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* Biologia do desenvolvimento Biomedicina - ICB/UFG 2013/1 * Órgãos e estruturas Fase em que o embrião se torna um organismo completamente funcional, capaz de sobreviver independentemente. Mecanismos celulares são essencialmente similares àqueles dos estágios iniciais do desenvolvimento. Tempo e espaço diferentes. * Modelos Formação de padrão Especificação informação posicional Indução Mudança de forma Diferenciação celular Membros de galinha Rins - padronização epitelial e morfogênese Apêndice de insetos (pernas e asas) Olhos compostos (Drosophila) Vulva nematódeos * Membros de galinhas Modelo: interações celulares no interior de uma estrutura e elucidação do papel da sinalização intercelular. 3º dia após postura: rudimentos dos membros, eixo corporal estabelecido. 10º dia: principais características dos membros (elementos cartilaginosos, músculos, tendões estruturas superficiais derivadas da epiderme). * * Membros de galinhas Rudimento com células mesodérmicas mesenquimais e ectodérmicas epiteliais = zona de progresso (células indiferenciadas) e prega ectodérmica apical. Zona de progresso: extremidade do rudimento do membro com células indiferenciadas que dividem e proliferam. Crescimento do rudimento = células diferenciam e estruturas cartilaginosas aparecem no mesênquima. Região mais próxima do corpo: mais diferenciada. Segue diferenciação distalmente. Cartilagem (1ª diferenciação) = compactação de grupos de células (condensação) seqüência próximo-distal = úmero, rádio, ulna, pulso e dígitos. * Membros de galinhas Diferenciação da cartilagem: Compactação crescente de células (condensação). Elementos em seqüência: próximo-distal = úmero, rádio, ulna, pulso e dígitos. Fase mais tardia do crescimento: elementos cartilaginosos substituídos por ossos. Nervos aparecem depois da formação da cartilagem. * * Padronização em um membro depende de interações célula-célula e envolve informação posicional. Rudimento de membro inicial: - capacidade de regulação (remoção não altera o padrão final), - exceto regiões organizadoras: a) prega ectodérmica apical na extremidade do membro (espessamento da ectoderme) e b) região da margem posterior do mesênquima ou zona polarizadora ou de atividade polarizadora (ZPA). Distinção e interpretação do valor posicional. * O futuro desenvolvimento das células dos membros é determinado pelas posições em relação aos eixos principais, enquanto elas estão na zona de progresso. Zona de progresso: extremidade do rudimento do membro com células indiferenciadas que dividem e proliferam. Mecanismo temporal influencia a posição das células ao longo do eixo próximo-distal. Padronização ao longo do eixo ântero-posterior especificada por sinais que originam na região polarizadora. Padronização do eixo dorso-ventral: sinal da ectoderme. * Informação posicional envolve distinção entre especificação, seguida de interpretação posicional: 1º adquire informação posicional 2º interpreta valores posicionais, de acordo com genética e história de desenvolvimento faz com que asas e pernas sejam diferentes. (?) Único campo posicional tridimensional controlando desenvolvimento das células que darão origem aos elementos cartilagem, músculo e tendões. Especificação dos três eixos: integração através de sinais moleculares. * Padronização em um membro depende de interações célula-célula. Distinção e interpretação do valor posicional. Prega ectodérmica induz a zona de progresso (adquire informação posicional) e, que induz o crescimento inicial. * Prega ectodérmica: células colunares compactadas com junções gap. * Genes envolvidos radical fringe. * Essencial para crescimento e padronização próximo-distal do membro. * Compactação: resistência mecânica. * Estabelecimento da zona de progresso: diminui a proliferação celular. * Remoção da prega: quanto mais cedo, maior o efeito na formação do membro. A padronização ao longo do eixo ântero-posterior é especificada por sinais da ectoderme sobrejacente. Sinal da prega: Fator de crescimento de fibroblastos (FGF-4 e FGF-8). * Prega ectodérmica apical essencial: crescimento; Padronização próximo-distal # remoção da prega: falta partes distais e redução no crescimento. - estágio mais inicial: maior efeito. - estágio mais tardio: perda de partes distais dos dígitos. * Sinal na prega: proteínas da família do fator de crescimento de fibroblastos (FGF). Devido influencia na zona de progresso subjacente. Quando todos elementos do membro estão formados a prega desaparece: (?) zona de progresso não envia mais sinais de manutenção. * * A região polarizadora especifica posição ao longo do eixo ântero-posterior. Especificação pela região polarizadora: produção de morfógeno difusível. Gene Sonic hedgehog é expresso na região polarizadora do membro. Também nos somitos e tubo neural. Experimentos: * região polarizada enxertada: altera destino: a) fibroblastos de galinha transfectados com retrovírus contendo gene Sonic hedgehog adquirem propriedades de uma região polarizadora. b) partículas embebidas na proteína Sonic hedgehog por 24h, ocorre a especificação de dígitos adicionais. * Experimentos: * região polarizada enxertada: altera destino de desenvolvimento de células na região anterior do receptor: Ocorre o alagarmento em resposta ao enxerto polarizador; Aumento da extensão da prega ectodérmica apical; Velocidade de divisão celular aumentada: - produção de morfógeno disfusível, - [ ] morfógeno especificando posição celular. Moléculas envolvidas: fatores de crescimento BMP-2, BMP-4, ácido retinóico e FGF-4. Humanos: polidactilia = Sonic hedgehog humanos ou mutações nos genes Hox. * * Mecanismo temporal especifica a posição ao longo do eixo próximo-distal: a medida que o membro cresce, as células deixam continuamente a zona de progresso (células que deixam em primeiro lugar desenvolvem-se no úmero, e as últimas nos dígitos). Experimentos: irradiação X bloqueia a proliferação na zona de progresso: estruturas proximais ausentes ou estruturas distais presentes e quase normais. Eixo dorso-ventral: controlado pela ectoderme. Grandes penas, músculos, tendões, dígitos, palmas (sem pêlo ao contrário das superfícies dorsais). Genes Wnt-7a e engrailed expressos na ectoderme. Mutantes Wnt-7a: ausência de dígitos posteriores. Wnt-7a induz expressão de Lmx-1: codifica um fator de transcrição que especifica o padrão dorsal na mesoderme. Interação entre os sinais Wnt-7a, FGF-4 e Sonic hedgehog: desenvolvimento ao longo dos três eixos. * Diferentes interpretações dos mesmos sinais originam diferentes membros: Sinais de diferentes regiões polarizadoras são os mesmos, assim como os sinais de diferentes pregas apicais. A diferença nas estruturas formadas pelos membros é conseqüência de como os sinais são interpretados e dependem da constituição genética e da história de desenvolvimento das células respondedoras. Diferença membros homólogos de diferentes vertebrados refletem as diferenças na ativação dos genes que controlam a interpretação da informação posicional. * Genes Hox envolvidos no registro da informação posicional. Processo dinâmico de ativação gênica: padrão espacial e temporal. Genes Hox de vertebrados: eixo ântero-posterior e confere valores posicionais nos membros. - Hoxa e Hoxd (membros anteriores). - Hoxb e Hoxc (membros posteriores). Humanos: Mutação no gene Hoxd13 : polidactilia e fusão dos dígitos. Mutação no Hoxa 13 resulta redução dos dígitos anteriores e posteriores. Experimentos: Deleção: Hoxa 11 e Hoxd 11: ausência de rádio e ulna, Superexpressão Hoxa 13: rádio e ulna reduzidos. * Outros mecanismos envolvidos no desenvolvimento do padrão de elementos cartilaginosos ao longo do eixo ântero-posterior: Mecanismo de auto-organização, mesmo na ausência de uma região polarizadora os elementos são formados. Mecanismo que gera um pré-padrão de elementos cartilaginosos equivalentes (mecanismo de reação-difusão: haveria picos de algum morfógeno). Polidactilia em humanos: reação-difusão (???) Padrões de pigmentação (listras e manchas: peixes, zebras, leopardos): reação-difusão * Mecanismo de auto-organização, mesmo na ausência de uma região polarizadora os elementos são formados. Mecanismo de reação-difusão: haveria picos de algum morfógeno. Ativação de molécula estimularia a sua própria síntese e a síntese de molécula inibidora, que inibirá a síntese do ativador. Ocorre um tipo de inibição lateral, confinando a síntese do ativador a única região. * Tecido conjuntivo padroniza a musculatura dos membros: Células que originam músculos migram para rudimento de membro a partir dos somitos num estágio muito inicial. Após migração, as futuras células musculares multiplicam-se e formam blocos dorsal e ventral de músculo presuntivo. Eles se dividirão, formando massas musculares finais. Células musculares presumíveis, inicialmente, não adquirem valores posicionais e são todas equivalentes. * Tecido conjuntivo padroniza a musculatura dos membros: Células musculares presumíveis, inicialmente, não adquirem valores posicionais e são todas equivalentes. Mecanismo padronização do músculo: baseado em propriedades de superfície ou adesão do tecido conjuntivo prospectivo. O padrão muscular: determinado pelo padrão do tecido conjuntivo associado aos músculos. Variando com o tempo, no padrão de tecido conjuntivo as células musculares presumíveis migrariam para novos sítios, resultando na separação das massas musculares. * O desenvolvimento inicial de cartilagens, músculos e tendões é autônomo: cada em desses elementos desenvolve-se na sua posição definitiva com pouca interação entre eles. Apoptose: separação dos dígitos. BMP-4: bloqueio dos receptores: a apoptose não ocorre e dígitos ficam unidos por membranas interdigitais. Apoptose: outras regiões do membro em desenvolvimento: rádio e ulna. Anfíbios: separação dos dígitos não resulta da apoptose, e sim de um crescimento maior dos dígitos do que da região interdigital. * Rins, pulmões, pele, vasos sangüíneos, glândulas mamárias: organização tecidual em epitélios. Células nos epitélios aderem-se umas as outras formando uma lâmina com única camada (endotélio em capilares e túbulos renais) ou múltiplas camadas (pele). Característica comum dos epitélios: separação do tecido subjacente por uma lâmina basal de matriz extracelular. * Indução (interações indutivas mútuas): envolvida no desenvolvimento do rudimento uretérico e dos túbulos mesenquimais. Indução e transição de mesênquima para epitélio: mecanismos para a formação de túbulos renais. Fator de transcrição WT 1: torna o mesênquima capaz de responder a indução. Mutações no gene WT 1: associadas com câncer renal infantil (tumor de Wilm). Desenvolvimento do rudimento uretérico e do mesênquima depende de interações indutivas mútuas. Na ausência de um ou outro rudimento, esses órgãos não se desenvolvem. Prováveis indutores renais: Fator neurotrófico derivado da glia (GDNF) e fator de crescimento de hepatócitos. * Prováveis indutores renais: Fator neurotrófico derivado da glia (GDNF) e fator de crescimento de hepatócitos. Experimentos: * Mutações ativam GDNF ou Ret (receptor do GDNF): resulta na ausência de crescimento do rudimento uretérico. Sinais indutores do mesênquima: fator de crescimento de fibroblastos-2, BMP-7 , Wnt-4, Pax-2, WT1. * * Sinais indutores do mesênquima: fator de crescimento de fibroblastos-2, BMP-7 , Wnt-4, Pax-2, WT1. Expressão de WT1 condensa células mesênquimais, que sintetizam uma glicoproteína de matriz (sindecana) nas superfícies. Forma-se agregados celulares distintos, e as células tornam-se polarizadas e adquirem um caráter epitelial. Cada agregado forma um tubo em S, que se alonga e diferencia-se formando uma unidade funcional de um túbulo renal e um glomérulo. * Sinais indutores do mesênquima: fator de crescimento de fibroblastos-2, BMP-7 , Wnt-4, Pax-2, WT1. Cada agregado forma um tubo em S, que se alonga e diferencia-se formando uma unidade funcional de um túbulo renal e um glomérulo. Durante a transição, a composição da matriz extracelular secretada pelas células muda: a) o colágeno I mesenquimal é substituído por proteínas da lâmina basal (colágeno IV e laminina, geralmente secretadas por células epiteliais), b) Alteram-se as moléculas de adesão: N-CAM (expressa por células mesênquimais ) é substituída pela E-caderina (expressa por células epiteliais). c) Integrinas são envolvidas nas interações epitélio-mesênquima. * "A humildade de coração não exige que te humilhes. Mas que te abras. É o segredo das permutas. Somente então poderás dar e receber." S. Exupéry
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