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PENAL III PROF.: ANA LUISA ALUNO: RAIMUNDO HERBESON (IV SEM GT MANHà FAP) 88.997201010 ESBOÇO PARA ESTUDO CAPÍTULO V DOS CRIMES CONTRA A HONRA Calúnia Art. 138 § 1º § 2º Exceção da verdade § 3º Difamação Art. 139 Injúria Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro: Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. Não há atribuição de fato, como a calúnia e a difamação. Quando o crime é cometido contra funcionário público e na sua presença: Desacato (art. 331) Não admite-se a exceção da verdade. Seria absurdo alguém chamar outro de burro e querer provar a veracidade dessa afirmativa. Quanto a exceção da verdade, lembre-se: Calúnia: cabível como regra Difamação: cabível quando contra func. público em razão de sua função § 1º - O juiz pode deixar de aplicar a pena: fala-se aqui de perdão judicial I - quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria; É o xingamento como resposta a uma provocação, A referida provocação deve ser considerada reprovável Deve ter sido feita no naquele exato momento,na presença do ofensor II - no caso de retorsão [revide] imediata, que consista em outra injúria. Aqui ambos praticam o crime de injúria Injúria real § 2º - Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natureza ou pelo meio empregado, se considerem aviltantes: [humilhante, quer seja pela natureza do ato – respar o cabelo – ou pelo meio empregado – atirar ovo quando alguém está palestrando]. Verbo do tipo Afeta a autoestima. Afeta a moral da vítima. É o dizer que alguém é safado, ladrão, velhaco, vagabundo, golpista, corrupto, estelionatário, pedófilo, etc. Diz respeito a expressões que afetam os atributos físicos ou intelectuais: é o burro, idiota, ignorante, celerado, monstro, baleia, porco, canhão etc. Comentado [D1]: Objetividade jurídica: honra subjetiva (que cada um tem acerca de sus próprios atributos). Elemento subjetivo: dolo Consumação: apena quando chega ao conhecimento da vítima Tentativa: somente na forma escrita Meios de execução: verbal, escrito, gestual ou qualquer outro meio simbólico Formas de ofender: explícita ou implícita (chamar um homem de corno ofende indiretamente sua esposa) e imediata ou mediata Sujeito ativo: qualquer pessoa Sujeito passivo: qualquer pessoa, inclusive os desonrados, os menores de idade e doentes metais (desde que entendam o significado da ofensa). Os mortos e as pessoas jurídicas não podem ser pessoas passivas. Pena - detenção, de três meses a um ano [Figura qualificada do crime de injúria], e multa, além da pena correspondente à violência. Se da violência empregada para ofender resultarem lesões corporais, ainda que leves, o agente responderá pelos dois crimes. Injúria racial ou preconceituosa § 3o Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência: (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003) Pena - reclusão de um a três anos e multa. (Incluído pela Lei nº 9.459, de 1997) O crime de injúria, assim como todos os demais crimes contra a honra, pressupõe que a ofensa seja endereçada a pessoa determinada ou, ao menos, a um grupo determinado de indivíduos. Assim, quando o agente se dirige a uma outra pessoa e a ofende fazendo referência à sua cor ou religião, configura-se a injúria qualificada. O crime de racismo, por meio de manifestação de opinião, estará presente quando o agente se referir de forma preconceituosa indistintamente a todos os integrantes de certa raça, cor, religião etc. Disposições comuns Causas de aumento de pena Art. 141 - As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se de um terço, se qualquer dos crimes é cometido: I - contra o Presidente da República, ou contra chefe de governo estrangeiro; Se o crime é de calúnia ou difamação, e for constatada motivação política, haverá crime específico, previsto na Lei de Segurança Nacional (art 26 c.c 1º e 2º, da Lei 7.170/83) II - contra funcionário público, em razão de suas funções; III - na presença [inclui-se conversas na internet, desde que presentes no mínimo três pessoas] de várias pessoas [pelo menos três – exclue-se deste computo os autores, coautores, e quem não tenha capacidade de entendimento, tais como crianças, surdos, loucos] ou por meio que facilite a divulgação da calúnia, da difamação ou da injúria [panfletos, cartazes, picação, auto-falantes, internet etc.]. IV – contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portadora de deficiência, exceto no caso de injúria. (Incluído pela Lei nº 10.741, de 2003) Parágrafo único - Se o crime é cometido mediante paga [prévia em relação ao crime] ou promessa de recompensa [pagamento posterior], aplica-se a pena em dobro. Exclusão do crime Art. 142 - Não constituem injúria ou difamação punível: I - a ofensa irrogada em juízo [pode ser juízo cível ou criminal, trabalhista ou falimentar], na discussão da causa, pela parte ou por seu procurador; O advogado, pela natureza de sua função, possui privilégio quando a exclusão do crime de injúria (Estatuto da OAB, art. 7º, § 2º): O advogado tem imunidade profissional, não constituindo injúria, difamação ou desacato puníveis qualquer manifestação de sua parte, no exercício de sua atividade, em juízo ou fora dele, sem prejuízo das sanções disciplinares perante a OAB, pelos excessos que cometer. II - a opinião desfavorável da crítica literária, artística ou científica, salvo quando inequívoca a intenção de injuriar ou difamar [não há imunidade absoluta]; A ideia é conferir certa liberdade para os críticos III - o conceito desfavorável emitido por funcionário público, em apreciação ou informação que preste no cumprimento de dever do ofício. Quando um delegado de polícia menciona que o indiciado é um perigoso bandido, a fim de convencer o juiz a decretar-lhe a prisão preventiva, não incorre em crime de injúria. Parágrafo único - Nos casos dos ins. I e III, responde pela injúria ou pela difamação quem lhe dá publicidade. Retratação Art. 143 - O querelado [denota a ideia de calúnia ou difamação apuradas mediante ação privada] quando a que, antes da sentença, se retrata cabalmente da calúnia ou da difamação, fica isento de pena. Parágrafo único. Nos casos em que o querelado tenha praticado a calúnia ou a difamação utilizando-se de meios de comunicação, a retratação dar-se-á, se assim desejar o ofendido, pelos mesmos meios em que se praticou a ofensa. (Incluído pela Lei nº 13.188, de 2015) Art. 144 - Se, de referências, alusões ou frases, se infere calúnia, difamação ou injúria, quem se julga ofendido pode pedir explicações em juízo [Para que não componha uma queixa-crime temerária, o ofendido pode apresentar petição em juízo, notificando o autor do ato para que se explique]. Aquele que se recusa a dá-las ou, a critério do juiz, não as dá satisfatórias, responde pela ofensa. Se, se recusar, responderá pela ofensa Art. 145 - Nos crimes previstos neste Capítulo [calúnia, difamação e injúria] somente se procede mediante queixa, salvo quando, no caso do art. 140, § 2º, da violência resulta lesão corporal. Regra: A ação penal é privada, devendo ser proposta por meio de queixa- crime.Parágrafo único. Procede-se mediante requisição do Ministro da Justiça, no caso do inciso I do caput do art. 141 deste Código [ofensa contra Presidente da República Que se trate de crime de calúnia ou difamação Que o crime em apuração seja de ação provada Que a retratação ocorra antes da sentença de 1ª instancia Que seja cabal Retratação: requisitos Comentado [D2]: Retratar significa voltar atrás no que disse, assumir que errou ao fazer a imputação. É necessário que a retratação seja cabal, isto é, total e incondicional. Comentado [D3R2]: A lei não exige que a parte ofendida a aceite. Deve ser realizada antes da sentença de 1ª instancia. A retratação feita em grau de recurso não gera efeito. ou chefe de governo estrangeiro], e mediante representação do ofendido, no caso do inciso II do mesmo artigo [contra funcionário público], bem como no caso do § 3o do art. 140 deste Código [Injúria racial ou preconceituosa]. (Redação dada pela Lei nº 12.033. de 2009) CAPÍTULO VI DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL [consiste na faculdade de autodeterminação, de fazer o que quiser, dentro, evidentemente, dos limites legais] SEÇÃO I DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE PESSOAL Constrangimento ilegal Art. 146 - Constranger alguém, mediante violência [emprego de força física ou de atos agressivos sobre a vítima – socos, pontapés etc.] ou grave ameaça [é a promessa de mal grave a ser causado no próprio agente ou em terceiro que lhe é querido], ou depois de lhe haver reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de resistência, a não fazer o que a lei permite, ou a fazer o que ela não manda: Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. O constrangimento ilegal possui caráter subsidiário, cedendo lugar sempre que a violência ou grave ameaça empregadas visarem fins específicos, descritos em outro tipo penal. Ex.: Extorção, estupro, tortura, sequestro etc. Por outro lado há crimes que são absorvidos pelo constrangimento ilegal, tais como a ameaça e a violação de domicílio (quando alguém ingressa em casa alheia para praticar o constrangimento ilegal). Quando o agente obriga a vítima a fazer algo lícito, como pagar uma dívida, responderá pelo crime de exercício arbitrário das próprias razões (art. 345, CP). Aumento de pena § 1º - As penas aplicam-se cumulativamente e em dobro, quando, para a execução do crime, se reúnem mais de três pessoas [mínimo de 4], ou há emprego de armas [ou doutrinadores interpretam esta palavra, no plural, como gênero e não ao número. As armas podem ser próprias ou impróprias]. § 2º - Além das penas cominadas, aplicam-se as correspondentes à violência. Havendo violência, as penas dos dois crimes deverão ser somadas. Excludente de tipicidade § 3º - Não se compreendem na disposição deste artigo: I - a intervenção médica ou cirúrgica, sem o consentimento do paciente ou de seu representante legal, se justificada por iminente perigo de vida; II - a coação exercida para impedir suicídio. Ex.: É o caso de alguém com força física avantajada que manda a vítima mudar de assento em um estádio de futebol pois, caso contrário, irá agredi-la. Comentado [D4]: Objetividade jurídica: A liberdade das pessoas de fazer ou não fazer o que bem lhes aprouver, dentro dos limites legais. Ver art. 5º, II, CRFB Tipo objetivo: Constranger, coagir, obrigar a fazer ou não fazer algo. Não admite a forma omissiva. Sujeito ativo: Qualquer pessoa que tenha capacidade de determinação. Pessoa jurídica não podem ser sujeito ativo, e sim o representante da empresa. Elemento subjetivo: Dolo Consumação: Estamos diante de um crime material, logo a consumação só ocorre quando a vítima, coagida, faz o que o agente mandou que ela fizesse, ou deixa de fazer o que ele ordenou que não fizesse. Tentativa: Quando o agente emprega a violência ou grave ameaça ou a violência imprópria e não obtém, por circunstancias alheias à sua vontade, a ação ou omissão da vítima. Ação penal: Pública incondicionada Ameaça Art. 147 - Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave [o mal prometido deve ser injusto, contrário ao direito, caso contrário será atípico]: A injustiça da ameaça é o elemento normativo do crime Como se dá a ameaça? Palavras: Na presença da vítima, por gravação, por telefone etc. Por escrito: carta, bilhete, e-mail etc. Gestos: Apontar uma arma, pássaro dedo no pescoço simulando um degolamento etc. Meio simbólico: Enviar um pequeno caixão para a vítima. A doutrina ainda diz que a ameaça pode ser: direta, indireta, explícita e implícita. O crime tem caráter subsidiário Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. Parágrafo único - Somente se procede mediante representação. Seqüestro e cárcere privado Art. 148 - Privar alguém de sua liberdade, mediante seqüestro ou cárcere privado: (Vide Lei nº 10.446, de 2002) Pena - reclusão, de um a três anos. Como a liberdade é bem disponível, o consentimento exclui o crime. Tem caráter subsidiário quando estiver presente alguma finalidade prevista como crime mais grave: Se o sequestro visa o pedido de resgate em troca da libertação da vítima, o crime é o de extorsão mediante sequestro (art. 159). Se o sequestro for realizado com o fim de praticar crime de tortura, teremos o crime de tortura agravado (art. 1º, §4º, III, da Lei n. 9.455/97). Se o agente subtrai criança ou adolescente (art. 237 da Lei 8.069/90). Figuras qualificadas § 1º - A pena é de reclusão, de dois a cinco anos: I – se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro do agente ou maior de 60 (sessenta) anos; (Redação dada pela Lei nº 11.106, de 2005) A norma é taxativa, não admitindo analogias ou interpretações extensivas. E se o sequestrador for tio, genro, irmão, aplica a qualificadora? o Não, porque o rol é taxativo! E se a vítima tiver menos de 60 anos quando capturada, sendo mantida em cativeiro até superar tal idade, aplica-se a qualificadora? Sequestro: a vítima é deixada em lugar aberto com possibilidade de considerável movimentação (Ex.: uma chácara). Cárcere privado: a vítima é privada da liberdade em local fechado (em um quarto fechado) Comentado [D5]: Objetividade jurídica: A liberdade das pessoas no que tange à tranquilidade ou sossego. Tipo objetivo: Ameaçar, intimidar, anunciar a provocação. Sujeito ativo: Qualquer pessoa. Sujeito passivo: Qualquer pessoa, desde que possa compreender o significado da ameaça. Ação penal: Ação penal condicionada à representação. Elemento subjetivo: Dolo Consumação: No momento em que a vítima toma conhecimento do teor da ameaça. Tentativa: É possível nos casos de ameaça feita por carta ou pela remessa de fita com a ameaça que não chega ao destinatário. Ação penal: Condicionada à representação. Comentado [D6]: Objetividade jurídica: A liberdade de locomoção. Tipo objetivo: Privar alguém de sua liberdade. Elemento subjetivo: Dolo Sujeito ativo: Qualquer pessoa (crime comum). Sujeito passivo: Qualquer pessoa. Consumação: Quando a vítima for privada de sua liberdade por tempo juridicamente relevante. É crime permanente, pois sua consumação se prolonga no tempo. Por isso a prisão em flagrante é possível a todo momento (art. 303 CPP). Tentativa: Quando priva a liberdade por tempo inferior ao juridicamente relevante. Ação penal: Pública incondicionada.o Sim, porque o sequestro é crime permanente. II - se o crime é praticado mediante internação da vítima em casa de saúde ou hospital; Crime com emprego de fraude, enganando os profissionais da área médica com exames falsos. III - se a privação da liberdade dura mais de quinze dias. IV – se o crime é praticado contra menor de 18 (dezoito) anos; (Incluído pela Lei nº 11.106, de 2005) V – se o crime é praticado com fins libidinosos. (Incluído pela Lei nº 11.106, de 2005) O crime de sequestro qualificado é formal, pois se consuma no momento da captura da vítima, ainda que o agente não consiga realizar com ele nenhum dos atos libidinosos que pretendia. Caso consiga realizar tais atos com emprego de violência ou grave ameça, responderá por crime de estupro, em concurso material com o de sequestro. § 2º - Se resulta à vítima, em razão de maus-tratos ou da natureza da detenção, grave sofrimento físico ou moral: Pena - reclusão, de dois a oito anos. Local frio, úmido, quente, com ratos, baratas, exposta a falta de alimento, muito tempo sem luz solar. SEÇÃO IV DOS CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE DOS SEGREDOS Divulgação de segredo Art. 153 Violação ao segredo profissional Art. 154 Invasão de dispositivo informático Art. 154-A. Invadir dispositivo informático alheio, conectado ou não à rede de computadores, mediante violação indevida de mecanismo de segurança e com o fim de obter, adulterar ou destruir dados ou informações sem autorização expressa ou tácita do titular do dispositivo ou instalar vulnerabilidades para obter vantagem ilícita: (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa. (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência § 1o Na mesma pena incorre quem produz, oferece, distribui, vende ou difunde dispositivo ou programa de computador com o intuito de permitir a prática da conduta definida no caput. (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência Causa de aumente de pena da figura simples § 2o Aumenta-se a pena de um sexto a um terço se da invasão resulta prejuízo econômico. (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência Figura qualificada Comentado [D7]: Objetividade jurídica: Segurança nas operações informáticas e o sigilo das informações e dados dos usuários. Tipo objetivo: Invadir dispositivo informático. Elemento subjetivo: Dolo Consumação: No exato momento da invasão. Tentativa: É possível (ex.: quando a vítima não abre um e- mail contendo arquivo espião, ou quando o antivírus impede invasão). Sujeito ativo: Qualquer pessoa (crime comum). Sujeito passivo: O dono do computador invadido ou qualquer outra pessoa cujos dados sejam copiados ou danificados por estarem nos arquivos do computador afetado. Ação penal: Mediante representação, salvo se cometido contra a administração pública direta ou indireta de qualquer dos poderes da União, Estados, DF ou Municípios ou contra empresas concessionárias de serviços públicos, quando a ação será pública incondicionada. § 3o Se da invasão resultar a obtenção de conteúdo de comunicações eletrônicas privadas, segredos comerciais ou industriais, informações sigilosas, assim definidas em lei, ou o controle remoto não autorizado do dispositivo invadido: (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa, se a conduta não constitui crime mais grave [o próprio tipo penal prevê sua absorção diante de delitos mais graves – subsidiariedade expressa]. (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência Aumento de pena da figura qualificada § 4o Na hipótese do § 3o, aumenta-se a pena de um a dois terços se houver divulgação, comercialização ou transmissão a terceiro, a qualquer título, dos dados ou informações obtidos. (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência Ex.: O agente que invade o computador de uma atriz e copia fotografias sensuais particulares e comercializa as fotografias com sites pornográficos ou com revistas. Ex2.: O agente consegue, com a invasão, o texto de um livro que está sendo redigido por um famoso escritor ou uma música que será gravada por uma famosa banda e divulga a música ou o livro. Causas gerais de aumento de pena § 5o Aumenta-se a pena de um terço à metade se o crime for praticado contra: (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência I - Presidente da República, governadores e prefeitos; (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência II - Presidente do Supremo Tribunal Federal; (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência III - Presidente da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de Assembleia Legislativa de Estado, da Câmara Legislativa do Distrito Federal ou de Câmara Municipal; ou (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012)Vigência IV - dirigente máximo da administração direta e indireta federal, estadual, municipal ou do Distrito Federal. (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência TÍTULO II DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO CAPÍTULO I DO FURTO Furto Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. Observações: É possível furtar parte de bem imóvel, como por exemplo, as telhas de uma casa. Nesse caso o agente mobiliza parte do bem imóvel. Os animais domésticos, quando tiverem dono, e os semoventes (bois, porcos, cabras) podem ser objetos de furto. Comentado [D8]: Objetividade jurídica: Esse crime afeta o patrimônio e, eventualmente a posse. É um crime simples. Tipo objetivo: As elementares podem ser divididas em quatro: 1.Conduta típica: subtrair. 2. Objeto material: móvel. 3. Elemento normativo: coisa alheia. 4. Elemento subjetivo: Assenhoreamento definitivo da coisa subtraída. Sujeito ativo: Crime comum. Sujeito Passivo: O dono do bem subtraído Consumação: Quatro teorias: 1. Concretatio, segundo a qual tocar coisa alheia consuma o furto. 2. Apprehensio, em que é necessário o agente segurar a coisa. 3. Amotio, que exige o deslocamento físico do bem. 4. Abratio, que pressupõe que o agente coloque o bem no local em que pretendia. Foi adotada uma orientação que chamamos de teoria da inversão da posse. Essa corrente exige que a vítima perca a posse e o agente a obtenha. Tentativa: É possível em todas as modalidades de furto – simples, privilegiado e qualificado. Pena: A pena de furto simples é cumulativa: multa e privativa de liberdade (reclusão, de um a quatro anos). Como a pena mínima não supera um ano, é cabível a suspensão condicional do processo, se presentes os demais requisitos do art. 89 da Lei 9,099/95. Ação penal: Pública incondicionada. Comentado [D9]: Fim de assenhoreamento definitivo (elemento subjetivo) O furto exige que o agente o pratique o verbo do tipo com o fim de obter o bem para si ou para outrem. O crime pressupõe a intenção de manter a coisa em seu poder. É o que chamamos de animus rem sibi havendi ou animus furandi. Para que a coisa seja considerada alheia, é necessário que ela tenha dono. Assim, por não ter dono, não pode ser objeto de furto a coisa de ninguém (res nullius). Comentado [D10]: Apenas a coisa móvel pode ser objeto de furto, uma vez que somente ela pode ser transportada e tirada da esfera de vigilância da vítima. O art. 155,§3º, do Código Penal, equipara a coisa móvel a energia elétrica e outras formas de energia que tenha valor econômico, de modo que podem ser produto de furto. Os seres humanos não podem ser objeto material de furto, mas de sequestro (art. 148), extorsão mediante sequestro (art. 159) e subtração de incapaz (art. 249). A extração, não autorizada, de órgão ou tecido humano, para fim de transplante, constitui crime específico, previsto na Lei n. 9.434/97 (art. 14). Subtração de objetos enterrados com o cadáver A doutrina fala de furto e de violação a sepultura (art. 210, CP). No primeiro caso (furto) dizem que os bens possuem aos herdeiros, e a subtração constitui furto, qualificado pelo rompimento de obstáculo. No segundo caso o objeto equipara-se à coisa abandonada, assim tipificado no art. 210, do CP. Fim de assenhoreamento definitivo (elemento subjetivo) O furto exige que o agente o pratique o verbo do tipo com o fim de obter o bem para si ou para outrem. O crime pressupõe a intenção de manter a coisa em seu poder. É o que chamamos de animus rem sibi havendi ou animus furandi. Absorção Quando o agente ingressa em casa alheia para cometer crime de furto, o delito de violação de domicílio por se tratar de crime-meio. Se o agente, após furtar o objeto, o destrói, o crime de dano é considerado post factum impunível, pois não houve novo prejuízo à vítima. Se o agente, após furtar um objeto, passando-se por seu legítimo dono, o vende a um terceiro, deveria responder por dois crimes (furto e disposição de coisa alheia como própria – art. 171, §2º, I, CP), mas responderá apenas por furto, porque obteve apenas uma vantagem. Furto famélico É aquele cometido por quem se encontra em estado de extrema penúria e, não tenho outra forma de conseguir alimento para si ou para seus familiares, subtrai pequena quantidade de mantimento ou um animal para se alimentar. § 1º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante o repouso noturno. Não é cabível a suspenção condicional do processo porque a pena mínima em abstrato é de um ano e quatro meses por conta do aumento. Furto privilegiado § 2º - Se o criminoso é primário [Toda e qualquer pessoa que não seja considerada reincidente pelo juiz na sentença], e é de pequeno valor [até um salário mínimo] a coisa furtada, o juiz pode 1) substituir a pena de reclusão pela de detenção, 2) diminuí-la de um a dois terços, ou 3) aplicar somente a pena de multa. E as coisas perdidas? A res desperdicta tem dono, contudo, só são assim consideradas aquelas que estão fora da esfera de vigilância do dono porque foram perdidas em local público ou aberto ao público. Neste caso não se fala em furto, mas em apropriação de coisa achada (art. 169, parágrafo único, II). Comentado [D11]: É aquele vigente à época do crime. Necessária avaliação formal, que deverá ser ordenada pelo delegado de Polícia, normalmente feita pelos peritos da própria Polícia Civil. § 3º - Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor econômico. Furto qualificado § 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido: I - com destruição [destruição completa] ou rompimento [danificação parcial] de obstáculo à subtração da coisa; II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza; III - com emprego de chave falsa; IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas. § 5º - A pena é de reclusão de três a oito anos, se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior [é necessário que exista, já no momento da subtração, intenção de transportar o veículo – entendimento de Victor Eduardo Rios Gonçalves]. (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996) Furto de coisa comum Art. 156 - Subtrair o condômino, co-herdeiro ou sócio, para si ou para outrem, a quem legitimamente a detém, a coisa comum: Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa. Em relação ao sujeito ativo, deve-se ressaltar sua natureza de crime próprio, que só pode ser cometido por condômino (de bem móvel), coerdeiro e sócio. Quando o agente já está na posse do bem e não restitui, o crime é o de apropriação indébita. § 1º - Somente se procede mediante representação. Exclusão do crime § 2º - Não é punível a subtração de coisa comum fungível [é aquela que pode ser substituída por outra da mesma espécie, quantidade e qualidade], cujo valor não excede a quota a que tem direito o agente [Dessa forma não terá causado prejuízo para o condômino, coerdeiro e sócio.]. CAPÍTULO II DO ROUBO E DA EXTORSÃO Roubo Esta figura criminosa abrange o roubo simples (que pode ser próprio ou impróprio), cinco causas de aumento de pena e duas qualificadoras. Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça [promessa de mal grave e iminente a ser provocado no próprio dono do bem ou em terceiro (filho, cônjuge etc.)] ou violência [emprego de força física ou ato agressivo] a pessoa [o próprio dono do bem ou terceiro e nunca contra a coisa], ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência: Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa. Comentado [D12]: Objeto material: Coisa comum Sujeito ativo: Só pode ser cometido pelo condômino (de bem móvel), coerdeiro e sócio. Sujeito passivo: Só pode ser cometido pelo condômino (de bem móvel), coerdeiro e sócio. Ação penal: Considerando que nas hipóteses desse artigo as partes muitas vezes são parentes ou amigos próximos, decidiu que a ação penal é pública, mas depende de representação. Comentado [D13]: Objetividade jurídica: Crime complexo na medida em que atinge mais de um bem jurídico: o patrimônio e a incolumidade física ou a liberdade individual. Tipo objetivo: Subtrair coisa móvel, alheia, com o fim de assenhoreamento. Sujeito ativo: Qualquer pessoa, exceto o próprio dono do bem, já que a lei exige que a coisa seja alheia. Sujeito passivo: O proprietário, bem como o possuidor ou detentor do bem. A PJ também pode ser sujeito passivo do roubo. Consumação: No momento em que o agente se apossa do bem da vítima, com a inversão da posse da res. Tentativa: É possível quando é empregada e violência ou grave ameaça, sem conseguir se apoderar do bem visado. Ação penal: Pública incondicional. Comentado [D14]: A simulação de arma constitui grave ameaça. Grave ameaça = vis relativa Comentado [D15]: Se o agente o fez com a intenção de matar a vítima, responde por crime de latrocínio, consumado ou tentado, dependendo do resultado. Violência = vis absoluta Não existe roubo privilegiado, mesmo que o réu seja primário e a coisa roubada seja de pequeno valor. Roubo impróprio § 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro. No roubo impróprio o agente queria inicialmente cometer um furto, e depois de se apoderar do bem emprega violência ou grave ameaça a fim de garantir sua impunidade ou a detenção do referido bem. No roubo próprio a violência e a grave ameaça são meios, sendo empregados antes e durante o roubo. O roubo impróprio não admite a violência impropria do caput. Causas de aumento de pena § 2º - A pena aumenta-se de um terço até metade: Emprego de arma I - se a violência ou ameaça é exercida comemprego de arma [abrange arma própria e imprópria]; Concurso de agentes II - se há o concurso de duas ou mais pessoas; Vítima em serviço de transporte de valores III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal circunstância. Transporte de veículos roubado para outro estado ou país IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior; (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996) Restrição da liberdade da vítima V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade. (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996) Roubo qualificado § 3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de sete a quinze anos, além da multa; se resulta morte, a reclusão é de vinte a trinta anos, sem prejuízo da multa. (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996) Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90 Extorsão Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar de fazer alguma coisa: Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa. Distinções: Comentado [D16]: Como o texto legal exige o emprego, mesmo que o agente esteja portando, se não apontar nem mostrar, não configurará a causa de aumento. Comentado [D17]: O dispositivo em análise refere-se à restrição de liberdade, que não se confunde com privação de liberdade – elementar do crime de sequestro ou cárcere privado. Esta é mais duradoura, exige que a vítima seja mantida em poder do sequestrador por tempo juridicamente relevante. Na restrição a vítima fica por poucos minutos em poder do roubador. Comentado [D18]: As LCNG são aquelas descritas no art. 129, §§1º e 20, CP. Comentado [D19]: É a figura conhecida como latrocínio. As qualificadoras aplicam-se tanto no roubo próprio quanto ao impróprio. De acordo com o art. 1º, II da Lei n. 8.072/90, o latrocínio, consumado ou tentado, é crime hediondo. Por ser hediondo: 1.O agente não pode receber anistia, graça ou indulto. 2.A progressão para regime mais brando só pode ocorrer após o cumprimento de 2/5 da pena, se primário, e 3/5, se reincidente. 3.O livramento condicional só é admitido se cumprido 2/3 da pena e se o agente não for reincidente específico. 4.O regime inicial deve ser o fechado. Comentado [D20]: Objetividade jurídica: Patrimônio, incolumidade física e a liberdade individual. Tipo objetivo: Obrigar, coagir a vítima a fazer algo(entregar dinheiro), tolerar que se faça algo (usar algo sem pagar) ou deixar de fazer algo (não entrar em uma concorrência). Elemento subjetivo: A intenção de obter indevida vantagem econômica. Sujeito ativo: Qualquer pessoa. Crime comum. Sujeito passivo: Todos os que sofreram a violência ou grave ameaça, como aqueles que sofreram a lesão patrimonial. Consumação: Súmula 96, STJ “o crime de extorsão consuma- se independentemente da obtenção da vantagem indevida”. Tentativa: É possível. A vítima assinou o cheque mediante grave ameaça, mas o agente não conseguiu o valor descrito na folha. Ação penal: Pública incondicionada. Extorsão e estelionato: no estelionato a vítima entrega os bens ao agente por engano, pelo ludibrio, já na extorsão por sofrer violência ou grave ameaça. Extorsão e roubo: Segundo Nelson Hungria, “a infalível distinção entre extorsão e roubo é que neste o agente toma para si mesmo, enquanto naquela faz com que se lhe entregue, ou ponha à sua disposição, ou se renuncie a seu favor”. Extorsão e concussão: Na concussão o sujeito ativo sempre é funcionário público, e a vítima cede às exigências deste por temer represálias decorrentes do exercício do cargo. A extorsão pode ser cometida por qualquer pessoa, inclusive por funcionário público, desde que presente o elemento violência ou grave ameaça. Causas de aumento de pena § 1º - Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas, ou com emprego de arma, aumenta-se a pena de um terço até metade. Extorsão qualificada pela lesão grave ou morte § 2º - Aplica-se à extorsão praticada mediante violência o disposto no § 3º do artigo anterior [20 a 30 anos]. Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90 Extorsão qualificada pela restrição da liberdade (sequestro-relâmpago) § 3o Se o crime é cometido mediante a restrição da liberdade da vítima, e essa condição é necessária para a obtenção da vantagem econômica, a pena é de reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, além da multa; se resulta lesão corporal grave ou morte, aplicam-se as penas previstas no art. 159, §§ 2o e 3o, respectivamente. (Incluído pela Lei nº 11.923, de 2009) Extorsão mediante seqüestro Art. 159 - Sequestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate: Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90 (Vide Lei nº 10.446, de 2002) Pena - reclusão, de oito a quinze anos.. (Redação dada pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990) Figuras qualificadas § 1o Se o seqüestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se o seqüestrado é menor de 18 (dezoito) ou maior de 60 (sessenta) anos, ou se o crime é cometido por bando ou quadrilha. Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90 (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003) Pena - reclusão, de doze a vinte anos. (Redação dada pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990) Qualificadoras decorrentes de lesão grave ou morte § 2º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90 Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos. (Redação dada pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990) § 3º - Se resulta a morte: Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90 Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos. (Redação dada pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990) Delação eficaz Comentado [D21]: Estamos diante de um crime de extorsão qualificada, em que se deve aplicar a pena de um crime de extorsão mediante sequestro qualificado. Comentado [D22]: Objetividade jurídica: Patrimônio e a liberdade. Crime complexo. Natureza hedionda: Tanto em sua figura simples quanto em suas formas qualificadas. Tipo objetivo: Sequestrar. Elemento subjetivo: Dolo de obter qualquer vantagem econômica como condição ou preço do resgate. Sujeito ativo: Qualquer pessoa. Crime comum. Sujeito passivo: Qualquer pessoa. Consumação: No exato momento em que a vítima é capturada. Note que o efetivo pagamento do resgate constitui mero exaurimento do crime de extorsão mediante sequestro. Tentativa: É possível, desde que os agentes já tenham feito a abordagem visando sequestrar, mas não conseguiram por circunstancias alheias à sua vontade. Competência: É a do local de onde se deu a captura (art. 70 CPP), podendo ser também na cidade onde a vítima permaneceu cativa (art. 71 CPP). Ação penal: Pública incondicionada. Comentado [D23]: Basta uma destas hipóteses Comentado [D24]: Da pessoa sequestrada § 4º - Se o crime é cometido em concurso, o concorrente [abrange tanto o coautor quanto o partícipe] que o denunciar à autoridade, facilitando a libertação do sequestrado, terá sua pena reduzida de um a dois terços. (Redação dada pela Lei nº 9.269, de 1996) CAPÍTULO V DA APROPRIAÇÃO INDÉBITA Apropriação indébita Art. 168 - Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a detenção: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. A principal diferença entre aAI e o estelionato é que no primeiro o dolo é posterior e no estelionato, anterior. Aumento de pena § 1º - A pena é aumentada de um terço, quando o agente recebeu a coisa: I - em depósito necessário; 1ª Modalidade: Depósito necessário legal – Existe, contudo, consenso na doutrina no sentido de que, em tal caso, o agente recebe p bem no desempenho de função pública e, caso dela se aproprie, comete o crime de peculato (art. 312, caput). NÃO É O CASO NESTE INCISO! 2ª Modalidade: É o caso de alguém receber bem alheio por este não ter onde guardar, em função de alguma catástrofe, enchente, incêndio, chamado de depósito miserável. APLICÁVEL O AUMENTO DO INCISO EM QUESTÃO! 3ª Modalidade: É a figura do depósito necessário por equiparação, descrito no art. 649 do CC, que se refere às bagagens dos viajantes ou hóspedes nas hospedarias onde estiverem, nas situações em que as bagagens estejam sob a responsabilidade dos funcionários. Lembre-se necessária se faz a posse para configurar o crime. HÁ DIVERGÊNCIAS DOUTRINÁRIAS II - na qualidade de tutor [pessoa nomeada judicialmente a quem compete cuidar de menor de idade e administrar seus bens, caso seus pais tenham falecido, sido declarados ausentes ou destituídos do poder pátrio], curador [É a pessoa nomeada judicialmente para administrar os bens de pessoas com deficiência mental, enfermas, dependentes de álcool ou drogas, pródigas ou que não podem, por qualquer causa, exprimir sua vontade], síndico [substituído na atual Lei de Falências pela figura do administrador judicial], liquidatário [figura abolida de nossa legislação pela Lei das Falências], inventariante [pessoa a quem compete a administração da herança, desde a assinatura do compromisso até a homologação da partilha], testamenteiro [quem tem a incumbência de cumprir as disposições de ultima vontade contidas em testamento] ou depositário judicial [pessoa nomeada pelo juiz para a guarda e conservação de bens penhorados, arrestados, sequestrados ou arrecadados por ordem do juízo.]; III - em razão de ofício, emprego ou profissão. Apropriação indébita previdenciária (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) Quem deixar de repassar previdência social as contribuições recolhidas dos contribuintes, no prazo e forma legal ou convencional. Comentado [D25]: Quanto maior a colaboração prestada, maior a redução Comentado [D26]: Objetividade jurídica: O patrimônio e eventual posse. Tipo objetivo: Quebra de confiança. Sujeito ativo: Qualquer pessoa que tenha a posse lícita de uma coisa alheia. Sujeito passivo: Normalmente o proprietário, mas também podem sê-lo o possuidor, o usufrutuário etc. Consumação: No momento em que o agente exterioriza inequivocamente de que passou a se comportar como dono. Tentativa: Não se aplica. Elemento subjetivo: Dolo. Objeto material: Apenas as coisas móveis podem ser objeto do crime. Ação penal: Pública incondicionada. Comentado [D27]: Alguns doutrinadores Damásio de Jesus e Nélson Hungria consideram esta hipótese abarcada pelo inciso III do mesmo artigo. CAPÍTULO VI DO ESTELIONATO E OUTRAS FRAUDES Estelionato Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo [o agente procura ludibriar a vítima] ou mantendo [A vítima se engana e o agente, ao perceber a situação o mantem neste estado], alguém em erro, mediante artifício [quando se usa algum artefato par enganar], ardil [é a conversa enganosa], ou qualquer outro meio fraudulento [forma genérica. Ex.: o silêncio]: Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, de quinhentos mil réis a dez contos de réis. Forma privilegiada § 1º - Se o criminoso é primário [toda e qualquer pessoa que não seja considerada reincidente pelo juiz na sentença], e é de pequeno valor [aquela que não ultrapassa um salário mínimo] o prejuízo, o juiz pode [leia-se: deve] aplicar a pena conforme o disposto no art. 155, § 2º. § 2º - Nas mesmas penas incorre quem: Disposição de coisa alheia como própria I - vende, permuta, dá em pagamento, em locação ou em garantia coisa alheia como própria [este rol é taxativo]; Alienação ou oneração fraudulenta de coisa própria II - vende, permuta, dá em pagamento ou em garantia coisa própria inalienável [que não pode ser vendida em razão de determinação legal, convenção ou disposição testamentária], gravada de ônus [aquela sobre a qual pesa um direito real em decorrência de cláusula contratual ou disposição legal (art. 1.225 do CC)] ou litigiosa [aquele objeto com cláusula de inalienabilidade], ou imóvel que prometeu vender a terceiro, mediante pagamento em prestações, silenciando sobre qualquer dessas circunstâncias; Defraudação de penhor III - defrauda, mediante alienação não consentida pelo credor ou por outro modo, a garantia pignoratícia, quando tem a posse do objeto empenhado; Distinções do estelionato com outros crimes em relação ao sujeito passivo: 1. Estelionato e crimes contra a economia popular: O estelionato requer prejuízo alheio, assim necessária se faz a identificação de pessoa ou pessoas determinadas. Nos crimes contra a economia popular o golpe visa pessoas indeterminadas (ex.: adulteração de taxímetro, de bomba de combustível). 2. Estelionato e abuso de incapazes: Se a vítima não tem discernimento (menor, alienada ou débil mental) o crime é o de abuso de incapaz, previsto no art. 173, CP. É pacífico que, estando presentes os requisitos legais, a aplicação de alguma das consequências do privilégio é obrigatória por se tratar de direito subjetivo do réu. Comentado [D28]: Objetividade jurídica: O dispositivo tutela o patrimônio. Tipo objetivo: Obter mediante artificio, ardil ou qualquer outro meio fraudulento. Consumação: Como o crime é de natureza material, sua consumação se dá mediante a efetiva obtenção da vantagem ilícita almejada. Tentativa: É possível desde que o agente já tenha dado início à execução do delito e não tenha conseguido obter a vantagem visada. Sujeito ativo: Todo aquele que emprega a fraude como aquele que dolosamente recebe a vantagem ilícita. Sujeito passivo: Os que sofrem o prejuízo patrimonial e todos os que foram enganados pela fraude perpetrada. Ação penal: Pública incondicionada. Comentado [D29]: À época do crime. Comentado [D30]: O juiz pode substituir de pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa. Comentado [D31]: Elementar do crime. Comentado [D32]: Direito real em que a coisa móvel dada em garantia fica sujeita ao cumprimento das obrigações. Crime próprio, uma vez que somente o devedor que tem a posse do bem empenhado pode cometê-lo. Fraude na entrega de coisa IV - defrauda substância, qualidade ou quantidade de coisa que deve entregar a alguém; Fraude para recebimento de indenização ou valor de seguro V – [1]destrói, total ou parcialmente, ou oculta coisa própria, ou [2]lesa o próprio corpo ou a saúde, ou [3]agrava as consequências da lesão ou doença, com o intuito de haver indenização ou valor de seguro; Três hipóteses levantada pelo legislador: Destruir ou ocultar coisa própria Lesiona o próprio corpo ou saúde Agrava as consequências da lesão ou doença Fraude no pagamento por meio de cheque VI - emite cheque, sem suficiente provisão de fundos em poder do sacado, ou lhe frustra o pagamento. Causas de aumento de pena § 3º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é cometido em detrimentode entidade de direito público ou de instituto de economia popular, assistência social ou beneficência. Estelionato contra idoso § 4o Aplica-se a pena em dobro se o crime for cometido contra idoso. (Incluído pela Lei nº 13.228, de 2015) CAPÍTULO VIII DISPOSIÇÕES GERAIS Escusas absolutórias Art. 181 - É isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos neste título, em prejuízo: (Vide Lei nº 10.741, de 2003) I - do cônjuge, na constância da sociedade conjugal; II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegítimo, seja civil ou natural. Imunidades relativas Art. 182 - Somente se procede mediante representação, se o crime previsto neste título é cometido em prejuízo: (Vide Lei nº 10.741, de 2003) I - do cônjuge desquitado ou judicialmente separado; II - de irmão, legítimo ou ilegítimo; Comentado [D33]: O crime de fraude contra seguro é formal, isto é, consuma-se no momento em que o agente realiza a conduta típica, ainda que o agente não consiga receber o que pretendia. O efetivo recebimento do valor do seguro é mero exaurimento do delito. Comentado [D34]: Total isenção da pena. III - de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita. Exceções Art. 183 - Não se aplica o disposto nos dois artigos anteriores: I - se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral, quando haja emprego de grave ameaça ou violência à pessoa; II - ao estranho que participa do crime. III – se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos. (Incluído pela Lei nº 10.741, de 2003) Juazeiro do Norte, 12 de junho de 2016 Acesse: http://revisadireito.blogspot.com.br/ https://www.facebook.com/revisao.direito/ https://www.youtube.com/channel/UCHDm9SKThZTZLHzvNPtwVmQ
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