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Aula sobre Norma juridica

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NORMA JURÍDICA
NORMA JURÍDICA
Como já estudamos em lições anteriores a norma jurídica é um comando, um imperativo dirigido às ações dos indivíduos e das pessoas jurídicas e demais entes. É uma regra de conduta social; sua finalidade é regular as atividades dos sujeitos em suas relações sociais. A norma jurídica imputa certa ação ou comportamento a alguém, que é o seu destinatário.
CLASSIFICAÇÃO DAS NORMAS JURÍDICA COM RELAÇÃO A SUA IMPERATIVIDADE
Com base na força obrigatória, as normas podem ser:
NORMAS IMPERATIVAS OU NORMAS DE ORDEM PÚBLICA: Também denominadas coativas, absolutas ou absolutamente cogentes: São aquelas que mandam ou proíbem alguma coisa (obrigação de fazer ou não fazer) de forma incondicional, não podem deixar de ser aplicadas, nem podem ser modificadas pela vontade de seus subordinados. 
a.1) Normas Imperativas – imperativas positivamente (obrigação de fazer). 
Ex. art. 1.641, II, CC: É obrigatório o regime da separação de bens no casamento: de pessoas maiores de 70 anos. 
a.2) Normas Proibitivas – imperativas negativamente (obrigação de não fazer).
Ex. Art. 228, III, CC “Não podem ser admitidos como testemunhas: os cegos e surdos, quando a ciência do fato que se quer provar dependa dos sentidos que lhes faltam”.
NORMAS DISPOSITIVAS OU DE IMPERATIVIDADE RELATIVA: São também denominadas indicativas, simplesmente dispositivas ou relativamente cogentes – limitam-se a permitir determinado ato (permissivas) ou suprir a manifestação de vontade das partes (supletivas) se justificam principalmente pelo interesse prático de resolver dúvidas ou determinar com maior precisão as condições de realização do ato.
b.1) Norma Permissiva: Quando consentem uma ação ou abstenção.
 Ex. Art. 1.639 do CC: Permite pacto antenupcial determinando o regime de bens entre os nubentes.
b.2) Norma Supletiva: Quando suprem a falta de manifestação da vontade das partes.
Ex. Art. 1.640 do CC: Não havendo pacto antenupcial, ou sendo nulo, vigorará o regime da comunhão parcial de bens.
CLASSIFICAÇÃO DAS NORMAS JURÍDICA QUANTO AO SEU AUTORIZAMENTO
Perfeitas: A sanção consiste na nulidade automática ou na possibilidade de anulação do ato praticado contra sua disposição.
Ex. Art. 1.647, III, do CC: “Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta: prestar fiança ou aval”.
Mais que Perfeitas: A violação acarreta nulidade do ato ou restabelecimento da situação anterior com imposição de pena ou castigo. 
Ex. Não podem casar pessoas casadas, art. 1.521, VI do CC. A violação acarreta nulidade do casamento e punição penal do culpado, art. 235, CP.
Menos que Perfeitas: São as que autorizam, no caso de serem violadas, a aplicação de pena ao violador, mas não acarreta nulidade ou anulabilidade do ato do que as violou.
Ex. Art. 1.523, I, do CC: “Não devem casar: o viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não fizer inventário dos bens do casal e der partilha aos herdeiros”.
Portanto, se acontecer o casamento, a norma foi violada, mas não está nulo o novo matrimônio, porque a referida norma não autoriza que se declare a nulidade de tal ato. Todavia, deve se observar o Art. 1.641. “É obrigatório o regime da separação de bens no casamento: das pessoas que o contraírem com inobservância das causas suspensivas da celebração do casamento”.
Imperfeitas: São aquelas cuja violação não acarreta qualquer conseqüência jurídica. São normas sui generis, para Goffredo Teles Jr. Não são propriamente normas jurídicas, pois estas são autorizantes.
Ex. São as obrigações decorrentes de dividas de jogo, dívidas prescritas e juros não convencionados. 
Ex. Art. 814, do CC: “As dívidas de jogo ou de aposta não obrigam a pagamento...”. 
Assim sendo, se violado este preceito, a referida norma não autoriza o credor a exigir seu adimplemento, mas caso o devedor pagar a dívida, ele não poderá exigir a devolução do que, voluntariamente, pagou, visto que a norma jurídica não o autoriza a isso, isto é, pagou não terá direito mais de pedir de volta.
 CLASSIFICAÇÃO DAS NORMAS JURÍDICA QUANTO À HIERARQUIA
Normas constitucionais
Leis complementares
Leis Ordinárias, leis delegadas, medidas provisórias, decretos legislativos e resoluções
Decretos regulamentares
Normas internas (despachos, estatutos, regimentos, etc.
Normas individuais contratos, testamentos, sentenças, etc.
CLASSIFICAÇÃO DAS NORMAS JURÍDICA QUANTO AO PODER DE AUTONOMIA LEGISLATIVA
Esfera do Poder Público: Em virtude da estrutura política e administrativa do Brasil, que atribui competência normativa à União, Estados e Municípios, as leis e demais normas jurídicas podem ser, paralelamente de três espécies, a saber, Normas Federais, Estaduais e Municipais, classificação fundamentada na esfera do Poder Público que as estatui e cuja competência normativa está fixada pela Constituição Federal, como, por exemplo, os artigos 22, parágrafo único, 25, § 1°, e 30, I e II.
Leis Federais: Constituição Federal e suas Leis Complementares, as Leis, Códigos, Medidas Provisórias e Decretos Federais, editados pela União e seus Órgãos.
Leis Estaduais: Constituição dos Estados e respectivas Leis Complementares, Leis, Códigos e Decretos Estaduais, editados pelos entes estaduais.
Leis Municipais: Leis Orgânicas dos Municípios, Leis Municipais, Decretos e demais normas estatuídas pelos Órgãos Municipais.
CLASSIFICAÇÃO DAS NORMAS JURÍDICA QUANTO A SISTEMAZIÇÃO DAS LEIS
Esparsas ou extravagantes: Editadas isoladamente – Ex. Lei do Inquilinato, do Salário-Família, etc.
Codificadas ou Códigos: Constituem um corpo orgânico de normas sobre determinado campo do direito: Ex. Código Civil, Comercial, Penal, etc.
Consolidadas: Reúnem, sistematicamente, leis esparsas existentes e em vigor sobre determinada matéria - Ex. Consolidação das Leis dos Trabalhos - CLT.
 7) VALIDADE DA NORMA JURÍDICA
Validade Formal ou técnico-jurídico: Para que a norma jurídica seja válida deve ser elaborada segundo critérios já estabelecidos no sistema jurídico, ou seja, deve respeitar hierarquia, que tem como ponto hierárquico a Constituição Federal, deve ser aprovada e promulgada pela autoridade competente, respeitar prazos e quorum, conteúdo de acordo com as designações de competências para legislar.
A norma tem vigência no tempo e no espaço (território). 
Vigência temporal: qualidade da norma relativa ao tempo de sua atuação.
Vigência espacial: Território onde se aplica a norma vai ser aplicada. 
8) VIGÊNCIA DA NORMA JURÍDICA NO TEMPO 
Data da publicação da norma no Diário Oficial da União (DOU) ou do Estado (DOE) ou data nela prevista, ou seja, sancionada e oficialmente publicada. A promulgação torna a lei existente, mas não obrigatória.
Publicação Oficial: Publicidade torna lei obrigatória.
Ex. Presidente da República promulga lei no dia 20 de novembro de determinado ano, tornando-se a mesma aprovada e existente, faltando-lhe a publicidade, que a torna obrigatória aos seus destinatários. 
INÍCIO DA VIGÊNCIA DA NORMA JURÍDICA
A obrigatoriedade só surge com a publicação no Diário Oficial, mas sua vigência não se inicia na data da publicação, salvo se ela assim o determinar. O intervalo entre a data de publicação e sua entrada em vigor chama-se de vocatio legis. Portanto, a data da publicação nem sempre coincide com a do início da eficácia (obrigatoriedade) da lei, visto que pode postergar seus efeitos para data posterior nela prevista. A decisão sobre se a norma entra em vigor na data de sua publicação ou em data posterior é de competência do órgão que a elaborou. O critério adotado para a determinação em regra é o da necessidade e urgência para a entrada em vigor de imediato após sua publicação, todavia, existem normas jurídicas que ficam aguardando um período de tempo, em especial quando a importância do assunto, e a abrangência de seu conteúdo exijam amplo conhecimento prévio dos destinatários.Ex1. Uma lei pode ser publicada e constar que entra em vigor na data de sua publicação. 
Ex2. O Código de Trânsito Brasileiro: Como exigia um prévio conhecimento de suas novas regras, foi determinado que sua vigência se daria num prazo de 120 dias após a data de publicação e com o objetivo de informar e esclarecer seus destinatários foi desenvolvida campanha institucional, antes de sua entrada em vigor.
DURAÇÃO DA VACATIO LEGIS
Prazo Progressivo: A lei entra em vigor em vários Estados do país em diferentes lapsos de tempo. Ex. Artigo 2º da antiga LINDB.
Prazo Único: Não havendo estipulação legal da data de sua vigência, a norma entra em vigor a só tempo em todo o país, ou seja, quarenta e cinco dias após sua publicação, tendo sua aplicação no exterior 3 meses depois de publicada (LINDB., art. 1º, § 1º).
11) TÉRMINO DA VIGÊNCIA
A norma jurídica normalmente tem caráter permanente, perdendo sua vigência quando revogada. Algumas normas têm vigência temporária, fim predeterminado, quando seu próprio texto dispõe a data de seu fim.
Ex1: Lei de incentivos fiscais que vigoram por certo período de anos, ou por um exercício.
Ex2: Lei também pode ser posta em vigor com vigência subordinada a um fato ou situação jurídica, como estado de guerra, calamidade pública.
Ex3: Medidas Provisórias baixadas pelo Presidente da República, conforme previsão art. 62, caput da lei maior. Medida Provisória não perde vigência, mas eficácia, desde a data da publicação se não transformada em lei no prazo de 30 dias de sua edição (publicação oficial). Caso não seja transformada em lei nos 30 dias regulamentares o Congresso Nacional deve disciplinar relações jurídicas ocorridas durante o período que vigorou. Na prática os Presidentes da República têm reeditadas as Medidas Provisórias, ampliando-se sua vigência.
REVOGAÇÃO DAS NORMAS JURÍDICAS: as normas podem deixar de ter vigência quando substituídas por outras, isto é, a revogação é tornar sem efeito uma norma.
REVOGAR: tirar de vigor uma norma jurídica mediante a colocação em vigor de outra mais nova. Ex. art. 2º, LICC: “Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue”.
Espécies Revogação:
AB-ROGAÇÃO: supressão total da norma jurídica anterior.
DERROGAÇÃO: torna fora de vigência apenas parte da lei.
Ex. Um só capítulo, uma só seção, um só artigo, um único inciso, apenas um parágrafo, ou mesmo parte deles.
( EXPRESSA: Nova norma jurídica, revogadora, declara a(s) norma(s) jurídica(s) ou aspectos (capítulos, artigos, etc) da norma jurídica anterior estão sendo revogados.
A revogação expressa é a melhor técnica legislativa, visto que não paira nenhuma dúvida quanto a sua vigência ou revogação de norma jurídica anterior. 
Ex. Decreto n° 99.684 ̷ 90, que consolida as normas relativas ao FGTS – Declarou expressamente declarado que revogou mais de 20 outros decretos anteriores ao mencionado. 
( TÁCITA OU INDIRETA: Quando não declarar especificamente as normas jurídicas revogadas, tornando revogadas todas ou parte das normas incompatíveis com a nova norma jurídica, incompatibilidade ou regulação total da matéria.
Ex. Normalmente, o último artigo das normas jurídicas traz a expressão: “Revogam-se as disposições em contrário.
CRITÉRIOS QUE CONDUZEM À REVOGAÇÃO: 
CRITÉRIO HIERÁRQUICO: uma norma jurídica somente revogará outra pertencente ao mesmo plano hierárquico ou se for de plano hierárquico superior à norma jurídica a ser revogada.
) CRITÉRIO CRONOLÓGICO: norma jurídica nova revoga antiga .
Ex. Constituição Federal de 88 – revogou integralmente Constituição anterior, ou seja, EC 1/69 e uma série de normas de hierarquia inferior. No último caso, fala-se que as normas não foram recepcionadas pelo novo Texto Constitucional.
NO ÂMBITO PESSOAL DA VALIDADE: Trata-se do elemento pessoal do comportamento normado. Portanto, as normas podem ser:
( NORMA GERAL: aborda todo um ramo específico do direito. 
Ex. Código Civil, Código Penal, Código Comercial.
Obs. Uma norma geral não revoga uma especial, e uma especial não revoga uma geral, obviamente, que uma geral revoga uma geral e um especial revoga uma especial. 
( NORMA ESPECIAL: Leis do Inquilinato, Lei do Divórcio.
VIGÊNCIA DAS NORMAS NO ESPAÇO:
Campo de abrangência limitado por espaços territoriais, em nível nacional, fronteiras do Estado, o que inclui extensão de águas territoriais e ilhas, aviões, navios e embarcações nacionais, áreas de embaixadas e consulados, subsolo e atmosfera. Tal delimitação é conhecida como Princípio da territorialidade das normas jurídicas.
Com o avanço relações internacionais os Estados passaram a admitir, em determinadas circunstâncias, aplicação de leis estrangeiras em seus territórios princípio da extraterritorialidade. Arts. 7º a 17 da LICC.
EFICÁCIA E EFETIVIDADE DAS NORMAS JURÍDICAS
16.1) EFICÁCIA: A eficácia significa a aplicação ou a execução da norma jurídica. É a produção de efeitos jurídicos concretos ao regular as relações. Tal conceito não se confunde com a validade, que a força imponível que a norma tem, ou seja, é a possibilidade de ser observada. A eficácia envolve a aplicabilidade da norma e se ela é obdecida ou não pelas pessoas.
16.2) EFETIVIDADE: Implica na observância da lei tanto pelo aplicador, quanto pelo destinatário.
 RETROATIVIDADE DAS NORMAS JURÍDICAS
As normas jurídicas vigem do presente em direção ao futuro, mas a eficácia e em especial a incidência concreta podem ir para o passado. A eficácia e a incidência para o passado é o que chamamos de retroatividade, ou seja, é a possibilidade de a norma jurídica atingir situação pretérita, ter efeitos sobre o passado. Vale lembrar, que a eficácia ou incidência não é ilimitada sobre o passado, visto que se fosse prejudicaria a segurança jurídica que um dos alicerces do sistema jurídico e do Estado de Direito Democrático. 
A norma jurídica pode retroagir, mas não pode afetar certas garantias, como é o caso do direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada, conforme previsto no artigo 5°, XXXVI, da Constituição Federal “a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada”.
 Ex1. No Direito Penal, quando as disposições novas beneficiam os réus na exclusão do caráter delituoso do ato ou no sentido de minorarem a penalidade. (Admite retroatividade)
Direito adquirido: O que se constituiu de modo definitivo e se incorporou irreversivelmente ao patrimônio do seu titular.
Ex. Uma lei que garante aposentadoria por tempo de serviço ao trabalhador após 35 anos de serviço e a pessoa trabalhou 36 anos e ainda não se aposentou. Pleiteando ou não a aposentadoria, ela já tem direito adquirido de se aposentar, visto que ficou comprovado a hipótese legal para aquisição de tal direito: o trabalhador por 35 anos.
OBS. O direito adquirido emana diretamente da lei em favor de um titular.
Ato jurídico perfeito: Na lição de Limongi França, ato jurídico perfeito é aquele que sob o regime de determinada lei tornou-se apto para produzir os seus efeitos pela verificação de todos os requisitos a isso indispensável.
EX. Contrato de compra e venda de um imóvel feito por pessoas maiores de idade.
OBS. O ato jurídico perfeito é negócio fundado na lei.
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Profa. Sílvia Vasconcelos – Teoria Geral do Direito

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