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HUMANITATIS – INSTITUTO DE FORMAÇÃO TRANSPESSOAL CURSO DE FORMAÇÃO PSICOLOGIA TRANSPESSOAL CAMILA MOREIRA JOSÉ ARISTEU CAMARGO SANDY FERREIRA DE SOUZA MEDITAÇÕES DE OSHO CAMPINAS 2013 HUMANITATIS – INSTITUTO DE FORMAÇÃO TRANSPESSOAL CURSO DE FORMAÇÃO PSICOLOGIA TRANSPESSOAL MEDITAÇÕES DE OSHO A MEDITAÇÃO "Meditação é algo que você pode ter, que você pode ser, mas por sua própria natureza, não é possível dizer o que ela é." Osho, em Aprendendo a Silenciar a Mente. Meditar é uma experiência profunda e única para que todo ser humano pode realizar. Existem diferentes técnicas milenares que disciplinam e aprimoram a meditação com exercícios e práticas espirituais, oriundas de diversas religiões e filosofias do Oriente. Essas práticas de meditação têm como objetivo fazer aflorar o interior, a expansão da consciência e buscar a verdadeira transformação do indivíduo (BELLI, 2003). Na terminologia yogue, meditação é conhecida como Dhyana, que significa literalmente "deixar a mente fluir". Pode ser compreendida como um estado de pura concentração, na qual a mente flui livremente e naturalmente em direção a Consciência Cósmica (REZENDE, 2013). Podemos dizer que a meditação é a prática do silencio interior, disciplinando a mente e o corpo para o desligamento, em total relaxamento, integrando-se com o todo. Atualmente, o ser humano sofre os efeitos do mundo moderno fazendo com que o homem se sinta desconectado da sua parte mais integra, trazendo inúmeras doenças psicossomáticas pelo fato de não silenciar a mente. Quando um iniciante a meditação começa a meditar acredita que os resultados são instantâneos bastando apenas sentar-se em um local tranquilo, fechar os olhos e se entregar a um mundo sem pensamentos. Nestes momentos nossa mente flutua com milhões de pensamentos e imagens. A meditação é, em essência, o treinamento sistemático da atenção que só deverá ser alcançado através da prática regular e disciplinada que levará ao indivíduo alcançar o estado de mente focada e sustentada (REZENDE, 2013). Cada vez fica provado cientificamente que a meditação é a melhor forma de prevenir doenças, melhorando a qualidade de vida e bem como o contato com a espiritualidade maior do ser. POR QUE MEDITAR? A meditação antes de mais nada é uma busca pessoal, portanto, seus benefícios, estão diretamente ligados à motivação pessoal e também provenientes de sua prática. A nossa mente pode ser a nossa melhor amiga ou a nossa pior inimiga. O objetivo da meditação é transformar a mente. Perdemos uma grande quantidade de tempo consumidos por pensamentos dolorosos, atormentados pela ansiedade ou raiva. Seria um alívio, se pudéssemos dominar a nossa mente até ao ponto onde poderíamos estar livres dessas emoções perturbadoras(RICARD, 2013). A meditação serve como prática terapêutica do espírito e não é conflitante com as religiões ocidentais ou com a postura de pessoas que não possuem uma religião definida (BELLI, 2003). A meditação é uma prática que faz com que seja possível cultivar e desenvolver certas qualidades humanas básicas positivas, transformar os aspectos da vida individual como o pensar, sentir, fazer e conhecer. Seus benefícios surgem quando formamos o hábito da meditação. Cientistas do mundo inteiro tem estudado os benefícios da meditação e de outras práticas. Livros e mais livros são publicados sobre um assunto, que na verdade, é um acontecimento muito positivo para os cientistas. Demonstrar que a mente possui realmente força sobre o corpo era coisa do esoterismo oriental, mas essa ideias está sendo abandonada cada vez mais (BELLI, 2003). A meditação vem demonstrando como uma excelente ferramenta para o relaxamento do indivíduo proporcionando alterações fisiológicas que podem diminuir sintomas provenientes do stress, fadiga, ansiedade, hipertensão, doenças cardíacas, depressão, pânico, entre tantas outras (REZENDE, 2013). Conclui-se então que a meditação é um esforço para controlar, desenvolver e expandir a mente, a fim de realizar a verdadeira natureza do ser. É o meio através do qual podemos desenvolver todo o nosso potencial em todos os níveis da existência: físico, mental e espiritual. Afeta o corpo diretamente ao estabelecer alterações fisiológicas e, indiretamente, ao criar uma sensação de equilíbrio interior. É importante que ao escolher um dos caminhos, tenhamos sempre muita disponibilidade interior, disciplina e amorosidade, respeitando nossos limites iniciais (REZENDE, 2013). BENEFÍCIOS DA MEDITAÇÃO A meditação tem dois benefícios importantes: - Previne o estresse futuro; - Libera o estresse acumulado em seu sistema. Ambos acontecem simultaneamente, deixando-o renovado e com mais alegria. Benefícios Físicos Com meditação, nossa fisiologia muda e cada célula do corpo é preenchida com mais prana (energia). Quando o nível de energia no corpo aumenta, sentimos mais alegria, paz e entusiasmo. No nível físico, a meditação: - Abaixa a pressão sanguínea; - Abaixa os níveis do lactato sanguíneo, reduzindo a ansiedade; - Diminui qualquer tensão relacionada com a dor, como dores de cabeça, úlcera, insônia, músculos e problemas nas articulações; - Aumenta a produção de serotonina, o que melhora o humor e o comportamento; - Melhora o sistema imunológico. Benefícios Mentais Meditação traz o padrão de ondas cerebrais ao estado Alfa, o que promove cura. A mente se torna mais delicada, renovada e bonita. Com a prática regular de meditação, conseguimos: - Diminuir a ansiedade; - Aumentar a estabilidade emocional; - Aumentar a criatividade; - Aumentar a alegria; - Desenvolver a intuição; - Ganhar mais clareza e paz na mente; - Os problemas se tornam pequenos; - Aguça a mente através do ganho de foco e a expande através do relaxamento. Uma mente aguçada sem expansão causa tensão, raiva e frustração. Uma consciência expandida sem dinamismo pode levar a falta de ação/progresso. O equilíbrio entre a mente aguçada e a consciência expandida traz perfeição. A meditação o torna consciente e sua atitude interior determina sua felicidade. Outros Benefícios: - Estabilidade emocional e harmonia: limpa e nutre de dentro para fora e acalma, sempre que há a sensação de estar muito emocionado, instável ou emocionalmente fechado. - Meditação traz harmonia para o ambiente: ao meditar, você está num espaço de vastidão, calma e alegria. É isto você emana para o ambiente, trazendo mais harmonia para o planeta. - Desenvolvimento da Consciência: com a assimilação da meditação diariamente na vida, sua consciência se desenvolve e com o tempo, pode experimentar o mais alto e refinado estado. Quando sua consciência se desenvolve e se expande, as perturbações da vida tornam-se insignificantes. Raiva e desapontamentos tornam-se emoções fugazes que ocorrem momentaneamente e somem. Você começa a viver no “momento presente” e abandona o passado. - Transformações pessoais: a meditação pode trazer uma verdadeira transformação pessoal. Assim que você aprender mais sobre si mesmo, você naturalmente vai querer descobrir mais sobre o mistério da vida, do universo, etc. Então as perguntas que surgirem na mente serão – Qual o sentido da vida? Qual o propósito? O que é este mundo, o que é amor, o que é conhecimento? Uma vez que estas questões surjam, saiba que você é muito afortunado.Estas questões precisam ser entendidas e você não pode encontrar as respostas em livros. Assim que viver através das respostas, você testemunhará a transformação da vida para um nível mais rico. Como obter os benefícios da meditação: Para experimentar os benefícios da meditação, é necessária a prática regular. Apenas alguns minutos todos os dias são suficientes. Uma vez integrada na rotina diária, a meditação se torna a melhor parte do seu dia! Meditação é como uma semente. Quando você a cultiva com amor, ela desperta. Similarmente, a árvore da consciência está dentro de você e precisa ser nutrida com técnicas de meditação. Algumas palmeiras crescem em três anos, outras em dez. Aquelas que não são nutridas nunca crescem! Elas simplesmente existem. Pessoas de todos os contextos sociais estão gratas por poder parar e aproveitar o frescor de poucos minutos de meditação. Mergulham fundo dentro si mesmas e enriquecem suas vidas. SOBRE OSHO Desde sua infância, na Índia, estava claro que Osho não seguiria as convenções do mundo à sua volta. Passou os primeiros sete anos de sua vida com seus avós maternos, que lhe permitiram liberdade de ser ele mesmo, da qual poucas crianças desfrutam. Ele era uma criança solitária, preferindo passar longas horas sentado em silêncio ao lado de um lago, ou explorar as redondezas sozinho. A morte de seu avô materno, diz ele, teve um efeito profundo em sua vida interior, provocando-lhe uma determinação de descobrir o imortal da vida. Ao se juntar à crescente família de seus pais e entrar na escola, estava firmemente fundamentado na clareza e no senso de si mesmo, que lhe deram a coragem de desafiar todas as tentativas dos mais velhos de moldarem a sua vida. Ele nunca fugia de controvérsias. Para Osho, a verdade não pode fazer concessões, pois assim deixa de ser verdade. E a verdade não é uma crença, mas uma experiência. Ele nunca pede às pessoas para acreditarem no que ele diz, mas, ao contrário, pede que experimentem e percebam por si mesmas se o que ele está dizendo é verdadeiro ou não. Ao mesmo tempo, ele é implacável ao encontrar meios e maneiras de revelar o que as crenças de fato são - meros consolos para amenizar nossas ansiedades frente ao desconhecido, e barreiras para o encontro de uma realidade misteriosa e inexplorada. Após sua iluminação, aos vinte e um anos de idade, Osho completou seus estudos acadêmicos e passou vários anos ensinando filosofia na Universidade de Jabalpur. Enquanto isso, viajava pela Índia proferindo palestras, desafiando líderes religiosos ortodoxos, em debates públicos e encontrando pessoas de todas as posições sociais. Ele leu extensivamente tudo o que pôde encontrar para expandir sua compreensão dos sistemas de crença e da psicologia do homem contemporâneo. No final da década de 60, Osho começou a desenvolver suas técnicas de meditação ativa. O ser humano moderno, ele disse, está tão sobrecarregado com as tradições antiquadas do passado e com as ansiedades da vida moderna, que precisa passar por um profundo processo de limpeza antes de poder descobrir o estado de meditação relaxado e sem pensamento. Começou a conduzir campos de meditação por toda a Índia, proferindo discursos aos participantes e orientando pessoalmente meditações por ele desenvolvidas. No início dos anos 70 os primeiros ocidentais começaram a ouvir falar de Osho, e juntaram-se ao crescente número de indianos que foram iniciados por ele no neo-sannyas. Em 1974, uma comuna estabeleceu-se à volta de Osho, em Puna, Índia, e logo os poucos visitantes do Ocidente tornaram-se bastante numerosos. Muitos eram terapeutas que se deparavam com as limitações das terapias ocidentais e que procuravam uma abordagem que pudesse alcançar e transformar as profundezas da psique humana. Osho os encorajou a contribuírem com suas habilidades à comuna e trabalhou intimamente com eles para desenvolverem suas terapias no contexto da meditação. O problema com as terapias desenvolvidas no Ocidente, ele disse, é que elas estão limitadas a tentar tratar a mente, enquanto que o Oriente há muito compreendeu que a própria mente, ou melhor, nossa identificação com ela, é o problema. As terapias podem ser úteis - como os estágios catárticos das meditações que desenvolveu - para aliviar as pessoas de suas emoções e medos reprimidos, e para auxiliá-las a se perceberem mais claramente. Porém, a não ser que comecemos a nos desapegar dos mecanismos da mente e suas projeções, desejos e medos, iremos sair de um buraco somente para cair num outro. A terapia, portanto, deve andar de mãos dadas com o processo de desidentificação e testemunho, conhecido como meditação. No final dos anos 70, a comuna em Puna abrigava o maior centro de terapia e crescimento do mundo, e milhares de pessoas vinham participar dos grupos de terapia e meditação, sentar com Osho em seus discursos diários e contribuir com a vida da comuna. Alguns retornavam a seus países e estabeleciam centros de meditação. De 1981 a 1985, o experimento de comuna ocorreu nos Estados Unidos, numa região de mais de duzentos quilômetros quadrados, no alto deserto do Oregon. A ênfase primordial da vida da comuna era construir a cidade de Rajeeshpuram, um "oásis no deserto". E num período de tempo milagrosamente curto, a comuna construiu casas para cinco mil pessoas e começou a reverter décadas de estragos - devido ao excessivo uso da terra - restaurando riachos, construindo lagos e reservatórios, desenvolvendo uma agricultura auto-suficiente e plantando milhares de árvores. Em Rajneeshpuram, meditações e programas de terapia aconteciam na Rajneesh International Meditation University. As facilidades modernas construídas para a Universidade e seu meio ambiente acolhedor possibilitaram profundidade e expansão de seus programas, o que antes não era possível. Cursos e treinamentos de longa duração foram desenvolvidos, e atraíram um grande número de participantes, incluindo muitos que já eram profissionais, mas que desejavam expandir suas habilidades e o entendimento de si mesmos. No final de 1985, contudo, a oposição do governo local e federal a Osho e à comuna tornou impossível a continuação do experimento. A comuna foi dispersa e Osho encaminhou-se para um tour pelo mundo, concedendo entrevistas à imprensa e proferindo discursos para discípulos no Himalaia, na Grécia e no Uruguai, antes de retornar à Índia, em meados de 1986. Em janeiro de 1987, Osho restabeleceu-se em Puna, proferindo discursos duas vezes ao dia. No prazo de alguns meses a comuna de Puna começou um programa completo de atividades e se expandiu muito mais do que anteriormente. Foi mantido o padrão de facilidades modernas estabelecido nos Estados Unidos, e Osho deixou claro que a nova comuna de Puna deveria ser um oásis do século XXI, mesmo na Índia subdesenvolvida. Mais e mais pessoas vinham do Oriente, particularmente do Japão, e suas presenças trouxeram um enriquecimento correspondente nos programas de cura e de artes marciais. Artes visuais e de performance também floresceram, juntamente com a nova Escola de Mistério. A diversidade e a expansão refletiram-se na escolha, por Osho, do nome Multiversidade, que abrigava todos os programas. E a ênfase na meditação fortaleceu-se ainda mais - esse era um tema constantemente abordado nos discursos de Osho, e ele desenvolveu e introduziu muitos novos grupos de meditação, incluindo a No-Mind, a Rosa Mística e o Born Again. Cerca de nove meses antes de deixar seu corpo, Osho ditou a inscrição para o seu samadhi, a cripta de mármore e espelho que contém suas cinzas: Osho- nunca nasceu, nunca morreu. Apenas visitou este planeta Terra entre 11 de Dezembro de 1931 e 19 de Janeiro de 1990. MEDITAÇÕES DE OSHO “Quando você não está fazendo absolutamente nada - corporalmente, mentalmente, em qualquer nível - quando toda a atividade cessou e você simplesmente é, apenas sendo, isso é meditação. Você não pode fazê-la, você não pode praticá-la; você tem apenas que compreendê-la.” - OSHO Sempre que você encontrar tempo para apenas ser, abandone todo o fazer. Pensar também é um fazer, concentração também é um fazer, contemplação também é um fazer. Mesmo que apenas por um único momento você fique sem nada fazer, simplesmente permanecendo no seu centro, totalmente relaxado - isso é meditação. E uma vez que você tenha descoberto o jeito, você pode permanecer nesse estado tanto tempo quanto quiser; por fim você poderá permanecer nesse estado durante as vinte e quatro horas do dia. Uma vez que você tenha se tornado consciente de como o seu ser pode permanecer sem perturbação, então, vagarosamente, você pode começar a fazer coisas, mantendo-se alerta para que o seu ser não se agite. Essa é a segunda parte da meditação - a primeira é aprender a simplesmente ser, e em seguida aprender pequenas ações como limpar o chão, tomar um banho, mas permanecendo centrado. Depois você poderá fazer coisas mais complicadas.... Assim, a meditação não é contra a ação. Não é que você tenha que escapar da vida. Ela simplesmente lhe ensina uma nova maneira de viver: você se torna o centro do ciclone. A sua vida continua; continua de uma maneira muito mais intensa - com mais alegria, com mais clareza, mais visão, mais criatividade - todavia você está distanciado, é apenas um observador nas colinas, assistindo simplesmente o que está acontecendo ao seu redor. Você não é aquele que faz, você é o observador. Esse é todo o segredo da meditação: você se tornar o observador. O fazer continua em seu próprio nível, não há nenhum problema nisso: cortar madeira, tirar água do poço. Você pode fazer coisas pequenas e coisas grandes; só uma coisa não é permitida: o seu centramento não pode se perder. Essa consciência, esse estado de observação deve permanecer absolutamente desanuviado, sem perturbação. Não há necessidade de meditar todo o tempo. Umas poucas vezes no dia e apenas por uns poucos minutos é o bastante. Existem algumas poucas coisas que se fizer demais podem ser prejudiciais. Por exemplo, os últimos estudos dizem que se você fizer algum exercício corporal por vinte minutos e depois fizer o mesmo exercício por quarenta minutos, o benefício não será dobrado. E se você fizer por sessenta minutos o benefício se tornará prejudicial. É exatamente como quando você come algo que é benéfico. Se você comer muito não será benéfico, isso se tornará prejudicial. Assim, a matemática comum não funciona. Sempre que você encontrar tempo, apenas por uns poucos minutos, relaxe o sistema de respiração, nada mais – não há necessidade de relaxar o corpo inteiro. Sentado num ônibus, ou num avião, ou num carro, ninguém perceberá que você está fazendo alguma coisa. Apenas relaxe o sistema de respiração. Deixe que ele seja como quando ele está funcionando naturalmente. Então feche os olhos e observe a respiração entrando, saindo, entrando, saindo... Não concentre. Se você concentrar, irá criar problemas, porque então tudo se tornará uma perturbação. Se você tentar se concentrar sentado num carro, então o barulho do carro se tornará uma perturbação, a pessoa sentada ao seu lado se tornará uma perturbação. Meditação não é concentração. Ela é simples consciência. Você simplesmente relaxa e observa a respiração. Em tal observação, nada é excluído. O carro está fazendo barulho – isso está perfeitamente Ok, aceite isso. O trânsito está movimentando – isso está Ok, faz parte da vida. A pessoa sentada ao seu lado está roncando, aceite isso. Nada é rejeitado. Você não tem que estreitar sua consciência. Concentração é um estreitamento de sua consciência de modo que você se torne focado num ponto, mas tudo mais se torna uma concorrência. Você está brigando com tudo mais porque você tem medo de que aquele ponto seja perdido. Você pode se distrair e isso se torna uma perturbação. Por isso você precisa de isolamento, dos Himalaias. Você precisa ir a Índia e para um quarto onde você possa sentar-se silenciosamente, sem ninguém perturbando você de modo algum. Não, isso não é certo – isso não pode se tornar um método de vida. Isso é isolar a si mesmo. Isso tem alguns bons resultados – você se sente mais tranqüilo, mais calmo – mas esses resultados são temporários. É por isso que você sente repetidas vezes que aquela sintonia foi perdida. Uma vez que você não tenha as condições nas quais ela pode acontecer, ela se perde. A meditação na qual você precisa de certos pré-requisitos, na qual certas condições precisam ser atendidas, não é meditação de modo algum – porque você não será capaz de fazê-la quando estiver morrendo. A morte será uma dispersão. Se a vida dispersa, pense sobre a morte. Você não será capaz de morrer meditativamente, e então toda essa coisa é inútil, é perdida. Você novamente morrerá tenso, ansioso, na miséria, no sofrimento e criará imediatamente o seu próximo nascimento no mesmo padrão. Deixe que a morte seja o critério. Qualquer coisa que possa ser feita mesmo enquanto você estiver morrendo é real – e isso pode ser feito em qualquer lugar; em qualquer lugar e sem condições como requisito. Se algumas vezes as boas condições estiverem ali, tudo bem, você desfruta delas. Se não, isso não faz qualquer diferença. Mesmo na praça do mercado você pode fazê- la. Não deve haver qualquer tentativa de se controlar a respiração, porque todo controle é da mente, assim a meditação nunca pode ser uma coisa controlada. A mente não consegue meditar. Meditação é alguma coisa além da mente, ou abaixo da mente, mas nunca na mente. Assim, se a mente permanecer observando e controlando, isso não é meditação; isso é concentração. Concentração é um esforço da mente, ela traz as qualidades da mente ao seu ponto máximo. Um cientista se concentra, um soldado se concentra, um caçador, um pesquisador, um matemático, todos se concentram. Essas são atividades da mente. A qualquer tempo medite. Não há necessidade de ter um tempo pré- determinado. Use qualquer tempo que tiver disponível. No banheiro, quando você tiver dez minutos, simplesmente sente-se debaixo do chuveiro e medite. De manhã, depois do almoço, por quatro, cinco vezes, em pequenos intervalos – apenas de cinco minutos – medite, e você verá que isso se tornará uma constante nutrição. Não há necessidade de fazê-la por vinte e quatro horas. Apenas uma xícara de meditação é o bastante. Não precisa beber todo o rio. Apenas uma xícara. E faça isso o mais fácil possível. O fácil é o certo. Faça o mais natural possível. Simplesmente faça quando você encontrar tempo. E não faça disso um hábito, porque todos os hábitos são da mente e, na verdade, a pessoa real não tem qualquer hábito. As pessoas estão tão sobrecarregadas por pressões dos moralismos e dos costumes ultrapassados e pelas ansiedades da vida moderna que tornou- se necessário passarem por um profundo processo de limpeza, antes que possam descobrir o relaxante e silencioso estado de meditação. Foi com esse enfoque que Osho desenvolveu suas singularestécnicas de meditação ativa. Com essas técnicas aliviamos o stress e as tensões, relaxamos o corpo-mente e entrarmos mais facilmente no estado de meditação. As técnicas de meditação ativa compreendem estágios iniciais com atividades físicas que variam entre um chacoalhar, uma respiração, uma dança e terminam com 15 minutos de relaxamento e silêncio. O praticante experiencia um tremendo contraste entre a energia da vigorosa atividade física e a quietude e o silêncio. Músicas foram especialmente compostas para orientar as principais técnicas de meditação criadas por Osho: Dinâmica, Kundalini, Nadabrahma, Nataraj, Mandala, Gourishankar, No Dimensions, Devavani, Prayer, Chakra Sounds, Chakra Breathing, Whirling e várias outras. As músicas não apenas dão um suporte energético e aprofundam a intensidade do processo, como também ajudam a guiar o meditador ao longo dos vários estágios de cada técnica. Benefícios das Meditações Ativas de Osho: - Ajudam-no a se sentir mais energético e com mais vitalidade; - Permitem-lhe lidar com as dificuldades do seu dia-a-dia de uma maneira mais relaxada e com mais auto-confiança; - Aumentam sua criatividade e intuição; - Trazem uma profunda compreensão e aceitação de si mesmo; - Melhoram sua saúde e sua sensação de bem estar; - Reduzem o stress e trazem mais alegria e paz para sua vida. MEDITAÇÃO NADABRAHMA É a meditação do humming (sussurro como um gemido) - através do humming e dos movimentos das mãos suas partes conflitantes começam a entrar em sintonia e você traz harmonia para todo o seu ser. Então com o corpo e a mente totalmente juntos, você 'escorrega de suas amarras' e se torna uma testemunha de ambos. Esse observar de fora é o que traz paz, silêncio e êxtase. Ooommmmmmmmmmmmm: o primeiro som. No princípio era o verbo. No princípio era o som. Som, matéria em movimento captado pelos ouvidos. "Nada Brahma" é uma antiga proposição hindu de que "o mundo é som" (em sânscrito: Nada = som, Brahma = o Todo, a Unidade, o Universo). O ritmo da natureza, ciclos de criação e destruição, atividade e inatividade, vida morte vida. A Meditação Nadabrahma é uma meditação baseada em mantras, e os mantras são um dos caminhos com maior potencial para quem deseja meditar. Essa meditação é muito simples, porém eficaz. Quando a meditação é executada da maneira correta, todo o seu cérebro começa a vibrar fortemente, assim como seu corpo. E quando seu corpo vibra enquanto sua mente canta, ambos, entram em sintonia. Surge então uma harmonia, em geral ausente, entre os dois. Sua mente e seu corpo normalmente trilham caminhos separados. O corpo continua com seus afazeres, o cérebro permanece pensando. O corpo caminha, enquanto a mente trilha caminhos além das estrelas. Eles nunca se encontram, e isso cria uma cisão. Essa cisão básica surge porque o corpo e a mente seguem rumos diferentes. E você é o terceiro elemento, dividido entre os dois. Uma metade é puxada pelo corpo, a outra pela mente. O resultado disso é uma grande angústia, a sensação de ser rasgado ao meio. Quando você medita com um mantra, seja Nadabrahma ou qualquer outra forma de cântico, o som daquilo que você canta ressoa dentro de você e o corpo começa a responder. Pode ser qualquer som, até mesmo “abracadabra”. Em algum momento o corpo e a mente estarão indo juntos na mesma direção, pela primeira vez. E, quando o corpo e mente estão juntos, você está livre de ambos e não se sente dividido. É então que o terceiro elemento, aquilo que você é de fato – quer você o chame de alma, espírito, atma ou outra coisa qualquer -, se sente em paz porque não está sendo puxado em direções opostas. O corpo e a mente estão tão envolvidos em cantar que o espírito pode separar-se deles muito facilmente, sem ser observado, e pode tornar-se uma testemunha. Pode olhar de fora e ver o jogo que está em andamento. O ritmo do mantra é tão belo que nem a mente nem o corpo se dão conta de que o espírito foi embora, discretamente... Eles não costumam permitir isso facilmente. Quando estiver praticando a meditação Nadabrahma, lembre-se disso: deixe que o corpo e a mente fiquem absolutamente juntos. Você, contudo, tem que ter se tornar um observador. Saia de ambos, gentilmente, lentamente, pela porta dos fundos, sem brigas, sem esforço. Este é o sentido da palavra “êxtase”: sair de si. Saia de si mesmo e observe. Você encontrará um estado cheio de paz. Cheio de silêncio, contentamento, uma benção. Isto é tudo que há por trás dos cânticos, é o motivo pelo qual eles prevaleceram ao longo dos séculos. Nunca ouve uma religião que não usasse cânticos e mantras. Há, contudo, um perigo. É preciso sair. Caso contrário, se você não se tornar um observador, você terá compreendido mal. Se você ficar preso à embriaguez do corpo e da mente, nesse caso, os cânticos serão inebriantes, intoxicantes. Serão cantigas de ninar, que lhe trarão um bom sono e nada mais. Funcionarão como tranqüilizantes. Isso é bom, e não há nada de errado aí, mas também não há qualquer valor real. Lembre-se, então, desta cilada, que deve ser evitada: os cânticos são tão bonitos que talvez você queira se perder em meio a eles. Se você se perder, terá aproveitado um ritmo interno, terá sido uma boa experiência da qual você terá gostado, mas terá sido apenas uma viagem lisérgica. Você não deve usar o som, o cântico, o mantra, como um elemento para intoxicar seu ser. Deixe que seja um intoxicante para o corpo e mente, mas saia de dentro deles antes que você seja afetado. Fique de fora e observe. Você verá o corpo balançando, a mente em paz extrema e muita calma. Observe de fora, alerta como uma chama. Lembre-se: se você dormir, não será meditação. Meditação significa percepção e estado de alerta. MEDITAÇÃO NADABRAHMA - INSTRUÇÕES - Esta meditação dura uma hora e tem três estágios. Seus olhos permanecem fechados o tempo todo. Primeiro Estágio: 30 minutos Sente-se numa posição relaxada com olhos fechados e lábios colados, comece a fazer um som como um murmúrio (humming) alto o suficiente para ser ouvido por outros ao seu redor. Isso irá criar uma vibração pelo corpo todo. Você pode visualizar um tubo oco ou um vaso vazio, preenchido apenas com as vibrações do som. Chegará um ponto em que o som continua por si mesmo e você se torna o ouvinte. Não existe nenhuma respiração especial e você pode alterar o tom ou mover o corpo um pouquinho, de maneira suave, se sentir que gosta disso. Segundo Estágio: 15 minutos O segundo estágio é dividido em duas seções de 7 minutos e meio. Na primeira metade mova as mãos, com as palmas para cima, num movimento circular para fora. Começando no umbigo, ambas as mãos se movem para frente e então se dividem para fazer dois grandes círculos opostos, para a esquerda e para a direita. Os movimentos devem ser tão lentos que, às vezes, parece não existir nenhum movimento. Sinta que você está dando energia na direção externa, para o universo. Depois de 7 minutos e meio vire as mãos, palmas para baixo, e comece a movê-las na direção oposta. Agora as mãos irão em direção ao umbigo e se afastam externamente para os lados do corpo. Sinta que está recebendo energia para dentro. Assim como no primeiro estágio, não iniba qualquer movimento lento e suave do restante do corpo. Terceiro Estágio: 15 minutos Sente-se absolutamente quieto e tranquilo. BIBLIOGRAFIA BELLI, Roberto. Meditação: O caminho para iluminação. Editora EKO. 2003. OSHO: Aprendendo a silenciar a mente. Editora Sextante. 1990.REZENDE, L.C.R.R. Meditação: O Portal para a supraconsciencia. 2013. RICARD, Matthieu. Por que meditar? Disponível em http://www.spm- be.pt/2013/04/Porque-Meditar-Matthieu-Ricard.html#.UpNv0MSUTsM acesso em 25/11/13.
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