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Trabalho direito civil

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A origem da posse é historicamente justificada no poder físico sobre as coisas e na necessidade do homem de se apropriar de bens. Diversas teorias procuram a partir de então justificar a necessidade de proteção à posse. 
Partindo dessa premissa, comente as teorias clássicas justificadoras da posse, quais sejam objetiva e subjetiva, traçando seus aspectos diferenciadores, bem como mencionando qual delas foi adotada pelo CC e se cabem exceções. 
R: A Teoria Subjetiva de Savigny, configura-se pela junção de dois elementos: o corpus, que seria a possibilidade de disposição da coisa, e o animus, que resulta da vontade e a intenção de possuir a coisa como sua. Por exemplo, se uma pessoa exerce sobre a coisa o poder de dispor da forma que bem entender, e ainda, age como com a vontade de ser dono, está-se diante da posse. 
Segundo Savigny, caso haja somente o elemento corpus, se trataria de mera detenção. 
Já na teoria objetiva, de Ihering, não é necessário o elemento subjetivo animus para que a posse seja configurada.
Para Ihering, o animus, sendo um elemento subjetivo, seria de difícil comprovação, sendo necessário somente o elemento objetivo, o corpus. Para que a posse exista, basta o elemento objetivo, pois ela se revela na maneira como o proprietário age em face em face da coisa.
As duas teorias, de Savigny e Ihering, distinguem-se em três pontos fundamentais. A primeira é na determinação dos seus elementos constitutivos da posse. Para Savigny entende que são o corpus e o animus e na falta desse ultimo não haveria posse, mas sim detenção. Para Ihering só importava o corpus, ou seja, só o contato material coma coisa já tornava o individuo possuidor. A segunda seria na explicação da natureza da posse. Para Savigny a natureza da posse é um fato que se torna direito e para Ihering a natureza da posse é um direito ( esse tema será abordado mais adiante). E o terceiro e ultimo seria na fundamentação da proteção possessória. Para Savigny a defesa da posse se justifica como decorrência do principio geral de que toda pessoa deve ter a proteção do Estrado contra qualquer ato de violência. Ihering justifica a proteção possessória como meio de facilitar a defesa da propriedade.
À luz do que prescreve o artigo 1.196 do Código Civil de 2002, entende-se ter havido a consagração da teoria objetiva de Ihering, reconstruída na perspectiva do princípio da função social.
A teoria de Savigny, entretanto, ainda se faz presente em alguns pontos do direito civil, ou seja, embora a teoria subjetiva não traduza a matriz de nosso sistema, influencia determinados pontos a exemplo do instituto da usucapião.
Art. 1.196, CC/02 Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade.
Qual a natureza da posse? Um fato ou um direito? Fundamente sua resposta
R: A discussão é antiga e tem raízes no Direito Romano, tanto que os jurisconsultos ora tratavam-na como um fato, ora como um direito, ora como fato e direito simultaneamente. 
Quanto a natureza jurídica da posse, Savigny sustenta que a posse é ao mesmo tempo um direito e um fato. Se considerada em si mesma é um fato; Considerada nos efeitos que gera, sendo eles usucapião e interditos, ela se apresenta como um direito.
Para Ihering, a posse nada mais é que um direito. Partindo ele, de sua definição de direito subjetivo, segundo o qual aquele é o interesse juridicamente protegido. 
No meu entendimento, a posse se trata de um fato e não de um direito, uma vez que a porque ela não figura na enumeração do artigo 1225 do Código Civil de 2002 que é praticamente os mesmos elencados no art 674 do Código Civil de 1916, posto que, aquela regra é taxativa e não exemplificativa, tratando-se aí de numerus clausus.
O jurista Silvio Salvo Venosa defende a natureza da posse como estado de aparência. Sendo o posicionamento adotado pela doutrina majoritária e tradicional, ensina Venosa que no caso de um possuidor que tiver sido desapossado da coisa, tendo que provar sempre, e a cada momento, sua propriedade ou outro direito real na pretensão de reaquisição do bem, teria sua devida tutela e prestação jurisdicional prejudicada em face da morosidade e tardiamente, instaurando-se desse modo a inquietação social. Logo o direito deve proteger o estado de fato, situação aparente e típica do dia a dia cotidiano, que não deve corresponder ao efetivo estado de direito, o qual poderá ser avaliado de maneira amplamente probatória e seguro, posteriormente. Deve-se levar em conta, que esse estado de aparência, que pode originar-se sem que contenha qualquer substrato jurídico, pode servir para a aquisição da propriedade, como no casso de usucapião. Por essas e outras razões deve o direito fornecer meios de proteção àqueles que se mostram como aparentes titulares de direito.
Diferencie posse de detenção
R: A posse é o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade. Exemplo: o locatário e o comodatário exercem posse sobre o bem. CC, Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade.
O fenômeno da detenção, na Lei Civil vigente, ocorre quando uma outra pessoa exerce a posse, mas não em nome próprio. A posse será exercida por conta de outrem, devido a uma relação existente entre o real possuidor e o detentor.
 
Um exemplo seria o caso do caseiro que toma cota do sítio cuja a posse pertence a uma outra pessoa. Os atos do detentor subordinam-se às ordens ou instruções do possuidor, por isso, essa atividade não é considerada posse, mas mera detenção. 
Tal regra se encontra disciplinada no art. 1.198 do Código Civil: 
Art. 1.198. Considera-se detentor aquele que, achando-se em relação de dependência para com outro, conserva a posse em nome deste e em cumprimento de ordens ou instruções suas.

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