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AGRAVO DE INSTRUMENTO

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TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO
São Paulo
Voto n o 13660
Agravo de Instrumento no 2059422-47.2015.8.26.OOOO
Agravante: ACS CASTELO EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS LTDA Agravado: PATRÍCIA ALESSANDRA PALMA
Comarca: Piracicaba
Agravo de instrumento. Ação declaratória de inexigibilidade de débito, repetição de indébito e indenizatória. Compra e venda de imóvel.
Decisão que concedeu antecipação de tutela para entrega das chaves à autora, independentemente de quitação de valor cobrado do saldo devedor cobrado.
1. Saldo cobrado refere-se à diferença decorrente da atualização monetária do preço de venda até a data da concessão do financiamento imobiliário.
2. Valor controvertido. Caução prestada nos autos. Inexistência de prejuízo à ré.
3. Alegação de descumprimento contratual por parte da ré. Verossimilhança da alegação. Atraso na entrega da obra imobiliária. Aplicação da exceção de contrato não cumprido. Agravo não provido.
Vistos.
Trata-se de agravo contra decisão (fl. 22 do
instrumento) que, em ação declaratória de inexigibilidade de débito cumulada com repetição de indébito e indenizatória, deferiu a tutela antecipada para determinar à ré a entrega das chaves de unidade adquirida pela autora, independente do pagamento do valor do saldo devedor cobrado.
Insurge-se a ré, buscando reformar a decisão, vez que
há saldo em aberto no montante de R$ 30.866.22. Por outro lado, informa que em 30/03/2015 entregou as chaves do imóvel aos compradores.
O agravo foi processado, com efeito suspensivo.
Vieram as informações do D. Magistrado de Primeiro Grau. A parte contrária apresentou contraminuta.
É o relatório do essencial.
Eis o teor da decisão agravada:
Agravo de Instrumento no 2059422-47.2() -Voto no 13660 - G
2
TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO
São Paulo
Vistos. Presentes o "fumus boni iuris" decorrente do contrato de venda e compra de unidade autónoma celebrado entre as partes,
bem como do adimplemento das parcelas nele descritas. O "periculum in mora" se justifica pela privação da utilização da unidade autónoma adquirida. Assim, concedo a liminar para o fim de determinar que a ré entregue as chaves da unidade autónoma adquirida pela autora, independente do pagamento do valor cobrado a título de "pro-soluto", diante da controvérsia existente acerca da cobrança, no prazo de IO (dez) dias, sob pena de multa diária de R$ 300,00, a vigorar inicialmente por 90 dias. Estando controvertido o débito, autorizo a caução a ser prestada pelo próprio imóvel, mediante termo nos autos. Indefiro, no entanto, o pedido de cessação das cobranças de condomínio, tendo em vista que o Condomínio Jardim da Primavera, titular das cobranças condominiais, é terceiro estranho à relação processual.
Cite-se e intimem-se.
Primeiramente, ressalte-se que as chaves foram
entregues mediante termo juntado a fl. 148, contendo ressalva de que a entrega fora realizada em atendimento a decisão judicial. Dessa forma, permanece intacto o interesse recursal.
No mérito, o recurso não comporta provimento.
A agravante volta-se contra a tutela antecipada
deferida, alegando a existência de saldo devedor não quitado. Esse saldo corresponde à atualização monetária do preço do imóvel até a data da concessão do financiamento imobiliário concedido aos agravados.
Como bem ressaltado pelo D. Magistrado de Primeiro Grau, o valor exigido pela ré é controvertido, vez que a planilha de cálculo apresentada é unilateral.
Por outro lado, a medida não lhe acarretará prejuízo,
visto que foi prestada caução nos autos. Eventual descumprimento contratual poderá ensejar cobrança da dívida, a qual já se encontra garantida.
Mas, além disso, seria o caso de aplicar a exceção de
contrato não cumprido, consagrada no artigo 476 do Código Civil:
Art. 476. Nos contratos bilaterais, nenhum dos contratantes, antes de cumprida a sua obrigação, pode exigir o implemento da do
outro.
Com efeito, a autora alega descumprimento contratual
pela ré, notadamente atraso na entrega da obra. Há verossimilhança nas alegações, visto que o prazo previsto em contrato findava em abril de 2013,
com tolerância de 180 dias; o habite-se foi expedido em março de 2014 e as chaves só foram entregues (por determinação judicial) em março de
Agravo de Instrumento no 2059422-47.2015.8.26.0()0() -Voto no 13660 - G
3
TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO
São Paulo
2015. Tamanho atraso não encontra respaldo em argumentos plausíveis, ao menos nesta sede de cognição sumária.
Em suma, neste momento processual, não há razão
que justifique privar a autora do uso do bem.
Pelo exposto, NEGA-SE PROVIMENTO ao recurso.
EDSON LUIZ DE QUEIROZ
RELATOR
Assinatura Eletrônica
Agravo de Instrumento no 2059422-47.2015.8.26.0000 -Voto no 13660 - G
4
TJDfT
Processo
Classe Assunto
Requerente Requerido
Poder Judiciário da União
Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios
Primeira Vara Cível de Taguatinga
: 2014.07.1.016489-0
: Procedimento Sumário
: Promessa de Compra e Venda
: KLEBER TEIXEIRA DE OLIVEIRA
: MRV PRIME GRAN OLYMPUS INCORPORACOES SPE LTDA
SENTENÇA
Folha N?
I - RELATÓRIO
Trata-se de ação de conhecimento, sob o rito sumário, aiuizada por
KLEBER TEIXEIRA DE OLIVEIRA em face de MRV PRIME GRAN OLYMPUS
INCORPORAÇÕES SPE LTDA, partes qualificadas na inicial.
A parte autora alega, em suma, que firmou com a ré contrato de promessa de compra e venda da unidade 1 03, bloco I do empreendimento denominado "GRAN OLYMPUS", situado na rua sede, sino, chácara 129-138/160-
1 68, bairro chácaras Bela Vista, na cidade de Aparecida de Goiânia - GO.
Destaca que fora induzido a realizar a compra pelo corretor do imóvel que lhe indicou um profissional de contabilidade para elaboração de documento capaz de comprovar a renda do autor. Contudo, o crédito não foi aprovado, razão pela qual pleiteia a rescisão contrato com a devolução integral dos valores pagos, no importe de R$ I .OOO,OO (mil reais).
Alega, ainda, que fora compelido a pagar a comissão de corretagem,
sem a devida informação a respeito da referida taxa.
Conclui pedindo a condenação da parte requerida à restituição em dobro do valor pago a título de comissão de corretagem, no equivalente a R$ I -706,00.
Instruem a inicial os documentos de fls. 25/42 e 101 / 104.
Deferido os benefícios da justiça gratuita à fl. 106.
Designada audiência de conciliação, as tentativas de acordo restaram
infrutíferas (fl. 120).
A parte requerida apresenta contestação escrita às fls. 150/168, na
qual suscita preliminar de ilegitimidade passiva, bem como destaca a ausência de qualquer abusividade contratual, tendo a parte autora formalizado o contrato de livre e espontânea vontade, ciente do pagamento à título de comissão de corretagem.
Junta documentos às fls. 1 21 / 149 e 169.
Réplica oral à fl. 120.
Indeferida a produção de outras provas (fl. 120).
II - FUNDAMENTAÇÃO
O feito comporta 0 julgamento antecipado da lide, nos termos do art. 330, inciso l, do CPC.
A questão trazida a desate encontra-se submetida ao Código de Defesa
do Consumidor (Lei n. 8.078/90), posto que a autora e ré se enquadram, à 1/6
TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO
São Paulo
Voto no 13660
Agravo de Instrumento no 2059422-47.2015.8.26.OOOO
Agravante: ACS CASTELO EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS LTDA
Agravado: PATRÍCIA ALESSANDRA PALMA
Comarca: Piracicaba
Agravo de instrumento. Ação declaratória de inexigibilidade de débito, repetição de indébito e indenizatória. Compra e venda de imóvel.
Decisão que concedeu antecipação de tutela para entrega das chaves à autora, independentemente de quitação de valor cobrado do saldo devedor cobrado.
I. Saldo cobrado refere-se à diferença decorrente da atualização monetária do preço de venda até a data da concessão do financiamento imobiliário.
2. Valor controvertido. Caução prestada nos autos.Inexistência de prejuízo à ré.
3. Alegação de descumprimento contratual por parte da ré. Verossimilhança da alegação. Atraso na entrega da obra imobiliária. Aplicação da exceção de contrato não cumprido. Agravo não provido.
Vistos.
Trata-se de agravo contra decisão (fl. 22 do
instrumento) que, em ação declaratória de inexigibilidade de débito cumulada com repetição de indébito e indenizatória, deferiu a tutela antecipada para determinar à ré a entrega das chaves de unidade adquirida pela autora, independente do pagamento do valor do saldo devedor cobrado.
Insurge-se a ré, buscando reformar a decisão, vez que
há saldo em aberto no montante de R$ 30.866.22. Por outro lado, informa que em 30/03/2015 entregou as chaves do imóvel aos compradores.
O agravo foi processado, com efeito suspensivo.
Vieram as informações do D. Magistrado de Primeiro Grau. A parte contrária apresentou contraminuta.
É o relatório do essencial.
Eis o teor da decisão agravada:
Agravo de Instrumento no -Voto no 13660 - G
2
TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO
São Paulo
Vistos. Presentes o "fumus boni iuris" decorrente do contrato de venda e compra de unidade autónoma celebrado entre as partes,
bem como do adimplemento das parcelas nele descritas. O "periculum in mora" se justifica pela privação da utilização da unidade autónoma adquirida. Assim, concedo a liminar para o fim de determinar que a ré entregue as chaves da unidade autónoma
adquirida pela autora, independente do pagamento do valor cobrado a titulo de "pro-soluto", diante da controvérsia existente acerca da cobrança, no prazo de 10 (dez) dias, sob pena de multa diária de R$ 300,00, a vigorar inicialmente por 90 dias. Estando controvertido o débito, autorizo a caução a ser prestada pelo próprio imóvel, mediante termo nos autos. Indefiro, no entanto, o pedido de cessação das cobranças de condomínio, tendo em vista que o Condomínio Jardim da Primavera, titular das cobranças condominiais, é terceiro estranho à relação processual.
Cite-se e intimem-se.
Primeiramente, ressalte-se que as chaves foram
entregues mediante termo juntado a fl. 148, contendo ressalva de que a entrega fora realizada em atendimento a decisão judicial. Dessa forma, permanece intacto o interesse recursal.
No mérito, o recurso não comporta provimento. A agravante volta-se contra a tutela antecipada
deferida, alegando a existência de saldo devedor não quitado. Esse saldo corresponde à atualização monetária do preço do imóvel até a data da concessão do financiamento imobiliário concedido aos agravados.
Como bem ressaltado pelo D. Magistrado de Primeiro Grau, o valor exigido pela ré é controvertido, vez que a planilha de cálculo apresentada é unilateral.
Por outro lado, a medida não lhe acarretará prejuízo,
visto que foi prestada caução nos autos. Eventual descumprimento contratual poderá ensejar cobrança da dívida, a qual já se encontra garantida.
Mas, além disso, seria o caso de aplicar a exceção de
contrato não cumprido, consagrada no artigo 476 do Código Civil:
Art. 476. Nos contratos bilaterais, nenhum dos contratantes, antes de cumprida a sua obrigação, pode exigir o implemento da do outro.
Com efeito, a autora alega descumprimento contratual
pela ré, notadamente atraso na entrega da obra. Há verossimilhança nas
alegações, visto que o prazo previsto em contrato findava em abril de 2013, com tolerância de 180 dias; o habite-se foi expedido em março de 2014 e as chaves só foram entregues (por determinação judicial) em março de
Agravo de Instrumento no -Voto no 13660 - G
3
TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO
São Paulo
2015. Tamanho atraso não encontra respaldo em argumentos plausíveis, ao menos nesta sede de cognição sumária.
Em suma, neste momento processual, não há razão
que justifique privar a autora do uso do bem.
Pelo exposto, NEGA-SE PROVIMENTO ao recurso.
EDSON LUIZ DE QUEIROZ
RELATOR
Assinatura Eletrônica
Agravo de Instrumento no 2059422-47.2015.8.26.0000 -Voto no 13660 - G
4
TJDfT
Processo
Classe Assunto
Requerente Requerido
poder Judiciário da União
Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios
Primeira Vara Civel de Taguatinga
: 2014.07.1.016489-0
: Procedimento Sumário
: Promessa de Compra e Venda
: KLEBER TEIXEIRA DE OLIVEIRA
: MRV PRIME GRAN OLYMPUS INCORPORACOES SPE LTDA
SENTENÇA
Folha
I - RELATÓRIO
Trata-se de ação de conhecimento, sob o rito sumário, ajuizada por
KLEBER TEIXEIRA DE OLIVEIRA em face de MRV PRIME GRAN OLYMPUS
INCORPORAÇÕES SPE LTDA, partes qualificadas na inicial.
A parte autora alega, em suma, que firmou com a ré contrato de promessa de compra e venda da unidade 1 03, bloco do empreendimento denominado 'CRAN OLYMPUS", situado na rua sede, sino, chácara 129-138/160-
1 68, bairro chácaras Bela Vista, na cidade de Aparecida de Goiânia - GO.
Destaca que fora induzido a realizar a compra pelo corretor do imóvel que lhe indicou um profissional de contabilidade para elaboração de documento capaz de comprovar a renda do autor. Contudo, o crédito não foi aprovado, razão pela qual pleiteia a rescisão contrato com a devolução integral dos valores pagos, no importe de R$ 1.000,00 (mil reais).
Alega, ainda, que fora compelido a pagar a comissão de corretagem,
sem a devida informação a respeito da referida taxa.
Conclui pedindo a condenação da parte requerida à restituição em dobro do valor pago a título de comissão de corretagem, no equivalente a R$
1.706,oo.
Instruem a inicial os documentos de fls. 25/42 e 1 OI / 104.
Deferido os benefícios da justiça gratuita à fl. 106.
Designada audiência de conciliação, as tentativas de acordo restaram
infrutíferas (fl. 120).
A parte requerida apresenta contestação escrita às fls. 1 50/1 68, na
qual suscita preliminar de ilegitimidade passiva, bem como destaca a ausência de qualquer abusividade contratual, tendo a parte autora formalizado o contrato de livre e espontânea vontade, ciente do pagamento à título de comissão de corretagem.
Junta documentos às fls. 1 21 / 149 e 169.
Réplica oral à fl. 120.
Indeferida a produção de outras provas (fl. 120).
11 - FUNDAMENTAÇÃO
O feito comporta o iulgamento antecipado da lide, nos termos do art. 330, inciso I, do CPC.
A questão trazida a desate encontra-se submetida ao Código de Defesa
do Consumidor (Lei n. 8.078/90), posto que a autora e ré se enquadram, à 1/6
TJDFT
Poder Judiciário da União
Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios
Primeira Vara Civel de Taguatinga
processo NP 2014.07.1.016489-0
FIGUEIREDO conhecido e não provido. Sentença parcialmente reformada.
(Acórdão n.873973, 201401 10440880APC, Relator: ROMULO DE ARAUJO MENDES, Revisor: TEÓFILO CAETANO, 1 0 Turma Cível, Data de Julgamento: 03/06/2015, Publicado no DJE: 1 8/06/2015. Pág.: 108)".
Dessa feita, a improcedência do pleito autoral é medida que se impõe.
- 3 - DA POSSIBILIDADE DE RESCISÃO CONTRATUAL POR
II
INTERESSE DA PARTE AUTORA
O autor pleiteia a rescisão contratual tendo em vista a não aprovação
do financiamento imobiliário pela instituição financeira. Assim, a rescisão contratual
deve ser feita a pedido do consumidor.
Nas hipóteses de rescisão contratual, ensejada pelo promitente comprador, é cabível a incidência de cláusula penal compensatória a favor da construtora, quando expressamente prevista no contrato, por força do artigo 408 e seguintes do CCB. Veja-se:
"CIVIL. APELAÇÃO cíVEL. COMPRA E VENDA DE IMÓVEL NA PLANTA.
RESCISÃO CONTRATUAL CLÁUSULA PENAL. RETENÇÃO. REDUÇÃO. 15%.
ONEROSIDADE EXCESSIVA AO ADQUIRENTE. ADEQUAÇÃO AO CÓDIGO DE
DEFESA DO CONSUMIDOR.
I. Se a resolução contratual ocorrer por culpa do comprador, o promitente vendedor tem direito de reter parte do valor pago, desde que haja previsão contratual, a título de cláusula penal.
Recurso da ré desprovido e da autora parcialmente provido." (Acórdãon.829567, 201 301 1 1920729APC, Relator: MARIO-ZAM BELMIRO, Revisor: JOÃO
EGMONT, 20 Turma Cível, Data de Julgamento: 1 5/10/2014, Publicado no DJE:
04/1 1/2014. Pág.: 253)
Entretanto, apresenta-se evidentemente abusiva a cláusula contratual que autoriza a retenção de valores a favor da ré no percentual de 20% sobre o valor pago pelo consumidor, além de multa contratual de 80/0 sobre o valor do contrato, mormente ao se considerar que a incorporadora/construtora receberá
de volta o imóvel que provavelmente será posto novamente à venda.
A previsão de tamanha perda em detrimento do consumidor, e sem iustificativa plausível e visível para tanto (não é possível se inferir prejuízo à construtora de tamanha monta), atrai a hipótese de abusividade de cláusula prevista pelo art. 51, IV, do Código de Defesa do Consumidor, qual sela, a de cláusula contratual que coloca o consumidor em desvantagem exagerada. Cláusula abusiva, como se sabe, no sistema jurídico do consumidor, é sinônimo de Cláusula nula.
Dessa forma, em que pese tal previsão contratual, impõe-se a redução do percentual estipulado a título de cláusula penal a fim de espancar a
3/6
Folha N?
TJDÇT
Poder Judiciário da União
Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios
Primeira Vara Civel de Taguatinga
Processo Ne 2014.07.1.016489-0
culpa
de resolução de contrato de promessa de compra e venda de imóvel, por
de quaisquer contratantes. Em tais avenças, deve ocorrer a imediata restituição das parcelas pagas pelo promitente comprador - integralmente, em caso de culpa exclusiva do promitente vendedor/construtor, ou parcialmente, caso tenha sido o comprador quem deu causa ao Desfazimento. 2. Recurso especial não provido."
(Resp 1 300148 SC 2012/0000392-9, Relator: Ministro Luiz Felipe Salomão, S2 -SEGUNDA SEÇÃO, Data de Julgamento: 13/11/2013, Publicado no DJE:
10/1 2/2013).
II - 5 - DO DANO MORAL
No que se refere aos danos morais, constato que, não obstante os transtornos e aborrecimentos sofridos pelo autor, a conduta perpetrada pela requerida não se mostra apta, por si só, a causar abalo extraordinário a sua
dignidade e honra subjetiva.
Com efeito, o Superior Tribunal de Justiça possui diretriz consolidada no sentido de que pequenos transtornos e aborrecimentos do dia a dia, percalços cotidianos comuns a todas as pessoas, atrasos, incômodos, contrariedades, dissabores, são considerados fatos normais da vida e não constituem fonte de danos morais, nem motivo suficiente para se os alegar, desde que não atinjam um grau de excepcionalidade tal que fuja à sobredita normalidade, excepcionalidade esta que deverá, tout court, restar cabalmente provada, pena de se permanecer na vala comum que a nenhuma indenizaçao conduz, nem
autoriza.
Ademais, o autor não produziu prova apta a demonstrar a inscrição de
seu nome no cadastro de inadimplentes. A mera cobrança, ainda que referente a
débito inexistente, não é causadora de dano moral.
\ pAUTA
III - DISPOSITIVO
Ante o exposto, JULGO PARCIALMENTE PROCEDENTES os pedidos e
DECLARO a rescisão do contrato de compra e venda firmado entre as partes, referente à unidade 103, bloco "l" do empreendimento denominado ' 'GRAN
OLYMPUS", situado na rua sede, sino, chácara 129-138/160-168, bairro chácaras Bela Vista, na cidade de Aparecida de Goiânia - GO.
CONDENO a ré à restituir o valor pago pela parte autora, com a dedução de 100/0 (dez por cento) sobre a referida quantia, o que totaliza R$
661 ,32 (seiscentos e sessenta e um reais e trinta e dois centavos).
O valor a ser restituído, em parcela única, deverá ser acrescido de correçao monetária pelo INPC da data de pagamento da última parcela e acrescido de juros de mora desde a citação.
Por conseguinte, resolvo o mérito da demanda, nos termos do art. 269,
inciso l, do CP C.
Diante da sucumbência recíproca, mas não proporcional, fixo os
SEGUNDA TURMA RECURSAL
RECURSO: 0011661-08.2013.8.19.0004
RECORRENTE:MRV ENGENHARIA E PARTICIPAÇÕES
RECORRIDOS: FABIO MOURA SANTIAGO e ELAINE VERMIL SANTIAGO
VOTO
Relação de consumo. Aplicação das regras do Código de Defesa do Consumidor. O recorrente é fornecedor de produtos e serviços, enquadrando-se nas disposições do artigo 30 e parágrafos do CDC. Deferimento da antecipação dos efeitos da tutela pretendida (fl. 106), qual seja a entrega das chaves do imóvel, sob pena de multa diária de R$50,OO, limitada a R$5.OOO,OO. Sentença de fls. 207/209 que determina a incidência de nova multa, no valor de R$5.000,OO pelo descumprimento da obrigação de fazer, além de tornar definitiva a tutela antecipada. Bis in idem. Sentença que se reforma parcialmente. Exclusão da multa fixada em sentença. Astreinte que será objeto de execução pelo descumprimento da decisão de fl. 106 que antecipou os efeitos da tutela. Recurso parcialmente provido.
Diante do exposto, VOTO pelo conhecimento do recurso, dando-lhe
PARCIAL PROVIMENTO, para DETERMINAR a exclusão da multa de R$5.OOO,OO (cinco mil reais) fixada em sentença. No mais, a sentença deve ser mantida por seus próprios fundamentos. Sem ânus sucumbenciais, por se tratar de recurso com
êxito.
Rio de Janeiro, 10 de março de 2014
MABEL CHRISTINA CASTRIOTO MEIRA DE VASCONCELLOS
AÉECCÉikl$TlNA CASTRIOTOMEIRAIDE"-
JUÍZA RELATORA

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