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Língua Portuguesa Provas Comentadas da ESAF Prof. Fernando Pestana – Aula 03 Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 29 AULA 03 Salve, salve!!! Meu/minha nobre, como hoje as palavras bonitinhas me faltam, darei voz a alguns dos homens mais sábios da humanidade: “Transportai um punhado de terra todos os dias e fareis uma montanha.” (Confúcio) “Nossa maior fraqueza está em desistir. O caminho mais certo de vencer é tentar mais uma vez.” (Thomas Edison) “O gênio, esse poder que deslumbra os olhos humanos, não é outra coisa senão a perseverança bem disfarçada.” (Johann Goethe) É isso aí, persevere, que a vaga será sua! ESAF – MI-CENAD – ANALISTA DE SIST. DE INF. E REDES – 2012 Importante: Atendendo a pedidos, a partir desta aula, destacarei no texto termos e expressões apontadas nas alternativas. Considere o texto abaixo para responder às questões 1 e 2. Sabe-se muito pouco dos rumos que as grandes cidades tomarão nas próximas décadas. Muitas vezes nem se prevê a dinâmica metropolitana do próximo quinquênio. Mesmo com a capacitação e o preparo dos técnicos dos órgãos envolvidos com a questão urbana, há variáveis independentes que interferem nos planos e projetos elaborados pelos legislativos e encaminhados ao Executivo. Logicamente não se prevê o malfadado caos urbano, mas ele pode ensejar que o país se adiante aos eventos e tome medidas preventivas ao desarranjo econômico, que teria consequências nefastas. Para antecipar-se, o Brasil tem condições propícias para criar think tanks ou, em tradução livre, usinas de ideias ou institutos de políticas públicas. Essas instituições podem antecipar-se ao que poderá surgir no horizonte. Em outras palavras, deseja-se o retorno ao planejamento urbano e regional visando o bem-estar da sociedade. Medidas nessa direção podem (e devem) estar em consonância com a projeção de tendências e mesmo com a antevisão de demandas dos destinatários da gestão urbana – os cidadãos, urbanos ou não. (Adaptado de Aldo Paviani, Metróples em expansão e o futuro. Correio Braziliense, 8 de dezembro, 2011) Língua Portuguesa Provas Comentadas da ESAF Prof. Fernando Pestana – Aula 03 Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 29 1- Infere-se da argumentação do texto que a) os técnicos dos órgãos envolvidos com a questão urbana deveriam ser mais capacitados para realizar os projetos encaminhados ao Executivo. b) a dinâmica metropolitana altera-se a cada quinquênio, seguindo variáveis que devem constar dos planos e projetos de cada período legislativo. c) institutos de políticas públicas teriam como tarefa o planejamento urbano e regional, antecipando-se a um possível desarranjo econômico. d) o caos urbano que poderá afetar as grandes cidades nos próximos anos terá o desarranjo econômico como uma de suas piores consequências. e) as demandas crescentes dos habitantes das grandes cidades contrastam com a baixa demanda dos cidadãos não urbanos. 2- Provoca-se erro gramatical e incoerência textual ao fazer a seguinte alteração nos sinais de pontuação do texto: a) substituir o ponto depois de “quinquênio” (ℓ.3), por vírgula. b) substituir o ponto depois de “décadas” (ℓ.2) pelo sinal de dois pontos. c) inserir uma vírgula depois de “Logicamente” (ℓ.6). d) retirar os parênteses que destacam “e devem” (ℓ.14). e) substituir o travessão depois de “urbana” (ℓ.16) por vírgula. Considere o texto abaixo para responder às questões 3, 4 e 5. A vida em um país nórdico, como a Finlândia, nos faz refletir mais profundamente sobre a relação entre liberdade, igualdade, autonomia e formatos sociais que podem propiciar vidas mais plenas e felizes aos seus cidadãos. Para alguém habituado a desigualdades, uma sociedade igualitária, com amplo respeito pela vida humana, excelentes índices de educação, burocracia inteligente e serviços públicos voltados (de fato) para melhorar a vida do cidadão, soa como um caminho para a produção de seres humanos mais plenos e sociedades mais inspiradoras. Talvez não seja assim. Quando nos referimos à igualdade, não tratamos de mera distribuição equitativa da renda. A igualdade e a dignidade humana que uma sociedade pode produzir referem-se à possibilidade de o cidadão ter condições materiais e subjetivas à sua disposição, para que, atendidas suas necessidades básicas e diárias de bem-estar, ele se ocupe com questões outras que a sobrevivência. Essas necessidades básicas de bem- estar incluem uma ilimitada oferta de bens públicos: de excelentes creches, escolas, universidades, sistema de saúde e previdência a todos, piscinas públicas, parques, transporte confortável e excelente, seguro- desemprego por tempo indefinido, licença maternidade de 10 meses, muitas bibliotecas públicas… No entanto, a Finlândia tornou-se uma sociedade tão igualitária quanto apática. Pouco criativa, reproduz o mundo com extrema facilidade, mas tem limitada capacidade Língua Portuguesa Provas Comentadas da ESAF Prof. Fernando Pestana – Aula 03 Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 29 transformadora. A maioria de seus educados cidadãos são seres pouquíssimo críticos: questionam pouco a vida que levam e são fisicamente contidos. E isso não parece ter forte relação com o frio. É um acomodamento social, um respeito quase inexorável pelas regras. Esse resultado não foi causado, é evidente, pelo formato social igualitário. Em outros termos, não foi a igualdade que deixou o país apático. Ademais, sociedades desiguais podem ser tão ou mais acríticas e reprodutoras. O ponto que nos intriga é que a igualdade, o respeito e a dignidade dados a todos não levaram à autonomia, ao pensamento criativo e crítico, e a processos transformadores. (Adaptado de Isabela Nogueira, Do bem-estar ao pensamento crítico: um olhar sobre o norte,outubro 3, 2009 por Coletivo Crítica Econômica http://criticaeconomica.wordpress.com/2009/10/03/ - acesso em 12/12/2011) 3- Assinale a interpretação da oração “Talvez não seja assim.” (ℓ.8 e 9) que respeita as relações semânticas entre as ideias do texto e mantém a coerência entre os argumentos. a) A relação entre formatos sociais e os excelentes índices de educação é questionável. b) A vida em um país nórdico nem sempre faz refletir sobre a relação entre igualdade e liberdade. c) Não é comum que serviços públicos voltados para melhorar a vida do cidadão caracterizem países nórdicos. d) Nem sempre uma sociedade igualitária tem como consequência a formação de seres humanos plenos e sociedades transformadoras. e) O hábito da desigualdade pode impedir uma reflexão mais profunda sobre os valores de uma sociedade igualitária. 4- Assinale a opção correta a respeito das relações de concordância no texto. a) A flexão de singular em “soa” (ℓ.7) justifica-se pela concordância com “uma sociedade igualitária” (ℓ. 4 e 5). b) Nas linhas 2 e 3, a enumeração de vários elementos, “liberdade, igualdade, autonomia e formatos sociais” justifica a flexão de plural em “podem”. c) Devido ao uso do pronome “se”, o plural em “referem-se” (ℓ.11) é opcional: estaria igualmente correto empregar o singular: refere-se. d) Por se referir a “sociedades desiguais” (ℓ.28), o infinito em “podem ser” (ℓ.28) admitiria também a flexão de plural, serem. e) Na linha 30, o plural no pronome “todos” justifica a flexão de plural em “levaram”. 5- Na organização das relações de coesão e coerência do texto, Língua Portuguesa Provas Comentadas da ESAF Prof. Fernando Pestana – Aula 03 Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br4 de 29 a) O pronome “todos” (ℓ.30) retoma e sintetiza os termos da enumeração “a igualdade, o respeito e a dignidade” (ℓ.29). b) a expressão “tem limitada capacidade transformadora” (ℓ.21 e 22) retoma, com outras palavras, a ideia de “reproduz o mundo com extrema facilidade” (ℓ.20 e 21). c) o substantivo “seres” (ℓ.22) e o pronome “que” (ℓ.23) retomam a expressão “seus educados cidadãos” (ℓ.22). d) a expressão “Esse resultado” (ℓ.25 e 26) retoma a ideia de “sociedade tão igualitária” (ℓ.20), já sintetizada em “isso” (ℓ.24). e) os pronomes “sua” (ℓ.12), “suas” (ℓ.13), “ele” (ℓ.13) e “se” (ℓ.13) referem-se a “o cidadão” (ℓ.11). 6- Assinale a opção em que ocorre erro na transcrição e adaptação do texto O real valor das coisas, de Lívia Lisboa, publicado em Vida simples, dezembro 2011, edição 113, p.44. Quanto custa aquilo que você compra no supermercado? Com certeza, bem além do (A) preço que está marcado na etiqueta! Raj Patel, autor do livro O valor de nada, investigou a distorção que existe quando ignoramos os custos escondidos além do binômino oferta-procura. “A eterna busca por (B) crescimento econômico transformou a humanidade em um agente da extinção, por meio da contínua desvalorização dos serviços ecossistêmicos que mantém (C) nossa Terra viva”, diz Patel. “Muitas vezes não nos damos conta de que (D) nossa escolha por uma ou outra marca, em busca da melhor pechincha, determina o grau de estrago no meio ambiente. Quem paga essa diferença? Associações e organizações do mundo todo estão tentando rastrear as pegadas que deixamos ao longo do processo: desde a produção de cada item, e seu transporte, até chegar às (E) gôndolas, passando pela forma como o usamos, até seu descarte. a) A b) B c) C d) D e) E 7- O texto Grandes cidades nem sempre são as mais poluentes diz estudo, da France Press, publicado em http://www1.folha.uol.com.br/ambiente/866228 (com acesso em 29/12/2011) foi adaptado para compor os fragmentos abaixo. Numere-os, de acordo com a ordem em que devem ser dispostos para formar um texto coeso e coerente. ( ) Nesse estudo, enquanto cidades do mundo todo foram apontadas como culpadas por cerca de 71% das emissões causadoras do efeito estufa, cidadãos urbanos que substituíram os carros por transporte público ajudaram a diminuir as emissões per capita em algumas cidades. Língua Portuguesa Provas Comentadas da ESAF Prof. Fernando Pestana – Aula 03 Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 29 ( ) Pesquisadores examinaram dados de cem cidades em 33 países, em busca de pistas sobre quais metrópoles seriam as maiores poluidoras e por que, de acordo com estudo publicado na revista especializada “Environment and Urbanization”. ( ) “Isso reflete a grande dependência de combustíveis fósseis para a produção de eletricidade, uma base industrial significante em muitas cidades e uma população rural relativamente grande e pobre”, informa o estudo. ( ) Por fim, quando os pesquisadores olharam as cidades asiáticas, latino-americanas e africanas, descobriram emissões menores por pessoa. A maior parte das cidades na África, Ásia e América Latina tem emissões inferiores por pessoa. O desafio para elas é manter essas emissões baixas, apesar do crescimento de suas economias. ( ) O estudo também aponta outras tendências, como as cidades de climas frios terem emissões maiores, e países pobres e de renda média terem emissões per capita inferiores aos países desenvolvidos. A sequência correta é a) (1) (2) (5) (4) (3) b) (2) (1) (3) (5) (4) c) (2) (5) (1) (3) (4) d) (4) (1) (2) (5) (3) e) (4) (2) (1) (3) (5) 8- Assinale a opção que, na sequência, preenche corretamente as lacunas do texto, de modo a manter o correto uso dos modos e tempos verbais e a coerência entre as ideias. Assim que o governo divulgou o crescimento zero do produto interno bruto brasileiro no terceiro semestre, não faltaram prognósticos negativos a respeito da economia do país e houve até quem _____(1)_____ em risco de recessão no futuro próximo. Basta um olhar mais atento aos números de 2011 para _______(2)_______ que o pessimismo não se justifica. Entre os empresários não são poucas as vozes que______(3)______dos alarmistas. Não faltam motivos para supor que, em 2011, os números da economia brasileira_____(4)______vir ainda mais fortes. Além dos juros menores, conforme ______(5)______ a maioria dos economistas, do crédito em expansão, e dos incentivos fiscais, está previsto para janeiro um reajuste no salário mínimo, o que _____(6)_____ impactos significativos à renda dos trabalhadores e aposentados. Nesse ciclo, o mercado interno seguirá aquecido. (Mariana Queiroz Barbosa, O país não vai parar. Isto É, 14/12/2011) a) fale / percebermos / discordassem / possam / prevera / trará b) falasse / perceberem / discordassem / pudessem / prevê / trouxera c) falasse / perceber / discordam / possam / prevê / trará Língua Portuguesa Provas Comentadas da ESAF Prof. Fernando Pestana – Aula 03 Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 29 d) falou / percebermos / discordaram / podem / prevera / traria e) falou / perceberem / discordaram / podem / previssem / trouxera Considere o texto abaixo para responder às questões 9 e 10. A teoria econômica evoluiu muito desde 1776, quando Adam Smith, em célebre obra investigou as causas das riquezas das nações. A teoria mostrou como funcionam os mercados, o papel da produtividade, as formas de aumentá-la e a função das instituições. Contribuiu, assim, para a formulação das políticas que trouxeram mais desenvolvimento e bem- estar. No Brasil, os economistas também contribuem para o desenvolvimento. Acontece que, se defenderem reformas em favor das maiorias, que causam perdas a minorias, os economistas serão rotulados de socialmente insensíveis. Quando um médico prescreve um tratamento, o objetivo é o bem-estar do paciente. Ninguém dirá que ele planeja o sofrimento. Mas, se os economistas sugerem medidas de austeridade para resolver desequilíbrios e restabelecer o crescimento sustentável, diz- se que eles propugnam ações para promover a recessão, o desemprego e a destruição de conquistas sociais. O receituário do médico incorpora esperança e simpatia, pois se sabe que o objetivo dele é a cura da doença. Sua ação é mais percebida por todos. A expectativa maior é de êxito. O diagnóstico é mais preciso, especialmente com os avanços da tecnologia. O economista não tem essas vantagens. No tratamento de crises, lida com incertezas, complexidades e situações inéditas. Os economistas tendem a errar mais que os médicos, mas seu foco jamais será a recessão pela recessão ou a austeridade sem propósito. (Adaptado de Maílson da Nóbrega, A recessão é uma política ou o efeito? Veja, 14 de dezembro, 2011) 9- Preserva-se a coerência entre os argumentos do texto, bem como sua correção gramatical, ao a) empregar um conectivo de valor condicional, como Se, em lugar de “Quando” (ℓ.9). b) substituir a conjunção condicional “se” (ℓ.7) pelo conectivo caso. c) explicitar o valor explicativo da oração, inserindo a conjunção pois para ligar a oração iniciada por “Sua ação” (ℓ.16) com a anterior, mudando para minúscula a letra inicial de “Sua”. d) ligar as orações iniciadas por “O economista...” (ℓ.18) e “No tratamento” (ℓ.18), em um mesmo período sintático, retirando o ponto final e mudando para minúscula a letra inicial maiúscula de “No”. e) inserir a conjunção Embora no início do último período sintático do texto, mudando para minúscula a letra inicial de “Os” (ℓ.19). 10- De acordo com a organização dos argumentos no texto, provoca-se erroao Língua Portuguesa Provas Comentadas da ESAF Prof. Fernando Pestana – Aula 03 Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 29 a) empregar o verbo provocar antes de “o desemprego” (ℓ.13). b) explicitar o termo às nações depois de “bem-estar” (ℓ.5 e 6). c) usar o artigo antes de “minorias” (ℓ.8), escrevendo às minorias. d) inserir o termo do país depois de “sustentável” (ℓ.12). e) repetir o termo como funcionam antes de cada um dos termos da enumeração: “o papel da produtividade” (ℓ.3), “as formas de aumentá-la” (ℓ.3 e 4) e “a função das instituições” (ℓ.4). 11- Assinale a opção que, ao preencher a lacuna do texto, provoca erro gramatical. Em comparações internacionais, os países latino-americanos em geral, e mais particularmente o Brasil, _____(a)_____ pela elevada desigualdade da distribuição da renda. A explicação dessa desigualdade ______(b)_______ na formação e evolução econômico-social dessas antigas colônias de Portugal e Espanha. Um aspecto fundamental foi, sem dúvida, a elevada concentração da posse da terra, especialmente quando a economia desses países tinha como núcleo a produção e exportação de produtos primários. No livro intitulado Um projeto para o Brasil, publicado em 1968, Celso Furtado discute como a elevada desigualdade da distribuição da renda no país condiciona um perfil da demanda global que inibe o crescimento econômico. Ele mostra como a tendência estrutural _____(c)_____ da renda favorece o subemprego característico das economias subdesenvolvidas. Assinala que a concentração da renda causa uma grande diversificação das formas de consumo de grupos privilegiados. Isso _____(d)_____ indústrias produtoras de bens de consumo duráveis, mas as dimensões reduzidas do mercado de cada produto impedem o aproveitamento das economias de escala, fazendo _____(e)_____estas indústrias operem com custos relativamente altos. (Adaptado de Rodolfo Hoffmann, Distribuição de renda e crescimento econômico http://www.scielo.br/scielo.php - acesso em 11/12/2011) a) destacam-se b) teria de ser procurada c) à concentração d) beneficia às e) com que 12- Assinale o trecho em que a transcrição do texto adaptado de Rodolfo Hoffmann, Distribuição de renda e crescimento econômico (http://www.scielo.br/scielo.php) desrespeita as regras gramaticais no uso das estruturas linguísticas a) Embora haja consenso (pelo menos aparente) sobre a necessidade de diminuir a desigualdade, toda medida específica gera polêmica. Muitas pesquisas mostram uma associação da desigualdade da distribuição da renda no Brasil com o nível e a distribuição da escolaridade. O aumento Língua Portuguesa Provas Comentadas da ESAF Prof. Fernando Pestana – Aula 03 Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 29 acelerado da escolaridade é uma estratégia que levaria ao crescimento econômico com menor desigualdade. b) É provável que a importância da educação como determinante do rendimento das pessoas e da sua desigualdade está superestimada nas análises econométricas, simplesmente porque não se dispõem de boas medidas para vários outros determinantes da renda, que estão positivamente correlacionados com a escolaridade. c) Muitas dessas pesquisas se baseiam na teoria do capital humano. É desnecessário dizer que a própria expressão “capital humano” é contraditória com o conceito marxista de capital. Mas, a ideia de que a remuneração de um trabalhador deva crescer com a sua escolaridade é perfeitamente compatível com essa corrente de pensamento. d) Mas, o aumento da escolaridade também é um objetivo em si, considerando-se que ela favorece a participação mais plena do cidadão na economia e na sociedade modernas. Assim, apesar das divergências teóricas, há um consenso sobre a necessidade de aumentar rapidamente a escolaridade. Um movimento no sentido de diminuir a desigualdade da distribuição da renda no país certamente não pode se basear apenas em determinada política econômica. e) Na realidade, praticamente toda política econômica tem um impacto, maior ou menor, sobre a distribuição da renda: política fiscal, previdência social, política de crédito, política educacional, reforma agrária etc. Alterações na legislação também podem ter impacto importante. A dificuldade na análise de cada medida é levar em consideração seus diversos efeitos diretos e indiretos, como fica claro na discussão sobre o aumento do salário mínimo. O texto abaixo é base para as questões 13 e 14. Garantir a plena mobilidade de pessoas, bens e serviços será crucial para o desenvolvimento econômico e social de qualquer cidade no mundo. O planejamento urbano não pode ser separado da política habitacional ou de mobilidade. Em última instância, uma importante decisão política deve ser tomada em relação ao modelo de cidade em que queremos viver e ao destino dos investimentos públicos em mobilidade. Construir mais infraestrutura viária só consegue aliviar congestionamentos temporariamente. Nenhuma cidade do mundo conseguiu resolver os desafios da mobilidade construindo mais ou maiores avenidas. Existe consenso entre especialistas de que aumentar a densidade habitacional ao redor dos grandes eixos de transporte público, bem como ampliar os investimentos no modelo que realmente pode chegar a todos os cantos da cidade - os corredores de ônibus -, será a chave do sucesso para qualquer cidade que almeja ser líder global. (adaptado de Adalberto Maluf Filho, A eficiência operacional pela superfície é chave para o futuro.http://www.nossasaopaulo.org.br/portal/node/16470 - acesso em 29/12/2011) Língua Portuguesa Provas Comentadas da ESAF Prof. Fernando Pestana – Aula 03 Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 29 13- Constitui uma continuidade gramaticalmente correta e coerente com a argumentação do texto o seguinte parágrafo: a) Assim, buscar uma gestão democrática do espaço viário urbano pela superfície, com a escolha do modelo correto para cada realidade financeira, será primordial para a competitividade das cidades e para manter uma vida de qualidade. b) Por essa razão, uma análise detalhada do estudo internacional Observatório de Mobilidade Urbana (CAF 2009) nos permite concluir significativamente entre uma alta densidade habitacional e um alto uso do transporte privado. c) Assim, correlações significativas entre baixa densidade habitacional e alto uso do transporte privado, como em Buenos Aires, por exemplo, líder em baixa densidade e grandes congestionamentos. d) Portanto, várias cidades se destacam por estarem fora da tendência, uma vez que, apesar da baixa densidade habitacional, conseguiram manter altos índices de transporte público com infraestrutura viária. e) Por essa razão, são explicados pela prioridade dos investimentos nos corredores exclusivos de ônibus a alta movimentação de pessoas em cidades mais densamente povoadas com bom fluxo de transportes públicos. 14- Assinale a opção que interpreta de maneira incorreta o uso das estruturas linguísticas no texto. a) Considerando que o uso do presente do indicativo também preservaria a correção gramatical do texto, a opção pelo futuro do presente em “será” (ℓ.1) indica que a argumentação focaliza situações futuras. b) A relação semântica entre as ideias do texto mostra que o termo “em que” (ℓ.5) corresponde a onde. c) O emprego da preposição a antes de “o destino” (ℓ.6) indica que esse termo complementa a expressão “em relação” (ℓ.5), assim como “o modelo” (ℓ.5) também a complementa. d) A presença do travessão depois de “ônibus” (ℓ.13) torna desnecessário o uso da vírgula; por isso, sua omissão manteria a correçãogramatical do texto. e) O valor semântico que o gerúndio assume em “construindo” (ℓ.9) corresponde ao valor da expressão porque construiu. 15- Considerando os exemplos fictícios abaixo, assinale a opção correta a respeito da formatação dos documentos oficiais indicados. a) Redação de EMENTA: EMENTA: Critérios para preenchimento temporário de cargos. Conflitos na legislação. Preponderância da Lei XYZ. Língua Portuguesa Provas Comentadas da ESAF Prof. Fernando Pestana – Aula 03 Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 29 b) Vocativo de OFÍCIO: Prezado Senhor Beltrano da Silva Tal, Diretor de Recursos Humanos. c) Parágrafo conclusivo de PARECER: Ante o exposto, recomenda-se pela suspensão do funcionário na forma da Lei XYZ. É o parecer. [Asssinatura] Brasília, 31 de março de 2012 d) Trecho de ATA: [...] Terminada a leitura dos documentos norteadores, o Presidente da Assembléia submeteu à discussão dos presentes a redação de uma minuta de Carta-Convite, que, após algumas alterações foi aprovada como segue abaixo. Em seguida, foi dada a palavra ao Sr. Fulano de Tal, para que relatasse o posicionamento do Conselho Deliberativo a respeito do Plano de Contenção de despesas a ser implantado a partir do dia 30 (trinta) do próximo mês. [...] e) Fecho de MEMORANDO: Brasília, 31 de março de 2012 Atenciosamente, [Assinatura] Diretor Adjunto Língua Portuguesa Provas Comentadas da ESAF Prof. Fernando Pestana – Aula 03 Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 29 GABARITO COMENTADO Considere o texto abaixo para responder às questões 1 e 2. Sabe-se muito pouco dos rumos que as grandes cidades tomarão nas próximas décadas. Muitas vezes nem se prevê a dinâmica metropolitana do próximo quinquênio. Mesmo com a capacitação e o preparo dos técnicos dos órgãos envolvidos com a questão urbana, há variáveis independentes que interferem nos planos e projetos elaborados pelos legislativos e encaminhados ao Executivo. Logicamente não se prevê o malfadado caos urbano, mas ele pode ensejar que o país se adiante aos eventos e tome medidas preventivas ao desarranjo econômico, que teria consequências nefastas. Para antecipar-se, o Brasil tem condições propícias para criar think tanks ou, em tradução livre, usinas de ideias ou institutos de políticas públicas. Essas instituições podem antecipar-se ao que poderá surgir no horizonte. Em outras palavras, deseja-se o retorno ao planejamento urbano e regional visando o bem-estar da sociedade. Medidas nessa direção podem (e devem) estar em consonância com a projeção de tendências e mesmo com a antevisão de demandas dos destinatários da gestão urbana – os cidadãos, urbanos ou não. (Adaptado de Aldo Paviani, Metróples em expansão e o futuro. Correio Braziliense, 8 de dezembro, 2011) 1- Infere-se da argumentação do texto que a) os técnicos dos órgãos envolvidos com a questão urbana deveriam ser mais capacitados para realizar os projetos encaminhados ao Executivo. b) a dinâmica metropolitana altera-se a cada quinquênio, seguindo variáveis que devem constar dos planos e projetos de cada período legislativo. c) institutos de políticas públicas teriam como tarefa o planejamento urbano e regional, antecipando-se a um possível desarranjo econômico. d) o caos urbano que poderá afetar as grandes cidades nos próximos anos terá o desarranjo econômico como uma de suas piores consequências. e) as demandas crescentes dos habitantes das grandes cidades contrastam com a baixa demanda dos cidadãos não urbanos. COMENTÁRIO: Questão de interpretação. Lembre-se: “inferir” é deduzir, tirar conclusões de. Sempre busque pistas dentro do próprio texto. Língua Portuguesa Provas Comentadas da ESAF Prof. Fernando Pestana – Aula 03 Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 29 Note que todas as opções extrapolam o que está escrito no texto ou não encontram respaldo nele. A única que apresenta relação coerente com as ideias do texto é a opção que afirma: “institutos de políticas públicas teriam como tarefa o planejamento urbano e regional, antecipando-se a um possível desarranjo econômico”. Isso pode ser confirmado por esta passagem do texto: “Logicamente não se prevê o malfadado caos urbano, mas ele pode ensejar que o país se adiante aos eventos e tome medidas preventivas ao desarranjo econômico, que teria consequências nefastas. Para antecipar-se, o Brasil tem condições propícias para criar think tanks ou, em tradução livre, usinas de ideias ou institutos de políticas públicas. Essas instituições podem antecipar-se ao que poderá surgir no horizonte. Em outras palavras, deseja-se o retorno ao planejamento urbano e regional visando o bem-estar da sociedade.” GABARITO: C. 2- Provoca-se erro gramatical e incoerência textual ao fazer a seguinte alteração nos sinais de pontuação do texto: a) substituir o ponto depois de “quinquênio” (ℓ.3), por vírgula. b) substituir o ponto depois de “décadas” (ℓ.2) pelo sinal de dois pontos. c) inserir uma vírgula depois de “Logicamente” (ℓ.6). d) retirar os parênteses que destacam “e devem” (ℓ.14). e) substituir o travessão depois de “urbana” (ℓ.16) por vírgula. COMENTÁRIO: Questão de pontuação. a) A substituição de ponto por vírgula provocará erro gramatical, pois não se usa letra maiúscula após vírgula, a não ser que se trate de um substantivo próprio, o que não é o caso. Veja: “Muitas vezes nem se prevê a dinâmica metropolitana do próximo quinquênio, Mesmo com a capacitação”. As demais alterações estão corretas. b) O uso de dois-pontos está correto porque tal sinal de pontuação pode separar orações coordenadas. Veja: “Sabe-se muito pouco dos rumos que as grandes cidades tomarão nas próximas décadas: muitas vezes nem se prevê a dinâmica metropolitana do próximo quinquênio.” c) “Logicamente” é um adjunto adverbial deslocado de curta extensão, logo a vírgula após ele é facultativa. d) Não haverá erro gramatical com a retirada dos parênteses, pois a conjunção “e” ligará orações coordenadas. A única diferença é a ênfase, que mudará. Língua Portuguesa Provas Comentadas da ESAF Prof. Fernando Pestana – Aula 03 Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 29 e) Tanto o travessão quanto a vírgula podem separar apostos explicativos, por isso OK! GABARITO: A. Considere o texto abaixo para responder às questões 3, 4 e 5. A vida em um país nórdico, como a Finlândia, nos faz refletir mais profundamente sobre a relação entre liberdade, igualdade, autonomia e formatos sociais que podem propiciar vidas mais plenas e felizes aos seus cidadãos. Para alguém habituado a desigualdades, uma sociedade igualitária, com amplo respeito pela vida humana, excelentes índices de educação, burocracia inteligente e serviços públicos voltados (de fato) para melhorar a vida do cidadão, soa como um caminho para a produção de seres humanos mais plenos e sociedades mais inspiradoras. Talvez não seja assim. Quando nos referimos à igualdade, não tratamos de mera distribuição equitativa da renda. A igualdade e a dignidade humana que uma sociedade pode produzir referem-se à possibilidade de o cidadão ter condições materiais e subjetivas à sua disposição, para que, atendidas suas necessidades básicas e diárias de bem-estar, ele se ocupe com questões outras que a sobrevivência.Essas necessidades básicas de bem- estar incluem uma ilimitada oferta de bens públicos: de excelentes creches, escolas, universidades, sistema de saúde e previdência a todos, piscinas públicas, parques, transporte confortável e excelente, seguro- desemprego por tempo indefinido, licença maternidade de 10 meses, muitas bibliotecas públicas… No entanto, a Finlândia tornou-se uma sociedade tão igualitária quanto apática. Pouco criativa, reproduz o mundo com extrema facilidade, mas tem limitada capacidade transformadora. A maioria de seus educados cidadãos são seres pouquíssimo críticos: questionam pouco a vida que levam e são fisicamente contidos. E isso não parece ter forte relação com o frio. É um acomodamento social, um respeito quase inexorável pelas regras. Esse resultado não foi causado, é evidente, pelo formato social igualitário. Em outros termos, não foi a igualdade que deixou o país apático. Ademais, sociedades desiguais podem ser tão ou mais acríticas e reprodutoras. O ponto que nos intriga é que a igualdade, o respeito e a dignidade dados a todos não levaram à autonomia, ao pensamento criativo e crítico, e a processos transformadores. (Adaptado de Isabela Nogueira, Do bem-estar ao pensamento crítico: um olhar sobre o norte,outubro 3, 2009 por Coletivo Crítica Econômica http://criticaeconomica.wordpress.com/2009/10/03/ - acesso em 12/12/2011) 3- Assinale a interpretação da oração “Talvez não seja assim.” (ℓ.8 e 9) que respeita as relações semânticas entre as ideias do texto e mantém a coerência entre os argumentos. Língua Portuguesa Provas Comentadas da ESAF Prof. Fernando Pestana – Aula 03 Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 29 a) A relação entre formatos sociais e os excelentes índices de educação é questionável. b) A vida em um país nórdico nem sempre faz refletir sobre a relação entre igualdade e liberdade. c) Não é comum que serviços públicos voltados para melhorar a vida do cidadão caracterizem países nórdicos. d) Nem sempre uma sociedade igualitária tem como consequência a formação de seres humanos plenos e sociedades transformadoras. e) O hábito da desigualdade pode impedir uma reflexão mais profunda sobre os valores de uma sociedade igualitária. COMENTÁRIO: Questão de interpretação. Tanto na ESAF quanto nas demais bancas, precisamos procurar pistas no texto que corroboram o gabarito, por isso a afirmação “Nem sempre uma sociedade igualitária tem como consequência a formação de seres humanos plenos e sociedades transformadoras” está correta, uma vez que esta passagem no texto a ratifica: “a Finlândia tornou-se uma sociedade tão igualitária quanto apática. Pouco criativa, reproduz o mundo com extrema facilidade, mas tem limitada capacidade transformadora. A maioria de seus educados cidadãos são seres pouquíssimo críticos: questionam pouco a vida que levam e são fisicamente contidos. E isso não parece ter forte relação com o frio. É um acomodamento social, um respeito quase inexorável pelas regras. Esse resultado não foi causado, é evidente, pelo formato social igualitário.” GABARITO: D. 4- Assinale a opção correta a respeito das relações de concordância no texto. a) A flexão de singular em “soa” (ℓ.7) justifica-se pela concordância com “uma sociedade igualitária” (ℓ. 4 e 5). b) Nas linhas 2 e 3, a enumeração de vários elementos, “liberdade, igualdade, autonomia e formatos sociais” justifica a flexão de plural em “podem”. c) Devido ao uso do pronome “se”, o plural em “referem-se” (ℓ.11) é opcional: estaria igualmente correto empregar o singular: refere-se. d) Por se referir a “sociedades desiguais” (ℓ.28), o infinito em “podem ser” (ℓ.28) admitiria também a flexão de plural, serem. e) Na linha 30, o plural no pronome “todos” justifica a flexão de plural em “levaram”. COMENTÁRIO: Questão de concordância. Língua Portuguesa Provas Comentadas da ESAF Prof. Fernando Pestana – Aula 03 Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 29 Antes de comentar a questão, saiba que a ESAF adora criar questões de concordância em cima de certas regras e construções. Esta questão ilustra bem isso. a) A afirmação da banca está correta. Veja: “Para alguém habituado a desigualdades, uma sociedade igualitária (sujeito na 3ª pessoa do singular), com amplo respeito pela vida humana, excelentes índices de educação, burocracia inteligente e serviços públicos voltados (de fato) para melhorar a vida do cidadão, soa (verbo na 3ª pessoa do singular) como um caminho para a produção de seres humanos mais plenos e sociedades mais inspiradoras.” [clássico: verbo bem separado do sujeito] b) O verbo “poder” não concorda com os termos da enumeração, mas sim com as palavras “relação” e “formatos”, antecedentes do pronome relativo “que”. c) “A igualdade e a dignidade humana” é o sujeito composto de “referem- se”, logo o verbo deve ficar no plural! d) O verbo principal da locução verbal nunca varia, logo jamais o verbo “ser” poderia ficar no plural (podem serem????) e) O sujeito de “levaram” é “a igualdade, o respeito e a dignidade”, por isso o verbo está no plural. Note também que “todos” está antecedido de preposição “a”, logo, segundo a tradição gramatical, como não existe sujeito preposicionado, nunca o verbo poderia concordar com “todos”, nesse contexto. GABARITO: A. 5- Na organização das relações de coesão e coerência do texto, a) O pronome “todos” (ℓ.30) retoma e sintetiza os termos da enumeração “a igualdade, o respeito e a dignidade” (ℓ.29). b) a expressão “tem limitada capacidade transformadora” (ℓ.21 e 22) retoma, com outras palavras, a ideia de “reproduz o mundo com extrema facilidade” (ℓ.20 e 21). c) o substantivo “seres” (ℓ.22) e o pronome “que” (ℓ.23) retomam a expressão “seus educados cidadãos” (ℓ.22). d) a expressão “Esse resultado” (ℓ.25 e 26) retoma a ideia de “sociedade tão igualitária” (ℓ.20), já sintetizada em “isso” (ℓ.24). e) os pronomes “sua” (ℓ.12), “suas” (ℓ.13), “ele” (ℓ.13) e “se” (ℓ.13) referem-se a “o cidadão” (ℓ.11). COMENTÁRIO: Questão de coesão e coerência. Língua Portuguesa Provas Comentadas da ESAF Prof. Fernando Pestana – Aula 03 Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 29 Observe que esse tipo de questão, além de ser típica, trabalha com o conceito de retomada de termos ou ideias. Vejamos opção por opção: a) O pronome “todos” se refere aos cidadãos finlandeses. b) A expressão “tem limitada capacidade transformadora” não retoma nada, é apenas o predicado do sujeito “a Finlândia”. c) O erro é que o pronome relativo “que” retoma o antecedente “vida”. Note que dá até para trocar o “que” por “a qual”, concordando com “vida”: “... vida a qual (eles) levam...”. d) O pronome “isso” retoma este fato: “No entanto, a Finlândia tornou-se uma sociedade tão igualitária quanto apática. Pouco criativa, reproduz o mundo com extrema facilidade, mas tem limitada capacidade transformadora. A maioria de seus educados cidadãos são seres pouquíssimo críticos: questionam pouco a vida que levam e são fisicamente contidos”, logo “Esse resultado” não pode retomar a ideia de “sociedade tão igualitária”. e) Perfeita a afirmação! Confirme: “A igualdade e a dignidade humana que uma sociedade pode produzir referem-se à possibilidade de o cidadão ter condições materiais e subjetivas à sua disposição (ou seja, à disposição do cidadão), para que, atendidas suas necessidades básicas e diárias de bem-estar (ou seja, necessidades básicas e diárias de bem- estar do cidadão), ele (o cidadão) se (a si mesmo, ao cidadão) ocupe com questões outras que a sobrevivência.”GABARITO: E. 6- Assinale a opção em que ocorre erro na transcrição e adaptação do texto O real valor das coisas, de Lívia Lisboa, publicado em Vida simples, dezembro 2011, edição 113, p.44. Quanto custa aquilo que você compra no supermercado? Com certeza, bem além do (A) preço que está marcado na etiqueta! Raj Patel, autor do livro O valor de nada, investigou a distorção que existe quando ignoramos os custos escondidos além do binômino oferta-procura. “A eterna busca por (B) crescimento econômico transformou a humanidade em um agente da extinção, por meio da contínua desvalorização dos serviços ecossistêmicos que mantém (C) nossa Terra viva”, diz Patel. “Muitas vezes não nos damos conta de que (D) nossa escolha por uma ou outra marca, em busca da melhor pechincha, determina o grau de estrago no meio ambiente. Quem paga essa diferença? Associações e organizações do mundo todo estão tentando rastrear as pegadas que deixamos ao longo do processo: desde a produção de cada item, e seu transporte, até Língua Portuguesa Provas Comentadas da ESAF Prof. Fernando Pestana – Aula 03 Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 29 chegar às (E) gôndolas, passando pela forma como o usamos, até seu descarte. a) A b) B c) C d) D e) E COMENTÁRIO: Questão híbrida, que testa seus conhecimentos sobre a) contração de preposição com artigo e concordância, b) regência, c) concordância e ortografia, d) regência, e) regência e crase. a) A locução prepositiva “além do”, contraída com o artigo definido está correta e concorda com “preço”, em gênero e número. b) O nome “busca” (substantivo abstrato) exige um complemento iniciado pela preposição “por”. c) O verbo “manter”, derivado do verbo ter, deveria estar escrito “mantêm”, pois concorda com o antecedente do pronome relativo “que” – “serviços ecossistêmicos”. d) Quem se dá conta... se dá conta de alguma coisa. e) O verbo “chegar” exige a preposição “a”, que se contrai com o artigo definido “as”, gerando a crase “às”: “chegar às gôndolas”. GABARITO: C. 7- O texto Grandes cidades nem sempre são as mais poluentes diz estudo, da France Press, publicado em http://www1.folha.uol.com.br/ambiente/866228 (com acesso em 29/12/2011) foi adaptado para compor os fragmentos abaixo. Numere-os, de acordo com a ordem em que devem ser dispostos para formar um texto coeso e coerente. ( ) Nesse estudo, enquanto cidades do mundo todo foram apontadas como culpadas por cerca de 71% das emissões causadoras do efeito estufa, cidadãos urbanos que substituíram os carros por transporte público ajudaram a diminuir as emissões per capita em algumas cidades. ( ) Pesquisadores examinaram dados de cem cidades em 33 países, em busca de pistas sobre quais metrópoles seriam as maiores poluidoras e por que, de acordo com estudo publicado na revista especializada “Environment and Urbanization”. Língua Portuguesa Provas Comentadas da ESAF Prof. Fernando Pestana – Aula 03 Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 29 ( ) “Isso reflete a grande dependência de combustíveis fósseis para a produção de eletricidade, uma base industrial significante em muitas cidades e uma população rural relativamente grande e pobre”, informa o estudo. ( ) Por fim, quando os pesquisadores olharam as cidades asiáticas, latino-americanas e africanas, descobriram emissões menores por pessoa. A maior parte das cidades na África, Ásia e América Latina tem emissões inferiores por pessoa. O desafio para elas é manter essas emissões baixas, apesar do crescimento de suas economias. ( ) O estudo também aponta outras tendências, como as cidades de climas frios terem emissões maiores, e países pobres e de renda média terem emissões per capita inferiores aos países desenvolvidos. A sequência correta é a) (1) (2) (5) (4) (3) b) (2) (1) (3) (5) (4) c) (2) (5) (1) (3) (4) d) (4) (1) (2) (5) (3) e) (4) (2) (1) (3) (5) COMENTÁRIO: Questão de ordenação textual. Este tipo de questão é um dos mais fáceis, na minha opinião. Vou justificar: é preciso apenas procurar, no início de cada frase, termos ou expressões que remetam a algo anterior; se houver, serão frases de desenvolvimento ou conclusão; se não houver, será a introdução. Veja, já na ordem: (1) Pesquisadores examinaram dados de cem cidades em 33 países, em busca de pistas sobre quais metrópoles seriam as maiores poluidoras e por que, de acordo com estudo publicado na revista especializada “Environment and Urbanization”. (2) Nesse estudo, enquanto cidades do mundo todo foram apontadas como culpadas por cerca de 71% das emissões causadoras do efeito estufa, cidadãos urbanos que substituíram os carros por transporte público ajudaram a diminuir as emissões per capita em algumas cidades. (3) “Isso reflete a grande dependência de combustíveis fósseis para a produção de eletricidade, uma base industrial significante em muitas cidades e uma população rural relativamente grande e pobre”, informa o estudo. (4) O estudo também aponta outras tendências, como as cidades de climas frios terem emissões maiores, e países pobres e de renda média terem emissões per capita inferiores aos países desenvolvidos. (5) Por fim, quando os pesquisadores olharam as cidades asiáticas, latino-americanas e africanas, descobriram emissões menores por pessoa. A maior parte das cidades na África, Ásia e América Língua Portuguesa Provas Comentadas da ESAF Prof. Fernando Pestana – Aula 03 Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 29 Latina tem emissões inferiores por pessoa. O desafio para elas é manter essas emissões baixas, apesar do crescimento de suas economias. Note que todos os termos e expressões sublinhados remetem a algo anterior. E, na boa, o “Por fim” denunciou que a frase iniciada por ele era a conclusão, certo? Moleza! GABARITO: B. 8- Assinale a opção que, na sequência, preenche corretamente as lacunas do texto, de modo a manter o correto uso dos modos e tempos verbais e a coerência entre as ideias. Assim que o governo divulgou o crescimento zero do produto interno bruto brasileiro no terceiro semestre, não faltaram prognósticos negativos a respeito da economia do país e houve até quem _____(1)_____ em risco de recessão no futuro próximo. Basta um olhar mais atento aos números de 2011 para _______(2)_______ que o pessimismo não se justifica. Entre os empresários não são poucas as vozes que______(3)______dos alarmistas. Não faltam motivos para supor que, em 2011, os números da economia brasileira_____(4)______vir ainda mais fortes. Além dos juros menores, conforme ______(5)______ a maioria dos economistas, do crédito em expansão, e dos incentivos fiscais, está previsto para janeiro um reajuste no salário mínimo, o que _____(6)_____ impactos significativos à renda dos trabalhadores e aposentados. Nesse ciclo, o mercado interno seguirá aquecido. (Mariana Queiroz Barbosa, O país não vai parar. Isto É, 14/12/2011) a) fale / percebermos / discordassem / possam / prevera / trará b) falasse / perceberem / discordassem / pudessem / prevê / trouxera c) falasse / perceber / discordam / possam / prevê / trará d) falou / percebermos / discordaram / podem / prevera / traria e) falou / perceberem / discordaram / podem / previssem / trouxera COMENTÁRIO: Questão de correlação verbal. A única opção que apresenta correlação verbal perfeita é a C, pois há harmonia de sentido entre a junção das formas verbais (1) houve (pretérito perfeito do indicativo) + falasse (pretérito imperfeito do subjuntivo); (2) depois de preposição,usa-se infinitivo (perceber); (3) discordam (presente do indicativo, para manter a relação de certeza com o verbo anterior (são)); (4) possam (presente do subjuntivo, para manter a relação de hipótese com o verbo anterior (supor)); (5) prevê (presente do indicativo, pois indica certeza); (6) trará (futuro do presente do Língua Portuguesa Provas Comentadas da ESAF Prof. Fernando Pestana – Aula 03 Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 29 indicativo; todo o contexto do período em que se encontra tal forma verbal dá ideia de futuro certo). Cá entre nós, não deixe de ver isto (agora!): http://www.euvoupassar.com.br/?go=artigos&a=DtQuFstePtMjBXp_UrFu R1b4jrL3cnxiyT3qR_RQbK4~ GABARITO: C. Considere o texto abaixo para responder às questões 9 e 10. A teoria econômica evoluiu muito desde 1776, quando Adam Smith, em célebre obra investigou as causas das riquezas das nações. A teoria mostrou como funcionam os mercados, o papel da produtividade, as formas de aumentá-la e a função das instituições. Contribuiu, assim, para a formulação das políticas que trouxeram mais desenvolvimento e bem- estar. No Brasil, os economistas também contribuem para o desenvolvimento. Acontece que, se defenderem reformas em favor das maiorias, que causam perdas a minorias, os economistas serão rotulados de socialmente insensíveis. Quando um médico prescreve um tratamento, o objetivo é o bem-estar do paciente. Ninguém dirá que ele planeja o sofrimento. Mas, se os economistas sugerem medidas de austeridade para resolver desequilíbrios e restabelecer o crescimento sustentável, diz- se que eles propugnam ações para promover a recessão, o desemprego e a destruição de conquistas sociais. O receituário do médico incorpora esperança e simpatia, pois se sabe que o objetivo dele é a cura da doença. Sua ação é mais percebida por todos. A expectativa maior é de êxito. O diagnóstico é mais preciso, especialmente com os avanços da tecnologia. O economista não tem essas vantagens. No tratamento de crises, lida com incertezas, complexidades e situações inéditas. Os economistas tendem a errar mais que os médicos, mas seu foco jamais será a recessão pela recessão ou a austeridade sem propósito. (Adaptado de Maílson da Nóbrega, A recessão é uma política ou o efeito? Veja, 14 de dezembro, 2011) 9- Preserva-se a coerência entre os argumentos do texto, bem como sua correção gramatical, ao a) empregar um conectivo de valor condicional, como Se, em lugar de “Quando” (ℓ.9). b) substituir a conjunção condicional “se” (ℓ.7) pelo conectivo caso. c) explicitar o valor explicativo da oração, inserindo a conjunção pois para ligar a oração iniciada por “Sua ação” (ℓ.16) com a anterior, mudando para minúscula a letra inicial de “Sua”. Língua Portuguesa Provas Comentadas da ESAF Prof. Fernando Pestana – Aula 03 Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 29 d) ligar as orações iniciadas por “O economista...” (ℓ.18) e “No tratamento” (ℓ.18), em um mesmo período sintático, retirando o ponto final e mudando para minúscula a letra inicial maiúscula de “No”. e) inserir a conjunção Embora no início do último período sintático do texto, mudando para minúscula a letra inicial de “Os” (ℓ.19). COMENTÁRIO: Questão de coesão (exigia conhecimento de conjunção). a) Alguns gramáticos, como Maria H. de Moura Neves e alguns dicionários, como Aulete e Houaiss, dizem que o SE pode ter valor temporal, logo a substituição de “Quando” por “Se” mantém a coerência do texto. b) Só poderíamos substituir “se” por “caso” desde que o verbo em seguida fosse colocado no subjuntivo (... caso defendam...). c) A relação é de conclusão, por isso o uso de “pois” estaria equivocado (... se sabe que o objetivo dele é a cura da doença, LOGO sua ação é mais percebida por todos). d) O sentido original vai mudar, alterando a coerência; veja: “O economista não tem essas vantagens no tratamento de crises...”. O adjunto adverbial “no tratamento de crises”, originalmente, modifica o verbo “lidar”, e não o verbo “ter”. Cuidado com as relações sintáticas entre os termos da oração, pois a sua mudança pode gerar incoerência! e) Já há uma ideia de oposição no último período marcada pela conjunção “mas”; não se pode usar “embora” e “mas” no mesmo contexto. GABARITO: A. 10- De acordo com a organização dos argumentos no texto, provoca-se erro ao a) empregar o verbo provocar antes de “o desemprego” (ℓ.13). b) explicitar o termo às nações depois de “bem-estar” (ℓ.5 e 6). c) usar o artigo antes de “minorias” (ℓ.8), escrevendo às minorias. d) inserir o termo do país depois de “sustentável” (ℓ.12). e) repetir o termo como funcionam antes de cada um dos termos da enumeração: “o papel da produtividade” (ℓ.3), “as formas de aumentá-la” (ℓ.3 e 4) e “a função das instituições” (ℓ.4). COMENTÁRIO: a) Note que o contexto é de causa e consequência — “... promover... provocar o desemprego...” —, logo a proposta desta alternativa procede. Língua Portuguesa Provas Comentadas da ESAF Prof. Fernando Pestana – Aula 03 Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 29 b) Observe que o contexto aponta para “nações”, como o centro da discussão, logo é possível reescrever o trecho assim, sem prejuízo gramatical ou semântico: “A teoria econômica evoluiu muito desde 1776, quando Adam Smith, em célebre obra investigou as causas das riquezas das nações. A teoria mostrou como funcionam os mercados, o papel da produtividade, as formas de aumentá-la e a função das instituições. Contribuiu, assim, para a formulação das políticas que trouxeram mais desenvolvimento e bem-estar às nações”. Note também que “às nações” recebe acento indicativo de crase por causa da regência do verbo “trazer”: “trouxeram (VTDI) mais desenvolvimento e bem-estar (OD) às nações (OI)”. c) Por causa da regência do verbo “causar” (VTDI), a preposição “a” é exigida. Com o acréscimo do artigo definido “as”, antes de “minorias”, teríamos adequadamente a crase: “causam perdas às minorias”. d) Devido ao contexto, o acréscimo de “do país” só torna o trecho ainda mais claro e coerente. Portanto, a afirmação procede. e) Com a reescritura, haverá erro de concordância. Veja: “A teoria mostrou como funcionam (verbo no plural) os mercados (sujeito no plural), como funcionam (verbo no plural) o papel da produtividade (sujeito no singular), como funcionam (verbo no plural) as formas de aumentá-la (sujeito no plural) e como funcionam (verbo no plural) a função das instituições (sujeito no singular)”. GABARITO: E. 11- Assinale a opção que, ao preencher a lacuna do texto, provoca erro gramatical. Em comparações internacionais, os países latino-americanos em geral, e mais particularmente o Brasil, _____(a)_____ pela elevada desigualdade da distribuição da renda. A explicação dessa desigualdade ______(b)_______ na formação e evolução econômico-social dessas antigas colônias de Portugal e Espanha. Um aspecto fundamental foi, sem dúvida, a elevada concentração da posse da terra, especialmente quando a economia desses países tinha como núcleo a produção e exportação de produtos primários. No livro intitulado Um projeto para o Brasil, publicado em 1968, Celso Furtado discute como a elevada desigualdade da distribuição da renda no país condiciona um perfil da demanda global que inibe o crescimento econômico. Ele mostra como a tendência estrutural _____(c)_____ da renda favorece o subemprego característico das economias subdesenvolvidas. Assinala que a concentração da renda causa uma grande diversificação das formas de consumo degrupos privilegiados. Isso _____(d)_____ indústrias produtoras de bens de consumo duráveis, mas as dimensões reduzidas do mercado de cada Língua Portuguesa Provas Comentadas da ESAF Prof. Fernando Pestana – Aula 03 Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 29 produto impedem o aproveitamento das economias de escala, fazendo _____(e)_____estas indústrias operem com custos relativamente altos. (Adaptado de Rodolfo Hoffmann, Distribuição de renda e crescimento econômico http://www.scielo.br/scielo.php - acesso em 11/12/2011) a) destacam-se b) teria de ser procurada c) à concentração d) beneficia às e) com que COMENTÁRIO: Questão híbrida, em que se trabalha a) concordância, b) concordância, c) regência e crase, d) regência e crase, e) regência. a) O verbo no plural (destacam-se) concorda com o núcleo do sujeito no plural (países). b) O verbo no singular e o particípio no feminino (teria de ser procurada) concordam com o núcleo do sujeito no singular (explicação). c) O substantivo “tendência” exige um complemento iniciado pela preposição “a”, que se funde com “a concentração”, gerando a crase: “tendência... à concentração”. d) O verbo “beneficiar” é transitivo direto, logo não exige complemento preposicionado pela preposição “a” ou por qualquer preposição, portanto não há razão para haver crase em “as indústrias”. e) O verbo “fazer” (= acarretar) pode ou não ser seguido da preposição “com”, pois ela é expletiva, logo estão certas as construções “fazendo que” ou “fazendo com que”. GABARITO: D. 12- Assinale o trecho em que a transcrição do texto adaptado de Rodolfo Hoffmann, Distribuição de renda e crescimento econômico (http://www.scielo.br/scielo.php) desrespeita as regras gramaticais no uso das estruturas linguísticas a) Embora haja consenso (pelo menos aparente) sobre a necessidade de diminuir a desigualdade, toda medida específica gera polêmica. Muitas pesquisas mostram uma associação da desigualdade da distribuição da renda no Brasil com o nível e a distribuição da escolaridade. O aumento acelerado da escolaridade é uma estratégia que levaria ao crescimento econômico com menor desigualdade. Língua Portuguesa Provas Comentadas da ESAF Prof. Fernando Pestana – Aula 03 Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 29 b) É provável que a importância da educação como determinante do rendimento das pessoas e da sua desigualdade está superestimada nas análises econométricas, simplesmente porque não se dispõem de boas medidas para vários outros determinantes da renda, que estão positivamente correlacionados com a escolaridade. c) Muitas dessas pesquisas se baseiam na teoria do capital humano. É desnecessário dizer que a própria expressão “capital humano” é contraditória com o conceito marxista de capital. Mas, a ideia de que a remuneração de um trabalhador deva crescer com a sua escolaridade é perfeitamente compatível com essa corrente de pensamento. d) Mas, o aumento da escolaridade também é um objetivo em si, considerando-se que ela favorece a participação mais plena do cidadão na economia e na sociedade modernas. Assim, apesar das divergências teóricas, há um consenso sobre a necessidade de aumentar rapidamente a escolaridade. Um movimento no sentido de diminuir a desigualdade da distribuição da renda no país certamente não pode se basear apenas em determinada política econômica. e) Na realidade, praticamente toda política econômica tem um impacto, maior ou menor, sobre a distribuição da renda: política fiscal, previdência social, política de crédito, política educacional, reforma agrária etc. Alterações na legislação também podem ter impacto importante. A dificuldade na análise de cada medida é levar em consideração seus diversos efeitos diretos e indiretos, como fica claro na discussão sobre o aumento do salário mínimo. COMENTÁRIO: Questão de reconhecimento de frases corretas e incorretas. Observe os erros da B (já corrigidos): “É provável que a importância da educação como determinante do rendimento das pessoas e da sua desigualdade esteja superestimada nas análises econométricas, simplesmente porque não se dispõe de boas medidas para vários outros determinantes da renda, que estão positivamente correlacionados com a escolaridade.” Usa-se “esteja” porque o contexto é de possibilidade, dúvida, incerteza, próprio do modo subjuntivo. Observe que o verbo (dispõe-se) está acompanhado de uma partícula de indeterminação do sujeito, por isso fica na 3ª pessoa do singular. GABARITO PRELIMINAR: B. Não obstante, em C e em D, o uso da vírgula após o “Mas” é uma incorreção gramatical, por isso a anulação dela. Língua Portuguesa Provas Comentadas da ESAF Prof. Fernando Pestana – Aula 03 Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 29 GABARITO OFICIAL: ANULADA. O texto abaixo é base para as questões 13 e 14. Garantir a plena mobilidade de pessoas, bens e serviços será crucial para o desenvolvimento econômico e social de qualquer cidade no mundo. O planejamento urbano não pode ser separado da política habitacional ou de mobilidade. Em última instância, uma importante decisão política deve ser tomada em relação ao modelo de cidade em que queremos viver e ao destino dos investimentos públicos em mobilidade. Construir mais infraestrutura viária só consegue aliviar congestionamentos temporariamente. Nenhuma cidade do mundo conseguiu resolver os desafios da mobilidade construindo mais ou maiores avenidas. Existe consenso entre especialistas de que aumentar a densidade habitacional ao redor dos grandes eixos de transporte público, bem como ampliar os investimentos no modelo que realmente pode chegar a todos os cantos da cidade - os corredores de ônibus -, será a chave do sucesso para qualquer cidade que almeja ser líder global. (adaptado de Adalberto Maluf Filho, A eficiência operacional pela superfície é chave para o futuro.http://www.nossasaopaulo.org.br/portal/node/16470 - acesso em 29/12/2011) 13- Constitui uma continuidade gramaticalmente correta e coerente com a argumentação do texto o seguinte parágrafo: a) Assim, buscar uma gestão democrática do espaço viário urbano pela superfície, com a escolha do modelo correto para cada realidade financeira, será primordial para a competitividade das cidades e para manter uma vida de qualidade. b) Por essa razão, uma análise detalhada do estudo internacional Observatório de Mobilidade Urbana (CAF 2009) nos permite concluir significativamente entre uma alta densidade habitacional e um alto uso do transporte privado. c) Assim, correlações significativas entre baixa densidade habitacional e alto uso do transporte privado, como em Buenos Aires, por exemplo, líder em baixa densidade e grandes congestionamentos. d) Portanto, várias cidades se destacam por estarem fora da tendência, uma vez que, apesar da baixa densidade habitacional, conseguiram manter altos índices de transporte público com infraestrutura viária. e) Por essa razão, são explicados pela prioridade dos investimentos nos corredores exclusivos de ônibus a alta movimentação de pessoas em cidades mais densamente povoadas com bom fluxo de transportes públicos. COMENTÁRIO: Questão de continuação textual. Língua Portuguesa Provas Comentadas da ESAF Prof. Fernando Pestana – Aula 03 Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 29 Como eu sempre ensino, em questões desse tipo, para não perdermos tempo, devemos observar os erros gramaticais das opções (leve em conta que a bancaquer a corretíssima!). Vejamos: a) Assim, buscar uma gestão democrática do espaço viário urbano pela superfície, com a escolha do modelo correto para cada realidade financeira, será primordial para a competitividade das cidades e para manter uma vida de qualidade. Perfeita! Note que a mesma ideia da tese é retomada neste trecho conclusivo sublinhado: “Garantir a plena mobilidade de pessoas, bens e serviços será crucial para o desenvolvimento econômico e social de qualquer cidade no mundo (tese)”. Há apenas uma paráfrase do que foi dito na introdução. b) Por essa razão, uma análise detalhada do estudo internacional Observatório de Mobilidade Urbana (CAF 2009) nos permite concluir significativamente entre uma alta densidade habitacional e um alto uso do transporte privado. O verbo “concluir” é transitivo direto, mas não há objeto direto para ele. O uso da preposição “entre” não faz sentido algum. Portanto, há má estruturação nesta frase. c) Assim, correlações significativas entre baixa densidade habitacional e alto uso do transporte privado, como em Buenos Aires, por exemplo, líder em baixa densidade e grandes congestionamentos. Ocorre truncamento sintático. Observe que este período não tem verbo (e todo período tem de apresentar um verbo!), provocando uma sensação de incompletude. d) Portanto, várias cidades se destacam por estarem fora da tendência, uma vez que, apesar da baixa densidade habitacional, conseguiram manter altos índices de transporte público com infraestrutura viária. Este trecho não retoma a tese introdutória adequadamente, a saber: “Garantir a plena mobilidade de pessoas, bens e serviços será crucial para o desenvolvimento econômico e social de qualquer cidade no mundo”. e) Por essa razão, são explicados pela prioridade dos investimentos nos corredores exclusivos de ônibus a alta movimentação de pessoas em cidades mais densamente povoadas com bom fluxo de transportes públicos. Deveria, a favor da concordância, ser redigido assim o trecho: “... é explicada... a alta movimentação...”. Língua Portuguesa Provas Comentadas da ESAF Prof. Fernando Pestana – Aula 03 Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 29 GABARITO: A. 14- Assinale a opção que interpreta de maneira incorreta o uso das estruturas linguísticas no texto. a) Considerando que o uso do presente do indicativo também preservaria a correção gramatical do texto, a opção pelo futuro do presente em “será” (ℓ.1) indica que a argumentação focaliza situações futuras. b) A relação semântica entre as ideias do texto mostra que o termo “em que” (ℓ.5) corresponde a onde. c) O emprego da preposição a antes de “o destino” (ℓ.6) indica que esse termo complementa a expressão “em relação” (ℓ.5), assim como “o modelo” (ℓ.5) também a complementa. d) A presença do travessão depois de “ônibus” (ℓ.13) torna desnecessário o uso da vírgula; por isso, sua omissão manteria a correção gramatical do texto. e) O valor semântico que o gerúndio assume em “construindo” (ℓ.9) corresponde ao valor da expressão porque construiu. COMENTÁRIO: Questão híbrida, em que se trabalha a) emprego de tempos e modos verbais, b) emprego de pronome relativo, c) regência, d) pontuação, e) oração reduzida para desenvolvida/paráfrase. a) A banca “choveu no molhado”, pois é claro que o futuro do presente “será” indica que a argumentação focaliza situações futuras. b) Assim como “em que”, “onde” retoma “cidade”, pois se trata de um pronome relativo. c) Perfeita a análise da banca; entenda: “... em relação 1) ao modelo de cidade em que queremos viver e 2) (em relação) ao destino dos investimentos públicos em mobilidade. d) A oração intercalada começou com vírgula, por isso deve terminar com ela. O último travessão não substitui o uso da vírgula obrigatória. Isso cai muito em prova da FCC e da ESAF. Ignore os travessões e o que está entre eles: “Existe consenso entre especialistas de que aumentar a densidade habitacional ao redor dos grandes eixos de transporte público, bem como ampliar os investimentos no modelo que realmente pode chegar a todos os cantos da cidade, será a chave do sucesso para qualquer cidade que almeja ser líder global.” Percebe agora como a vírgula é obrigatória? GABARITO: D. Língua Portuguesa Provas Comentadas da ESAF Prof. Fernando Pestana – Aula 03 Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 29 15- Considerando os exemplos fictícios abaixo, assinale a opção correta a respeito da formatação dos documentos oficiais indicados. a) Redação de EMENTA: EMENTA: Critérios para preenchimento temporário de cargos. Conflitos na legislação. Preponderância da Lei XYZ. b) Vocativo de OFÍCIO: Prezado Senhor Beltrano da Silva Tal, Diretor de Recursos Humanos. c) Parágrafo conclusivo de PARECER: Ante o exposto, recomenda-se pela suspensão do funcionário na forma da Lei XYZ. É o parecer. [Asssinatura] Brasília, 31 de março de 2012 d) Trecho de ATA: [...] Terminada a leitura dos documentos norteadores, o Presidente da Assembléia submeteu à discussão dos presentes a redação de uma minuta de Carta-Convite, que, após algumas alterações foi aprovada como segue abaixo. Em seguida, foi dada a palavra ao Sr. Fulano de Tal, para que relatasse o posicionamento do Conselho Deliberativo a respeito do Plano de Contenção de despesas a ser implantado a partir do dia 30 (trinta) do próximo mês. [...] e) Fecho de MEMORANDO: Brasília, 31 de março de 2012 Atenciosamente, [Assinatura] Língua Portuguesa Provas Comentadas da ESAF Prof. Fernando Pestana – Aula 03 Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 29 Diretor Adjunto COMENTÁRIO: Questão de Redação Oficial, normalmente baseada no Manual de Redação Oficial da Presidência da República. Raramente este assunto é cobrado pela ESAF. Segundo o Manual, a ementa é empregada com a finalidade de sintetizar o conteúdo do expediente oficial, permitindo o reconhecimento do assunto abordado de modo imediato. Sendo assim, a opção A apresenta a temática, em conformidade com o citado manual. E quais são os erros das demais opções, Pest? Vejamos: b) Conforme o Manual, tanto o aviso quanto o ofício seguem o modelo do padrão ofício, com acréscimo do vocativo, que invoca o destinatário, seguido de vírgula. Deve-se usar apenas a forma “Senhor” para autoridades que não são tratadas por “Vossa Excelência”. Portanto, o vocativo apresentado estaria correto da seguinte forma: Ao Senhor Beltrano da Silva Tal, Diretor de Recursos Humanos c) O Manual de Redação da Câmara dos Deputados prescreve que o parecer indica a solução (favorável ou desfavorável), antecedida da justificativa, baseada em dispositivos legais. Conforme indica o citado manual, a data deve anteceder a assinatura, devendo ser indicado o nome e o cargo do funcionário (com o número de matrícula). Há, ainda, erro gramatical no parágrafo, pois o verbo “recomendar” é transitivo direto, não regendo emprego de preposição: “recomenda-se a suspensão do funcionário”. d) No trecho de ATA, deve ser inserida uma vírgula depois da expressão “após algumas alterações” para obedecer ao padrão culto da língua, afinal, adjunto adverbial deslocado de longa extensão deve vir separado. e) A data deve ser apresentada no início do documento e com alinhamento à direita. GABARITO: A. ----------------------------------------------------------------------------------Beijo no coração!!!! ☺☺☺☺
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