas de humor, irritabilidade, agressividade, ansiedade, tristeza, rigidez, negativismo, ceticismo, pessimismo, baixa autoestima. Há relatos de sentimentos negativos, desconfiança e até paranoia. Em mulheres, é comum alterações no ciclo menstrual. CUIDANDO DO CUIDADOR CAUSAS Podem causar o transtorno: Demandas excessivas; Grandes jornadas de trabalho; Baixa remuneração; Contato frequente com o sofrimento e a morte; Constante exposição ao risco; Conflitos no relacionamento com colegas, pacientes e gestores; CUIDANDO DO CUIDADOR CAUSAS Os estressores ocupacionais para enfermeiros estão relacionados: À atuação profissional; Ao ambiente de trabalho; À administração de pessoal; Ao relacionamento interpessoal (clientes, familiares e demais profissionais); À assistência prestada e; À vida pessoal. CUIDANDO DO CUIDADOR Estressores ocupacionais para enfermeiros: Relacionados à atuação profissional – falta de autonomia; falta de controle sobre o trabalho; conflito de papel; ambigüidade de papéis; insatisfação no trabalho; rotina e monotonia; falta de oportunidade de crescimento na carreira; baixos salários; Relacionados ao ambiente de trabalho – reestruturação organizacional; falta de suporte organizacional; powerless; sobrecarga de trabalho; poucos recursos materiais e humanos; ausência de treinamento para uso de novas tecnologias; pressão no tempo; exposição a riscos ocupacionais e a doenças infecciosas; Relacionados à administração de pessoal – realização de escalas de trabalho; absenteísmo dos colaboradores; falta de envolvimento da equipe; turnover de enfermeiros e técnicos de enfermagem; número reduzido de enfermeiros, auxiliares e técnicos de enfermagem; CUIDANDO DO CUIDADOR Estressores ocupacionais para enfermeiros: Relacionados ao relacionamento interpessoal – conflito com pacientes, familiares, colegas e superiores; conflito com equipe médica e de enfermagem; violência no local de trabalho; Relacionados à assistência prestada – lidar com a dor, sofrimento e morte; lidar com pacientes gravemente enfermos ou fora de possibilidades terapêuticas; lidar com os sentimentos dos pacientes e familiares; fragmentação do cuidado; menor tempo de e familiares; fragmentação do cuidado; menor tempo de permanência com o paciente; Relacionados à vida pessoal - trabalho em turnos; rodízio de horário e de unidade de trabalho; privação do sono. CUIDANDO DO CUIDADOR São estratégias de prevenção do transtorno: Manter uma alimentação equilibrada, incluindo alimentos naturais, ricos em vitaminas e sais minerais; Praticar atividades físicas regularmente; Procurar dormir bem e de forma contínua. Melhorar a qualidade de vida; Garantir momentos de relaxamento diário; Priorizar momentos de lazer em família e com os amigos; Manter interesse pela vida social. Buscar satisfação profissional; Priorizar um ambiente de trabalho adequado às necessidades pessoais e profissionais; Evitar sobrecarga de trabalho; Ressignificar as atitudes diante do trabalho. CUIDANDO DO CUIDADOR BOA PROVA !!! Antônia Cristina Jorge
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