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Escola Secundária Alfredo dos Reis Silveira Unidade Didáctica de Voleibol Núcleo de Estágio 2001/2002 Cristóvão Silva Rui Vieira Unidade Didáctica - Voleibol Núcleo de Estágio 2001/2002 2 INDÍCE INDÍCE ............................................................................................................... 2 INTRODUÇÃO................................................................................................... 3 NOTA METODOLÓGICA................................................................................... 4 DEFINIÇÃO DE OBJECTIVOS.......................................................................... 4 OBJECTIVOS GERAIS .................................................................................. 4 11º ano e 7º ano.......................................................................................... 4 OBJECTIVOS COMPORTAMENTAIS TERMINAIS ....................................... 5 7º Ano ......................................................................................................... 5 OBJECTIVOS COMPORTAMENTAIS TERMINAIS ....................................... 6 11º ano........................................................................................................ 6 ESTRATÉGIAS DE ENSINO ............................................................................. 8 ESTRATÉGIAS GERAIS ................................................................................ 8 ESTRATÉGIAS GERAIS DA UNIDADE DIDÁCTICA..................................... 8 SEQUÊNCIA E ESPECIFICAÇÃO DOS CONTEÚDOS.................................... 9 CARACTERIZAÇÃO DO JOGO ..................................................................... 9 REGRAS ...................................................................................................... 10 SEQUÊNCIA DE CONTEÚDOS................................................................... 14 7º ano........................................................................................................ 17 11º ano...................................................................................................... 18 CONTEÚDOS TÉCNICOS ........................................................................... 19 CONTEÚDOS TÁCTICOS............................................................................ 27 RECURSOS MATERIAIS ................................................................................ 28 AVALIAÇÃO DO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM............................ 28 AVALIAÇÃO FORMATIVA ........................................................................... 28 AVALIAÇÃO SUMATIVA .............................................................................. 28 BIBLIOGRAFIA ............................................................................................... 29 DOCUMENTAÇÃO CONSULTADA ................................................................ 29 ANEXOS .......................................................................................................... 30 Regras....................................................................................................... 31 Unidade Didáctica - Voleibol Núcleo de Estágio 2001/2002 3 INTRODUÇÃO A procura de sucesso no processo ensino/aprendizagem em qualquer situação de leccionação, passa inevitávelmente por uma organização coerente e realista de um documento orientador da modalidade. Embora se reconheça que é extremamente dificil para os alunos realizarem de forma continuada o jogo formal de Voleibol, não nos iremos cingir única e exclusivamente neste documento, e consequentemente na leccionação, ao ensino e aprefeiçoamento dos gestos técnicos fundamentais. Considerando ser o jogo uma parte integrante e fundamental no desenvolvimento global da criança, deve ser, este, adaptado às características individuais dos alunos, procurando-se encontrar a forma e a metodologia adequeadas para o confronto com situações mais complexas, de acordo com a evolução realizada, por forma a poder despertar o gosto e o prazer pela práctica da modalidade, aos alunos, e a atingir as modificações comportamentais pertendidas. (vide Planos de Turma da Unidade Didáctica de Voleibol) Desta forma, pretendemos com esta Unidade Didáctica, tentar produzir informações, estratégias e metodologias que possam de algum modo facilitar nosso trabalho na leccionação do Voleibol, de acordo total com as ilacções retiradas do processo de Avaliação Inicial das quatro turmas – 7º A, 7º B, 11º A4 e 11º B4. Na apresentação dos gestos técnicos a desenvolver, estarão assinaladas a negro as componentes críticas que iremos referênciar e procurar fazer cumprir aos alunos, por acharmos serem estas as mais importantes para o nível demonstrado por estes em situação de Avaliação Inicial. Unidade Didáctica - Voleibol Núcleo de Estágio 2001/2002 4 NOTA METODOLÓGICA (vide in Unidade Didáctica de Basquetebol) DEFINIÇÃO DE OBJECTIVOS Objectivos Gerais • O aluno coopera com os companheiros para o alcance do objectivo dos Jogos Desportivos Colectivos, realizando com oportunidade e correcção as acções técnico-tácticas elementares em todas as funções, conforme a oposição em cada fase do jogo, aplicando as regras, não só como jogador mas também como árbitro. 11º ano e 7º ano • O aluno coopera com os companheiros, quer nos exercícios, quer no jogo, escolhendo as acções favoráveis ao êxito pessoal e do grupo, admitindo as indicações que lhe dirigem e aceitando as opções e falhas dos seus colegas. • Aceita as decisões da arbitragem, identificando os respectivos sinais, e trata com igual cordialidade e respeito os colegas de equipa e os adversários. (vide Unidade Didáctica de Basquetebol) Unidade Didáctica - Voleibol Núcleo de Estágio 2001/2002 5 Objectivos Comportamentais Terminais 7º Ano Domínio Cognitivo No final da Unidade Didáctica, o aluno em situação de questionamento e de teste teórico, conhece o objectivo do jogo, a função e o modo de execução das principais acções técnico-tácticas e as regras do jogo: • Dois toques; • Transporte; • Violações da rede; • Número de toques consecutivos por equipa; • Bola fora; • Rotação ao serviço; Dominio Psico-Motor No final da Unidade Didáctica: Em situação de exercício critério, o aluno realiza: • Passe alto de frente; • Manchete alta; • Deslocamentos laterais; • Serviço por baixo; Em situação de jogo 4x4, num campo reduzido (4,5m x 9m), com a rede aproximandamente a 2m de altura, o aluno: Unidade Didáctica - Voleibol Núcleo de Estágio 2001/2002 6 • Serve por baixo, ultrapassando a bola a rede; • Recebe o serviço em manchete; • Na sequência da recepção ao serviço, posiciona-se para passar a bola; • Realiza após dois toques, um passe colocado para o lado oposto, procurando dificultar a acção da equipa contrária; • Apresenta uma predisposição para o contacto com a bola, com os membros inferiores semi-flectidos, apoios à largura dos ombros e o rronco ligeiramente inclinado à frente – Posição Base Fundamental (PBF) Objectivos de Extensão Em situação de exercício critério, a uma distância de 4,5m a 9m da rede, o aluno: • Serve por cima, colocando a bola no meio campo oposto; • Em situação de jogo, executa, em ataque, passe colocado, dificultando a acção da equipa adversária; Domínio Sócio-Afectivo (vide in Unidade Didáctica de Basquetebol) Objectivos ComportamentaisTerminais 11º ano Dominio Cognitivo No final da Unidade Didáctica: Unidade Didáctica - Voleibol Núcleo de Estágio 2001/2002 7 Para além dos objectivos referido para o 7º ano, o aluno deverá: • Ser capaz de desempenhar as funções de árbitro, ajuizando correctamente as decisões de jogo e as acções dos jogadores, de acordo com as regras do jogo e usando os respectivos sinais de arbitragem. • Conhecer as posições e funções de cada jogador, assim como a forma como estes actuam em jogo, diferenciando ataque/defesa e passe/distribuição. • O aluno apresenta conhecimentos tácticos base – sistema de recepção ao serviço (5 em W) e movimentação para protecção ao ataque; Dominio Psico-Motor No final da Unidade Didáctica: Para além dos objectivos propostos para o 7º ano em situação de exercício individual, em situação de jogo 4x4 e 6x6, num campo de Voleibol formal (9m x 9m), com a rede aproximadamente a 2,24m de altura, o aluno realiza: • Serviço por baixo, colocando a bola numa zona de difícil recepção; • Serviço por cima; • Recebe o serviço em manchete alta; • Na situação de passador, posiciona-se correcta e oportunamente para passar a bola. • Realiza após dois toques, um passe colocado para o lado oposto, procurando dificultar a acção da equipa contrária; • O aluno apresenta uma predisposição para o contacto com a bola, com os membros inferiores semi-flectidos e apoios à largura dos ombros e o tronco ligeiramente inclinado à frente; Unidade Didáctica - Voleibol Núcleo de Estágio 2001/2002 8 Objectivos de Extensão Em situação de jogo reduzido ou jogo formal, o aluno: • Em situação favorável companheiro executa remate; • Executa bloco individual ao ataque adversário em remate. Domínio Sócio-Afectivo (vide in Unidade Didáctica de Basquetebol) ESTRATÉGIAS DE ENSINO Estratégias Gerais (vide Unidade Didática de Basquetebol) Estratégias Gerais da Unidade Didáctica A Unidade Didáctica de Voleibol foi elaborada de acordo com os Programas de Educação Física, para o 7º e 11º ano, de forma diferenciada, consoante o grau de maturação dos jovens de diferentes idades. Será importante que as regras fundamentais sejam tratadas prioritariamente, ou referidas em situação de jogo, para que os alunos menos experientes nesta modalidade tenham possibilidade de conhecer os objectivos do jogo, a forma como pode a bola ser jogada e as movimentações que eles podem adoptar. Com o intuito de conseguir uma melhor adaptação dos alunos às situações jogadas e ao Voleibol em si, establecemos como elemento importante na leccionação a situação de jogo reduzido. Para tal, adoptaremos as regras Unidade Didáctica - Voleibol Núcleo de Estágio 2001/2002 9 fundamentais do “Gira-Volei”, forma reduzida do jogo de Voleibol definida pela FPV – Federação Portuguesa de Voleibol. (vide anexo 1). Nota: Toda a regulamentação do Gira-Vólei será explicada aos alunos apenas com o objectivo de que estes compreendam o funcionamento da situação de jogo reduzido, não tendo por isso qualquer peso no domínio cógnitivo a leccionar nesta Unidade Didáctica. Para atingir os objectivos gerais da Unidade Didáctica, procurámos definir um conjunto de orientações prévias relativas ao “como” apresentar as tarefas e a sua interligação, contudo apenas apontamos aquelas a serem utilizadas e adaptadas em cada ano de escolaridade (7º e 11º ano). SEQUÊNCIA E ESPECIFICAÇÃO DOS CONTEÚDOS Caracterização do jogo O que é o Voleibol? É um jogo desportivo colectivo praticado por duas equipas, num espaço de jogo definido e dividido por uma rede colocada a meio campo. Objectivo: O objectivo do Voleibol é fazer com que uma equipa consiga o envio regulamentar da bola, por cima da rede, para cair no campo do adversário, procurando simultaneamente evitar que a mesma caia no seu próprio terreno. Unidade Didáctica - Voleibol Núcleo de Estágio 2001/2002 10 Regras Terreno de Jogo: O jogo realiza-se num campo rectangular cuja dimensão é de 18m x 9m, limitado por duas linhas laterais e duas linhas de fundo, e dividido ao meio por uma rede. Dois árbitros (um situado acima da altura de rede e no prolongamento desta a outro colocado no lado oposto, ao nível do solo) asseguram o cumprimento das regras de jogo. São auxiliados por dois (ou quatro) juízes de linha, que se colocam junto das linhas finais do campo, para assinalarem as bolas que saem fora das linhas de jogo. Na mesa de controlo, um marcador assegura o preenchimento do boletim do jogo (onde regista os pontos marcados), controla a rotação dos jogadores e comunica aos árbitros o final de cada set. Equipas: Cada equipa é constituída por 12 jogadores (6 em campo e 6 suplentes). Os jogadores em campo colocam-se em 6 posições pré- definidas, devendo mantê-las sempre que acontece o (re)início do jogo. Existe Unidade Didáctica - Voleibol Núcleo de Estágio 2001/2002 11 a possibilidade, por cada equipa de terem um “libero”, jogador com regras e funções específicas, que consistem basicamente na impossibilidade deste realizar as rotações 2, 3 e 4, não pudendo por isso realizar qualquer acção atacante ou de serviço. Substituições: Cada equipa pode fazer seis subtituições, que em cada set podem efectuar-se separadamente ou todas de uma vez só. Todos os jogadores que iniciam os sets podem ser substituidos mais que uma vez mas sempre pelo mesmo jogador pelo qual foram substituidos a primeira vez no set. O “Líbero” poderá substituir qualquer jogador, que esteja nas posições defensivas (5, 6 ou 1), as vezes que quiser. Equipa de Arbitragem: O jogo é dirigido por 2 árbitros: 0 1º colocado à altura da rede e no seu prolongamento e o 2º no lado oposto ao nível dos jogadores, assistidos por dois juizes de linha e um marcador. Início do jogo: O jogo é iniciado com o serviço realizado por uma das equipas (após o apito do árbitro o jogador tem 5 segundos para realizar o serviço). O Serviço é considerado válido quando a bola passa directamente por cima da rede, com jogador que o realizou atrás da linha final. Pontuação: Uma equipa ganha ponto sempre que a bola tocar no solo da equipa adversária (ponto directo). Altura da rede: A altura da rede para as competições masculinas é de 2,43 m e, para as femininas de 2,24 m (competições Séniores). Esta altura deve ser medida no centro do terreno de jogo, utilizando-se, para o efeito uma vara marcada. Os extremos da rede, junto das varetas, não deverão ultrapassar em mais de 2 cm a altura regulamentar. Unidade Didáctica - Voleibol Núcleo de Estágio 2001/2002 12 Rotação: A rotação (que é efectuada no sentido dos ponteiros dos relógios) faz-se cada vez que uma equipa ganha o serviço. Os três jogadores colocados junto da rede são os avançados e ocupam, respectivamente, as posições: 4 (à esquerda), 3 (ao centro) e 2 (à direita); os outros três jogadores são os defesas e ocupam as posições 5 (à esquerda), 6 (ao centro) e 1 (à direita). Duração do jogo: O jogo tem a duração de 3 a 5 sets (cada set ou partida termina quando uma das equipas atingir os 25 pontos, com uma vantagem de dois pontos sobre a outra). Toques na bola: Não é permitido agarrar a bola, esta tem de ser tocada, sem ser transportada, lançada ou empurrada. A bola é jogada pelas mãos e braços, apesar de poder ser tocada por qualquer parte do corpo. Um jogador não pode tocar 2 vezes seguidas na bola e a equipa em cada jogada só pode dar 3 toques ( excepção feitaás jogadas em que exista bloco) Bola fora: A bola está fora quando toca o solo para além das linhas. A bola pode ser jogada fora dos limites do campo mas, ao ser enviada para o campo adversário terá sempre de passar entre as varetas colocadas na rede. Bola em jogo: Cada equipa pode jogar a bola dentro do seu espaço de jogo, incluindo a recuperação da bola mesmo fora da zona livre. Unidade Didáctica - Voleibol Núcleo de Estágio 2001/2002 13 Faltas: As faltas dão origem a posse de serviço ou a ponto (no caso da equipa não faltosa já ter a posse do serviço) podem ser: • Uma equipa dar mais de três toques numa mesma jogada; • Um jogador tocar na rede ou invadir o campo adversário; • Um defesa rematar (excepto se fizer chamada antes da linha de ataque); • A bola tocar o solo do seu meio campo; • Um jogador tocar na bola duas ou mais vezes consecutivas (excepto no caso em que seja consequência de um bloco); • Um jogador agarrar, transportar ou empurrar a bola; • Lançar a bola para fora; • No serviço, o jogador quando lança a bola ao ar é obrigado a servir para o campo adversário. Se agarrar a bola ou deixá-la cair, para depois começar nova acção de serviço, é considerada falta. Sanções disciplinares: Se um jogador cometer uma falta anti- desportiva, por exemplo discutir com o árbitro, é advertido com cartão amarelo. Se for reincidente terá cartão vermelho e a equipa adversária ganha um ponto ou recupera o serviço. Se acontecer pela 3ª vez o jogador será expulso durante aquele set podendo ser substituído. Se um jogador cometer uma agressão será desqualificado não podendo jogar mais naquele jogo apesar de ser substituído. Unidade Didáctica - Voleibol Núcleo de Estágio 2001/2002 14 Sequência de Conteúdos Segundo Baacke (1977)1, é extrordinariamente importante que o desenvolvimento das técnicas básicas de Voleibol se faça o mais cedo possível na vida de um aluno. Segundo este autor, Voleibol é um jogo bastate simples mas extremamente difícil de aprender. Como tal, existe uma necessidade de adaptar os métodos de ensino para principiantes. O mini-voleibol oferece uma forma de Voleibol adaptada aos requisitos e capacidades das crianças. O autor fundamenta este facto referindo que, para as crianças aprenderem as tecnicas de Voleibol, precisam de treiná-las frequentemente. No vulgar 6x6, o número de vezes que cada criança toca na bola durante um jogo não é suficiente para um rápido desenvolvimento desta. O nível de habilidades técnicas e físicas no primeiros estádios da aprendizagem do Voleibol não é suficientemente elevado para que o jogo tenha uma sequência. As jogadas acabaram rapidamente e os jogadores ficarão desmotivados. Portanto, o mini-voleibol é a melhor maneira de introduzir o jogo de Voleibol e de transmitir de melhor forma os “skills” básicos. Desta forma, cada jogador toca na bola mais vezes e a distância que esta tem de “cobrir” é mais reduzida e, consequentemente, mais adaptada à idade das crianças. Refere ainda o mesmo autor: Através do mini-voleibol, estas crianças estarão aptas a participar e a jogar Voleibol formal com adequados pré-requisitos mecânicos relativos à sequência de ritmos e reacções às exigêncais do jogo. Assim, muito cedo, adquirirão um reportório básico técnico-táctico do jogo de Voleibol. Portanto, ao nível da abordagem inicial da modalidade, será através deste tipo de forma jogada que será feita a leccionação das aulas a estes anos e a estas turma, devido não só aos aspectos referidos pelo autor, como também devido 1 Baacke, J. - Coaches manual. Vanier, Canadian Volleyball Association, 1977 Unidade Didáctica - Voleibol Núcleo de Estágio 2001/2002 15 aos níveis motivacionais das turmas, para esta modalidade, não serem os melhores. A sequência das matérias a leccionar foram establecidas com base em bibliografias especializadas, as quais, não sendo totalmente esclarecedoras acerca de uma forma específica de organização de conteúdos deram uma fundamentação lógica e coerente para a escolha da forma a seguir. Numa grande parte da bibliografia consultada são assinaladas quatro componentes a desenvolvar: 9 Componente Física 9 Componente Técnica 9 Componente Táctica 9 Componente Psicológica Mas qual dos componentes deve ser colocado em primeiro lugar? Se esta pergunta for feita a quatro treinadores ou professores distintos, obter-se-ia, provavelmente, quatro opiniões distintas, onde todos apresentam uma fundamentação correcta. 1º Preparação Física em primeiro lugar: “Um jogador, que apresenta deficiêncais ao nível do desempenho motor, apresentará dificuldades de aprefeiçoamento técnico”. Por exemplo, a falta de velocidade vai condicionar a chegada a uma bola num momento determinado. 2º Desenvolvimento Técnico em primeiro lugar: De que serve a uma equipa ter a melhor das tácticas se não existe uma base técnica para as sustentar?”; “O domíno técnico permite alterar as priridades de atenção para as situações de jogo.” 3º Prioridade ao desenvolvimento Táctico. “O mais importante no jogo de Voleibol é a aplicação dos gestos técnicos – a Táctica.”; “ A táctica Unidade Didáctica - Voleibol Núcleo de Estágio 2001/2002 16 determina a utilização mais práctica da Técnica e por isso a sua eficiência.” 4º Desenvolvimento Psicológico e Volítiva (relacionamento com a equipa) prioritário. “É o fundamento do jogo de Voleibol e de qualquer rendimento desportivo, expressando-se na disposição e vontade incondicional de obter e alcançar metas planeadas para si e para a equipa.” Perante o consultado e perante esta variedade de entendimentos acerca da forma de leccionação dos conteúdos do Voleibol de Iniciação, cabe-nos a nós decidir qual a forma mais lógica de ministração da matéria. Assim: 9 Componente Física + Componente Técnica 9 Componente Técnica + Componente Psicológica (Volitiva) Decidimos leccionar, simultâneamente estes conteúdos devido à falta de tempo que a Unidade Didáctica têm para ser aplicada. A nível da componente cógnitiva será realizado um constante questionamento acerca de regras e componentes críticas a leccionar, quer no final de cada aula, quer durante esta. Será realizado igualmente um teste teórico, no final da Unidade Didáctica que abordará os assuntos mais pertinentes desta. De referênciar, na sequência do exposto, a nossa preoucupação em utilizar sempre, em quase todas as sessões, situação de jogo. Nesta situação será dada predominância à situação de jogo reduzido, principalmente nas turmas de 7º ano. As turmas de 11º ano que revelem mais dificuldades em termos de domínio básico de gestos técnicos e de coordenação deslocamento/execução técnica, serão também alvo deste tipo de opcção metodológica. Apenas serão abordados conteúdos tácticos, nas turmas de 11º ano, onde o tempo de leccionação desta Unidade Didáctica permite que tal aconteça. Unidade Didáctica - Voleibol Núcleo de Estágio 2001/2002 17 7º ano Aulas 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Passe Manchete Deslocamentos (Posição Base) Táctica Remate (Estrutura Ritmica) Serviço por Baixo Serviço por Cima Jogo Unidade Didáctica - Voleibol Núcleo de Estágio 2001/2002 18 11º ano Aulas 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 1112 13 14 15 Passe Manchete Deslocamentos (Posição Base) Táctica Remate (Estrutura Ritmica) Serviço por Baixo Serviço por Cima Jogo Unidade Didáctica - Voleibol Núcleo de Estágio 2001/2002 19 Conteúdos Técnicos Passe – Acção sobre a bola com as mãos quando esta vem animada de pequena velocidade e está situada no plano supeiror. Utiliza-se nas bolas altas e serve para passar a bola ao companheiro ou para reenviá-la para o campo adversário. Fases Comportamentos Fundamentais 1. Posição equilibrada com o peso do corpo distribuído equitativa/ pelos dois apoios 2. Pés paralelos (largura dos ombros) com um apoio mais avançado e dirigido para o local de passe 3. Flexão dos membros inferiores e superiores 4. Colocação das mãos à frente e acima da cabeça Fa se p re pa ra tó ria 5. Extensão das mãos à frente e acima da cabeça 6. Início da extensão dos membros inferiores seguida da extensão dos braços 7. Contacto com a bola um pouco acima do plano da testa 8. Continuação da extensão das mãos e dos dedos relativamente ao antebraço e à palma da mão 9. Contacto com a bola com os dedos afastados 10. Indicadores e polegares formam um triângulo 11. Flexão das mãos relativamente ao antebraço 12. Continuação da extensão dos membros superiores e inferiores 13. Continuação do contacto com a extensão convergente dos braços Fa se P rin ci pa l 14. Continuação da extensão das pernas 15. Continuação da extensão do antebraço 16. Continuação da flexão da mão Fa se F in al 17. Continuação do movimento convergente dos braços e antebraços Unidade Didáctica - Voleibol Núcleo de Estágio 2001/2002 20 Manchete - Reflexão da bola com os dois antebraços unidos, quando a bola vem animada de grande velocidade e situada no plano inferior. Utiliza-se nas bolas baixas e serve para receber o serviço e defender e proteger o ataque. Fases Comportamentos Fundamentais 1. Posição equilibrada, com o peso do corpo distribuido equititivamente pelos dois apoios 2. Pés paralelos (largura dos ombros) com um apoio avançado e dirigido para o local de passse 3. Bola situada entre o jogador e o local de passe 4. Membros inferiores flectidos e membros superiores ligeiramente flectidos 5. Tronco ligeiramente flectido Fa se p re pa ra tó ria 6. Mãos afastadas cerca de um palmo de distância 7. Extensão dos membros inferiores para cima e para a frente, iniciada pela perna mais recuada 8. Extensão do tronco 9. Junção das mãos com uma mão envolvendo a outra 10. Extensão dos antebraços e pequena elevação dos braços antes do contacto, nunca ultrapassando o plano dos ombros 11. Contacto com a bola no terço distal anterior dos antebraços 12. Bola contactada abaixo do plano dos ombros 13. Supinação e extensão dos antebraços durante o contacto 14. Flexão cubital das mãos durante o contacto 15. Elevação dos ombros durante o contacto Fa se P rin ci pa l 16. Controle visual da bola e antebraços Unidade Didáctica - Voleibol Núcleo de Estágio 2001/2002 21 17. Continuação da extensão das pernas 18. Continuação da extensão do tronco e retroversão da bacia acompanhando o movimento de saída da bola 19. Travagem do movimento dos braços e antebraços F as e Fi na l 20. Continuação do controle visual da bola através de uma extensão da cabeça Remate - Utiliza-se como acção decisiva e finalizadora e serve para criar dificuldades à equipa adversária na recuperação da bola. Fases Comportamentos Fundamentais 1. Pequena corrida preparatória . 2/3 passos 2. Passos curtos, com o último mais alongado e rasante 3. Hiperextensão dos braços durante os dois últimos passos (os braços devem estar em hiperextensão quando o primeiro calcanhar toca o solo) 4. Flexão do tronco acompanhado de hiperextensão dos braços 5. Blocagem com os calcanhares e ligeira flexão das pernas 6. Pés ligeiramente colocados à frente da linha do tronco com o apoio contra- lateral ao braço dominante ligeiramente avançado em relação ao apoio homolateral 7. Ligeira dorsiflexão da cabeça 8. Início da flexão dos braços quando o segundo apoio contacta o solo 9. Início da extensão das pernas (iniciada quando os braços no movimento de flexão passam junto às pernas) Fa se p re pa ra tó ria 10. Extensão do tronco Unidade Didáctica - Voleibol Núcleo de Estágio 2001/2002 22 11. Avanço do ombro e braço não dominante e consequente natural rotação lateral do tronco 12. Hiperextensão do tronco e flexão das pernas 13. Linha dos ombros mais requada que o plano médio do tronco 14. Braço não dominante flectido, elevado e dirigido para a bola 15. Flexão, abdução e rotação lateral do braço dominante e flexão do antebraço formando um ângulo de 90 graus com o braço 16. Hiperextensão da mão 17. Movimento assimétrico dos dois braços iniciado pela extensão do braço dominante 18. Flexão do tronco e extensão das pernas 19. Flexão e rotação interna do braço dominante (braço e tronco formam um ângulo de 140/150 graus) 20. Flexão e pronação da mão durante o contacto com a bola 21. Extensão do cotovelo no momento do contacto com a bola Fa se P rin ci pa l 22. Ligeira flexão da cabeça 23. Extensão do braço dominante para fora plano do tronco 24. Recepção ao solo equilibrada, com o terço anterior dos apoios Fa se F in al 25. Ligeira flexão das pernas Unidade Didáctica - Voleibol Núcleo de Estágio 2001/2002 23 Bloco - É usado como primeira acção de oposição ou de defesa do ataque adversário e serve para projectar a bola directamente para o campo adversário ou dificultar-lhe a sua recuperação. Fases Comportamentos Fundamentais 1. Mãos ao nível dos ombros Fa se pr ep ar at ór ia 2. Joelhos semi-flectidos 3. Os braços chegam acima do bordo superior da rede 4. Mãos penetram o espaço aéreo adversário 5. Recolha das mãos Fa se P rin ci pa l 6. “Aterragem” a dois pés Fa se Fi na l 7. Joelhos flectem para amortecimento da recepção ao solo Unidade Didáctica - Voleibol Núcleo de Estágio 2001/2002 24 Serviço por Baixo - Serve para repor a bola em jogo. Fases Comportamentos Fundamentais 1. Apoios distribuidos de forma equilibrada, com o apoio contra-lateral avançado. 2. Bola ao nível da cintura 3. Ombros paralelos à rede 4. Olhos na bola Fa se p re pa ra tó ria 5. Mão que vai bater na bola bem aberta 6. Braço hábil realiza um movimento pendular para trás 7. Peso é “passado” para trás 8. Braço hábil “pendula” para a frente 9. Peso é “passado” para a frente 10. Mão que segura a bola, liberta-a Fa se P rin ci pa l 11. A bola é contactada ao nível da cintura 12. Peso no pé da frente 13. Braço aponta para o topo da rede Fa se F in al 14. Desiquilibrio para dentro de campo Unidade Didáctica - Voleibol Núcleo de Estágio 2001/2002 25 Serviçopor Cima - Serve para repor a bola em jogo. Fases Comportamentos Fundamentais 1. Ombros paralelos à rede Fa se pr ep ar at ór ia 2. Mão hábil bem aberta 3. Bola atirada ao ar em frente ao ombro que irá executar o movimento de batimento 4. Braço hábil vem atrás com o ombro elevado 5. Mão hábil junto à orelha Fa se P rin ci pa l 6. Contacto da bola feito em total extensão 7. Peso no pé da frente 8. “Travagem” do movimento Fa se F in al 9. Desiquilibrio para dentro de campo Unidade Didáctica - Voleibol Núcleo de Estágio 2001/2002 26 Posição Base Fundamental - Utiliza-se para agir sobre a bola ou para iniciar rapidamente um deslocamento. Fases Comportamentos Fundamentais 1. Calcanhares afastados do solo 2. Mãos à altura da cintura 3. Corpo semi-flectido 4. Posição espectante F as e Pr in ci pa l 5. Tronco inclinado à frente Unidade Didáctica - Voleibol Núcleo de Estágio 2001/2002 27 Conteúdos Tácticos Estes conteúdos apenas serão leccionados nas turmas de 11º ano, devido ao jogo formal de 6x6 apenas ser abordado neste ano. Defesa em W Os jogadores 2,4 e 6 preparam a recepção de serviços curtos, enquanto os jogadores 1 e 5 a recepção dos serviços compridos. O jogador 3 prepara-se para o 2º toque. Transição Defesa/Ataque Endereçada a bola para o jogador 3, este prepara o último passe para um dos jogadores 4 ou 2 que se movimentam para a rede. Ataque Depois do passe para a rede os jogadores atacantes finalizam o ataque enquanto os jogadores 1,5 e 6 avançam para proteger a finalização. Unidade Didáctica - Voleibol Núcleo de Estágio 2001/2002 28 RECURSOS MATERIAIS O material a utilizar nesta Unidade Didáctica será o seguinte: 7 balões de Voleibol 24 bolas de Voleibol de borracha 17 bolas de Voleibol de couro 1 compressor 17 cordas de saltar 2 manivelas (postes de Voleibol 4 postes de Voleibol 2 redes de Voleibol AVALIAÇÃO DO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM Avaliação Formativa (Vide Plano Geral de Avaliação, Plano de Avaliação Formativa e Plano Anual de Turma) Avaliação Sumativa (Vide Plano Geral de Avaliação, Plano de Avaliação Sumativa e Plano Anual de Turma) Unidade Didáctica - Voleibol Núcleo de Estágio 2001/2002 29 BIBLIOGRAFIA Aparício, J., Educação Física – 7º ano, Edições Asa, Lisboa, 1998. Almeida, A., Monteiro, J., Aprender com... Educação Física – 3º Ciclo, Edições Asa, Lisboa, 1998. Baacke, J. - Coaches manual. Vanier, Canadian Volleyball Association, 1977 Costa, J., Educação Física – A Escola e o Desporto (7º, 8º, 9º), Porto Editora, Porto, 1998. Federação Portuguesa de Voleibol – Regras Oficiais, 1997-2000, Edição FPV; Ministério da Educação – Programa de Educação Física – Plano de organização do Ensino-Aprendizagem, Vol.II, Ensino Básico (3º Ciclo); Ministério da Educação – Programa de Educação Física – Plano de organização do Ensino-Aprendizagem, Ensino Secundário; DOCUMENTAÇÃO CONSULTADA Dossier de Desenvolvimento Curricular, 98/99, UTL – FMH, Lisboa http://www.canoe.ca/2000GamesGallery/volleyball.html http://www.fpvoleibol.pt Unidade Didáctica - Voleibol Núcleo de Estágio 2001/2002 30 ANEXOS Unidade Didáctica - Voleibol Núcleo de Estágio 2001/2002 31 Anexo 1 (retirado de http://www.fpvoleibol.pt/) Gira-Vólei Fundamentos e regras do jogo Fundamentos A aprendizagem global será baseada no jogo 2 x 2, em passe embora numa fase temporária inicial, poderá ser utilizado o jogo 1 x 1. O passe será o único procedimento técnico a utilizar nesta fase, com ele se executam todas as fases do jogo – serviço, recepção, passe, ataque, defesa. Regras Terreno de Jogo Nível I Etapa Inicial Etapa Dois Etapa três 4 x 3 m 6 x 6 m 6 x 6 m Superfície de Jogo O recinto de jogo poderá ser pavilhões, recintos ou espaços de ar livre, ou em terrenos com um mínimo de condições. Unidade Didáctica - Voleibol Núcleo de Estágio 2001/2002 32 A superfície de jogo poderá ser relvada, terra, madeira, sintética etc. nivelada o mais plano e uniforme possível livres de qualquer objecto que possa representar risco para os jogadores. Linhas Todas as linhas têm 5 cm de largura. Devem ser de cor clara e diferente da cor do solo e de outras linhas existentes. O campo é delimitado por duas linhas laterais e duas linhas de fundo delimitam. Não existe linha central e linha de ataque. Zona de serviço A zona de serviço é a área atrás da linha de fundo, tendo assim 3m de dimensão. Fair-Play Os participantes devem comportar-se de uma forma respeitosa e cortês, dentro do espírito do FAIR-PLAY, tanto em relação aos árbitros como aos outros responsáveis, os adversários, colegas e espectadores. É permitida a comunicação entre os membros da equipa durante o jogo.
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