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Direito Civil I – Jorão Gomes – 2ª NPC ( DOMÍCILIO DA PESSOA NATURAL ↳ O que é domícilio? ↳ A definição de domicílio se encontra no Art. 70 do Código Civil. ↳ “Art 70: O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua residência com ânimo definitivo.” Ou seja, é o lugar em que a pessoa habita/ passa a maior parte de seu tempo e tem vínculos jurídicios. ↳ É, como já foi citado e o próprio texto da lei prescreve, a residência com ânimo definitivo, (Art. 70, CC). É o local que a pessoa elege como sede de suas atividades principais e de sua morada de forma duradoura e não temporária. ↳ Ânimo Definitivo: Significa a intenção de uma pessoa permanecer num local onde pode ser, presumivelmente, sempre encontrada. ↳ Elementos do Domicílio: 1) Objetivo ou material >> Que é a própria residência, é a fixação da pessoa em determinado lugar. 2) Subjetivo ou psíquico >> Que é o ânimo de manter aquele local como centro principal de suas atividades e de sua morada, importasse em fixação espacial permanente da pessoa. ↳ Para fixar: Domicílio é uma residência (ex: casa) onde a pessoa tem a intenção de permanecer (morar = ânimo definitivo) e realiza seus negócios jurídicos (ex: se você possui 3 residências e está habitando uma delas no momento e uma empresa de luz cria um processo em face dessa residência, este será o seu domicilio.), logo, você criará um vínculo jurídico com a empresa de luz, ou seja, você é domiciliado naquele lugar que a empresa processou. Você pode ter uma RESIDÊNCIA em Valença, outra em Paty, outra em Miguel Pereira, e morar em Valença. Se a empresa mandar uma cobrança/processo para Paty, a residência de lá será o seu domicílio, pois o vínculo jurídico está entre a empresa de luz e a casa de Paty. Valença e Miguel continuarão sendo suas residências. O DOMÍCILIO É A RESIDÊNCIA, ou seja, onde a pessoa tem intenção de permanecer ( RESIDÊNCIA ↳ Conceito: Lugar onde a pessoa se fixa. ↳ É o local onde a pessoa estabelece sua habitação normal de forma estável, mesmo que sua permanência seja relacionada a períodos do mês ou da semana, há residência no local onde a pessoa permanece, geralmente em virtude de alguma atividade ou algum vínculo que a liga ao lugar, como por exemplo, um imóvel alugado ou de sua propriedade que utiliza para passar finais de semana e férias. Trata-se de uma relação de maior estabilidade que a mera morada, trata-se de uma morada com estabilidade. Sem residência NÃO EXISTE domicílio. Observações: a)Pessoas com várias residências onde alternativamente vivam ou com vários centros de ocupação habitual: domicílio é qualquer um deles; b)Pessoas sem residência habitual, nem ponto central de negócios (Ex.: circenses) domicílio é o lugar onde for encontrado ( PLURALIDADE DE DOMICÍLIO? ↳Se a pessoa natural tiver diversas residências, onde alternadamente, viva, considera-se seu domicilio qualquer uma delas. ( IMPORTANCIA DO DOMICÍLIO ↳ É de interesse do próprio Estado que o indivíduo permaneça em determinado local no qual possa ser encontrado, para que assim seja possível se estabelecer uma fiscalização quanto as suas obrigações fiscais, políticas, militares e policiais. No campo do Direito Internacional Privado, é o domicílio, na maioria das legislações que irá solucionar a questão sobre a qual lei deve ser aplicada ao caso concreto. O domicílio, tem especial importância para a determinação da lei aplicável a cada situação, para a determinação do lugar onde se devem celebrar negócios e atos da pessoa e, onde ela deve exercer direitos, propor ação judicial e responder pelas obrigações. ( TIPOS DE DOMICÍLIO 1) Domicílio da pessoa natural ↳ ART. 70, Código Civil ↳a) O local em que estabelece a sua residência com ânimo definitivo; ↳b) O local em que pratica a sua atividade profissional. 2) Domicílio da pessoa jurídica ↳ As pessoas jurídicas reputam-se domiciliadas no local onde funciona sua administração. Assim dispõe o (Art. 78, CC). ↳ No que se refere as pessoas jurídicas de direito público, temos a União cujo domicílio é o Distrito Federal, os Estados e Territórios, nas respectivas capitais e os municípios no local onde funcionar a administração municipal. As demais pessoas jurídicas são domiciliadas no local onde funcionarem as respectivas diretorias ou administração. ↳ Se a pessoa tiver várias sucursais (casa ou estabelecimento comercial ou financeiro dependente da matriz; filial), cada qual será considerada domicílio para os atos ali praticados. Assim, por exemplo, os bancos possuem vários domicílios, pois cada agencia é considerada um domicílio. ↳ Para fixar: Domicílio da pessoa jurídica é a sede jurídica da pessoa. É o local onde ela se presume presente para efeitos de direito, onde pratica habitualmente seus atos e negócios jurídicos, onde responde por suas obrigações. >>> O domicílio da União é o DF (art. 75, I – CC); dos Estados e Territórios, as respectivas capitais (art. 75, II – CC); e do Município, o lugar onde funcione a administração municipal (art. 75, III – CC);. >>> O das demais pessoas jurídicas, é o lugar onde funcionarem as respectivas diretorias e administrações, ou onde elegerem domicílio especial no seu estatuto ou atos constitutivos (art. 75, IV – CC). >>> Tendo a pessoa jurídica, diversos estabelecimentos em lugares diferentes, cada um deles será considerado domicílio para os atos nele praticados (art. 75, § 1º - CC) >>> Se a administração ou a diretoria tiver sede no estrangeiro, haver-se-á por domicílio da pessoa jurídica, no tocante as obrigações contraídas por cada uma de suas agências, o lugar do estabelecimento no Brasil a que ela corresponder (art. 75, § 2º - CC). 3) Domicílio Voluntário ↳ Que decorre da escolha de seu titular, o qual estabelece residência com animo definitivo, por vontade própria. ( Art 74 – CC = Muda-se o domicílio, transferindo a residência, com a intenção manifesta de mudar. Parágrafo único: A prova da intenção resultará do que declarar a pessoa às municipalidades dos lugares, que deixa, e para onde vai, ou, se tais declarações não fizer, da própria mudança, com as circunstâncias que a acompanharem. 4) Domicílio Legal ou Necessário É aquele imposto pela norma jurídica, ou seja, aquele que decorre da lei. Há várias hipóteses de domicílios legais. Que são: >>> Domicílio Dos Incapazes O domicílio dos incapazes é o mesmo domicílio de seus representantes e assistentes legais. Assim por exemplo, o menor tem domicílio no local onde seus pais são domiciliados; o domicílio do pupilo é o domicílio de sue tutor e etc... >>> Domicílios Dos Funcionários Públicos Os funcionários públicos reputam-se domiciliados no local onde exercem suas funções efetivas. Assim, se o sujeito é funcionário publico municipal em Niterói, e reside no Rio de Janeiro com ânimo definitivo, ele tem seu domicílio voluntário no Rio de Janeiro e seu domicílio legal em Niterói. >>> Domicílio do Militar na Ativa O militar na ativa reputa-se domiciliado no local onde estiver servindo, sendo que, sendo que se o militar for da Marinha ou da Aeronáutica, seu domicílio será a sede do comando a que se encontra imediatamente subordinado. (Art. 76, § único, CC). >>> Domicílio Dos Oficiais e Tripulantes da Marinha Mercante Tem o domicílio onde o navio tiver matriculado. >>> Domicílio do Preso O preso considera-se domiciliado no lugar onde cumpre sentença. 5) Domicílios Especiais Os domicílios especiais, que seriam o domicílio eleitoral e o domicílio contratual. O domicílio eleitoral é o local onde a pessoa deverá exercer seus direitos e cumprir seus deveres como cidadão. O domicílio contratual é o local indicado para o cumprimento das obrigações assumidas no contrato que o elege, (Art. 78, CC). � (MODOS DE EXTINSÃO DA PESSOA 1) MORTE REAL - É a designada no artigo 6º do Código Civil; - Prova da morte real: a) atestado de óbito; b) ação declaratória de morte presumida, sem decretação de ausência (artigo7º, CC); c) justificação de óbito – artigo 88 da Lei de Registros Públicos (Lei 6.015/73) – quando há certeza da morte em alguma catástrofe, não sendo encontrado o corpo do falecido. -Diagnóstico da morte: Artigo 3º, da Lei 9.434/97 – paralisação da atividade de encefálica. Obs.: É necessário laudo médico que confirme a morte. Este laudo médico é necessário para a elaboração do atestado de óbito. O atestado de óbito deve ser registrado no Cartório de Registro Civil das Pessoas Naturais, conforme exigência do artigo 9º, I do Código Civil. 2) MORTE SIMULTÂNEA OU COMORIÊNCIA - É a prevista no artigo 8º, do Código Civil: “Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar se algum dos comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão simultaneamente mortos”. - O artigo em análise refere-se ao momento da morte e, não ao lugar. - Portanto, o comando em questão não exige que a morte tenha ocorrido no mesmo local, mas ao mesmo tempo. - A regra é pertinente quando os falecidos forem pessoas da mesma família e, com direitos sucessórios entre si. - A comoriência, ou seja, a ocorrência de mortes simultâneas trata-se de presunção relativa que pode ser afastada por laudo médico ou outra prova efetiva e precisa do momento da morte real. Em caso de dúvidas, prevalece a presunção legal do artigo 8º, CC. 3) MORTE PRESUMIDA ↳ Pode ser com ou sem declaração de ausência. 3.1) MORTE PRESUMIDA SEM DECRETAÇÃO DE AUSÊNCIA - Artigo 7º, CC: “Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência”. (caput) - Hipóteses nas quais há a declaração da morte presumida sem decretação de ausência: I- se for extremamente provável, a morte de quem estava em perigo de guerra; II- se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o término da guerra. Obs.: A declaração de morte somente será possível depois de esgotados todos os meios de buscas e averiguações do corpo da pessoa, devendo constar da sentença a data provável da morte da pessoa natural. Nelson Nery Jr. Entende que esse dispositivo equivale ao artigo 88 da Lei de Registros Públicos (Lei 6.015/1973), que já tratava da morte por justificação. 3.2) MORTE PRESUMIDA COM DECRETAÇÃO DE AUSÊNCIA ↳ AUSENTE: é a pessoa que desaparece de seu domicílio sem dar notícia de seu paradeiro e sem deixar um representante ou procurador para administrar-lhe os bens. Artigo 22, CC. ↳ Artigo 22 do Código Civil: “Desaparecendo uma pessoa do seu domicílio sem dela haver notícia, se não houver deixado representante ou procurador a quem caiba administrar-lhe os bens, o juiz, a requerimento de qualquer interessado ou do Ministério Público, declarará a ausência, e nomear-lhe-á curador”. ↳Artigo 23 do Código Civil: “Também se declarará a ausência, e se nomeará curador, quando o ausente deixar mandatário que não queira ou não possa exercer ou continuar o mandato, ou se os seus poderes forem insuficientes”. ↳ Fases da decretação de ausência: I) Curadoria do ausente – objetiva-se preservar os bens deixados pelo ausente, para a hipótese de seu eventual retorno. II) Sucessão provisória – nesta fase o legislador passou a preocupar-se com os interesses dos sucessores do ausente. III) Sucessão definitiva - só é permitida após um longo período de ausência. Obs.: A curadoria do ausente fica restrita aos bens, não produzindo efeitos de ordem pessoal
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