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AULA E QUESTÕES COMENTADAS DIREITO CONSTITUCIONAL

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CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL - TRE-ES 
PROFESSOR: VÍTOR CRUZ 
1�
www.pontodosconcursos.com.br �
Aula 2: 
 
Olá Pessoal, como vão os estudos? 
Hoje veremos um dos principais assuntos do curso, aquele que 
estatisticamente é o mais cobrado em qualquer concurso: Direitos e 
Garantias Fundamentais (direitos e deveres individuais e coletivos; 
direitos sociais; nacionalidade; cidadania e direitos políticos; partidos 
políticos). 
Vamos nessa... 
 
Direitos e Garantias Fundamentais: 
 
A Constituição Federal de 1988 estabeleceu cinco espécies de direitos 
e garantias fundamentais: direitos e deveres individuais e coletivos; 
direitos sociais; direitos de nacionalidade; direitos políticos; e direitos 
relativos à existência e funcionamento dos partidos políticos. 
Embora "direitos humanos" e "direitos fundamentais" sejam termos 
comumente utilizados como sinônimos, a distinção ocorre pelo fato de 
que o termo "direitos humanos" é de aspecto universal, 
supranacional, enquanto "direitos fundamentais" são aqueles direitos 
do ser humano que foram efetivamente reconhecidos e positivados 
na Constituição de um determinado Estado. 
A doutrina costuma elencar como características destes direitos: 
historicidade (foram conquistados ao longo dos tempos), 
inalienabilidade (intransferíveis), imprescritibilidade (não se 
extinguem com o tempo), irrenunciabilidade (podem até não estar 
sendo exercidos, mas não poderão ser renunciados). 
Estes direitos não se restringem a particulares, podendo, alguns, ser 
garantidos também a pessoas jurídicas, até mesmo de direito público, 
como, por exemplo, o direito de propriedade. 
Historicamente, estes direitos se constituem em uma conquista de 
uma proteção do cidadão em face do poder autoritário do Estado (daí 
serem classificado como elementos limitativos da Constituição). 
Porém, atualmente, já se vislumbra o uso de tais direitos nas 
relações entre os próprios particulares, no que chamamos de eficácia 
horizontal dos direitos fundamentais. Desta forma, temos: 
Eficácia vertical 
Proteção do particular em face do Estado. 
 
Eficácia horizontal 
Proteção do particular em face de outro 
particular. 
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PROFESSOR: VÍTOR CRUZ 
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É comum que a doutrina classifique os direitos fundamentais em 
dimensões, principalmente em 1ª, 2ª e 3ª dimensões (antes o termo 
usado era gerações, mas atualmente o uso deste termo é repudiado 
pelo fato de induzir ao pensamento de que uma geração acabaria por 
substituir a outra - o que é incorreto - e, ainda, que os direitos foram 
conquistados exatamente na ordem exposta, o que não é exatamente 
verdade em muitos países). Grosso modo, podemos fazer uma 
correlação de que forma esses direitos foram surgindo e a fase pela 
qual o mundo passava. Vejamos: 
 
Dimensão Direitos Fase Marco Mundial 
Marco no 
Brasil 
1ª 
Liberdade: 
Direitos civis 
e políticos 
Estado Liberal Revolução 
Francesa e 
Independência 
dos EUA 
Incipiente 
na CF/1824 
e 
fortalecido 
na CF/1891 
2ª 
Igualdade: 
Direitos 
Sociais, 
Econômicos 
e Culturais. 
Estado Social Pós 1ª Guerra 
Mundial - 
Constituição 
Mexicana (1917) 
e Weimar 
(1919). 
CF/1934 
3ª 
Solidarieda
de 
(fraternida
de): 
Direitos 
coletivos e 
difusos. 
Estado 
Democrático 
Pós 2ª Guerra 
Mundial. 
CF/1988 
 
Dicas para memorizar: 
x As dimensões estão na ordem do lema da Revolução 
Francesa: liberdade, igualdade, e fraternidade. 
x Os direitos Políticos são os de Primeira dimensão. 
x Os direitos Sociais, Econômicos e Culturais (SEC - Lembre-se 
de "second") são os de segunda dimensão. 
4ª dimensão - O professor Paulo Bonavides também propôs que já 
existiria a 4ª dimensão dos direitos, ou seja, os direitos que se 
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vinculam à idéia de democracia, especialmente a democracia direta, 
incluindo o direito à informação e o direito ao pluralismo. Esta 
dimensão foi alcançada através da universalização dos direitos 
promovida pela globalização. Noberto Bobbio também já faz alusão a 
uma possível quarta dimensão dos direitos fundamentais, mas, de 
forma diversa de Bonavides. Para o autor, a quarta dimensão estaria 
materializada nos direitos relativos à biotecnologia e ao patrimônio 
genético dos indivíduos. 
5ª dimensão - O professor Bonavides ainda vislumbra a quinta 
dimensão dos direitos fundamentais, segundo ele, pela necessidade 
de se colocar em maior destaque o direito à paz, principalmente 
devido aos recentes atentados terroristas a partir do 11 de Setembro 
nos Estados Unidos. Outros diversos autores tratam dos direitos de 
quinta geração como os direitos “virtuais” ou “cibernéticos”, ou seja, 
aqueles relativos ao comércio e contratos eletrônicos, publicidade 
virtual, e os interligados à defesa da honra e da dignidade da pessoa 
humana no meio da internet, entre outros correlatos. 
 
1. (CESPE/MMA/2009) Os direitos e garantias fundamentais 
encontram-se destacados exclusivamente no art. 5º do texto 
constitucional. 
Comentários: 
Primeiramente, o art. 5º da CF diz respeito apenas aos direitos e 
deveres individuais e coletivos, os direitos fundamentais estão 
expressamente elencados do art. 5º ao 17. Além disso o rol do art. 5º 
não é um rol taxativo, pois por força do seu §2º, não excluem os 
direitos e garantias decorrentes dos regimes e princípios adotados 
pela constituição ou decorrentes de tratados internacionais em que o 
Brasil seja parte, assim existem diversos outros direitos individuais e 
coletivos, inclusive, também protegidos como cláusula pétrea, 
espalhados ao longo do texto constitucional, como, por exemplo, as 
limitações ao poder de tributar do art. 150. 
Gabarito: Errado. 
 
2. (CESPE/Analista Administrativo - MPU/2010) Sendo os 
direitos fundamentais válidos tanto para as pessoas físicas quanto 
para as jurídicas, não há, na Constituição Federal de 1988 (CF), 
exemplo de garantia desses direitos que se destine exclusivamente às 
pessoas físicas. 
Comentários: 
Nós vimos que em uma primeira visão, os destinatários dos direitos 
fundamentais são as pessoas físicas. Porém, percebe-se que alguns 
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princípios são também extensíveis as jurídicas, como o direito de 
propriedade. Nem todo direito fundamental, porém, pode ser exercido 
por pessoas jurídicas, como por exemplo o direito de "ir e vir" ou de 
"que os presos permaneçam com os filhos durante a amamentação". 
Assim, alguns direitos fundamentais são, logicamente, inviáveis de 
serem exercidos por pessoas jurídicas. 
Gabarito: Errado. 
 
3. (ESAF/ATRFB/2009) Pessoas jurídicas de direito público não 
podem ser titulares de direitos fundamentais. 
Comentários: 
Mais uma vez, esses direitos e garantias, sempre que possível são 
aplicados às pessoas jurídicas. 
Gabarito: Errado. 
 
4. (CESPE/Analista - TRT 9ª/2007) Os direitos e garantias 
fundamentais não se aplicam às relações privadas, mas apenas às 
relações entre os brasileiros ou os estrangeiros residentes no país e o 
próprio Estado. 
Comentários: 
Outro assunto que já vimos, os direitos e garantias individuais podem 
ser invocados de duas diferentes formas: 
Relação vertical = Particular X Estado (este tem posição 
preponderante em relação aos particulares, pois representa o 
interesse público); 
Relação horizontal = Particular X Particular. 
Gabarito: Errado 
 
Direitos e Garantias Individuais 
Como se trata de assunto extenso e basicamente apoiado na 
dobradinha "literalidade e jurisprudência" vamos ver a teoria ao longoque as questões forem surgindo: 
 
5. (CESPE/ANAC/2009) A CF assegura a validade e o gozo dos 
direitos fundamentais, dentro do território brasileiro, ao estrangeiro 
em trânsito, que possui, igualmente, acesso às ações, como o 
mandado de segurança e demais remédios constitucionais. 
Comentários: 
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Item anulado. Preliminarmente foi considerada correta. 
A Constituição estabelece: 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de 
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos 
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à 
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, 
nos termos seguintes: 
Embora a literalidade expresse o termo “residente”, o STF decidiu que 
deve ser entendido como todo estrangeiro que estiver em território 
brasileiro e sob as leis brasileiras, mesmo que em trânsito. Assim o 
estrangeiro em trânsito estará amparado pelos direitos individuais, e 
poderá inclusive fazer uso de “remédios constitucionais” como habeas 
corpus e mandado de segurança. 
Porém, a questão cometeu um pequeno deslize, que acarretou sua 
anulação: o termo "demais remédios constitucionais". Ao empregar 
este termo, acabou incluindo o estrangeiro como titular do direito de 
impetrar ação popular, e veremos que isso está errado, já que 
somente o cidadão brasileiro é que poderá fazer uso de tal remédio. 
Se fosse usado o termo "outros remédios" e não "demais 
remédios", o que dá a idéia de "todos os outros", a questão estaria 
correta. 
Gabarito: Anulado. 
 
6. (CESPE/MMA/2009) No constitucionalismo, a existência de 
discriminações positivas é capaz de igualar materialmente os 
desiguais. 
Comentários: 
A questão aborda o "princípio da isonomia", ou "princípio da 
igualdade". 
O princípio da isonomia ou igualdade se manifesta de duas diferentes 
formas: isonomia formal e isonomia material. 
x Isonomia formal - Todos poderão igualmente buscar os 
direitos expressos na lei. 
x Isonomia material - É a igualdade real (que na prática não 
existe), vai além da igualdade formal. A busca da igualdade 
material acontece quando são tratadas desigualmente as 
pessoas que estejam em situações desiguais. Geralmente 
usada para favorecer alguns grupos que estejam em posição 
de desvantagem. Obviamente ela só será válida se for 
pautada em um motivo lógico e justificável. Ex. Destinação 
de vagas especiais para deficientes físicos em concursos 
públicos. 
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A doutrina também costuma diferenciar outras duas formas de 
isonomia (ambas comportadas pela Constituição): 
x Igualdade perante a lei - Com a lei já elaborada, esta 
igualdade direciona o aplicador da lei para que a aplique sem 
fazer distinções (isonomia formal). 
x Igualdade na lei - É o princípio que direciona o legislador a 
não fazer distinções entre as pessoas no momento de se 
elaborar uma lei. 
A questão está correta, já que se referiu a existência de 
discriminações com o intuito de se alcançar a isonomia no aspecto 
material. 
Gabarito: Correto. 
 
7. (CESPE/SEJUS-ES/2009) A CF assegura a liberdade de 
expressão, apesar de possibilitar, expressamente, sua limitação por 
meio da edição de leis ordinárias destinadas à proteção da juventude. 
Comentários: 
Nenhuma lei poderá restringir a liberdade de expressão, esta deve 
observar apenas as restrições de ordem constitucional. Assim, então, 
estabelece a Constituição em seu art. 5º, IX que Independe de 
licença ou censura para que possa se expressar em atividades 
artísticas, intelectuais, científicas, ou em meio de comunicação. E 
ainda no art. 220: A manifestação do pensamento, a criação, a 
expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo 
não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto na CF. 
̇ Nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir 
embaraço à plena liberdade de informação jornalística em 
qualquer veículo de comunicação social. 
̇ É vedada toda e qualquer censura de natureza política, 
ideológica e artística. 
̇ A publicação de veículo impresso de comunicação 
independe de licença de autoridade. 
Professor, mas que doidera! Quer dizer então a liberdade de 
expressão está acima da proteção à Juventude? De forma alguma! 
Aí que entra saber fazer concurso. Veja o que a questão afirma: 
"apesar de possibilitar, expressamente...". 
A Constituição faz isso expressamente? Não. 
A liberdade de expressão deve estar contida pelos outros direitos e 
interesses individuais e coletivos, porém, esta avaliação é feita no 
caso concreto. O famoso princípio da harmonização ou da 
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concordância prática - no caso concreto, os direitos podem "colidir" e 
assim, um sobressairá sobre o outro. Mas veja, isso não tem NADA 
HAVER com a questão. A questão fala de limitação expressa pela CF, 
o que não existe!!! certo? 
Gabarito: Errado. 
 
8. (CESPE/MEC/2009) É livre a manifestação de pensamento, 
assim como é permitido o anonimato nos meios de comunicação, o 
que abrange matérias jornalísticas e notícias televisivas. 
Comentários: 
A Constituição veda o uso do anonimato através do disposto em seu 
art. 5º, IV. 
Gabarito: Errado. 
 
9. (CESPE/PGE-AL/2008) Sabendo que o § 2.º do art. 5.º da CF 
dispõe que os direitos e garantias nela expressos não excluem outros 
decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos 
tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja 
parte, então, é correto afirmar que, na análise desse dispositivo 
constitucional, tanto a doutrina quanto o STF sempre foram unânimes 
ao afirmar que os tratados internacionais ratificados pelo Brasil 
referentes aos direitos fundamentais possuem status de norma 
constitucional. 
Comentários: 
A regra é que os tratados internacionais após serem internalizados 
serão equivalentes às leis ordinárias, mas, o art. 5º §3º diz que os 
tratados e convenções internacionais serão equivalentes às emendas 
constitucionais, caso atendam os seguintes requisitos: 
̇ Versem sobre direitos humanos; e 
̇ Forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, 
da mesma forma que uma emenda constitucional, ou seja: 
x Em dois turnos; e 
x Por 3/5 dos votos de seus respectivos membros; 
Atualmente, o STF entende que os tratados internacionais sobre 
direitos humanos, caso não passem pelo rito de votação de uma EC, 
não irá adquirir o status constitucional, porém, por si só já possuem 
um status de “supralegalidade” podendo revogar leis anteriores e 
devendo ser observados pelas leis futuras. 
Gabarito: Errado. 
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10. (CESPE/PGE-AL/2008) A EC n.º 45/2004 inseriu na CF um 
dispositivo definindo que os tratados e convenções internacionais 
sobre direitos humanos que forem aprovados no Congresso Nacional 
com quorum e procedimento idênticos aos de aprovação de lei 
complementar serão equivalentes às emendas constitucionais. 
Comentários: 
Para adquirir status de emenda devem ser votados pelo mesmo rito 
de uma emenda constitucional e não pelo procedimento de uma lei 
complementar. 
Gabarito: Errado. 
 
11. (CESGRANRIO/Técnico de Nivel Superior -Jurídico - 
EPE/2007) O instrumento de controle jurisdicional da Administração 
que se caracteriza por ser a medida hábil contra a inércia do Poder 
Público em expedir regras necessárias e indispensáveis ao exercício 
de direitos e liberdades constitucionais é o: 
a) mandado de injunção. 
b) habeas corpus. 
c) habeas data.d) ação popular. 
e) ação civil pública. 
Comentários: 
A questão fala literlamente de um remédio previsto na Constituição 
que será usado "contra a inércia do Poder Público em expedir regras 
necessárias e indispensáveis ao exercício de direitos e liberdades 
constitucionais". Que remédio seria esse? 
Seria o Mandado de Injunção. Precisamos tercer mais comentários 
sobre ele, pois tomou grande repercussão a partir de 2007 e 
atualmente é um dos mais cobrados em concurso. 
Antes disso, vamos falar de cada um dos institutos e termos que a 
questão cobrou: 
a) mandado de injunção 
Motivo: Falta de norma regulamentadora tornando inviável o 
exercício: 
̇ Dos direitos e liberdades constitucionais; 
̇ Das prerrogativas inerentes à: 
o Nacionalidade; 
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o Soberania; e 
o Cidadania. 
Quem pode usar: Qualquer pessoa. 
Quem pode sofrer a ação: A autoridade competente para editar 
a norma em questão; 
Modos de MI: 
̇ Individual: Impetrado em nome de uma única pessoa; 
̇ Coletivo: NÃO ESTÁ PREVISTO NA CF! Mas é admitido, 
devendo cumprir os mesmos requisitos do MS Coletivo. 
 
OBS 1 - NORMA é sentido amplo, não precisa ser lei, pode ser 
qualquer ato normativo, inclusive os infralegais como portarias, 
decretos e etc. 
OBS 2 - Até meados de 2007, o efeito das decisões de MI ‘s 
emanadas pelos tribunais se limitavam a declarar a mora do 
legislador e pelo princípio da independência dos poderes, não havia 
como obrigar tal autoridade a legislar e nem mesmo poderia o 
judiciário agir como legislador e sanar a mora existente. Essa 
situação era o que chamamos de posição não-concretista do Poder 
Judiciário. 
Porém, ao julgar os Mandados de Injunção 670, 708 e 712, sobre a 
falta de norma regulamentadora do direito de greve dos servidores 
públicos, o STF abandonou sua antiga posição e declarou: 
“enquanto não editada a lei especifica sobre o direito de greve dos 
servidores públicos, estes devem adotar a norma aplicável aos 
trabalhadores da iniciativa privada”. Assim, o STF passou a adotar a 
teoria concretista, pois sanou a mora existente e “ressuscitou” 
aquele que era chamado de “o remédio constitucional mais ineficaz”. 
 
b) habeas corpus. 
̇ Motivo: Violência ou coação da liberdade de locomoção; 
(Abuso contra o direito que todos possuem de ir, vir, 
permanecer, estar, passar e etc.) 
̇ Quem pode usar: Qualquer pessoa; 
̇ Quem pode sofrer a ação: Qualquer um que use de 
ILEGALIDADE ou ABUSO DE PODER. 
̇ Modos de HC: 
o Preventivo: Caso haja ameaça de sofrer a coação; 
o Repressivo: Caso esteja sofrendo a coação. 
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̇ Custas: (LXXVII) São gratuitas as ações de "habeas-corpus"; 
 
c) habeas data. 
Motivo: 
a) Conhecimento de informações relativas à PESSOA DO 
IMPETRANTE; (após ter pedido administrativamente e ter 
sido negado) 
b) Retificar dados, caso não prefira fazer isto por meio sigiloso 
administrativamente ou judicialmente. 
Quem pode usar: Qualquer pessoa. 
Quem pode sofrer a ação: Qualquer entidade governamental ou 
ainda não-governamental, mas que possua registros ou bancos de 
dados de caráter público. 
Custas: (LXXVII) São gratuitas as ações de "habeas-data"; 
 
OBS 1 - Deve-se ter muita atenção, pois as bancas constantemente 
tentam confundir o candidato com este remédio constitucional. O 
habeas data é usado para se requerer informações sobre a PESSOA 
DO IMPETRANTE que constam em banco de dados públicos, são 
aquelas informações pessoais. Primeiramente deve-se pedir 
administrativamente e se negado, impetra-se o HD. Não confunda 
com o caso de se negarem o direito de receber informações em 
órgãos públicos, assegurado pelo art. 5º XXXIII, já que estas 
informações podem não ser pessoais ao impetrante, nem com o 
indeferimento do direito de petição ou de obter certidões – art. 5º, 
XXXIV. Nestes casos, será impetrado mandado de segurança e não 
habeas data. 
 
d) ação popular. 
Quem pode propor: Qualquer CIDADÃO, ou seja, somente 
aquele em pleno gozo de seus direitos políticos; 
Motivo: Anular ato lesivo: 
̇ Ao patrimônio público ou de entidade a qual o Estado 
participe; 
̇ À moralidade administrativa; 
̇ Ao meio ambiente; 
̇ Ao patrimônio histórico e cultural. 
Custas judiciais: Fica o autor, salvo comprovada má-fé, isento de 
custas judiciais e do ônus da sucumbência; 
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OBS - Não é qualquer pessoa que pode propor, mas, apenas o 
cidadão, ou seja, quem está em pleno gozo de seus direitos 
políticos. 
 
e) ação civil pública. 
Não é um remédio constitucional propriamente dito, é uma ação que 
pode ser interposta para proteção de interesses sociais difusos e 
coletivos (lei 7.347/85), não pelo cidadão, mas por algumas 
entidades, sendo outra arma para proteção de interesses da 
sociedade. 
Diferentemente da Ação penal pública, a AÇÃO CIVIL PUBLICA NÃO É 
PRIVATIVA DO MINISTÉRIO PÚBLICO, podendo ser, além do 
Ministério Público, intentada por: 
X Qualquer ente federativo ( União, Estados, Municípios e 
DF); 
X Autarquia, Fundação Pública, Sociedade de Economia 
Mista ou Empresa Pública; 
X Defensoria Pública; 
X Associação constituída há pelo menos um ano e que 
possua como finalidade a proteção ao meio ambiente, ao 
consumidor, ao patrimônio histórico e etc. 
 
OBS- Não precisa decorar essa lista dos legitimados para propor a 
ação civil pública, mas apenas saber que não é o cidadão, e nem é 
privativa do Ministério Público. 
 
A questão não cobrou, mas vamos comentar outro remédio: 
x) mandado de segurança (Segundo a Constituição Federal) 
Motivo: Proteger direito líquido e certo, não amparado por HC ou 
HD. 
Quem pode usar: Qualquer pessoa (PF, PJ ou até mesmo órgão 
público – independente ou autônomo). 
Quem pode sofrer a ação: Autoridade pública ou agente de PJ no 
exercício de atribuições do poder público que use de ILEGALIDADE ou 
ABUSO DE PODER. 
Modos de MS: 
̇ Individual: Impetrado em nome de uma única pessoa; 
̇ (LXX) Coletivo: Impetrado por: 
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o Partido Político com representação no CN; 
o Organização sindical; 
o Entidade de classe; ou 
o Associação, desde que esta esteja legalmente constituída e 
esteja em funcionamento há pelo menos um ano. 
Desta forma, o gabarito da questão foi: letra A! 
 
12. (CESPE/MMA/2009) Um promotor de justiça, no uso de suas 
atribuições, poderá ingressar com ação popular. 
Comentários: 
O legitimado ativo da ação popular é o cidadão, para o exercício da 
cidadania, assim, o promotor poderá impetrar ação popular como 
cidadão brasileiro e não usando as suas atribuições de promotor de 
justiça. 
Gabarito: Errado. 
 
13. (CESPE/FINEP/2009) Somente o brasileiro nato possui 
legitimação constitucional para propositura de ação popular, desde 
que esteja em dia com seus deveres políticos. 
Comentários: 
O requisito que a Constituição exige é apenas ser "cidadão", ou seja, 
brasileiro em pleno gozo de direitos políticos, para isso, independe de 
a pessoa ser um brasileiro nato ou naturalizado. 
Gabarito: Errado. 
 
14. (ESAF/AFRFB/2009) Consoante entendimento jurisprudencial 
predominante, não se exige negativa da via administrativa para 
justificar o ajuizamento do habeas data. 
Comentários: 
No art. 5º, XXXV da CF temos: "a lei não excluirá da apreciação do 
Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito". 
O entendimento deste artigo é que, por este princípio, alguém poderáacessar o Poder Judiciário sem necessariamente esgotar as esferas 
administrativas e será apenas o Poder Judiciário que fará a “coisa 
julgada” em definitivo, típico do direito inglês, diferentemente do 
franCês, onde há o “Contencioso administrativo”. (no contencioso 
administrativo, a esfera administrativa é capaz de proferir decisões 
definitivas, sem que sejam apreciadas pelo Poder Judiciário). 
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Existem exceções a este princípio? 
Sim: 
A) CF, art. 217 §1º ń O Poder Judiciário só admitirá ações relativas à 
disciplina e às competições desportivas após esgotarem-se as 
instâncias da justiça desportiva, regulada em lei. 
B) Em se tratando de Habeas Data, só será admitida a propositura 
deste remédio depois de negado o pedido pela autoridade 
administrativa. (entendimento do STF - HD 22/DF, entre outros - e 
STJ - Súmula nº2) 
Desta forma, o gabarito é ERRADO. 
 
15. (ESAF/AFRFB/2009) Não cabe mandado de segurança contra 
os atos de gestão comercial praticados pelos administradores de 
concessionárias de serviço público. 
Comentários: 
Recentemente, em 7 de agosto de 2009, foi publicada a nova lei do 
Mandado de Segurança, a lei 12016/09. 
Desta lei, colocarei abaixo os pontos que podem ser cobrados no 
concurso de DIREITO CONSTITUCIONAL (Para a disciplina de direito 
processual tem que ler o resto da lei): 
Objeto do MS: Proteção de direito líquido e certo, não 
amparado por habeas corpus ou habeas data, devido a ilegalidade 
ou abuso de poder. 
Quem pode impetrar: Qualquer pessoa física ou jurídica, de 
forma preventiva ou repressiva. 
Contra quem pode impetrar: Autoridade, seja de que 
categoria for e sejam quais forem as funções que exerça. Equiparam-
se às autoridades: 
x Os representantes ou órgãos de partidos políticos; 
x Os administradores de entidades autárquicas; 
x Os dirigentes de pessoas jurídicas ou as pessoas naturais 
no exercício de atribuições do poder público, somente no 
que disser respeito a essas atribuições. 
Não cabimento: Não cabe mandado de segurança contra: 
x Os atos de gestão comercial praticados pelos 
administradores de empresas públicas, de sociedade de 
economia mista e de concessionárias de serviço público. 
x Ato do qual caiba recurso administrativo com efeito 
suspensivo, independentemente de caução; 
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x Decisão judicial da qual caiba recurso com efeito 
suspensivo; 
x Decisão judicial transitada em julgado. 
Prazo para propor: 120 dias contados da ciência do 
ato. (prazo decadencial). 
OBS: Este prazo de 120 dias não se aplica, obviamente, ao MS 
preventivo, pois se a lesão ainda nem ocorreu, como poderíamos 
começar a contagem do prazo? 
Mandado de segurança coletivo: Pode ser impetrado por: 
x Partido político com representação no Congresso 
Nacional, na defesa de seus interesses legítimos relativos 
a seus integrantes ou à finalidade partidária; ou 
x Organização sindical, entidade de classe ou associação 
legalmente constituída e em funcionamento há, pelo 
menos, 1 (um) ano, em defesa de direitos líquidos e 
certos da totalidade, ou de parte, dos seus membros ou 
associados, na forma dos seus estatutos e desde que 
pertinentes às suas finalidades, dispensada, para tanto, 
autorização especial. 
 
Demais súmulas relevantes para o Mandado de Segurança: 
Jurisprudência do STF: 
SÚMULA Nº 266 
Não cabe mandado de segurança contra lei em tese. 
SÚMULA Nº 267 
Não cabe mandado de segurança contra ato judicial passível de 
recurso ou correição. 
SÚMULA Nº 268 
Não cabe mandado de segurança contra decisão judicial com trânsito 
em julgado. 
SÚMULA Nº 429 
A existência de recurso administrativo com efeito suspensivo não 
impede o uso do mandado de segurança contra omissão da 
autoridade. 
SÚMULA Nº 624 
Não compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer originariamente 
de mandado de segurança contra atos de outros tribunais. 
SÚMULA Nº 625 
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Controvérsia sobre matéria de direito não impede concessão de 
mandado de segurança. 
SÚMULA Nº 629 
A impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de 
classe em favor dos associados independe da autorização destes. 
SÚMULA Nº 630 
A entidade de classe tem legitimação para o mandado de segurança 
ainda quando a pretensão veiculada interesse apenas a uma parte da 
respectiva categoria. 
SÚMULA Nº 632 
É constitucional lei que fixa o prazo de decadência para a impetração 
de mandado de segurança. 
Jurisprudência do STJ: 
SÚMULA Nº 105 
Na ação de mandado de segurança não se admite condenação em 
honorários advocatícios. 
SÚMULA Nº 333 
Cabe mandado de segurança contra ato praticado em licitação 
promovida por sociedade de economia mista ou empresa pública. 
 
Voltando à questão, vimos que, segundo a lei 12016/09, não cabe 
mandado de segurança contra: 
x Os atos de gestão comercial praticados pelos 
administradores de empresas públicas, de sociedade de 
economia mista e de concessionárias de serviço público. 
x Ato do qual caiba recurso administrativo com efeito 
suspensivo, independentemente de caução; 
x Decisão judicial da qual caiba recurso com efeito 
suspensivo; 
x Decisão judicial transitada em julgado. 
Gabarito: Correto. 
 
16. (CESPE/SEFAZ-AC/2009) O mandado de segurança se 
presta a impugnar lei em tese. 
Comentários: 
Trata-se da súmula nº 266 do STF: "Não cabe mandado de segurança 
contra lei em tese". Isto porque o mandado de segurança é uma ação 
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para tutelar direitos subjetivos líquidos e certos. Impugnar uma lei 
em tese, é impugnar a propositura de uma lei, de forma objetiva, 
sem olhar para casos concretos (problemas subjetivos) trazidos por 
ela. Impugnar objetivamente uma lei é papel da ação direta de 
inconstitucionalidade e não do mandado de segurança. 
Gabarito: Errado. 
 
17. (CESPE/SEFAZ-AC/2009) O mandado de segurança não 
constitui ação adequada para a declaração do direito à compensação 
tributária. 
Comentários: 
Trata-se da súmula nº 213 do STJ: O mandado de segurança 
constitui ação adequada para a declaração do direito à compensação 
tributária. 
Gabarito: Errado. 
 
18. (CESPE/ TCE-AC/2009) O mandado de segurança é o meio 
correto para determinar à administração a retificação de dados 
relativos ao impetrante nos arquivos da repartição pública. 
Comentários: 
Neste caso o remédio utilizado deverá ser o habeas data, logo, não se 
poderá usar o Mandado de Segurança, já que a Constituição veda o 
uso do MS quando o objeto for de habeas corpus ou habeas data. 
Gabarito: Errado. 
 
19. (CESPE/Procurador-AGU/2010) O habeas corpus constitui, 
segundo o STF, medida idônea para impugnar decisão judicial que 
autoriza a quebra de sigilos fiscal e bancário em procedimento 
criminal. 
Comentários: 
Na jurisprudência do Supremo, o habeas corpus pode ser usado 
contra qualquer ato ilegal, ou com abuso de poder que possa levar o 
indivíduo a ter a sua liberdade de locomoção, cerceada, ainda que 
não diretamente. É o caso da questão, a quebra de sigilo, embora 
não seja medida que diretamente se oponha à liberdade de 
locomoção, pode indiretamente contribuir para o constrangimento a 
tal direito. 
Gabarito: Correto. 
 
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20. (ESAF/AFRFB/2009) Consoante entendimento jurisprudencial 
dominante, o SupremoTribunal Federal adotou a posição não 
concretista quanto aos efeitos da decisão judicial no mandado de 
injunção. 
Comentários: 
Até meados de 2007, o efeito das decisões de MI ‘s emanadas pelos 
tribunais se limitavam a declarar a mora do legislador. Essa 
situação era o que chamamos de posição não-concretista do Poder 
Judiciário. Porém, ao julgar os Mandados de Injunção 670, 708 e 712, 
sobre a falta de norma regulamentadora do direito de greve dos 
servidores públicos, o STF abandonou sua antiga posição e passou a 
adotar a teoria concretista. A partir de então, caberia ao Poder 
Judiciário, desde logo, permitir que o impetrante exercesse seu 
direito, sanando a mora existente. Vamos esquematizar este 
importante assunto: 
Posição 
Não-
concretista 
 
O Judiciário se limita a declarar a mora do legislador 
Posição 
Concretista 
Geral 
O judiário desde já faz com que o direito 
possa ser exercido e de forma erga omnes 
Individual 
O judiciário 
decide de 
forma inter 
partes 
Intermediária 
O Judiciário 
assenta um 
prazo para 
que o 
Legislativo 
edite a norma 
faltante – 
quando usado 
foi de 120 
dias 
Direta 
O Judiciário 
desde logo faz 
com que a 
parte pedinte 
possa exercer 
o seu direito, 
geralmente 
usando-se de 
analogia a 
outras normas 
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Gabarito ERRADO. Atualmente a posição do Supremo é concretista 
"tendendo" para ser geral. Mas, já foi usada a individual direta em 
alguns julgados. 
 
21. (CESPE – Procurador Municipal Natal - 2008) 
Considerando a atual jurisprudência do STF quanto à decisão e aos 
efeitos do mandado de injunção, notadamente nos casos em que se 
discuta o direito de greve dos servidores públicos, é correto afirmar 
que, na decisão de um mandado de injunção, compete ao Poder 
Judiciário 
a) elaborar a norma regulamentadora faltante. 
b) proferir simples declaração de inconstitucionalidade por omissão, 
dando conhecimento ao órgão competente para a adoção das 
providências cabíveis. 
c) garantir o imediato exercício do direito fundamental afetado pela 
omissão do poder público. 
d) fixar prazo razoável para que o ente omisso supra a lacuna 
legislativa ou regulamentar, sob pena de responsabilização. 
Comentários: 
Letra A - Errado. Judiciário não é legislador, ele deve julgar, não 
legislar. Em que pese a sua atribuição atípica de poder legislar, fazer 
seus regimentos e regulamentos, não poderá nunca elaborar uma 
norma cuja competência está estabelecida no âmbito do Poder 
Legislativo ou Executivo. 
Letra B - Errado, pois assim seria a não-concretista. 
Letra C- Perfeito, trata-se da concretista, sem entrar no mérito de ser 
geral ou individual. 
Letra D - Errado. Assim seria a posição concretista individual 
intermediária, que era adotada minoritariamente no supremo, onde o 
Min. Néri da Silveira defendia que se determinasse um prazo de 120 
dias para a regulamentação. 
 
22. (CESPE/Advogado - IBRAM-DF/2009) O STF adota a 
posição de que o mandado de injunção não tem função concretista, 
porque não cabe ao Poder Judiciário conferir disciplina legal ao caso 
concreto sob pena de violação ao princípio da separação dos poderes. 
Comentários: 
Como vimos, atualmente (a partir de 2007) o STF vem adotando a 
posição concretista do mandado de injunção, ou seja, quando se 
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entra em juízo com um mandado de injunção, a autoridade julgadora 
deverá decidir o caso concreto, fazendo com que desde já o 
impetrante consiga exercer o direito que está sendo impedido pela 
omissão normativa. 
Gabarito: Errado. 
 
23. (CESPE/Procurador - Pref. Boa Vista/2010) A previsão 
constitucional de regras diferenciadas de aposentadoria para quem 
exerça atividades sob condições especiais que prejudiquem a sua 
saúde ou a sua integridade física carece de regulamentação 
infraconstitucional. Por essa razão, caso a regulamentação não seja 
produzida, os servidores que exerçam atividades nocivas podem 
solicitar a aplicação, por analogia, das regras do regime geral de 
previdência. 
Comentários: 
É isso aí, essa questão foge do tema "direitos individuais" mas 
coloquei aqui pois é um exemplo de adoção da teoria concretista pelo 
STF. O STF julgou diversos mandados de injunção nos quais 
servidores públicos pleiteavam o seu direito constitucional à 
aposentadoria especial. 
No julgamento, o STF adotou teoria concretista e conferiu o direito 
dos servidores usarem a analogia das regras do RGPS, aplicáveis aos 
trabalhadores celetistas. 
Gabarito: Correto. 
 
24. (CESPE/AGU/2009) Segundo o STF, a falta de defesa técnica 
por advogado, no âmbito de processo administrativo disciplinar, não 
ofende a CF. Da mesma forma, não há ilegalidade na ampliação da 
acusação a servidor público, se, durante o processo administrativo, 
forem apurados fatos novos que constituam infração disciplinar, 
desde que rigorosamente observados os princípios do contraditório e 
da ampla defesa. O referido tribunal entende, também, que a 
autoridade julgadora não está vinculada às conclusões da comissão 
de processo administrativo disciplinar. 
Comentários: 
O primeiro período trata da súmula vinculante de nº 5: 
A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo 
disciplinar não ofende a Constituição. Em relação ao segundo e 
terceiro períodos , trata-se da completa literalidade do julgado do 
recurso em mandado de segurança (RMS) 24526 / DF - DISTRITO 
FEDERAL: "...1.Não há ilegalidade na ampliação da acusação a 
servidor público, se durante o processo administrativo forem 
apurados fatos novos que constituam infração disciplinar. O princípio 
do contraditório e da ampla defesa deve ser rigorosamente 
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observado. 2. É permitido ao agente administrativo, para 
complementar suas razões, encampar os termos de parecer exarado 
por autoridade de menor hierarquia. A autoridade julgadora não está 
vinculada às conclusões da comissão processante. 
Gabarito: Correto. 
 
25. (CESPE/Auditor-TCU/2009) De acordo com a CF, caso os 
integrantes de determinada associação pretendam reunir-se 
pacificamente, sem armas, em um local aberto ao público, tal reunião 
poderá ocorrer, independentemente de autorização, desde que não 
frustre outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, 
sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente. 
Comentários: 
É o que disciplina o art. 5º XVI da Constituição. É necessário ter 
atenção ao requisitos de exercício: Inciso muito cobrado em provas. 
Deve-se atentar aos seguintes requisitos: 
- seja pacificamente; 
- sem armas; 
- não frustre outra reunião anteriormente convocada para o local; 
- avise a autoridade competente. 
Gabarito: Correto. 
 
26. (CESPE/TRT-17ª/2009) A CF assegura a todos o direito de 
reunião pacífica em locais abertos ao público, desde que mediante 
autorização prévia da autoridade competente e que não se frustre 
outra reunião prevista para o mesmo local. 
Comentários: 
Questão clássica de concursos públicos. Está incorreta pelo fato de 
que não precisa de autorização, basta simples aviso (CF, art. 5º XVI). 
Gabarito: Errado. 
 
27. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) De acordo com a 
doutrina e jurisprudência, a tutela jurídica do direito de reunião 
eventualmente atingido se efetiva por intermédio do habeas corpus. 
Comentários: 
Frustrar o direito de reunião não é um impedimento à liberdade de 
locomoção e sim um impedimento de se exercer um direito, direito 
este assegurado constitucionalmente, assim deve serimpugnada esta 
ofensa através de mandado de segurança. 
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Gabarito: Errado 
 
28. (CESPE/Advogado OAB–SP/2008) Segundo a Constituição 
de 1988, constitui crime inafiançável e imprescritível: 
a) a prática da tortura 
b) a prática do racismo 
c) o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins 
d) o definido em lei como hediondo 
Comentários: 
A Constituição prevê expressamente 3 grupos de crimes: TODOS 
ELES SÃO INAFIANÇÁVEIS. São eles: 
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável 
e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da 
lei; 
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e 
insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura , o 
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e 
os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo 
os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, 
se omitirem; 
XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a 
ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem 
constitucional e o Estado Democrático; 
Como disse, perceba que todos eles são inafiançáveis. Agora, existe 
uma diferença nos outros tratamentos. Deste modo, eu proponho um 
"macete" em meu livro "Constituição Federal Anotada para 
Concursos": eu costumo dizer que os crimes se dividiriam em 3 
grupos: racismo, ação de grupos armados, e o que chamaria de 3TH 
(tortura, tráfico, terrorismo e hediondos). A Constituição estabeleceu 
para eles o seguinte tratamento: 
x ação de grupos armados contra o Estado – imprescritível; 
x racismo – imprescritível e sujeito a reclusão (R – racismo X R – 
reclusão) 
x 3TH – insuscetível de graça ou anistia (tente relacionar a 
fonética do “H” – “A–GA”– para lembrar de “Graça” ) 
Comentado cada uma das assertivas: 
a) a prática da tortura – É um dos “T” do 3TH. 
b) a prática do racismo – Resposta CERTA e como visto ainda 
sujeita o infrator à reclusão. 
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c) o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins – É um dos 
“T” do 3TH. 
d) o definido em lei como hediondo – É o “H” do 3TH 
Gabarito: Letra B 
 
29. (FCC/MPE–RS/2008) Constitui crime inafiançável e 
imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a 
ordem constitucional e o Estado Democrático. 
Comentários: 
Usando o método que eu propus, vemos que a questão está correta. 
Gabarito: Correto. 
 
30. (ESAF/CGU/2008) A prática do racismo constitui crime 
inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos 
da lei. 
Comentários: 
Da mesma forma, trata-se da perfeita disposição do que vimos. 
Gabarito: Correto 
 
31. (CESPE/OAB-SP exame nº 135/2008) Segundo a 
Constituição de 1988, constitui crime inafiançável e imprescritível a 
prática da tortura. 
Comentários: 
A prática de tortura não seria imprescritível, seria insuscetível de 
graça ou anistia. 
Gabarito: Errado. 
 
32. (CESPE/MMA/2009) Aos autores pertence o direito exclusivo 
de utilização e publicação, mas não o de reprodução, não podendo a 
transmissão desse direito aos herdeiros ser limitada por lei. 
Comentários: 
A questão contraria o disposto no art. 5º, XXVII que garante aos 
autores o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de 
suas obras, e que diz ainda que o direito será transmissível aos 
herdeiros mas somente pelo tempo que a lei fixar. 
Gabarito: Errado. 
 
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33. (ESAF/ATA-MF/2009) A casa é asilo inviolável do indivíduo, 
ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, 
salvo, por determinação judicial após as 18 horas e durante o dia 
para prestar socorro, em caso de flagrante delito ou desastre. 
Comentários: 
No caso de mandado judicial, poderá apenas durante o dia (CF art. 
5º, XI). Durante a noite, só pode entrar na casa se for: 
x com consentimento do morador, ou 
x para prestar socorro ou 
x no caso de flagrante delito; ou 
x no caso de desastre. 
 
Atenção!!! Lembro a vocês que: “Casa”, segundo o STF, tem sentido 
amplo, aplica-se a qualquer recinto particular não aberto ao 
público como o escritório, consultório etc. Porém, nenhum direito 
fundamental é absoluto, desta forma, o STF decidiu pela não 
ilicitude das provas obtidas com violação noturna de escritório 
de advogados para que fossem instalados equipamentos de escuta 
ambiental, já que os próprios advogados estavam praticando 
atividades ilícitas em seu interior. Desta forma, a inviolabilidade 
profissional do advogado, bem como do seu escritório, serve para 
resguardar o seu cliente para que não se frustre a ampla defesa, 
mas, se o investigado é o próprio advogado, ele não poderá invocar a 
inviolabilidade profissional ou de seu escritório, já que a Constituição 
não fornece guarida para a prática de crimes no interior de recinto. 
(Para quem quiser pesquisar mais o assunto, foi o que o STF decidiu 
no Inq 2.424, Rel. Min. Cezar Peluso, julgamento em 19 e 20-11-08, 
Plenário, Informativo 529). 
Gabarito: Errado. 
 
34. (ESAF/ATRFB/2009) A garantia constitucional da 
inviolabilidade de domicílio não inclui escritórios de advocacia. 
Comentários: 
Veja que aqui a pergunta foi bem diferente da observação que 
fizemos na questão anterior. Sabemos que o conceito de “casa” 
previsto no art. 5°, XI da Constituição tem sentido amplo, 
compreende qualquer recinto fechado, não aberto ao público tais 
como escritórios de advocacia, consultórios médico e etc. 
Assim, a resposta a ser marcada seria errado. Irá incluir sim os 
escritórios de advocacia. 
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24�
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A observação que fizemos é um caso excepcional onde os advogados 
estão cometendo crimes dentro de seu escritório. A regra é não ser 
violável quaisquer consultórios ou escritórios, excepcionalmente isso 
não acontecerá quando estes recintos estiverem albergando a prática 
de crimes em seu interior. 
Gabarito: Errado. 
 
Veja a questão do CESPE. 
35. (CESPE/TRT-17ª/2009) Caso um escritório de advocacia 
seja invadido, durante a noite, por policiais, para nele se instalar 
escutas ambientais, ordenadas pela justiça, já que o advogado que ali 
trabalha estaria envolvido em organização criminosa, a prova obtida 
será ilícita, já que a referida diligência não foi feita durante o dia. 
Comentários: 
Agora sim entra a exceção que tratamos, ok? 
Veja a importância de estar atualizado! Neste caso a prova não seria 
ilícita. 
Gabarito: Errado. 
 
36. (CESRANRIO/Oficial de Justiça-TJ/RO/2008) A 
Constituição afirma que “a casa é asilo inviolável do indivíduo, 
ninguém nela podendo penetrar sem o consentimento do morador” 
(Art. 5, XI). A esse respeito, considere as afirmativas a seguir. 
I - É permitido penetrar na casa, a qualquer hora do dia, mesmo sem 
o consentimento do morador, desde que haja autorização judicial 
para tanto. 
II - É permitido penetrar na casa, a qualquer hora do dia, em caso de 
desastre ou para prestar socorro. 
III - É permitido penetrar na casa quando houver flagrante delito, 
mas somente durante o dia. 
IV - O conceito de casa deve ser interpretado de forma restritiva, não 
incluindo, por exemplo, quarto de hotel. 
Tendo em vista o direito fundamental citado, de acordo com a própria 
Constituição, e com a jurisprudência do STF, é(são) 
correta(s) APENAS a(s) afirmativa(s) 
(A) II 
(B) III 
(C) I e IV 
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25�
www.pontodosconcursos.com.br�(D) I, II e IV 
(E) I, III e IV 
Comentários: 
Item I - Errado. Com o consentimento do morador, poderá entrar na 
casa, qualquer hora, agora, sem o seu consentimento, precisa de: 
1- Ordem judicial - somente durante o dia. 
2- Prestar socorro, ocorrer um desastre ou for caso de flagrante 
delito - nestes casos pode ser inclusive durante a noite. 
Item II - Correto. É o que acabam de ver acima. 
Item III - Errado. Vimos ao comentarmos o item I, que no caso de 
flagrante delito, poderá ser até mesmo durante a noite. 
Item IV - Errado. “Casa”, segundo o STF, tem sentido amplo, 
aplica-se a qualquer recinto particular não aberto ao público 
como o escritório, consultório etc. 
Gabarito: Letra A. Somente a II está correta. 
 
37. (CESPE/MMA/2009) Se um indivíduo, ao se desentender com 
sua mulher, desferir contra ela inúmeros golpes, agredindo-a 
fisicamente, causando lesões graves, as autoridades policiais, 
considerando tratar-se de flagrante delito, poderão penetrar na casa 
desse indivíduo, ainda que à noite e sem determinação judicial, e 
prendê-lo. 
Comentários: 
Segundo a Constituição em seu art. 5º, XI, a casa do indivíduo 
(sentido amplo: moradia, escritório, consultório e etc.) é asilo 
inviolável e ninguém pode entrar na mesma, a não ser que: 
̇ Tenha o consentimento do morador; ou 
̇ Em caso de flagrante delito, desastre ou para prestar 
socorro; ou 
̇ Se o Juiz determinar, mas neste caso só poderá entrar 
durante o dia. 
Como se trata de flagrante delito, não necessita de exigência de ser 
apenas durante o dia. 
Gabarito: Correto. 
 
38. (CESPE/MMA/2009) Se um brasileiro nato viajar a outro país 
estrangeiro, lá cometer algum crime, envolvendo tráfico ilícito de 
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entorpecentes, e voltar ao seu país de origem, caso aquele país 
requeira a extradição desse indivíduo, o Brasil poderá extraditá-lo. 
Comentários: 
O brasileiro nato nunca poderá ser extraditado, isso já é suficiente 
para acertar a questão, mas, a título de informação lembramos que 
caso ele fosse naturalizado, isso poderia acontecer, já que a CF diz 
em seu artigo LI que nenhum brasileiro será extraditado, salvo o 
naturalizado, em caso de: 
̇ Crime comum, praticado antes da naturalização; ou 
̇ Comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes 
e drogas afins, na forma da lei; 
Gabarito: Errado. 
 
39. (CESPE/FINEP/2009) Dispõe a CF que nenhum brasileiro 
pode ser extraditado, nem concedida extradição de estrangeiro por 
crime político ou de opinião. 
Comentários: 
Em regra, nenhum brasileiro pode ser extraditado, mas, de forma 
absoluta, isso só vale para o brasileiro nato, ou seja, a questão peca 
ao afirmar "nenhum brasileiro pode ser extraditado", já que poderá 
sim, desde que seja um brasileiro naturalizado. 
A segunda parte que fala "nem concedida extradição de estrangeiro 
por crime político ou de opinião" está correta, já que, embora o 
estrangeiro possa, sem grandes empecilhos, ser extraditado, isso não 
ocorrerá, por vedação constitucional, quando se tratar de crime 
político ou de opinião. 
Gabarito: Errado. 
 
40. (CESPE/TRT-17ª/2009) O Brasil se submeterá à jurisdição 
de Tribunal Penal Internacional a cuja criação manifestar adesão. 
Comentários: 
Correto. Foi uma inovação trazida pela EC 45/04 que incluiu o §4º no 
art. 5º da Constituição. 
Gabarito: Correto. 
 
41. (CESPE/TRT-17ª/2009) Não há deportação nem expulsão de 
brasileiro. 
Comentários: 
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Deportação é a "devolução" do estrangeiro que tentou ingressar 
ilegalmente no país. Expulsão é a "retirada" do estrangeiro que 
cometeu algum ato no país que torna a sua permanência 
inconveniente. Assim, são dois institutos não aplicáveis ao brasileiro. 
Gabarito: Correto. 
 
42. (CESPE/FINEP/2009) As ações de habeas corpus e habeas 
data são gratuitas. 
Comentários: 
Organizando as gratuidades e imunidades do art. 5º: 
Direito de petição e de obter certidões ń Isento do pagamento 
de taxas; 
Ação Popular ń Isenta de custas judiciais e ônus da sucumbência, 
salvo comprovada má-fé. 
Habeas Corpus e Habeas Data ń Gratuitos. 
Atos necessários ao exercício da cidadania ń Gratuitos, na 
forma da lei. 
Registro de NASCIMENTO e CERTIDÃO DE ÓBITO ń Gratuitos 
aos reconhecidamente pobres 
Assistência Jurídica integral pelo Estado ń Gratuita a quem 
comprove insuficiência de recursos. 
Gabarito: Correto. 
 
43. (ESAF/AFRFB/2009) Segundo a Constituição de 1988, a 
prisão civil por dívida é cabível em se tratando de depositário infiel. 
Comentários: 
Olha a maldade! Isso tá certo ou está errado? 
Está perfeito. Embora não se conceba mais no Brasil a prisão civil por 
dívida do depositário infiel, devido ao Pacto de San Jose da Costa 
Rica, o enunciado pediu expressamente que fosse dada a 
resposta "SEGUNDO A CONSTITUIÇÃO". Desta forma, está 
correta a afirmativa, já que o texto constitucional não foi alterado 
pelo pacto. O pacto tem força "supralegal" e não força de emenda 
constitucional, o que só teria acontecido se ele fosse votado pelo rito 
de uma emenda. 
Lembro que recentemente foi editada uma Súmula Vinculante, a SV 
25 que possui o seguinte enunciado: "É ILÍCITA A PRISÃO CIVIL DE 
DEPOSITÁRIO INFIEL, QUALQUER QUE SEJA A MODALIDADE DO 
DEPÓSITO". 
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Professor, você ainda diz que questão tá certa? 
Sim, pois nem o pacto, nem a súmula, têm o poder de "revogar" a 
Constituição e excluir o teor do texto constitucional. Logo, como a 
questão pediu "segundo a Constituição" está correto, mesmo não 
sendo mais admitida no Brasil tal prisão. 
OBS. A prisão civil por dívida relativa ao descumprimento voluntário e 
inescusável de obrigação alimentícia continua intocada, sendo 
perfeitamente válida. 
Gabarito: Correto. 
 
44. (CESPE/ANAC/2009) Embora seja possível a restrição da 
liberdade de locomoção dos indivíduos nos casos de prática de 
crimes, é vedada a prisão civil por dívida, salvo, conforme 
entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF), quando se tratar 
de obrigação alimentícia ou de depositário infiel. 
Comentários: 
Nem vou comentar esta. Só mostrar que agora está falando " 
segundo entendimento do Supremo Tribunal Federal", ou seja, o 
gabarito é errado! Deve-se aplicar a jurisprudência da SV 25: "É 
ILÍCITA A PRISÃO CIVIL DE DEPOSITÁRIO INFIEL, QUALQUER QUE 
SEJA A MODALIDADE DO DEPÓSITO". 
Chamo atenção para um fato: A questão não precisava ter falado 
"segundo a jurisprudência". Isso foi só para reforçar. Ok? 
Gabarito: Errado. 
 
45. (CESPE/ TCE-AC/2009) Os tribunais de contas não podem 
determinar a quebra de sigilo bancário de administrador público 
investigado por superfaturamento de preço praticado em licitação, no 
âmbito do controle externo realizado. 
Comentários: 
Como vimos, o sigilo bancário das pessoas só podem ser 
relativizados, com a devida fundamentação, por: 
̇ Decisão judicial; 
̇ CPI; 
̇ Autoriadade Fazendária, no caso de processo administrativo 
instaurado ou procedimento fiscal em curso, de acordo com a LC 
105/01, em se tratando de informações indispensáveis ao 
procedimento – e segundo o STJ [R.Esp 531.826], somente é possível 
essa hipótese a partir da publicação desta lei; e 
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̇ Muito excepcionalmente, pelo Ministério Público, mas somente 
quando estiver tratando de aplicação das verbas públicas devido ao 
princípio da publicidade. 
Gabarito: Correto. 
 
46.(CESPE/TJAA-TRE-MG/2008) A Constituição da República 
Federativa do Brasil de 1988 prevê a inviolabilidade do sigilo da 
correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das 
comunicações telefônicas em caráter absoluto. 
Comentários: 
Vimos que nenhum direito fundamental é absoluto. Segundo a 
Constituição (CF, art. 5º, XII), a interceptação telefônica poderá 
ocorrer, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer (lei 
9.296/1996), por ordem judicial e apenas se tiver o objetivo de: 
x investigação criminal; ou 
x instrução processual penal. 
Embora não previsto constitucionalmente, o STF também admite que 
as outras comunicações também possam ser relativizadas no caso de 
interesses sociais "mais fortes" (isso só é visto no caso concreto, não 
se pode simplesmente dizer que um interesse X é mais forte que um 
Y, sem avaliar o caso concreto) como por exemplo a disciplina 
prisional, onde se admite devassar o sigilo da correspondência 
enviada ao preso, para resguardar interesses da sociedade. 
Gabarito: Errado. 
 
47. (ESAF/AFT/2003) Segundo a jurisprudência do STF, a 
inviolabilidade do sigilo das correspondências, das comunicações 
telegráficas e dos dados não é absoluta, sendo possível sua 
interceptação, sempre excepcionalmente, com fundamento em razões 
de segurança pública, de disciplina prisional ou de preservação da 
ordem jurídica, quando este direito estiver sendo exercido para 
acobertar práticas ilícitas. 
Comentários: 
Dispensarei maiores comentários, pois foi o que acabamos de ver na 
questão anterior. Expus esta questão pois a considero com um 
enunciado muito auto-explicativo. 
Gabarito: Correto. 
 
48. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) Apesar da ausência de 
autorização expressa na CF, a interceptação das correspondências e 
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comunicações telegráficas e de dados é possível, em caráter 
excepcional. 
Comentários: 
Segundo o STF nenhum direito fundamental pode ser respaldo para a 
prática de atos ilícitos, assim, ainda que aparentemente absolutos, 
eles poderão ser relativizados diante do caso concreto. Desta forma, 
é aceito a quebra de sigilo de correspondências, por exemplo, no caso 
de disciplina prisional, onde a autoridade fica licitamente autorizada a 
devassar o sigilo da comunicação feita ao preso para fins de 
manutenção da ordem e de interesses coletivos. 
Gabarito: Correto. 
 
49. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) De acordo com o STF, a 
comissão parlamentar de inquérito pode proceder à quebra de sigilo 
bancário da pessoa investigada, ainda que baseada em fundamentos 
genéricos, sem a indicação de fatos concretos e precisos. 
Comentários: 
Primeiramente, vamos fazer um resumo sobre o entendimento do 
STF neste tema: 
CPI pode: 
 ? Determinar quebra de sigilo bancário,telefônico ou fiscal (só por 
maioria absoluta da CPI); 
 ? Convocar Ministro de Estado para depor (qualquer comissão 
pode); 
 ? Determinar a condução coercitiva de testemunha que se recuse a 
comparecer; 
CPI não pode: 
 ? Determinar indisponibilidade de bens do investigado. 
 ? Decretar a prisão preventiva (pode decretar prisão só em 
flagrante); 
 ? Determinar interceptação/escuta telefônica; 
 ? Determinar o afastamento de cargo ou função pública durante a 
investigação; 
 ? Decretar busca e apreensão domiciliar de documentos; 
 
Agora, voltemos a questão que trata de uma exceção. Nas palavras 
do Supremo: "a quebra de sigilo que se apóia em fundamentos 
genéricos e que não indica fatos concretos e precisos referentes à 
pessoa sob investigação, constitui ato eivado de nulidade. A 
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quebra do sigilo inerente aos registros bancários, fiscais e 
telefônicos, por traduzir medida de caráter excepcional, revela-se 
incompatível com o texto da Constituição, quando fundada em 
deliberações emanadas de CPI, cujo suporte decisório apóia-se em 
formulações genéricas, muitas vezes padronizadas, que não veiculam 
a necessária e específica indicação da causa provável, que constitui 
pressuposto de legitimação essencial à válida ruptura, por parte do 
Estado, da esfera de intimidade a todos garantida pela Carta Política". 
Gabarito: Errado. 
 
50. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) Conforme entendimento 
do STF, a atual CF recepcionou o dispositivo da Lei de Imprensa que 
estabelece limitação quanto à indenização devida pela empresa 
jornalística, a título de dano moral, na hipótese de publicação de 
notícia inverídica, ofensiva à boa fama da vítima. 
Comentários: 
O STF decidiu em 2009, através do julgamento de uma ADPF que a 
lei de imprensa não estaria recepcionada pelo atual ordenamento 
jurídico, estando revogada. 
Gabarito: Errado. 
 
51. (CESGRANRIO/Investigador - Polícia Civil do RJ/2008) 
Entre os direitos e deveres individuais e coletivos previstos na 
Constituição Federal, inclui-se a plena liberdade de associação para 
fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar. Nesse contexto, a criação 
de associações independe de autorização, sendo vedada a 
interferência estatal em seu funcionamento, ressalvada a 
possibilidade de serem compulsoriamente dissolvidas por: 
a) decisão judicial, apenas após o trânsito em julgado. 
b) decreto específico do Governador do Estado. 
c) orientação do Ministério Público. 
d) determinação da Autoridade Policial em sede de inquérito. 
e) portaria da Presidência da República ou do Ministério da Justiça. 
Comentários: 
A questão é de resposta direta: letra A. Isso pode ser encontrado no 
artigo 5º XIX. Atenção a esta regra: 
De forma COMPULSÓRIA, ou seja, independente da vontade dos 
associados: 
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x Para que tenham suas atividades SUSPENSAS å Só por decisão 
judicial; 
x Para serem DISSOLVIDAS å Só por decisão judicial 
TRANSITADA EM JULGADO 
 
Disposições importantes sobre o direito de associação: 
1. É livre a associação somente para fins LÍCITOS, sendo vedada a 
paramilitar; 
2. É vedada a interferência estatal em seu funcionamento e nem 
mesmo precisa-se de autorização 
para criá-las; 
3. Ninguém pode ser compelido a associar-se ou permanecer 
associado; 
4. Para que tenham suas atividades compulsoriamente suspensas - 
Só por decisão judicial; (“simples”) 
5. Para serem compulsoriamente dissolvidas - Só por decisão judicial 
TRANSITADA EM JULGADO; 
6. Podem, desde que EXPRESSAMENTE autorizadas, representar seus 
associados: 
x Judicialmente; ou 
x Extrajudicialmente. 
Gabarito: Letra A. 
 
52. (CESPE/Auditor-TCU/2009) A administração pública, no 
exercício do seu poder de fiscalização, quando estiver diante de uma 
ilegalidade, poderá, independentemente de decisão judicial, dissolver 
compulsoriamente ou suspender as atividades das associações. 
Comentários: 
O Estado não pode influir no exercício das associações, para que se 
suspenda ou se dissolva associações de forma compulsória, precisa-
se sempre de ordem judicial, e que no caso de dissolução deverá 
ainda transitar em julgado (CF, art. 5º, XVIII). 
Gabarito: Errado. 
 
53. (CESGRANRIO/DECEA/2009) A Constituição Brasileira 
garante o direito de propriedade (art. 5o, XXII), que, por seu turno, 
deverá a atender a sua função social (art. 5o, XXIII). Nesse sentido, 
é correto afirmar que a Constituição: 
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(A) não admite a expropriação de terras, nem o confisco de bens. 
(B) assegura que a pequena propriedade rural, desde que trabalhada 
pela família, não será objetode penhora para pagamentos de débitos 
decorrentes de sua atividade produtiva. 
(C) permite a desapropriação de imóvel rural que não esteja 
cumprindo sua função social, mediante prévia e justa indenização em 
títulos da dívida agrária, que incluirá as benfeitorias úteis e 
necessárias. 
(D) permite, em caso de iminente perigo público, o uso de 
propriedade particular por autoridade pública, assegurado o 
pagamento de indenização pelo uso da propriedade. 
(E) permite a desapropriação de imóvel urbano, por interesse social, 
mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida pública. 
Comentários: 
Letra A - Errado. Expropriação é o mesmo que de desapropriação, 
mas é usada geralmente para versar sobre a tomada de terras sem 
qualquer indenização que o poder público promove quando a 
propriedade esteja cultivando plantas psicotrópicas ilícitas. A 
expropriação, bem como o confisco de bens, pode sim ser feito no 
Brasil. Abaixo esquematizo os casos de desapropriação: 
1- (Art. 5º XXIV) 
Se houver necessidade ou utilidade å PÚBLICA; ou 
Se houver interesse å SOCIAL. 
Necessita ainda de uma lei para estabelecer o procedimento de 
desapropriação; 
INDENIZAÇÃO: 
̇ Justa; 
̇ Prévia; 
̇ Em dinheiro. 
x Essa é a desapropriação ordinária. 
x O poder competente será o executivo de qualquer esfera de 
poder. 
x É bom prestar atenção na literalidade: por interesse SOCIAL e 
não público. 
x E lembre-se que a indenização precisa conter esses três 
requisitos: ser justa, prévia e em dinheiro senão padecerá de 
vício de inconstitucionalidade. 
x Desapropriação por interesse social = ocorre para dar 
assentamento a pessoas. 
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x Necessidade pública = A desapropriação é imprescindível 
para alcançar o interesse público. 
x Utilidade pública = Não é imprescindível, mas, será vantajosa 
para se alcançar o interesse público 
 
2- (CF art. 182 §4) 
No caso de solo URBANO não edificado ou sub-utilizado; 
Competente: PODER MUNICIPAL; 
Precisa de lei específica municipal nos termos de lei federal; 
A área deve estar incluída no Plano Diretor; 
A desapropriação é o último remédio após o município 
promover: 
o Parcelamento ou edificação compulsórios do terreno; 
o IPTU progressivo no tempo até alcançar certo limite da 
lei; 
INDENIZAÇÃO: 
o Mediante títulos da divida pública com prazo de resgate 
de até 10 anos. 
o A emissão dos títulos deve ser previamente aprovada 
pelo Senado Federal; 
o As parcelas devem ser anuais, iguais e sucessivas. 
x Essa é a desapropriação extraordinária de imóvel urbano. 
x A regra acima é apenas para o imóvel subutilizado e etc., 
REGRA GERAL será å As desapropriações de imóveis 
urbanos serão feitas com prévia e justa indenização em 
dinheiro. 
x Plano Diretor é o instrumento aprovado pela Câmara 
Municipal que serve para nortear o desenvolvimento e a 
expansão urbana, e é obrigatório se o município tiver mais 
de 20 mil habitantes. 
 
3- (CF art. 184) 
Para fins de REFORMA AGRÁRIA: 
Competente: UNIÃO; 
Também é por interesse social; 
Somente o imóvel que não estiver cumprindo sua função social; 
INDENIZAÇÃO: 
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a) Justa; 
b) Prévia; 
c) Em títulos da divida agrária resgatáveis em até 20 anos; 
d) Se houver benfeitorias ÚTEIS ou NECESSÁRIAS, 
estas devem se indenizadas em dinheiro; 
e) O resgate dos títulos é a partir do segundo ano de sua 
emissão. 
x Essa é a desapropriação extraordinária de imóvel rural. 
 
4- (CF art. 243) 
Se houver cultivo ilegal de plantas psicotrópicas: 
Haverá expropriação IMEDIATA sem direito a qualquer 
indenização; 
Finalidade: As “glebas” serão especificamente destinadas ao 
assentamento de colonos para que cultivem produtos 
ALIMENTÍCIOS ou MEDICAMENTOSOS. 
x Essa desapropriação é chamada de confisco (por alguns 
autores); 
x Para que ocorra a expropriação, o cultivo deve ser ilegal, ou 
seja, não estar autorizado pelo órgão competente do Ministério 
da Saúde, e não atendendo exclusivamente a finalidades 
terapêuticas e científicas; 
x (Art. 243 §Único) å Qualquer bem de valor econômico que seja 
apreendido em decorrência do tráfico ilícito de entorpecentes e 
drogas afins será revertido para tratamento e recuperação de 
viciados e para custeio das atividades de fiscalização, controle, 
prevenção e repressão ao tráfico. 
 
Letra B - CORRETO. A Constituição assegura em seu art. 5º, XXVI: a 
pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que 
trabalhada pela família, não será objeto de penhora para 
pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, 
dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento; 
 
Letra C - Errado. Vimos ao comentarmos a letra A que no caso de 
desapropriação de imóvel rural, a indenização será: 
a) Justa; 
b) Prévia; 
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c) Em títulos da divida agrária resgatáveis em até 20 anos; 
d) Se houver benfeitorias ÚTEIS ou NECESSÁRIAS, estas 
devem se indenizadas em dinheiro; 
Letra D - Aqui não se trata mais de forma de desapropriação, pois 
diferentemente do que ocorre nesta, na requisição, o dono da 
propriedade não perde sua titularidade, mas, apenas fornece a 
mesma à autoridade competente para que use temporariamente o 
imóvel no caso de perigo público iminente. Segundo a CF em seu art. 
5º, XXV: no caso de iminente perigo público, a autoridade 
competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao 
proprietário indenização ulterior, se houver dano; (A indenização será 
ulterior, após o ato, e só se houver dano à propriedade). 
Letra E - Por interesse social, que como visto, é aquela que ocorre 
para dar assentamento a pessoas. A indenização será sempre justa, 
prévia e em dinheiro. A desapropriação que se indeniza em títulos da 
dívida pública é aquela de solo não-edificado ou sub-utilizado. 
Gabarito Letra B. 
 
54. (CESPE/Juiz Federal Substituto - TRF 1ª/2009) Na 
desapropriação, a indenização justa e prévia deve traduzir a mais 
completa recomposição o valor retirado do patrimônio do 
expropriado e, nesse sentido, reconhece o STF a legitimidade do 
pagamento de indenização pelas matas existentes, até mesmo 
aquelas integrantes da cobertura vegetal sujeita a preservação 
permanente. 
Comentários: 
É o entendimento do STF, que é reconhecido através do preceito 
constitucional de que a indenização deve ser "justa". 
Gabarito: Correto. 
 
55. (CESPE/Juiz Federal Substituto - TRF 1ª/2009) A CF 
prevê que as glebas nas quais forem localizadas culturas de plantas 
psicotrópicas serão imediatamente expropriadas, sem indenização ao 
proprietário. O STF entende que, nessa hipótese, o termo gleba se 
refere apenas à área efetivamente cultivada e não a toda a 
propriedade, de modo que a gleba não poderia ser considerada o 
todo, mas somente a parte objeto do plantio ilegal. 
Comentários: 
ATENÇÂO: Na jurisprudência do STF, toda a área da gleba deve ser 
desapropriada, e não somente a área do cultivo. 
Gabarito: Errado. 
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56. (CESPE/Advogado - Petrobrás/2007) No ordenamento 
jurídico vigente, a legislação infraconstitucional, ainda quando de 
ordem pública, não pode retroagir para alcançar ato jurídico perfeito. 
Comentários: 
Dispõe o art. 5º, XXXVI: a lei não prejudicará o direito adquirido, o 
ato jurídico perfeito e a coisa julgada. 
Segundo o STF no julgamento da ADIN 493: o disposto no art. 5º, 
XXXVI, da Constituição Federal,se aplica a toda e qualquer lei 
infraconstitucional, sem qualquer distinção entre lei de direito público 
e lei de direito privado, ou entre lei de ordem pública e lei dispositiva. 
Assim, o direito adquirido e o ato jurídico perfeito aplicam-se 
inclusive às leis de ordem pública - leis de ordem pública são aquelas 
que, em um Estado, estabelecem os princípios, cuja manutenção se 
considera indispensável à organização da vida social, ou seja, regidas 
pelo Direito Público e não privado. O correto, segundo a doutrina é 
apenas dizer que não há direito adquirido individual que prevaleça 
sobre o interesse geral. 
Gabarito: Correto. 
 
57. (CESPE/Juiz Federal Substituto – TRF 5ª/2009) Suponha 
que Maria, viúva de servidor público estadual, estivesse recebendo, 
com base em lei estadual, pensão de 100% do valor da remuneração 
do cargo efetivo do falecido marido e que lei estadual superveniente 
tenha reduzido esse percentual para 50% do valor da remuneração 
do cargo. Nessa situação hipotética, a redução legal alcança o 
benefício recebido por Maria, já que não há direito adquirido a regime 
jurídico. 
Comentários: 
Errado. Este frase "não há direito adquirido em relação a regime 
jurídico" foi fruto de uma discussão em relação a servidores que 
haviam ingressado em certa carreira, e que ainda não tinham 
adquirido certos direitos previstos para seu regime jurídico. 
Aconteceu uma mudança do regime jurídico, alterando os direitos 
previstos no regime anterior. Ora, a pessoas adquirem os direitos 
previstos, e não o direito a fazer jus a direitos. Assim, não podemos 
falar em direito adquirido a regime jurídico, pois ninguém tem direito 
adquirido a fazer jus a direitos previstos. 
No caso em tela, a pensionista já está com o seu direito adquirido, 
fruindo dele, não pode ser alcançada pela retroação da lei. 
Gabarito: Errado. 
 
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Direitos Sociais: 
 
Os direitos sociais são normas programáticas, pois a sua simples 
previsão na Constituição não gera direitos imediatos aos indivíduos 
mas estabelecem diretrizes, programas para o governo seguir, 
realizando a sua eficácia ao longo do tempo. Importante é salientar 
que para concretizá-los não basta uma norma regulamentadora, mas 
também ações administrativas neste sentido. 
 
58. (FCC/Técnico - TRE-SE/2008) Constituem direitos sociais a 
distribuição de renda, a cesta básica e o vale-transporte. 
Comentários: 
Tais direitos não estão arrolados como direitos sociais. 
Nos termos do art. 6º da Constituição, são direitos sociais a 
educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a 
segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à 
infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Consti-
tuição. 
 
ATENÇÃO AO TERMO "ALIMENTAÇÃO", 
RECENTEMENTE INSERIDO NESTE ROL 
PELA EC 64/10. 
Gabarito: Errado. 
 
59. (CESPE/ANATEL/2006) Os chamados direitos sociais de 
segunda geração, ou dimensão, são caracterizados pela existência de 
direitos positivos, que fazem nascer para o Estado a obrigação de 
atuar ativamente de forma a diminuir as desigualdades materiais. É 
exemplo dessa categoria de direitos fundamentais a norma 
constitucional que assegura o direito de atendimento em creche e 
pré-escola às crianças de 0 a 6 anos de idade. 
Comentários: 
Antes de comentarmos a questão, vamos relembrar as dimensões (ou 
gerações) de direitos. Esquematizando, podemos dizer que os direitos 
se dividem basicamente da seguinte forma: 
 
Dimensão Direitos 
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1ª Liberdade: 
Direitos civis e políticos 
2ª Igualdade: 
Direitos Sociais, Econômicos e Culturais. 
3ª Solidariedade (fraternidade): 
Direitos coletivos e difusos. 
 
Dicas para memorizar: 
x As dimensões estão na ordem do lema da Revolução 
Francesa: liberdade, igualdade, e fraternidade. 
x Os direitos Políticos são os de Primeira dimensão. 
x Os direitos Sociais, Econômicos e Culturais (SEC - Lembre-se 
de "second") são os de segunda dimensão. 
 
Voltando a questão: 
A questão quando foi feita estava correta, porém, em 2006, a EC 53 
reduziu a idade de 6 para 5 anos. 
Por este motivo - gabarito: Errado. 
 
60. (CESPE/DPE-ES/2009) Os direitos de primeira geração ou 
dimensão (direitos civis e políticos) — que compreendem as 
liberdades clássicas, negativas ou formais — realçam o princípio da 
igualdade; os direitos de segunda geração (direitos econômicos, 
sociais e culturais) — que se identificam com as liberdades positivas, 
reais ou concretas — acentuam o princípio da liberdade; os direitos 
de terceira geração — que materializam poderes de titularidade 
coletiva atribuídos genericamente a todas as formações sociais — 
consagram o princípio da solidariedade. 
Comentários: 
Inverteram-se os princípios referentes à primeira e segunda 
gerações. A primeira dimensão materializa a liberdade, já a igualdade 
é referente à segunda dimensão. 
Gabarito: Errado. 
 
61. (CESPE/Advogado - CEHAP/2009) A evolução cronológica 
do reconhecimento dos direitos fundamentais pelas sociedades 
modernas é comumente apresentada em gerações. Nessa evolução, o 
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direito à moradia está inserido nos direitos fundamentais de terceira 
geração, que são os direitos econômicos, sociais e culturais, surgidos 
no início do século XX. 
Comentários: 
Opa!!! 
Obrigado Vítor não esqueço mais... Os direitos sociais, econômicos e 
culturais são direitos de segunda geração e não de terceira (esta 
geração é marcada pelos direitos coletivos e difusos). 
Gabarito: Errado. 
 
62. (CESPE/Analista - DPU/2010) Acerca dos direitos sociais, 
assinale a opção correta. 
a) O cerceamento à liberdade de expressão é uma clara afronta aos 
direitos sociais capitulados na CF. 
b) Os direitos sociais são exemplos típicos de direitos de 2.ª geração. 
c) O direito à vida e o direito à livre locomoção são exemplos de 
direitos sociais. 
d) Os direitos sociais são exemplos de liberdades negativas. 
e) Os direitos sociais contemplados na CF, pela sua natureza, só 
podem ser classificados como direitos fundamentais de eficácia plena, 
não dependendo de normatividade ulterior. 
Comentários: 
...Olha o SECond aí denovo... 
Gabarito é a letra B !!! 
Vamos analisar o resto: 
Letra A - Errado. Trata-se de direito individual, não social. 
Letra C - Errado. Mais uma vez, são individuais, não sociais. 
Letra D - Errado. As liberdades negativas são os direitos individuais, 
são uma proteção. Os direitos sociais são "positivos" (necessitam que 
se faça uma ação). 
Letra E - Errado. Os direitos sociais são em regra de eficácia 
LIMITADA, precisam que se façam leis e ações administrativas para 
que possam ser concretizados. 
Gabarito: Letra B. 
 
63. (ESAF/CGU/2008) O Estado brasileiro também é regido por 
um princípio de estatura constitucional que visa a impedir que sejam 
frustrados os direitos políticos, sociais, culturais e econômicos já 
concretizados, tanto na ordem constitucional como na 
infraconstitucional, em atenção aos objetivos da República Federativa 
do Brasil, que são os de promover o bem de todos, sem quaisquer 
formas de discriminação, constituir uma sociedade livre, justa e 
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PROFESSOR: VÍTOR CRUZ 
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solidária, erradicar a pobreza e a marginalização, reduzir as 
desigualdades sociais e regionais e promover o bem de todos, sem 
preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer

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