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SENTENÇA EXERCICIO 2

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FACULDADE De direito da escola superior do ministério público
DIREITO PENAL II
PROFESSOR BRUNO HERINGER JÚNIOR
	fixe as penas privativa de liberdade e pecuniária (multa), considerando, além dos dados constantes da sentença, que o réu ezequiel APRESENTA CONDENAÇÃO POR PRÁTICA DE FURTO, COM SENTENÇA TRANSITADA EM JULGADO EM 23.12.2005, e que a vítima do roubo contava 72 anos de idade à época do crime.
				SENTENÇA
Comarca de Caxias do Sul
3ª Vara Criminal
Rua Dr. Montaury, 2107
_______________________________________________________________________
	Nº de Ordem:
	
	Processo nº:
	010/2.05.0027844-0
	Natureza:
	Crimes de Roubo e Extorsão
	Autor:
	Justiça Pública
	Réu:
	Ezequiel 
Marcelo 
Maribel 
	Juiz Prolator:
	Juíza de Direito - Dra. Sonáli da Cruz Zluhan
	Data:
	07/08/2006
Em sentença.
O MINISTÉRIO PÚBLICO ofereceu DENÚNCIA contra
EZEQUIEL, MARCELO E MARIBEL, devidamente qualificados na inicial, porque:
“No dia 23 de abril de 2005, por volta das 23h50min, na Rua Ernesto Alves, nº 1341, Centro, em Caxias do Sul/RS, os denunciados Ezequiel, Marcelo e Maribel, em comunhão de esforços e unidade de desígnios, mediante violência, consistente em desferir contra a vítima golpes com uma barra de ferro (não-apreendida) e pontapés, subtraíram, para si, uma carteira de couro, avaliada em R$ 20,00 (vinte reais); R$ 13,00 (treze reais) em espécie; carteira de identidade; título de eleitor; cartão cidadão da CEF e uma blusa de abrigo, avaliada em R$ 20,00 (vinte reais), consoante auto de apreensão e de avaliação indireta das fls. 19 e 38 do Inquérito Policial, de propriedade da vítima Alvício.
Na ocasião, a vítima estava caminhando em via pública, quando o denunciado Marcelo pediu-lhe um cigarro. Após atendida a solicitação, Marcelo desferiu na vítima um golpe com uma barra de ferro, atingindo-lhe o ombro, ocasião em que Alvício caiu ao chão. Ato contínuo, os denunciados Marcelo e Ezequiel desferiram-lhe pontapés na cabeça, e subtraíram-lhe a carteira, enquanto a denunciada Maribel, concomitantemente, tentava subtrair a blusa de abrigo que a vítima vestia. Imediatamente empreenderam fuga.
As ‘res furtivae’ foram restituídas, consoante auto de restituição da fl. 20 do Inquérito Policial.
A denúncia foi recebida em 05 de maio de 2005 (fls. 112).
Os réus foram devidamente citados (fls. 143) e interrogados (fls. 149/154). 
Durante a instrução foram ouvidas a vítima e duas testemunhas (fls. 179/180 e fls. 257/258) e homologada a desistência da ouvida de uma testemunha (fls. 234).
Foi julgada extinta a punibilidade em relação ao co-réu Marcelo, em virtude de seu óbito (fls. 241).
Declarada encerrada a instrução, foram abertos os prazos dos artigos 499 e 500 do CPP (fls. 261).
Vieram aos autos as atualizações dos antecedentes criminais (fls. 262/267).
No primeiro prazo, o Ministério Público nada requereu (fls. 267v). A Defesa de Ezequiel postulou a juntada dos antecedentes criminais da vítima nesta Comarca e na cidade de São Miguel do Oeste/SC. Já a Defesa de Maribel, requereu a juntada do boletim de ocorrência da Brigada Militar, referente o fato descrito na denúncia (fls. 269/272).
Em sede de alegações finais, o Ministério Público requereu a procedência, em parte, da ação, penal, condenando o réu Ezequiel como incurso nas sanções do artigo e absolvendo-se Maribel, com base no artigo 386, inciso IV, do Código de Processo Penal. A defesa de Ezequiel e Maribel postulou a improcedência da ação penal, absolvendo-os, com base no artigo 386, incisos IV e VI, do CPP. Na hipótese de condenação, postulou o reconhecimento da forma tentada do delito (fls. 201/218).
É O RELATÓRIO.
DECIDO.
O feito tramitou regularmente, não havendo quaisquer nulidades ou irregularidades a serem sanadas.
A materialidade está presente, conforme auto de apreensão de fls. 20, auto de restituição de fls. 21 e auto de avaliação indireta de fls. 96.
A autoria do crime restou parcialmente comprovada no decorrer da instrução criminal no que se refere ao denunciado Ezequiel.
Primeiramente, ressalto que em relação ao co-réu Marcelo foi julgada extinta a punibilidade, em virtude da notícia de sua morte.
Porém, passo a analisar as condutas dos três acusados, para fins da análise da majorante do concurso de agentes em relação ao outro co-réu.
Os réus negaram a prática do crime, dizendo que:
‘”Não conhece os co-réus. Não são verdadeiros os fatos narrados na denúncia. No dia estava indo para a boates Incitatus. Aproximou-se um brigadiano, apontou uma arma para o depoente e mandou que este o acompanhasse até a Rodoviária. Chegando ao local havia outra viatura da Brigada, o carro da Samu, uma pessoa lesionada e um casal. A pessoa que estava lesionada estava sentada em um banco, acredita que estivesse meio embriagado, e falou que o depoente e o casal é que seriam seus agressores. Nada foi apreendido com o depoente. O depoente estava lúcido” (Ezequiel – fls. 149/150).
“Não conhece o co-réu Ezequiel. Não são verdadeiros os fatos narrados na denúncia. No dia dos fatos estava vindo de Cambará do Sul, com um tio, chamado Abdeno. Marcelo estava na Rodoviária esperando a depoente. Na Rodoviária, quando desembarcou do ônibus, uma pessoa começou a acusar a depoente e seu marido de tê-lo assaltado. O tio da depoente não desceu do ônibus porque ia para outra cidade... Quando desceu do ônibus o marido da depoente já estava sendo acusado e passou a acusá-la. A depoente está grávida. O marido da depoente fuma. Não conhece a boite Incitatus. A vítima estava embriagada” (Maribel – fls. 153/154).
Marcelo depôs no mesmo sentido que sua esposa Maribel, quando interrogado (fls. 151/152).
Todavia, em que pese os depoimentos dos denunciados, os depoimentos da vítima e das testemunhas são contrários.
Jéferson, policial militar que atendeu à ocorrência, referiu que recebeu informações através do CIOSP de que teria ocorrido um assalto a pedestre. Foram repassadas as características físicas dos assaltantes. Deslocou-se para o local, quando encontrou os três réus caminhando juntos. Neste momento, o co-réu Ezequiel se afastou. Não havia nenhum pertence da vítima com os mesmos. Próximo a Ezequiel, em um lixo, estava a carteira da vítima. A vítima chegou ao local e reconheceu as três pessoas detidas. A vítima estava ferida, sendo encaminhado ao Postão. Também se encontrava alcoolizada. Os réus não estavam armados, sendo que chegou ao local transcorridos cinco minutos da ocorrência do fato. Os denunciados aparentavam estar embriagados (fls. 179).
João Itamir, testemunha que presenciou o fato, disse que:
“No dia dos fatos o depoente estava próximo ao local e viu a movimentação das pessoas. Os réus estavam caminhando juntos na Guia Lopes e encontraram uma quarta pessoa que vinha pela Ernesto Alves. Quando se encontraram pareciam amigos, se cumprimentando. Depois seguiram todos juntos, caminhando. De repente o depoente viu os réus derrubarem a vítima e chutarem. Estava a uns cem metros do local e estava escuro. Não pode ver quem retirou uma carteira do bolso da vítima. Esta ficou caída e os réus saíram em direção à Rodoviária. Entrou em contato com o 190 e vieram viaturas. Foram detidos na Rodoviária Marcelo e Maribel. Ezequiel foi detido próximo ao local. O depoente viu quando os réus pegaram o que havia na carteira e jogaram-na no lixo. Em um outro lixo foram encontrados os documentos da vítima. A vítima estava lesionada, tinha sintomas de estar alcoolizado. Os réus pareciam estar lúcidos. Não foi o depoente quem prendeu os réus. O lixo onde foram encontrados os objetos ficava a setenta metros do depoente. O depoente informou às viaturas onde estavam os réus. Havia três policiais. Nenhum objeto foi encontrado com os réus” (fls. 180).
A vítima, Alvício, referiu que:
“... na época dos fatos trabalhava na cidade de Caxias do Sul; caminhava nas proximidades da rodoviária quando viu três elementos, 02 homens e uma mulher;um dos masculino pediu ao declarante um cigarro; quando o declarante foi entregar, acabou sendo agredido por este com uma barra de ferro; nesse instante o outro masculino pegou a carteira do declarante, enquanto a mulher permaneceu vendo o episódio, nada roubando do declarante; o depoente foi socorrido por terceiros, sendo que 10 minutos após os três denunciados foram detidos na rodoviária; o declarante foi até o local, onde confirmou que eram os três que lhe haviam roubado, estando com estes inclusive a carteira do declarante. ... Que a mulher que estava juntou não tentou impedir que os 02 homens fizessem o roubo; que a mulher não tentou roubar a jaqueta do declarante; que ficou uma semana sem trabalhar em razão dos ferimentos” (fls. 258).
Assim, diante da prova colhida resta clara a participação do réu Ezequiel na subtração. Embora este negue a prática do crime, dizendo que estava caminhando, quando foi abordado por um brigadiano, que o acusou do assalto, verifico que a testemunha João e a vítima o reconheceram na data dos fatos, como sendo um dos assaltantes.
O fato de não ter sido apreendido nenhum objeto com o denunciado Ezequiel não serve como prova para sua absolvição, pois a testemunha João Itamir disse que presenciou o momento em que o mesmo se desfez da carteira, jogando-a no lixo. O policial militar, Jéferson, encontrou o objeto na lixeira, perto de onde estava Ezequiel.
Já no que se refere a co-réu Maribel não restou provado que a mesma participou do roubo, até porque a vítima disse que esta apenas ficou olhando, não tentando retirar seu blusão, conforme descrito na denúncia.
Por outro lado, verifico que está presente a majorante de concursos de pessoas, pois embora tenha sido julgada extinta a punibilidade em relação a Marcelo, a vítima referiu que foi abordada e assaltada por duas pessoas, sendo derrubada no chão e chutada. Disse ter reconhecido os assaltantes no dia dos fatos, logo após a prisão.
Por fim, reconheço a forma tentada para o delito, pois a vítima recuperou todos os seus pertences, pois os réus foram flagrados pela Brigada Militar, em torno de cinco minutos após ter ocorrido o fato, conforme depoimento de Jéferson, sendo que não chegaram a ter a posse tranqüila da res.
Por fim, verifico que inexistem causas de excludente de ilicitude ou que isente o réu da pena.
Isso posto, JULGO PARCIALMENTE PROCEDENTE a acusação contida na denúncia, para CONDENAR EZEQUIEL como incurso nas sanções do artigo 157, § 2º, inciso II, c/c o artigo 14, inciso II, ambos do Código Penal; e ABSOLVER MARIBEL, com base no artigo 386, inciso IV, do Código de Processo Penal.
Passo a dosimetria da pena em relação ao réu EZEQUIEL.
Custas pelo Estado, pela metade, ficando o réu liberado, ante sua pobreza.
Expeça-se o PEC provisório.
Após o trânsito em julgado e feitas as anotações de estilo, arquivem-se com baixa.
Publique-se.
Registre-se.
Intimem-se.
Caxias do Sul, 07 de agosto de 2006.
Sonáli da Cruz Zluhan,
Juíza de Direito.

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