Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 Teoria da Ligação de Valência (TLV) Aula 9 Estrutura da matéria – 2016 2 Walter Heitler 1904-1981 Fritz London 1900-1954 Linus Pauling 1901-1994 John Slater 1900-1976 Estrutura da matéria – 2016 3 Teoria da Ligação de Valência (TLV) • Primeira teoria de ligação química baseada na mecânica quântica • Expressa os conceitos de Lewis em termos de funções de onda Estrutura da matéria – 2016 4 Natureza das Ligações Covalentes • Como justificar a união estável entre átomos com similares afinidades eletrônicas e energias de ionização, formando moléculas como H2, N2, Cl2? • 1927, Heitler e London: forneceram a primeira descrição da molécula de H2, do ponto de vista energético, por meio de cálculos de mecânica quântica Heitler London Estrutura da matéria – 2016 5 Procedimento de Heitler e London Considere o orbital 1s de cada átomo de H Y1 = 1sA(1) 1sB(2) Y2 = 1sA(2) 1sB(1) Como os elétrons em H2 são indistinguíveis, estas funções são inadequadas! Heitler e London: combinação linear de y1 e y2 (sobreposição das funções de onda) Conceito de intercâmbio dos elétrons 1 e 2 entre os núcleos A e B YS = Y1+Y2 = 1sA(1)1sB(2) + 1sA(2) 1sB(1) função de onda simétrica YA = Y1-Y2= 1sA(1)1sB(2) - 1sA(2) 1sB(1) função de onda anti-simétrica Ligação estável ⇨ redução na repulsão entre os 2 núcleos ⇨ elétrons entre os 2 núcleos ⇨ elétrons perto um do outro. 1sA(1) ≈ 1sA(2) e 1sB(1) ≈1sB(2) YS=2[1sA(1)1sB(2)] e YA ≈ 0 A probabilidade de encontrar os elétrons (Y2) próximos um do outro é quase nula em YA e alta em YS 6 Equivalência entre a Teoria de Heitler-London e a Teoria de Lewis “O trabalho de Heitler e London, usando Mecânica Quântica, fornece uma justificativa formal para a Teoria Fenomenológica de Lewis da ligação química” A formação da ligação covalente por compartilhamento de um par de elétrons resulta do Princípio de Exclusão de Pauli – 2 elétrons podem ser descritos pelo mesmo orbital se têm spins opostos - e do Fenômeno de Ressonância em Mecânica Quântica (equivalente ao intercâmbio dos elétrons da ligação) Linus Pauling Estrutura da matéria – 2016 7 Teoria da Ligação de Valência Pauling e Slater Descrição TLV para formação de ligação covalente • Os demais átomos de uma molécula não exercem influência acentuada na formação de uma dada ligação. • As ligações resultam da sobreposição de orbitais atômicos (combinação de funções de onda) de mesma simetria, pertencentes aos dois átomos envolvidos • Os orbitais sobrepostos acomodam 2 elétrons, de spins opostos. Em geral, 1 elétron é fornecido por cada átomo. • É mais provável encontrar os elétrons na região da ligação, entre os 2 núcleos: Princípio da Sobreposição Máxima (Maximum Overlap) • Quanto maior a sobreposição entre os 2 orbitais, mais forte a ligação • A ligação se forma na direção de maior concentração do orbital Estrutura da matéria – 2016 8 Teoria da Ligação de Valência Pauling e Slater A TLV fornece • força das ligações. • ângulos entre as ligações . • ocorrência ou não de rotação livre em torno do eixo da ligação • relação entre números quânticos dos elétrons envolvidos e número e arranjo espacial das ligações Estrutura da matéria – 2016 9 Ligação sigma Sobreposição frontal (ao longo do eixo da ligação) dos 2 orbitais atômicos envolvidos Estrutura da matéria – 2016 10 Ligação sigma () Sobreposição frontal (ao longo do eixo da ligação) dos 2 orbitais atômicos envolvidos 11 Molécula de H2 Ligação Estrutura da matéria – 2016 12 Formação da ligação HF F(Z=9): 1s2 2s2 2p5 Ligação Estrutura da matéria – 2016 13 F2 F(Z=9): 1s2 2s2 2p5 Formação da ligação Ligação Estrutura da matéria – 2016 14 Ligação Sobreposição lateral (perpendicular ao eixo da ligação) dos 2 orbitais atômicos envolvidos, levando à uma ligação onde os 2 elétrons estão em 2 lobos, um de cada lado do eixo internuclear Ligação Estrutura da matéria – 2016 15 Sobreposição lateral dos orbitais envolvidos na ligação restringe a rotação das moléculas é menos efetiva que a sobreposição frontal A ligação é mais fraca que a ligação requer que a molécula seja planar não ocorrem sem que os átomos estejam unidos por uma ligação sigma Átomos volumosos não formam ligações Ligação Estrutura da matéria – 2016 16 Molécula de N2 N (Z=7) Estrutura da matéria – 2016 17 E as outras 2 ligações? Sobram 2 orbitais p que não podem se sobrepor frontalmente (perpendiculares ao eixo da ligação) Molécula de N2 Ligação Estrutura da matéria – 2016 18 Ligações na Molécula de N2 Os orbitais p do N não envolvidos na ligação sigma se sobrepõem paralelamente, formando 2 ligações Ligação Estrutura da matéria – 2016 19 20 Aplicação da TLV – O caso do BeCl2 • Considere a molécula de BeCl2 (sabe-se experimentalmente que ela existe). • O Be tem uma configuração eletrônica 1s22s2. • Não existem elétrons desemparelhados disponíveis para ligações. • Concluímos que os orbitais atômicos não são adequados para descreverem os orbitais nas moléculas. • Sabemos que o ângulo de ligação Cl-Be-Cl é de 180 (teoria de RPENV ou VSEPR). • Sabemos também que um elétron de Be é compartilhado com cada um dos elétrons desemparelhados do Cl. Como será a ligação???? Como explicar esta ligação??? 21 Aplicação da TLV – O caso do BF3 • Segundo a TLV, o B pode fazer 1 ligação com o F. • Mas sabe-se que o B faz 3 ligações com o F e que a molécula BF3 é trigonal planar • Como explicar as 3 ligações com ângulos de 120° no BF3 usando o orbital esférico s e os orbitais p, que têm ângulos de 90° entre si? Trigonal planar Estrutura da matéria – 2016 22 Aplicação da TLV – O caso do CH4 • Segundo a TLV, o C pode fazer 2 ligação com o H. • Mas sabe-se que o C faz 4 ligações equivalentes com o H e a molécula CH4 é tetraédrica • Como explicar as 4 ligações com ângulos de 109,5° no CH4 usando o orbital esférico s e os orbitais p, que têm ângulos de 90° entre si? Tetraédrica 109,5° Estrutura da matéria – 2016 23 Teoria da Hibridização de Orbitais Linus Pauling Um novo conjunto de orbitais híbridos pode resultar da mistura de orbitais atômicos s, p e d de um átomo. A mistura é possível se s, p e d tiverem energias similares. • Os orbitais híbridos do átomo são mais direcionados, resultando na geometria correta e numa melhora na sobreposição orbital dos orbitais envolvidos (ligação mais forte entre os átomos) • O número de orbitais híbridos requeridos por um átomo em uma molécula ou íon é determinado pela geometria dos pares de elétrons do átomo central • Um orbital híbrido é necessário para cada par de elétrons (de ligação ou isolado) no átomo central Estrutura da matéria – 2016 24 Ligações no BeCl2 Orbitais Híbridos sp Estrutura da matéria – 2016 Y BeCl2 Os elétrons dos orbitais híbridos sp podem formar ligações de elétrons compartilhados com os dois átomos de Cloro. 25 Ligações no BeCl2 pxssp 22 2 1 2 1 )1( YYY pxssp 22 2 1 2 1 )2( YYY Estrutura da matéria – 2016 26 • Importante: quando misturamos n orbitais atômicos, devemos obter norbitais híbridos. • Os orbitais híbridos sp2 são formados com um orbital s e dois orbitais p. (Conseqüentemente, resta um orbital p não-hibridizado.) • Os grandes lóbulos dos híbridos sp2 encontram-se em um plano trigonal. • Todas as moléculas com arranjos trigonais planos têm orbitais sp2 no átomo central. Ligações no BF3 Orbitais híbridos sp2 Os 3 orbitais híbridos provêm do orbital 2s e de 2 orbitais p ⇨ 3 orbitais híbridos sp2 O orbital p não hibridizado pode receber par de elétrons ácido de Lewis 27 Um orbital de cada átomo de flúor se sobrepõe a um dos orbitais híbridos sp2 para formar uma ligação B-F. Ligações no BF3 Estrutura da matéria – 2016 B F F F B F F F Orbitais híbridos sp2 28 Ligações no BF3 pxssp 22 6 2 3 1 )1(2 YYY pypxssp 222 2 1 6 1 3 1 )2(2 YYYY pypxssp 222 2 1 6 1 3 1 )3(2 YYYY Estrutura da matéria – 2016 29 Ligações no CH4 4 orbitais do átomo de carbono sofrem hibridização dando origem a 4 orbitais híbridos sp3 equivalentes Estrutura da matéria – 2016 Orbitais híbridos sp3 30 Ligações no CH4 Orbitais híbridos sp3 tetraedro • Cada lóbulo aponta em direção ao vértice de um tetraedro. • O ângulo entre os grandes lóbulos é de 109,5. • Todas as moléculas com arranjos tetraédricos são hibridizadas sp3 31 Ligações no CH4 ( ) pzpypxssp 2222 2 1 2 1 2 1 2 1 13 YYYYY ( ) pzpypxssp 2222 2 1 2 1 2 1 2 1 23 YYYYY ( ) pzpypxssp 2222 2 1 2 1 2 1 2 1 33 YYYYY ( ) pzpypxssp 2222 2 1 2 1 2 1 2 1 43 YYYYY Estrutura da matéria – 2016 As superposições formam 4 ligações covalentes 32 Ligações no CH4 C 2sp3 H 1s Ligação Estrutura da matéria – 2016 33 Ligações na H2O e NH3 Passos para determinar os orbitais hibridos usados por um átomo na ligação: 1) Desenhe a estrutura de Lewis para a molécula ou íon 2) Determine o arranjo usando VSEPR 3) Especifique os orbitais híbridos (sp, sp2, sp3, etc..) H2O 34 Hibridização envolvendo orbitais d • Uma vez que existem apenas três orbitais p, os arranjos octaédricos e de bipirâmide trigonal devem envolver os orbitais d. • Os arranjos de bipirâmide trigonais necessitam de hibridização sp3d. • Os arranjos octaédricos requerem hibridização sp3d2. • Observe que o arranjo da teoria de VSEPR determina a hibridização. (importante) !!!!!! 35 Ligações no PCl5 P (Z=15) Estrutura da matéria – 2016 Hibridização sp3d Arranjo bipirâmide trigonal 36 Ligações no SF6 P (Z=16) Estrutura da matéria – 2016 Hibridização sp3d2 Arranjos octaédricos 37 O conceito de hibridação permite considerar que os átomos podem rearranjar seus elétrons de valência dos orbitais s, p e d, de modo que tenham energias semelhantes, mas guardando seus estados quânticos – Processo de Promoção. O processo de promoção de um elétron de um orbital ns para um orbital np (ou np para nd), anterior à hibridação, não é real. Trata-se de uma contribuição a ser considerada para a variação da energia total que ocorre na formação das ligações. Embora a promoção exija investimento de energia, ela é vantajosa se a energia gasta puder ser recuperada através da formação de ligações mais fortes ou de um número maior de ligações. O conceito de hibridação faz com que a TLV forneça resultados compatíveis com os observados experimentalmente. Então, não é a hibridação que vai ditar a geometria de uma molécula. A geometria da molécula é que irá ditar a hibridação. Teoria da Hibridização de Orbitais Linus Pauling Estrutura da matéria – 2016 38 Hibridação e Geometria Molecular Arranjo dos elétrons Número de orbitais atômicos Hibridação do átomo central Número de orbitais híbridos linear 2 sp 2 trigonal planar 3 sp2 3 tetraédrica 4 sp3 4 Bipirâmide trigonal 5 sp3d 5 octaédrico 6 sp3d2 6 Estrutura da matéria – 2016 39 Ligações na Glicina Estrutura da matéria – 2016 40 Ligações na Glicina Estrutura da matéria – 2016 41 Ligações na Glicina Estrutura da matéria – 2016 42 Ligações na Glicina Estrutura da matéria – 2016 43 • Ligações : a densidade eletrônica encontra-se no eixo entre os núcleos. • Todas as ligações simples são ligações . • Ligações : a densidade eletrônica encontra-se acima e abaixo do plano dos núcleos. Ligações múltiplas • Uma ligação dupla consiste de uma ligação e de uma ligação . • Uma ligação tripla tem uma ligação e duas ligações . • Normalmente, os orbitais p envolvidos nas ligações vêm de orbitais não-hibridizados. 44 Ligações Múltiplas – Etileno: C2H4 Estrutura da matéria – 2016 45 Hibridização sp2 no C2H4 Estrutura da matéria – 2016 46 Ligações no C2H4 Estrutura da matéria – 2016 Orbitais p não hibridizados 47 Orbitais p não hibridizados Ligações Múltiplas - C2H4 48 Os orbitais p não utilizados em cada átomo de C contêm 1 elétron. Estes orbitais se sobrepõem para formar uma ligação Ligações no C2H4 Estrutura da matéria – 2016 49 Ligações e no CH2O Estrutura da matéria – 2016 50 Considere o acetileno, C2H2 • o arranjo de cada C é linear; • conseqüentemente, os átomos de C são hibridizados sp; • os orbitais híbridos sp formam as ligações C-C e C-H; Ligações e no acetileno: C2H2 • há dois orbitais p não-hibridizadas; • ambos os orbitais p não-hibridizados formam as duas ligações ; • uma ligação está acima e abaixo do plano dos núcleos; • uma ligação está à frente e atrás do plano dos núcleos. 51 Ligações e no C2H2 Estrutura da matéria – 2016 52 Ligações e no acetileno: C2H2 Estrutura da matéria – 2016 53 Ligações e no C2H2 Estrutura da matéria – 2016 54 Ligações e no C2H2 55 Ligações p deslocalizadas • Até agora, todas as ligações encontradas estão localizadas entre os dois núcleos. • No caso do benzeno: • existem 6 ligações C-C, 6 ligações C-H, • cada átomo de C é hibridizado sp2 • e existem 6 orbitais p não-hibridizados em cada átomo de C. ligações deslocalizadas acima de todo o anel (neste caso, os elétrons são compartilhados por todos os seis átomos de C) 56 Ligações no Benzeno C6H6 Estrutura da matéria – 2016 57 Conseqüências de Ligações Múltiplas A rotação da ligação C=C não é possível Estrutura da matéria – 2016 58 Ligações Múltiplas • Ligação requer existência de uma ligação • Ligação dupla é sempre formada por 1 ligação e 1 • Ligação tripla é sempre formada por 1 ligação e 2 • Ligação só se forma se sobrarem orbitais p não hibridizados nos átomos ligados • Se uma estrutura de Lewis mostra ligações múltiplas, os átomos envolvidos devem apresentar hibridação sp2 ou sp , para que sobrem orbitais p não hibridizados Estrutura da matéria – 2016 59 Propriedades de Ligações C―H Hibridação Exemplo Comprimento da ligação (nm) Energia da ligação (kJ) sp acetileno 0,106 506 sp2 etileno 0,1069 443 sp3metano 0,1090 431 p radical CH 0,1120 330 Estrutura da matéria – 2016
Compartilhar