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INTELIGÊNCIA DA UNIÃO SOVIÉTICA

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8R AW,ft\o *9.0.TAM/l3,p.1 
\ 
! 
ORGANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS 
DE INTELIGÊNCIA D/. 
gaigo SOVIÉTICA 
Encaminhamento nQ IOO/SNI/ARJ/1968 
(SC-Zt/ 3) 
t 
SR AfJ,RlO X9.0.TA|.1/2.3,p.2, 
PRESIDÊNCIA Pi. REPÚBLICA 
SERVIÇO NACIONAL DE INFORMAÇÕES 
ENCAMINHAMENTO NQ 100 / SNI / ARJ/1968 
(SC-U/ 3) 
Data 19 de fevereiro de I968. 
Assunto :- Organização dos Serviços de Inteligência da URSS» 
Referencia :- -
Distribuição :- Conforme discriminação abaixo (*)• 
Esta Agencia encaminha o seguinte: Tradução de documento versando sô 
bre a ORGANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE INTELIGÊNCIA DA UNLÉO SOVIÉTICA. 
Ch SNI 
Gab SNI 
ABS3/SNI 
ASP/SNI 
APA/SNI 
ACT/SNI 
ABH/SHI 
ARü/SITI 
CIE 
2 a EME 
2 Ê EMFA 
2a EMAER 
M.20 (EM/O 
CENIMAR 
C1EX/MRE 
Es S G (C.Info) 
CEPE (C.Info) 
Es G Naval 
ECEME (área 1) 
ECEMAER 
I. II. III e IV Ex 
ee AM,R»O xs.o.tAi-i/tt, f 3 
ORGANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE INTELIGÊNCIA 
DA UNIÃO' SOVIÉTICA 
i - • • 1 ™ • • • • • • * •! p — — • ' — ' • 
A UNIÃO SOVIÉTICA (us) mantém dois Serviços de Inteligâaeiai 
- O Serviço de Segurança do Lstado e 
- 0 Serviço Militar de Inteligência. 
A história destes dois Serviços é, resumidamente, a seguinte: 
Evolução do Serviço de Segurança do Estado, desde a CHEKA até o KGB 
À Revolução Russa de outubro/novembro de 1917» <lue estabeleceu a dd 
tadura do proletariado, ssguiu-se um período de convulsões internas de_ 
vidas, em parte, à intervenção estrangeira e, em parte, à evolução, no 
interior do país, da oposição ao novo regime. Inicialmente, esta opos^ L 
ção ocorreu principalmente por parte das classes média e rica,mas a exe_ 
cução prematura da legislação socialista em tÔda a sua plenitude - um 
erro que o próprio LENIN admitiu mais tarde - fez com que ela se alas_ 
trasse à classe operária e camponesa. Posteriormente, surgiram cisoes 
no seio do próprio PCUS, com relação à interpretação da doutrina comu-
nista 3 ao modo de aplicá-la, obrigando à montagem de um sistema que ob_ 
servasse a acompanhasse as divergências a liquidasse os elementos dissi 
dentes, a fim de manter o rogime. Desta forma, muito cedo surgiu a n£ 
cessidade de criar-se uma organização que combatesse todas as formas de 
atividade contra-revolucionária, isto i, procedesse à supressão de qual, 
quer grupo ou indivíduo cujas ações ou opiniões se opusessem à política 
oficial do grupo dominante dentro do PCUS, representado pelo Politiburo. 
Esta organização reoebeu, primeiramente, o título de "Comissão Extraor 
dinária para o Combate à Contra-Revolução, Especulação e Sabotagem" ,vul^ 
garmente conhecida como a CHEKA, criada em 2 Nov 1918 a que incluiu em 
suas fileiras muitos membros do antigo Serviço Secreto do Czar, o 
"Ochrana", fundado em 1881. SZVL quartol-gen^ral foi localizado inicia^ 
mente em LENINGRADO, mas foi transferido para MOSCOU,em 1919, situan-
do-eoà rua Lubyanka n» 2, local da antiga Prefeitura de Polícia. 
ii»m virtude dos extraordinários podêres a ela conferidos por LENIN,a 
organização estabeleceu o Teimado do terror, executando qualquer suspei 
to sem processo legal. Os métodos que empregava provocaram indignação 
tao grande, tanto na RÚSSIA como no exterior, que motivaram a supressão 
de um empréstimo negociado com os EUA, em 6 Pev 1J22. Na. mesma época, 
&R Arf,fc© X9.Q.W -V23, p.4-
- 2 -
foi criado um Diretório Político do Estado (GPU), também com sede em 
MOSCOU; tendo como Chefe F.E. DZSRZHINSKJ, o primeiro chefe da CHEKA. 
Quando da fundação da União das República© Sooialistas Soviéticas, em 
1923, a palavra "UNIDO" foi adicionada ao nome daquela Corporação,que 
passou a designar-se OGPU. Lm julho de 1934, quasndo a RÚSSIA se pre^a 
rava para integrar a Liga das Nações, o OGPU foi transformado em Direto 
rio do Comissariado da URSS para A.ssuntos Interiores (NKVD) ,então cria 
do. Anteriormente, cada Estado federado possuía o seu próprio Comissja 
riado. A nova designação do Diretório passou a ser Diretoria Central 
de Segurança do Estado (GUGB NKDV); sob a direção de YAGODA e de seu 
sucessor EZHOV5 foi ale responsável pelos expurgos ocorridos em 1936/37, 
que terminaram com a eliminação do próprio EZHOV, substituído, em Dez 
1938,por BERIYA. 
Pouco antes do ataque da ALEMANHA à URSS, cm junho de 41 -, foi deci 
dido que o GUGB devia separar-se do NKVD, ostabelecendo-se como um Comis_ 
sariado Popular independente. 0 início das operações do guerra retarda, 
ram a execução desse plano até 1943? quando foi fundado o Comissariado 
Popular de Segurança do Estado (NKGB). Em 1943, todos os comissaria-
dos populares que integravam a máquina do governo soviético foram trans_ 
formados em ministérios e a nova organização de segurança ficou sendo 
conhecida como MGD. Este título foi mantido até a morte de STALIN,quan 
do o MGB fundiu-se ao Ministério do Interior (MVD), pelo espaço de um 
ano. Após a prisão de BERIYA e a sua subseqüente expulsão do MVD, foi 
necessário declarar ao povo soviético que a nova política de legalidade 
socialista não seria abandonada. Os elementos de Segurança do Estado 
do MVD foram retirados daquele órgão e incluídos numa corporação extra 
ministerial, conhecida por Comitê de Segurança do Estado, diretamente 
ligada ao Conselho de Ministros (KGB). 
0 Serviço de Inteligência Militar das Forças Armadas (RU) 
A derrota do Exército Vermelho pelos poloneses, em 1920, fez com 
que fosse criado, no ano seguinte, a Diretoria de Inteligência do Bxe£ 
cito Vermelho, que constituiu a 4* Seção do Estado-Maior do Exército e 
foi muitas vezes citada como o "4 C Departamento". 0 primeiro Chefe 
desta Diretoria foi o General I.A. BERZIN, mantido no pÔsto até f.935» 
Desde o início, o OGPU a seus sucessores tentaram infiltrar-se no RU,bem 
como conquistar certa ascendência sobre êlo. . BERZIN resistiu com 
sucesso a esse envolvimento, mas o seu afastamento da função, em 1935, 
seguido pelo expurgo ocorrido no Exército Vermelho, em 1937, permitiu 
que N.I. EZHOV, então Chefe do GUGB, assumisse o comando do RU. Até que 
BR M,M X9.0.-í/*».1/^ 5jP.5 
- 3 -
EZHOV fosse expurgado, por sua vez, em 1938, «* Diretoria de Seguramça do 
Estado exerceu cerrado controle sobre as atividades do RU. 
0 RU não oonseguiu recuperar-se da desorganização causada pelos ex 
purgos senão em 1940, quando o Major-Goneral P.I. 0OLIKOV foi designado 
para a sua chefia, por recomendação de TIMOSHENKO. A experiência adqui_ 
rida pelo Exército Vermelho na guerra contra a FINLÂNDIA havia demons-
trado a necessidade de reforçar o RU e GOLIKOV, que não era ura oficial 
profissional do informações, dedicou-se a reorganizar a Diretoria. Ao 
mesmo tempo, MALENKOV, pertencente à hierarquia do Partido, foi desig 
nado para coordenar os trabalhos dos dois Serviços de Inteligênoia so-
viéticos e esforçou-se por proteger o RU contra medidas econômicas e 
por afastá-lo da dominação exercida pela Segurança do Estado. Este tra, 
balho de MALENKOV tejminou com a elevação do RU, em 1943, « Diretoria 
Central, passando a organização a ser conheoida, desde então, por GRU . 
A queda do Marechal ZHUKOV, em 1957, teve repercussões no GRU, para 
o fual ele havia designado um chefe de sua inteira confiança. Neste me£ 
mo ano, o elemento por ele designado foi removido e, um 1958,o chefe do 
KGB, I.A. SSROV, foi transferido para o GRU. SEROV, por sua vo» caiu, 
em decorrência da prisão de PENKOWSKT, sendo substituído por outro of1 
ciai antigo no KGB, General P.I. IVASHUTIN, um perito em contra-espio_ 
nagem nas FÔrças Armadas. "* 
FUNÇÕES B COORDENAÇÃO DOS SERVIÇOS DE INFORMAÇÕES 
DA RÚSSIA (S I R) 
KGB 
1. 0 KGB é responsável,principalmente,pela segurança do regime e do Ejs 
tado soviéticos. Através de seus agentes clandestinos do exterior, 
desempenha, também, importante papel na execução da política exto-
rior soviética. Na execução de suas tarefas,tem desenvolvido im-
portantíssimo trabalho de espionagem soviética no exterior. Suas 
principais missões são: 
a) Contra-subversão no interior da US; 
b) Contra-espionagem no interior Ü fora da US; 
c) Segurança das fronteiras soviéticas e combate à corrupção e 
especulação econômicas; 
d) Supervisão da Segurança das Forças Armadas; 
BR Arf.fclO X9.0.TAI. 1/2.5 , p . { , 
- 4 -
Espionagem no estrangeiro, particularmente contra objetivos 
políticos, econômicos, científicos o técnicos; 
Subversão e "desinformação". 
GRU 
2. 0 GRU 5 uma organização de espionagem estratégica, sem responsabili^ 
dades no que diz respeito à contra-espionagem ou segurança. Opera 
contra objetivos especificamente de interesse militar ou da Defesa. 
Essos objetivos, entretanto, muitas vezes se superpõem aos objeti-
vos citados • como missões . do KGB, na esfera econômica e política 
e, muito particularmente, nos campos técnico e científico. Há, por_ 
tanto, uma duplicação de trabalhos, entre o KGB e o GRU. 
Coordenação entro 0 KGB e o GRU 
3« A política j o trabalho dos SIR são coordenados pelo Departamento 
de Órgãos Administrativos, do CC/PCUS. Dentro da máquina governa-
mental não existe qualquer órgão coordenador. Os dois Serviços cc> 
laboram entre si no seu trabalho diário. 
4. Em 1947, sob a influência de MOLOTOV, então Ministro do Exterior , 
foi criado um Comitê de Informações (Kl),para coordenar todas as 
missões de espionagem levadas a efeito no exterior da US« Para 
tal órgão foram transferidos elementos do MGB e da Diretoria de In 
formações Estratégicas do GRU. Desde o início, o MGB predominou, 
nunca sendo conseguida uma integração completa dos Serviços. No fi^ 
nal de 1949, por motivos óbvios, a experiência foi dada por ternrà 
nada, com a retirada do GRU. 0 Kl continuou a existir até 1951 »m?*s 
ora nada mais do que um prolongamento do MGB. Quando o Kl foi, fi_ 
nalmente, dissolvido, a equipe que o dirigia, cora poucas exceções, 
retornou ao MGB. 
5. Muito embora a colaboração entre o KGB e o GRU seja bastante ínti 
ma, cada uma dessas organizações utiliza exclusivamente os seus 
próprios agentes, não sendo desenvolvidas operações conjuntas. A 
única exceção a esta norma se dá no campo da contra-espionagem, on 
de o KGB assume o controlo de todas as operações do GRU, que acei 
tou este compromisso. 
6. 0 risco dos dois Serviços recrutarem os mesmos agentes á minimiza 
do através de um sistema adotado, segundo o qual o GRU faz o lovan 
*) 
f) 
gfc M,Z\0 *5.0.TA|.1/a3(<>.> 
- 5 -
tamento, nos arquivos do KGB, do todas as pessoas que se tornaram 
do interessa para aquela organização. Se o KGB nada tem de interôjj 
so sobro ou -oontrn essas pessoas, elas passarão a oonsti 
tuir "alvos" do GRU. Não é obrigatório, entretanto, que o GRU do 
ciência ao KGB dos rocrutamentos que faz. 
DESDOBRAMENTO E ORGANIZAÇÃO DOS S I R 
I - KGB 
Desdobramento no interior da 'UNlIO SOVIÉTICA 
1. Na OS, o KGB tem seu quartel-general era LUBYMíKA, MOSCOU. Cada ro_ 
pública da US possui o seu próprio Comitô do Segurança do Estado,mis, 
obviamente, ossos comitês não contam com qualquer independência.Nas 
diversas repúblicas, o KGB mantém, em diferentes nívois govemameri 
tais, Diretorias e Departamentos subordinados a um único "plenipç_ 
tenoiário". Há, também, representantes do KGB em todas as reparti^ 
ções importantes do governo, bem como em estabelecimentos científi-
cos ou da Defesa. 
2. 0 KGB dispõe de duas corporações principais, para militares: um Cor_ 
po de Guardas, para manter a segurança física dos líderes soviéti-
cos, o as Unidades de Fronteira, para efetuar a segurança das fron 
teiras contra a entrada ilegal de pessoas e material. 
Desdobramento Externo 
3. Fora da "US,JO KGB mantêm dois tipos de estabelecimentos! 
(i) Residências legais. Nada mais são do que postos no exterior, 
cuja atividade é coberta pela designação oficial de seus ele_ 
mentos. üxistem em todas as embaixadas soviéticas,consulados 
independentes, missõos comerciais 9 nas delegações permanen-
tes a organizações internacionais, tais como a ONU, UNESCO, 
etc. 
(ii) Residências ilegais. São redes do agentes dirigidas por ofi_ 
ciais do KGB, que se fazem passar por nacionais de países oci_ 
dentais ou neutros. 
Organização do Quartel-General do KGB 
4« 0 quartel-general do KGB é dividido om Diretorias e Departamentos, 
sendo,os seguintes,os principais: 
&R AU.KlO X9.0.XAL A/&,?.?) 
- 6 -
1B Diretoria (Espionagem e Contra-espionagem no exterior); 
2» Diretoria (Contra-espionagem na URSS); 
3» Diretoria (Segurança nas Forças Armadas); 
7» Diretoria (Vigilância o Investigação); 
8» Diretoria (Criptografia e Comunicações); 
Diretoria de Unidades de Fronteiras; 
9* Diretoria (Guardas); 
Diretoria de Operações Técnicas (OTU) (Operações Técnicas e 
Pesquisas, Interceptação e Lsouta rádio); 
Departamento de Investigação (investigações do sentido espe 
cialmente delicado); 
Departamento de Coleta de Experiência Operacional; 
Departamento de Arquivos, Administração e Pessoal; 
Escola do KGB. 
Observação» A.s 4*-» 5* 9 6* Diretorias foram absorvidas pela 2», em 
1959. 
5» As Diretorias de maior interesse prático,para nós ,são as 1* e 2» . 
A subdivisão das mesmas indica as funções que desempenham (ver i-
tem 9S adiante). 
6. A Segurança nas Forças Armadas soviéticas esteve sempre a cargo do 
KGB e das organizações que o precederam. Oficiais do KGB são colo_ 
cados em todos os níveis de comando, até o nível regimental, possu 
indo comunicações próprias com o Centro do KGB, independentemente 
da rede de comando das Forças Armadas, \baixo do nível regimento, 
o KGB possui colaboradores e rides de informantes. 
7» As Unidades de Fronteira guarnecem as fronteiras físicas da UNlXO 
SOVTIÍiTICA e operam suas próprias redes de agentes, até uma profun 
didade limitada, p*rn ob_t$rom inforn.es s^bro tentativas do viola-
ção das rafei idas fronteiras." 
8. O Departamento de Investigações lida com investigações intornas de 
alto nível e de caráter especial. 
9* Primeira Diretoria-Geral 
Diretoria Especial (Atividades ilegais) 
Diretoria de Informações Têcnioo-Científico (Antigo 10* Departa-
mento) 
8R A*,Kto X3.0.tAi.1/a.Í,p.3 
- 7 ' 
3erviço NB 1 (interpretação de Informes) 
Serviço NO 2 (Contra-informação3 antigo 14§ Departamento) 
Departamento "D" (Desinformação) 
1» Departamento (EUA e CANADA) 
2» Departamento (REINO UNIDO a ESCANDINÁVIA) 
3« Departamento (ÁUSTRIA e ALEMANHA) 
40 Departamento (EUROPA OCIDENTAL, incluindo n GRÉCIA) 
5» Departamento ) EXTREMO ORIENTE ) 
6» Departamento ) ÁFRICA ) 
7» Departamento ) ORIENTE MÉDIO, incluindo 
a ÍNDIA H 0 PAQUISTÃO ) 
Desconhecida a 
distribuição £ 
xata. 
8» Departamento ) AMERICA LATINA ) 
9fl Departamento (Emigrantes) 
11° Departamento (Assessoria dos Satélites) 
13B Departamento (Sabotagem e Assassinatos) 
I50 Departamento (Exploração de outros Departamentos do governo s£ 
viétioo 
Grupo Especial (CHINA) 
escola Superior de Informações 
Diversas Seções de Apoio Administrativo. 
10. Os Departamentos Geográficos controlam as operações tanto das resi 
dências legais como das ilegais, nos territórios sob sua responsa 
bilidade» A Diretoria Especial faz o treinamento, o equipamento 
e o lançamento de agentes clandestinos, mas não controla o traba -
lho dos mesmos. Os Departamentos de Contra-informações e do Desiri 
formação, geralmente, planejam operações e orientam os Departamerx 
tos Geográficos na maneira de executá-las. 
11. 0 11a Departamento supervisiona o trabalho dos assessores do KGB 
junto aos Serviços de Segurança dos Estados Satélites. Os assessjS 
res nao controlam operações nos países satélites, mas atuam como 
oficiais de ligação. I colaboração entra os satélites e a US no 
tocante à contra-informaçãoé muito íntima, havendo, também, coope_ 
ração na espionagem ofensiva contra «lvos específicos de especial 
importância (isto é, desinformação, ciência e tecnologia). Os 
SIRy certamente, dão a última palavra quando ocorre divergência a 
respeito de agentes ou de objetivos. 
• 
12. 0 15° Departamento dirige o trabalho dos oficiais do KGB que ope-
ram contra alvos no exterior, de posições cobertas pela má-
8R Aw.glO X9.0.TAU1/Ü,p. 10 
- 8 -
quina governamental soviética - isto é, os ministérios do Rela-
ções Exteriores e de Comércio Exterior e o Comitê de Ciência e Teç_ 
nologia-do Estado (GKNT). 0 GKNT envolve-se largamente cam a ax 
ploração do intercâmbio de dolegações científicas e industriais en_ 
tre a '. US e o OCIDENTE. 
13. A. Escola Superior de Informações difere da Escola do KGB. A primei 
ra concentra-se no treinamcnte ofensivo do pessoal de informações, 
enquanto a última dedica-se à formação de oficiais de contra-infor_ 
mações e de especialistas de vários outros tipos. 
Observação: Nada se sabe a respeito das atividades do grupo chinês. 
14» Segunda Diretoria-Gcral 
Tal como a Primeira Diretoria, esta é dividida t;m Departamentos geo 
gráficos e funcionais: 
Seção Especial (Apoio técnico) 
10 Departamento (EUA e AMERICA LATINA) 
20 Departamento (REINO UNIDO e COMUNIDADE BRITÂNICA, incluindo o 
CANADA e excluindo a ÍNDIA) 
3fl Departamento (ÁUSTRIA, ALEMANHA e ESCANDINÁVIA) 
4o Departamento (Outros países da EUROPA) 
5» Departamento (TURQUIA, IRX, ISRAEL e JAPAO) 
6° Departamento (Outros países orientais, incluindo a ÍNDIA e a 
ÁFRICA) 
7a Departamento (Turistas estrangeiros, uxceto os israelenses) 
8* Departamento (Estudo das atividades dos Serviços de Informa-
ções Ocidentais na "US) 
9° Departamento (Estudantes e ligação com os satélites) 
10° Departamento (Elite intelectual, correspondentes ustrangeiros 
a contra-espionagem em todas as organizações, s£ 
viéticas que tenham contato com estrangeiros, ex 
coto o Ministério de Comércio Exterior) 
11a Departamento (Viajantes soviéticos no estrangeiro) 
12a Departamento (Especuladores de pequeno contrabando, linhas aé 
reas estrangeiras) 
Subdiretoria da 2» Dirutoria-Goral (Segurança Política) 
15» A Seção do Apoio Técnico monta operações tais como a penetração i-
logal em embaixadas estrangeiras, intorceptação de malas diplomáti 
6R AN,RIO XW-TMA/Xl^M 
- 9 -
cas, otc. Seus oficiais são peritos era dispositivos de fechamen-
to, ab«rtura clandestina de malas postais, fotografia e aparelha -
gem de escuta áudio, etc. 
16. Os Departamentos Geográficos são responsáveis por operações contra 
os membros das embaixadas estrangeiras em MOSCOU. Uma vez que a 
2» Diretoria-Geral trabalha apenas em MOSCOU, há a tendência de 
grupar 03 países de acordo com os interesses comuns, e nao nais 
pela sua • sua proximidade geográfica, como ocorre na 1* Diretoria-
Geral. (Os países correspondentes ao 5* Departamento sao os quo 
pertencem às Organizações de Tratados Ocidemtais ou que têm uma in_ 
clinação para o OCIDENTE, enquanto o 6° Departamento trata, de um 
modo geral, dos países neutros). Dosconhece-so quu Departamentos 
tratam das nações africanas. 
17« A 2» Dirwtoria-Geral tem a tarefa de coordenar as atividades do KGB 
no interior da URSS com o Ministério de Manutenção da Ordem Pública 
(MOOP). Este Ministério é o sucessor do antigo Ministério do Inte 
rior (MVD). Ministérios semelhantes existem ao nível governo 
e controlam as milícias (Polícia), serviços de bombeiros e tropas 
internas de . manutenção da ordom. Na execução de suas opera-
ções, a 2a Diretoria-Geral utiliza muitas vGzes as milícias como 
cobertura. 
18. 0 9fl Departamento trata de assuntos referentes a estudantes sovié 
ticos ou estrangeiros no interior da US e mantém ligação com os 
oficiais de Segurança dos países satélites ora MOSCOU, que se encar 
regam do levantamento das fichas de cidadãos dos países satélites 
em MOSCOU. 
19. A Subdiretoria da 2* Diretoria-Geral não tem número, sendo apenas 
uma subdiretoria. Possui cinco Departamentos que trabalham na con 
tra-informação duntro dos seguintes campos: 
(i) Energia atômica, pesquisa, experimentação, reprodução} 
(ii) Mísseis e aviação; 
(iii) Todas as demais indústrias; 
(iv) Ministério do Comércio Exterior e organizações de comér-
cio exterior a ele subordinadas, negociantes em visita ao 
país e exposições de comércio; 
(v) Transporte interno o marinheiros estrangeiros; 
(vi) Grupo chinos, que trabalha contra a embaixada chinesa. 
6K M,*\0 XJ.O.TAl.l/X^p.H 
- l f c -
20. As atribuições do Serviço da 2» Diretoria-Geral sãot 
(i) As quatro primeiras Seções dirigem operações do KGB em uma das 
quatro áreas geográficas da US» 
5» Seção - Religiosos de todos os credos 
6» Seção - Grupos nacioaalistas 
7» Seção - Estrangeiros que visitam parentes na US 
8* Seção - Emigrantes 
9» Seção - Cartas anônimas e panfletos 
10» Seção - Criminosos políticos 
11» Soção - Estudos e relatórios. 
II - GRU 
Desdobramento do GRU 
1. 0 quartel-general do GRU está situado no odifício principal do Esta 
doHtfaior-Geral, em ARBAT, MOSCOU. 
No interior da US, o GRU mantém escritórios (postos de informações) 
nos quartéis-generais dos Distritos Militares a Grupos de Forças,com 
a finalidade de executar operações nos territórios vizinhos. A Se_ 
ção Naval possui instalações semelhantes nos principais portos para 
aproveitar a cobertura oferecida pela Frota Mercante soviética. 
2. Fora da US, o GRU opera através das lesidôncias Legais e Ilegais,do 
mesmo modo que o KGB e mantém ligação com os Serviços de Inteligên-
cia militar dos países satélites. 
Organização do quartel-general do GRU 
3« Em se tratando de uma organização de espionagem ofensiva, o GRU é 
organizado, como a 1» Diretoria-Geral do KGB, em Diretorias e Depar 
tamentos geográficos e funcionais. Estes dados, que não são compl£ 
tos; datam de 19ól, sendo possível que tenha havido mudanças quanto 
ao detalhe de organização, mas é pouco provável que a estrutura t£ 
nha sido profundamente alterada. 
1» Diretoria (Atividades ilegais) 
Observação; 0 trabalho desta Diretoria foi absorvido pelas Diretorias 
geográficas em meados do 1961 u, portanto, ela não mais e-
xiste. 
2» Diretoria (EUROPA) 
3» Diretoria (EUA, REINO UNIDO 3 CANADA) 
- 11 -
4» Diretoria (ORIENTE M3DI0, ÍNDIA, PAQUISTÃO O CEILlo) 
Departamento Independente (ÜFRICA) 
Observação: Desconhece-se qual a Diretoria que trata do ORIENTE MÉDIO 
e da AMERICA DO SUL. 
5» Diretoria (Coleta de informações topográficas o planojamento 
operacional) 
Grupo de Informações Operacionais (informação tática) 
Diretoria de Informações (interpretação e avaliação) 
lfi (Técnico) Departamento (Apoio técnico) 
Departamento de Processamento da Informação de Comunicações 
Departamento de Informação Rádio 
8a Departamento (Criptografia o Comunicações) 
Academia Diplomática Militar (Treinamento avançado de oficiais de 
Informações) 
Diveysas Seções Administrativas. 
4* A 5a Diretoria faz a interpretação de informações topográficas e 
planeja operações especiais aeroterrestres ou de desembarque marí_ 
timo, bem como a destruição de objetivos militares á econômicos te 
diante boabnrdeio ou sabotagem. Assessora o LJstado-Maior-Goral 
s5bre objetivos e métodos, mas não comanda qualquer órgão e-
excutivo. Paz a coleta de seus informes através das Diretorias 
Geográficas e outras Diretorias do GRU. 
5. 0 Grupo de Informações Operacionais (antiga 6» Diretoria) é res-
ponsável pelo trabalho dos "postos" de informações nos Distritos 
Militares e Grupos de Forças (isto é, na ALEMANHA ORIENTAL). A 
profundidade de sua penetração é limitada a alguns quilômetros a-
lém da fronteira. 
6. O I 9 Departamento prove apoio técnico e equipamentos tais como rá 
dios, fotografia,escrita secreta, escuta clandestina e dispositi-
vos de camuflagem. Possui um Instituto de Comunicações que estuda 
e aperfeiçoa equipamentos. A troca de informes é procedida com as 
instalações correspondentes do KGB, mas não há uma organização OO 
mum de busca, para os dois Serviços. 
7» 0 8° Departamento prove as comunicações internas para o GRU. 
8. 0 GRU possui um certo número de Regimentos do designação especial 
BR AM,Rio x9.0.TA|.V23,p.l4 
- 12 -
(conhecidos como Regimentos OSNAZ) que mantêm elos de ligações do 
GRU o executam operações de interceptação rádio. 
9. A Academia Diplomática Militar possui um curso dç três anos para 
oficiais de Informações. 0 KGB reserva para si una certa proporção 
dos graduados nessa escola. 0 GRU (e também o KGB) treinam os 
suus agentes, individualmente em, "postos de treinamento" - BesjL 
denc^as privativas, onde vivem os agentes, sozinhos, recebendo ins_ 
truções de professores fornecidos pelos Departamentos técnicos e 
operacionais e pela Academia. 
19» Intimamente associado ao GRU, mas sem constituir parto integrante 
do mesmo, há o Departamento de Relações Exteriores do Ministério da 
Defesa (OVS), o qual estabelece e orienta o trabalho dos Serviços 
soviéticos no exterior o providencia a ligação com os Serviços ©£ 
trangeiros em MOSCOU. 
MÉTODOS OPERACIONAIS DOS S I R 
A apresentação que so soguo dos métodos dos SIR está dividida em 
quatro seções: 
I Residências legais. 
II Residências ilegais. 
III Operações ostensivas e somi-ostensivas para a coleta de informa -
ções topográficas e semelhantes por meio da observação dirota. 
IV Operações técnicas. 
Introdução 
A maioria das operações dos SIR no exterior são executadas pelas 
Residências legais e ilegais. Há que considerar-se, entretanto, 
a utilização de delegações e turmas de turistas como cobertura pa 
ra a ação dos oficiais dos SIR engajados na busca de valores cul 
turais e no estabelecimento de contatos físicos. No cumprimento 
de tarefas especiais, tais como a busca de contatos com agentes 
importantes em países intermediários, os oficiais dos SIR podem 
viajar como funcionários do Ministério de Relações Exteriores da 
US, realizando visitas temporárias a embaixadas no estrangeiro 
ou podem usar qualquer cobertura ilegal. 
I - Residências legaiB 
1. Tanto o KGB como o GRU mantêm Residências legais no exterior. 0 
&R Art,fcK> X3.0.7AMA$,pMí> 
- 13 -
termo Residência "legal" origina-se da cobertura usada c nao da 
natureza do trabalho que a mesma organização executa. Os membros 
das Residências legais apro3ontara-so ostensivamente como ropreseri 
tantes oficiais do governo soviético, com um "status" legalmente 
reconhecido nos países jm que operam. 
2. Exatamente por possuir responsabilidades mais amplas, a residência 
do KQB é, normalmente, maior do que a do CRU, embora ambas tanham 
a mesma estrutura. A residência é uma unidade autosuficiente, com 
suas próprias cifras e, muitas vezes, suas comunicações rádio prjó 
prias, finanças e transportes independentes. 
3. No interior da Residência trabalham dois tipos de funcionários: o 
funcionário de carreira, que é um oficial profissional de informa 
ções, e um colaborador voluntário, leigo, que deseja ajudar o SIR 
em trabalhos menos especializados. Para quem não possui informa-
ção precisa, o freqüentemente muito difícil distinguir um do outro. 
0 trabalho das Residências 
j_.mbora ^ s Residências legais do »mbos os Serviços tenham a seu car 
go a espionagem e, até certo grau, o acompanhamento das emissões 
em "broadeast", a Residência do KGB possui, ainda, as seguiri 
tes funções adicionais: 
(i) Missão "SK" (SK significa "SOVTETSKAYA KOLONIYA"). A fina 
lidade do trabalho é supervisionar a segurança pessoal de to 
dos os membros da oolônia soviética jm um determinado país. A 
missão SK não diz respeito à segurança física, pessoal ou da 
propriedade, mas à lealdade para com o regime soviético. 
(ii) Missão "EM" (EM significa "EMIGRATSIYA" ). As comunidades 
de emigrantes russos constituem alvo especial para o KGB, que 
a elas dedica, muitas vezes, todo o tempo de trabalho de um 
oficial. 
(iii) Desinformação e Dissimulação. Espalhar informações falsas pa 
ra confundir os governos e montar operações para distrair a 
atenção ou absorver os esforços dos Serviços de Informações 
hostis. 
(iv) Agentes de Influência. 0 recrutamento u a exploração de pes 
soas que têm condições do influir na opinião de personagens 
6* AU,*!0 X3.0.TA|.4/2.3,pMb 
- 14 -
ou círculos de pessoas capazes de interferir na elaboração da 
política nacional em diversos campos, isto é, política inter_ 
na, defesa, pesquisas científicas, etc. Vor apêndice A. 
Cobertura 
5. Sempre que possível, qualquer dos Serviços de Inteligência procura 
encontrar cobertura para os seus contatos dentro do campo era que 
o oficial de informações vai trabalhar. Assim, para a penetração 
em círculos ofioi^is, os postos diplomáticos são mais adequados, eri 
quanto que para um trabalho ligado a assuntos de defesa,uma função 
de engenheiro numa delegação comercial ou do adido a um determina 
do Serviço pode ser mais útil. 0 Departamento de Assessoria Cion 
tífica é guarnecido na sua quase totalidade - so não totalmente -
com oficiais dos SIR. Contatos com a imprensa e com as agências 
de notícias oferecem um excelente campo de trabalho. Postos consu 
lares são, muitas vezes, reservados ao KGB. 
6. Além da busca de cobertura no campo operacional, a segurança pesso^ 
ai é importante para os oficiais dos SIR que exploram agentes ati 
vistas. Postos que possuem imunidade diplomática são,portanto, os 
mais preferidos. 
7. Embora os oficiais dos SIR sejam responsáveis no t>stabelecimento 
de suas coberturas em proveito das agências e ministérios a que e_s 
tão temporariamente subordinados, as necessidades dos SIR freqüen 
temente conflitara com as daqueles ministérios e agencias no que 
dia respeito à reserva de funções em estabelecimentos no tstrange^ 
ro, ocorrendo, também, » competição entre o KGB o o GRU para a ob 
tençao de funções mais adequadas às suas necessidades. Estes cho 
quês de interesses são resolvidos pelo Departamento de Pessoal no 
Estrangeiro do CC do PCUS, que coordenam os contatos do todos os 
funcionários soviéticos no exterior e funcionam como um anteparo 
entre os Serviços de Inteligência & 03 demais ministérios. 
8. A. chefia de uma Residência (o residente) é normalmente desempe-
nhada por um diplomata antigo, embora, em embaixadas menores,possa 
ser utilizado um diplomata mais moderno. Antigamente, o Adido Mi 
litar era um residente do GRU, mas em 1959, foi decidido que esta 
função era muito exposta e desde então o chefe local do GRU tem u-
tilizado uma função do nível Primeira Secretaria. A cobertura de 
BR Ml,K\o X9.0.TAM/Z3,p. 
- 15 -
Adido do um Serviço fualquer e ainda extensivamente usada pelos ajl 
juntos da Residência do GRU. 0 KGB não usa os Adidos como cobertu 
ra. 
9» 3xcoto para os casos acima citados, não há regras fixas para a uti_ 
lização de cobertura. Como se pode concluir do que foi dito, a co_ 
tortura depende muito de oportunidade e expediente, bem como da 
conciliação de interesses era conflito. Deve-se salientar, untre_ 
tanto, que há uma forte tendência dos SIR de manter para si dete£ 
minadas funções de cobertura o fazer suceder nelas os seus ofici-
ais, que, freqüentemente, assumem o controle dos agentes que ©ram 
explorados pelos seus antecessores. 
1#. 0 sistema de cobertura conduz a certas anomalias que se tornam a-
parentes quando, por exemplo, um funcionário soviético sofre um re 
baixamento ou uma promoção muito rápida. 2 provável, entretanto , 
que os SIR tenham, através dos anos, adquirido uma corta insensibi_ 
lidade à identificação de seus oficiais por parte dos adversários, 
passandoa confiar mais no trabalho conscencioso de dissimulação e 
outras táticas de segurança empregadas para a proteção de suas ope_ 
rações. Antigamente, os SIR faziam grande esforço para esconder a 
do próprio pessoal das Embaixadas, a identidade dos membros da Re_ 
aidêmeia. Hoje, diante das contingências, este mascaramento foi 
também abandonado. Ver apêndice ]3» 
As Instalações da Residência 
11. Em todas as Embaixadas ou estabelecimentos soviéticos independen-
tes no exterior, existe uma área de segurança denominada "refereri 
tura". 2 constituída por um conjunto de salas especialmente refor_ 
çadas e dotadas de aparelhos de escuta clandestina,com um único 
ponto de entrada através de uma sala com porta de segurança. Ne_s_ 
ta "referontura" são guardados todos os arquivos secretos e toda 
a correspondência secreta, bem como executadas todas as tarefas de 
criptografia e transmissão rádio-telegráfica. Apenas ao embaixa-
dor é permitido retirar, temporariamente, documentos secretos do 
âmbito da "referentura". Todos os demais membros da Embaixada têm 
que lê-los no interior da mesma, em salas reservadas para este fim, 
devendo todas as anotações o relatórios serem rascunhados no pró-
prio looal. 
SR AíJ,*K> X9.0.TAI.V2.S, pM8 
- 16 -
12. Antigamente, a provavelmente ainda hoje em Embaixadas pequenas, as 
Residências dos SIR possuíam escritórios separados no interior da 
"referentura". Nos últimos cinco anos, entretanto, devido certa-
mente à expansão do trabalho, novas necessidades o, possivelmente 
também, à necessidade de melhores condições de trabalho,foram cons 
truídas áreas de segurança separadas para o KGB e para o GRU. Uma 
vez que * correspondência entre as Residências e os seus respecti-
vos quartéis-generais (ou centros) é trocada por meio de filmes 
não revelados, as áreas de segurança das Residências possuem lab<D 
ratórios fotográficos. Presume-se que as áreas do segurança dos 
SIR sejam usadas exclusivamente para a guarda dos arquivos dos SIR 
o cifras daqueles Serviços e que no desempenho das suas funções de 
cobertura os oficiais dos SIR utilizem as instalações normais da 
Embaixada. 
Dimensões das Residências dos S I R 
13» As dimensões das Residências dependem dos objativos a serem alcan 
çados iJi um determinado país e das dimensões das instalações que 
servem de cobertura. É possível somente, portanto, expressar as 
dimensões das Residências em percentagens do todo que compõe a Lm_ 
baixada. 
14» Declarações prestadas por desertores a respeito da proporcionalida_ 
do de membros das representações diplomáticas soviéticas e do esta 
belocimentos comerciais no exterior, que se engajam no trabalho de 
informações, indicam que esta proporção varia de 30 a 75$» Na prjá 
tica, devido à grande variação no grau do conhecimento que se tem 
e dos diferentes critérios utilizados para levantamento de suspei-
tos, poda-se "firmar que o número de funcionários o colaboradores 
dos Serviços dos SIR ^ suspeitos ou identificados, varia de 25 a 60$. 
Uma estimativa moderada poderá ficar entro 35 e 50$. Estes dados 
devem incluir 03 colaboradores voluntários, bem como os oficiais 
de carreira de «mbos os Serviços. Se forem incluídos todos os in_ 
formantes SK, certamente aquela cifra crescerá. 0 elemento 
do KGB é mais forte do que o do GRU, mas não há números disponíveis 
para o estabelecimento de proporção entre um e outro. Lstima-se 
que a relação seja de dois terços. 
15» Dadas ao facilidadoa propiciadas pela imunidade diplomática,há uma 
proporção rauito maior de oficiais de informações em postos diploma 
SR Art,W0 X9.0.TAl.1/&3,p.1S 
- 17 -
ticos do que em outras categorias. Numa Embaixada,por exemplo,75$ 
das funções diplomáticas são preenohidas por oficiais dos SIR, i-
dantificados ou suspeitos. Algumas fontes elevam essa percentagem 
para 9tjt. 
16. Resumidamente, o organograma de uma Residência do KGB é o seguinte» 
Mssn>2srcs 
Assesaoria Técnica 
Criptógrafo ) 
Telegrafista ) 
Datilografo ) 
Contador ) 
Fotógrafo ) 
1 
Trabalho de 
Informações 
em geral . 
1 
Emigrantes 
1 
Funcionários 
de carreira o 
colaboradores 
! 
Agentes e 
Contatos 
.. 1 , 
Seção Téc 
nica e Ci 
entífica 
escuta do 
broadeast 
local 
SK (informant< 
do país ) 
1 
Técnicas Operacionais 
17» Os SIR são notáveis pela profundidade e persistência de seu traba 
lho. No desempenho de suas funções, os oficiais são verdadeiros 
escravos dos regulamentos, tanto no que diz respeito à segurança 
pessoal como ao manuseio dos agentes. 0 afastamento de normas bem 
estabelecidas pode ser olhado com suspeição, assim como pode evi_ 
donciar uma atividade de oontra-informação ou de fuga a uma perse-
guição. Por outro lado, os SIR não são inflexíveis nos seus méto-
dos, que sao, às vezes, da maior simplicidade, como por exemplo, a 
maneira de contratar um importante agente num ponto de baldeação 
Algumas delas p£ 
dem ser combina 
das. 
6fc *i,PiO X9.0.TA).V2.3,p. 
- 18 -
em uma estação de trens suburbanos, no caminho daquele agente para 
a sua casa. 
18. De un modo geral, os métodos dos SIR e as suas normas de ação mui_ 
to tCtr tiffl cr.mum com os de outros Serviços de Inteligência. Distin 
guam-sa, principalmente, por alguns recursos que empregam, peculia 
res aos SIR, e pela inescrupulosidade na exploração de todos os 
meios ao seu alcance. Freqüentemente, suas análises a respeito da 
mentalidade ocidental parecem inadequadas; eles possuem um conheci_ 
mento bastante profundo das fraquezas dos ocidentais, mas muitas vS_ 
zos erram ao apreciar os seus pontos fortes. 
19. As anotações que se seguem basearam-se principalmente no conheci-
mento e experiência adquirida por nossos Serviços a respeito dos 
métodos de trabalho das Residências legais. Quanto aos métodos eni 
pregados pelas Residências ilegais, os nossos conhecimentos são me_ 
nores, mas do quo se sabe não há razões para supor que diferem subs_ 
tancialrnente daqueles utilizados pelas Residências legais. Abaixo 
sao descritas algumas particularidades desses métodos. 
Tipos de Operações 
20. Sem considerar o trabalho dos SK, há três tipos principais de ope-
rações a considerar: 
(i) Operações de agentes clandestinos executadas com as seguintes 
finalidades: 
(a) Obter informes sSbre alvos acessíveis apenas por meio da 
penetração clandestina} 
(b) Contra-informações5 isto é, estudo de métodos operacio-
nais de um adversário e a destruição do mesmoj 
(c) Assegurar certos serviços, tais como o apoio a operações 
ilegais, canais de desinformação ou a obtenção de materi_ 
ai proibido. 
21. Na tentativa de penetrar num alvo, os SIR trabalham tanto no inte 
rior do país que constitui o alvo como contra os seus representan 
tes oficiais o cidadãos, isoladamente, em MOSCOU ou em vários 
países. As operações no exterior da US são conduzidas pela 1* 
Diretoria-Geral do KGB e pelo GRU, unquanto que as operações leva 
das a efeito em MOSCOU, contra estrangeiros, constituem trabalho, 
SR AM,PIO *9.0.TAI.1/a.3,p 
- 19 -
principalmente
 5 da 2* Diretoria-Geral do KGB. Quanto a esse aspe_c 
tos o trabalho da 2» Dir^toria-Geral complementa o da 1*. Havendo 
concordância do Serviço local, o KGB pode executar operações espe_ 
cíficas, nos países satélites,contra alvos ocidentais. 
22. Os SIR preferem, naturalmente, os agentes ideológicos aos venais 
ou chantagistas. Hoje em dia, o apelo ideológico baseia-se muito 
menos no marxismo-leninismo do que na causa da paz ou nos aspectos 
negativos do patriotismo, tais como os sentimentos antiamericanijg 
tas. Os SIR, não obstante, preferem acreditar que cada homem tem 
o seu preço e a chantagem é livremente utilizada contra estrangei_ 
ros no interior da RÚSSI1. 
Descoberta o Desenvolvimento de um Agente 
23» Os principais métodos usados pelos SIR para a descoberta e odaseri 
volvinento de agentes incluem o seguinte: 
(a) Contatos oficiais e sociais. 
24. Esta e a forma mais amplamente utilizada para a descoberta de ageri 
tes. Os oficiais e colaboradores dos SIR utilizam-se de todos os 
contatos oficiais 3 sociais para estudar um agente em potencial,£er 
seguindo-o,mesmo fora dessas ocasiões,para descobrir seus hábitos 
em bares e outros lugares de divertimento, muitas vezes fazendo-se 
passar por elementos de outra nacionalidade que não a RÚSSIA (mé-
todo que é conhecido como "aproximação sob falsa bandeira"). Grani 
de esforço é feito no sentido de obter a penetração um círculos e^ 
tudantis, com as mesmas finalidades, onviando-se oficiais dos SIR 
para o estrangeiro como estudantes, seja de nível universitário ou 
de pós-graduação. 
25. A manutenção e aproximação do contato é feita através de almoços o 
jantares, freqüência a acontecimentos desportivos, teatros o ci_ 
nemas, convite a agentes em perspectiva para recepções e exibi -
çoes de filmes nas embaixadas soviéticas e, em menor escala, da a-
ceitaçao de convites para freqüentar a residência do alvo. Tudo 
isto ê feito mais ou menos abertamente.0 primeiro passo do SIR pja 
ra o estabelecimento de um contato 5 conseguir que o alvo execute 
um serviço mínimo para o oficial encarregado do caso. Isto cria a 
oportunidade ulterior para que sejam oferecidos presentes ou uma 
- 20 -
recompensa pecuniária, ou* no caso de tratar-se de homem de ne-
gócios, de abrir-lhe perspectivas na esfera soviética. Dependendo 
da avaliação que o SIR fêa do caráter do alvo, um pedido de "coope 
ração" pode ser logo lançado, ou jamais se concretizar. 0 pretexto 
para o pedido de "cooperação" é, freqüentemente, a causa da paa 
ou a preocupação em servir os interesses do próprio país do agente, 
ajudando os russos a contra-atacar a influência americana. Rarameri 
te pede-se a um agente, claramente, para realiaar a espionagem em 
seu próprio país; muitas vezes o oficial do SIR ostensivamente com_ 
dena essa medida ou nega ter tido tal intenção. 
Uma vea conseguido que um contato preste um serviço de qualquer na 
tureaa, tal como escrever um artigo inocente sobre um assunto Io 
cal de importância ou sobre assunto ligado com os interesses do 
próprio contato, o SIR vai gradualmente apertando o cerco até que 
o contato cometa a imprudência de confidenciar algo. 0 SIR estará, 
então, em condições de exercer pressão sobre êle. Tal processo é 
conhecido como o de "prender o agente no anzol". 
(b) Exploração das relações do agente 
Quase sempre, ao agente é solicitado o nome de pessoas de suas re-
lações. Isso pode constituir medida de sogurança, além de poder 
indicar uma fonte potencial de recrutamento. Alguns agentes são 
solicitados a descobrir pessoas talentosas residentes nas imedia-
ções de um objetivo visado e que possam vir a ser utilizadas para 
realização de contatos. 
(c) Exploração dos Registros dos Partidos Comunistas 
Antes de 1943, o Comintern confeccionou grandes relações, abran-
gendo todo o mundo, de simpatizantes da causa comunista e de seus 
inimigos. Estas listas foram guardadas pelo CC do PCUS e têm sido 
ampliadas com a contribuição dos diversos Partidos Comunistas. Os 
soviéticos possuem, também, extensas relações de prisioneiros de 
guerra alemães e japoneses e de elementos que participaram da guer 
ra civil da ESPANHA, como republicanos. 
Existem, hoje, provas de que estas listas são exploradas pelos 
SIR, com a finalidade de localizar pessoas que ascenderam a posi 
çoes de influencia, ou que têm acesso a informações importantes 
BR AH,RIO *3.0.7*l.1AS,p. 
- 21 -
Oficiais dos SIR, normalmente nas Jfcsidencias legais, são orienta 
dos para ©feito de contato com essas pessoas,com a finalidade do 
verificar a possibilidade de explorá-las. 
(d) Estudo de Residentes Estrangeiros em MOSCOU 
Isto é feito principalmente pelos Departamentos Geográficos da 2» 
Diretoria-Geral do KGB, em parte com finalidade de contra-informja 
ção ^ em parte como um complemento muito importante ao trabalho da 
1» Diretoria-Geral para o levantamento de agentes infiltrados. 0 
GRUS em escala mais modesta, levanta agentes entre ostrangeiros em 
MOSCOU. 
Em MOSCOU, os SIR tom a oportunidade de estudar intimamente os e_s 
trangeiros e com o emprego pleno de meios técnicos. Mesmo antes 
de um estrangeiro chegar a MOSCOU, o KGB pode possuir dados subs 
tanciais sobre ele, coletados de varias fontes. Se o estrangeiro 
serviu anteriormente em uma capital de país satélite, o KGB terá a 
ajuda do Serviço de Segurança daquele país. Se não existirem da-
dos que sugiram o "ponto de ataque", serão tomadas medidas para o 
levantamento dos mesmos. Todos os quarteirões do Residências do 
estrangeiros
 (um MOSCOU,estão sob o controle do ^stado a têm ou pjo 
dem vir a ter microfones neles instalados. Os empregados russos 
que servem aos estrangeiros são, também, colaboradores do KGB. 0 
KGB dispõe de grandes recursos para a vigilância física. Não é di_ 
fícil, portanto, para o KGB, conseguir, pela observação externa,da 
dos que lhe permitam uma análise das características, gostos e ati_ 
vidades de um estrangeiro. A estes dados poderão vir somar-se os 
relatórios fornecidos pela Residência legal existente no país de 
origem do estrangeiro. Uma vez completado o quadro, será tomada 
uma decisão,que poderá implicar na utilização de agentes para de-
senvolver o estudo sobre o estrangeiro em foco, na. manutenção de 
contatos de cunho sooial, ou em comprometer o estrangeiro envolvori 
do-o em atividades de mercado negro ou de cunho sexual, ou 
levando-o a subtrair documentos para enviá-los ao exterior.. 
• 
Os objetivos dessas atividades não são, necessariamente, obter ra 
crutas, mas, freqüentemente, estabelecer laços que permitam, futu 
ramente, utilizar a pessoa em foco. Embora o acesso direto às ejn 
baixadas em MOSCOU seja indubitavelmente de grande valor, os SIR 
fazem grande empenho era conseguir a perspectiva de penetração, em 
- 22 «• 
prazo mais longo, em um ministério a que pertença um determinado 
funcionário estrangeiro. Comumente, portanto, as operações de 
comprometimento culminam com prisão e. uma série de entrevistas, 
realizadas por uma "pessoa influente" que pode ajudar o "trans-
gressor" a sair de suas dificuldades, período durante o qual a 
vítima é pressionada a assinar um compromisso de prestar ajuda ao 
soviético num futuro não especificado. Um exemplo conhecido dej^ 
sa seqüência é, sem dúvida, o caso VASSALL, sendo possível que ha 
ja outros. (Para maiores detalhes, ver o apêndice £.)• 
(e) Estudo dos visitantes estrangeiros em MOSCOU 
No interesse da segurança do Estado, o KGB considera tão necess^ 
rio controlar todos os visitantes da RÚSSIA como realizar cobertu 
ra dos alvos fixos «cima descritos. Os visitantes distribuem-se 
em duas categorias: delegados oficiais e hóspedes,ou turistas. Os 
últimos são controlados pelo 7o Departamento da 2» Diretoria-Geral. 
Este Departamento utiliza cerca de 80 oficiais e 1,200 agentes de 
tempo integral e colaboradores de tempo parcial. Nas Províncias» 
é auxiliado pelas organizações locais do KGB. 
0 controle das deleg-ações é mais fácil do que o de turistas, uma 
vez que os programas para estas podem ser preparados de forma a 
deixar-lhes pouco tempo livra. 0 KGB trabalha mais arduamente 
guando se trata de turistas e a maior parte do seu esforço é, ne£ 
te caso, defensivo. Se o KGB suspeita que um delegado ou turista 
é um agente hostil, freqüentemente atua no sentido de cercá-lo e 
expulsá-lo. Se se trata de um delegado ou homem de negócios que 
por motivos profissionais poderá voltar a visitar a UNIÃO SOVIfíTI 
CA, o KGB poderá trabalhar mais lentamente, limitando pela. 
vigilância ou outros meios de contrSle, todas as atividades hos-
tis imediatas,ao mesmo tempo que planeja uma operação de compro 
raetimento para a próxima visita do estrangeiro. A necessidade pr£ 
fissional que têm os homens de negócio, jornalistas e estudantes 
de visitar a RÜSSIA é também amplamente explorada. 
Para detalhes dos métodos do KGB para o controle de turistas, ver 
Apêndice D_. 
(f) Aproveitamento das Delegações Soviéticas no Estrangeiro 
As delegações soviéticas que vão ao estrangeiro para visitar ob-
jetivos de interesse para os SIR, tais como instalações industrl 
ais, centros de pesquisas científicas, conferências científicas in 
- 23 -
ternacionais etc., 3S0 usadas pelos SIR como cobertura para ofi-
ciais de informações, os quais, além de coletarem informes osteri 
sivamente disponíveis, fazem o levantamento de personalidades a 
serem recrutadas,para posteriores estudos. A Residência legal e-
xistente no local pode ser utiliaada para estes recrutamentos e 
estudos, e o hábito de retribuir com convites para visitas à US 
oferece oportunidade para estudos mais profundos. 0 Comitê do 
Estado para Ciência e Tecnologia (GNTK) é responsável pela orga 
nização do intercâmbio de visitas nos campos técnico e científico 
e é amplamente utilizado como cobertura,tanto para o KGB como pa 
ra o GRU. 
(g) Aproveitamento das visitas de navios estrangeiros 
0 KGB mantém agências em portos soviéticos responsáveis pelo coii 
trôle das tripulações de navios estrangeiros. £ uma tarefa, prin 
cipalmente, de contra-informação e os métodos utilizados são nor_ 
malmente provocativos. 0 alvo é envolvido em alguma atividade i-
legal ou desabonadora, preso ou entrevistado g convidado,sob ame_ 
aça, a cooperar. Pouco se conhece dos êxitos soviéticos neste 
campo de atividade. 
Comunicações Clandestinas 
Contatos diretos 
Os contatos diretos entre o oficial encarregado de um caso e o a-
gente é conhecido como "contato pessoal", oposto dos contatos in 
diretos, os quais são denominados "contatos impessoais". 
A localização de um agente e o desenvolvimento de um contato ini_ 
cia-se abertamente, mas os encontros entre o oficial encarregado 
do caso e o agente pode, logo, assumir características 
clandestinas, fissos contatos incluem o encontro de rua, antes da 
ida a um restaurante, para conversa» a mudança de locais de encon 
tro, do centro da cidade para os subúrbios; a limitação de conver_ 
sa a palestras sociais, se o contato se dá no interior de um car 
ro em deslocamento, e a criação de uma atmosfera geral de misté-
rio para as relações entre os elementos em contato. Tudo isto é 
feito gradativamente, de forma que o alvo se acostuma a um certo 
grau de anormalidade nessas relações, sem chegar a se aperceber 
totalmente do seu significado. Ao mesmo tempo o alvo vai sondo 
BR AU,KK> X9.*.TAI.1/ii,f. 
- 24 -
preparado, inconscientemente, para desempenhar o papel de um agen. 
te consciente. 
Nos primeiros estágios de uma relação clandestina, o oficial dos 
SIR encarregado de um caso marca encontros sucessivos em um 
mesmo lugar. X medida que o alvo se desenvolve como agente, rec£ 
be um esquema de locais alternativos de encontro, para ser usai 
do quando ocorrer uma perda de contato ou quando se tornarem ne_ 
cessários contatos de emergência. Aqueles primeiros contatos t£ 
mam, normalmente, forma de contatos fixos mensais, em dias prede_ 
terminados, como, por exemplo, a primeira segunda feira de cada 
mês. São fixados hora e local e estabelecidas uma ou duas alter_ 
nativas para o dia ou a semana seguinte. 
Os contatos de emergência são feitos mediante a presunção de um 
sinal preestabelecido. Estes sinais sao extremamente variáveis , 
podendo consistir, por exemplo, da remessa ao agente ou ao ofici_ 
ai encarregado,do oaso de uma revista precombinada, onde estará 
marcada a página com o número correspondente ao dia do encontro . 
Em outros casos, o acordo será de realizar o encontro no dia ime_ 
diato ou no próprio dia da recepção da revista» Um outro tipo de 
sinal, freqüentemente usado, consiste numa marca a giz deixada em 
lugar preestabelecido. Como se disse, a técnica admito muitas ya 
riantes. 
Quando um contato assumiu completamente o aspecto clandestino, os 
SIR deslocam o local do encontro para os subúrbios da cidade em 
questão. 4 transmissão das instruções ao agente e o relatório 
deste têm lugar em plena rua, enquanto os participantes do encori 
tro caminham lado a lado, ou estão sentados em algum parque. Mui_ 
vezes,as conversações podem ser feitas no interior de um carro per 
tencente ao agente, mas este tipo de contato é, teoricamente, vis_ 
to pelos SIR como inseguro. Ocasionalmente, hotéis locais podem 
ser usados para a conversação, durante uma refeição. Os SIR de-
monstram grande despreocupação no que diz respeito ao conforto 
pessoal, tanto para seus próprios elementos como para os a-
gentes que insistem em manter contatos, muitas vezes deixando que 
estes últimos esperem por mais de uma ou duas horas, em locais a 
ceu aberto, nas piores condições climáticas. 
BR AH,RW X3.0.TAK 1/2.3,p. 
- 25 -
Nos contatos diretos, o material a ser entregue ao oficial encar_ 
regado do caso só o é, normalmente, no momento da despedida. Algu 
mas vezes, entretanto, o oficial pode ter o carro estacionado nas 
vizinhanças e, neste caso, receber imediatamente o material e le 
vá-lo para o carro. Isto reduz o risco de permanência com 
material comprometedor enquanto estiver na companhia do agente. 
Se as condições operacionais forem desfavoráveis em um determina^ 
do país, por existir uma vigilância intensa ou por qualquer outra 
razão, os agentes poderão ser solicitados a viajar a um terceiro 
país para encontrar-se com os oficiais encarregados dos casos em 
que trabalham. Esta técnica de utilização de um terceiro país é 
também usada quando um funcionário do Cemtro, em MOSCOU,deae_ 
ja encontrar pessoalmente um agento. Por motivos de cobertura 
e segurança, isto não poderá ser feito mais do que uma ou duas vi 
zes por ano, não sendo, portanto, um método adequado para contatos 
freqüentes ou regulares. 
Contatos impessoais 
C.P.M. 
A forma favorita para o estabelecimento de contatos impessoais a-
dotada pelos SIR é a "caixa postal morta" (CPM). Ê utilizada 
para as comunicações com quase todos os agentes já perfeitamente 
desenvolvidos. BOSSARD e WENNERSTROM possuíam, cada um, nove CPM, 
embora nem todas fossem usadas regularmente. 0 número mais comum 
de CPM é de três ou quatro. 
A CPM ideal deve estar localizada numa área que não possa ser man 
tida sob uma vigilância constante e impeditiva. 0 local da CPM 
deve ser isento de interferências casuais e razoavelmente a prova 
dágua. Era vista disso, os SIR preferem cubículos em lavatórios 
públicos, buracos em árvores, esconderijos isolados em flo_ 
restas, fandas . numa parede, parte inferior de bancos do pra 
ça, aos quais a mensagem pode ser presa por meio de um porcevejo, 
locais de guarda de bagagem etc. 
0 enchimento e o esvaziamento das CPM devem ser indicados por meio 
de um sistema de sinais. De acordo com as normas de ação dos SIR, 
o oficial e o agente devem escolher um caminho adequado para apro 
SR N*,W X9J0.tA\^/ll^.7& 
- 26 -
ximarem-se da área onde está a CPM. O caminho de acesso do agen 
te deve ser o caminho de saída do oficial e vice-versa. Se um 
agentu coloca material na CPM, ôle se retirará pelo caminho de a-
cosso do oficial e deixará um sinal para este, avisando que a cai 
xa está cheia. 0 oficial, vendo o sinal do que a caixa está cheia, 
ao aproximar-se, retirará o material da C M e abandonará a área 
pelo caminho de acesso do agente, deixando aí um sinal de que a 
caixa foi esvaziada. 
47* Para essa sinalização entre o agente o o oficial é usada uma vari, 
edade de objetos. Normalmente são utilizados objetos comuns,tais 
como uma lata de grrxa de sapato ou de fumo,uma moeda partida,etc. 
C.P.V. 
48. "Caixas postais vivas" (CPV) são muitas vezes usadas para as C£ 
municações com agentes de Residências legais, mas são mais comu-
mente encontradas em redes clandestinas. 
Comunicações telegráficas 
A alguns agentes de uma residência legal são dados canais de ligji 
ção rádio-telegráfica com o Centro (MOSCOU), em um só sentido.As 
mensagens são transmitidas de MOSCOU o podem ser recebidas por 
um agente que utilize um receptor de telégrafo comum,de 
tipo comercial, adaptado, de preferencia, com fones de cabeça. As 
mensagens são codificadas o enviadas seja em escrita corrente, se_ 
ja em Morse, de acordo com tabelas de cifras que cobrem normalmeri 
te o período do um ano. Algumas vezes, como no caso BOSSARD, é 
adotado um código musical, vários tons pré-combinados significan 
do a chamada para encontros e a utilização da caixas postais mor-
tas ou sinais de perigo ou segurança. 
A comunicação em rádio telegrafia de pequeno alcance é usada tatn 
bém entre a Residência legal e seus agentes. Assim, um agente si_ 
tuado numa capital ocidental recebo, num receptor doméstico, si-
nais de Morse transmitidos pelo oficial encarregado do seu caso, 
para indicar que o material de uma CPM foi retirado com sucesso . 
0 receptor deste agente pode ser também modificado para omitir um 
sinal de campainha, por intermédio do qual poderá informar ao ofi_ 
ciai que elo estará em condições de atender a um encontro fixado. 
49-
50. 
• 
BR Ati,fi\0 X9 ATA». V ü 
- 27 -
O sinal de campainha pode ser transmitido do receptor existente 
no carro do agente. Esta técnica já foi empregada com sucesso 
num caso vivido. 
Escrita Secreta (ES) 
Os SIR usam a escrita secreta em combinação com caixas postais 
vivas, endereços falsos e, ocasionalmente, com caixas postais 
mortas. A LIS é utilizada mais freqüentemente nas comunicações 
entre o agente e o oficial5 ape>nas em raras ocasiões se consta-
tou que agentes de Residências legais possuíam os meios para re^ 
velar mensagens. Um exemplo recente ocorreu na AUSTRÁLIA,no ca 
so SKRIOPGV. 
Fotografia 
Os SIR fazem uso extensivo da fotografia em miniatura para a có 
pia de documentos. Agentes que têm acesso a material documenta 
rio são equipados com máquinas fotográficas de 35 •• 0VL "Minox". 
0 filme é entregue aos SIR,sem serem revelados.0 filme de 35 rom 
é usado também, algumas vezes, pelos oficiais,para a entrega de 
instruções a seus agentes. BOSSARD, por exemplo, recebia tiras 
de filmes escondidas em pacotes de notas de dinheiro. 
Alguns agentes de Residências legais têm sido treinados para re_ 
velar e ler microfilmes, mas muito poucos tiveram a prerrogati_ 
va deste meio de comunicação. £ um método mais comumente usado 
pelos ilegais. 
Se um agente não tiver capacidade ou não desejar fotografar do_ 
cumentos, mas puder tê-los em sua posse temporariamente, os SIR 
marcarão dois encontros curtos cora o único propósito de receber 
os papéis, levá-los à embaixada soviética para serem fotografa 
dos e devolvê-los ao agente. 
Pagamento 
Em princípio, os SIR preferem que seus agentes recebam ,pelos seus 
serviços, recompensas em dinheiro, presentes,ou favores. Isto 
lhes dá, sem dúvida, a medida do controle que têm sobre o agen 
te. 0 pagamento é geralmente feito de acordo com a produção do 
agente. 
Ifi A*,**» X3.0.TAK-1/Í3 
- 28 -
Os SIR compensam também os seus agentes com viagens ou pagamentos 
de despesas de diversões ou,ainda, algumas vezes, com um paga-
mento regular que substitua uma fonte de renda que o agente tenha 
perdido, como seja uma parte do tempo de trabalho dedicada a um 
determinado para trabalhos de espionagem. Os SIR tendem a pagar 
pouco, mas são capazes de desembolsar grandes somas por uma infor 
maçao valiosa. 
Treinamento de agentes 
Os SIR têm,maita3 vezes,necessidade de treinar os agentes recruta 
dos para a obtenção de informações. 0 treinamento abrange a ins 
truçao do agente sobre como operar uma CBí, sobre o uso de disfa£ 
ces, máquinas fotográficas e aparelhos de copiar documentos, códi_ 
gos e transmissão telegráfica e, finalmente, sobre segurança. Co 
mo isto, à exceção do telégrafo, não exige mais do que uma ou duas 
demonstrações ov instruções verbais, o treinamento é feito,geral-
mente , dur-iivto contatos normais. Os agentes são, algumas vezes, 
convidados a visitar MOSCOU ou a ALEMANHA ORIENTAL, mas com exce-
ção dos agentes do GRU na ALEMANHA OCIDENTAL, FINLÂNDIA a IHÍ, há 
poucos uxariplos registrados de agentes . treinados além da 
Cortina de Ferro. Em alguns casos, . 
em recintos de embaixadas e consula-
dos soviéticos. 
0 treinamento pertinente à Segurança é mantido durante toda a oar_ 
reira do agente ,sob a forma da exercícios para evitar a vigilân-
cia, instruções para o uso do telefone, preparo de locais de e£ 
conderijo dentro de casa, conduta pessoal um reuniões etc. 
Segurança 
Os oficiais do SIR tomam precauções cuidadosas contra a vigilân 
cia e fazem questão de salientar aos seus agentes como isto é im 
portante para eles. Do aoôrdo com as normas, um oficial não de 
ve gastar menos de duas horas para chegar ao local de encontro, 
tomando medidas para identificar a vigilância e livrar —se. Nesta 
ação, ele pode ser apoiado por um ou mais companheirou, cuja ta 
rafa será a de desviar a atenção da vigilância ou detectá-la. Um 
apoio adicional pode ser dado pelo acompanhamento da rêde-rádio 
&fc M,R\0 &&t*u4/llrf.H 
- 29 -
da polícia local, a fim de detectar atividades de vigilância . 
Antes de sair da embaixada, o oficial deve ter escolhido o cand 
nho a seguir, de forma a poder ser encontrado,caso seja necessá 
rio ser avisado para não realizar o encontro. 
Para um encontro, o agente é instruído de forma a não dar si 
nais de reoonheoer o oficial até que este chegue junto a êle. 
Isto possibilita ao oficial retardar a decisão de realizar o 
contato até o último momento. Se o oficial tiver dúvidas quan 
to à segurança, poderá passar pelo agente sem reconhecê-lo, ou 
voltar antes de atingir o local do encontro. Muitas vezes é 
combinado um sinal de perigo entre o oficial o o agente, de for_ 
ma que qualquer um deles pode dar o aviso de que o reconhecimen 
to não deve ser feito. 
Os SIR podem também rualizar uma contravigilância sobre um ageri 
te, seja para protegê-lo,seja porque há a suspeita de que o a-
gente está sob o controle do adversário. Os oficiais, freqtieii 
temente, interrogam os agentes a respeito dos caminhos e meios 
de transporte que estes utilizarão para voltar às suas casas • 
Acredita-se que o KGB explore casos já descobertos,cora o únioo 
propósito de afastar os serviços de segurança adversários de 
casos de maior importância. 0 KGB pode também, de_ 
liberadamente, montar operações unicamente com esta finalidade. 
Caracterizam este tipo de operação a falta de objetivo com que 
certos casos são prolongados mesmo após um agente se tornar ap_a 
rentemente inútil para os SIR, o modo cora que certos oficiais se 
expõem ,e a deterioração das relações ontre agentes e oficiais . 
Relações entre oficiais g agentes 
Dependem muito das personalidades das pessoas envolvidas, mas,em 
geral^os SIR estudam cuidadosamente os seus agentes e ajustam 
perfeitamente a eles as suas técnicas de manipulação. Há, entre 
tanto, uma tendência visível dos oficiais se tornarem mais auto 
ritários à medida que aumenta a confiança nos agentes. Suspei_ 
ta-se, todavia, que este tratamento pode ser, muitas vezes, um 
simples teste. Se o agente não se submeter oomo presumível, 
os SIR podem concluir que êle está sob controle adversário. 
5R AN,*» JO.O.tAi.-l/a.S.p 
- 30 -
64. Uma das tarefas dos oficiais dos SIR consiste em estudar os m£ 
tivos de ura agente, reforçar suas convicções ideológicas ou ten 
tar implantá-las quandoestas não existam. 0 oficial deve, tam 
bém, manter o moral do agente,bem como sua vontade de continu 
ar a trabalhar. Um?i grande parte do tempo,nos contatos é, por-
tanto, dedicado a esse tipo de conversa e ao desenvolvimento de 
melhores afinidades. 
65. A passagem do agente de um oficial para outro é feita pela apre_ 
sentação pessoal ou por sinais de reconhecimento para encontros 
preestabelecidos. 3stes sinais podem incluir o uso de um orna 
mento específico, o transporte do um certo objeto, tal como um 
jornal ou revista, e a troca de uma senha. 
Manipulação de agentes descobertos 
66. Quando os SIR percebem que um determinado caso ostá sob contrô^ 
le do adversário, sua primeira reação é não terminá-lo imediata 
mente, mas planejar a melhor maneira de explorá-lo. Como já foi 
citado, estes casos podem continuar com finalidades diversioná-
rias. Podem, também, ser usados como canais para a dosinforma 
ção ,ou para o estudo dos métodos usados pelo adversário. Rara 
mente o contato é interrompido bruscamente: o caso vai sendo 
gradativamente abandonado, deixando, os serviços de informações 
adversários em dúvida sobre os motivos que conduziram • essa 
providência. 
II - R5SIDENCIAS ILEGAIS 
Métodos de organização ~ operacionais 
1. Um residente ilegal é um oficial dos SIR que usa uma identidade 
falsa de outro país, que não a US como cobertura, para viver 
em um país ocidental ou neutro. Legalmente ,êle não goza privi 
légio oficial nem diplomático (ilegais que não sejam russos são 
muito raros). 
2. Os SIR tem feito funcionar o sistema duplo de Besidências le-
gais e ilegais,desde muito antes da última grande guerra. Duran 
te a guerra, os ilegais aram treinados para serem enviados ao 
exterior logo após o restabelecimento da paz. Lm 1952, segundo 
6R Art,*W> XÔATAI.1 / l i , p. 33 
- 31 -
declarações do desertor PETROV, n residência legal do KGB na 
AUSTRÁLIA recebeu instruções ordenando " uma reorganização fun 
damental de toda a nossa rede de Inteligência e a criação, na 
AUSTRÁLIA, de um aparelho clandestino capaz de, eficaz e inin-
terruptamente, funcionar so"b quaisquer condições". PETROV pen-
sou, na ocasião, que tal diretiva refletia uma decisão sSbre a 
tática geral do informações. Os acontecimentos subseqüentes,o-
corridos na área das atividades clandestinas,entretanto, mostra 
ram que Gle estava errado. 
Ao contrário do que ocorre com as Residências legais, das quais 
existe,normalmente,apenas uma om um determinado país, não há ljl 
mito teórico para o número de Residências ilegais em um país • 
As Residências ilogais, pela sua natureza, não podem ser tao 
grandes como as legaisj é provável que sejam necessárias muitas 
dessas Residências para cobrir uma determinada área geográfica. 
A mi33ao dos residentes ilegais 
A. principal finalidade de uma Residência ilegal é provor um sis 
tema da comunicações clandestinas eficaz,independente dos canais 
oficiais de comunicação soviéticos. No caso da ocorrer uma Jh 
lha da representação diplomática ou de. deflagração da guerra,ejs 
tas comunicações clandestinas devem ser capazes de continuar a 
funcionar como um canal da comando e de informação entre MOSCOU 
e seus agentes nos países envolvidos. 
As Residências ilegais não são,antretanto,organizações inertes, 
de vida latente, para entrar em ação apenas em casos de crise , 
mas devem, mesmo durante a existência de Residências legais, 
constituir suas próprias redes de agentes e fornecer informa -
çoes, òonstituindo-se, portanto, «n. alternativas das Resi 
dências legais. No período preparatório da guerra, os resideri 
tos ilegais podem,inclusive,receber ordens de organizar a sab£ 
tagem e supervisionar a sua execução. 
Em países limítrofes da US, podem ser estabelecidos residen-
tes ilegais para funcionar como centros de recepção de líderes 
guerrilheiros a serem infiltrados em caso de guerra. Ê de espe 
rar que tais Residências se concentrem na constituição de sis 
BK AN,RK> XÍ.fcTAI.lAj;p. 34 
- 32 -
temas de comunicações de curto alcance nooessárlos para o esta 
belecimento de contatos entre os grupos de guerrilheiros e en 
tre SstcíS o o Centro que os cont»ola, esto situado por detrás 
das linhas do Exército do VIETCONG. 0 GRU pode também criar a-
gentas de vigilância, com comunicações telegráficas, nos países 
vizinhos. 
Características pessoais dos residentes ilegais 
4 idade dos residentes ilegais varia normalmente entre 25 e 40 
anos. Na escolha de residentes ilegais,o fator determinante, a 
par de atributos e aptidões pessoais, é a necessidade de que o 
candidato seja capai de ajuatar-se naturalmente à sociedade em 
que ter', de conviver. Muito sofrerá, na prátioa, a maioria dos 
residentes e seus adjuntos imediatos sejam cidadãos soviéticos, 
a nacionalidade n~.o constitui, ^m princípio, um obstáculo. 
P3NK0VSKI declarou que o GRU recruta agentes do todas as raças 
par.i s .ra;n treinados como residentes ilegais p^ra trabalharem 
em países fora da EUROPA. 2 de pre3umir-se que isto seja de 
particular importância para as novas nações africanas, onde os 
homens trincos são raros e, provavelmente, se tornarão suspei-
tos. Além disso, os SIR ganham grande flexibilidade por nao 
girem que os ilegais de origem estranha à " US sirvam apenas em 
seus próprios país«s.(<Jomo por exemplo, a rede montada por RI-
CHARD SORGE na CHINA e no JAPÃO). Todos os departamentos do KGB 
procuram candidatos dentre o seu próprio pessoal, bem como ageii 
tes para o trabalho ilegal. Esses candidatos sao entregues à 
Diretoria Especial para serem treinados e posteriormente lança 
dos. 
0 residente ilegal e seus assistentes imediatos devem possuir,a-
lém de qualidades pessoais de oficiais de informações competeri 
tes, um talento especial para viver sob identidade falsa e a 
presença de espírito e sangue frio capaaes de suportar o desem-
penho deste papel pelo período de muitos anos. Devem, também, 
ser lingüistas excepcionais e possuir pelo menos algumas oarac 
terísticas físicas da nacionalidade cuja identidade assumiram . 
De acordo com PENKOVSKI, a aparência física é levada em conta 
pelos SIR para a escolha do oficiais destinados ao trabalho no 
exterior,e par" as funções legais ou ilegais. 
BR Ati,ftO X9.0.TA1. VZ3,p. 
- 33 -
Treinamento 
Os oficiais dos SIE selecionados para serem agentes legais no 
exterior recebem treinamento completo, não só no que diz respei^ 
to às mais modernas técnicas clandestinas, sistemas de comunica 
çõos o m§ios auxiliares técnicos, mas,também,sobre Historia,Geo^ 
grafia, Economia e Costumes relativos aos países para oa. quais 
serão destinados. 0 estudo de línguas, naturalmente, tora um lu 
gar importante no currículo de aprendizado, podendo o agente 
ser treinado, ainda, para uma ocupação qualquer,como, por exeim 
pio, o comércio. 0 treinamento é feito secreta e individualraeri 
ta em residências especiais nos subúrbios de MOSCOU - ou "sis_ 
tema do pontos". Mesmo durante o treinamentoto agente recebe 
identidade fal3a. 
0 estágio final do treinamento de um residente ilegal consiste 
numa viagem ao exterior, usando identidade falsa, para testar a 
sua capacidade e «costumá-lo a viver e locomover-se um territjô 
rio adversário. Esta viagem de prova não inclui o país para o 
qual o agente será destinado definitivamente. Pode, também,ser 
exigido que o agente viva no exterior durante um certo número 
de anos,para que possa construir a sua própria cobertura. 0 
agente ilegal HAYHANEN, por exemplo, viveu quatro anos na FIN-
LÍNDIA antes d3 ir para os ESTADOS UNIDOS como um americano de 
descendência estoniana que, quando menino, havia sido lovado ça 
ra a ESTÔNIA por seus pais, escapara posteriormente para a FIN 
LÍNDIA durante a guerra e viveu neste último país por ai 
guns anos. 
Cobertura 
Em se tratando de oficiais russos,é oomposta uma estória com-
pleta de cobertura para o residente ilegal, apoiada do melhor 
maio possível em documentação adequada. A escolha de uma estó-
ria de cobertura é intimamente ligada às qualificações do oficjL 
ai e às possibilidades de criação de uma falsa identidade para 
o mesmo. 2 possível que a escolha tenha que se prender, princi 
palmente, à disponibilidade de documentos de identidade. 
Documentação 
Os serviços de Informações soviéticos, ao que se sabe,já usaram 
0R A*J,*0 Xd-CTAI. 1/2.3, p. 
- 34 " 
os seguintes métodos para propiciar documentação falsa aos 
seus agentes: 
(a) adaptação de passaportes genuínos; 
(b) uso ,d& passaportes totalmente falsos; 
(c) obtenção de passaportes genuínos, utilizando os canais nor_ 
mais e nomes de pessoas mortas ou desaparecidas,ou na "base 
da utiliaação do documentos de identidade genuínos ou fojr 
jados. 
A História mostra que os SIR nunca tiveram grande dificuldade 
em encontrar documentos genuínos de identidade para adaptá-los* 
Antes da Guerra, muitas pessoas que tomaram parte na guerra cã 
vil espanhola "perderam" seus passaportes. Em 19505espalhou-
se o "boato de que existia, na FRANÇA, um mercado para passapor_ 
tes ingleses e americanos e, durante os últimos meses de 1951» 
nada menoa que 60 passaportes ingleses foram "perdidos" em 
PARIS. Entre janeiro e setembro do mesmo ano, mais de 2.000 p=s_ 
saportes holandeses foram também perdidos; 18$ destes perten-
ciam a membros conhecidos ou simpatizantes do Partido Comunista 
local. Pode-se afirmar que os SIR sabem explorar perfeitamente 
este campo de atividade e que os seus produtos, após um período 
adequado de espera e de tratamento apropriado, retornarão à cir 
culação. Esses passaportes devem, muitas vezes, ter as suas en_ 
tradas registradas oficialmente. Um canadense, IG1TACY WITCZAK, 
solteiro, supostamente "perdeu" seu passaporte, em 1937? na ES 
PANHA. Este passaporte apareceu mais tarde, em 1944 j devidameri 
te trabalhado pelo GRU com a finalidade de incluir uma esposa, 
para servir do base à solicitação de um novo passaporte. 0 
GRU tomara a precaução de substituir, nos arquivos do escritó_ 
rio de passaportes de OTAWA, fórmulas falsas de solicitação de 
passaporte preenchidas pelo novo agente usuário do mesmo, que 
deveria assumir a identidade verdadeira de WITCZMC. As fórmulas 
falsas incluíam a fotografia da esposa do agente. Este método 
pressupõe a existência de um funcionário colaborador trabalhajn 
do dentro daquele importante escritório, existindo provas sufi_ 
cientes (algumas bem recentes) do que os SIR têm tido êxito 
no recrutamento de pessoas que tem acesso a arquivos públicos o 
desempenham funções em que podem auxiliá-los bastante. Além dis 
so, os SIR são incansáveis nos seus esforços para manter atuali^ 
zadas suas informações no que diz respeito ao formulário de 
documentação de identidade e outros papéis utilizados por cida-
0fc AU,ftW X9.^TAi^/i3,p. 
- 35 -
dãos comuns no curso de suas vidas. Os agentes são freqüente^ 
mente preparados pnra obter passaportes e passá-los aos ofici^ 
ais com que trabalham ou para preencherem fórmulas de solici 
tação e entregá-las ao Serviço. São, também, solicitados a for_ 
necer documentos de identidade e formulários em branco e a dar 
detalhes sobre a maneira pela qual os diversos papéiB sao conse_ 
guidos através dos canais regulares. As seções técnicas dos 
SIR,responsáveis pela forja de documentos,são capazes de produ 
zir réplicas que resistirão a qualquer prova. 
Os SIR aproveitam-se da desorganização social e da destruição 
material provocadas pela guerra para criar identidades falsas 
para os seus agentes. Nos locais em que se sabe que os arquivos 
foram destruídos, os agentes podem reoeber documentos com ida-
de falsa, eertificados de casamento e outros documentos que 
teriam sido produzidos, supostamente, em data anterior à destrui 
ção dos arquivos e,com esses papéis,procurar obter passaportes 
através dos canais regulares. Se fôr possível formular a soH 
citação através de ura consulado existente em outro país que não 
aquele da origem suposta do suplicante, tanto melhor. Há, natu 
ralmente, um tempo limite para a utilização de registros des-
truídos. A fonte mais permanentemente utilizada é a massa de 
pessoas deslocadas ou desaparecidas durante ou após a guerra,ou 
que residem há muito tempo fora de seus países de origem. 
Para estabelecer uma identidade histórica na base de uma pessoa 
deslocada ou desaparecida, é necessário e desejável que os SIR 
tenham a certeza do que tais pessoas estão mortas ou sob contrjS 
le soviético. Só assim é possível transferir,para os agentes» 
identidades deste tipo. ABEL, nos IJSTADOS UNIDOS, fêz-se pas 
sar por um americano que havia morrido na infância. Ê fato c£ 
nhecido que os SIR prepararam Agentes que obtêm 
registros públicos de nascimento, correspondentes a crianças 
mortas o investigar as condições atuais de vida do seus familia 
res. Se um agente puder passar por filho do uma possoa que há 
muito tempo resido fora de sua pátria, a cobertura será mais se^ 
gura o,à medida que o tempo passa, os deslocamentos provocados 
pela guerra constituirão fontes cada vez mais valiosas para es 
te tipo de identidade. Outra variante deste método consiste 
em encontrar alguém que viva além da Cortina de Perro, nascido 
num país ocidental, e tentar aproveitar essa sua origem ociden 
BR A*,fcK> X3.0.TAI.VX3,f>."58 
- 36 -
tal. Assim, por exemplo, um homem nascido na FRANÇA em 1920, 
ou 1930, filho de pais tchecos e que voltou com estes para PRA 
GA, ainda criança, pediu um passaporte francas através do con 
sulado da FRANÇA. Outro exemplo interessante deste método é 
o caso de uma idosa senhora russa, residente na AUSTRÁLIA, mas 
ainda cidadã soviética, que solicitou,ao consulado soviético, 
uma informação sobre a sua família o requereu que um dos seus 
netos viesse para a AUSTRÁLIA para cuidar dela e ser herdeiro 
de suas propriedades. 0 residente do KGB em CAMBERRA foi ins 
truído para estudar a possibilidade de explorar tal oportunida 
de para infiltrar ura de seus agentes. 
0 caso de NIKOLAI KHOKHLOV, um dos agentes prediletos do KGB, 
ilustra a maneira pela qual podem ser obtidos passaportes pela 
fabricação total de documentos de apoio. NIKOLAI devia rec£ 
ber cobertura de cidadão austríaco e, para constituir 
essa cobertura, teve que preencher vários formulários oficiais 
em sou nome suposto, que havia sido registrado nos arquivos do 
governo e da polícia por um outro agente. Para impedir qual 
quer verificação a respeito do local e data de seu nascimento, 
a página correspondente do livro de registro, no qual seu naj| 
cimento estaria supostamente registrado, foi removida. Com <5s_ 
te trabalho preparatório realizado nos registros austríacos, o 
agente solicitou um passaporte genuíno daquela nacionalidade 
e foi atendido. 
Caso semalhante é o dos KROGER's. Em abril de 1954, KROGER, 
da pensão WALDRUHE, era SLUMERING, oscreveu à legação da NOVA 
ZELÂNDIA em PAUIS,pedindo passaporte neozelandês para êle e 
sua mulher. Anexo ao pedido, enviou um passaporte estranho e 
forjado, certificados de nascimento forjados para êle e sua 
esposa e um certificado de casamento também forjado. Esses 
documentos indicavam que KROGER nascera na NOVA ZELÂNDIA, em 
10 Jul 1910, que sua mulher nascera no CANADA, em 13 Jan 1913» 
e que haviam contraído matrimônio em NEY/ YORK, em 1936. No 
devido tempo, os KROGER's receberam seus dois passaportes ne£ 
zelandeses legítimos. A legação da NOVA ZELÂNDIA devolveu, 
também, o passaporte inglês, o qual KROGER havia solicitado 
para guardar como lembrança. Este passaporte devolvido foi, 
naturalmente, destruído, bem como ura outro passaporte,também 
BfK At4,fi\Q X3.0.TAl.1/23 
- 37 -
inglês, com o qual ele viajava pela iUSTRIA.

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