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15.DIREITO TRIBUTARIO

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DELEGAÇÃO DE SERVIÇOS NOTARIAIS E REGISTRAIS DO RS 
 
 
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 DIREITO CONSTITUCIONA 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
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SUMÁRIO 
 
1. SISTEMA TRIBUTÁRIO BRASILEIRO ................................................................. 03 
2. PRINCÍPIOS E HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIA .................... 06 
3. CONCEITO E CLASSIFICAÇÃO DE TRIBUTO ...................................................... 12 
4. VIGÊNCIA E APLICAÇÃO DA LEI TRIBUTÁRIA .................................................. 16 
5. INTERPRETAÇÃO E INTEGRAÇÃO DA LEI TRIBUTÁRIA.................................... 18 
6. LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR: PRINCÍPIOS + IMUNIDADES ............. 20 
7. OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA E SEUS SUJEITOS .................................................... 25 
8. CRÉDITO TRIBUTÁRIO ...................................................................................... 34 
9. ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA........................................................................ 41 
10. INFRAÇÕES TRIBUTÁRIAS .............................................................................. 44 
11. PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO FEDERAL .................................. 45 
12. PROCESSO JUDICIAL TRIBUTÁRIO ................................................................. 46 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 DIREITO CONSTITUCIONA 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
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O Direito tributário é a disciplina jurídica dos tributos. É ramo do Direito 
Público que rege as relações jurídicas entre o Estado, ao exercitar seu poder 
fiscal, e os particulares, pessoas naturais ou jurídicas, decorrentes da 
atividade financeira no que concerne à obtenção do tributo. É composto de 
normas cogentes, impondo ao particular o dever de adimplemento do 
tributo e penalidades decorrentes da relação tributária – obrigações de dar, 
bem como da exigência de condutas voltadas ao seu cumprimento – 
obrigações de fazer, não-fazer ou tolerar. Ocupa-se das relações entre o 
Fisco e as pessoas sujeitas a imposições tributárias de qualquer espécie, 
limitando o poder de tributar e protegendo o cidadão contra os abusos 
desse poder. 
 
 1.1 ESTRUTURA 
O Sistema Tributário Nacional tem como fundamento de validade a Constituição da República 
Federativa do Brasil de 1988 que traz, em seu Título VI, Capítulo I, “Do Sistema Tributário Nacional” 
(artigos 145 a 162), os quais estabelecem os Princípios Gerais, as Limitações ao Poder de Tributar, a 
Competência para a Instituição de Tributos e a Repartição das Receitas Tributárias. 
O Código Tributário Nacional, Lei n.° 5.172, de 25 de outubro de 1966, foi introduzido no 
ordenamento jurídico pátrio como lei ordinária, em razão de viger naquele momento a Constituição 
Federal de 1946 e a Emenda Constitucional n.º 18 de 1965. Com o advento da CRFB/1988, o Código 
Tributário Nacional foi recepcionado com status de Lei Complementar, em razão da matéria que 
dispõe (ratio materiae). Assim, o Código Tributário Nacional tem hierarquia, status, força de Lei 
Complementar, uma vez que somente pode ser alterado por Lei Complementar, não podendo ser 
alterado por lei ordinária. 
 
 1.2 FONTES 
Para o Direito, “Fonte” significa aquele órgão ou norma de onde vem o direito. As fontes 
materiais são aqueles órgãos que produzem o direito. No Estado de Direito, normalmente, o órgão 
encarregado de produzir o direito é o Poder Legislativo. As fontes formais são: a Constituição 
Federal, que é a Própria Lei Fundamental do Estado; As Emendas Constitucionais; As Leis 
Complementares; Leis Ordinárias; enfim, a “legislação tributária”. 
Há que dizer que a “legislação tributária” compreende: as leis, os tratados e as convenções 
internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre 
tributos e relações jurídicas a ele pertinentes. É o que se encontra nos artigo 2.º e 96 do CTN que 
será melhor analisado oportunamente. 
 Fontes Formais principais são as leis em sentido amplo, nas suas várias formas legislativas e as 
Fontes Formais secundárias são os atos administrativos normativos, como os decretos, 
regulamentos, atos, instruções, entre outros. Há ainda os costumes administrativos e os convênios 
entre órgãos estatais. Assim, há os seguintes: 
Emendas à Constituição  podem modificar o sistema tributário nacional, com limites; 
Leis Complementares  devem ser aprovadas por maioria absoluta dos membros do 
Congresso Nacional; 
 
 
 
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Tratados e Convenções Internacionais  a celebração de Tratado Internacional dá-se pelo 
Presidente da República, nos termos do artigo 84, VIII da CRFB/1988. O Tratado é referendado 
pelo Congresso Nacional, via Decreto Legislativo, com fundamento no artigo 49, I, da 
CRFB/1988. O Presidente expede Decreto, para promulgar o ato internacional. No Direito 
Tributário, tem força de Lei Ordinária. 
Leis Ordinárias  veículo introdutor ordinário para instituição e majoração de tributos e 
penalidades, decorrente do Princípio da Legalidade, observadas as exceções; 
Leis Delegadas  são elaboradas pelo Presidente da República que, antes, deve solicitar a 
delegação ao Congresso Nacional. 
Decretos Legislativos  servem para o Poder Legislativo aprovar atos do Poder Executivo, 
como os tratados e convenções internacionais; 
Medidas Provisórias  o Presidente da República pode adotar medidas provisórias, em caso 
de relevância e urgência com força de lei. 
Resoluções do Senado  definem alíquotas máximas e mínimas de determinados impostos; 
Normas e Decretos complementares  são os atos administrativos de competência exclusiva 
dos chefes do Executivo; 
Decreto  é inteiramente subordinado à Lei sendo usados para aprovação de regulamentos; 
Atos normativos  são expedidos por autoridades administrativas. 
Decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa. 
Práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas (usos e costumes); 
Convênios → que entre si celebram a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; 
Jurisprudência  é o conjunto das soluções dadas pelo Poder Judiciário às questões de 
direito, ou a solução reiterada (solução uniforme) no mesmo sentido. 
Doutrina  é a produção dos doutores, juristas e estudiosos do Direito Tributário, constituída 
pela elaboração de conceitos, explicação de institutos jurídicos da tributação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Para fixar, não esqueça: 
 
 
 
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 1.3 EVOLUÇÃO HISTÓRICA 
Os tributos existem desde a Antiguidade e sempre foram a forma de o Estado obter as receitas 
necessárias à consecução dos seus fins. Sob o regime absolutista, as imposições fiscais decorriam 
tão-somente da vontade do soberano. O primeiro diploma legal sobre garantias do contribuinte foi a 
Magna Carta Inglesa de 1215, na qual os Barões limitaram o poderda Coroa. A primeira codificação 
do direito tributário – RAO – deu-se na Alemanha, em 1909, obra de Enno Becker. 
 No Brasil, após a Emenda Constitucional número 18 de 1965, que realizou a “Reforma 
Tributária”, surgiu o Código Tributário Nacional, elaborado por uma Comissão chefiada por Rubens 
Gomes de Souza. O artigo 7.º do Ato Complementar número 36, de 13 de março de 1967, 
denominou-o Código Tributário Nacional. 
 
 
 
 
O Sistema Tributário Nacional é orientado e fundamentado por seus 
princípios constitucionais tributários. Em síntese, todos os princípios adiante 
colacionados têm como escopo atuar nas limitações ao poder tributar, na 
repartição das competências e receitas tributárias, bem como na 
delimitação das espécies tributárias passíveis de instituição. Em grande 
parte, constituem-se em princípios que atuam limitando os poderes do 
Estado-Fisco e conferindo garantias fundamentais aos contribuintes frente à 
soberania estatal. 
 
 2.1 PRINCÍPIO DA LEGALIDADE 
No Sistema Constitucional Tributário, vige o princípio da estrita legalidade tributária, o 
Princípio da Legalidade Tributária, pelo qual a lei, compreendida em seu sentido estrito, pode criar 
ou aumentar o tributo, devendo ser editada somente pelo Poder Legislativo. Entretanto, a Medida 
Provisória e a Lei Delegada são instrumentos que, excepcionalmente, atuam com força de lei, 
observadas as disposições constitucionais, como se verá adiante. 
O Poder Legislativo deve ser competente e a norma tributária que cria ou aumenta tributo 
deve estar detalhadamente definida pela Lei Ordinária, com a descrição abstrata de sua hipótese de 
incidência, seu sujeito passivo, seu sujeito ativo, sua base de cálculo e sua alíquota. Portanto, as 
exigências do princípio da legalidade tributária são cumpridas quando a lei delimita, concreta e 
exaustivamente, o fato tributável. 
O princípio da legalidade encontra abrigo no artigo 150, I, da CF que garante que nenhum 
tributo será instituído, nem aumentado, a não ser por meio de lei, a saber: 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, 
ao Distrito Federal e aos Municípios: 
I – exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça; 
 
 
 
 
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Por decorrência lógica, via de regra, afastadas as exceções, as espécies tributárias somente 
podem ser aumentadas ou instituídas por lei, ordinária ou complementar, nos casos expressamente 
previstos na Constituição. Decreto, Portaria, entre outros atos infralegais, não podem instituir ou 
aumentar tributos. 
Hugo de Brito Machado afirma que a lei instituidora do tributo há de conter: (a) a descrição do 
fato tributável; (b) a definição da base de cálculo e da alíquota, ou outro critério a ser utilizado para o 
estabelecimento do valor do tributo; (c) o critério para a identificação do sujeito passivo da 
obrigação tributária; (d) o sujeito ativo da relação tributária, se for diverso da pessoa jurídica da qual 
a lei seja expressão de vontade. 
Em suma, são os critérios que compõe a regra-matriz de incidência tributária, quais sejam, o 
critério material, o critério espacial, o critério temporal, o critério quantitativo e o critério pessoal. 
Cumpre esclarecer que o princípio da legalidade exige que a Lei Ordinária/Lei Complementar crie ou 
aumente tributo. O prazo de vencimento do tributo, por sua vez, não necessita ser estabelecido pela 
lei, podendo ser definido por ato infralegal, bem como a mera atualização da base de cálculo do 
tributo, a teor do artigo 97, § 2º do Código Tributário Nacional (CTN). 
 
2.1.1 DA LEI COMPLEMENTAR EM MATÉRIA TRIBUTÁRIA 
A lei complementar requer maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional, 
diferentemente da lei ordinária que requer a maioria simples presente a maioria absoluta dos 
Parlamentares. As matérias próprias de lei complementar são: 
a) Artigo 146 da CRFB/1988: 1) resolver os conflitos de competência entre os entes 
tributantes; 2) regular as limitações do poder de tributar previstas nos artigos 150 a 152 da 
CRFB/1988; 3) estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente 
sobre: definição de tributos e suas espécies, obrigação, lançamento, crédito, prescrição e 
decadência, adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades 
cooperativas, definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para 
as empresas de pequeno porte, inclusive regimes especiais ou simplificados; 
b) Artigo 146 – A da CRFB/1988: prevenir desequilíbrios de concorrência; 
c) Artigo 148 da CRFB/1988: empréstimo compulsório; 
d) Artigo 153, VII da CRFB/1988: impostos sobre grandes fortunas; 
e) Artigos 154, I e 195 § 4.º da CRFB/1988: impostos inominados/residuais e das contribuições 
previdenciárias (seguridade social) residuais; 
f) Artigo 156, III da CRFB/1988: definição dos serviços de qualquer natureza; 
g) Artigo 155, § 2.º, XII da CRFB/1988: ICMS: definir seus contribuintes, dispor sobre 
substituição tributária, regime de compensação, fixar estabelecimento responsável, o local das 
operações, excluir incidência do imposto, nas exportações, casos de manutenção de crédito, 
regular a forma, mediante deliberação dos Estados e do Distrito Federal, isenções, incentivos e 
benefícios fiscais, definir combustíveis e lubrificantes sobre os quais o imposto incidirá; fixar a 
base de cálculo também na importação do exterior de bem, mercadoria ou serviço. 
 
 2.1.2 DA LEI DELEGADA 
A Lei Delegada é regulada no art. 68 da Constituição e será elaborada pelo Presidente da 
República, que deverá solicitar a delegação ao Congresso Nacional. A lei delegada possui restrições 
constitucionais, não podendo versar sobre matéria reservada à lei complementar. 
 
 
 
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2.1.3 DA MEDIDA PROVISÓRIA 
A Medida Provisória está prevista no art. 59, V, e regulada no art. 62, ambos da Constituição. 
Está equiparada e possui força de lei e, em virtude disso, conforma o princípio da legalidade, sendo 
editada pelo Presidente da República. 
LEMBRE-SE: 
 As medidas provisórias não podem tratar de matéria reservada à Lei Complementar, sendo 
assim, não podem instituir empréstimo compulsório, impostos inominados, imposto sobre grandes 
fortunas e/ou contribuições previdenciárias residuais. 
LEMBRE-SE: 
Quanto aos tributos sujeitos ao princípio da anterioridade, a medida provisória que institua 
ou majore tributos somente produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se esta houver sido 
convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada. O artigo 62, § 2º da CRFB/1988, 
apresenta suas exceções: imposto de importação de produtos estrangeiros; exportação para o 
exterior de produtos nacionais ou nacionalizados; produtos industrializados; operações de crédito 
e imposto extraordinário de guerra (154, II, do CTN). 
 
 2.1.4 DAS EXCEÇÕES AO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE 
 Dos Impostos Flexíveis ou Regulatórios: como exceção ao princípio da legalidade estão os 
impostos flexíveis ou regulatórios. Flexíveis porque é facultado ao Poder Executivo, atendidos os 
limites estabelecidos em lei, alterar suas alíquotas. São eles: Imposto de Importação (II), Imposto de 
Exportação (IE), Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e Imposto sobre operações de crédito, 
câmbio e seguro, ou relativos a títulos ou valores mobiliários (IOF). 
 Da CIDE – COMBUSTÍVEIS – como exceção ao princípio da legalidade: com o advento da 
Emenda Constitucional n.º 33/2001, nos termos do artigo 177, § 4.º, I, b, da CRFB/1988, a 
contribuição de intervençãono domínio econômico relativa às atividades de importação ou 
comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool combustível 
(CIDE) poderá ter sua alíquota reduzida e restabelecida por ato do Poder Executivo. 
 A extinta contribuição provisória sobre movimentação ou transmissão de valores e de 
créditos e direitos de natureza financeira – CPMF: como exceção ao princípio da legalidade figura 
também a CPMF. A CPMF está prevista no artigo 74 do Ato das Disposições Constitucionais 
Transitórias – ADCT1. A peculiaridade da CPMF é que a alíquota máxima resta estabelecida 
constitucionalmente (artigo 75 e parágrafos do ADCT da CRFB/1988), sendo facultado ao Poder 
Executivo reduzi-la ou restabelecê-la. Portanto, é exceção ao princípio da legalidade, em razão da 
redução ou restabelecimento da alíquota por ato do Poder Executivo. 
 Do ICMS incidente sobre combustíveis: nos termos do artigo 155, § 4.º, IV, da CRFB/1988, as 
alíquotas do ICMS incidente sobre combustíveis serão definidas mediante deliberação dos Estados e 
do Distrito Federal, ou seja, por convênio entre os Estados-Membros. Assim, também se trata de 
exceção ao princípio da legalidade. 
 
 2.2 PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE 
A CRFB/1988 veda expressamente a cobrança do tributo no mesmo exercício financeiro em 
que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou (art. 150, III, b), sendo que o exercício 
 
1 CRFB/1988, ADCT, art. 74: “A União poderá instituir contribuição provisória sobre movimentação ou transmissão de valores e de crédito e 
direitos de natureza financeira”. 
 
 
 
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financeiro corresponde com o ano civil, nos termos da Lei 4320/64. Nestes termos, a lei publicada em 
um exercício financeiro só terá incidência/efeitos no exercício subsequente. Exercício financeiro 
coincide com o ano civil (01 de janeiro a 31 de dezembro). 
A anterioridade aplica-se somente quando ocorrer instituição ou aumento de tributo. Via de 
regra, caso não haja disposição em contrário, a redução do tributo importa em vigência imediata. As 
taxas e a contribuição de melhoria obedecem ao princípio da anterioridade. 
São exceções ao princípio da anterioridade: 
 Empréstimo compulsório, somente o previsto no art. 148, I, CRFB/1988, para atender as 
despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua 
iminência; 
 II – Imposto de Importação de produtos estrangeiros, art. 153, I, da CRFB/1988; 
 IE – Imposto de Exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados, art. 
153, II, da CRFB/1988; 
 IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados, art. 153, IV, da CRFB/1988; 
 IOF – Imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores 
mobiliários, art. 153, V, da CRFB/1988; 
 Impostos Extraordinários na iminência ou no caso de guerra externa, art. 154, II, da 
CRFB/1988; 
 CIDE-combustíveis no que se refere a alterações de alíquotas, art. 177, § 4.°, I, b, da 
CRFB/1988; 
 ICMS-combustíveis no que se refere a alterações de alíquotas e na forma prevista no art. 
155, § 4,°, IV, c. 
 
 2.2.1 PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE DOS NOVENTAS DIAS 
O legislador incluiu no Texto Constitucional a alínea c no art. 150, III, da CRFB/88. Além de 
observar o princípio da anterioridade, deverão os entes tributantes, ao instituir ou aumentar tributo, 
observar o princípio da anterioridade dos noventa dias para a sua entrada em vigor. Esta modificação 
foi criada pela Emenda Constitucional n.° 42/2003, a saber: 
c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou 
aumentou, observado o disposto na alínea b; 
As taxas e a contribuição de melhoria obedecem ao princípio da anterioridade dos noventa 
dias. 
São exceções ao princípio da anterioridade dos noventa dias: 
 Empréstimo compulsório, somente o previsto no art. 148, I, CRFB/1988, para atender as 
despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua 
iminência; 
 II – Imposto de Importação de produtos estrangeiros, art. 153, I, da CRFB/1988; 
 IE – Imposto de Exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados, art. 
153, II, da CRFB/1988; 
 IR – Imposto de renda e proventos de qualquer natureza, art. 153, III, da CRFB/1988; 
 
 
 
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 IOF – Imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores 
mobiliários, art. 153, V da CRFB/1988; 
 Impostos Extraordinários na iminência ou no caso de guerra externa, art. 154, II, da 
CRFB/1988; 
 IPVA – Imposto sobre a propriedade de veículos automotores, art. 155, III, da CRFB/1988, 
somente no que tange à fixação da base de cálculo; 
 IPTU – Imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana, art. 156, I, da CRFB/1988, 
somente no que se refere à fixação da base de cálculo. 
 
2.2.2 DO PRINCÍPIO DA NOVENTENA NAS 
CONTRIBUIÇÕES DA SEGURIDADE SOCIAL 
Quanto às contribuições da seguridade social, estão abarcadas somente pelo Princípio da 
Noventena das Contribuições Sociais, é o que se depreende do artigo 195, § 6.°, da CRFB/1988: 
As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas após decorridos 
noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes 
aplicando o disposto no art. 150, III, b. 
 
 2.3 PRINCÍPIO DA ISONOMIA 
A Constituição proíbe que seja instituído tratamento desigual entre contribuintes que se 
encontrem em situação equivalente, vedada qualquer distinção em razão de ocupação profissional 
ou função por eles exercidas, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos 
ou direitos. O princípio da isonomia está previsto no artigo 150, II, da CFB/88: “instituir tratamento 
desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção 
em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da 
denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos”. 
 
 2.4 PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE 
De acordo com esse princípio, a lei tributária só tem validade em relação aos fatos geradores 
ocorridos depois do início da vigência da lei que houver instituído ou aumentado os tributos. Neste 
contexto, preceitua o artigo 150, III, a, da CFB/88: “em relação a fatos geradores ocorridos antes do 
início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado; respeitando assim o princípio de que 
a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito a coisa julgada.” 
Hugo de Brito Machado2 conceitua o princípio da irretroatividade: 
Como expressão do princípio da segurança jurídica a irretroatividade é preceito universal. Faz 
parte da própria ideia do Direito. Ocorre que o legislador poderia, por razões políticas, elaborar leis 
com cláusulas expressas determinando sua aplicação retroativa. Então, para tornar induvidosa a 
desvalia de tais retroativas e para dar segurança jurídica, erigiu-se este princípio em norma da Lei 
Maior, segundo a qual é vedada a cobrança de tributos ‘em relação a fatos geradores ocorridos antes 
do início da lei que os houver instituído ou aumentado’. 
 
 2.4.1 EXCEÇÕES AO PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE 
As exceções estão previstas no art. 106 do CTN: 
 
2 MACHADO, Hugo de Brito. Curso de Direito Tributário. Malheiros. 2006.p.141. 
 
 
 
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 Leis interpretativas: o inciso I estabelece que, em qualquer caso, não se aplica a 
irretroatividade às leis chamadas de interpretativas. As leis interpretativas são aquelas que 
almejam explicar, clarear o significado de lei anterior na qual houve divergência. Não há 
penalidade pela infração aos dispositivos interpretados de maneira diversa. 
 Ato não definitivamente julgado: aplica-se somente quando não ocorreu a coisa julgada. 
 
Em todas as alíneas, estabelece-se a retroatividade benigna da lei. Note-se que esta 
retroatividade não tem o condão de alcançar a base de cálculo, a alíquota dos tributos, mas somente 
as penalidades/multas. Neste mote, a lei retroage somente quando não existente a coisa julgada e 
concorrentemente com algum dos casos: a lei deixou de definir como infração, deixe de tratá-lo 
como contrário a qualquer exigência e/ou comine pena menos severa. 
 
 2.5 PRINCÍPIO DA CAPACIDADE CONTRIBUTIVA 
Inicialmente, importa dizer que a Capacidade Contributiva significa a capacidade econômica de 
pagar o tributo, sendo decorrente da obrigação jurídica de cumprir determinada prestação de 
natureza tributária. A capacidade contributiva é uma capacidade econômica específica relacionada 
com a imposição tributária. Aplica-se aos impostos, conforme dispõe o art. 145, § 1o da CRFB/88. 
Dessa forma, os impostos devem ser cobrados de acordo com as possibilidades de cada 
contribuinte, visando tratar os desiguais de modo desigual, este é o princípio da Capacidade 
Contributiva que tem previsão legal no artigo 145, § 1.° da CFB/88 que, ao se referir à capacidade 
econômica, faz alusão à capacidade contributiva, determinando que o contribuinte, sempre que 
possível, contribua para a manutenção dos gastos públicos na razão de sua força econômica. 
 
 2.6 PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO DO CONFISCO 
De acordo com o Principio da Vedação do Confisco, o tributo deve ser razoável, não podendo 
ser tão oneroso que chegue a representar um verdadeiro confisco. Estabelece o artigo 150, IV, da 
Constituição: “Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos 
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: IV - utilizar tributo com efeito de confisco.” 
Dessa forma, conforme o disposto na CRFB/88, é vedado aos entes tributantes fazer uso de 
tributação confiscatória que fira a capacidade contributiva, a isonomia, o direito de propriedade e o 
princípio da razoabilidade, dentre outros princípios, subtraindo a fonte geradora da riqueza 
tributável, cabendo ao Poder Público afastar a tributação que se apresente demasiadamente 
excessiva para os contribuintes. 
 
 2.7 PRINCÍPIO DA LIBERDADE DE TRÁFEGO 
A lei tributária não pode limitar o tráfego interestadual ou intermunicipal de pessoas e bens, 
salvo o pedágio de via conservada pelo Poder Público. Este princípio encontra abrigo no art. 150, 
inciso V, da CFB/88 que veda: “estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de 
tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias 
conservadas pelo Poder Público”. 
Cumpre ressaltar que esse princípio não impede a cobrança do ICMS, uma vez que o fato 
gerador desse tributo não é a mera transposição dos limites entre os entes tributantes, mas 
operações de vendas ou serviços de transporte interestadual e intermunicipal. A Constituição faz a 
ressalva do pedágio para legitimar a sua cobrança no caso das vias conservadas pelo Poder Público. 
 
 
 
 
 
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 2.8 OUTRAS LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR 
O tributo da União deve ser igual em todo território nacional, sem distinção entre os Estados, 
possui previsão legal no artigo 151, I e II, da CFB/88. Tais dispositivos legais proíbem que a União 
institua tributo que não seja uniforme em todo território nacional ou que faça distinção, concedendo 
preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a determinado Município em prejuízo de 
outro, independentemente dos incentivos fiscais, visando o equilíbrio no desenvolvimento entre as 
regiões do país. 
 
Relembre os princípios de Direito Tributário: 
 
 
 
 
O artigo 3.º do CTN conceitua tributo nestes termos: 
Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa 
exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade 
administrativa e plenamente vinculada. 
 
Tributo é toda prestação pecuniária compulsória 
O pagamento do tributo é uma obrigação de dar dinheiro, com a finalidade de custear o 
Estado. O Direito Tributário impõe unilateralmente o dever de pagar o tributo, independentemente 
da vontade do obrigado, ou seja, da vontade do contribuinte. 
 
 
 
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Em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir 
O que significa dizer que a moeda é a via ordinária para o pagamento de tributos “ou cujo 
valor nela se possa exprimir”, em face de poder ser pago por estampilha ou vale postal. Cumpre 
destacar, portanto, que na legislação tributária brasileira é vedado o pagamento de tributo in natura 
e in labore. Como exceção, pode-se referir a Lei Complementar 104/2001 que passou a admitir a 
dação em pagamento de bens imóveis prevista no artigo 156, IX, do CTN. 
 
Que não constitua sanção de ato ilícito 
Significa que a lei não pode incluir na hipótese de incidência tributária a ilicitude. 
Exemplificando, não pode a lei (hipótese de incidência) prever a cobrança de ICMS sobre operações 
de circulação da droga “heroína”. Entretanto, não impede que o resultado financeiro da consequente 
ilicitude gere obrigações de pagar tributo, pois atende a hipóteses de incidência, tais como: auferir 
renda (IR). 
 
Instituída em lei 
De acordo com o princípio da legalidade só a lei pode criar tributos, sendo vedada a criação de 
tributo mediante ato infralegal. Deve-se observar as exceções expressamente previstas pela CFB/88, 
nos termos do artigo 62, § 2º da CRFB/1988, quanto às medidas provisórias. 
 
Cobrado mediante atividade administrativa plenamente vinculada 
Essa regra significa que a lei não deixa ao alvitre do agente da administração tributária que 
faça juízo de oportunidade e conveniência no que tange à cobrança de tributos, devendo o agente, 
sempre que tomar ciência da ocorrência de um fato gerador fazer o lançamento e cobrar o tributo 
em decorrência do princípio da indisponibilidade do interesse público, sendo vedado por iniciativa 
própria, deixar de fazê-lo, sob pena de responsabilidade funcional. 
 
Classificação dos Tributos 
A Constituição Federal, em seu artigo 145, estabelece que a União, os Estados, o Distrito 
Federal e os Municípios poderão instituir impostos, taxas e contribuições de melhoria. 
Outras duas espécies tributárias elencadas na Constituição são os empréstimos compulsórios - 
previstos no artigo 148, I e II, da CRFB/88 – e as contribuições especiais – nos termos dos arts. 149, 
149-A e 195 da CRFB/88. 
O CTN considera como espécies tributárias os impostos, taxas e contribuições de melhoria, 
porém, a ideia de que se deve analisar exclusivamente o fato gerador e, com base nele, classificar o 
tributo como uma das três espécies, posição defendida pela chamada escola tricotômica foi superada 
a partir do momento em que a CRFB/88 estabeleceu cinco espécies tributárias distintas: impostos, 
taxas, contribuições de melhoria, empréstimos compulsórios, contribuições especiais que abarcam as 
contribuições do art.149, 149-A e 195 da CRFB/88. 
 
 3.1 IMPOSTOS 
Osimpostos são chamados de tributos não vinculados, já que seu fato gerador não está ligado 
a nenhuma atividade estatal específica. Seu conceito está explicitado no artigo 16 do CTN que assim 
preceitua: “imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de 
qualquer atividade estatal específica em relação ao contribuinte.” 
 
 
 
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A receita da arrecadação de impostos servirá para financiamento do ente estatal, custeando 
serviços e finalidades a serem postos para toda a coletividade, independendo se para contribuintes 
ou não-contribuintes. Tal valor é aplicado na sociedade como um todo, desimportando o indivíduo 
que foi sujeito da relação jurídico-tributária. Ressalte-se que tal exação pode nascer ou pelo 
comportamento ou pela situação jurídica do sujeito. Conforme artigo 167, IV, da Constituição fica 
vedada a vinculação da receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, salvo as exceções 
expressamente apresentadas3. 
Os impostos incidem: 
– sobre o comércio exterior; 
– sobre o patrimônio; 
– sobre a prestação de serviços; 
– sobre a renda; 
– sobre a produção; 
– sobre operações de circulação de mercadorias; 
– ainda sobre outras situações assim definidas expressamente pela CRFB/1988. 
 
A progressividade do imposto tem como escopo a majoração das alíquotas dos impostos, 
conforme o critério base estabelecido na Constituição. O montante do imposto é alterado 
progressivamente, tendo como fim último a completa efetivação, em tese, do princípio da isonomia 
e da capacidade contributiva, prevenindo desigualdades na imposição da exação. É o que a doutrina 
denomina de imposto progressivo. No mais das vezes, ao buscar a efetivação da progressividade, a 
lei escolhe a base de cálculo como referencial aplicável, impondo alíquota maior, conforme o 
aumento da base de cálculo, em uma relação direta, progressiva e proporcional. A EC 29/2000 
estabeleceu, no que tange ao IPTU, a progressividade em razão do valor do imóvel e a diferenciação 
de alíquotas conforme a localização e o uso do imóvel. Também como exemplos de impostos 
progressivos, tem-se: o Imposto Territorial Rural (ITR), Imposto sobre a Renda (IR). 
O objeto do imposto deve ter valoração econômica que possibilite quantificar a capacidade 
contributiva do sujeito passivo. Assim, nos impostos elencados na CRFB/1988 há a previsão sobre a 
materialidade dos fatos geradores, o que não ocorre nos impostos inominados e nos extraordinários 
de competência residual da União, nos termos do artigo 154 da CF que preceitua: 
Art. 154 - A União poderá instituir: 
I – mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam não-
cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta 
Constituição; 
II – na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua 
competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação. 
 
Nesses casos, o fato gerador e a base de cálculo serão identificados a critério do legislador, 
caso não haja semelhança em relação a outro imposto existente. 
 
Importa trazer a seguinte classificação, em matéria de impostos: 
 
3 CRFB/1988, art. 167: “São vedados: [...] IV – a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição do 
produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de recursos para as ações e serviços públicos de 
saúde, para manutenção e desenvolvimento do ensino e para realização de atividades da administração tributária, como determinado, 
respectivamente, pelos arts. 198, § 2.º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita, 
previstas no art. 165, § 8.º, bem como o disposto no § 4.º deste artigo”. 
 
 
 
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a) Imposto Progressivo x Imposto Proporcional 
No imposto progressivo, na medida em que aumenta o valor da base de cálculo, aumenta a 
alíquota aplicada, como é o caso do Imposto de Renda. Por sua vez, o imposto proporcional é aquele 
cuja alíquota é invariável e se aplica sobre a base de cálculo variável, como é o caso do ITBI. 
b) Imposto Indireto 
´ É aquele imposto em que o consumidor final suporta o encargo econômico, sendo 
transferido e constando expressamente na nota fiscal. É o que ocorre no ICMS. 
c) Imposto Pessoal x Imposto Real 
O imposto pessoal é aquele vinculado à capacidade contributiva do indivíduo, como o imposto 
sobre renda (IR). Imposto real é o que incide sobre bens, como o IPTU, o IPVA. 
 
 3.2 TAXAS 
As taxas são uma das espécies tributárias integrantes do Sistema Tributário Nacional, estão 
previstas na Constituição Federal no art.145, inciso II, e § 2.º. Já no CTN, as taxas são tratadas nos 
artigos 77 a 80. As taxas são sempre tributos vinculados, o que significa dizer que possuem como fato 
gerador ou hipótese de incidência uma atividade estatal específica, ou seja, uma atuação 
diretamente referida ao contribuinte que pode consistir em um serviço público específico e divisível 
ou o exercício do poder de polícia. 
As taxas não podem ter base de cálculo ou fato gerador idênticos aos que correspondam a 
imposto, nos termos do artigo 145, § 2º da CRFB/1988, nem ser calculada em função do capital das 
empresas. A taxa pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, 
prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição, deve se referir ao valor que o Poder Público 
gasta com a prestação do serviço, o custo do serviço, perfazendo a característica de ressarcimento, 
própria da taxa. 
As taxas são cobradas, ainda, pela realização de atos, vistorias, perícias, avaliações, dentre 
outras atividades. Estão previstas no artigo 78 do CTN. As taxas de polícia administrativa são as que 
têm por hipótese de incidência atos de polícia de efeitos concretos como a taxa de fiscalização e 
inspeção de bebidas alcoólicas (federal); taxa de porte de arma (estadual) e taxa de licença para 
construir (municipal). 
O principio informador das taxas é o princípio da retributividade que assevera que a finalidade 
da taxa é compensar, ressarcir a pessoa política pelo ato prestado. Portanto, deve haver uma 
correlação entre o custo da atuação estatal e o valor cobrado a título de taxa. 
 
 3.3 EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS 
Os empréstimos compulsórios são considerados tributos e consistem na tomada compulsória 
de certa quantidade em dinheiro do contribuinte a título de empréstimo para que este o resgate em 
certo prazo. 
São instituídos pela União, mediante lei complementar, para atender despesas extraordinárias, 
decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência, e também, no caso de 
investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, nos termos do artigo 148, 
I e II, da CRFB/1988. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será 
vinculada às despesas que fundamentaram sua criação. 
 
 
 
 
 
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 3.4 CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIA 
A contribuição de melhoria é tributo cobrado em razão da valorização do imóvel, em face de 
obra pública. Para que se configure a exigência da contribuição de melhoria não basta que haja obra, 
mas valorização do imóvel.É preciso haver direta relação entre a obra e a valorização. 
A cobrançada contribuição de melhoria competente à União, aos Estados, ao Distrito Federal 
ou aos Municípios, ou seja, quem realizar a obra. 
A arrecadação proveniente terá como limite total a despesa realizada com a obra pública, e 
como o limite individual, o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado. 
 
 3.5 DAS CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS 
O artigo 149 da CFB/88 apresenta o conceito de contribuição: 
Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio 
econômico e de interesse categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação 
nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto 
no Art. 195, § 6.º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo. 
Desse modo, as contribuições caracterizam-se pela correspondente finalidade de sua 
instituição, estando vinculadas ao Órgão do Poder Público com competência para intervir no domínio 
econômico ou da entidade que gere os interesses da categoria profissional ou econômica a ela 
atrelada. 
O artigo 195 da CRFB/1988, regulado pela lei 8.212/91, trata do custeio da previdência social. É 
pacífico que as contribuições previdenciárias têm natureza jurídica de tributo; logo, elas se 
submetem a todos os princípios constitucionais tributários, observado o Princípio da Noventena 
(artigo 195, § 6º da CRFB/1988) e as regras do CTN. As contribuições sociais (previdenciária e para a 
seguridade social) constituem-se em uma espécie de tributos da União. A União, por meio de lei, 
define o sujeito ativo, o devedor, a alíquota e a base de cálculo. Há ainda as leis complementares 
70/91, que trata da Cofins (contribuição para o financiamento da seguridade social) e a 76/89 que 
trata da CSLL (contribuição social sobre o lucro líquido). 
A União é que tem competência para a instituição das contribuições, tendo como únicas 
exceções: o art. 149-A da CRFB/88 introduz a chamada taxa para o custeio do serviço de iluminação 
pública de competência municipal e distrital (CIP); o artigo 149, § 1º da CRFB/1988, prevê que os 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios instituirão contribuição, cobrada de seus servidores 
para o custeio em benefícios destes, do regime previdenciário. 
Ressalta-se, portanto que: as contribuições previdenciárias a serem cobradas dos empregados 
do setor privado é de competência da União. 
 
 
 
 
A Legislação Tributária abrange, além das leis, os tratados, as convenções internacionais, 
decretos e as normas complementares que tratem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações 
jurídicas pertinentes, nos termos do artigo 96 do CTN. Estão compreendidos neste conceito de 
 
 
 
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legislação tributária os atos administrativos, os decretos regulamentares, o Regulamento do Imposto 
de Renda e Regulamento do Imposto sobre Produtos Industrializados, que não são leis em sentido 
formal e material. 
Os Tratados, Acordos e Convenções Internacionais nos termos do CTN (art. 98), revogam ou 
modificam a legislação tributária interna devendo ser observados pela legislação editada 
posteriormente à sua vigência, passam pela suas fases da negociação e a assinatura (Poder 
Executivo); da aprovação (Congresso Nacional, mediante decreto legislativo), da promulgação e da 
publicação (Poder Executivo, mediante decreto presidencial). Cumpre destacar que a jurisprudência, 
no que tange ao direito tributário, considera tratados e convenções devidamente internalizados com 
força de lei ordinária. 
Somente a lei pode estabelecer, conforme assevera o artigo 97, I, do CTN, a instituição e 
extinção de tributo. A regra geral é que a Lei Ordinária é o veículo ordinário para criação de tributo, 
devendo conter a definição do fato gerador, alíquota, base de cálculo, sujeito passivo e ativo, e nos 
casos previstos pela Constituição, o tributo deverá ser criado por Lei Complementar. 
A Vigência da Lei no Tempo é a aptidão para incidir e dar significado jurídico aos fatos. Assim, 
não havendo disposição em contrário, a regra é a da Lei de Introdução ao Código Civil que prevê que 
em 45 dias após sua publicação oficial a lei tributária passa a ter vigência, se assim a própria lei não 
dispuser de modo diverso. O artigo 101 do CTN afirma que a vigência no tempo e no espaço da 
legislação tributária rege-se pelas normas legais gerais, como os artigos 1.°, 2.° e 6.° da Lei de 
Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB). 
As exceções são os atos administrativos que entram em vigor na data de sua publicação, as 
decisões de órgãos singulares ou coletivos que, quanto aos seus efeitos normativos, entram em vigor 
trinta dias após a data de sua publicação e os convênios que entram em vigor na data neles prevista. 
A Vigência da Lei no Espaço submete-se ao princípio da territorialidade que atua, em princípio, 
apenas dentro do território brasileiro; mas pode, por exceção, alcançar sujeitos passivos fora do 
território brasileiro. No artigo 102 do CTN há a delimitação quanto à extraterritorialidade das leis 
estaduais, municipais e as do Distrito Federal, afirmando que a territorialidade de suas leis depende 
de convênios ou de normas federais. De modo que no aspecto espacial é aplicada em todo território 
nacional a legislação tributária da União, a dos Estados em seus respectivos territórios e a dos 
Municípios e a do Distrito Federal nos seus respectivos âmbitos territoriais. 
A aplicação da legislação tributária é regulada pelos artigos 105 e 106 do CTN. Na aplicação da 
legislação tributária, é de suma importância a observância do artigo 5.°, XXXVI que preceitua: “a lei 
não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;” De modo que a lei , em 
geral, rege relações futuras; entretanto, em matéria tributária, o referencial é o momento da 
ocorrência do fato gerador, razão pela qual a lei nova só é aplicada aos fatos geradores futuros ou 
pendentes. 
Dessa forma, a aplicação da legislação tributária é imediata quanto aos fatos geradores futuros 
e pendentes. Se o fato se inicia antes da lei e só se completa depois, a legislação tem efeito imediato, 
aplicando-se a nova disposição legal para os fatos geradores denominados pendentes. 
A exceção é a retroatividade da legislação tributária, podendo retroagir em qualquer caso: 
 quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade a infração dos 
dispositivos interpretados; 
 tratando-se de ato não definitivamente julgado quando deixe de defini-lo como infração; 
quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que 
não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo ou ainda, 
quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo de sua 
prática. 
 
 
 
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A Interpretação em sentido amplo é a atividade de conhecimento do 
sistema jurídico, desenvolvida com o objetivo de resolver o caso concreto, 
seja pela aplicação de uma norma específica, seja pela aplicação de uma 
norma geral. Em sentido estrito, é a busca do significado de uma norma. 
 
Na interpretação Gramatical, é investigado antes de tudo o significado gramatical das palavras 
usadas no texto legal em exame, sua literalidade; na interpretação Histórica, o sentido da norma é 
buscado com o exame do momento histórico a que ela se refere através dos tempos, investiga-se o 
direito anterior; na interpretação Sistemática, é procurado o sentido da regra jurídica, verificando-se 
a posição em que a mesma se encontra nodiploma legal e as suas relações com as demais regras 
jurídicas. O método de interpretação Teleológico aponta para o elemento finalístico, buscando o 
sentido da regra jurídica, tendo em vista o fim para o qual a norma jurídica foi elaborada. 
No que tange às Fontes de interpretação, há a autêntica ou legislativa que é a realizada pelo 
próprio legislador mediante elaboração de outra lei; a jurisprudencial que é a realizada pelos órgãos 
do Judiciário com o propósito de resolver questões a ele submetidas e a doutrinária feita pelos 
estudiosos da Ciência jurídica, em seus trabalhos doutrinários. A doutrina e a jurisprudência atuam 
em conjunto com vários métodos interpretativos na integração e aplicação de normas tributárias. 
Integração significa preencher as lacunas da lei, suprir suas omissões. Existindo lacuna na lei, 
deve ser realizado o processo de integração. 
Logo: Interpretação dá-se quando há norma expressa e específica para o caso que se tem para 
resolver; Integração não há norma expressa e específica para o caso, e se tenha, por isso mesmo, há 
se utilizar de meios indicados no artigo 108 do CTN. 
Isto se dá em razão de que o juiz não se exime de sentenciar ou despachar alegando lacuna ou 
obscuridade da lei, nos termos do artigo 126 do Código de Processo Civil. 
 
 5.1 MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO 
Gramatical/Literal: trata-se de método que investiga o significado gramatical das palavras 
usadas no texto legal. O instrumento de trabalho é o dicionário de língua. Busca-se a etimologia das 
palavras. Evidentemente, não basta este recurso para que o intérprete alcance o sentido exato da 
regra jurídica. O elemento literal quando analisado isoladamente pode levar a verdadeiros absurdos. 
Conforme disposição do art. 111 do CTN, interpreta-se literalmente a legislação tributária que 
disponha sobre: suspensão ou exclusão do crédito tributário; outorga de isenção e dispensa do 
cumprimento de obrigações tributárias acessórias. 
Histórico: Investiga-se a evolução histórica dos institutos. Compara-se a norma atual com a 
anterior. Buscam-se subsídios nos projetos de elaboração de leis, justificativas e debates legislativos, 
quando da época da elaboração da lei. (anteprojeto de lei, as emendas sofridas, os debates 
parlamentares). 
 
 
 
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Sistemático: Procura o intérprete o sentido da regra jurídica analisando sua posição no 
diploma legal e as relações com os demais dispositivos. O método sistemático afirma o princípio pelo 
qual nenhum dispositivo legal deva ser interpretado isoladamente. Também conhecido como lógico. 
Teleológico: empresta relevância à finalidade, ao elemento finalístico da norma. Deve-se 
buscar o fim da regra, o seu objetivo. 
 
Ainda, o CTN, ao dispor acerca das infrações tributárias, traz em seu artigo 112 a chamada 
interpretação benígna, assim definindo: 
A lei tributária que define infrações, ou lhe comina penalidades, interpreta-se da maneira mais 
favorável ao acusado, em caso de dúvida quanto: 
I – à capitulação legal do fato; 
II – à natureza ou às circunstâncias materiais do fato, ou à natureza ou extensão dos seus 
efeitos; 
III – à autoria, imputabilidade, ou punibilidade; 
IV – à natureza da penalidade aplicável, ou à sua graduação. 
 
 5.2 MÉTODOS DE INTEGRAÇÃO 
O art. 108 do CTN define expressamente os métodos de integração estabelecendo que, na 
ausência de disposição expressa, a autoridade competente para aplicar a legislação tributária 
utilizará sucessivamente a seguinte ordem: 
 Analogia: o aplicador da lei, diante da lacuna, busca a solução do caso, em norma pertinente 
a casos semelhantes, análogos. O emprego da analogia não poderá resultar na exigência de 
tributo não previsto em lei, nos termos do art. 108, parágrafo primeiro. 
 Princípios Gerais de Direito Tributário: legalidade, isonomia, capacidade contributiva, 
proibição de tributo com caráter confiscatório, imunidades, enfim, todos os que se podem 
encontrar implícitos e explícitos na Carta Magna. 
 Princípios Gerais de Direito Público: o princípio da isonomia, igualdade, irretroatividade, da 
ampla defesa, entre outros. 
 Equidade: é a justiça no caso concreto. A falta de uma norma específica para cada caso é que 
enseja a equidade. Enquanto, na analogia, busca-se suprir lacuna com uma norma específica 
destinada a regular situação análoga, com a equidade se busca uma solução para o caso 
concreto a partir da norma genérica, adaptando-a, inspirado na benevolência. O parágrafo 2.º 
do artigo 108 esclarece que o emprego da equidade não poderá resultar na dispensa do 
pagamento de tributo devido. 
 
 
 
 
 
 
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Cada uma das pessoas jurídicas (União, Estados, DF, Municípios) tem sua competência 
tributária – parcela do poder tributário. O Direito impõe limitações ao exercício dessa competência. 
Aliás, a descrição da competência atribuída, seu desenho, estabelece seus limites. 
Entendem-se como limitações do Poder de Tributar as regras constantes nos artigos 150 a 152 
da Constituição Federal, a saber: a) princípio da legalidade; b) isonomia; c) princípio da 
irretroatividade das leis; d) princípio da anterioridade/anterioridade nonagesimal; e) proibição do 
confisco; f) liberdade de tráfego (já mencionados anteriormente); g) imunidades; h) outras 
limitações. 
 
 6.1 IMUNIDADES 
Enquanto a regra de competência delimita a parcela do poder de tributar de cada pessoa 
política de direito interno de forma positiva – por exemplo, a parcela de poder do Município de 
instituir tributos sobre a propriedade predial e territorial urbana (IPTU), por seu turno, as imunidades 
estabelecem constitucionalmente o campo em que é vedado ao legislador tributar. 
A doutrina conceitua imunidades tributárias como hipóteses de não-incidência 
constitucionalmente qualificadas4 ou, ainda, como regras negativas de competência tributária5. As 
imunidades estão dispostas na Constituição, portanto não podem ser criadas ou revogadas por lei 
complementar. 
As imunidades podem ser subjetivas, quando voltadas ao sujeito: é o caso da imunidade dos 
partidos políticos, da imunidade das autarquias e fundações públicas; bem como podem ser 
objetivas, quando se referem à própria matéria tributável, como a imunidade dos livros, jornais, 
periódicos e o papel destinado à impressão. É importante destacar que as imunidades desobrigam o 
cumprimento da obrigação principal, ou seja, o pagamento do tributo, mas não afastam o dever de 
cumprir as obrigações acessórias, tal como o dever de prestar informações às autoridades fiscais. As 
imunidades constantes no artigo 150 da CRFB/1988 referem-se tão somente à espécie tributária dos 
impostos. 
 
 Da Imunidade Recíproca 
O artigo 150, VI, a, da CRFB/1988 dispõe que é vedado à União, aos Estados, ao Distrito 
Federal e aos Municípios instituir impostos sobre patrimônio, renda ou serviços uns dos outros. É a 
chamada imunidade recíproca, ou seja, que se dá de forma recíproca entre as pessoas políticas de 
direito interno – União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Decorre, portanto, do princípio 
federativo e da isonomia das pessoas políticas. Desta feita, caso o Município aplique recursos no 
mercado financeiro, está imune do imposto sobre operações financeiras (IOF), que é cobrado pela 
 
4 “Pois bem. Quando a não-incidência decorre de expressa disposição constitucional, que vede ao legislador ordinário competente instituir 
determinado tributo, alcançando certa realidade ou pessoa, estamos diante da figura da imunidade. Nestecaso, a vedação – por estar 
contida no próprio texto da Lei Maior – apresenta-se como ‘limitação constitucional ao poder de tributar’ de que são titulares União, 
Estados, Distrito Federal e Municípios.” (BOTTALLO, Eduardo Domingos. Fundamentos do IPI.. São Paulo, RT, 2006, pp. 107-108) 
5 CARRAZZA, Roque Antonio. Curso de Direito Constitucional Tributário. 22.ed. São Paulo, Malheiros, 2006, p. 682. 
 
 
 
 
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União Federal dos contribuintes em geral. O Estado está imune do imposto sobre a renda (IR). A 
União está imune do imposto sobre propriedade de veículos automotores (IPVA). 
A imunidade recíproca é extensiva às autarquias e às fundações mantidas pelo Poder Público 
no que se refere ao patrimônio, renda e aos serviços vinculados a suas finalidades essenciais ou delas 
decorrentes. 
O parágrafo 3.º do art. 150 da Constituição Federal de 1988, dispõe: 
As vedações do inciso VI, a, e do parágrafo anterior não se aplicam ao patrimônio, à renda e aos 
serviços, relacionados com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a 
empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo 
usuário, nem exonera o promitente comprador da obrigação de pagar imposto relativamente ao bem 
imóvel. [grifo nosso] 
 
 Da Imunidade dos Templos de Qualquer Culto 
O artigo 150, VI, b, da CRFB/1988 estabelece que é vedado à União, aos Estados, Distrito 
Federal e Municípios instituir impostos sobre templos de qualquer culto. A República Federativa do 
Brasil, como país laico, protege a ampla liberdade de crença. Gozarão de imunidade dos templos, 
portanto, as igrejas católica, luterana, pentecostal, as sinagogas, os terreiros, os lares espíritas, 
enfim, na dicção constitucional, os “templos de qualquer culto”. 
O parágrafo 4.º do artigo 150 da CRFB/1988, estende a imunidade ao patrimônio, rendas e 
serviços relacionados com as atividades essenciais da entidade. Cumpre destacar que a Súmula 724 
do Supremo Tribunal Federal demonstrou o atual posicionamento acerca da matéria, ao estender a 
imunidade aos aluguéis cobrados, relativamente às pessoas qualificadas na alínea c deste mesmo 
inciso (partidos políticos e suas fundações, entidades sindicais dos empregados, entre outras), desde 
que os valores sejam aplicados à atividade essencial6. Recentemente, houve a extensão de 
imunidade para o cemitério vinculado ao templo. 
 
 Da Imunidade dos Partidos Políticos e de suas Fundações 
O artigo 150, VI, c, da CRFB/1988 dispõe que é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal 
e aos Municípios instituir impostos sobre patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, 
inclusive de suas fundações, atendidos os requisitos da lei. 
 
 Da Imunidade das Entidades Sindicais dos Trabalhadores 
Forte no artigo 150, VI, c, da CRFB/1988, o legislador constitucional, portanto, desonerou de 
impostos as organizações dos empregados, estimulando a defesa coletiva de seus interesses 
trabalhistas. Saliente-se que não gozam de imunidade as entidades sindicais patronais, as dos 
empregadores. Ao vedar a instituição de imposto (espécie do gênero tributo) sobre propriedade, 
sobre renda ou serviços, as entidades sindicais dos trabalhadores estão imunes, por exemplo, dos 
impostos sobre Propriedade Predial e Territorial Urbana – IPTU e do Imposto sobre Propriedade de 
Veículos Automotores – IPVA. A imunidade do artigo 150, VI, c, da CRFB/1988 não veda a instituição 
e cobrança de taxas, contribuições de melhoria, contribuições sociais e empréstimos compulsórios, 
somente dos impostos. Para gozar da imunidade, deve o sindicato atender os requisitos de lei nos 
termos do artigo 14 do CTN7. 
 
6 Súmula do STF: “Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas 
pelo art. 150, VI, c, da Constituição, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades essenciais de tais entidades”. 
7 CTN, art. 14: “O disposto na alínea c do inciso IV do artigo 9.º é subordinado à observância dos seguintes requisitos pelas entidades nele 
referidas: I – não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título; II – aplicarem integralmente, no 
País, os seus recursos na manutenção dos seus objetivos institucionais; III – manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros 
revestidos de formalidades capazes de assegurar sua exatidão”. 
 
 
 
 
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 Da Imunidade das Instituições de Educação sem Fins Lucrativos 
O artigo 150, VI, c, da CRFB/1988 contemplou as instituições de educação sem fins lucrativos 
com a imunidade de impostos sobre patrimônio, rendas ou serviços, desde que atendidos os requisitos 
de lei. A imunidade estimula a educação no país, desonerando as instituições voltadas ao ensino que 
revertam os valores recebidos à manutenção de seu patrimônio, apliquem integralmente, no país, os 
seus recursos visando seus objetivos institucionais, mantendo de forma regular a sua escrita contábil, 
nos termos do artigo 14 do CTN. 
LEMBRE-SE: não ter fins lucrativos não significa, de modo nenhum, ter receitas limitadas aos 
custos operacionais. Elas, na verdade, devem ter sobras financeiras, até para que possam progredir, 
modernizando e ampliando instalações. O que não podem é distribuir lucros. São obrigadas a aplicar 
as suas disponibilidades na manutenção dos seus objetivos institucionais. 
 
 Da Imunidade das Instituições Sociais sem Fins Lucrativos 
O artigo 150, VI, c, da CRFB/1988 também concede imunidade de impostos sobre patrimônio, 
renda ou serviços às instituições sociais sem fins lucrativos. As instituições sociais são aquelas 
voltadas aos direitos sociais, nos termos do artigo 6.º da CRFB/1988, quais sejam: direito à educação, 
à saúde, ao trabalho, à moradia, ao lazer, à segurança, à previdência social, à proteção à 
maternidade e à infância e à assistência aos desamparados. Para o gozo dessa imunidade, devem ser 
atendidos os requisitos da lei, nos termos do artigo 14 do CTN, salientando que não haverá ofensa a 
tal dispositivo caso as instituições assistenciais venham a cobrar por seus serviços, ou mesmo, 
tenham sobras financeiras. 
 
 Da Imunidade dos Livros, Jornais, Periódicos e o Papel Destinado à sua Impressão 
O artigo 150, VI, d, da CRFB/1988 consagra a imunidade dos livros, jornais, periódicos e papel 
destinado à sua impressão. O escopo do legislador constitucional foi o de elevar a cultura, a 
liberdade de pensamento, a informação, a comunicação, a educação e o conhecimento como valores 
essenciais ao desenvolvimento nacional. 
O conceito de livro, frente aos novos recursos tecnológicos, evoluiu de livro-objeto (folhas 
impressas e encadernadas, com número mínimo de páginas) para livro-valor, ou seja, como veículo 
de ideias, meio de difusão da cultura. Nesse sentido, tanto o livro digitalizado (livro-eletrônico) 
quanto o livro gravado em fita cassete para cegos e o livro tradicional são abarcados pela imunidade. 
Importa destacar que a jurisprudência reconheceu que dicionários, revistas e jornais em CD-Rom 
(eletrônicos), bem como “audiolivro – CD”, estão abrangidos pela imunidade do artigo 150, VI, d, da 
CRFB/1988. 
 
 6.2 OUTRAS LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR 
Outras determinações que limitam o poder de tributar são apresentadas no art. 151 da 
Constituição, sendo vedado à União: 
I – instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que implique distinção ou 
preferência em relação a Estado,ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro, admitida a 
concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico 
entre as diferentes regiões do País; 
II – tributar a renda das obrigações da dívida pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, 
bem como a remuneração e os proventos dos respectivos agentes públicos, em níveis superiores aos 
que fixar para suas obrigações e para seus agentes; 
III – instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios. 
 
 
 
 
 
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Por fim, o art. 152 estabelece que é vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios 
estabelecer diferença tributária entre bens e serviços de qualquer natureza em razão de sua 
procedência ou destino. 
Ao longo do texto constitucional, depreendem-se as chamadas imunidades especiais, que se 
passará a analisar: 
a) Da Imunidade das Contribuições Sociais e de Intervenção sobre o Domínio Econômico sobre 
Receitas Decorrentes de Exportação, forte no artigo 149, § 2.º, I, da CRFB/1988; 
b) Da Imunidade do IPI sobre Produtos Industrializados Destinados ao Exterior, nos termos do 
artigo 153, § 3.º, III, da CRFB/1988; 
c) Da Imunidade do ITR sobre Pequenas Glebas Rurais, artigo 153, § 4;º, II da CRFB/1988; 
d) Da Imunidade do ICMS Sobre Exportações e Serviços no Exterior, artigo 155, § 2.º, X, a, da 
CRFB/1988; 
e) Da Imunidade do ICMS Sobre Operações de Combustíveis e Energia Elétrica que se 
Destinem a Outros Estados; 
f) Da Imunidade Sobre o Ouro como Ativo Financeiro (exceto IOF); 
g) Da Imunidade na Comunicação e Radiodifusão Livre e Gratuita, nos termos do artigo 155, § 
2.º, X, d, da CRFB/1988, o ICMS não incidirá sobre as prestações de serviço de comunicação 
nas modalidades de radiodifusão sonora e de sons e imagens de recepção livre e gratuita; 
h) Da Imunidade prevista no parágrafo 3.º, do artigo 155 da CRFB/1988; 
i) Da Imunidade do ITBI Sobre os Direitos Reais de Garantia Sobre os Imóveis, artigo 156, II, da 
CRFB/1988; 
j) Da Imunidade do ITBI Decorrente de Fusão, Incorporação, Cisão ou Extinção da Pessoa 
Jurídica, artigo 156, § 2.º, I, da CRFB/1988; 
k) Da Imunidade de Impostos nas Operações de Transferência de Imóveis Desapropriados 
para fins de Reforma Agrária, artigo 184, § 5.º, da CRFB/1988; 
l) Da Imunidade da Contribuição para a Seguridade Social das Entidades Beneficentes de 
Assistência Social que atendam às Exigências Estabelecidas em Lei, art. 195, III, § 7.°, da 
CRFB/1988. 
 
 6.3 COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA 
Competência é parcela do Poder de tributar. A competência tributária é atribuída à União, aos 
Estados, Distrito Federal e aos Municípios. 
LEMBRE-SE: a) competência tributária é indelegável; b) funções de arrecadar fiscalizar 
tributos, executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária, podem ser 
atribuídas a outras pessoas jurídicas de direito público; c) simples função de arrecadar, função de 
simples caixa, pode ser atribuída à pessoa jurídica de direito privado (pagamento de tributos na 
rede bancária). 
 
A competência pode ser concorrente ou comum, privativa e residual. Como concorrente ou 
comum podem-se exemplificar as taxas, as contribuições de melhoria, que todos os entes tributantes 
podem instituir e cobrar. A Competência privativa é aquela designada constitucionalmente para cada 
ente tributante. A competência residual é somente da União. 
No âmbito da competência tributária, é importante diferenciar a imunidade da isenção. A 
imunidade é oriunda de uma determinação constitucional para que seja vedada a instituição de 
impostos tocantes a determinadas pessoas ou situações. A isenção, por sua vez, origina-se da 
determinação contida em lei ordinária, e, não na Constituição. 
As imunidades são regras de limitação ao poder de tributar, que devem estar previstas na 
Constituição, significam o poder atribuído pela Constituição Federal às pessoas políticas para a 
 
 
 
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edição de leis que instituam e disciplinem tributos e outros elementos relacionados às obrigações 
tributárias, como as multas tributárias. 
Nas hipóteses de imunidade tributária a Constituição retira do campo da incidência a pessoa 
ou a situação da possibilidade de tributação. Quando não houver retirada do campo da incidência 
pelo texto constitucional, mas previsão em lei de sua exclusão, há uma isenção. 
 
6.3.1 QUADRO DE COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
COMPETÊNCIA PRIVATIVA DOS ESTADOS E DO DISTRITO FEDERAL 
 
Art. 155: (ITCD, ICMS, IPVA) I – Imposto Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCD), de 
quaisquer bens ou direitos; II – ICMS, operações relativas à circulação de mercadorias e 
sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de 
comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior; III – IPVA, 
propriedade de veículos automotores. 
 
COMPETÊNCIA PRIVATIVA DOS MUNICÍPIOS E DF 
 
Art. 156: (IPTU, ITBI, ISS) I – IPTU, propriedade predial e territorial urbana; II – ITBI, 
transmissão “inter vivos”, a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por 
natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem 
como cessão de direitos a sua aquisição; III – ISS, serviços de qualquer natureza, não 
compreendidos no art. 155, II, definidos em lei complementar. 
Art. 149-A: (CIP) Contribuição para o Custeio do Serviço de Iluminação Pública, os 
Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das respectivas 
leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I, 
e III. 
Ao analisar e classificar a competência tributária privativa, incumbe anotar que o art. 
147 da CRFB/1988 estabelece que “compete à União, em Território Federal, os impostos 
estaduais e, se o Território não for dividido em Municípios, cumulativamente os 
impostos municipais; ao Distrito Federal cabem os impostos municipais”. 
 
COMPETÊNCIA RESIDUAL DA UNIÃO 
 
A competência residual foi dada somente à União pelo texto constitucional, outorgando 
competência residual para que institua impostos e contribuições residuais, ou seja, não 
previstas expressamente pela constituição, conforme art. 154, I, e 195, § 4.°. Tais exações ao 
serem criadas no exercício da competência residual devem, entretanto, por disposição 
constitucional, estar submetidas à sistemática da não-cumulatividade e não possuir fato 
gerador ou base de cálculo próprias das já discriminadas na CRFB/1988. 
 
 
 
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A relação jurídica é o objeto essencial do Direito Tributário. Essa relação advém de um fato 
previsto em norma capaz de produzir efeito jurídico e, a partir dele, nasce a relação tributária que é 
composta pelo sujeito passivo que traz consigo o dever de satisfazer a obrigação e o sujeito ativo, 
que é o Estado, e tem o direito de ver satisfeita a obrigação tributária. Hugo de Brito Machado8 
conceitua a obrigação tributária como: “a relação jurídica em virtude daqual o particular (sujeito 
passivo) tem o dever de prestar dinheiro ao Estado (sujeito ativo), ou de fazer, não fazer ou tolerar 
algo no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos, e o Estado tem o direito de 
constituir contra o particular do crédito”. 
A obrigação tributária pode ser acessória ou principal. A obrigação tributária será acessória 
quando se estiver diante de uma obrigação de fazer, não fazer ou tolerar, sendo uma obrigação de 
natureza não patrimonial, conforme o artigo 113 § 2.°; a obrigação tributária será principal quando 
 
8 MACHADO, Hugo de Brito. Curso de Direito Tributário. Malheiros. 2006. 
COMPETÊNCIA PRIVATIVA DA UNIÃO 
 
Art. 153: (II, IE, IR, IPI, IOF, ITR e IGF) Imposto sobre: I – importação de produtos estrangeiros; II – 
exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados; III – renda e proventos de 
qualquer natureza; IV – produtos industrializados; V – operações de crédito, câmbio e seguro, ou 
relativas a títulos ou valores mobiliários; VI – propriedade territorial rural; VII – grandes fortunas, 
nos termos de lei complementar. 
Art. 148: Empréstimos Compulsórios: I – para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de 
calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência; II – no caso de investimento público de 
caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, "b". 
Art. 154, II: Impostos Extraordinários de Guerra: II – Na iminência ou no caso de guerra externa, 
impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão 
suprimidos, gradativamente, cessadas as causa de sua criação. 
Art. 149: Contribuições Sociais, de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE) e de Interesse das 
Categorias Profissionais ou Econômicas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem 
prejuízo do previsto no art. 195, § 6.°, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo. 
Art. 195: Contribuições para a Seguridade Social 
 
COMPETÊNCIA CONCORRENTE/ COMUM 
Esta competência dada pelo texto constitucional confere a todos os entes tributantes a 
possibilidade de instituir determinados tributos concorrentemente no âmbito de suas atribuições. 
Estão submetidas à competência concorrente os seguintes tributos: 
Art. 145, II – Taxas; 
Art. 145, III – Contribuições de Melhoria; 
Art. 149, § 1.°: Contribuições Previdenciárias cobradas de seus servidores. É conferida esta 
competência concorrente aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios para instituir 
contribuição, cobrada de seus respectivos servidores, para o custeio em benefício destes, do regime 
previdenciário de que trata o art. 40, cuja alíquota não será inferior à da contribuição dos 
servidores titulares de cargos efetivos da União. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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for de natureza patrimonial, nos termos do artigo 113 § 1.° sendo sempre uma quantia em dinheiro, 
uma obrigação de dar no sentido de adimplemento obrigacional. 
Em suma, a obrigação tributária principal corresponde a uma obrigação de dar e seu objeto é o 
pagamento do tributo, ou da penalidade pecuniária; as obrigações acessórias correspondem a 
obrigações de fazer (emitir uma nota fiscal), de não fazer (não receber mercadoria sem a 
documentação legalmente exigida), de tolerar (admitir a fiscalização de livros e documentos). 
Cumpre destacar, nos termos do parágrafo 3.º do artigo 113 do diploma legal tributário, que a 
obrigação tributária acessória, quando descumprida, converte-se em obrigação principal, 
relativamente à penalidade pecuniária. É o exemplo da não-apresentação tempestiva da declaração 
anual do imposto de renda, que gera a aplicação e cobrança de multa. Ora, explica-se tal conversão, 
uma vez que a nova obrigação passa a apresentar um conteúdo patrimonial. 
 
 7.1 FATO GERADOR 
O fato gerador da obrigação tributária é um ato jurídico. O artigo 114 do CTN assevera: “o fato 
gerador da obrigação tributária principal é a situação definida em lei como necessária e suficiente à 
sua ocorrência.”, o que significa que, para uma determinada situação gerar uma obrigação tributária, 
ela deve estar albergada por norma legal que é necessária para que ocorra o fato gerador. 
O fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na forma da legislação 
aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação principal. Dessa forma, 
praticado o ato jurídico ou celebrado o negócio que a lei tributária considere como fato gerador, 
nasce a obrigação tributária para com o Fisco, independentemente da validade ou invalidade do ato. 
 Enquanto o fato gerador da obrigação tributária principal depende de lei para sua definição, 
na obrigação tributária acessória, a definição do fato gerador será dada pela legislação tributária, 
podendo inclusive ser definido por ato infralegal. 
Nos termos do que preceitua o artigo 116 do CTN – salvo disposição de lei em contrário – o 
momento da ocorrência do fato gerador se dá: 
 Em se tratando de situação de fato, desde o momento em que todas as circunstâncias 
materiais e necessárias a que produza os efeitos que normalmente lhe são próprias. São situações de 
fato, por exemplo, auferir salários e prestar serviços advocatícios. 
 Em se tratando de situação jurídica, desde que esta situação esteja definitivamente 
constituída, nos termos do direito aplicável. As situações jurídicas são aquelas reguladas em outros 
ramos do direito, como, por exemplo, a doação, a herança e a transmissão de bens imóveis, no 
Direito Civil. 
 
 
 
 7.2 CLASSIFICAÇÕES DO FATO GERADOR 
Os fatos geradores em função do tempo de sua ocorrência podem ser instantâneos, quando se 
repetem tantas vezes quantas vezes se repetirem no tempo. Os fatos geradores periódicos têm sua 
realização durante um longo período de tempo, ao término do qual aperfeiçoam o fato gerador do 
tributo. Os fatos geradores continuados têm sua realização de forma duradoura e podem manter-se 
estáveis ao longo do tempo. 
 
 
 
 
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 7.3 NORMA ANTIELISÃO 
Em razão da inclusão do parágrafo único do artigo 116 do CTN, nos termos da Lei 
Complementar 104/2001, foi introduzida no Sistema Tributário Nacional a “Norma Geral Antielisiva 
ou Antielisão”, que assim determina: “A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou 
negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo 
ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a 
serem estabelecidos em lei ordinária.” 
Cumpre destacar que enquanto as autoridades fazendárias interpretam que a norma veda a 
elisão fiscal – que é o planejamento tributário, parte da doutrina aponta que em razão da norma 
referir-se a “atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato 
gerador do tributo”, esta não combateu a elisão fiscal, mas voltou-se aos casos de simulação em 
sentido estrito, em que o contribuinte quer realizar determinado negócio e o oculta sob outra forma, 
buscando dar-lhe aparência diversa. Portanto, alguns intitulam essa norma de norma geral “anti-
evasão”. 
 
 7.4 DO SUJEITO ATIVO DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA 
Forte no artigo 119 do CTN, o sujeito ativo da obrigação tributária é a pessoa jurídica de direito 
público, titular da competência para exigir o pagamento do tributo ou penalidade, em caso de 
obrigação tributária principal; e exigir o comportamento positivo ou negativo, em caso da obrigação

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