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As Medidas Utilizadas pelas Mães de Récem Nascidos para Amenizar a Cólica de eus Filhos

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AS MEDIDAS UTILIZADAS PELAS MÃES DE RECÉM-NASCIDOS PARA
AMENIZAR A CÓLICA DE SEUS FILHOS
MOREIRA, Marialda Christofell
CARVALHO, Lidia de Araujo
CASTRO, Schostilaine Jerônimo de
RIBEIRO, Francine dos Santos
RESUMO
A cólica neonatal é uma das intercorrências mais comuns que acomete o lactente nos
primeiros 3 meses de vida; constituindo uma das principais “queixas” das mães e
familiares durante a consulta de enfermagem .A consulta de enfermagem funciona não
apenas identificando intercorrências, mas também esclarecendo e inserindo os pais
como participantes do processo de cuidar de seus filhos. Este estudo nasceu da
necessidade de conhecermos as medidas utilizadas pelas mães frente a cólica de seus
filhos.Tendo como objetivos: identificar o grau de conhecimento dessas mães sobre a
cólica, descrever as medidas farmacológicas e não-farmacológicas utilizadas e discutir
quais destes fatores interferem realmente na cólica do lactente.A metodologia utilizada
foi a pesquisa clínica, já que esta baseia-se na reflexão e na observação.A pesquisa
utilizou as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).Trata-se de
um estudo descritivo de abordagem qualitativa, cujo campo de estudo foi um Centro
Municipal de Saúde, localizado no Município do Rio de Janeiro, como sujeitos do
estudo as mães de lactentes atendidos na consulta de enfermagem neonatal e que
possuem como sintomatologia a cólica. De acordo com a Resolução 196/96, cada
participante recebia o termo de consentimento livre e esclarecido, que após a leitura e
caso concordassem em participar do referido estudo, assinava-o.Foi utilizado como
instrumento de coleta de dados um formulário contendo questões abertas e fechadas.O
período de coleta de dados teve início em novembro de 2003 a junho de 2004. Os
resultados revelam que os pais utilizam muitos chás, embora de maneira incorreta; ao
invés das mães tomarem o chá e através da amamentação passarem o princípio ativo ao
lactente, estas dão diretamente as crianças, o que muitas vezes sacia a mesma. Além de
muitas desconhecerem as massagens e utilizarem medidas farmacológicas que acabam
por agravar a constipação, que é outra intercorrência importante.Palavras-chave:
cólica, medidas, consulta neonatal
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AS MEDIDAS UTILIZADAS PELAS MÃES DE RECÉM-NASCIDOS PARA
AMENIZAR A CÓLICA DE SEUS FILHOS
MOREIRA, Marialda Christofell
CARVALHO, Lidia de Araujo
CASTRO, Schostilaine Jerônimo de
RIBEIRO, Francine dos Santos
INTRODUÇÃO
O Recém Nascido (RN) está sujeito a apresentar várias intercorrências comuns a
idade e a situação de recém-nascido, muitas delas tendem a desaparecerem por si só,
outras necessitam de acompanhamento do serviço de saúde para serem resolvidas.
De acordo com dados levantados durante as consultas de enfermagem neonatal
do projeto de extensão “Consulta de Enfermagem no Atendimento Ambulatorial ao
recém-nascido”, pudemos perceber que as principais intercorrências ocorridas na idade
neonatal são: brotoejas; descamação da pele; dermatite amoniacal; candidíase oral; acne
neonatal; Mílium sebáceo; impetigo; inflamações no umbigo; alergias; obstrução nasal;
espirros; soluço e cólicas.
Observamos através de dados coletados durante as consultas que grande número
das mães assistidas apresentavam dúvidas sobre a cólica neonatal e acabavam por
utilizar recursos que, segundo elas, não trouxeram resultados eficazes, contribuindo para
reforçar este tema como problema a ser estudado.
Neste sentido, esta pesquisa tem como objeto de estudo as medidas utilizadas
pelas mães de recém-nascidos frente a cólica de seus filhos.
A utilização de métodos alternativos para aliviar a dor; a utilização de
medicamentos que proporcionam o alívio da dor, mas que por outro lado propiciam
outras intercorrências; e a não utilização de nenhuma medida, devido à falta de
conhecimento, são fatores importantes que não devem ser desconsiderados.
O estudo tem como objetivos: identificar o grau de conhecimento dessas mães
sobre a cólica, descrever as medidas farmacológicas e não farmacológicas utilizadas
por elas e discutir quais destes fatores interferem realmente na cólica do recém-nascido.
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Através desta pesquisa, visamos contribuir para o conhecimento dos
enfermeiros, adequando a assistência fornecida pela consulta de enfermagem a seu
público alvo.
REFERENCIAL TEÓRICO
Segundo Figueiredo (1984),
“Considera-se como nascimento todo produto da concepção,
expulso ou extraído do organismo materno, independente do
tempo de gestação ou de sinais de vida. A maturação fetal se
processa a partir da 37ª semana de gestação, quando o feto
alcança também um peso em torno de 2000 a 2500 g.”
Desta forma, pode-se definir recém-nascido (RN) normal aquele que nasce com
mais de 37 semanas completas de gestação até 41 semanas e 6 dias de gestação e, com
peso ao nascer maior de 2500 g até 4000 g e vai até o 28º dia de vida ( quatro semanas
iniciais de vida da criança).
As cólicas do RN são episódios de espasmos intestinais benignos, e quando são
fortes, precisam de medicação sintomática e regridem espontaneamente, em torno dos
três meses de idade (SAIDE, 1996) , podem ser identificadas pelo choro excessivo e
inconsolável por mais de três horas, por volta de três vezes por semana. Um sinal
precoce de cólica é através da expressão facial, onde o RN fica acordado, enruga a testa
e coloca a ponta da língua para fora, relaxa e repete a expressão numa tentativa de
arrotar devido a presença excessiva de gases no estômago. Um outro aviso é o enroscar-
se numa tentativa de mudar de posição sozinho, porque o RN percebe que ficando em
decúbito ventral ou na posição vertical se este estiver no colo, fica mais fácil arrotar e
desta forma eliminar os gases. Enquanto apresenta o choro espasmódico da cólica, o RN
movimenta as pernas no sentido de esticá-las e encolhe-las sobre o abdome, além de
roçar os pés um no outro. O choro provocado pela cólica diferencia-se do choro
provocado pela fome, pois na maioria das vezes começa no início da alimentação e/ou
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após esta, acompanhando-se de irritabilidade, distensão abdominal, pulsos cerrados,
mobilidade anormal de braços e pernas ou costas arqueadas, ficando com rubor da face,
tendo muitos gases e por vezes constipação intestinal. O choro persiste apesar de todos
os esforços de consolo. (SAIDE, 1996)
A cólica pode ser causada por imaturidade do sistema digestivo, já que o
alimento acelera o funcionamento dos intestinos, provocando espasmos; pelo sistema
nervoso imaturo e sensível; por espasmos do cólon; por alergia a proteína do leite
materno ou à fórmula infantil; por alimentos ingeridos pela própria mãe ou adicionados
à mamadeira (ricos em Fe+3, proteínas do leite, leite em pó, chocolates, laticínios,
pepino, pimentão, condimentados, etc.), que podem fermentar no intestino do RN e
provocar a formação de gases; pela ansiedade dos pais; tensão em casa ou pela
deglutição de ar causada pelo mau posicionamento do RN durante as mamadas; pela
avidez ao sugar o seio materno ou um orifício grande demais no bico da mamadeira.
(AGUIAR, 2004 )
A cólica acontece quando o alimento ingerido não consegue atingir o seu destino
como produto final da digestão, devido a retenção em algum ponto do intestino. Quando
isto ocorre, as bactérias da flora intestinal normal agem sobre a lactose, gerando os
gases. As partículas destes gases gerados se chocam e se deslocam fazendo pressão nas
alças intestinaisprovocando a dor e alterando o peristaltismo. Normalmente os
movimentos peristálticos promovem a digestão, porém, como estão alterados, impedem
o fluxo normal do bolo alimentar. A formação de gases continuará ocorrendo até que
um outro evento, como administração de fármacos ou de chás, interrompa o ciclo,
recupere a harmonia dos movimentos peristálticos e elimine os gases, permitindo o
progresso da digestão. (SAIDE, 1996)
As cólicas manifestam-se ao final do dia, entre 18h e 21h como sinal do cansaço,
neste momento, o choro do bebê também pode estar representando a necessidade de
uma descarga emocional para se reorganizar ao final de um dia atribulado ( o intestino é
o órgão que responde ao estresse causado pelo Sistema Nervoso Central imaturo e
altamente sensível nos RNs); também pode representar temperamento; tensão em casa;
ansiedade dos pais; má interpretação do choro por parte dos pais. O choro também pode
estar sendo utilizado como estratégia para atrair a atenção dos pais ou acontecer apenas
porque a criança está com sono. Estes fatores devem alertar os pais para a afirmativa:
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Nem todo choro é provocado por cólica, sendo fundamental atentar para as reações do
neonato desde seu primeiro dia, afim de aprender a interpretá-los. (AGUIAR,2004 )
Segundo Fanny Sarfati (www.unimeds.com.br/ADMCDC/08/20.2003),
enfermeira obstétrica e mestranda em Enfermagem Obstétrica e Neonatal pela Escola de
Enfermagem da Universidade de São Paulo,
“Esse (a cólica) é um problema que afeta de 9 a 13% dos bebês
e ainda há uma lacuna na pesquisa científica em relação ao
tratamento medicamentoso convencional como segunda opção.”
Existem técnicas populares muito utilizadas, porém, não possuem comprovação
científica que assegure seu efeito benéfico: colocar entre a mãe e o abdômen do bebê
um saco e água morna; acalmar o bebê com um banho morno; como forma de consolar
os RNs, aumentando o vínculo bebê-família, utiliza-se as massagens abdominais,
colocar o bebê em decúbito ventral, sobre a pele dos pais; deixá-lo mais tempo no colo,
pois o carinho dos pais tem um bom efeito calmante e, o contato pele a pele aquece o
abdômen do bebê diminuindo as dores; colocá-lo em decúbito lateral, ajuda no
esvaziamento gástrico; pressionar suavemente os joelhos contra o abdômen com o RN
deitado em decúbito dorsal, repetindo o movimento várias vezes ajuda com que o bebê
elimine os gases; o chá morno de erva-doce quebra as moléculas de gás, facilitando a
eliminação de gases, lembrando que este chá não deve conter açúcar, pois este fermenta
ocasionando a formação de gases; aquecer o abdômen do RN esfregando as mãos sobre
ele, através da aplicação de uma fralda dobrada umedecida com água morna ou chá
morno de camomila ou esquentar a fralda com um ferro de passar roupas (atentando
sempre para a temperatura).
É fundamental que a mãe que amamenta evite o uso de álcool, cigarros e café
durante este período, pois estes compostos podem intensificar a cólica, deve evitar
ainda, ingerir alimentos que possam produzir gases, inclusive couve-flor, brócolis,
couve-de-bruxelas, pepino, pimentão verde e vermelho, cebola, favas e leguminosas, e
prestar atenção na reação do neonato quando a mãe ingerir leite de vaca, banana, frutas
silvestres e cafeína. A dieta de lactante deve ser constituída de 70 a 80% de alimentos
cozidos e apenas 20 a 30% de alimentos crus. Respeitar o horário das mamadas também
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é fundamental, pois tentar amamentá-lo com cólicas com a intenção de acalmá-lo pode
aumentar a formação dos gases, piorando a cólica. Após alimentar o RN é essencial
segurá-lo na posição ereta para garantir que o ar ficará acima do leite no seu estômago,
o que ajudará a expulsar o ar quando arrotar, já que um determinante da cólica é a
quantidade de ar ingerido pela criança durante as mamadas, então deve certificar-se de
que ele está na posição correta.
A mãe deve evitar ficar nervosa, pois a ansiedade e a insegurança da família são
sentidos pelo bebê que reage com mais cólicas.
Para despistar a cólica do RN, é fundamental a reciprocidade de carinho e
confiança, o que determina uma interação positiva entre mãe e filho. É sempre
importante certificar-se se a criança encontra-se com a fralda excessivamente molhada,
pois o desconforto também provoca o choro na criança, podendo este ser confundido
com o choro da cólica.
Na tentativa de acalmar um bebê com cólica, os pais atentam para as
preferências de seu bebê. Alguns sentem-se bem quando são embalados ou balançados,
outros preferem as músicas não muito estridentes, cantigas, zumbido do ventilador,
alguns reagem a gravações de batimentos cardíacos, outros a sons que conviveram nos
nove meses de vida uterina. Carregar o bebê aconchegado ao peito num “porta-bebê”
durante as primeiras horas do dia, quando ele não está chorando, reduz a duração das
crises de choro ao anoitecer, mas não a freqüência. (NIXON,2004 )
Depois que o bebê começa a chorar, o que pode ajudar é fazer uma massagem
nas costas do bebê, uma leve pressão na barriga ou enrolá-lo num cobertor. Às vezes
quanto mais se tenta consolar um bebê mais ele chora. Significa que é hora de ajeitá-lo
bem, colocá-lo no berço e deixá-lo descarregar a energia sozinho. Isso é um bom
método de ajuda, principalmente se a mãe estiver ficando nervosa. É fundamental
manter a calma, pois estresse e tensão podem contribuir e piorar a cólica.
Para Fanny Sarfati (www.unimeds.com.br/ADMCDC/08/20/2003 ), é essencial
ressaltar a importância do apoio da família a esta mãe, já que este pode ser um
acontecimento estressante que pode levar algumas mães a apresentarem pensamentos
agressivos, terem seus casamentos abalados e levarem a sentimento de culpa por
acreditarem que seu leite não é bom, ou ainda, muitas imaginam que o neonato tem um
problema sério de saúde que os médicos não conseguem diagnosticar.
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O tratamento medicamentoso convencional é realizado sob orientação de um
profissional, com a dimeticona, composto que atua na superfície das bolhas de gás
quebrando-as, aliviando consequentemente a dor e a pressão dos gases concedendo um
efeito anti-espasmódico e anti-flatulento. O supositório de glicerina também pode ajudar
o RN a expulsar os gases ou as fezes acumulados no intestino. (RIBEIRO,2004 )
Há relatos de já terem sido utilizados sedativos para o alívio limitado da cólica,
fazendo pequeno efeito, sendo receitados em último caso, pois os efeitos colaterais
podem ser graves. (www.pampers.com/pt_BR/display.jhtml?topicid=6182,2003 )
Como suplemento alimentar da lactante, recomenda-se a ingestão de
Lactobacillus acidophilus ou Lactobacillus bifidus. Ambas são bactérias que ajudam a
melhorar a digestão e promovem uma flora intestinal saudável. A lactante deve tomar ½
colher de chá, duas vezes ao dia. Neonatos que tomam mamadeira podem tomar 1/8
colher de chá de pó de Lactobaillus acidophilus, dissolvida ao leite, duas vezes ao dia.
(www.pampers.com/pt_BR/display.jhtml?topicid=6182,2004 )
É sabido que tudo que a lactante ingere é transmitido pelo leite à criança, desta
forma, recomenda-se que esta ingira uma xícara de chá de camomila (calmante e
relaxante) duas vezes ao dia. O RN pode ingerir uma colher de chá três vezes ao dia,
dissolvida no leite ou na água, durante três ou quatro dias, diminuindo a dose para duas
vezes ao dia. (www.pampers.com/pt_BR/display.jhtml?topicid=6182,2004 )
O Funcho tem se mostrado ainda mais útil no alívio da cólica. A lactantetambém pode ingerir uma xícara de chá de gengibre, três vezes ao dia.
O chá feito a partir da hortelã-pimenta ajuda a acelerar o tempo de esvaziamento
do estômago, melhora a digestão e atua como anti-flatulento. O RN pode ingerir uma
colher de chá de hortelã-pimenta, quatro a cinco vezes ao dia, sendo feito um intervalo
de uma hora se a criança também estiver fazendo uso de preparado homeopático, pois o
hortelã-pimenta pode interferir na ação deste medicamento.
(www.pampers.com.pt_BR/display.jhtml?topicid=6182,2004 )
Preparar o chá para o RN é um ritual que exige cuidados desde a escolha dos
ingredientes até a preparação. É necessário saber a procedência das ervas e retirar as
impurezas. A quantidade da erva não potencializa o efeito do chá, o que o faz é o tempo
que o líquido repousa em contato com a erva.
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Um intervalo razoável é esperar de 5 a 10 minutos. O chá pode ser preparado
com antecedência de até 24 horas, desde que seja guardado na geladeira em recipiente
fechado, para evitar contaminação. É importante protegê-lo do calor, pois a temperatura
ambiente favorece a fermentação das ervas.
Deve ser retirado da geladeira meia hora antes de ser oferecido a criança e pode
ser aquecido se necessário. Recomenda-se em média, 50 ml, ministrados de uma só vez.
O chá sacia a fome, e por isso o RN pode não querer mamar, porém, não possui
nutrientes e sua única função é hidratar ou tratar males, e por isso, enquanto mama no
peito o RN não precisa de chás e nem de sucos, já que o leite materno mantêm um
equilíbrio perfeito de sais minerais, hidratando a criança como nenhum outro alimento
ou líquido é capaz de fazê-lo. (LIMA, ARRAES, BOTSA, AQUINO, 1995)
A massagem, de acordo com Walker (2001,pag.3),
“é um recurso médico, sendo uma das mais úteis habilidades
que um pai ou mãe pode adquirir. Sua ação é imediata, prática e
não apenas curativa como preventiva. Ela pode ser utilizada para
minimizar problemas de menor gravidade e contribui com um
elemento de alívio e conforto para aquelas crianças portadoras
de necessidades especiais.”
Quando o abdômen do RN estiver muito rígido, a massagem poderá ser
utilizada para aliviar a dor e a tensão dos gases. A peristalse deve ser estimulada, com
movimentos no sentido horário no abdômen do RN ou passar a mão nesta região de
cima para baixo, da esquerda para a direita e direita para a esquerda com movimentos na
diagonal.
A medicação homeopática também pode diminuir as cólicas do RN, mas como a
maioria das fórmulas homeopáticas, os remédios relacionados são específicos para um
determinado sintoma.
Colocynthis e Magnesia phosphorica são os relaxantes abdominais mais
receitados para a cólica. São eficazes principalmente quando usados conjuntamente. O
Carbo vegetabilis é utilizado quando o RN com cólica apresenta rosto pálido, abdome
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superior distendido e membros inferiores frios. Este RN apresenta-se agitado, chora
mesmo quando amamentado e arrota durante muito tempo após a amamentação.
Para o RN que apresenta rosto quente e vermelho, choro alto e irritado, mas pára
de chorar por um leve período quando colocado no colo, utiliza-se a camomila.
(www.pampers.com/pt_BR/display.jhtml?topicid=6182,2003 )
A medicina chinesa utiliza os recursos da estimulação em pontos locais ou à
distância, que tem por finalidade equilibrar a energia de um determinado órgão, através
dos medianos.
Como pontos locais para as cólicas intestinais no RN, mede-se uma distância de
aproximadamente quatro dedos acima, quatro abaixo, quatro a direita e quatro a
esquerda do umbigo e dá-se suaves “belisquinhos” ou pressiona-se levemente com a
unha do dedo indicador. Como pontos a distância, realiza-se pequenos toques no meio
da testa, onde equilibra o sistema nervoso central, movimentos circulares nas têmporas,
onde passa um meridiano do pâncreas e vias biliares; e pequenos ziguezagues com as
pontas dos dedos, descendo da coluna lombar até o início da prega interglútea. Dá-se
pequenos socos, logo abaixo dos joelhos, ou aperta e solta a polpa que existe na mão,
entre o punho e o polegar. (SAIDE, 1996)
Segundo Castro (1975), embora a consulta de enfermagem tenha iniciado em
1968, só foi legalizada em 1986 através da Lei n.º 7498 de 24 de Junho de 1986,
publicada no Diário Oficial da União, que dispõe sobre a regulamentação do exercício
de enfermagem, legitimando-a como atividade privativa do enfermeiro.
De acordo com o COFEN n.º 18/88:
“Considerando que a consulta de enfermagem, sendo atividade
privativa do Enfermeiro, utiliza componentes do método
científico para identificar situações de saúde/doença, prescrever
e implementar medidas de enfermagem que contribuam para a
promoção, prevenção e proteção da saúde, recuperação e
reabilitação do indivíduo, família e comunidade. Considerando
que a consulta de Enfermagem tem como fundamento os
princípios de universalidade, equidade, resolutividade e
integralidade das ações de saúde.”(Resolução COFEN-159)
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Desta forma, a consulta de enfermagem neonatal é a atividade prestada pelo
enfermeiro ao recém-nascido onde são identificadas intercorrências, são prescritas e
implementadas medidas de enfermagem que contribuam para a promoção, proteção,
recuperação e reabilitação deste cliente.
Na consulta de enfermagem neonatal são realizados: levantamento dos
problemas obtidos através do responsável (mãe); observação sistematizada para detectar
sinais e sintomas durante o exame físico; diagnóstico da situação, a partir da
identificação de problemas e avaliação das necessidades de saúde possíveis de serem
atendidas pelo enfermeiro; prescrição, indicando ações e medidas de enfermagem para
solucionar o problema do recém-nascido; registro, onde são feitas anotações objetivas
que relatem a situação do recém-nascido; prescrição e orientações feitas à mãe,com o
intuito de acolhimento mãe-bebê e inserir os familiares no processo de cuidar.
Atualmente, o Ministério da Saúde propõe um Calendário Mínimo de Consultas
para a Assistência à Criança, onde a primeira consulta ao recém-nascido deve ocorrer
até o 15º dia de vida, totalizando 7 consultas no 1º ano de vida da criança e
acompanhada até o 6º ano de vida, onde são intercaladas com a consulta médica.
(BRASIL, 2002)
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METODOLOGIA
A pesquisa clínica baseia-se na reflexão e na observação.
“O cientista observa certos fatos, reflete sobre eles, desenvolve
suas idéias, volta às observações para confirmá-
los.”(CARRAHER, pág. 9, 1998).
Ainda de acordo com Carraher, existem várias maneiras de descrever um
comportamento de modo físico; descrever as ações , ou ainda, descrever as intenções do
que é observado e o contexto em que tudo está ocorrendo, desta forma, os cientistas
dispõem de vários meios de registro, como gravadores, filmagens. Porém estes recursos
não são úteis para estudar pensamentos, intenções e valores, essenciais na pesquisa
clínica.
“Para estudarmos os pensamentos, intenções e valores
precisamos encontrar o significado do que o sujeito faz e diz (...)
interessa descobrir sua perspectiva de mundo, seu modo de
operar no mundo, os significados que ele atribui às pessoas e às
coisas. Estas não são observações diretas que fazemos de nossos
sujeitos.”(CARRAHER, pág. 10, 1998)
Na pesquisa clínica é importante registrar não só o que o sujeito diz, mas
também suasatividades, expressões e reações.
Nesta pesquisa é importante não só registrar o que foi coletado pelo instrumento,
mas também, perceber os pensamentos, intenções e sentimentos das mães ao depararem
com o sofrimento de seus filhos e por isso a pesquisa clínica foi utilizada como método,
já que baseia-se na reflexão, permitindo o desenvolvimento de idéias sobre os fatos
observados.
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Esta pesquisa tem como campo de estudo um Centro Municipal de Saúde
(CMS), localizado no Município do Rio de Janeiro, onde são realizadas as consultas do
Projeto de Extensão “Consulta de Enfermagem no Atendimento Ambulatorial ao
Recém-nascido: Uma Alternativa para Assistência” da Faculdade de Enfermagem
(FENF) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). As consultas são
realizadas duas vezes por semana – às quintas-feiras e sextas-feiras - por uma docente
do Departamento de Materno-Infantil da FENF/UERJ, por uma enfermeira funcionária
do CMS e por discentes da graduação.
Os sujeitos desta pesquisa são as mães de recém-nascidos (RN) que sofrem de
cólica, atendidos na consulta de enfermagem neonatal do CMS.
Para fundamentar nossa pesquisa e atender aos objetivos , foi utilizado um
formulário como instrumento de coleta de dados.
O primeiro formulário elaborado era composto por quinze perguntas, sendo oito
abertas e sete fechadas. O instrumento foi aplicado em mães que esperavam pela
consulta de enfermagem, a fim de testar o entendimento das perguntas por parte destas
mães. Após o teste, observamos a necessidade de fazer alterações, pois percebemos que
este estava muito longo e a pergunta abaixo induzia a resposta.
“4- Tomou alguma providência? ( ) Sim ( )Não”
Após a reformulação do instrumento este foi novamente testado e concluído,
passando a ter sete perguntas, sendo três abertas, três fechadas e uma mista.
Os dados foram coletados em novembro de 2003 a junho de 2004 através deste
referido instrumento; após a aplicação do termo de consentimento livre e esclarecido, de
acordo com a Resolução 196/96 e depois de concordarem e assinarem o termo.
A pesquisa utilizou as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT).
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RESULTADO E DISCUSSÃO
Apesar de muitas mães tentarem com as melhores das intenções aliviar a cólica
de seus filhos, muitas não tinham conhecimentos para tal e utilizavam das crendices
populares e ainda de métodos farmacológicos sem orientação de um profissional. A
maioria utilizava chás, porém dava-os diretamente ao lactente, pois desconheciam que
seus princípios ativos passavam à criança durante a amamentação.
Estas mães tinham o conhecimento do que seria a cólica, muitas responderam
serem gases, porém não sabiam o que ocasionavam e o que elas poderiam estar fazendo
para evitar o aparecimento da mesma.
Além das orientações dadas no pré-natal referentes à alimentação durante a
gestação e após esta, para evitar alimentos que produzam gases. E também evitar álcool,
cigarro e cafeína , é importante enfatizar o posicionamento do lactente durante e após as
mamadas para evitar que este engula ar e propicie a formação da cólica.
A interpretação do choro é essencial, já que uma interpretação errada, pode
aumentar a ansiedade da mãe o que poderia estar provocando mais cólica.
O tratamento Homeopático e a Acupuntura eram desconhecidos pelas mães.
CONCLUSÃO
Podemos observar que apesar das mães saberem o que é a cólica, muitas
desconheciam métodos simples, porém de grande eficácia tanto para a cólica quanto
para a constipação, como as massagens e o aquecimento da parede abdominal.
Sendo a Consulta de Enfermagem um diferencial, e de acordo com o Programa
de Acolhimento Mãe-bebê, devemos não apenas levantar as intercorrências que
acometem esse recém-nascido neste período de transição, mas também inserir os pais no
processo de cuidar de seus filhos; até mesmo com a dificuldade de mudanças de hábitos
de vida.
Esclarecendo as dúvidas e orientando adequadamente a respeito dos tratamentos,
do que poderiam estar evitando fazer e o que poderiam fazer para amenizar a cólica.
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Nesta consulta a presença da família é de suma importância, visto que o
convívio, a ansiedade e a insegurança da família interferem no aparecimento da
sintomatologia.
REFERENCIAS
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Departamento de
Atenção Básica. Saúde da Criança: Acompanhamento do Crescimento e
Desenvolvimento Infantil. Brasília.2002.100p.
CARRAHER,T.N. O Método Clínico: Usando os Exames de Piaget. 5ª ed. São
Paulo:Cortez, 1998.
CASTRO, I.B. Estudo Exploratório Sobre a Consulta de Enfermagem. Revista
Brasileira de Enfermagem, Rio de Janeiro. N.28. p. 76-94.1995.
COMITÊ DE CONSULTA DE ENFERMAGEM. Revista Brasileira de Enfermagem,
Brasília. V.32. P.47,1979.
CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM/COFEN. Resolução nº159/1993.
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Enfermagem. Conselho Regional de Enfermagem, Rio de Janeiro.2000.
FIGUEIREDO, I. Princípios de Neonatologia. Rio de Janeiro: Cultura Médica, 1984.
LAMARE, R. A Vida do Bebê. 33ª ed. Rio de Janeiro: Block, 1982.
LIMA, I.N., ARRAES, L., BOTSARIS, A.S., AQUINO.M,T.C. Chás para Hidratar e
Aliviar os Males do Bebê. Crescer, São Paulo. Globo. N. 24. P. 76-77. Nov.,
1995.106p.
SAIDE, M.F. Entendendo os Bebês. Rio de Janeiro: Medsi, 1996.
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WALKER, P. A Arte e a Prática da Massagem em Bebês: Um Guia Passo a Passo de
Diversas Práticas e Exercícios de Flexibilidade para Bebês de Até 3 Anos. 1ª ed. São
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AGUIAR, M.S.V. Disponível em: < www.ronet.com.br/babydoc/rn.html > Acesso em
10 jan. 2004.
NIXON. Lidando com as cólicas. Disponível em:
http://br.dir.yahoo.com/saude/saude_Infantil Acesso em 10 jan. 2004.
PINHEIRO FILHO, J. C. O recém-nascido: Cólicas, 1997. Disponível em:
< www.geocities.com/heartland/Plains/8436/rn.html> Acesso em 10 jan. 2004.
RIBEIRO, L. Disponível em :< www.falcaodominho.pt/752/71_16.html> Acesso em 10
jan. 2004.
SARFATI, F. Disponível em: www.unimeds.com.br/ADMCDC/08/20/2003 Acesso em
10 jan.2004.
< www.pampers.com/pt_BR/display.jhtml?topcid=6182> Acesso em 9 jan. 2004.
ANEXOS
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
CENTRO BIOMÉDICO
FACULDADE DE ENFERMAGEM
AS MEDIDAS UTILIZADAS PELAS MÃES DE RECÉM-NASCIDOS FRENTE A
CÓLICA DE SEUS FILHOS
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
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Assinando este documento estou concordando em participar da pesquisa sobre a
cólica do recém-nascido, desenvolvida por acadêmicos da Faculdade de Enfermagem da
Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
Fui informada que o presente estudo tem por finalidade contribuir para o
conhecimento dos enfermeiros sobre a cólica do recém-nascido, adequando a assistência
fornecida pela consulta de enfermagem a seu público alvo.
Estou ciente que a investigação tem como instrumento de coleta de dados um
formulário, que minhas respostas serão anotadas e que meu depoimento será doado para
o Centro de Memória da referida instituição. Fui informada que a coleta de dados tem a
garantia de ser livre, que mesmo após seu início posso recusar-me a participar, e minha
recusa não prejudicará o atendimento recebido por mm ou qualquermembro de minha
família. Disseram-me também que a qualquer momento posso solicitar as informações
que desejar e meu nome será mantido em sigilo.
Compreendo que terei acesso aos resultados do estudo, caso eu os solicite e que
em caso de dúvida devo contatar com as acadêmicas Francine, Lídia ou Schostilaine.
Declaro que li e entendi todas as informações sobre essa pesquisa, e todas as
minhas perguntas foram respondidas a contento. Portanto voluntariamente concordo em
participar.
Data:
Nome e Assinatura do Respondente:_________________________________________
Nome e Assinatura da Acadêmica:___________________________________________
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
CENTRO BIOMÉDICO
FACULDADE DE ENFERMAGEM
AS MEDIDAS UTILIZADAS PELAS MÃES DE RECÉM-NASCIDO FRENTE A
CÓLICA DE SEUS FILHOS
FORMULÁRIO
CODINOME:___________________________________________________________
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IDADE:______________________
ESCOLARIDADE: ( )1º GI ( ) 1ºGC ( ) 2ºGI ( ) 2ºGC
N.º. DE FILHOS:____________________
1. O QUE VOCÊ ENTENDE POR CÓLICA ?________________________________
______________________________________________________________________
2. SEU FILHO TEM OU JÁ TEVE CÓLICA ?
( ) SIM (PULE PARA PERGUNTA 3) ( ) NÃO
2.1. SE NÃO, VOCÊ SABERIA IDENTIFICAR A CÓLICA NA CRIANÇA?
( )SIM ( ) NÃO
2.2. SABERIA COMO PROCEDER NESTE CASO?
( ) SIM ( ) NÃO
3. COMO VOCÊ PERCEBEU QUE SEU FILHO ESTAVA COM CÓLICA ?_______
______________________________________________________________________
4. COMO PROCEDEU ?__________________________________________________
______________________________________________________________________
MASSAGENS ? ( ) QUAIS ?______________________________________________
COMO ?_______________________________________________________________
CHÁS ? ( ) QUAIS ?____________________________________________________
COMO ?_______________________________________________________________
MEDICAMENTOS ? ( ) QUAIS ?_________________________________________
COMO ?_______________________________________________________________
OUTROS ? ( ) QUAIS ?_________________________________________________
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COMO ?_______________________________________________________________
5. QUAL MEDIDA TEVE EFEITO MAIS BENÉFICO PARA SEU FILHO ?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______
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