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Direito Processual do Trabalho Alexandre Teixeira Módulo 2 OAB 1a Fase

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Prof. Alexandre Teixeira OS: 0928/10/11/Felipe 
 
 
1 
PROCESSUAL DO TRABALHO DIREITO 
 
OS: 0928/10/11-Felipe 
Direito Processual do 
Trabalho 
Prof. Alexandre Teixeira 
Módulo 2 
 
 
 
 Prof. Alexandre Teixeira OS: 0928/10/11-Felipe 
 
 
2
PROCESSUAL DO TRABALHO DIREITO 
 
 
 
 
 Prof. Alexandre Teixeira OS: 0928/10/11/Felipe 
 
 
3 
PROCESSUAL DO TRABALHO DIREITO 
OAB – 1ª FASE 
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO  
MÓDULO 2 
 
 
CAPÍTULO 1 
INTRODUÇÃO – DIFERENÇA ENTRE DIREITO MATERIAL E PROCESSUAL 
 
O Direito Material é o conteúdo do Direito do Trabalho, é o direito ao 13º,  férias,  reconhecimento de vínculo, 
jornada, indenização, reintegração, verbas rescisórias. 
O Direito Processual  serve para efetivar o Direito Material, pois  se o empregador não  reconhecer o direito do 
trabalhador  ele deverá  instigar  a  Justiça para, por meio do processo, determine que o  empregador  cumpra  a 
obrigação. 
Por meio do processo, o empregado pede que  a  Justiça determine que o empregador  faça ou deixe de  fazer 
determinado ato/obrigação. 
CONCEITO DE PROCESSO:  É o conjunto de procedimentos/atos praticados pelas partes, pelo juiz e pelos órgãos 
auxiliares da Justiça do Trabalho para aplicação do direito material no caso concreto 
e em última instância. 
Processo  é  um  conjunto  de  atos,  de  procedimentos,  para  que  o  direito  às  férias,  à  garantia  do  emprego,  ao 
vínculo  empregatício,  ao direito que não  foi  respeitado,  seja  respeitado.  Só quem pode  fazer  isso  é o  Estado 
através do Poder Judiciário que é o responsável pelos processos. 
Se alguém violar o direito de outrem, nasce para este o direito de ação. Se o direito do trabalhador for violado, a 
reação dele é o ajuizamento da Reclamação Trabalhista. 
A Reclamação Trabalhista é ajuizada por intermédio de Petição (do latim petitum). 
O direito de ação consiste na utilização do processo para coagir a outra parte a fazer ou deixar de fazer algo. 
Quando alguém lesa ou ameaça lesar o direito de outrem faz nascer o direito de agir. 
É através do Processo que o empregador vai ser obrigado a obedecer ao direito, pois é o Processo do Trabalho é 
uma forma de efetivar o direito do trabalho, quando este não é observado. 
Se o empregador obedece a  lei, não há direito de ação, não há que entrar com Reclamação, o problema surge 
quando o empregador não cumpre a lei, quando o empregador não respeita os direitos do empregado. 
A Justiça garante a aplicação do direito, caso ele não tenha sido observado. 
Se o empregador não observa o direito, resta ao empregado recorrer ao Poder Judiciário, órgão do Estado, que 
aplicará o direito no caso concreto em última instância, pois já apelou ao empregador e agora apela à Justiça. 
O processo é o conjunto destes procedimentos que a Justiça se utiliza para aplicar o direito material. 
Pois quando se acusa alguém, na vida cotidiana, a outra deve se defender. 
 
 
 
 Prof. Alexandre Teixeira OS: 0928/10/11-Felipe 
 
 
4
PROCESSUAL DO TRABALHO DIREITO 
Primeiro uma pessoa acusa outra e um “fofoqueiro” vai lá e conta para o acusado o que foi falado, nascendo para 
essa o direito de se defender. Quem acusou tem todo o direito de provar que a acusação é verdadeira e a acusada 
tem todo o direito de provar que é falsa. Quem tiver a prova mais robusta “ganha”. 
Esse exemplo  se verifica no processo, pois o empregado que  tem  seu direito  ferido, vai exercer  sue direito de 
ação  através de petição, explicando nesta que direitos  foram  violados  (essa é  acusação). O  reclamado  vai  ser 
notificado e a partir desta vai tomar conhecimento de que contra ele existe uma ação/acusação, passando a ter 
todo o direito de se defender/apresentando sua contestação. 
Quem  acusa  tem  todo o direito de provar que está  certo e o  acusado o  contrário,  sendo  isso  a produção de 
provas. Produzidas as provas, quem provar melhor sai vitorioso, sendo o processo julgado pela sociedade, através 
do Juiz. 
Até mesmo os recursos são cópia da vida privada. Nós estamos acostumados a recorrer desde pequenos/apelar. 
Ex: 
Uma criança faceira, doida para dormir na casa da amiguinha, pede para sua mãe, mas ela não deixa e a criança 
sai chorando para o pai (2ª instância), o pai, querendo se esquivar, diz para resolver com a mãe, mas a menina vai 
até a avó (3ª instância), pois não gostou da decisão do pai. 
Nesse caso, a criança peticionou direcionada à mãe e depois recorreu ao pai e à avó. 
Os atos processuais têm prazo, para não tornar o processo eterno. 
 
CAPÍTULO 2 
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO 
2.1. Competência Material da Justiça do Trabalho 
Trata‐se de saber quem pode julgar. Que órgão da jurisdição tem competência para apreciar e emitir ideia sobre a 
matéria. 
Basicamente  existem  três  competências:  material,  territorial  e  funcional,  sendo  que  a  funcional  somente 
interessa na fase processual. 
A competência da Justiça do Trabalho é em razão da Matéria, ex materia, e está prevista no art. 114, CF/88. 
Quando se fala em competência material se está falando em competência absoluta.  
A  pergunta  a  ser  respondida  para  concluir  pela  competência material  da  Justiça  do  Trabalho  é:  A  Justiça  do 
Trabalho é ou não competente para  julgar determinada demanda? E deverá ser consultado o art. 114 da CF/88 
para dirimi‐la. 
Quando  se  tratar  de  competência  territorial,  em  razão  do  local,  consultar‐se‐á  o  art.  561  e  a  pergunta  será 
diferente, pois já se tem certeza que a Justiça do Trabalho é competente, restando dúvida em relação a qual Vara 
é a competente. 
Antigamente  o  art.  114,  antes  da  Emenda  45  (8/12/2004, mas  só  entrou  em  vigor  em  31/12/2004),  previa  a 
competência pessoal da  Justiça do Trabalho e não material. De  acordo  com a  redação anterior  competia à  JT 
conciliar e julgar os dissídios individuais ou coletivos havidos entre trabalhadores e seus empregadores. 
Antigamente a  JT  só  seria  competente para processar e  julgar  relação de emprego, ou  seja, aquela que  se dá 
entre empregado (art. 3º, CLT) e empregador. 
 
 
 
 Prof. Alexandre Teixeira OS: 0928/10/11/Felipe 
 
 
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PROCESSUAL DO TRABALHO DIREITO 
A  JT  antes  da  Emenda  45  tinha  uma  competência  imprópria,  pois,  mesmo  trabalhadores  que  não  possuíam 
vínculo empregatício poderiam pleitear na justiça do Trabalho, eram os trabalhadores constantes do art. 652, III e 
V, CLT. 
Art. 652. Compete às Juntas de Conciliação e Julgamento: 
a)   conciliar e julgar: 
III ‐   os dissídios resultantes de contratos de empreitadas em que o empreiteiro seja operário ou 
artífice; 
 V ‐  as ações entre  trabalhadores portuário e os operadores portuários ou o Órgão Gestor de 
Mão‐de‐Obra ‐ OGMO decorrentes da relação do trabalho.  
Os  avulsos,  apensar  da  garantia  de  direitos  iguais  aos  dos  empregados,  art.  7º,  XXXIV,  CF,  não  têm  vínculo 
empregatício. 
Art. 7º ‐   São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de 
sua condição social: 
XXXIV ‐   igualdade  de  direitos  entre  o  trabalhador  com  vínculo  empregatíciopermanente  e  o 
trabalhador avulso. 
O artífice previsto no inciso V é aquele trabalhador contratado para, por exemplo, pintar um apartamento, sendo 
que o objeto da contratação é a obra e não o serviço. Não  interessando o  tempo gasto para  realizá‐la e sim a 
obra. É o pequeno empreiteiro que trabalha sozinho ou com a ajuda de um único ajudante. 
Sendo assim, a competência própria era para empregados e a  imprópria para os trabalhadores previstos no art. 
652, III e V, CLT. 
Com a atual redação não interessa quem são as partes, desde que a matéria esteja abrangida pelo art. 114, CF. 
O  inciso  I  (I as  ações  oriundas da  relação  de  trabalho,  abrangidos  os  entes  de  direito público  externo  e  da 
administração pública direta e  indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios) deve ser 
dividido em três partes: 
2.2.1. Ações  oriundas da  relação de  trabalho:  é  gênero da qual  a  relação de  emprego  é  espécie;  relação de 
trabalho é mais abrangente. Trabalho, de acordo com o conceito econômico, é o dispêndio de energia por pessoa 
natural ou física para a consecução de um certo fim. É manter pessoa natural prestando serviços. Ter‐se‐á relação 
de  trabalho  quando  a  pessoa  natural  for  o  prestador  dos  serviços,  independente  se  há  subordinação,  se  é 
voluntário,  religioso. Pode ser prestação de serviços descontínua, serviços de estágio, prestação de serviços de 
pessoa física que preste esses serviços de forma não eventual, subordinada, onerosa e pessoal.  
Assim, a relação de trabalho é gênero e trabalho é a prestação de serviços por pessoa física para a consecução de 
determinado fim. 
Hoje a  Justiça do Trabalho é competente para  julgar, em  tese,  toda e qualquer  relação de  trabalho onde uma 
pessoa física preste serviços a outra pessoa física ou jurídica. 
No  entanto,  o  STF  e  o  STJ  mitigaram  a  competência  contida  no  art.  114,  I,  tendo  em  vista  que  restringiu  a 
interpretação do termo “ações oriundas da relação de trabalho”. 
Com a redação dada pela Emenda n. 45, a Justiça do Trabalhou entendeu que seria competente para julgar ações 
que  envolvesse  servidor  público  estatutário  (seria  pessoa  física  trabalhando).  A  Justiça  do  Trabalho  fez 
interpretação amplíssima da norma estatuída no art. 114, I, CF. 
 
 
 
 Prof. Alexandre Teixeira OS: 0928/10/11-Felipe 
 
 
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PROCESSUAL DO TRABALHO DIREITO 
Em março de 2005 a Associação Nacional dos  Juízes Federais propôs ADIN nº 3395‐6,  tendo sido  liminarmente 
julgada pelo Min. Sepúlveda Pertence, depois confirmada pelo Min. Cezar Peluso e, por fim, pelo pleno do STF. 
De acordo com o entendimento do STF em  referida ADIN, é  inconstitucional  toda e qualquer  interpretação do 
inciso  I do art. 114, CF/88 que  leve para a  Justiça do Trabalho a competência para processar e  julgar os  litígios 
havidos entre os servidores estatutários e a Administração Pública, direta ou indireta. 
A decisão, além de política, deve‐se ao fato de o inciso I ter duas interpretações possíveis, quais sejam: 
a) ampla: incluindo os servidores estatutários; 
b)  restritiva:  distinguindo  relação  de  trabalho  (adotando‐se  a  teoria  contratualista  moderna,  existindo  entre 
empregado  e  empregador  relação  jurídica  de  emprego  decorrente  obrigatoriamente  e  necessariamente  de 
contrato de emprego, regulamentado pelo art. 444, CLT) da relação jurídico institucional (não há contrato, existe 
uma relação de estatuto, não existe negociação com a Administração as cláusulas contratuais). 
No contrato de  trabalho pode haver, ou não, debate acerca das cláusulas contratuais, diferentemente de uma 
relação jurídico institucional. Exemplo da inexistência de negociação das cláusulas contratuais. Art. 169, I, CF/88. 
De  acordo  com o  STJ  e de  acordo  com  a  FCC, quando  a  relação de  trabalho  envolver  relação de  consumo,  a 
competência para processar e julgar a demanda é da Justiça Comum Estadual. Art. 14 da Lei 8.078/90 (CDC). É o 
caso da prestação de serviços por pessoa física a consumidor. Por mais que se celebre contrato de trabalho, se o 
tomador de serviços é um consumidor final, a essa relação de trabalho aplicar‐se‐á o CDC, levando a competência 
para a Justiça Estadual. 
Esse entendimento do STJ está expresso na Súmula 363 do STJ, quando um profissional liberal pretender buscar 
sua remuneração judicialmente, deverá buscá‐la na Justiça Comum Estadual e não na Justiça do Trabalho. 
* Abrangidos  os  entes  de  direito  público  externo:  se  inserido  aqui  as  embaixadas  e  consulados. Apesar  das 
Convenções  Internacionais  62  e  65  da  Bélgica,  que  tratam  dos  servidores  que  já  vêm  acreditados  no  país 
originário,  os  empregados  brasileiros  contratados  para  trabalhar  para  os  consulados,  cônsules,  embaixadas  e 
embaixadores serão regidos pelo direito interno, sobretudo pelo direito processual trabalhista. 
A  competência  da  Justiça  do  Trabalho  é  só  para  o  processo  de  conhecimento,  quando  passa  para  a  fase  de 
execução não é competente, pois os bens das embaixadas e consulados têm imunidade de jurisdição. 
De acordo com o STF (1990, Min. Francisco Rezek) a imunidade de jurisdição cível, penal e tributária se estende à 
trabalhista na fase de execução. 
*  Abrangidos os entes da administração pública direta e indireta da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: não se confunde com o fato do 
STF  ter  retirado a  competência da  Justiça do Trabalho para processar e  julgar 
ações de servidores estatutários. 
Há  de  se  lembrar  que  de  1988  até  antes  da  E.C  19  havia  regime  jurídico  único,  regime  estatutário.  A 
administração Pública só poderia admitir servidores ocupantes de cargos público. Com a E.C 19 a Administração 
Pública,  até outubro de 2007, quando esta emenda  foi  julgada  liminarmente  inconstitucional, passou  a poder 
contratar servidores públicos celetistas ocupantes de emprego público. 
Essa  liminar  só  teve  efeitos  ex  nuc,  logo,  quem  já  havia  sido  admitido  ao  serviço  público mediante  emprego 
público  fica no emprego até o STF  julgar o mérito. De outubro de 2007 para a atualidade a Administração não 
pode mais contratar servidor público ocupante de emprego público. 
*ex nunc = nunca retroage 
ex tunc = retroage tudo 
 
 
 
 Prof. Alexandre Teixeira OS: 0928/10/11/Felipe 
 
 
7 
PROCESSUAL DO TRABALHO DIREITO 
Muito embora o sujeito mantenha com a administração pública relação celetista, não há relação contratual e sim 
jurídico  institucional, no entanto, por  força da parte  final do art. 114,  I, CF/88, os servidores públicos celetistas 
continuam submetidos à Justiça do Trabalho. 
De acordo  com o entendimento do STF, os  servidores públicos  celetistas admitidos por  concurso público para 
ocuparem empregos públicos terão suas ações processadas e julgadas pela Justiça do Trabalho. 
2.1.2. Ações que envolvam o exercício do direito de greve: 
Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar 
II as ações que envolvam exercício do direito de greve. 
A  greve  é  constitucionalmente  prevista  no  art.  9º,  que  prevê  e  garante  o  exercício  do  direito  de  greve.  A 
regulamentação da greve não é constitucional e sim em norma infraconstitucional, Lei n. 7.783/89 (Lei de Greve). 
Não existe greve ilegal, pois o art. 14 da Lei de Greve é claro ao dizer que considera‐se abusiva a deflagração de 
greve em desconformidade com esta lei. 
Sempre que a greve for deflagrada em desconformidade com a lei, será abusiva e não ilegal. É aabusividade do 
direito de greve. O art. 2º da Lei de Greve considera legítimo o direito de greve quando respeitados os requisitos 
lá previstos. 
Assim, o direito de greve ou é legitimo ou é abusivo. 
O art. 114, II, CF, trata da competência da Justiça do Trabalho para as ações decorrentes do exercício abusivo do 
direito de greve. 
Quando de alguma forma a greve for deflagrada em desacordo com a  lei, será abusiva, mas o empregador não 
pode fazer justiça com as próprias mãos, devendo, pois movimentar a máquina do judiciário. 
Caberá ao empregador buscar a justiça através de petição. Se o empregador quer ver declarada judicialmente a 
greve abusiva, deverá ajuizar dissídio coletivo de greve, que é ação judicial. 
O dissídio coletivo de greve tem por objeto/finalidade o empregador ver a declaração judicial da abusividade da 
regre. Quando a  justiça declara a   greve abusiva, ela própria determina o retorno dos empregados ao trabalho, 
sob pena de dispensa por justa causa e multa diária em face do sindicato laboral. 
A competência para processar e julgar dissídio de greve é, pois, da Justiça do Trabalho. 
Existem outras ações relativas ao direito de greve que também são de competência da JT, como por exemplo as 
ações possessórias nos casos em que os grevistas estejam ameaçando invadir a empresa. A ameaça de invasão é a 
turbação da posse, podendo o empregador ajuizar ação possessória, no caso a ação de manutenção da posse. 
O Juiz garantirá a posse, inclusive com força policial, assim como, o caso de esbulho, determinará a reintegração 
de posse. 
Quando  as  ações  possessórias  forem  decorrentes  do  exercício  abusivo  do  direito  de  greve,  será  da  JT  a 
competência para processá‐las e julgá‐las. 
2.1.3. Ações envolvendo sindicatos: 
Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:  
 
 
 
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PROCESSUAL DO TRABALHO DIREITO 
III as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e 
empregadores. 
O art. 8º, II, CF/88 afirma que as partes interessadas podem criar sindicatos. 
Os  sindicatos  têm muito  dinheiro  e onde  tem muito dinheiro  tem  confusão.  Exemplo  de problema que pode 
surgir entre sindicatos é quando um sindicato  já existe, por exemplo o sindicato dos médicos de Fortaleza, e os 
médicos  já recolhem suas contribuições sindicais (art.578, CLT) para esse sindicato, mas um determinado grupo 
dissidente resolve criar um novo sindicato, o sindicato dos médicos descontentes de Fortaleza. 
No entanto, por  força do art. 8º,  inciso  II, CF/88, aplica‐se o principio da unicidade  sindical  (um  sindicato por 
categoria na mesma base territorial, sendo certo que a base territorial mínima será um município). 
Essa criação do novo sindicato fere o princípio da unicidade sindical e gera uma confusão com o sindicato antigo 
que vai deixar de ganhar dinheiro, vai haver diminuição de receita do sindicato dos médicos. 
Esse caso é típico de competência sobre ações sobre representação sindical entre sindicatos e o sindicato antigo 
pode ajuizar ação ordinária de nulidade de registro sindical, sendo competente a JT. 
Lembrando que a contribuição sindical é obrigatória, independente da filiação, vinculação ou sindicalização. 
Antes da Emenda 45, a competência para processar e julgar ações sobre representação sindical entre sindicatos 
era da Justiça comum estadual. 
O mesmo raciocínio se aplica em relação às ações sobre representação sindical entre sindicatos e empregados ou 
entre sindicatos e empregadores. 
De acordo com a doutrina e a  Jurisprudência dominante é da competência da  Justiça do Trabalho processar e 
julgar ações que envolvam disputas sobre eleições sindicais. Não há previsão na lei ou na CF. 
É uma interpretação super ampla do inciso III do art.114, CF. Caberá, portanto, à Justiça do Trabalho resolver as 
disputas entre chapas nas eleições para o sindicato. 
2.1.4. Ações de indenização por dano moral: 
Art. 114‐ Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: 
VI.  as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de trabalho 
O dano moral ou material que tiver sua origem na relação de trabalho deverá ser julgado pela Justiça do Trabalho. 
Decorre da relação de trabalho o dano oriundo de ação ou omissão de empregado ou empregador, pois tanto o 
empregado como o empregador pode causar dano (moral ou material) ao outro. 
As ações de  indenização por dano moral, material e estético são muito comuns quando se trata de acidente de 
trabalho é perfeitamente possível que o empregado sofra acidente de trabalho ou adquira doença profissional ou 
doença do  trabalho. Sendo doença profissional aquela que se adquire como consequência da sua prestação se 
serviços, ou seja, decorre diretamente do exercício da profissão (doença ocupacional ou profissional). Exemplos 
comuns de doença profissional são a LER (lesão por esforço repetitivo) adquirida por profissionais digitadores e os 
problemas nas cordas vocais adquiridos por professores. 
Já  a  doença  ocupacional  é  adquirida  no  trabalho,  mas  não  decorre  do  exercício  da  profissão,  é  ocupacional 
porque adquirida no trabalho. 
Seja doença profissional ou ocupacional pode ser que surja para o empregador a obrigação de indenizar. 
 
 
 
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PROCESSUAL DO TRABALHO DIREITO 
A doença do trabalho, assim como o acidente, pode gerar dano moral, material ou estético para o empregado, 
sendo a ação de indenização por esses danos de competência da Justiça do Trabalho. 
Até junho de 2005 o STF entedia que as ações de indenização por dano material ou moral eram processadas na 
Justiça Comum Estadual. De  julho de 2005 até os dias atuais, o STF, por 10 votos a 0, passou a entender que a 
competência para processar e  julgar ação de  indenização por dano moral ou material decorrente da relação de 
trabalho é da Justiça do Trabalho. 
A Súmula 15 do STJ diz que em se tratando de acidente de trabalho a competência é da Justiça comum estadual, 
mas isso não se confunde com o entendimento do STF, pois quando se fala de ação de acidente de trabalho deve 
se ter mente que ela gera duas competências, ou seja que existem dois tipos de ações sobre acidente de trabalho 
e cada uma delas é julgada em uma Justiça diferente. 
 
 
 
 
    
 ACIDENTE DE TRABALHO  
 
 
 
 
 
 
Competência Residual da Justiça Estadual ‐ Art.109, I, CF 
Em se tratando de acidente de trabalho a responsabilidade é subjetiva, conforme prevê a CF no art. 7º, XXVIII. 
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição 
social: 
XXVIII ‐ seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que este está 
obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa; 
Exemplo:  empregado  está  no  percurso  casa  trabalho  dentro  do  ônibus  lotado  e  abre‐se  uma  vala  na  rua 
engolindo  o  ônibus.  Não  houve  ação  ou  omissão  do  empregador  que  tenha  ocasionado  o  acidente,  ter‐se‐á 
acidente de trabalho, mas não nascerá para o empregador a obrigação de indenizar o empregado acidentado. 
No entanto, se o empregado está em ônibus do empregador e este ônibus está sem manutenção, razão pela qual 
um acidente ocorre em função da omissão dolosa do empregado, logo, surge para o empregador a obrigação de 
indenizar o empregado. 
Na responsabilidade objetiva existe a teoria do risco, não  interessando se existiu dolo ou culpa do empregador, 
bastando a comprovaçãoda existência do acidente e de sua  relação com o  trabalho. A obrigação de  indenizar 
nasce automaticamente. 
Ação Acidentária, proposta em 
face do INSS: COMPETÊNCIA DA 
JUSTIÇA COMUM ESTADUAL 
(competência residual, art. 109, I, 
CF). Tem por objeto Direito 
Previdenciário.  
Ação de Indenização de corrente 
de Acidente de Trabalho, 
proposta contra o empregador: 
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO 
TRABALHO. 
 
 
 
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PROCESSUAL DO TRABALHO DIREITO 
Na responsabilidade subjetiva, a responsabilidade do empregador decorrerá necessariamente da comprovação da 
existência de dolo ou culpa do empregador. 
Antigamente existia a súmula 366 do STJ, mas em 2009 foi cancelada. 
De acordo com o entendimento do STF, que redundou no cancelamento da súmula 366 do STJ, é da competência 
da  Justiça do Trabalho processar e  julgar a ação de  indenização proposta pela viúva e pelos herdeiros contra o 
empregador em decorrência de acidente de trabalho em que faleceu o empregado. Esse é o dano em ricochete, 
pois o empregado morreu, mas o dano com sua morte ricocheteia em seus herdeiros. 
De acordo com o entendimento do STJ e do TST, quando é o espolio que promove a ação de indenização contra o 
empregador a competência é da Justiça Comum Estadual. 
Ainda  sobre a  competência da  Justiça do Trabalho para  julgar ações de  indenização decorrente da  relação de 
trabalho, até  junho de 2005 o STF dizia que a competência era da Justiça comum estadual e a partir de  julho a 
competência passou a ser da Justiça do Trabalho. 
Mesmo depois da Emenda 45, que alterou o art. 114 da CF, continuou a confusão, porque o STF dizia que era 
competente a Justiça Estadual e a JT dizia que era ela a competente. 
Em  relação  as  ações  que  já  estavam  tramitando  na  Justiça  Comum  Estadual  foi  necessário  conflito  de 
competência (7442‐1 MG) para concluir que essas ações só seriam remetidas à Justiça do Trabalho se até a data 
da entrada em vigor da Emenda Constitucional n. 45 (dezembro de 2004) não houvesse sentença de mérito. 
Se  na  época  da  entrada  em  vigor  da  Emenda  45  as  ações  já  tivessem  tido  o  primeiro  julgamento,  elas 
permaneceriam na Justiça Comum, não sendo remetidas para a do Trabalho. 
Com a Súmula Vinculante 22 esse entendimento foi ratificado: 
SÚMULA VINCULANTE Nº. 22  
A  JUSTIÇA  DO  TRABALHO  É  COMPETENTE  PARA  PROCESSAR  E  JULGAR  AS  AÇÕES  DE 
INDENIZAÇAO  POR  DANOS  MORAIS  E  PATRIMONIAIS  DECORRENTES  DE  ACIDENTE  DE 
TRABALHO  PROPOSTAS  POR  EMPREGADO  CONTRA  EMPREGADOR,  INCLUSIVE  AQUELAS QUE 
AINDA  NAO  POSSUÍAM  SENTENÇA  DE  MÉRITO  EM  PRIMEIRO  GRAU  QUANDO  DA 
PROMULGAÇAO DA EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 45/04.  
Sentença  de  mérito  é  aquela  que  decide  a  matéria  (MM‐  MÉRITO/MATERIAL),  é  aquela  que  julga  o  Direito 
material em análise. Através da sentença de mérito defere‐se ou indefere‐se o direito material perseguido. 
2.1.5. Ações relativas às penalidades administrativas: 
Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: 
VII as ações relativas às penalidades administrativas  impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização 
das relações de trabalho; 
O órgão responsável pela fiscalização das relações de trabalho é a SRT, Superintendência Regional do Trabalho, 
antiga DRT. 
Se  forem  encontradas  irregularidades, os  auditores  fiscais do  trabalho  lavrarão  auto de  infração,  restando  ao 
empregador que quiser discutir judicialmente este auto, manejar ação junto a Justiça do Trabalho. 
Antes  da  Emenda  45,  esses  autos  de  infração  eram  discutidos  na  Justiça  Comum  Federal  e  ao  momento  de 
transição aplica‐se a previsão contida na Súmula vinculante 22. 
 
 
 
 
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PROCESSUAL DO TRABALHO DIREITO 
2.1.6. Execução das contribuições previdenciárias: 
Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: 
VIII a execução, de ofício, das contribuições  sociais previstas no art. 195,  I, a  , e  II, e  seus acréscimos  legais, 
decorrentes das sentenças que proferir 
As Contribuições Previdenciárias são devidas à União, devido a criação das Super Receita, Lei 11.457/2007, sendo 
competente a  Justiça do Trabalho para processar e  julgar alguns casos em que sejam executadas contribuições 
previdenciárias. 
Execução de contribuição previdenciária pode acontecer na Justiça do Trabalho como na comum Federal. 
 
 
EXECUÇÃO DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA 
 
 
 
 
O  fato gerador da Contribuição Previdenciária é o salário de contribuição, arts. 28 e 29 da Lei 8.212/91  (Lei de 
custeio da Previdência Social). Sobre a remuneração do empregado surge o salário de contribuição e a obrigação 
de recolher a contribuição previdenciária. 
Se o empregador não proceder ao recolhimento das contribuições devidas, poderá ser autuado pela fiscalização 
previdenciária, sendo lavrado o auto de infração que se tornará dívida ativa da união. 
Com  a Certidão de Dívida Ativa da União  (CDA)  poderá  ser  executada  a previdência devida pelo  empregador 
inadimplente, pela atuação do Procurador da Fazenda. 
É, no entanto, perfeitamente cabível que a execução surja da Sentença Trabalhista. 
A execução da contribuição previdenciária pode decorrer da sentença. 
O empregador paga a remuneração do empregado e sobre ela deve fazer o recolhimento da CP, se não fizer e for 
autuado, a execução originada no auto de infração será na Justiça Comum. 
Mas nos  casos  em que o  empregado  vai  à  Justiça  para buscar  verbas  trabalhistas de natureza  remuneratória 
(Aviso Prévio, férias acrescidas do 13º, horas extras, férias proporcionais, 13º salário) e sobre elas incide a CP. 
Quando  o  Juiz  julgar  o  processo  (sentença  de  mérito)  e  reconhece  a  existência  de  verbas  trabalhistas 
remuneratórias não pagas, e sobre elas incide CP, tem‐se a execução dessa CP na própria Justiça do Trabalho. 
2.1.7. Controvérsias decorrentes da relação de trabalho: 
Art. 114, IX, e demais controvérsias decorrentes da relação de trabalho nos termos da lei. 
Renato Saraiva e Carlos Henrique Bezerra Leite dizem que este  inciso é um apêndice, merecendo ser  retirado. 
Eles acham que repete o inciso I do mesmo artigo. 
 
Auto de Infração: Justiça 
Comum Federal 
Sentença Trabalhista: Justiça 
do Trabalho. 
 
 
 
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PROCESSUAL DO TRABALHO DIREITO 
Há diferença, vejamos: 
Inciso I –   fala  de  ações  oriundas:  são  ações  que  se  originam  naturalmente  da  relação  de  trabalho.  Ex: 
descumprimento  de  cláusulas  contratuais  (não  pagamento  de  remuneração),  essas  ações  têm 
natureza jurídica trabalhistas. 
Inciso IX‐   fala de  controvérsias decorrentes:  essas  ações não  têm natureza  trabalhista  (e  sim penal,  cível, 
tributária), mas mantêm um elo com a relação de trabalho. Mas a parte final do  inciso IX fala nos 
termos da lei, razão pela qual não basta decorrer da relação de trabalho para ser de competência 
da Justiça do Trabalho.  
Os crimes contra a organização do  trabalho não são de competência da  JT, mas podem vir a ser se a  lei assim 
determinar. 
A Justiça do Trabalho não tem competência penal nem tributária, mas um dia pode vir a ter, pois o inciso nono, 
que é norma de eficácia limitada, é uma possibilidade de alargar a competência trabalhista. 
2.2. Competência territorialda Justiça do Trabalho: 
Trata‐se de  competência  relativa.  Já  se  sabe que a  JT é  competente,  restando definir qual  vara do  trabalho é 
competente. 
A competência territorial esta prevista no art. 651 da CLT, sendo a regra prevista no caput e as exceções previstas 
nos parágrafos do artigo. 
Art.  651  –  A  competência  das  Juntas  de  Conciliação  e  Julgamento  é  determinada  pela  localidade  onde  o 
empregado, reclamante ou reclamado, prestar serviços ao empregador, ainda que tenha sido contratado noutro 
local ou no estrangeiro. 
§ 1º – Quando for parte no dissídio agente ou viajante comercial, a competência será da Junta da localidade em 
que a empresa  tenha agência ou  filial e a esta o empregado esteja subordinado e, na  falta, será competente a 
Junta da localização em que o empregado tenha domicílio ou a localidade mais próxima. 
§ 2º – A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento, estabelecida neste artigo, estende‐se aos dissídios 
ocorridos  em  agência  ou  filial  no  estrangeiro,  desde  que  o  empregado  seja  brasileiro  e  não  haja  convenção 
internacional dispondo em contrário. 
§  3º  –  Em  se  tratando  de  empregador  que  promova  realização  de  atividades  fora  do  lugar  do  contrato  de 
trabalho,  é  assegurado  ao  empregado  apresentar  reclamação  no  foro  da  celebração  do  contrato  ou  no  da 
prestação dos respectivos serviços 
A regra geral dispõe que a competência das varas do trabalho é determinada pelo local da prestação de serviços, 
ainda que o empregado tenha sido contratado noutro local e até mesmo no estrangeiro. 
Fortaleza                                             Recife            São Paulo        Porto Alegre 
                                            
Matriz                                                   Filial               Filial                    Filial 
 
O empregado contratado em Fortaleza para  trabalhar em Recife, de  lá  foi  transferido para São Paulo e depois 
para Porto Alegre, onde foi dispensado.  
 
 
 
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PROCESSUAL DO TRABALHO DIREITO 
De  acordo  com  parte  da Doutrina,  FCC  e  parte  da  Jurisprudência,  a Vara  competente  é  a  do  último  local  da 
prestação de serviços. O TST tem entendido que quando o local da última prestação de serviços dificultar o acesso 
do  empregado  ao  Poder  Judiciário,  flexibilizar‐se‐ía  a  regra.  Mas  para  as  organizadoras  de  concurso  não  há 
flexibilização, aplicando‐se o artigo na sua literalidade, incrementando, apenas, a questão da vara do último local 
ser a competente, quando diversos os locais de prestação de serviços. 
O art. 651 traz a regra geral sobre competência territorial da Justiça do Trabalho, mas existem exceções previstas 
nos parágrafos deste mesmo artigo. 
2.2.1. Empregador que promove a realização das atividades fora do local do contrato: 
O §3º diz que: em se tratando de empregador que promova a realização de atividades fora do local de contrato, é 
facultado ao empregado propor a ação no local da prestação de serviços ou no da contratação. 
§  3º  –  Em  se  tratando  de  empregador  que  promova  realização  de  atividades  fora  do  lugar  do  contrato  de 
trabalho,  é  assegurado  ao  empregado  apresentar  reclamação  no  foro  da  celebração  do  contrato  ou  no  da 
prestação dos respectivos serviços 
Existem atividades empresariais  itinerantes, que é aquela que só se desenvolve ou melhor se desenvolve com a 
mudança do local da prestação de serviços. O §3º é direcionado para esse tipo de atividade. Poderá ser no local 
da realização do contrato ou do último local da prestação dos serviços. Exemplo: atividade circense. 
Existem atividades empresariais  itinerantes, que é aquela que só se desenvolve ou melhor se desenvolve com a 
mudança do local da prestação de serviços. O §3º é direcionado para esse tipo de atividade. Poderá ser no local 
da realização do contrato ou do último  local da prestação dos serviços. Exemplo: atividade circense, construção 
civil, transporte, auditoria. 
No caso das construtoras, não há necessidade de filial em outro local, no máximo ela abre um canteiro de obra, é 
uma típica atividade itinerante, pois ela melhor se desenvolve com a mudança do local da prestação de serviços. 
A atividade de transporte também é eminentemente itinerante. O piloto, por exemplo, mesmo sendo contratado 
em São Paulo, fará o transporte de passageiros por todo o pais. O transporte marítimo, aéreo, rodoviário, fluvial 
ou ferroviário só se desenvolve se houver mudança no local da prestação de serviços. 
As empresas de auditoria também é exemplo de empregador que desenvolve suas atividades em local distinto do 
da prestação de serviços. 
As questões costumam omitira o fato da empresa desenvolver suas atividades fora do local da contratação, mas o 
concursando deverá se ater aos detalhes. Exemplo disso é a situação em que o elaborador da questão  informa 
que o empregado  foi contratado em Fortaleza para prestar serviços em recife e a empresa  tem  filial no Rio de 
janeiro, note‐se que não falou da existência de filial em recife, subentendendo‐se que não, razão pela qual incide 
a regra do art. 651, §3º, CLT. 
2.2.2. Agente ou viajante comercial: 
§ 1º – Quando for parte no dissídio agente ou viajante comercial, a competência será da Junta da localidade em 
que a empresa  tenha agência ou  filial e a esta o empregado esteja subordinado e, na  falta, será competente a 
Junta da localização em que o empregado tenha domicílio ou a localidade mais próxima. 
Não fosse o parágrafo primeiro do art. 651 da CLT, o caso relato lá se encaixaria perfeitamente na regra do § 3º. É 
o caso do empregado vendedor viajante, agente comercial ou pracista. Este empregado é empregado vendedor, 
mas  não  vende  em  um  só  local,  sendo  que  suas  atividades  são  desenvolvidas  em  locais  diversos  durante  a 
vigência do contrato de trabalho. 
 
 
 
 
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A empresa que  fornece os produtos é a representada e o empregado é o representante, mas se não houvesse 
essa  previsão  especifica  do  §1º,  a  atividade  se  encaixaria  no  §3º  por  se  tratar  de  atividade  típica  itinerante. 
Exemplo: 
 
 O  empregado  foi  contratado  em  Fortaleza, mas  atende  todo o  interior do Ceará  e  é 
dispensado  em  trânsito  entre  uma  cidade,  mas  para  ele  não  interessa  onde  foi 
dispensado, pois a  regra não é a da última  localidade onde prestou  serviços e  sim do 
local onde está  localizada a agência ou filial da empresa contratante (de acordo com a 
doutrina, filial à qual ele está subordinado). 
 
 
 
 
Caso não haja filial será competente a do local do domicilio do empregado ou, caso ai não tenha vara, a do local 
mais próximo. 
2.2.3. Competência extraterritoral: 
§ 2º – A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento, estabelecida neste artigo, estende‐se aos dissídios 
ocorridos  em  agência  ou  filial  no  estrangeiro,  desde  que  o  empregado  seja  brasileiro  e  não  haja  convenção 
internacional dispondo em contrário.  
É um parágrafo incompleto, trata da competência extraterritorial trabalhista.  
Um empregado contratado no Brasil para prestar  serviços em agencia ou  filial estrangeira, ou  seja, a empresa 
contratante  tem pelo menos uma  filial,  agencia,  sucursal,  escritório,  fase ou matriz no Brasil. A  empresa que 
existe no estrangeiro também existe no Brasil, existindo, pois, conexão. 
Desde que o empregado seja brasileiro e nãohaja convenção internacional em contrário, as varas do Brasil serão 
competentes para processar e julgar a reclamação, no entanto, o artigo não especifica qual Vara do Trabalho. 
A doutrina é discrepante, tendo autores que dizem que é o domicilio do autor, outros o  local da contratação e 
outros, ainda, afirmam ser competente a capital do Brasil. 
O dispositivo, apesar de incompleto, é inteligente, pois ele afirma que essa empresa tem que ter braço no Brasil, 
pois se não tivesse qualquer vinculo no território nacional seria difícil a notificação, assim como a execução. 
O Brasil só será competente se tiver correspondente da empresa estrangeira no Brasil e 5% do capital deve ser 
nacional, consoante Lei 7.064/82. 
O Direito Processual aplicado será o brasileiro, mas em relação ao direito material deverá ser aplicada a Lei do 
Trabalho estrangeira, salvo quando a lei brasileira for mais favorável a cada instituto. 
A lei material brasileira só é aplicada quando é mais favorável (art. 3º, II, Lei 7‐064/82), conforme súmula 207 do 
TST que traz a Lex loci executionis contractus, ou seja, a lei aplicada é a do local da prestação de serviços, ou seja, 
da execução do contrato. 
Enunciado nº 207 ‐  Relação  Jurídica Trabalhista  ‐ Conflitos de Leis Trabalhistas no Espaço  ‐ Princípio da "Lex 
Loci Executionis” 
 
 
 
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PROCESSUAL DO TRABALHO DIREITO 
A  relação  jurídica  trabalhista é  regida pelas  leis vigentes no país da prestação de serviço e não por aquelas do 
local da contratação. 
Observe‐se que até  junho de 2009 a Lei 7.064/82 só se aplicava aos trabalhadores brasileiros contratados para 
prestar serviços de engenharia e similares no exterior, no entanto essa exigência não resiste e se estende a todos 
os empregados. 
2.3. Conflitos de competência: 
Art. 114.   Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: 
V os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, ressalvado o disposto no art. 102, I, o; 
Um conflito de competência pode ser positivo ou negativo, podendo ser entre dois Juízes do Trabalho, entre um 
Juiz do trabalho e um Juiz comum, entre TST e outro Tribunal Superior ou entre dois Tribunais Regionais distintos. 
O conflito positivo ocorre quando pelo menos dois órgãos se assumem competentes para processar e julgar um 
mesmo processo. 
O conflito negativo é quando dois ou mais órgãos se dizem incompetentes para julgar uma mesma ação. 
CONFLITOS DE COMPETÊNCIA – BIZU 
Regra1: O conflito de competência sempre será julgado por órgão superior; 
                                                 E 
Regra2: O conflito de competência sempre será julgado pelo órgão mais imparcial possível. 
A Lei 6.947/81, em seu art. 2º, diz que o raio de jurisdição de uma Vara do Trabalho é de aproximadamente 100 
km. No entanto, esta regra é flexibilizada pelo próprio §2º deste artigo diz que o TRT da Região poderá, mediante 
procedimento administrativo, aumentar o raio de abrangência da Vara do Trabalho. 
Pode ser que algum município não esteja sob jurisdição de nenhuma Vara do Trabalho, mas ainda assim haverá 
foro para processar e julgar ações trabalhistas, mas serão julgadas pelo Juiz comum, preferindo o cível ao penal, 
conforme artigos 668 e 669 da CLT. 
O  Juiz de direito  será  investido em  jurisdição  trabalhista e aplicará as  leis do Direito Material e Processual do 
Trabalho,  sendo considerado, perante o processo, como  juiz do  trabalho. Da decisão proferida caberá Recurso 
Ordinário para o TRT. É oq eu diz o artigo 668 CLT e o art. 115 CF. 
 
Regra1: O conflito de competência sempre será julgado por órgão superior; 
                                                 E 
Regra2: O conflito de competência sempre será julgado pelo órgão mais imparcial possível. 
1‐ VTR1 x VTR1= TRTR1 
2‐ VTR1 x VTR2= TST 
3‐ VTR1 x JDR1= TRTR1 
4‐ VTR1 x JDR2= TST 
5‐ JDRI x JDR1= TRTR1 
 
 
 
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PROCESSUAL DO TRABALHO DIREITO 
6‐ JDR1 x JDR2= TST 
7‐ VT x VC= STJ 
8‐ TRTR1 x TRTR2= TST 
9‐ TRT x TJ= STJ 
10‐ TST x TRIBUNAL SUPERIOR= STF 
Art. 102, I, o, CF 
Art. 105, I, d, CF 
Art. 608, a e b, CLT 
OBS: art. 608, d, CLT – a competência para julgar o conflito de competência entre órgãos da Justiça do Trabalho e 
de outra  justiça  seria da  Justiça do Trabalho, mas este dispositivo é anterior  à CF/88,  razão pela qual não  foi 
recepcionado pelo art. 105, I, d, CF/88 que afirma ser competente o STJ. 
 
 
CAPÍTULO 3 
ATOS E PRAZOS PROCESSUAIS 
Os atos processuais têm que ter prazo. Ato processual é espécie de ato jurídico, é coisa que se faz, age. 
Quando  se  apresenta  uma  reclamação  trabalhista  se  age,  se  pratica  ato  e  como  é  no  processo,  tem‐se  ato 
processual. 
Quando se processa alguém se pratica ato processual inicial. A notificação, a audiência, a defesa, são todos atos 
processual, assim como o recurso e a sentença. 
Existem prazos específicos ou gerais para que os atos processuais sejam praticados. 
A contagem dos prazos processuais merece atenção, tendo em vista que o dia do início do prazo é um e o dia do 
início da contagem é outro. Veja‐se: 
 
                                            Início do prazo (art. 774, CLT) 
                                                    
Prazos Processuais:         Início da contagem do prazo                Todos só podem ser dias  
                                                                                                             úteis (775, CLT) 
                                             Término do Prazo          
 
Art. 774 ‐   Salvo disposição em contrário, os prazos previstos neste Título contam‐se, conforme o caso, a partir 
da data em que  for  feita pessoalmente, ou recebida a notificação, daquela em que  for publicado o 
edital no jornal oficial ou no que publicar o expediente da Justiça do Trabalho, ou, ainda, daquela em 
 
 
 
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que for afixado o edital na sede da Junta, Juízo ou Tribunal. (Redação incluída  pela Lei nº 2.244, de 
23.6.1954) 
Parágrafo único ‐ Tratando‐se de notificação postal, no caso de não ser encontrado o destinatário ou no de recusa 
de recebimento, o Correio ficará obrigado, sob pena de responsabilidade do servidor, a devolvê‐la, no prazo de 48 
(quarenta e oito) horas, ao Tribunal de origem.  
Art. 775  ‐ Os prazos estabelecidos neste Título contam‐se com exclusão do dia do começo e  inclusão do dia do 
vencimento,  e  são  contínuos  e  irreleváveis,  podendo,  entretanto,  ser  prorrogados  pelo  tempo  estritamente 
necessário pelo juiz ou tribunal, ou em virtude de força maior, devidamente comprovada.   
Parágrafo único ‐ Os prazos que se vencerem em sábado, domingo ou dia feriado, terminarão no primeiro dia útil 
seguinte. 
O princípio da Celeridade rege o Processo do Trabalho e os prazos são exíguos, contando‐se a partir do dia útil 
subsequente ao da notificação, não se aguarda o retorno do AR para o processo!!!! 
O  início do prazo é em um dia, o  início da contagem e outro e o término em outro diferente dos dois últimos, 
tendo em comum o fato de só poder ser dia útil (os dias inúteis são aqueles nos quais não há expediente forense). 
Para contar o prazo excluí o dia do  início e  inclui o do final. Se a notificação é recebida em uma quarta‐feira, o 
inicio do prazo é na quarta‐feira,mas a contagem é só no dia útil seguinte ao  início do prazo, no caso, quinta‐
feira. Consequentemente o final do prazo será na próxima quinta‐feira (se estivermos diante de prazo de 8 dias), 
partindo do princípio que os mencionados dias são todos úteis. 
Se a notificação chegar numa sexta‐feira, o prazo se  inicia na própria segunda, mas a contagem só na segunda‐
feira, se for dia útil. Esse é o raciocínio da Súmula 1 do TST. 
TST Enunciado nº 1 ‐ Intimação Trabalhista ‐ Prazo Judicial 
Quando a intimação tiver lugar na sexta‐feira, ou a publicação com efeito de intimação for feita nesse dia, o prazo 
judicial será contado da segunda‐feira imediata, inclusive, salvo se não houver expediente, caso em que fluirá do 
dia útil que se seguir. 
 
De acordo com o parágrafo único do art. 775, CLT, os prazos só podem terminar em dias úteis, de modo que se o 
último dia do prazo cair em dia que não tenha expediente forense, prorroga‐se o prazo para o primeiro dia útil 
subsequente. 
Art. 775. Os prazos estabelecidos neste Título contam‐se com exclusão do dia do  começo e  inclusão do dia do 
vencimento,  e  são  contínuos  e  irreleváveis,  podendo,  entretanto,  ser  prorrogados  pelo  tempo  estritamente 
necessário pelo juiz ou tribunal, ou em virtude de força maior, devidamente comprovada. 
Parágrafo único. Os prazos que  se  vencerem  em  sábado, domingo ou  feriado,  terminarão no primeiro dia útil 
seguinte. 
Os dias inúteis não podem coincidir com o início do prazo, com o inicio da contagem e com o final, mas, uma vez 
iniciada a contagem, o prazo será contínuo, conforme artigo 775, caput, CLT. 
Alguns atos processuais podem acontecer em dias inúteis (não úteis), excepcionalmente. 
Quanto a esta possibilidade, há divergência entre a Súmula 262, I, TST e o entendimento da FCC, pois esta última 
aplica a lei seca contida no CPC. 
 
 
 
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PROCESSUAL DO TRABALHO DIREITO 
O  artigo  770,  caput,  da  CLT  diz  que  os  atos  ocorrerão  entre  às  6  horas  e  as  20  horas  dos  dias  úteis,  mas 
excepcionalmente e com a autorização do Juiz, os atos processuais poderão acontecer em dia inútil, exemplo da 
penhora. 
Exemplo prático: A citação, através do mandado de execução,  foi  feita em um domingo, sendo que o  início do 
prazo só será na segunda‐feira e o início da contagem será na segunda‐feira. O ato “notificação” ocorreu em dia 
inútil, mas o início do prazo e o início de sua contagem, como também o final, não podem ser em dia inútil. Esse é 
o raciocínio da Súmula 262, I, TST. 
TST Enunciado nº 262 ‐ Intimação ou Notificação Trabalhista ‐ Prazo ‐ Contagem 
I ‐   Intimada  ou  notificada  a  parte  no  sábado,  o  início  do  prazo  se  dará  no  primeiro  dia  útil  imediato  e  a 
contagem, no subseqüente.  
II ‐   O  recesso  forense e as  férias coletivas dos Ministros do Tribunal Superior do Trabalho  (art. 177, § 1º, do 
RITST) suspendem os prazos recursais.  
 
O entendimento da FCC difere do acima e aplica o CPC, mas é igual no fato de se o ato acontecer em dia inútil, o 
início do prazo será no dia útil seguinte e o da contagem o dia útil posterior ao início da contagem. 
A diferença é que para o TST se o ato aconteceu no domingo, o dia do ato é o próprio domingo, mas para o CPC (e 
a FCC) se o ato processual é domingo, o ato só ocorre na segunda (Parágrafo único do art. 240 CPC), ou seja, no 
primeiro dia  útil  seguinte,  coincidindo, portanto, o dia do  ato  com o do  início do prazo. O  efeito prático  é o 
mesmo, mas a teoria difere no aspecto em que o CPC e consequentemente a FCC não autoriza ocorrência de ato 
em dia inútil. 
Art. 240  ‐ Salvo disposição em contrário, os prazos para as partes, para a Fazenda Pública e para o Ministério 
Público contar‐se‐ão da intimação. 
Parágrafo único ‐ As intimações consideram‐se realizadas no primeiro dia útil seguinte, se tiverem ocorrido em dia 
em que não tenha havido expediente forense. 
Exemplo aplicado: 
07.   (ANAJUD‐TRTAL‐2008‐FCC)  Ana  Maria,  representante  legal  da  empresa  XUB,  recebeu  intimação  na 
reclamação  trabalhista  proposta  por  Ana  Joaquina,  sua  ex‐funcionária.  Considerando  que  a  intimação 
ocorreu no sábado e que segunda‐feira é feriado nacional, será considerada que a intimação foi realizada. 
 
a)   no próprio sábado e o prazo processual começará a correr na terça‐feira. 
b)   no próprio sábado e o prazo processual começará a correr na segunda‐feira. 
c)   na terça‐feira e o prazo processual começará a correr na quarta‐feira. 
d)   na sexta‐feira antecedente e o prazo processual começará a correr na terça‐feira. 
e)   na sexta‐feira antecedente e o prazo processual começará a correr na terça‐feira. 
 
Mas para o TST a  intimação  teria ocorrido no próprio  sábado, o  início do prazo  seria na  terça  feira e o prazo 
correria a partir da quarta‐feira. 
A Lei 5.010/66, em seu art. 62, criou feriados para os servidores da Justiça Federal comum e especial, como por 
exemplo, a quarta‐feira da semana santa e a segunda e a terça de carnaval. 
Essa mesma Lei chama de feriado aquele recesso que existe entre 20 de dezembro de um ano e 06 de janeiro do 
seguinte. Em  tese, os prazos nem se suspendem nem se  interrompem em  feriado, mas  leis, portarias e outros 
atos normativos dos Tribunais podem determinar a suspensão dos prazos durante estes períodos. 
 
 
 
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PROCESSUAL DO TRABALHO DIREITO 
A suspensão do prazo significa que quando o fato que suspendeu o prazo cessar, o prazo retorna sua contagem 
de onde parou, já a interrupção acarreta o reinício do prazo, ou seja, volta a contar do zero quando o evento que 
o interrompeu cessar. 
Se  já houve  início do prazo antes do feriado, o prazo continua correndo normalmente, desde que o feriado não 
coincida com o início do prazo, da contagem ou do final do prazo. 
Para a Lei, se a   parte foi notificada em 18 de dezembro para praticar ato processual em 05 dias, começando o 
prazo nesta data e sua contagem em 19 de dezembro, como os  feriados não suspendem nem  interrompem os 
prazos, em tese, contaria corridos os dias 19, 20, 21, 22 e 23, mas como o dia 23 é feriado, prorrogar‐se‐ía o final 
do prazo até o dia útil posterior ao dia 23 (07 de janeiro, em tese). 
No entanto, esse raciocínio não se aplicará no caso do recesso  forense, pois, o  inciso  II, da Súmula 262 do TST 
coloca de forma diversa. 
TST Enunciado nº 262 ‐ Intimação ou Notificação Trabalhista ‐ Prazo ‐ Contagem 
I ‐ Intimada ou notificada a parte no sábado, o início do prazo se dará no primeiro dia útil imediato e a contagem, 
no subseqüente.  
II ‐ O recesso forense e as férias coletivas dos Ministros do Tribunal Superior do Trabalho (art. 177, § 1º, do RITST) 
suspendem os prazos recursais.  
Assim,  a  regra  geral dos  feriados, persiste  (não  suspendendo ou  interrompendo o prazo), mas  em  relação  ao 
recesso forense e às férias coletivas dos ministros do TST (de 20/12 a 06/01), apesar de legalmente considerados 
feriados, suspenderão os prazos processuais trabalhistas. 
Assim, se a parte recebeu a notificação no dia 18/12 para praticar ato em 5 dias, o dia do início da contagem será 
o dia 19, mas a partir do dia 20/12 o prazo estará  suspenso,  somente voltando a contar a partir do dia 07 de 
janeiro, razão pela qual o prazo final será o dia 10 de janeiro (já contou um dia no início). 
Se por um acaso o início da contagem coincidir no dia 20/12, o prazo somente iniciará sua contagem no dia 07 de 
janeiro, pois suspenderá o prazo sem nem começar sua contagem.19dez.      20 dez. ‐‐‐‐‐ 06jan.  07jan.     08 jan.    09jan.    10 jan.    11jan. 
notificação  recesso                  início da contagem 
 
CAPÍTULO 04 
JUSTIÇA GRATUITA E ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA 
 
4.1.  Justiça  Gratuita:  é  um  instituto  diferente  da  assistência  judiciária  gratuita.  Tanto  a  Justiça  Gratuita  quanto  à 
assistência judiciária gratuita têm o mesmo requisito 
 Pobreza  na  forma  da  Lei:  remuneração mensal  de  até  dois  salários mínimos  ou,  caso  ganhe mais  que  dois 
salários, afirme que os custos judiciais colocarão o sustento seu e de sua família em risco. O conceito de pobre 
está no art. 790,§3º, CLT. Os §§ 1º e 2º do art. 14 da  Lei 5.584/70 vão dizer o que é pobre para efeitos de 
assistência  judiciária  gratuita.  A  aplicação  destes  dispositivos  deve  ser  em  conjunto,  razão  pela  qual  basta 
declarar que é pobre na forma da lei, não sendo necessária a comprovação, pairando presunção de veracidade 
da alegação. 
 
Se a parte adversa alegar  que a declaração de pobreza é falsa, deverá comprovar. 
 
 
 
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PROCESSUAL DO TRABALHO DIREITO 
 
Na própria petição trabalhista pode ser feita a declaração de pobreza, não sendo necessário documento apartado para 
tanto, aplicando‐se a OJ 304, SDI‐I, TST. 
 
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA. DECLARAÇÃO DE POBREZA. COMPROVAÇÃO. DJ 11.08.03 
Atendidos os requisitos da Lei nº 5.584/70 (art. 14, § 2º), para a concessão da assistência judiciária, basta a simples 
afirmação  do  declarante  ou  de  seu  advogado,  na  petição  inicial,  para  se  considerar  configurada  a  sua  situação 
econômica (art. 4º, § 1º, da Lei nº 7.510/86, que deu nova redação à Lei nº 1.060/50). 
 
A pobreza tanto dá direito à Justiça Gratuita quanto à Assistência Judiciária Gratuita. 
 
O fato de ser beneficiário da Justiça Gratuita significa que estará isento dos custos do processo (custas e emolumentos), 
incluídos aí cópias, traslado de peças, carimbos, papel, autenticações, honorários periciais, honorários advocatícios de 
sucumbência.  
 
Além dos beneficiários da Justiça gratuita, são isentos dos custos do processo: a União, os Estados, os Municípios e o DF, 
suas autarquias e fundações públicas e o Ministério Público do Trabalho. 
 
Em relação aos órgãos fiscalizadores de profissões (OAB, CRE, CRM, CRECI, CRO, CRC, CREFITO, CRN), apesar de serem 
autarquias especializadas, não há isenção em relação aos custos do processo. 
 
Art. 790‐A. São isentos do pagamento de custas, além dos beneficiários da Justiça Gratuita: 
 
I‐  a  União,  os  Estados,  o  Distrito  Federal,  os  Municípios  e  respectivas  autarquias  e  fundações  públicas  federais, 
estaduais ou municipais que não explorem atividade econômica; 
 
II‐ o Ministério Público do Trabalho; 
 
Parágrafo único:   A  isenção prevista neste artigo não alcança as entidades  fiscalizadoras do exercício profissional, 
nem  exime  as  pessoas  jurídicas  referidas  no  inciso  I  da  obrigação  de  reembolsar  as  despesas 
judiciais realizadas pela parte vencedora. 
 
A parte final do parágrafo único do art. 790‐A deverá ser vista quando do estudo das custas processuais. 
 
O parágrafo 3º do art. 790, CLT autoriza a concessão da Justiça Gratuita de ofício, logo, não é necessário, caso a parte 
aparente ser pobre na forma da Lei, o requerimento. 
Art. 790.   Nas Varas do Trabalho, nos Juízos de Direito, nos Tribunais e no Tribunal Superior do Trabalho, a forma 
de  pagamento  das  custas  e  emolumentos obedecerá às  instruções que  serão  expedidas pelo  Tribunal 
Superior do Trabalho. (redação dada pela L‐010.537‐2002) 
§ 1º   Tratando‐se de empregado que não tenha obtido o benefício da justiça gratuita, ou isenção de 
custas,  o  sindicato  que  houver  intervindo  no  processo  responderá  solidariamente  pelo 
pagamento das custas devidas.  
§ 2º   No caso de não‐pagamento das custas, far‐se‐á execução da respectiva importância, segundo 
o procedimento estabelecido no Capítulo V deste Título.  
§ 3º   É facultado aos juízes, órgãos julgadores e presidentes dos tribunais do trabalho de qualquer 
instância  conceder,  a  requerimento  ou  de  ofício,  o  benefício  da  justiça  gratuita,  inclusive 
quanto a traslados e instrumentos, àqueles que perceberem salário igual ou inferior ao dobro 
do mínimo legal, ou declararem, sob as penas da lei, que não estão em condições de pagar as 
custas do processo sem prejuízo do sustento próprio ou de sua família.  
 
 
 
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PROCESSUAL DO TRABALHO DIREITO 
Em regra, a jurisdição deve ser provocada, princípio do dispositivo, no entanto, em determinados casos, a Lei autoriza o 
Juiz agir sem impulso (de ofício). 
O normal é a parte se declarar pobre na  forma da Lei, mas ainda que não se declare, se o  Juiz entender ser a parte 
pobre, pode deferir a Justiça Gratuita sem requerimento. 
Art. 790.   Nas Varas do Trabalho, nos Juízos de Direito, nos Tribunais e no Tribunal Superior do Trabalho, a forma 
de  pagamento  das  custas  e  emolumentos obedecerá às  instruções que  serão  expedidas pelo  Tribunal 
Superior do Trabalho. (redação dada pela L‐010.537‐2002) 
§ 1º   Tratando‐se de empregado que não tenha obtido o benefício da justiça gratuita, ou isenção de 
custas,  o  sindicato  que  houver  intervindo  no  processo  responderá  solidariamente  pelo 
pagamento das custas devidas.  
§ 2º   No caso de não‐pagamento das custas, far‐se‐á execução da respectiva importância, segundo 
o procedimento estabelecido no Capítulo V deste Título.  
§ 3º   É facultado aos juízes, órgãos julgadores e presidentes dos tribunais do trabalho de qualquer 
instância  conceder,  a  requerimento  ou  de  ofício,  o  benefício  da  justiça  gratuita,  inclusive 
quanto a traslados e instrumentos, àqueles que perceberem salário igual ou inferior ao dobro 
do mínimo legal, ou declararem, sob as penas da lei, que não estão em condições de pagar as 
custas do processo sem prejuízo do sustento próprio ou de sua família.  
Importante: A Justiça Gratuita não é benefício restrito ao empregado. Se o empregador, seja reclamante ou reclamado, 
for pobre na forma da Lei, terá direito a gozar dos beneplácitos da Justiça Gratuita. 
O reclamado deverá declarar no bojo de sua contestação que é pobre na forma da Lei. 
De acordo com o entendimento do TST, o benefício da Justiça Gratuita pode ser estendido também aos empregadores, 
pessoas naturais (físicas) ou jurídicas, nos termos e condições do § 3º, 790, CLT. 
4.2. Assistência Judiciária Gratuita: o pobre na forma da Lei não tem condições de pagar advogado. É o que diz o art. 5º, 
LXXIV, CF/88. 
Art. 5º   Todos são  iguais perante a  lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo‐se aos brasileiros e aos 
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e 
à propriedade, nos termos seguintes: 
LXXIV ‐  o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência 
de recursos; 
Na Justiça federal existe a Defensoria Pública da União, na Justiça Estadual a Defensoria Pública do Estado, no entanto, 
na Justiça do Trabalho não tem a Defensoria Pública, sendo que os sindicatos prestam a assistência judiciária gratuita na 
Justiça do Trabalho (Art. 14, § §1º e 2º da Lei 5.584/70). 
O empregado pobre tem direito a que o sindicato laboral contrate advogado para representá‐lo.  
Se  a  categoria  do  trabalhador  não  for  organizada  emsindicatos,  serão  alternativas  o Ministério  Pública  da União  e 
Defensoria Pública da União ou na ausência desta a Defensoria Pública do Estado, conforme o art. 17 da Lei 5.584/70. 
4.3. Jus Postulandi 
Na Justiça do Trabalho não é necessária a assistência de advogado, sendo perfeitamente possível que o empregado ou o 
empregador reclame ou se defenda sozinho. 
O Jus Postulandi está previsto no art. 791, CLT: 
 
 
 
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PROCESSUAL DO TRABALHO DIREITO 
Art. 791.   Os  empregados  e  os  empregadores  poderão  reclamar  pessoalmente  perante  a  Justiça  do  Trabalho  e 
acompanhar as suas reclamações até o final. 
O  jus  postulandi  é  a  capacidade  postulatória,  que  no  caso  da  JT  é  privativa  (em  regra  é  o  advogado  quem  pede 
diretamente ao Juiz) do advogado, mas não é exclusiva. 
Exceções à capacidade postulatória do advogado (situações em que vigora o jus postulandi). 
 Nos Juizados especiais cíveis quando a causa não ultrapassar 20 salário mínimos; 
 Na Justiça do Trabalho,  
O jus postulandi no processo do Trabalho é a regra e no processo Civil é a exceção. 
No  entanto,  a  capacidade  postulatória  das  partes  no  Processo  do  Trabalho  é  limitada,  pois  a  expressão 
“acompanhar o processo até o final”, constante na parte final do art. 791, CLT não quer dizer que  a parte pode 
acompanhar sozinho o processo até o TST. 
De acordo com a Súmula 425 do TST, o  jus postulandi  só pode  ser exercido até  instância ordinária, ou  seja, o 
limite é o Recurso Ordinário da Vara par ao TRT. De modo que, o Recurso de Revista, do TRT par ao TST, sem a 
assistência  de  advogado  é  tido  como  inexistente.  Também  há  impossibilidade  de  exercício  do  jus  postulandi 
quanto a ações que sejam de competência originária dos Tribunais Regionais do Trabalho. 
Competência originária é quando se propõe ação pela primeira vez junto a determinado órgão.  
O jus postulandi não pode ser exercido em instância cível, ou seja, para levar a ação ao STF ou ao STJ deve a parte 
constituir advogado. 
Súmula nº 425 ‐ TST ‐Jus Postulandi ‐ Justiça do Trabalho ‐ Alcance ‐ Limitação 
O  jus  postulandi  das  partes,  estabelecido  no  art.  791  da  CLT,  limita‐se  às  Varas  do  Trabalho  e  aos  Tribunais 
Regionais do Trabalho, não alcançando a ação rescisória, a ação cautelar, o mandado de segurança e os recursos 
de competência do Tribunal Superior do Trabalho. 
 
Para constituir advogado faz‐se necessário que a parte dê instrumento de mandato para o advogado. Quem dá o 
mandato (dá os poderes) é o mandante e quem recebe os poderes é o mandatário. 
Através da procuração/mandato uma pessoa autoriza outra a praticar atos processuais em seu nome. 
O mandante autoriza outra pessoa através da procuração/mandato. O procurador pratica os atos  jurídicos em 
nome do mandante.  
A procuração ou o mandato podem ser tácitos ou expressos. 
 
 
                                 Tácito: os atos praticados pelas partes demonstram a intenção. 
Mandato  
                                                                
                                Expresso: as partes de forma inequívoca manifestaram a sua intenção.                           
   
 
 
 
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PROCESSUAL DO TRABALHO DIREITO 
                     Verbal        Escrito 
A Lei processual trabalhista não prevê prazo para juntada de procuração, razão pela qual se utiliza a regra do art. 
165, CPC, aplicado subsidiariamente, concedendo‐se 5 dias. Nesse prazo de cinco dias  junta a procuração ou na 
própria audiência o assistido declara que está constituindo o advogado, constando na ata da audiência. 
Art. 165 ‐ As sentenças e acórdãos serão proferidos com observância do disposto no Art. 458; as demais decisões 
serão fundamentadas, ainda que de modo conciso. 
Assim, com a declaração, tem‐se o mandato apud acta, sendo este expresso e verbal, mas reduzida a termo. 
O mandato tácito ocorre quando o Juiz não percebe que o advogado estava sem procuração, logo, não consta na 
ata  mandato  verbal  reduzido  a  termo  nem  é  concedido  prazo  para  juntada  e  o  advogado  praticou  atos 
processuais em audiência e o nome dele consta na ata, mas não consta nela a concessão de poderes pelo cliente. 
Na procuração tácita a única coisa que existe é o nome do advogado, demonstrando que compareceu À audiência 
e  lá praticou  atos, diferentemente do mandato apud acta, pois nesse  é  reduzido  a  termo o  texto  verbal que 
expressa a constituição de advogado pela parte. 
Se o Juiz notou que o advogado estava sem procuração, deu prazo de cinco dias  par ajuntada de procuração e o 
advogado  não  juntou  a  procuração  fica  caracterizada  a  irregularidade  de  representação,  decorrendo  daí  a 
inexistência  de  Recurso  interposto  por  esse  advogado,  exceto  se  na  interposição  do  recurso  regularizar  a 
representação (juntando procuração ao recurso). 
No  caso da procuração  tácita,  como não  foi  concedido prazo para  juntar procuração,  como  ficou  constando o 
nome do advogado na ata, a representação processual está regular, o que autoriza a interposição de Recurso pelo 
advogado detentor de mandato tácito. 
Súmula 164, TST ‐ O não cumprimento das determinações dos §§ 1º e 2º do art. 5º, da Lei. 8.906/94, e do art. 37, 
parágrafo único do CPC, importa o não conhecimento de recurso, por inexistente, exceto na hipótese de mandato 
tácito. 
A procuração tácita só é válida dentro da  instância trabalhista,  logo para o STF   e o STJ é necessária procuração 
expressa. 
Poderes ordinários cláusula ad juditia: interpor ações, recorrer, acompanhar o assistido em audiência, contestar, 
impugnar atos. Só para defesa de interesses. 
Poderes extraordinários cláusula et extra: receber valores, firmar recibo de quitação, renunciar direitos, desistir 
da ação, confessar, fazer acordo. Poderes normalmente da parte. 
Quando a procuração é expressa é comum os poderes ordinários e extraordinários, mas a procuração  tácita é 
especial, pois só se presumem os poderes ordinários. 
É necessário que os poderes extraordinários venham expressos na procuração. A procuração tácita é tão especial 
que não comporta poderes especiais, porque são especiais e precisam ser expressos o que é incompatível com a 
procuração tácita. 
De acordo  com o entendimento dominante do TST, a procuração  tácita não  comporta poderes especiais, mas 
apenas os da cláusula ad juditia. A procuração tácita não admite substabelecimento. 
Substabelecer é transferir os poderes que detém para outra pessoa. 
OJ 200 SDI‐I, TST – É inválido o substabelecimento investido em mandato tácito. 
 
 
 
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PROCESSUAL DO TRABALHO DIREITO 
Os  procuradores  do  Estado, municípios, Distrito  Federal  e União,  que  sejam  concursados,  não  precisam  fazer 
juntada  de  instrumento  de  mandato,  no  entanto,  se  for  procurador  terceirizado  é  obrigatória  a  juntada  de 
procuração. 
OJ  SDI‐1  Nº  52  ‐  MANDATO.  PROCURADOR  DA  UNIÃO,  ESTADOS,  MUNICÍPIOS  E  DISTRITO  FEDERAL,  SUAS 
AUTARQUIAS  E  FUNDAÇÕES  PÚBLICAS.  DISPENSÁVEL  A  JUNTADA  DE  PROCURAÇÃO.  A  União,  Estados, 
Municípios  e  Distrito  Federal,  suas  autarquias  e  fundações  públicas,  quando  representadas  em  juízo,  ativa  e 
passivamente, por seus procuradores, estão dispensadas dajuntada de instrumento de mandato. 
Súmula nº 395 ‐ TST ‐ Mandato e Substabelecimento ‐ Condições de Validade 
I ‐   Válido  é  o  instrumento  de  mandato  com  prazo  determinado  que  contém  cláusula  estabelecendo  a 
prevalência dos poderes para atuar até o final da demanda. Alcança só o processo de conhecimento. Se a 
procuração não  fixa prazo de validade, por si só ela  já é válida pra o processo de conhecimento e o de 
execução. Se a procuração  tem prazo de validade e o prazo é até o  fim da demanda quer dizer que a 
validade  é  até  o  fim  do  processo  de  conhecimento  (transito  em  julgado  da  decisão),  logo,  se  quiser 
executar a decisão, uma nova procuração é necessária. 
II ‐   Diante da existência de previsão, no mandato, fixando termo para sua juntada, o instrumento de mandato 
só tem validade se anexado ao processo dentro do aludido prazo. (ex‐OJ nº 313 ‐ DJ 11.08.2003) Quando é 
dado prazo para o mandatário realizar os atos processuais, a procuração só é válida se juntada dentro do 
prazo constante na procuração. 
III ‐   São válidos os atos praticados pelo substabelecido, ainda que não haja, no mandato, poderes expressos 
para substabelecer Só não pode substabelecer se a procuração vedar ou se o mandato  for  tácito. Se o 
mandato for omisso quanto à possibilidade de substabelecer, o substabelecimento é possível. 
IV ‐   Configura‐se a  irregularidade de representação se o substabelecimento é anterior à outorga passada ao 
substabelecente. Antes mesmo de ter procuração no processo o substabelecente substabelece, o que não 
é possível, pois se ainda não tem os poderes não se pode substabelecer. 
OJ nº 349 — MANDATO. JUNTADA DE NOVA PROCURAÇÃO. AUSÊNCIA DE RESSALVA. EFEITOS. DJ 25.04.2007 
A  juntada  de  nova  procuração  aos  autos,  sem  ressalva  de  poderes  conferidos  ao  antigo  patrono,  implica 
revogação tácita do mandato anterior. 
A nova procuração só não revoga os poderes dos outros advogados se ressalvar os poderes da antiga procuração. 
A revogação nesse caso é tácita. 
Quando  a  pessoa  jurídica  constituir  advogado  através  de  procuração  é  necessário  que  a  pessoa  jurídica,  o 
representante legal e o advogado estejam devidamente identificados e qualificados. 
É o entendimento da OJ 373: 
IRREGULARIDADE  DE  REPRESENTAÇÃO.  PESSOA  JURÍDICA.  PROCURAÇÃO  INVÁLIDA.  AUSÊNCIA  DE 
IDENTIFICAÇÃO DO OUTORGANTE E DE SEU REPRESENTANTE. ART. 654, § 1º, DO CÓDIGO CIVIL. 
Não se reveste de validade o instrumento de mandato firmado em nome de pessoa jurídica em que não haja a 
sua identificação e a de seu representante legal, o que, a teor do art. 654, § 1º, do Código Civil, acarreta, para a 
parte que o apresenta, os efeitos processuais da inexistência de poderes nos autos. 
Se a representação processual estiver  irregular o  Juiz pode dá prazo para  juntada de  instrumento de mandato, 
Súmula 263, TST 
TST  Enunciado  nº  263  ‐  Res.  11/1986,  DJ  31.10.1986  ‐  Nova  redação  ‐  Res.  121/2003,  DJ  21.11.2003 
Indeferimento ‐ Petição Inicial ‐ Instrução Obrigatória Deficiente. 
 
 
 
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PROCESSUAL DO TRABALHO DIREITO 
 Salvo nas hipóteses do art. 295 do CPC, o indeferimento da petição inicial, por encontrar‐se desacompanhada de 
documento indispensável à propositura da ação ou não preencher outro requisito legal, somente é cabível se, após 
intimada para suprir a irregularidade em 10 (dez) dias, a parte não o fizer. 
Mas na fase recursal (que começa com a apresentação do recurso e não com o simples julgamento da ação) o Juiz 
não pode conceder prazo para juntada de mandato, não sendo possível regularizar a representação processual na 
fase recursal. Iniciada a fase recursal, não pode mais haver regularidade de representação. 
Súmula nº 383 ‐  TST ‐ Res. 129/2005 ‐ DJ 20, 22 e 25.04.2005 ‐ Conversão das Orientações Jurisprudenciais nºs 
149 e 311 da SDI‐1 
Mandato ‐ Fase Recursal ‐ Aplicabilidade 
I ‐ É inadmissível, em instância recursal, o oferecimento tardio de procuração, nos termos do art. 37 do CPC, ainda 
que mediante protesto por posterior juntada, já que a interposição de recurso não pode ser reputada ato urgente. 
(ex‐OJ nº 311 ‐ DJ 11.08.2003) 
II  ‐  Inadmissível na fase recursal a regularização da representação processual, na forma do art. 13 do CPC, cuja 
aplicação se restringe ao Juízo de 1º grau. (ex‐OJ nº 149 ‐ Inserida em 27.11.1998) 
Assim, a parte deverá, antes de iniciada a fase recursal, juntar procuração ou juntar no próprio recurso (anexo ao 
próprio recurso). 
Mas é perfeitamente possível que apresente recurso com procuração tácita, conforme Súmula 164, TST. 
TST Enunciado nº 164 ‐ RA 102/1982, DJ 11.10.1982 e DJ 15.10.1982 ‐ Ex‐Prejulgado nº 43 ‐ Nova redação ‐ Res. 
121/2003, DJ 21.11.2003 
Não Conhecimento ‐ Recurso Trabalhista ‐ Mandato ‐ Procuração ‐ Juntada 
O não‐cumprimento das determinações dos §§ 1º e 2º do art. 5º da  Lei nº 8.906, de 04.07.1994 e do art. 37, 
parágrafo único, do Código de Processo Civil  importa o não‐conhecimento de recurso, por  inexistente, exceto na 
hipótese de mandato tácito. 
OJ  371.  IRREGULARIDADE DE  REPRESENTAÇÃO.  SUBSTABELECIMENTO NÃO DATADO.  INAPLICABILIDADE DO 
ART. 654 , § 1º , DO CÓDIGO CIVIL . 
Não caracteriza a  irregularidade de representação a ausência da data da outorga de poderes, pois, no mandato 
judicial,  ao  contrário  do  mandato  civil,  não  é  condição  de  validade  do  negócio  jurídico.  Assim,  a  data  a  ser 
considerada é aquela em que o  instrumento for  juntado aos autos, conforme preceitua o art. 370  ,  IV  , do CPC  . 
Inaplicável o art. 654 , § 1º , do Código Civil . 
 
 
 
 
Súmula nº 395 ‐Mandato e Substabelecimento ‐ Condições de Validade 
II ‐ Diante da existência de previsão, no mandato, fixando termo para sua juntada, o instrumento de mandato só 
tem validade se anexado ao processo dentro do aludido prazo.  
 
 
 
 
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PROCESSUAL DO TRABALHO DIREITO 
OJ  371.  IRREGULARIDADE DE  REPRESENTAÇÃO.  SUBSTABELECIMENTO NÃO DATADO.  INAPLICABILIDADE DO 
ART. 654 , § 1º , DO CÓDIGO CIVIL . 
Não caracteriza a  irregularidade de representação a ausência da data da outorga de poderes, pois, no mandato 
judicial,  ao  contrário  do  mandato  civil,  não  é  condição  de  validade  do  negócio  jurídico.  Assim,  a  data  a  ser 
considerada é aquela em que o  instrumento for  juntado aos autos, conforme preceitua o art. 370  ,  IV  , do CPC  . 
Inaplicável o art. 654 , § 1º , do Código Civil . 
 
 
 
Súmula nº 395 ‐Mandato e Substabelecimento ‐ Condições de Validade 
II ‐ Diante da existência de previsão, no mandato, fixando termo para sua juntada, o instrumento de mandato 
só tem validade se anexado ao processo dentro do aludido prazo.  
O inciso II, da Súmula 395, TST, informa que a procuração só existe se, e somente se, a procuração for juntada até 
a  data  termo  final  do  prazo,  sendo  que  a  própria  procuração  prevê  condição  de  validade.  Em  regra  geral  as 
procurações  não  têm prazo para  juntada no processo.  Já  a OJ  371 diz que mesmo  que na procuração ou no 
substabelecimento  não  conste  a  data  em  que  foi  feita,  a  procuração  será  válida  e  os  poderes  ter‐se‐ão  por 
constituídos a partir da juntada do mandato ao processo. 
OJ nº 349 — MANDATO. JUNTADA DE NOVA PROCURAÇÃO. AUSÊNCIA DE RESSALVA. EFEITOS. DJ 25.04.2007 
A  juntada  de  nova  procuração  aos  autos,  sem  ressalva  de  poderes  conferidos  ao  antigo  patrono,  implica 
revogação tácita do mandato anterior. 
A nova

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