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TEMAS DE DIREITO E PROCESSO DE TRABALHO

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TEMAS DE DIREITO E PROCESSO DE TRABALHO 
1-introdução
A idéia é expressar entendimento sobre alguns institutos jurídicos ligados ao direito e ao processo trabalhista, o que poderá ser uma contribuição para os conceitos pertinentes e facilitar a aplicação deles pelos operadores do direito.
2-Atividade fim – é aquela sem a qual a empresa não desempenha suas funções típicas de produção.
Num banco, o Caixa desempenha atividade fim, o faxineiro, atividade meio.
Curiosidade: já ocorreu de uma sociedade empresarial do ramo de telefonia dizer que a terceirização era lícita, pois a atividade desenvolvida pela contratada não consistia na transmissão, emissão ou recepção, por fio, radioeletricidade, meios óticos, .....de símbolos, caracteres, etc., de modo que o técnico de telefonia não poderia ser empregado da segunda reclamada, nos termos reconhecido na decisão da reclamação trabalhista.
É evidente que não há ser humano que transmita símbolos ou caracteres por meio de fio, meios óticos, etc. Embora a sociedade empresarial contratada não possa até não desempenhar atividades do setor de telefonia (transmissão, emissão e recepção...) o trabalhador pode, ainda assim, realizar atividade fim da empresa de telefonia (primeira reclamada), o que era o caso.
3-Devedor e responsável- a diferença é simples: as duas figuras podem se sobrepor na mesma pessoa, mas nem sempre é assim. O devedor compõe a relação jurídico-material, o que poderá não ocorrer com o responsável, visto que em certos casos apenas compõe a relação processual, sendo invocado a pagar, tendo em conta, v.g., sua qualidade de garantidor por força de lei (art. 928 do C.C).
4-Condenação solidária e subsidiária- a responsabilidade é conceito jurídico do direito processual, eis que o responsável poderá ser o devedor na relação de direito material, mas não é assim necessariamente, de modo que outro pode ser acionado para pagar a dívida (pensar no fiador).
A responsabilidade subsidiária difere da responsabilidade solidária (art. 264 e ss. do C.C.), pois nesse caso o credor poderá acionar o devedor que também será o responsável pelo pagamento da dívida, o que não acontece na hipótese de responsabilidade subsidiária.
Na responsabilidade solidária passiva o credor poderá propor a ação em face de qualquer um dos devedores (ver art. 187 c/c art. 942, ver ainda art. 455 da CLT), ou contra apenas um deles (para receber o total devido).
A responsabilidade subsidiária (Súmula 331,IV, do c. TST) tem como causa a culpa ou a responsabilidade objetiva da sociedade empresarial contratante (não-empregador), de modo que em caso de falha da terceirizada em face do seu empregado (por exemplo, o tomador dos serviços não fiscalizou o cumprimento das obrigações trabalhista pela empresa contratada - negligência), aquela, por tirar proveito do trabalho, responderá pelas verbas devidas ao empregado, embora não seja seu empregador, evitando-se o enriquecimento indevido.
Veja-se que, no último caso, o credor não poderá pretender receber de qualquer um deles (do devedor ou do responsável); se narrar que é empregado de “A´ e que essa empresa foi contratada para prestar serviços para “B”, sem alegar fraude na terceirização, não poderá propor a ação apenas em face de “B”. O devedor será condenado a pagar e o responsável subsidiário (“B”) só pagará se em caso de inadimplemento do empregador ou dos sócios da pessoa jurídica.
Assim, essa situação não se confunde com aquela de empregado contratado por subempreiteira que poderá acionar empreiteiro principal (art. 455, da CLT), mas em ambos os casos existe o direito de regresso. 
4.1 Responsabilidade subsidiária e revelia do empregador- veja-se que se trata de litisconsórcio facultativo e simples, pois pode haver crédito devido, sem existir responsabilidade subsidiária da segunda reclamada. Sendo assim, se há revelia e não houver elementos nos autos capazes de afastar o seu efeito material (de tornar os fatos alegados na peça de ingresso verdadeiros), o empregador será condenado, mas a segunda reclamada poderá escapar, seja alegando a inexistência do crédito - não se duvide da legitimidade da segunda reclamada, pois será quem irá pagar em casos tais. Advirta-se, portanto, que se contestou e desde que isso não tenha sido feito de modo genérico, não haverá revelia em relação à segunda reclamada embora poderá sucumbir e vir a ser condenada subsidiariamente) . 
5- Grupo econômico- existe essa figura jurídica, desde que se verifique o domínio de uma sociedade empresarial sobre outra, o que se poderá verificar quando existe apenas um sócio majoritário em ambas.
Em caso de grupo econômico, há responsabilidade subsidiária, embora seja controvertido se existe empregador comum (devedor comum – na relação de direito material).
6- Sucessão de sociedades- nesse caso, a pessoa jurídica empregadora muda de proprietário ou há um arrendamento da empresa (máquina e equipamentos). Verificando-se a sucessão, o sucessor responde pelas dívidas deixadas pelo sucedido, salvo se aquele não tiver meios e o sucedido tiver.
Há quem defenda que há necessidade de citação do sucessor, o que é verdade se o fenômeno ocorreu antes da propositura da reclamação trabalhista (art. 42 do CPC); se a sucessão ocorrer depois da citação, o sucedido atuará no processo como substituto processual, podendo o sucessor ingressar no processo cognitivo, por iniciativa própria, se houver consentimento do autor (§ 1º e 2º, art. 42 do CPC), mas a execução, na hipótese, ressalte-se, deverá ser dirigida ao sucessor (§ 3º, do art. 42, do CPC).
7- Penhora de dinheiro e de crédito- na penhora de crédito, verifica-se que o executado tem crédito a receber de um terceiro, devendo-se intimar esse terceiro para não receber e o executado para não dispor do referido crédito.
Na penhora de dinheiro, o objeto é o próprio dinheiro e, em princípio, não há relevância quanto à causa.
Veja-se que na penhora on line, o Banco Central determina que se bloqueie importe da conta corrente do empregador até o valor da condenação. É caso de penhora de dinheiro, pois não se guarda mais a moeda em casa. Trata-se de modalidade de penhora preferencial, de modo que só se poderá afastar se houver outro modo igualmente idôneo (como a fiança bancária que não imobiliza capital da empresa e é garantia idônea).
8- Bibliografia 
DELGADO, G. M. Curso de direito do trabalho. São Paulo: LTr, 2004.
DINAMARCO, C.R. Instituições de direito processual civil. São Paulo: Malheiros, 2005.
Do litisconsórcio. São Paulo: Malheiros, 1997. 
HERKENHOFF FILHO, H.E. Delineamentos do processo judicial moderno e repercussões no processo trabalhista. Rio: lumen juris, 2007. 
GOMES, O. Obrigações. Rio: Forense, 2005.
NASCIMENTO, A . Introdução ao direito do trabalho. São Paulo: LTr, 2005
SIQUEIRA, C.G. A defesa no processo civil. Belo Horizonte: Del Rey, 1997.
Notas:
1. Para Dinamarco (ver nas suas Instituições...) a responsabilidade é instituo do direito processual. 
2. Para detalhes, por todos, ver obra do professor Dinamarco sobre o tema que é citada na bibliografia.
3. Em caso de defesa direita do mérito negam-se os fatos ou a conseqüência jurídica indicada na peça de ingresso. No caso de defesa indireta alegam-se fatos impeditivos, modificativos ou extintivos do direito do autor. Em princípio o ônus da prova é de quem alega, de modo que na defesa direta será do autor o ônus de provar que os fatos ocorreram e na indireta, será do réu. Entretanto, no processo do trabalho, em certos casos deve-se considerar a aptidão da prova para definir de quem é o ônus da prova. 
4. Poderia alegar que é tomadora de obras e não prestadora de serviços, ou que o reclamante era empregado, mas trabalhou em outra obra (provando). 
5. Art. 42- deste a citação do empregador o direito se torna litigioso e se houver sucessão o empregador continuará parte legítima no processo. §1º- o adquirente ou cessionário não poderá ingressar em juízo, substituindo o alienante, ou cedente, sem que o consinta a parte contrária......§ 3º A sentença, proferidaentre as partes originárias, estende os seus efeitos ao adquirente ou ao cessionário. Sobre o conceito de empresa ver art. 1.142 e sobre o termo inicial da “sucessão de direito” em relação a terceiro ver art. 1.144 e sobre a eficácia da alienação quando não restarem bens para o pagamento dos credores ver art. 1.145 do C.C/02.
Texto confeccionado por: Helio Estellita Herkenhoff Filho. Analista judiciário do TRT 17ª Região (lotado em Gabinete de Juiz), Associado da Academia de direito processual civil, autor de diversos artigos e livros na área de processo do trabalho.

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