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Resumo Política e Teoria do Estado II

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Montesquieu
Primeiro poder: 
Poder Executivo das coisas que dependem dos direitos das gentes
Manter a ordem interna e a segurança externa
Monarca que detém
Para um estado de feição liberal, mínimo, não intervencionista.
Segundo poder:
Poder Executivo das coisas que dependem do direito civil (poder de julgar)
Não utilizar “poder judiciário”
Tem como função punir os crimes e resolver os conflitos entre os particulares
Quem detém esse poder são os juízos, que são a “boca da lei”, sendo melhor quando mais apegado à letra da lei – “a potência de julgar é, de alguma forma, nula”.
Terceiro poder:
Poder legislativo que tem como função fazer e revogar as leis (poder mais relevante)
É Bicameral, portanto, quem detém esse poder são: a câmara baixa ou eletiva com poder de deliberar ou estatuir (criação de estatutos) e a câmara alta ou hereditária, que serve para impedir os excessos da câmara baixa.
Filosofia de Montesquieu
É um filósofo da moderação, dos limites;
A chave do equilíbrio para ele é a Eurritmia do desejo, visto que somos infelizes por desejarmos muito e pouco ao mesmo tempo;
Crê que todo homem que tem poder é levado a abusar do mesmo, sendo que a solução para isso seria dividir o poder – “poder para o poder” – “ou os poderes marcham em comum, ou paralisam uns aos outros” (disputa sobre o rigor da separação dos poderes).
O problema do alcance
	Exclusividade
	Predomínio
	Cada poder tem exclusividade em sua esfera de ação;
Em matéria legislativa, só o poder legislativo pode legislar, como exemplo.
	Cada poder tem predomínio na sua esfera de ação;
Interferências parciais de um poder na esfera de ação de outro poder são aceitáveis;
Como exemplo, temos o poder de veto do rei.
Separação dos poderes
Interferências parciais são admissíveis entre os poderes para que eles controlem uns aos outros, caso não houvesse tais interferências, a finalidade da separação de poderes não se realizaria (freios e contrapesos – checks and balances)
A separação de poderes na Jurisprudência do STF
Habeas Corpus: 
Remédio constitucional para garantir a liberdade de ir e vir, de locomoção;
Qualquer um pode impetrar um HC sem necessidade de formalidades;
Serve para evitar uma hipotética prisão.
HC 2628:
Art. 155 Código Penal: Furto. Pena de 1 a 4 anos. Quando ocorrer em concurso de pessoas, tem pena prevista de 2 a 8 anos. 	
Art. 157 Código Penal. Roubo. Pena de 4 a 10 anos. Quando ocorrer em concurso de pessoas, tem aumento de pena previsto de 1/3 até a metade. 
No furto com concurso de pessoas, a pena dobra. No roubo, a pena aumenta de 1/3 a ½. Comparando o tratamento jurídico, nota-se que aparentemente o do furto em concurso é mais rigoroso do que a do roubo, e não deveria ser assim. A Defensoria Pública alega que esse tratamento viola o princípio da proporcionalidade, que está implícito na Constituição. O relator do caso, ministro Joaquim Barbosa, alega que se o judiciário aplicasse a um furto em concurso a parcela do roubo em concurso, estaria criando uma terceira espécie normativa. Isso seria inaceitável pelo princípio da separação dos poderes.
 Proibição na separação de poderes:
O magistrado não deve alterar a essência das normas elaboradas pelo legislador;
O magistrado não deve criar normas jurídicas primárias (normas de conduta - autolimitação por parte do poder judiciário)
ADI 2911
Ação Direta de Inconstitucionalidade é uma ação direta porque quem pode utilizá-la entra diretamente no Supremo. O objetivo dela é declarar algo como inconstitucional, chamando-se Ato Impugnado, com pretensão de derrubar algo (uma lei, uma medida provisória, como exemplos). 
Desse ADI retiramos que o princípio de freios e contrapesos é materialmente inelástica, ou seja, só se aplica às hipóteses previstas pela Constituição Federal. Inelasticidade material refere-se ao fato de não se estender para além dos casos previstos na CF. Uma lei federal ordinária não pode, portanto, criar freio e contrapeso, apenas a Constituição Federal tem esse poder. 
Comissões Parlamentares de Inquérito – CPI
1. Caracterização:
a) São órgãos de previsão expressa na Constituição Federal:
As CPI podem ser da Câmara, do Senado ou de ambos, conjuntamente;
 Para a abertura de uma CPI é necessário 1/3 das assinaturas dos membros da casa;
As CPI terão poderes de investigação próprios de autoridade judicial. 
b) Órgão Extraordinário:
Existem outras comissões parlamentares que são permanentes
A CPI necessariamente é temporária e tem um prazo de duração determinado
Não existe CPI que ocorra indefinidamente
c) A CPI é um órgão colegiado:
É uma parte dos parlamentares que comporá a CPI
Devem-se levar em conta as relações de forças que há no plenário
A composição da CPI respeitará o quanto possível a proporção
MS 26.441 
A oposição logra 1/3 das assinaturas para abertura da CPI do apagão aéreo na Câmara dos Deputados.
A mesa (a presidência da Câmara dos deputados) defere a abertura da CPI. 
O PT propõe uma questão de ordem contra a decisão da mesa (fechamento da CPI por irregularidades formais no requerimento)
A mesa indefere a questão de ordem, mantendo a decisão original
PT recorre ao plenário, deferindo a questão da ordem
O plenário decreta o fechamento da CPI
A oposição impetra o Mandado de Segurança contra ato do Presidente da Câmara no Supremo. 
Decisão do STF:
Existe um verdadeiro estatuto constitucional das oposições e das minorias;
O direito de oposição não pode ser uma prerrogativa constitucional sem consequência prática;
 O Direito de oposição, ou seja, o direito de fiscalizar, não deve estar condicionado à vontade da maioria;
As CPIs são instrumentos contra majoritários (com isso, é reaberta a CPI).
2. Objeto da CPI
A Constituição exige fato determinado;
O fato que gera uma CPI deve ser relevante para a vida pública, deve estar bem caracterizado no requerimento da CPI, ou seja, deve ser um fato com certo grau de verossimilitude;
As circunstâncias do fato devem estar marcadas de um forte matiz de ilicitude;
 A investigação não é um fim em si mesmo;
 A CPI não existe para provocar escândalo. A CPI em si não pune ou condena ninguém, mas podem acabar resultando em consequências graves para os investigados. 
3. Poderes da CPI
Convocação de ministros;
Tomada de depoimento de quaisquer autoridades, sejam elas federais, estaduais ou municipais;
Ouvir os indiciados;
Requisitar informações ou documentos de órgãos públicos;
Transportar-se para todos os lugares de onde se fizer necessário sua presença;
A CPI não tem poderes de condenação ou punição. 
Tipos de Imunidade:
Material: inviolabilidade por opiniões, palavras, votos etc; É civil e penal e possui natureza de exclusão do delito.
Inarrestabilidade: Os senadores e deputados não podem ser presos, salvo em flagrante delito de crime inafiançável.
Formal: Improcessabilidade (imunidade processual penal): é causa de suspensão do processo. 
Não são direitos objetivos, mas prerrogativas do parlamento. Protegem a liberdade do parlamento em face dos demais poderes. 
A CPI pode convocar qualquer pessoa como testemunha, ouvir os indiciados, se transportar;
Há um precedente em relação aos indígenas: eles só podem ser ouvidos em território indígena em presença de antropólogo, tradutor etc. 
CPI tem poderes para, sem necessidade de ordem judicial, quebrar sigilos fiscal, bancário e telefônico. 
O que pode ser quebrado no sigilo telefônico é os dados, já que não possui poderes de interceptação, ou seja, não tem acesso ao conteúdo das ligações telefônicas. 
CPI dos Bingos – MS 25510
A CPI dos Bingos realizava suas investigações quando se deu conta de que uma juíza federal havia concedido várias liminares em favor de uma empresa contra a Caixa Econômica Federal. A CPI decreta a quebra dos sigilos fiscal, bancário e telefônico da juíza em questão. O supremo fornece dois argumentos que chegam à conclusão de que a quebra havia sido indevida. (1) a quebra pela CPI não foi bem fundamentada,ou seja, a CPI não teria fundamentado adequadamente a decisão de quebra, por isso ela não seria aceita do ponto de vista constitucional. (2) o princípio da intangibilidade da prestação jurisdicional, sendo que esse argumento é de que os juízes, quando exercem sua atividade típica, são invioláveis, intocáveis. Não é possível que outro poder viole a prestação jurisdicional, uma vez que ela é intangível. No entanto, esses dois argumentos não são compatíveis. 
Quebra de sigilo de particulares – MS 23452
	Particulares
	Poder Legislativo
	Quebra pela CPI não foi bem fundamentada, pois não havia argumento de intangibilidade
O STF decide que o argumento não pode aparecer a posteriori
	Quebra é decisão interna corporis, sendo uma decorrência da separação de poderes
O judiciário não pode examiná-la
1) Conforme o STF, a CPI é a longa manus do poder legislativo, sendo uma projeção orgânica do poder legislativo;
2) O controle jurisdicional dos abusos da CPI não fere o princípio da separação de poderes;
3) A essência da separação dos poderes é conter os excessos dos órgãos do Estado para proteger as liberdades dos cidadãos;
4) A separação de poderes tem por objetivo impedir a formação de instâncias hegemônicas de poder.
Teorias do Mandato
É o mandato a natureza da relação entre quem vota e quem é eleito. É uma relação político-jurídica. Três teorias (principais) existem sobre o mandato: 
1) Teoria do Mandato Imperativo 
Tem raízes medievais, sendo a mais antiga
Considera a relação entre eleitor e eleito como um contrato, nos mesmos moldes do Direito privado. 
Caso o eleito não realizar o prometido, ou seja, as tarefas dadas pelos eleitores, seu mandato pode ser revogado.
 É fruto de um eleitorado reduzido (sufrágio restrito) e que conhece o eleito e tem contato com ele (política paroquial).
 A constituição francesa proíbe expressamente o mandato imperativo. 
Em suma, é um contrato com tarefas a cumprir, que, caso não bem executado, leva a interrupção do mandato. 
Recall: possibilidade, por meio de um plebiscito, de interromper o mandato de um oficial do Legislativo, do Judiciário e do Executivo. Supõe certo número de assinaturas e por último uma consulta popular. O recall é uma prática do que conhecemos como democracia participativa ou democracia semidireta. É um apelo ao eleitorado, essencialmente político. Não é um julgamento, nem um processo legal.
Nos EUA, o recall incide a nível estadual e municipal. Primeiro, o recall exige (1) uma proposta – supõe assinaturas e o depósito de certa quantia em dinheiro (a quantia só será devolvida no caso de o recall ser vitorioso), (2) campanha – há toda uma confrontação eleitoral (feita como se fosse uma campanha, com horários eleitorais etc). (3) consulta às urnas – há uma espécie de plebiscito que decidirá pela interrupção do mandato ou não. 
	Recall
	
	Impeachment
	Funcionário eleito ruim
	Causa
	
	Eleitoral
	Processo
	Jurídico (legal)
	Política
	Natureza
	Híbrida (política e jurídica)
	Perda de cargo
	Consequência
	Perda de cargo e inabilitação para serviço público
2) Teoria do Mandato Imputativo
Imputa-se (atribui) aos eleitores a vontade que é originária do eleito;
Há uma presunção de que a vontade dos eleitores é igual ao do eleito;
 É própria do Estado Liberal (liberalismo clássico);
Proíbe qualquer cobrança a pessoa eleita;
Eleitor só tem o papel de voto, sem ter poder algum sobre o eleito;
Há uma decisão de cima para baixo;
O representante representa a nação e a o corpo particular de pessoas que o escolheram – o eleitor é passivo;
Para o liberalismo, a lei é a expressão da vontade geral e a dificuldade no parlamento é a falta do pensamento no bem comum (com somente interesses parciais). Dessa forma, Conceberam uma política que funcionaria em dois níveis: de um lado, o parlamento, de outro, o indivíduo;
 No parlamento, há uso da faculdade da razão pelos representantes, decidindo-se conforme idealmente o direito natural e livre de influências;
 Entre esses dois níveis, há sindicatos, partidos, corporações, sendo que o liberalismo pretende banir, pois o representante só será um ser realmente racional se estiver totalmente livre de influências;
Liberalismo clássico abomina partidos políticos, pois com isso não chegariam ao direito natural;
Os liberais queriam um parlamento ‘purificado’ desses interesses parciais, que buscasse o bem comum; 
O eleitor não pode cobrar do eleito para não interferir na busca do bem comum. 
2) Teoria do Mandato Partidário
Da metade do século XIX ao século XX, quebra-se o consenso da ideologia liberal, sobretudo do liberalismo econômico (era dos extremos ideológicos);
Para impedir que as ideologias do século XX recaiam em um conflito violento, concedeu-se a racionalização do poder que visava enquadrar na Constituição todas as correntes ideológicas, de modo a promover uma alternância entre as mesmas, cujo árbitro seria o eleitor. 
O eleitor vota em um partido específico, não votando numa pessoa e sum em um candidato que integra um partido e que esse tem um programa já desenvolvido.
Parlamentarismo
Sistema de governo com quatro características definidoras:
Distinção entre Chefia de Estado e Chefia de Governo
São distintas, sobretudo por serem ocupadas por pessoas diferentes. 
O Chefe de Governo é o Primeiro Ministro e o Chefe de Estado pode ser o Rei ou o Presidente da República – monárquico ou republicano.
O chefe de Estado é o defensor político da Constituição (é um “poder moderador”)
 O chefe de governo tem um papel ativo, sendo o realizador de políticas ativas de governo, em que governar é formular políticas e concretizá-las.
Responsabilidade do Governo perante o Parlamento
A maioria parlamentar faz ou desfaz o governo;
Ainda que o ato formal de designar o governo seja do Chefe de Estado, ele é, na verdade, o reflexo da maioria parlamentar;
A maioria parlamentar, se quiser, demite o governo por meio da Moção de Desconfiança (as exigências variam de país para país, mas ela é votada pela maioria parlamentar);
Os alemães colocaram em sua Constituição um Instituto chamado Moção de Desconfiança Construtiva – para derrubar um gabinete, é condição inevitável já apresentar a nominata de um novo. Ela serve para evitar certa instabilidade dos gabinetes.
	Moção de desconfiança
	
	Impeachment
	Governo ruim
	Causa
	Crime de responsabilidade
	Instrumento simples, rápido e frequente 
	Procedimento
	Processo legal, com ato formal de acusação, defesa e produção de prova (processo exige contraditório)
	Perdas dos cargos no gabinete
	Consequências
	Perda do cargo, inabilitação para o exercício da função por oito anos de qualquer cargo ou função pública (viés de pena)
	Política
	Natureza
	Híbrida (política e jurídica)
Responsabilidade coletiva do Governo
Se o gabinete cair, caem todos os membros que o constituem.
Mandato do Primeiro Ministro
O Primeiro ministro não tem mandato fixo. 
O Primeiro Ministro pode decidir e pedir ao chefe de Estado que dissolva o parlamento e convoque novas eleições, não podendo ser negado.
Crise Governamental significa, no parlamentarismo, uma desavença entre gabinete e maioria do parlamento, sendo que pode terminar em Moção de Desconfiança. Porém, o Primeiro Ministro, antecipando-se a ela, dissolve o Parlamento por meio do Chefe de Estado, embasando-se em sua livre vontade política. 
São duas armas essencialmente política: a Moção de Desconfiança e a Dissolução do Parlamento. A segunda é mais arriscada, uma vez que o Primeiro Ministro não tem garantia alguma sobre qual será a reação do eleitorado.
 A Dissolução é uma arma do Primeiro Ministro contra a maioria parlamentar. 
O Parlamentarismo, em regra, se caracteriza pelos seis poderes:
(1) Chefe de Estado: Defensor Político da Constituição (poder moderador)
(2) Administração Pública: administração civil + forças armadas – Está submetida ao Chefe de Estado e não ao Chefe de Governo, sendo mais difícil de havergolpe militar, ajudando na moderação deles.
(3) Chefe de Governo: Primeiro Ministro. Ele depende da maioria parlamentar. Aqui se encontra a dinâmica do sistema. A distinção entre Poder Executivo e Poder Legislativo é tênue. 
 (4) Legislativo 
(5) Poder Judiciário: jurisdição comum. 
(6) Tribunal Constitucional: Defensor Jurídico da Constituição – limita-se a jurisdição constitucional, criando um limite para o governo. NÃO é poder judiciário. No Brasil, por exemplo, o STF não é um Tribunal Constitucional. A jurisdição comum é do judiciário e a jurisdição Constitucional é do Tribunal Constitucional.
Quem decide a dissolução do parlamento no parlamentarismo é o chefe de governo.
Presidencialismo
A mesma pessoa ocupa Chefia de Estado, Chefia de Governo e Chefia da Administração, o Presidente da República.
A separação entre Executivo e Legislativo é rigorosa. No presidencialismo a separação entre executivo e legislativo é tão rigorosa quanto a separação entre legislativo e judiciário.
Os ministros no presidencialismo são de livre nomeação e exoneração pelo presidente da República. Não existe aquela responsabilidade coletiva, como no parlamentarismo.
O mandato do presidente é fixo. 
O presidencialismo foi planejado pelos confederados norte-americanos e surgiu quase que instantaneamente pelos ideólogos liberais. O parlamentarismo é uma evolução histórica espontânea. 
	
	Inglaterra
	Espanha
	Alemanha
	Itália
	Responsabilidade do gabinete perante a quem?
	Câmara Baixa
	Câmara Baixa
	Câmara Baixa
	Câmara Baixa e Câmara Alta
	Dissolução do parlamento – qual (is) casa(s)?
	Apenas a Câmara Baixa (Câmara alta é hereditária)
	Câmara Baixa e/ou Câmara Alta
	Apenas a Câmara Baixa
	Câmara Baixa e/ou Câmara Alta
No Parlamentarismo, é possível ser, ao mesmo tempo, membro do gabinete e parlamentar? Em todos acima sim, França, não. 
Shadow Cabinet (gabinete sombra) – organizado pelas minorias da oposição. Ele empresta previsibilidade ao sistema, pois quem escolhe a oposição e a faz vencer já está escolhendo nomes relativamente definidos e uma proposta de governo concreta. 
Poderes intangíveis da Coroa
O parlamento na Inglaterra compreende o rei, a câmara dos comuns e a dos lordes: o rei faz parte do parlamento. No entanto, há uma expressão que condensa o papel do monarca: “Poderes intangíveis” que são os poderes que o monarca tem e que não visualizamos. Como exemplo, temos a Rainha da Inglaterra que tem um poder de aconselhamento quando o Primeiro Ministro deve indicar embaixadores, juízes, ministros, para o próprio gabinete. Ademais, quando um partido político ganha as eleições, ele faz o Primeiro Ministro (o líder do partido). Tem-se então, na Inglaterra, uma regra geral: o líder do partido vencedor será o Primeiro Ministro. Há uma exceção: os conservadores, em algumas oportunidades, vencem eleições e o líder não está definido. Quando isso acontece, abre-se uma margem de manobra para a rainha: o monarca escolhe um Primeiro Ministro, o qual se torna também o líder partidário. 
Semipresidencialismo
O pós IIª se desfaz o mundo colonial marcado na grande maioria dos países, perdendo boa parte de suas colônias. Isso também ocorre com a França, a começar pela Indochina e também na Argélia. Para a França perder a Argélia foi um grande desastre porque a França era terrivelmente assentada na Argélia. A guerra da Argélia naufragou o modelo de Parlamentarismo Clássico da quarta República. O General De Gaulle é chamado para salvar a França, impondo condições de mudanças da constituição para sua volta. Ele escolhe uma comissão de juristas que elabora a Constituição de 58. De Gaulle outorga o texto e convoca um plebiscito para confirmar a nova Constituição, gerando a estabilização do país. Essa Constituição permanece a mais estável da História Francesa.
Classificação das Constituições:
Promulgada – elaborada por uma assembleia constituinte democraticamente eleita. 
Outorgada – imposta de cima para baixo. Elaborada e imposta por um indivíduo ou grupo.
Cesarista – são outorgadas, mas depois são submetidas a consulta popular como forma de legitimá-la. Se for negativo, o país cai em uma crise de legitimidade. 
Características do Semipresidencialismo:
Presidente da República é eleito diretamente
Há permanência de um governo ou gabinete autônomo cujo chefe é o Primeiro Ministro. 
Existência de uma dupla confiança ou dupla responsabilidade, ou seja, o Primeiro Ministro é responsável perante o parlamento e ainda perante o presidente da república.
O presidente eleito diretamente passa a ser um polo do poder político ao lado do parlamento. No parlamentarismo puro, o centro de gravidade é apenas o parlamento. O fato de serem diretas as eleições dá mais poder a quem é eleito diretamente. Quem é eleito indiretamente é mais fraco. Então, aqui, o presidente da república tem poderes e legitimidade reforçados. 
Continua existindo um gabinete autônomo; no entanto, tem de haver uma convivência entre o Chefe de Estado forte (eleito diretamente) e o Chefe de Governo, o primeiro ministro. 
O Primeiro Ministro tem de ter o apoio da maioria parlamentar e do presidente, caso contrário, ele cai. 
Lembrando que o semipresidencialismo ainda é uma espécie de parlamentarismo, apesar do nome, conserva duas características do parlamentarismo: primeiramente, a distinção entre chefe de estado e chefe de governo se mantém, além disso, a responsabilidade do governo perante o parlamento.
No semipresidencialismo é possível que o presidente da república seja de um grupo partidário e a maioria parlamentar e o primeiro ministro de outro, um grupo oposto, gerando uma necessidade de convivência de dois opostos (coabitação).
Partidos Políticos e Sistemas Partidários
I. Caracterização dos partidos políticos:
são forças coletivas, ou seja, têm influência na vida estatal
são forças organizadas, já que os membros de um partido político estão sujeitos a regras de caráter permanente
tem por objeto a conquista de poder
são fundamentados em um programa ou um sistema de ideias ou até mesmo em uma doutrina
são forças permitidas pelo ordenamento jurídico	
II. Diferenciação em relação a outras forças políticas
Em relação a uma classe social ou até mesmo de uma casta, diferenciam-se por ter uma opção voluntária, haver um movimento voluntário pelos que participam diferentemente dos outros citados. Ademais, a diferenciação dos partidos das facções é que elas não estão baseadas em um programa, geralmente são grupos de assalto ao poder, mesmo visando à conquista do poder. Além disso, as escolas filosóficas, artísticas, religiosas têm um sistema de ideais, porém não têm por objetivo a conquista de poder.
III. Funções dos partidos políticos
organizar a opinião publica, mesmo que não seja uniformo, instável, contraditória, para formular políticas para o governo
função de designar candidatos, para a contagem de votos, por exemplo
educação política do povo
condução e crítica do governo 
É reconhecido às minorias direito de oposição democrática para a constituição portuguesa, sendo que para ser oposição, primeiramente não se pode fazer parte do governo, do poder executivo e oposições devem ter cadeira no parlamento. Aos conteúdos de direito de oposição em Portugal, permitindo:
a) acesso a qualquer informação sobre atos e planos de governo
b) livre manifestação sobre qualquer ato do governo
c) livre manifestação sobre qualquer tema de interesse público
d) direito de antena, direito a tempos proporcionais na televisão para a oposição, não só nas manifestações públicas do governo, como também em manifestações que aparece como entrevista ou declarações 
e) direito de resposta ou réplica, direito a se manifestar quando for citada
IV. Tipologia dos partidos políticos
Há partidos políticos de natureza diversa, sendo a classificação mais conhecida através de Dallari quanto a sua organização interna, podendo ser quadros ou de massas.
Partidos de Quadros
Prioriza a qualidade dos seus membrosem detrimento da quantidade, sendo os mais antigos. Surgem com o Estado Liberal Clássico e são partidos de notáveis, aristocratas, burgueses, de pessoas que pela sua inteligência ou pela capacidade econômica se notabilizaram. Têm certa dificuldade em constituir lideranças nacionais fortes. Não são partidos de liderança, pois há muitos líderes, já que incluem notáveis aristocratas.
Surgiram em um momento que o sufrágio não era universal, por isso criaram uma estratégia, as eleições primárias que são pré-escrutínios para designar candidatos. Há três tipos de eleições primárias: abertas, semiabertas e fechadas. 
As eleições abertas qualquer eleitor participa delas, sem necessidade de filiação ou qualquer inscrição prévia. Nas primárias semiabertas é preciso inscrever-se previamente para participar, ou seja, não há uma filiação. As eleições fechadas são restritas aos filiados dos partidos políticos.
Vale ressaltar que as eleições primárias não são diretas, já que o que leva em conta são os votos dos delegados cujo número é avaliado de Estado a Estado, como exemplo nos Estados Unidos.
Partido de Massas
Pretendem uma grande quantidade de integrantes, de filiados. São tipicamente de esquerda, com a bandeira esquerdista, que é a utilização da massa como instrumento de revolução. As massas servem para dar sustento econômico aos partidos de esquerda. Portanto, aqui, a causa central desse grande número de adeptos é a sustentação econômica, até porque uma parte significativa do pensamento de esquerda não acredita na revolução pelas massas, mas por meio de uma vanguarda, de um grupo mais avançado. Partidos comunistas adotam um modelo organizativo relativo ao local de trabalho ou ramo de atividade. 
O século XX originou o fascismo com uma característica terrível, capaz de gerar a adesão das pessoas. A ideia de haver partido único e militância é correlacionada ao fascismo. Tem como característica típica a de possuírem hierarquia militar e lançarem mão de milícias, sendo uma vantagem objetiva para os fascistas nos quesitos de agilidade e capacidade de ação.
Sistemas partidários
Sistemas de Partido Único ou Unipartidários
Só um partido tem possibilidade efetiva de conquistar o poder. Nominalmente, pode haver vários partidos de fachada ou “partidos satélite”. Alguns defendem a ideia de compatibilidade entre partido único e democracia. Para isto, bastaria que esse partido possuísse democracia interna suficiente. 
A democracia interna não substitui a alternância de partidos. De toda forma, o partido é baseado em um programa, uma doutrina, o que impossibilitaria uma democracia perfeita.
O partido único possui uma função mobilizadora. Serve para mobilizar a opinião pública, os populares. Tem função de agir sobre a população. Esse fenômeno restaura o princípio monocrático das monarquias antigas. Com isso, quer-se dizer que as monarquias antigas possuíam a característica de possuírem um príncipe coletivo. O príncipe coletivo resgatado pelo partido único ao mesmo tempo detém reino e sacerdócio. Significa que possui o poder político e o ideológico. O partido único moderno reintroduz esses dois elementos. 
O que é interessante aqui é que se o partido é dono do poder de mando político e da ideologia, ele encarna a função de divindade terrestre, tornando extremamente difícil a oposição ou desobediência. Duas linhas importantes de distinção desaparecem: a primeira é a distinção entre Estado e Igreja, a segunda é a distinção entre Estado e sociedade civil.
 A consequência da restauração do velho príncipe e do fato do partido único ser o príncipe coletivo é de que desaparecem as linhas de distinção dessas instituições.

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