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Avaliação Física 7 - Cardiorespiratoria

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO 
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE 
CURSO DE LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA 
 
 
 
 
 
 
LEONARDO DE ARRUDA DELGADO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AVALIAÇÃO CARDIORRESPIRATÓRIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São Luis 
2004 
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações 
 
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Leonardo de Arruda Delgado 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 5 
2 AVALIAÇÃO FUNCIONAL ............................................................................... 7 
2.1 Objetivos de uma avaliação funcional....................................................... 7 
2.2 Unidades metabólicas............................................................................... 8 
2.2.1 O Consumo máximo de oxigênio (VO2MAX) ........................................ 8 
2.2.1.1 Métodos utilizados para mensuração da capacidade aeróbica 10 
2.2.1.2 Testes máximos e submáximos................................................ 12 
2.2.1.3 Testes utilizados na mensuração da capacidade aeróbica ...... 13 
2.2.1.4 Testes ergométricos ................................................................. 14 
2.2.1.5 Considerações gerais ............................................................... 16 
3 AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE CARDIORRESPIRATÓRIO ........................ 19 
3.1 Declaração de consentimento................................................................. 20 
3.2 Histórico de saúde .................................................................................. 22 
3.3 Avaliação médica.................................................................................... 23 
3.3.1 Exame médico ................................................................................. 23 
3.3.2 Exames complementares ................................................................ 24 
3.4 Medidas de repouso................................................................................ 25 
3.5 Aplicação de testes submáximos............................................................ 25 
3.5.1 Recomendações antes do teste....................................................... 26 
3.5.2 Pré-requisitos para realização do teste............................................ 27 
3.5.3 Equipamentos de urgência .............................................................. 27 
3.5.4 Condições em que são indicações os testes de esforço ................. 28 
3.5.5 Condições onde são contra-indicações os testes de esforço .......... 29 
3.5.6 Critérios para interrupção de um teste de esforço ........................... 30 
3.5.7 Variáveis a serem controlados durante o teste................................ 32 
3.5.7.1 Índice de percepção de esforço (IPE)....................................... 32 
3.5.7.2 Freqüência cardíaca ................................................................. 35 
3.5.7.3 Pressão arterial (PA) ................................................................ 37 
3.5.8 Parâmetros de controle.................................................................... 38 
3.6 Prescrição de atividades ......................................................................... 38 
3.6.1 Encaminhamento médico ................................................................ 39 
3.6.2 Programa supervisionado ................................................................ 40 
3.6.3 Programas normais de condicionamento......................................... 41 
4 PROTOCOLOS DE AVALIAÇÃO BASEADOS NA FC .................................. 42 
4.1.1 Protocolo de RUFFIER .................................................................... 47 
4.1.2 Protocolo de FRED & KASH............................................................ 48 
4.1.3 Protocolo de TECHUMSEH ............................................................. 49 
4.1.4 Protocolo de CONCONI................................................................... 50 
4.1.4.1 Limitações do teste de CONCONI ............................................ 53 
5 PROTOCOLOS DE AVALIAÇÃO BASEADOS NO CONSUMO MÁXIMO DE 
OXIGÊNIO............................................................................................................. 55 
6 TESTES DE CAMPO ..................................................................................... 56 
6.1 Teste de BALKE de 15 minutos .............................................................. 57 
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Leonardo de Arruda Delgado 
 
6.2 Teste de COOPER (corrida de 12 minutos)............................................ 61 
6.3 Teste de 2400m (ou 1,5 milha) ............................................................... 66 
6.4 Teste de corrida de 8 min. para crianças ................................................ 68 
6.5 Teste de corrida de 1000 metros (MATSUDO, 1983) ............................. 69 
6.6 Teste de caminhada de uma milha (1609m)........................................... 71 
7 TESTES ERGOMÉTRICOS........................................................................... 74 
7.1 Protocolos de banco ou testes de degraus ............................................. 74 
7.1.1 Protocolo de NAGLE et al ................................................................ 76 
7.1.2 Protocolo do QUEENS COLLEGE................................................... 78 
7.1.3 Teste de banco de BALKE............................................................... 79 
7.1.4 Teste de banco de ASTRAND ......................................................... 82 
7.2 Protocolos de bicicleta ergométrica ........................................................ 83 
7.2.1 Protocolo de ASTRAND sub-máximo .............................................. 86 
7.2.2 Protocolo de ASTRAND máximo ..................................................... 91 
7.2.3 Protocolo de FOX ............................................................................ 92 
7.2.4 Protocolo de BALKE ........................................................................ 93 
7.2.5 Protocolo de ROCHA....................................................................... 94 
7.2.6 Protocolo de VON DOBELN ............................................................ 94 
7.2.7 Protocolo de JONES........................................................................ 95 
7.2.8 Protocolo do Colégio Americano de Medicina Esportiva ................. 96 
7.2.9 Protocolo de BRUCE ....................................................................... 96 
7.3 Protocolos de Esteira .............................................................................. 97 
7.3.1 Protocolo de BRUCE ....................................................................... 98 
7.3.2 Protocolo de BALKE ...................................................................... 100 
7.3.3 Protocolo de NAUGHTON ............................................................. 101 
7.3.4 Protocolo de ELLESTAD ............................................................... 101 
8 PRESCRIÇÃO DE EXERCÍCIOS PARA O CONDICIONAMENTO 
CARDIORRESPIRATÓRIO................................................................................. 103 
8.1 Intensidade ........................................................................................... 103 
8.1.1 Metodologia de trabalho ................................................................ 104 
8.1.1.1 Determinação da FC basal ..................................................... 104 
8.1.1.2 Determinação do nível inicial de condicionamento físico........ 104 
8.1.1.3 Estimar a freqüência cardíaca máxima................................... 105 
8.1.1.4 Determinação da zona sensível do treinamento..................... 106 
8.1.1.4.1. Prescrição de treinamento pela freqüênciacardíaca (FC).. 107 
8.1.1.4.2. Prescrição de treinamento pelo VO2Máx .............................. 110 
8.1.1.4.3. Prescrição de treinamento pelo sistema de pontos de Cooper
 111 
8.1.1.4.4. Prescrição de treinamento utilizando a bicicleta ergométrica
 113 
8.1.1.4.5. Orientações gerais ............................................................. 113 
8.2 Freqüência ............................................................................................ 115 
8.3 Duração ................................................................................................ 115 
8.4 Tipo de atividade................................................................................... 116 
REFERÊNCIAS................................................................................................... 119 
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ANEXO-1 EXEMPLO DE FORMULÁRIO DE CONSENTIMENTO PARA 
REALIZAÇÃO DE TESTE DE ESFORÇO........................................................... 121 
ANEXO - 2 QUESTIONÁRIO PAR-Q.................................................................. 123 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações 
 
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Leonardo de Arruda Delgado 
 
AVALIAÇÃO CARDIORRESPIRATÓRIA 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
 O objetivo deste material é apresentar, através de uma revisão de 
literatura, as diversas formas (protocolos e métodos) existentes, para a realização 
de uma avaliação da aptidão cardiorrespiratória, além de mostrar como proceder 
para a prescrição de exercícios aeróbicos com segurança e cientificidade, através 
de parâmetros fisiológicos. 
 
 A Aptidão Cardiorrespiratória sendo, sem duvida o aspecto que deve 
receber maior atenção quando se trata de Avaliação da Aptidão Física 
Relacionada à Saúde, é entendida como a capacitação de se realizar trabalho e 
depende da eficiência dos sistemas: respiratório, cardiovascular, de componentes 
sanguíneos adequados, além dos componentes celulares específicos que ajudam 
o corpo a utilizar oxigênio durante o exercício. 
 
 Sua melhoria e manutenção situam-se entre os principais objetivos de 
qualquer programa sistemático de exercícios. Uma adequada aptidão 
cardiorrespiratória está associada a uma menor ocorrência de distúrbios 
orgânicos. Entre eles podemos citar a hipertensão arterial, a doença arterial 
coronariana, a diabetes melito, as hiperlipidemias e a obesidade. 
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Leonardo de Arruda Delgado 
 
 Autores como GUEDES & GUEDES (1995), apud MONTEIRO (2001, 
p.87), relatam que os indivíduos cuja aptidão cardiorrespiratória exibe níveis mais 
elevados tendem a apresentar maior eficiência nas atividades do cotidiano e a 
recuperar-se mais rapidamente, após a realização de esforços físicos mais 
intensos. De fato, uma boa condição cardiorrespiratória diminui as demandas 
miocárdica e geral para atividades submáximas, representando uma economia 
que se traduz por uma maior capacidade de trabalho e aproveitamento das horas 
de lazer com redução dos riscos de doenças. 
 
 Existe um consenso entre os autores FOX (1979 & 1991), WEINECK 
(1986, 1991 & 1999), McARDLE (1992), POLLOCK (1993), GOMES (1995), LEITE 
(1996) & MONTEIRO (2000 & 2001), no sentido de se atribuir ao VO2 Máx, a função 
de medida mais representativa da aptidão cardiorrespiratória, pois, em geral, ele 
resume o que ocorre no sistema de transporte de oxigênio, podendo também ser 
chamado de potência aeróbica máxima. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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2 AVALIAÇÃO FUNCIONAL 
 
 De acordo com MARINS (2003, p.147) a avaliação funcional representa 
a mensuração e interpretação da capacidade de mobilização metabólica 
(bioenergética) a partir do resultado obtido de um protocolo (teste) específico. 
 
2.1 Objetivos de uma avaliação funcional 
 
 O principal objetivo, para a realização de uma avaliação funcional, inclui 
a investigação do processo de adequação dos ajustes fisiológicos às demandas 
metabólicas que ultrapassam as necessidades de repouso que representam a 
identificação da capacidade aeróbica máxima do avaliado. É possível encontrar 
outros objetivos, a partir dos dados coletados do teste ergométrico, entre eles: 
 
• Identificação da capacidade aeróbica máxima; 
• Observação do comportamento do ECG durante o esforço 
progressivo; 
• Possibilitar a correta prescrição de exercícios baseados nos 
resultados, adequado volume e intensidade para a atividade a ser 
desenvolvida; 
• Servir como parâmetro comparativo do grau de evolução do 
treinamento físico, quando aplicado de forma regular; 
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• Possibilitar a comparação com avaliações futuras; 
• Avaliar o grau da dor precordial; 
• Determinar o grau de comprometimento de uma coronariopatia; 
• Avaliar a resposta pressórica e cronotrópica ao esforço; 
• Avaliar o comportamento eletrocardiológico em esforço; 
• Avaliar a capacidade laborativa. 
 
2.2 Unidades metabólicas 
 
 Para a interpretação de uma avaliação funcional, é necessário uma total 
familiarização com uma série de variáveis metabólicas. Usualmente são utilizados 
três parâmetros fisiológicos, que são o consumo de oxigênio (VO2) no steady-state 
de um sujeito durante uma atividade, o MET e a Kcal consumida. 
 
2.2.1 O Consumo máximo de oxigênio (VO2MAX) 
 
 O consumo máximo de oxigênio (VO2Máx), é definido como a maior 
quantidade de oxigênio que um indivíduo é capaz de captar ao respirar ar 
atmosférico, ao nível do mar, transportar aos tecidos pelo sistema cardiovascular e 
utilizá-lo durante em um esforço físico por unidade de tempo. 
 
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações 
 
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 É expresso em mililitros ou litros por minuto, ou ainda, mais 
acertadamente, é ajustada ao peso do indivíduo. Constitui-se numa medida de 
potência e que, segundo McARDLE (1992, p.84), trata-se de um consumo de 
oxigênio, que permite enunciar quantitativamente a capacidade individual de 
transferência de energia aeróbica. Assim sendo, trata-se de um dos fatores mais 
importantes que determinam nossa capacidade de sustentar um exercício de alta 
intensidade por mais de quatro ou cinco minutos. 
 
 Durante um esforço físico, o VO2 tende a aumentar com a carga de 
trabalho, até atingir um ponto onde se verifica um platô, e não mostra qualquer 
aumento adicional (ou aumenta apenas ligeiramente) com uma carga de trabalho 
adicional é denominado consumo máximo de oxigênio, captação máxima de 
oxigênio, potência aeróbica máxima ou simplesmente VO2Max. 
 
Figura 1 Consumo de oxigênio durante um exercício de intensidade progressiva, até alcançar o 
consumo máximo de oxigênio. Fonte; McARDLE, 1992, p.85 
 
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 Em geral, admite-se que isso representa a capacidade individual de 
ressíntese aeróbica de ATP. Um trabalho adicional somente será realizado através 
das reações de transferência de energia da glicólise com subseqüente acúmulo de 
ácido lático e fadiga. 
 
 O consumo máximo de oxigênio (potencia aeróbica máxima) é 
determinado e/ou influenciado por diversos fatoresrelacionados com o sistema 
cardiovascular e com a musculatura esquelética. 
 
 No sistema cardiovascular, pode-se distinguir o volume sanguíneo, a 
contratilidade do miocárdio, a hipertrofia cardíaca, a resistência total periférica e a 
freqüência cardíaca máxima, enquanto no nível de musculatura esquelética, a 
capilarização, o fluxo sanguíneo, a condutância vascular e a capacidade oxidativa 
e outros fatores como a idade, sexo, constituição corporal, ambiente, etc., sendo 
relativamente constante em um dado indivíduo, embora também possa diminuir 
por falta de atividade física aeróbica, ou aumentar após um período de 
treinamento aeróbico. 
 
2.2.1.1 Métodos utilizados para mensuração da capacidade aeróbica 
 
 Os métodos utilizados para a medida da capacidade aeróbica podem 
ser amplamente classificados de duas formas: Direta e Indireta. A metodologia 
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direta realiza a medida do consumo de oxigênio diretamente, através de métodos 
químicos e físicos, com um custo operacional elevado, os quais podem ser 
desejáveis em certas situações de investigações laboratoriais, sendo, no entanto, 
a medida de maior precisão. 
 
Figura 2 Mensuração direta do volume máximo de oxigênio 
 
 As metodologias indiretas são baseadas na relação lineares que existe 
entre a freqüência cardíaca (F.C.) e o VO2, medido quando as requisições e 
produção energética tenham chegado a equilíbrio (steady-state). Esses tipos de 
avaliação são feitos utilizando-se nomogramas, fórmulas, análises de regressão, 
desenvolvidos a partir de medidas diretas e com o objetivo de predizer o VO2 do 
indivíduo partindo de um teste físico. 
 
 Devido a grande dificuldade material, neste trabalho iremos abordar 
apenas as técnicas indiretas, onde o consumo de oxigênio é calculado em função 
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de equações de predição, visando, sobretudo aplicação prática nas avaliações 
físicas em escolas e academias. 
 
2.2.1.2 Testes máximos e submáximos 
 
 Algumas controvérsias têm surgido com relação à utilização de testes 
máximos ou submáximos. Nós entendemos por teste máximo aquele no qual o 
indivíduo é levado a sua exaustão voluntária e tende a levar o avaliado ao máximo 
de sua captação de oxigênio, ou o teste é interrompido por sinais ou sintomas que 
impeçam seu desenvolvimento. De uma forma geral para aquelas pessoas que 
apresentam um baixo risco, com menos de 30 anos e que realizam atividades 
físicas rotineiras, bem como para os atletas, os protocolos de avaliação máximos 
serão os mais indicados. Uma das mais importantes aplicações do teste máximo 
além da predição do estado funcional é em relação ao diagnóstico de doenças 
coronarianas. 
 
 O teste submáximo é aquele em que o indivíduo é levado a atingir um 
nível de esforço pré-estabelecido e o valor de VO2MAX é obtido através de um 
previsor sem, portanto impor um stress orgânico intenso durante a realização do 
teste. De maneira geral os testes de esforço de caráter máximo apresentam 
maiores riscos que os submáximos, devendo ser controlados por pessoas 
experientes. 
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações 
 
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 Embora os testes de exercícios submáximos não sejam tão eficazes na 
identificação de condições de doenças, eles são apropriados para avaliar 
condicionamento cardiorrespiratório antes e depois de programas de exercícios. 
 
 Os protocolos de avaliação submáximo, serão mais indicados para 
pessoas com a faixas etárias superiores a 30 anos, com algum tipo de fator de 
risco coronário primário presente, sem o hábito de prática de atividade física 
regular e na ausência de um médico ou alguns equipamentos de segurança. 
 
 Os testes submáximos são bastante úteis para determinação da aptidão 
cardiorrespiratória, quando um teste diagnóstico não se faz necessário, isto é, em 
indivíduos com o consumo máximo de oxigênio sejam inferiores as obtidas em 
protocolos máximos, estes oferecem menos riscos para o avaliado, sendo 
realizados em curto espaço de tempo, facilitando sua operacionalidade. 
 
2.2.1.3 Testes utilizados na mensuração da capacidade aeróbica 
 
 A captação máxima de oxigênio pode ser determinada através de 
inúmeras tarefas que ativam grandes grupos musculares, desde que o exercício 
seja de intensidade e duração suficientes para engajar ao máximo a transferência 
de energia aeróbica. As formas habituais de exercícios incluem andar ou correr 
numa esteira rolante, subir e descer de um banco ou pedalar. Logo, quanto aos 
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tipos, de testes que podem ser aplicados na avaliação da capacidade aeróbicos 
temos: 
 
- Testes de campo: com baixo custo operacional e com possibilidade 
de avaliação em massa. 
- Testes ergométricos: são testes que utilizam ergômetros, que são 
instrumentos que medem trabalho. 
 
Corridas Caminhadas
Testes de Campo
Banco Bicicleta Esteira
Testes Ergométricos
Resistência Básica
 
Figura 3 Quadro dos tipos de resistência básica 
 
 
2.2.1.4 Testes ergométricos 
 
 Na avaliação da potência aeróbica podemos usar alguns aparelhos 
denominados ergômetros. Dentre os principais ergômetros podemos citar o banco, 
a bicicleta e a esteira rolante. Todos apresentam vantagens e limitações que 
devem ser cuidadosamente analisados, para determinação do instrumento a ser 
utilizado. A seguir apresentaremos uma comparação entre os tipos de ergômetros 
visando assim, facilitar a escolha pelo ergômetro ideal as suas realidades, tanto no 
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que se refere à infra-estrutura, como as diferentes clientelas que se utilizaram os 
testes. 
Tabela 1 Dados comparativos entre os principais ergômetros 
Critérios ou Situações Diversas Bicicleta Esteira Banco 
Como Meio de Diagnóstico I M P 
Habilidade necessária para adaptação do avaliado M P I 
Espaço Ocupado I P M 
Custo e Manutenção I P M 
Massa Muscular Envolvida P M I 
Facilidade para Transporte I P M 
Perigo de Acidente M P I 
Registro do ECG em esforço M I P 
Tomada de Pressão Arterial M I P 
Nível de Ruído I P M 
Avaliação do VO2Máx I M P 
Adaptação ao Exercício I M P 
P = Pior I = Intermédio M = Melhor 
Fonte: GOMES, 1995, 57 & FARINATTI e MONTEIRO (2000, 263) P= Pior, I = intermediário, 
M=Melhor. 
 
 Para cada ergômetro existe uma grande variedade de protocolos que 
submetem o testado a uma determinada quantidade de esforço. Enquanto alguns 
protocolos são comuns a vários ergômetros, outros são ergômetros-dependentes. 
 
 Todos os protocolos apresentam virtudes e limitações, mas ao nosso 
modo de ver são os objetivos do teste, a população a ser testada e a 
disponibilidade de tempo e material que decidirão o melhor ergômetro e protocolo. 
 
 
 
 
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2.2.1.5 Considerações gerais 
 
 Existe um grande número de protocolos que apresentam pontos 
positivos e negativos, porém a escolha de um determinado teste deverá 
necessariamente ter como orientação a interferência dos seguintes fatores: 
objetivos do teste; população a ser testada; disponibilidade de material. 
 
 Cada um dos testes apresenta características específicas. Asdiferenças entre os protocolos emergem do amplo espectro de variações 
existentes que permitem um grande número de combinações. Podemos encontrar 
os seguintes fatores envolvidos em um teste: 
 
- Formas operacionais: o grau de utilização de recursos materiais 
durante a realização de um teste indica seu nível de complexidade. 
Caso seja realizado em laboratório, com a utilização de vários 
instrumentos como eletrocardiógrafo, ergômetro, analisador de 
gases, desfibrilador, entre outros, pode ser considerado como um 
teste complexo. Em situações onde é realizado em campo, 
empregando poucos recursos de instrumentos, como, por exemplo, 
o teste de Cooper de andar e correr 12 minutos, pode ser 
considerado como simples. 
- Fonte de energia: dependendo do teste ergométrico, é possível 
avaliar as diferentes fontes energéticas existentes. O teste de 
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cicloergometria de Balke tem como objetivo principal avaliar a 
capacidade aeróbica. Já um teste utilizando o cicloergometro, como 
o de Wingate, tem como objetivo avaliar a capacidade anaeróbica; 
- Demanda metabólica: um teste ergométrico, para avaliação da 
capacidade aeróbica, pode impor uma demanda metabólica máxima 
ou submáxima. Quando da realização de um teste máximo, como 
por exemplo, o protocolo de Jones em cicloergometria, se analisa a 
capacidade máxima aeróbica de trabalho do avaliado. Durante a 
realização de um teste submáximo, o resultado obtido representa 
uma extrapolação do resultado máximo previsto para o avaliado, 
sem expor o mesmo a uma intensidade elevada durante o teste; 
- Duração total o teste: um teste para mensurar o VO2Máx, deverá ter 
como faixa de tempo ideal um mínimo de 8 e máximo de 15 minutos. 
Esta faixa de tempo permite a obtenção de dados fisiológicos 
suficientes para uma análise de comportamento físico durante o 
exercício; 
- Tipo de carga: a forma de aplicação de carga durante a realização 
de um teste, pode ser de forma única (protocolo de banco de 
Harvard) ou de forma variada (protocolo de banco de Balke). 
- Tempo de duração dos estágios: dependendo do tempo de 
duração de um estágio, é possível o aparecimento do Steady State; 
como exemplo desta metodologia temos o teste de Ellestad. 
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Entretanto, outras metodologias não permitem o aparecimento do 
Steady State; exemplo o protocolo Balke em esteira. 
- Existência de pausas: os procedimentos de execução dos testes 
podem ser divididos em dois grupos, contínuos e descontínuos. Nos 
protocolos contínuos não existe interrupção do teste em nenhum 
momento durante sua realização (protocolo de Fox em 
cicloergometria). Nos protocolos descontínuos, mais característicos 
para população de cardíacos, é possível estabelecer um período de 
repouso durante a execução, podendo ainda ser de forma ativa ou 
passiva. 
- O Volume de oxigênio usado por minuto (VO2 em l/min): que é 
proveniente do metabolismo de uma mistura de 40% de carboidratos 
e 60% de gorduras e cujo equivalente calórico é de 4,825 Kcal por 
litro de oxigênio. 
- Múltiplos da Taxa Metabólica de Repouso (METs): é a relação 
entre a energia gasta em uma atividade é o gasto do metabolismo de 
repouso. Considerando 1 MET como aproximadamente 3,5 
ml/kg,min de O2. 
- Consumo de Energia por Minuto (kcal/min): o dispêndio de 
energia é calculado, multiplicando as quilocalorias gastas por minuto 
(kcal/min) pela duração da atividade em minutos. 
 
 
 
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3 AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE CARDIORRESPIRATÓRIO 
 
 Talvez esta seja uma das avaliações mais temidas pelos profissionais 
que trabalham com avaliação física, a explicação para isso é que a realização de 
um teste de condicionamento cardiorrespiratório implica, necessariamente em um 
risco do avaliado vir a manifestar algum comprometimento cardiológico, no 
entanto, os resultados dos testes de condicionamento cardiorrespiratório devem 
ser utilizados para prescrever recomendações de exercícios e permitir ao 
avaliador ou professor de educação física avaliar mudanças positivas ou negativas 
no trabalho de condicionamento cardiorrespiratório. 
 
 Diante do que foi apresentado, e defendendo a prática da realização da 
avaliação da capacidade aeróbica, fica a pergunta como posso fazer a avaliação 
da capacidade aeróbica com riscos mínimos? 
 
 Para minimizar riscos, é aconselhável uma série de procedimentos, 
para que seu trabalho se desenvolva com total segurança. Essa seqüência 
progride da avaliação inicial ao teste e à programação de condicionamento, com 
oportunidade para re-testes e revisões periódicas do programa à medida que são 
obtidos ganhos em condicionamento. Seqüência de atividades recomendadas 
para minimizar o risco do teste de condicionamento cardiorrespiratório: 
 
 
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• Declaração de consentimento; 
• Histórico de saúde; 
• Avaliação médica; 
• Testes do condicionamento em repouso, composição corporal e 
psicológico; 
• Aplicação de testes submáximos; 
• Testes para função lombar; 
• Prescrição de atividade de condicionamento cardiorrespiratório; 
• Prescrição de atividades para força e endurance muscular; 
• Revisão das atividades prescritas 
• Retestes periódicos; 
 
3.1 Declaração de consentimento 
 
 O consenso nacional sobre ergometria da SBC (Sociedade Brasileira de 
Cardiologia, 1995) diz que os alunos que forem submetidos a testes de esforço 
devem ler e assinar um o documento de consentimento juntamente com duas 
testemunhas, onde o documento deve conter obrigatoriamente dois parágrafos: 
 
- Parágrafo 1: Declaro que fui informado sobre as finalidades do 
exame ergométrico a que irei me submeter, estando ciente de sua 
forma de execução, de eventuais sintomas, cansaço e/ou outras 
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anormalidades que poderão advir, conseqüentes à aplicação do 
método. 
- Parágrafo 2: Concordo voluntariamente em me submeter a um TE 
(teste ergométrico), que tem como finalidades principais avaliar as 
respostas cardiovasculares e gerais, frente à aplicação de esforço 
físico progressivo. Este poderá ser realizado em esteira rolante ou 
bicicleta eletromagnética, com possibilidade do aparecimento de 
sintomas, como cansaço, falta de ar, dor no peito, etc., sendo 
mínimas as chances de ocorrerem complicações de difícil controle 
clínico. Tal exame foi indicado pelo meu médico assistente para 
complementação de avaliação. 
 
 Sua finalidade consiste no fato, que na eventualidade de acidentes de 
natureza grave ou fatal decorrentes do procedimento, sugere-se a comunicação e 
solicitação de parecer da comissão de ética do conselho regional de medicina, de 
grande valia em caso de contestações jurídicas. 
 
 É importante ressaltar que durante uma avaliação com indivíduos de 
alto e médio risco, “sempre será necessária a presença de um médico”, para 
atender a todos os padrões de segurança. O mesmo procedimento também deve 
ser levado em consideração quando o protocolo empregado for solicitação 
máxima. Veja no Anexo 1 pagina 112, o exemplo de um termo de consentimento. 
 
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22
Leonardo deArruda Delgado 
 
3.2 Histórico de saúde 
 
 O Teste de esforço deve ser precedido de um “screening” 
(selecionamento completo), para que, desta forma, seja possível um levantamento 
das condições de saúde, eventuais riscos de comprometimento cardíaco, além do 
nível de condicionamento esperado. 
 
 O primeiro procedimento do screening inclui uma anamnese, que 
deverá incluir dados da história pessoal e familiar ligados a coronariopatias e 
fatores de risco associados, uso de medicamento, hábitos alimentares, história de 
tabagismo e padrões atuais de atividade física. 
 
 Antes de realizar o teste ergométrico é importante que o avaliador 
esteja ciente do estado clinico geral do avaliado e para isso é importante que ele 
faça o levantamento de variáveis como; Freqüência cardíaca de repouso, PA de 
repouso, dosagem sanguínea de colesterol total, triglicerídeos, HDL e glicose. 
Estes indicadores bioquímicos auxiliam na detecção do risco coronariano do 
paciente. 
 
 Com o objetivo de um screening de massa para identificar os indivíduos 
que necessitam de um acompanhamento médico mais extenso, antes de serem 
admitidos num programa de exercícios, uma técnica de anamnese menos 
complexa, uma coleta mais dirigida pela história clínica, bem como um 
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23
Leonardo de Arruda Delgado 
 
 
questionário físico mais objetivo, o PAR-Q, ou seja, um questionário mais imediato 
envolvendo as atividades físicas, vem sendo utilizado com sucesso e adotado pelo 
governo canadense.1 Anexo 2 pagina 114. 
 
3.3 Avaliação médica 
 
 A Avaliação Médica deve ser realizada por um médico, se possível com 
formação em Medicina do Esporte. Um exame clínico consta, basicamente, de 
duas partes. Na primeira é realizado o exame médico, e na segunda, serão ser 
solicitados alguns exames complementares. A ACSM recomenda a realização de 
uma rotina mínima de exames físicos e laboratoriais como parte integrante da 
avaliação médica. 
 
3.3.1 Exame médico 
 
 Nesta etapa, deverá ser realizado um exame sumário abrangendo 
aspectos cardiovasculares, pulmonares e ortopédicos, incluindo-se ai os seguintes 
tópicos: freqüência e regularidade de pulso; pressão arterial deitado, sentado e de 
pé; ausculta pulmonar com atenção especial para a uniformidade dos sons 
respiratórios em todas as áreas (ausência de estertores, roncos e sibilos); 
palpação do impulso cardíaco apical; ausculta cardíaca com atenção especial para 
 
1 POLLOCK 1993,234 
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24
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os sopros, galopes, cliques e atritos; palpação e ausculta das artérias carótidas, 
abdominais e femorais; palpação e inspeção dos membros inferiores para 
verificação de edema e de pulsos arteriais; ausência ou presença de xantomas ou 
xantelasmas; problemas ortopédicos. 
 
3.3.2 Exames complementares 
 
 Feito em consultório ou laboratório, dependendo do exame. Serve para 
confirmar ou controlar com mais precisão o perfil patológico do avaliado. Em geral, 
enquadram-se os exames: 
- Dentário: semestralmente ou anualmente uma visita ao dentista 
para tratamento ou para evitar futuros problemas nos dentes que 
poderão vir a afetar a saúde; 
- Otorrinolaringológico: para evitar focos nas amídalas, carne 
esponjosa obstruindo o nariz ou desvio no septo. 
- Radiológico: serve para assegurar ao médico a integridade do 
coração, pulmões e vísceras, além de controle pela comparação dos 
exames posteriores com o inicial. 
- Oftalmológico: tem por finalidade verificar a visão. 
- Sangue: constitui-se num exame importantíssimo, pois verifica a 
quantidade de hemácias ou glóbulos vermelhos, leucócitos ou 
glóbulos braços, taxa de colesterol, glicose e etc. 
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25
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- Urina: verificam os elementos anormais, microscopia da 
sedimentação, densidade e reação; 
- Fezes: verificação da existência ou não de parasitas intestinais, 
ainda que na sua forma ovular. 
 
3.4 Medidas de repouso 
 
 Os testes de repouso típico incluir a determinação do Eletrocardiograma 
padrão de 12 derivações, FC, PA, perfil bioquímico do sangue (com níveis séricos 
de colesterol total, LDL, HDL, triglicérides e glicose), bem como outras variáveis 
de condicionamento, tais como hábito de tabagismo, histórico familiar de ataques 
cardíacos, composição corporal e traços psicológicos. 
 
3.5 Aplicação de testes submáximos 
 
 Se as medidas em repouso refletem valores normais, então um teste 
submáximo é administrado. O teste submáximo geralmente fornece as respostas 
em FC e PA a diferentes intensidades de trabalho (geralmente 85% da FC máxima 
predita). Esse teste pode utilizar o step em um banco, um cicloergômetro ou uma 
esteira. 
 
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26
Leonardo de Arruda Delgado 
 
3.5.1 Recomendações antes do teste 
 
 Para a realização do teste de esforço, é necessário orientar o avaliado 
no sentido da execução de certos procedimentos básicos que deverão ser 
seguidos, antes da realização do mesmo: 
 
- A informação contendo o horário e a data da realização do teste; 
- Chegar ao local de avaliação com pelo menos 20 minutos de 
antecedência; 
- Trazer, caso possua, um ECG em repouso, recente; 
- Estabelecer um intervalo mínimo de 2 horas entre a última refeição e 
a realização do teste; 
- Evitar abusos e excessos na noite anterior 
- Ter uma noite repousante entre 6 e 8 horas de sono; 
- Evitar o uso de sedativos; 
- Evitar fumar com pelo menos 4 horas de antecedência da realização 
do teste; 
- Evitar qualquer tipo de atividade física no dia do teste; 
- Providenciar vestimenta adequada para realização do teste 
(bermuda e tênis); 
- Comunicar qualquer tipo de alteração no estado de saúde ocorrida 
nas 24 horas que antecederam à realização do teste; 
 
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3.5.2 Pré-requisitos para realização do teste 
 
 O comitê Internacional de Estandardização dos Testes de Avaliação da 
Capacidade Aeróbica recomenda como pré-requisitos básicos para a execução de 
um teste ergométrico ou de campo, que a pessoa esteja: 
 
- Isento de qualquer doença infecciosa em evolução; 
- Livre, pelo menos três meses, de miocardites, infarto do miocárdio e 
crise de angina pectoris; 
- Isento de alterações eletrocardiografias atípicas; 
- Com temperatura oral menor que 37,5°C; 
- Complemente refeito do Stress de um exercício intenso previamente 
realizado; 
- Com noite anterior bem dormida; 
- Com intervalo de duas semanas sem utilização de medicamentos 
que interfiram na FC; 
- Com a P.A. Max inferior a 190mm/Hg e a mínima a 120 mm/Hg; 
3.5.3 Equipamentos de urgência 
 
 Devido ao risco inerente a este exame complementar, é necessário que 
a sala seja equipado com todo o material necessário para lidar com as 
emergências cardiorrespiratórias mais comuns. Entre eles podemos citar: 
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28
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- Abaixador de língua (cânula) tipo Guedel; 
- Material convencional para curativos (luvas, gaze, algodão 
esparadrapo, água oxigenada, álcool iodado ou povidine, bandeide) 
- Solução eletrolítica: Gatorede; Bicarbonato de Sódio; Cloreto de 
Sódio; 
- Soluções parareposição volêmica e energética: solução glicosada - 
5%; solução fisiológica - 0,9%; solução de glicose - 50%; Carb Up 
- Antitérmico – (Dipirona amp 1ml = 500mg)- Analgésicos (Dorflex, 
Neusaudina); 
 
3.5.4 Condições em que são indicações os testes de esforço 
 
 ARAÚJO (op.cit., 12) apresenta uma lista com as dez principais 
indicações do teste de esforço: 
 
- Confirmação do diagnóstico de doenças coronarianas; 
- Avaliação do comportamento de arritmias cardíacas no esforço e 
sua terapêutica: 
- Avaliação da hipertensão e de sua terapêutica; 
- Avaliação da terapêutica antianginosa; 
- Avaliação da eficiência da terapia cirúrgica; 
- Avaliação de dor precordial e dispnéia a esforços; 
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- Avaliação de resultados de programas de reabilitação cardíaca; 
- Detecção de pacientes em alto risco de coronariopatia e morte 
súbita; 
- Avaliação de paciente pós-enfartado; 
- Avaliação da tolerância do esforço. 
 
3.5.5 Condições onde são contra-indicações os testes de esforço 
 
 MARINS (1998, 155) diz que para a realização de uma avaliação 
funcional, existem alguns pontos que são considerados totalmente contra-
indicados para a aplicação de um teste ergométrico. 
 
- Grupo das insuficiências coronarianas: Infarto do miocárdio 
recente, angina do peito instável, lesão de tronco de coronária 
esquerda ou equivalente. 
- Grupo da valvulopatias: Estenose aórtica grave. 
- Grupo dos distúrbios funcionais: Hipertensão arterial não 
controlada, Insuficiência cardíaca descompensada, arritmias 
potencialmente graves, Bloqueio AV avançados. 
- Grupo de outros comprometimentos: miocardites e pericardites, 
angina instável ou de repouso, intoxicação medicamentosa, 
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30
Leonardo de Arruda Delgado 
 
limitação física ou emocional, qualquer enfermidade aguda, febril ou 
grave, embolia pulmonar, desequilíbrio metabólicos e eletrolíticos. 
 
3.5.6 Critérios para interrupção de um teste de esforço 
 
 Quando se determina o tipo de protocolo a ser utilizado, máximo ou 
submáximo, pode-se, perfeitamente estabelecer os critérios que indicarão a 
interrupção do mesmo. Quando o protocolo utilizado corresponder ao máximo, o 
principal parâmetro é a exaustão voluntária do avaliado. Porém, o avaliador 
deverá interromper o teste para evitar alguma complicação caso verifique o 
surgimento de algum fator limitante. 
 
 Já nos protocolos de avaliação submáximos, é possível estabelecer 
limites antes da realização do teste. Estes limites podem estar ligados a FC, a 
finalização de um certo tempo em uma determinada carga, ou ainda no 
aparecimento de alguma alteração no ECG. 
 
 A interrupção de um teste ergométrico deverá ocorrer a partir do 
aparecimento de diversos sintomas ou sinais. A seguir uma lista elaborada pelas 
recomendações de ELLESTAD (1984) & MASTROCOLA (1993) indicando a 
suspensão de um teste ergométrico, antes que seu final seja atingido: 
 
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31
Leonardo de Arruda Delgado 
 
- O avaliado pede para interromper o teste; 
- Limitações físicas (exaustão); 
- FC Max preconizada atingida; 
- Náusea e vômito; 
- Claudicação induzida pelo exercício; 
- Tonteira; 
- Obnubilação; 
- Palidez intensa; 
- Ataxia; 
- Lipotimia; 
- Cianose; 
- Pa sistólica > 250 mmHg; 
- Pa diastólica > 120 mmHg nos indivíduos normotensos; 
- Pa diastólica > 140mmHg nos hipertensos; 
- Dispnéia severa desproporcional à intensidade do esforço; 
- Desconforto músculo-esquelético intenso; 
- Redução da FC e PA apesar do aumento de carga; 
- Dor precordial crescente e intensa; 
- Taquicardia ventricular; 
- Aumento da freqüência de extra-sítoles ventriculares; 
- Infradesnivelação de segmento ST > 3,0 mm; 
- Supradesnivelação de segmento ST > 1,0 mm; 
- Sinais de insuficiência ventricular – 3ª bulha; 
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32
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- Instabilidade emocional ou insegurança; 
- Perda da qualidade técnica do exercício; 
- Falha do sistema de monitoração; 
- Fibrilação ou taquicardia atrial; 
- Aumento progressivo da duração QRS; 
- Aumento do grau de bloqueio A-V, de segundo e terceiro grau; 
- Manifestação clínica de desconforto torácico que incrementa com o 
aumento da carga ou que se associa com alterações 
eletrocardiografias ou sintomas. 
 
3.5.7 Variáveis a serem controlados durante o teste 
 
 Durante a realização de um teste de esforço, torna-se necessário, para 
uma perfeita segurança do avaliado, a constante mensuração e análise de 
variáveis como IPE (Índice de percepção de esforço), FC e PA. 
 
3.5.7.1 Índice de percepção de esforço (IPE) 
 
 O índice de percepção de esforço, em sua versão original, é composto 
por uma escala de quinze categorias graduadas de seis a vinte, onde cada 
número ímpar associa-se a uma descrição verbal. 
 
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações 
 
33
Leonardo de Arruda Delgado 
 
 O IPE representa uma escala de valores com os quais o avaliado 
informa a sensação de intensidade de trabalho que lhes está sendo imposta 
durante a realização de um teste de esforço. Desta forma, o avaliador tem 
condições de obter informações sobre a interferência do exercício no que o 
avaliado está sentindo e que, conseqüentemente, pode servir como elemento para 
interrupção do teste. Originalmente, esta escala foi proposta por BORG (1962). 
Após vários anos de estudo, o mesmo autor publicou uma versão adaptada da 
escala, desta vez com dez graduações. 
 
Tabela 2 Escala de Borg Revisada 
Nível Condição 
0 Absolutamente nada 
0,5 Demasiadamente fraco 
1 Muito Fraco 
2 Fraco 
3 Moderado 
4 Algo forte 
5 Forte 
7 Muito forte 
10 Muito, muito forte 
 
 
 Vários estudos têm demonstrado a relação entre a escala de Borg e 
algumas variáveis que indicam a fadiga relativa, como a FC, o VO2Max, a 
ventilação e os níveis séricos de ácido lático. Este fato tem levado os treinadores e 
avaliadores a utilizarem a escala de Borg como um importante indicador de 
intensidade de esforço. 
 
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações 
 
34
Leonardo de Arruda Delgado 
 
 Dentre as características principais do IPE, durante a realização de uma 
avaliação funcional, destacam-se: 
 
1) Trata-se de uma escala de 15 pontos, numerada de 6 a 20, que 
representa, respectivamente, os níveis mínimo e máximo de 
cansaço; 
2) O IPE e a FC, estão linearmente relacionados entre si e com a 
intensidade de trabalho; 
3) Existe uma boa relação entre IPE e vários fatores fisiológicos como 
VE (volume minuto), lactato e VO2; 
4) A escala do IPE tem demonstrado ser um indicador confiável do 
nível de esforço físico; 
5) O IPE fornece ao avaliador um dado objetivo através do qual pode 
comparar o grau relativo de fadiga de um teste para outro; 
6) Serve como parâmetro para interromper um teste; 
7) Obtém-se o valor da escala, interrogando o avaliado a cada minuto; 
8) O IPE apresenta uma grande relação com os fatores indicativos de 
fadiga muscular; 
9) A escala não é perfeita, e deve ser interpretada no conjunto com o 
bom senso, além de outros parâmetros clínicos, fisiológicos e 
psicológicos envolvidos na avaliação. 
 
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35Leonardo de Arruda Delgado 
 
3.5.7.2 Freqüência cardíaca 
 
 A Freqüência Cardíaca refere-se ao número de vezes que o coração 
bate a cada minuto. Contrações simultâneas dos lados direito e esquerdo do 
coração (os ventrículos) são contadas como um batimento. Como a Freqüência 
Cardíaca responde ao esforço com um aumento que, no caso do esforço de 
caráter dinâmico, é proporcional à intensidade de trabalho e ao consumo de 
oxigênio, a mensuração da FC pode ser usada para determinar a intensidade do 
exercício. 
 
 De acordo com KLAFS (1981, p.51) a freqüência cardíaca durante ou 
após um exercício pode ser usada como medição da aptidão física e também para 
avaliar a aptidão respiratória em termos de cálculo aproximado da capacidade do 
corpo utilizar o oxigênio que está sendo transportado pelo sangue (VO2Máx). 
 
 Apesar da Freqüência Cardíaca sozinha somente medir o stress no 
coração o que é uma pequena parte da imagem global do estado de uma pessoa. 
Enquanto um sistema cárdio-circulatório bem condicionado é altamente desejável 
para todo mundo, treinamento para melhorar o sistema cardíaco não irá 
necessariamente criar adaptações em determinados músculos necessários para 
uma ótima performance. Entretanto, o inverso é verdadeiro. Através de uma 
otimização o treinamento dos músculos o atleta irá quase certamente ver as 
grandes melhoras no sistema cardiocirculatório. 
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações 
 
36
Leonardo de Arruda Delgado 
 
 
 Para um melhor controle da freqüência cardíaca e possibilidade de 
utilização desta variável como forma de avaliação e prescrição de atividade física 
é necessário ter o conhecimento dos fatores que provocam modificações em suas 
medidas. Dentre os principais temos: 
 
- Posição do corpo: menor deitado que sentado que em pé. 
- Hora do dia: pela manha é menor que a tarde, antes de se levantar, 
são considerados normais valores de 35 a 50 bpm para indivíduos 
com prática regular de atividade física e 55 a 65 para indivíduos 
sedentários. 
- Exercício físico: a FC aumenta com a intensidade do exercício e 
com o aumento do consumo de oxigênio. 
- Meio onde se encontra: FAULKNER (1967) & McARDLE (1971) 
demonstram uma diminuição da FC na água. 
- Temperatura corporal: a febre aumenta o trabalho cardíaco. 
- Estado de tensão emocional: aumenta significativamente a FC. 
- Idade: a FC e mais alta em crianças e vai diminuindo com a idade. 
- Fármacos: (beta-adrenérgicos: acetazolamida, betabloqueadores, 
fusosemida, hidroclorotiazida, reserpina etc.), tendem a baixar 
significativamente a FC em repouso, submáxima e máxima. 
 
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações 
 
37
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3.5.7.3 Pressão arterial (PA) 
 
 De acordo com MARINS (1998, p.162) a mensuração da PA representa 
um dos principais parâmetros clínicos a ser controlado em um teste de esforço. 
Dependendo do comportamento apresentado durante a execução de um teste 
ergométrico pode ser identificado algum comprometimento cardíaco. 
 
 A pressão arterial é a pressão que o sangue bombeado pelo coração 
exercer dentro do sistema arterial durante um ciclo cardíaco. WEINECK (1991, 
p.94) define a PA como a força motriz da circulação do sangue, provocada pelo 
bombeamento do coração que oscila entre pressão sanguínea sistólica (16 kPA = 
120 mmHg) e diastólica (10 kPa = 80 mmHg). 
 
 A pressão arterial, como produto da ejeção do coração e da resistência 
periférica, é modificada através de influencias sobre um ou ambos parâmetros. 
Para uma pressão com regulação ótima, portanto, é sempre decisiva uma ação 
conjunta ordenada do volume tempo cardíaco e da resistência periférica. 
 
 O comportamento normal da pressão arterial em um esforço do tipo 
dinâmico é representado por um aumento progressivo da pressão sistólica 
correspondente à intensidade do esforço e por uma redução ou manutenção da 
pressão diastólica, resultando em maior pressão média e, por conseguinte maior 
perfusão tecidual. 
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações 
 
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Leonardo de Arruda Delgado 
 
3.5.8 Parâmetros de controle 
 
 O risco de um acidente cardíaco não ocorre somente durante a 
execução do teste, mas também após a interrupção do mesmo. POLLOCK & 
WILMORE (1993), relatam que 44 das 61 principais complicações cardíacas 
ocorrem durante o período de aquecimento ou de volta à calma, desta forma é 
necessário uma contínua monitoração do avaliado após a execução do teste até 
que ele retorne às suas condições orgânicas próximas as registradas no repouso. 
As variáveis a monitorar incluem a FC, a PA e a ECG, além do estado clínico 
geral. 
 
3.6 Prescrição de atividades 
 
 As informações sobre o estado de saúde, o consentimento informado 
do potencial participante e as metas e interesses do indivíduo são fatores que 
fazem parte da tomada de decisões sobre as atividades físicas apropriadas. As 
orientações a seguir, com base no estado de saúde, devem ser dosados, 
considerando-se sua interação com os participantes quanto às suas metas e 
interesses em longo prazo. 
 
 Com base nessas informações o avaliador físico deve recomendar a 
participação: 
 
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações 
 
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• Procurar um médico ou uma equipe médica apropriada; 
• Iniciar um programa supervisionado de atividade física; 
• Iniciar um programa de normal de condicionamento físico. 
 
3.6.1 Encaminhamento médico 
 
 Todas as pessoas que indicam doença, características ou sintomas 
codificados com OM (orientação médica) no QES, problemas posturais graves, ou 
outros estados patológicos que possam impossibilitar sua prática de atividade 
física, são encaminhados a uma equipe médica apropriada. 
 
 Os valores relacionados ao risco cardíaco, selecionados para o 
encaminhamento médico são: 
 
- FC em repouso > 100 bpm; 
- PAS em repouso > 160 mmHg; 
- PAD em repouso > 100 mmHg; 
- %GC > 40% em mulheres; >30% em homens; 
- Colesterol total >240 mg/dl; 
- Colesterol total dividido pelo HDL > 5; 
- Triglicérides > 200mg/dl; 
- Glicemia de jejum > 120 mg/dl; 
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações 
 
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- Capacidade vital < 75% predita; 
- VEF < 75% 
 
 Todas as variáveis (com exceção da freqüência cardíaca) têm sido 
listadas como fatores de risco coronariano. Os valores para o encaminhamento 
médico são considerados níveis de risco relativo elevado. Uma freqüência 
cardíaca (FC) alta em repouso indica estresses graves, que pode ter uma base 
física ou emocional. As quantidades extremas de gordura colocam o indivíduo em 
alto risco para uma variedade de problemas de saúde. Um nível alto de glicose 
sérica está relacionado à diabete. 
 
3.6.2 Programa supervisionado 
 
 Se os indivíduos têm níveis médios ou moderados podem participar de 
exercícios de intensidade moderada ou de programas de condicionamento 
cuidadosamente supervisionados. Serão encaminhadas para programas 
supervisionados de treinamentos as pessoas que: 
 
- Hipertensão 140 a 155/90 a 95 mmHg; 
- Colesterol 240 a 255 mg/dl 
- %GC 32 a 38% em mulheres; 25 a28% em homens; 
- Colesterol Total dividido pelo HDL 4,5 a 4,8; 
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- RCQ > 0,8 em mulheres; >0,9 em homens; 
- Fumo > 20 cigarros/dia 
 
3.6.3 Programas normais de condicionamentoAs pessoas sem nenhum dos problemas codificados sob orientação 
médica, procedimentos especiais de emergência ou no QES, podem participar de 
um programa não-supervisonado por médicos e serem admitidas em qualquer das 
atividades de condicionamento oferecidos por um centro de condicionamento. Se 
elas não forem ativas nos últimos meses, recomenda-se que comecem com as 
atividades de intensidade moderada; mas elas serão capazes de progredir 
rapidamente para outras atividades de interesse e de maior intensidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações 
 
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4 PROTOCOLOS DE AVALIAÇÃO BASEADOS NA FC 
 
 Como efeito de treinamento, pesquisas demonstraram que a FC em 
repouso declina com o treinamento, porque o coração torna-se mais forte e pode 
bombear mais sangue para fora a cada batida. Conseqüentemente, há 
necessidade de menor número de batidas para o fornecimento da quantidade 
necessária para o corpo humano em repouso. Logo, para a maioria das pessoas, 
a freqüência cardíaca em repouso é de aproximadamente 60 a 80 batimentos por 
minuto (b.p.m). A Freqüência Cardíaca em repouso de atletas tende a ser mais 
baixa que a de não-atletas, freqüentemente entre 30 e 50 bpm. 
 
 Leite (1984, p.122) demonstra isso ao apresentar uma tabela com as 
freqüências cardíacas médias de repouso em diferentes atletas olímpicos. 
Tabela 3 Freqüência cardíaca de repouso em diferentes atletas olímpicos(média) 
Indivíduos sedentários 
Esgrimistas 
Halterofilistas 
Volibolistas 
Velocistas 
Futebolistas 
Remadores 
Nadadores (Fundo) 
Maratonistas 
72 bpm 
63bpm 
65bpm 
60bpm 
58bpm 
55bpm 
50bpm 
40bpm 
35bpm 
 
 
 De acordo com FRANCIS (1988, p.14) o ritmo de pulsação ou batidas 
cardíacas em repouso é o método mais simples de avaliar o grau de sua forma 
física. É importante, no entanto, levar em conta os fatores que podem alterar a FC 
e que a variação individual da Freqüência Cardíaca de Repouso induzida pelo 
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações 
 
43
Leonardo de Arruda Delgado 
 
treinamento físico é muito grande e desconhecem-se os seus mecanismos, mas, 
de uma forma geral, uma pulsação baixa, em repouso, com exceção de casos 
patológicos, indica que o seu coração é forte e um elevado número de batidas por 
minuto poderá indicar um coração fraco. 
 
 Pode-se classificar a aptidão cardiorrespiratória, através da FC Basal, 
medida de manhã antes de levantar da cama: 
Tabela 4 Classificação da aptidão física de acordo com a FC Basal 
Classificação Homens Mulheres 
Excelente 
Boa 
Regular 
Fraca 
< 60 
61-68 
69-75 
> 76 
< 64 
65-72 
73-79 
> 80 
 
 Além da FC de Repouso mais baixa outra alteração induzida pelo 
treinamento que também foi utilizada para avaliar o estado de condicionamento 
cardiorrespiratório foi à eficiência do coração, pois apesar da FC de um atleta de 
resistência pode elevar-se em 5 vezes o valor de sua freqüência normal podendo 
chegar a 200 bpm; enquanto a freqüência de uma pessoa não treinada eleva-se 
em até 3 vezes o seu valor normal (STRAUZENBERG/SCHMIDTMANN 1976, 
apud WEINECK 1999, p.152) a sua resposta da Freqüência Cardíaca para a 
mesma intensidade é consideravelmente menor se compararmos com um 
indivíduo não treinado, além disso apresentam altas Freqüências Cardíacas de 
Recuperação. 
 
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações 
 
44
Leonardo de Arruda Delgado 
 
 A relação linear entre FC e intensidade de esforço foi extremamente 
utilizada como forma de predizer o VO2MAX, a partir da Freqüência Cardíaca 
obtida em uma carga submáxima, disseminaram-se várias formas de testes, 
baseados em regressões lineares, para a predição do consumo máximo de 
oxigênio (VO2MÁX) a partir da FC em cargas submáximas, com destaque para os 
testes de uma carga proposto por ASTRAND & RYHMING (1954) e o teste de 
duas cargas, idealizados por MARGARIA et al. (1965). 
 
 A magnitude do aumento da FC com o aumento da carga depende 
principalmente da condição física aeróbica do indivíduo em questão, sendo o 
aumento proporcionalmente menor para o indivíduo mais treinado. Baseado nessa 
afirmação o Quens College apud McARDLE (1992, 145) elaboraram uma 
equação linear que relacionava a Freqüência Cardíaca e Consumo Máximo de 
Oxigênio, espera-se que uma pessoa com baixa freqüência cardíaca durante um 
exercício padronizado, deveria ter um bom nível de VO2Max. 
 
 LEITE (op. cit, p.116) diz que será considerada anormal toda a 
freqüência cardíaca que não aumentar linearmente quando cresce a intensidade 
do esforço. Mas há um ponto a partir do qual um aumento da intensidade de carga 
não corresponde a um aumento proporcional da freqüência cardíaca WEINECK 
(op.cit). De acordo com LIMA (1997, p.5) há evidências suficientes para acreditar 
que a FC em função da carga crescente de trabalho (CCT) tenha comportamento 
curvilíneo nos extremos inferior e superior da curva, surgindo um comportamento 
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações 
 
45
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sigmóide, sugerindo ainda que a FC, na porção inferior da curva, tenha um 
comportamento curvilíneo, semelhante ao observado na porção superior. 
 
Figura 4 Ajuste linear da porção central da curva da freqüência cardíaca em função de cargas 
crescentes de trabalho. Fonte: LIMA, 1997,p. 5. 
 
 A autêntica curva sigmóide tem os crescimentos iniciais lento, que se 
acelera até um ponto de máximo crescimento e, a partir desse ponto, seu 
crescimento é progressivamente menor. Devido à sua característica, a curva 
sigmóide pode ser desdobrada em porções que têm forma semelhante a uma 
parábola, a primeira côncava e a segunda convexa, unida por um ponto central, 
ponto de crescimento máximo, ou ponto de inflexão. 
 
 SKINNER & McLELLAN (1980) apud LIMA (op.cit, p.6) construíram um 
modelo que explica a transição do metabolismo aeróbico, em três fases. Os 
autores entendem como eventos inter-relacionados à disponibilidade e utilização 
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações 
 
46
Leonardo de Arruda Delgado 
 
de substratos energéticos, o padrão de recrutamento de fibras musculares, os 
mecanismos de tamponamento de lactato, a ventilação e etc. Seguindo a mesma 
linha, WASSERMAN et al (1994, 27) afirmam que os limiares de lactato e os 
limiares ventilatórios não têm apenas uma relação de causa e efeito, mas que: 
 
“...limiar anaeróbico, limiar de lactato e limiar de acidose lática são todos 
partes de mesmo fenômeno. De um ponto de vista prático, fazer distinção 
entre eles, distingue apenas o método de mensuração e não o 
mecanismo subjacente, metabolismo anaeróbico, comum aos três 
termos.” 
 
 
 WASSERMAN (1967, 1973 e 1982) coloca ainda que: o termo limiar 
anaeróbico tem sido empregado para a intensidade de exercício acima do qual o 
lactato plasmático sobe, e a ventilação pulmonar aumenta desproporcionalmente 
segundo ele, limiar anaeróbico é o momento, logo abaixo daquele em que o ácido 
lático começa a acumular-se no sangue, causando a acidose metabólica e suas 
conseqüentes alterações nas trocas respiratórias. 
 
 Para MAGLISCHO (1999, 65), no uso popular, limiar anaeróbico, 
significa realmente a velocidade na qual o metabolismo aeróbico e os mecanismos 
de remoção de lactato estão operando numa taxa próxima do máximo; significa, 
também, que não estão ocorrendo um acúmulo de ácido lático nos músculos com 
rapidez suficiente para gerar acidose.AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações 
 
47
Leonardo de Arruda Delgado 
 
 PENDERGAST/CERRETELLI/RENNIE (1979) observaram que, acima 
do limiar anaeróbico, há um menor aumento do consumo de oxigênio, o que 
corresponde à parte linear da curva. CONCONI et al (1982), interessado pelo 
estudo da porção superior da curva FC x CCT, observou que esta relação é típica, 
sugerindo que a partir do início da parte curvilínea, está associada ao limiar 
anaeróbico e este ponto de transição corresponde à máxima intensidade de 
trabalho em que o fornecimento de energia é puramente aeróbico. Deste modo, 
pode-se determinar o limiar anaeróbico sem recorrer a exames de lactato no 
sangue, utilizando-se para isso a FC. 
 
4.1.1 Protocolo de RUFFIER 
 
 RUFFIER (apud ROCHA, 1978, p.87), elaborou um protocolo de 
avaliação da capacidade aeróbica, que consiste em realizar um exercício físico 
com bastante vigor para elevar o seu pulso entre 70 a 90% de sua FCMáx. Neste 
ponto realizar a aferição do pulso, espera exatamente 60 segundos e em seguida, 
aferir novamente a pulsação. O resultado seria determinado pela subtração entre 
o pulso de exercício pelo de recuperação após um minuto. Sendo classificado de 
acordo com a tabela abaixo: 
Tabela 5 Classificação da freqüência cardíaca de recuperação 
Classificação FCR = FC logo após exercício- FC1’ após o exercício
Excelente 
Boa 
Regular 
Fraca 
60 > 
40-50 
20-30 
>10 
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações 
 
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Leonardo de Arruda Delgado 
 
4.1.2 Protocolo de FRED & KASH 
 
 Segundo FRED & KASH (1968), através da curva de recuperação da 
freqüência cardíaca, pode ser obtido um índice que traduz a aptidão 
cardiorrespiratória. 
 
 Este protocolo com possui as seguintes características: 
 
• Tipo: submáximo. 
• Finalidade: mensurar a capacidade aeróbica do indivíduo. 
• População-alvo: pode ser aplicado a indivíduos com diferentes 
níveis de condicionamento, jovens e adultos. 
• Porção corporal envolvida: membros inferiores. 
• Material necessário: um banco de 30 cm de altura e um 
metrônomo regulado em 98 toques. 
• Protocolo: o teste consiste em subir 24 vezes por minuto 
(metrônomo em 98 toques), em um banco de 30 cm de altura. Um 
ciclo completo de subida e descida equivale a quatro toques. 
• Resultado: após o termino do terceiro minuto o indivíduo deverá 
sentar-se e após 5 segundos, o avaliador deverá acompanhar a 
recuperação da freqüência cardíaca durante sessenta segundos. 
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações 
 
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Este valor é anotado e comparado com, a classificação da aptidão 
cardiorespiratória é mostrada na tabela a seguir: 
Tabela 6 Classificação da Aptidão Cardiorespiratória 
Conceito Homens (20 a 46 anos) Mulheres (20 a 46 anos) 
Excelente 81-90 79-84 
Bom 99-102 90-97 
Acima da Média 103-112 106-109 
Média 120-122 118-120 
Abaixo da Média 123-125 121-124 
Fraco 127-130 129-134 
Muito Fraco 136-138 137-145 
Fonte: Monteiro, Wallace. Personal Training, 2001, p.90. 
 
4.1.3 Protocolo de TECHUMSEH 
 
• Tipo: submáxima. 
• Finalidade: mensurar a capacidade aeróbica do indivíduo. 
• População-alvo: pode ser aplicado a indivíduos com diferentes 
níveis de condicionamento, jovens e adultos. 
• Porção corporal envolvida: membros inferiores. 
• Material necessário: um banco de 20 cm de altura e um 
metrônomo regulado em 96 toques. 
• Protocolo: o protocolo consiste em subir e descer um banco de 20 
cm durante um período de tempo de 3 minutos, onde o metrônomo 
deve ser ajustado em 96 toques por minuto (24 subidas). 
• Resultado: após a conclusão do teste o avaliado permanece imóvel 
trinta segundos e somente após este tempo verifica-se sua 
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações 
 
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freqüência cardíaca durante mais trinta segundos. O número de 
batimentos no período de trinta segundos até um minuto após teste 
será o valor aplicado na tabela de classificação abaixo; 
 
Tabela 7 Classificação do teste de banco baseado na freqüência cardíaca de recuperação em 30 
segundos para homens e mulheres 
Classificação 20-29 30-39 40-49 50 > 
Homens 
Excelente 
Muito bom 
Bom 
Regular 
Baixo 
Insuficiente 
34-36* 
37-40 
41-42 
43-47 
48-51 
52-59 
35-38 
39-41 
42-43 
44-47 
48-51 
52-59 
37-39 
40-42 
43-44 
45-49 
50-53 
54-60 
37-40 
41-43 
44-45 
46-49 
50-53 
54-62 
Mulheres 
Excelente 
Muito bom 
Bom 
Regular 
Baixo 
Insuficiente 
39-42* 
43-44 
45-46 
47-52 
53-56 
57-66 
39-42 
43-45 
46-47 
48-53 
54-56 
57-66 
41-43 
44-45 
46-47 
48-54 
55-57 
58-67 
41-44 
45-47 
48-49 
50-55 
56-58 
59-66 
* A freqüência cardíaca em 30 segundos é contada a partir de 30 segundos após o término do 
exercício. 
 
4.1.4 Protocolo de CONCONI 
 
 Com o objetivo de produzir um teste para a identificação do limiar 
anaeróbico, CONCONI et al. (1982) desenvolveram um teste que utilizava a 
contagem das freqüências cardíacas e não as concentrações de ácido lático no 
sangue para a previsão das velocidades no limiar anaeróbico, que apresenta as 
vantagens de ser não-invasivo, e poder ser realizado enquanto o atleta executa 
sua atividade usual. 
 
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações 
 
51
Leonardo de Arruda Delgado 
 
 O “Teste de Conconi” se propõe a identificar, na curva FC x 
velocidade crescentes de corridas, o ponto a partir do qual existe tendência a um 
platô da FC, denominado pelos autores do teste de “Ponto de Deflexão”. Segundo 
os autores, o teste se baseia no princípio de que a FC, em cargas crescentes de 
trabalho, aumenta linearmente até uma determinada carga, ponto de deflexão, a 
partir do qual o aumento da FC é desproporcionalmente menor que o aumento da 
carga de trabalho, fazendo com que, a partir desse ponto, a relação FC x CCT se 
torne curvilínea. Os autores defendem que a velocidade ou intensidade em que 
ocorre uma deflexão (perda de linearidade) na reta representativa da relação 
velocidade e freqüência cardíaca, é denominada de velocidade de deflexão (Vd). 
 
Figura 5 Velocidade de deflexão 
 
 O teste tem sido largamente elogiado por alguns e desacreditado por 
outros. Embora este teste pertença aos procedimentos de avaliação da resistência 
com o auxílio da FC, ele merece atenção especial, uma vez que é central no 
diagnóstico do desempenho. 
 
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações 
 
52
Leonardo de Arruda Delgado 
 
 O teste foi adaptado para várias atividades cíclicas, realizadas de forma 
contínua, em protocolos de distâncias fixas e velocidades crescentes. A grande 
vantagem do teste de CONCONI reside no fato de que ele não é executado sob 
intensidade máxima de carga e conseqüentemente não há o esgotamento das 
possibilidades do atleta, não exigindo grande força de vontade deste. 
 
 Características do teste: 
 
• Tipo: Submáximo. 
• Finalidade: identificação da velocidade de corrida no limiar 
anaeróbico no momento da perda da linearidade da relação 
(freqüência cardíaca e velocidade de corrida). 
• População alvo: atletas e não-atletas, desde que não usem 
fármacos que possam influenciar na FC durante o exercício. 
• Porção corporal envolvida: membros inferiores. 
• Material necessário: pista de atletismo, cronômetro, medidor de 
freqüência cardíaca, apito e folha para anotação dos resultados. 
• Protocolo: após um aquecimento de 15 a 20 minutos, cada 
participanteé munido de um medidor de freqüência cardíaca. O 
teste tem início com uma velocidade muito baixa; inicialmente 200m 
devem ser percorridos em 72 segundos (1 min. e 12 segundos), 
depois disso esta distância devem ser percorridas em tempos cada 
vez menores, até atingir valores baixo de 40 segundos. O 
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações 
 
53
Leonardo de Arruda Delgado 
 
participante permanece no teste o quanto suportar. O teste para a 
natação consiste de um nado longo e contínuo que tem início em 
baixa velocidade e que aumenta em dois ou três segundos depois 
de cada 50 metros transcorridos até que a intensidade esteja bem 
além do limiar anaeróbico do atleta (CELLINI et al., 1986). 
• Validade e fidedignidade: CELLINI et al., 1986 usaram o Teste 
com 60 nadadores, dirigindo seus trabalhos na direção da 
determinação da fidedignidade do Teste para nadadores e 
encontraram na comparação teste-reteste uma alta correlação 
(r=0,99). 
• Dados coletados durante o teste: o tempo de corrida em cada 
fração de 200m do teste e a FC correspondente a cada fração de 
200m. 
• Resultado: se o ponto de transição de um atleta é de 170 bat./min, 
então ele deverá ser submetido a um treinamento que mantenha 
sua freqüência neste valor, o que resultará num aumento do limiar 
aeróbico. 
 
4.1.4.1 Limitações do teste de CONCONI 
 
 Vários pesquisadores dizem que raramente se vê uma inclinação 
diferente na freqüência cardíaca. Segundo JAKOB e cols. (1988) a principal causa 
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações 
 
54
Leonardo de Arruda Delgado 
 
de erro para avaliação deste teste é a falta de linearidade ou uma falsa linearidade 
da FC. Se o ponto de transição não for facilmente determinado, pode-se adotar 
uma FC alta demais para o treinamento, o que em longo prazo, resulta numa 
sobrecarga do atleta. 
 
 A Freqüência Cardíaca fornece muito pouco controle sobre os 
componentes anaeróbicos do exercício. Como o lactato aumenta muito 
rapidamente no sangue depois do limiar lático, freqüência cardíaca continua 
aumentando em uma média constante até chegar perto do VO2 máximo e neste 
ponto começa a estabilizar-se. Pequenas mudanças na freqüência cardíaca 
podem refletir em largas alterações nos níveis de do lactato ou no metabolismo 
anaeróbico. Muito freqüentemente níveis de lactato iram dobrar com 5-10 bpm. É 
possível ir de 3 mmol/l de lactato em uma extremidade do limiar lático, à 6.0 
mmol/l no outro lado, tudo isso dentro de uma variação de 5-10 batimentos. Estes 
dois níveis de lactato refletem um stress muito diferente no corpo enquanto 
mudanças na freqüência cardíaca parecem quase insignificantes. 
 
 Alguns estudos demonstram que a freqüência cardíaca não pode dizer 
a um atleta quando ele ou ela está recuperado de um esforço máximo ou de um 
treinamento de alta intensidade e este pronto para a próxima série. Freqüência 
cardíaca pode retornar ao normal e os níveis de lactato podem continuar altos. Se 
um atleta usa uma recuperação ativa isto poderia manter a freqüência cardíaca 
alta, mas aumentar a velocidade da remoção de lactato. 
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações 
 
55
Leonardo de Arruda Delgado 
 
5 PROTOCOLOS DE AVALIAÇÃO BASEADOS NO CONSUMO 
MÁXIMO DE OXIGÊNIO 
 
 Durante um esforço físico, o VO2 tende a aumentar com a carga de 
trabalho, até atingir um ponto onde se verifica um platô, e não mostra qualquer 
aumento adicional (ou aumenta apenas ligeiramente) com uma carga de trabalho 
adicional é denominado consumo máximo de oxigênio, captação máxima de 
oxigênio, potência aeróbica máxima ou simplesmente VO2Max. 
 
 Em geral, admite-se que isso representa a capacidade individual de 
ressíntese aeróbica de ATP. Um trabalho adicional somente será realizado através 
das reações de transferência de energia da glicólise com subseqüente formação 
de ácido lático. 
 
 O VO2Máx, reflete a maior quantidade de oxigênio que um indivíduo é 
capaz de utilizar em um esforço físico, respirando ao nível do mar. É expresso em 
mililitros ou litros por minuto, ou ainda, mais acertadamente, é ajustada ao peso do 
indivíduo. Constitui-se numa medida de potência e que, segundo MARGARIA 
(1975), apud BATISTA (op.cit, 25), trata-se de um consumo que leva um indivíduo 
à exaustão entre 6 e 10 minutos. 
 
 
 
 
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações 
 
56
Leonardo de Arruda Delgado 
 
6 TESTES DE CAMPO 
 
 Os testes de campo são relativamente fáceis de serem aplicados e 
representam mais uma opção para avaliar a condição funcional aeróbica de 
indivíduos saudáveis. Foram elaborados para avaliar o VO2Máx em grandes 
grupos populacionais envolvendo indivíduos jovens e sadios, pertencentes ao 
sexo masculino e feminino. 
 
 Existem vários testes de corridas de várias durações ou distâncias, que 
podem ser utilizados para avaliar a aptidão aeróbica. Estes testes se baseiam na 
noção razoável de que à distância que alguém consegue percorrer num 
determinado período de tempo (superior a cinco ou seis minutos) é determinada 
pela capacidade de manter um alto nível de ritmo estável (steady-rate) de 
captação de oxigênio. Este, por sua vez, se baseia essencialmente na capacidade 
máxima individual de gerar energia aerobicamente. 
 
 Alguns protocolos apresentam altas correlações com resultados obtidos 
em laboratórios. Estes testes podem ser máximos ou submáximos, o organograma 
abaixo apresenta os principais testes de campo encontrados em nosso 
levantamento bibliográficos. 
 
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações 
 
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Testes de Campo
Teste de 15 min.
Teste de 12 Min. (COOPER)
Teste de 2.400m
Teste de 8 min. p/ crianças
Teste de 1.000m
Teste de Conconi
Testes de Corridas Teste de Caminha do ROCKPORT INSTITUTE
 
Figura 6 Testes de campo 
 
6.1 Teste de BALKE de 15 minutos 
 
 O teste dos 15 minutos ou teste de Balke elaborado para avaliar a 
aptidão aeróbica no pessoal militar. 
 
• Tipo: máximo. 
• Finalidade: mensurar a capacidade aeróbia do indivíduo. 
• População alvo: de acordo com FERNANDES (1998, 22) deve ser 
aplicado em pessoas já condicionadas ou atletas na faixa etária 
entre 15 e 50 anos, ambos os sexos. No entanto encontramos em 
WEINECK (1999, 181) citações de estudos como o de PANLKE & 
PETERS (1979) de avaliação da capacidade de desempenho 
aeróbico em meninos e meninas de 7 a 13 utilizando este protocolo. 
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• Porção corporal envolvida: membros inferiores. 
• Material necessário: pista de atletismo, cronômetro e material de 
anotação. 
• Protocolo: o testado percorre em uma pista de atletismo, a maior 
distância possível, durante 15 minutos, procurando manter um ritmo 
constante, evitando dar piques, quer durante quer no término do 
teste, podendo, entretanto, o testado variar entre correr e andar 
rápido. Terminado o tempo de 15 minutos, mede-se à distância 
percorrida e determina-se a velocidade média, dividindo-se à 
distância percorrida pelo tempo do teste. 
• Validade: não reportada. 
• Fidedignidade: não reportada. 
• Precauções: exame médio prévio, liberando para um esforço 
máximo, realizar um aquecimento prévio de aproximadamente cinco 
a dez minutos e medir corretamente a distância percorrida. 
• Resultado: a avaliação do desempenho em resistência pode ser 
determinado pela distância percorrida em

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