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Direito das coisas-Direitos reais

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DIREITO CIVIL 
 Direito das Coisas/Direitos Reais 
 
 “O conhecimento quando compartilhado é muito melhor, pois, todos são 
beneficiados com novas formas de enxergar o mundo” 
 
 www.direitoesquematizado.com 
 
 
 
 
2 
DIREITO CIVIL 
 
Na Parte Geral estudamos: 
 Pessoa 
 Bem 
 Atos Jurídicos 
o Atos Jurídicos “lato sensu” 
o Aquisição e Extinção 
o Negócios jurídicos 
 Ato ilícito 
 Contratos 
 
No Direito das Obrigações nós estudamos a obrigação entre as pessoas 
No Direito Contratual ou Contratos em espécie nós estudamos o vínculo das obrigações estipuladas entre 
pessoas 
No Direito das Coisas ou Direito Real nós iremos estudar o vínculo entre pessoa e objeto 
 
 
Direitos das Coisas ou Direitos Reais 
TEORIAS 
Teorias que explicam os Direitos Reais em que quebram os paradigmas que existem o sujeito ativo e o sujeito 
passivo: 
 Teoria Realista – Para esta teoria o Direito Real possui como elementos essenciais sujeito ativo, a 
coisa e a inflexão do sujeito sobre a coisa. É portanto um poder absoluto 
Entende que a natureza jurídica do direito real corresponde a inflexão somente do homem com a 
coisa, não existiria para ela sujeito passivo 
Essa teoria é mais aceita pelo nosso ordenamento jurídico 
 
 Teoria Personalista – Para esta teoria a relação criada pelo Direito Real possui como elementos 
essenciais o sujeito ativo, a coisa e o sujeito passivo seria todas as demais pessoas 
 
 
 
 
3 
PRINCÍPIOS 
Princípios que caracterizam os Direito Reais: 
1) Princípio do Absolutismo – O Direito Real é oponível erga omnes (em face de todos), enquanto que o 
Direito Pessoal é oponível a um sujeito passível determinado (o devedor). Eles podem ser evocados 
contra qualquer pessoa 
2) Princípio da Publicidade – Os Direitos Reais somente se adquirem após o registro no Registro de 
Imóveis, se se tratar de coisa imóvel e com a tradição, se se tratar de coisa móvel 
3) Princípio da Tipicidade – Os Direito Reais são números clausus, ou seja, somente aqueles que a Lei 
especificar. Ao contrário dos Direitos Pessoais, onde prevalece a autonomia da vontade. Portanto 
Direitos Reais são somente aqueles que a Lei especificar (art. 1225 do CC) 
4) Princípio da Sequela – Prerrogativa de obter, perseguir a coisa em poder de quem quer que ela esteja. 
O detendo do Direito Real tem o direito de perseguir a coisa aonde quer que ela esteja e com quem ela 
esteja 
5) Princípio da Especialidade – O objeto do Direito Real é sempre determinado, ex. Comprar de uma 
safra futura; enquanto que o do Direito Pessoal pode ser determinável 
6) Princípio da Atualidade – O Direito Real exige a existência atual da coisa, enquanto que o Direito 
Pessoal é compatível com a futuridade, Ex. o meu cachorro morreu, logo não é mais meu 
7) Princípio da Exclusividade – Não podem existir dois Direitos Reais contraditórios sobre a mesma 
coisa 
8) Usucapião – Alguns Direitos Reais adquirem-se pela usucapião, já os Direitos de Créditos extinguem-se 
pela prescrição extintiva. Ex.: A propriedade não se perde pelo não uso, mas sim por outra pessoa 
estar usando-a algum tempo 
9) Princípio da Preferência – Os Direitos Reais gozam de preferência no rateio (divisão) entre dois 
credores diversos de um mesmo devedor 
10) Posse – Os Direitos Reais são passíveis de posse, ao contrário dos Direitos Pessoais 
 
 
CLASSIFICAÇÃO DOS DIREITOS REAIS 
1. Direitos Reais sobre coisa própria (a propriedade): É o Direito Real pleno, é mais completo 
2. Direitos Reais sobre coisa alheia: Subdividem em: 
a) Direitos Reais sobre coisa alheia de fruição: Usufruto, uso, habitação, servidões, a 
concessão especial para fins de moradia; Vincula uma pessoa a uma coisa, mas esta coisa 
está em garantia de algo 
b) Direito Reais sobre coisa alheia de garantia: Penhor, hipoteca, anticrese, direito do 
promitente comprador de imóvel 
 
 
 
 
4 
DA POSSE 
Cronograma do estudo da Posse: 
 
Natureza Jurídica – Posse é um Fato ou Direito? 
É uma situação de fato que gera um direito, podemos dizer que é um Direito Especial que estuda dentro dos 
Direitos das Coisas mas não é um Direito Real 
Elementos constitutivos – “corpus” = apreensão física, contato material com a coisa, “animus” = intenção de 
ter a coisa como sua 
 
TEORIAS DE SAVIGNY E IHERING SOBRE A POSSE: 
 
 
A Teoria adotada pelo Código Civil foi a de IHERING – Arts. 1198 e 1208 CC 
Fato é uma transcrição linguística de um acontecimento 
Para Ihering é um Direito, para Savigny é um Fato. Como não está descrito no rol taxativo do 1225 CC, mas 
está inserido dentro dos direitos reais, a maioria da doutrina, a considera um fato que acarreta ou gera 
direitos, portanto, uma categoria jurídica própria, especial, “sui generis” 
É possível haver posse de direitos pessoais? 
 
TEORIAS TERMINOLOGIAS CLASSIFICAÇÃO 
AQUISIÇÃO EFEITOS TUTELA 
IHERING 
Teoria Objetiva 
Para haver posse basta a presençao 
do "corpus" + ausência de obstáculo 
legal para a aquisição da posse 
SAVIGNY 
Teoria Subjetiva 
Para que haja posse há a 
necessidade de estar presentes os 
elementos "corpus" (contato físico) 
+ "animus" (intenção de ter a coisa 
pra si, como proprietário) 
 
 
5 
TERMINOLOGIAS 
a) “Jus possidendi” (direito de possuir): é a faculdade de possuir com base em uma situação jurídica 
preexistente (Ex. proprietário, locatário, usufrutuário, etc.) 
b) “Jus possessionis”: é a faculdade de possuir com base na mera relação de fato, sem necessidade 
de título preexistente (Ex. aquele que cultiva terra abandonada sem relação jurídica ou título que lhe 
justifique a posse) 
 
CLASSIFICAÇÃO DA POSSE 
 Posse Justa e Posse Injusta (art. 1200 CC): Posse Justa é aquela não marcada pelos vícios da 
violência, clandestinidade e precariedade (“nec vi”, “nec clan”, “nec precário”), Posse Injusta é aquela em 
que estão presentes tais vícios. 
 Posse de Boa e Má-fé: Boa Fé tem aquele que ignora os vícios da posse (art. 1201 CC) ou os 
obstáculos para a aquisição da coisa, Má Fé tem aquele que conhece tais obstáculos, ou seja, que 
tem consciência da ilegitimidade do seu direito 
 Posse “ad interdicta” e “ad usucapionem”: Para a posse “ad interdicta” basta a demonstração dos 
elementos “corpus” e “animus”, ou “corpus” e ausência de impedimento legal para aquisição da 
posse. É a que se invoca para obtenção os interditos (ações possessórias). Para a posse “ad 
usucapionem” exige-se posse com requisitos especiais (tempo mínimo, “animus domini”, posse pacífica, 
etc.). É a que invoca para a obtenção da usucapião 
 Posse Direita e Posse Indireta (art. 1197 CC): Posse Direita ocorre quando todos os elementos da 
posse “corpus” e “animus” encontram-se reunidos na mesma pessoa; Posse Indireta ocorre quando há 
cessão dos poderes diretos fáticos sobre a coisa (sempre via relação jurídica). A divisão da posse é 
qualitativa 
Composse (art. 1199 CC): Em princípio, a posse de uma pessoa anula a de outra (exclusividade). Porém, 
por convenção ou título hereditário, pode-se instituir condomínio e, dessa forma, pode haver também a 
composse, uma vez que a posse é o sinal exterior da propriedade 
A composse não se fraciona em partes certas, mas tão somente em partes ideais. Assim, perante terceiros, 
cada um dos copossuidores procedem como se fossem um único e a todos são assegurados a utilização da 
coisa. A divisão da posse é quantitativa 
 
AQUISIÇÃO DA POSSE (Art. 1204/1205 CC) 
Seguindo a doutrina de Ihering, para verificar se alguém adquiriu a posse, basta contatar se ocorre uma 
situação de “corpus”, mais a ausência de obstáculo legal para aquisição da posse. Mas o Código, preferiu 
descriminaros modos de aquisição da posse como sendo: 
I. Modos de aquisição originária 
a. Apreensão: Por ato unilateral, sem qualquer ligação ou consentimento do possuidor anterior, ou 
seja, não há transmissão de posse anterior. (Ex. Peixes adquiridos pelo pescador) 
 
 
6 
b. Exercício do Direito: Objetivando a utilização ou função da coisa, ou seja, não basta a mera 
aptidão abstrata. A posse do direito se adquire pelo seu exercício 
c. Disposição do Direito: Quem dispõe de algo, exterioriza a sua posse (Ex. Dar em comodato de 
outrem, revela que a pessoa adquiriu a posse, posto que a desfrutava) 
II. Aquisição Derivada ou Bilateral 
Quando existe nexo de causalidade entre a posse anterior e a atual, pode ser: 
a. Por Tradição: Real (entrega efetiva da coisa) ou simbólica (Ex. entrega das chaves) 
b. Pelo Constituto Possessório: Onde o alienante conserva a coisa em seu poder, mas sob outro 
título (Ex. Vende o imóvel, mas continua na posse como inquilino) 
c. Por Sucessão Hereditária: Pelo qual o herdeiro recebe a posse automaticamente, no exato 
momento da morte do seu antecessor morto, mesmo que não haja apreensão (art. 1784 CC) 
OBS.: Na aquisição por “causa mortis” ou 
“sucessio possessionis” e a título universal, o 
possuidor recebe a posse com todos os réus, 
vícios e qualidades. O herdeiro simplesmente fica 
no lugar do morto 
OBS².: Na aquisição por ato “inter vivos” e a 
título singular (acessio possessionis) o adquirente 
recebe nova posse, podendo juntar ou não à do 
seu antecessor (art. 1207 CC) para efeito da 
usucapião, mas, neste caso, assume os riscos da 
posse anterior 
 
EFEITOS DA POSSE (art. 1210/1222 CC) 
a) Conduz a usucapião: pois essa decorre da posse prolongada, sendo assim a propriedade não é 
perdida pelo não uso, mas sim pelo uso, desta forma a posse prolongada conduz a usucapião 
b) Percepção dos frutos: Frutos são riquezas/utilidades que a coisa produz sem que haja alteração de 
sua substância (art. 95 CC); Podem ser: 
a. Naturais – São os que se renovam por força orgânica da própria natureza; Ex. Laranjas, peras, 
tomates, ovos, leite etc. 
b. Industriais – São os devidos à atuação do homem sobre a natureza como a produção de uma 
fábrica. Ex. Indústria, fábrica 
c. Civis – São as rendas provenientes da utilização de coisa frutífera, como juros e alugueis. 
Os frutos ainda podem ser: 
d. Pendentes – Quando ainda unidos à arvore que os produziu tanto pelos ramos quanto pelas 
raízes. Depois de colhidos denominam-se percebidos. Armazenados ou acondicionados para 
venda são estantes. Os que deveriam ter sido, mas ainda não foram colhidos, chamam-se 
percipiendos. Consumidos são os que já foram utilizados 
O possuidor de boa-fé tem direito, enquanto ela durar, aos frutos percebidos (art. 1214 CC), Com 
a citação inicial, a boa-fé transmuda-se para má-fé 
O art. 1214 CC impõe a restituição dos frutos pendentes, bem como dos colhidos por antecipação, 
a partir do instante que cessa a boa-fé. Contudo, permite-se o direito de deduzir as despesas 
da produção e custeio 
 
 
7 
Com relação ao momento da colheita dos frutos naturais, industriais e civis, segue-se a regra do 
art. 1215 CC 
Finalmente, no art. 1216 CC, dispõe que o possuidor de má-fé responde por todos os frutos 
percebidos e estantes, bem como os que, por culpa sua, deixou de perceber desde o 
momento em que constituiu a má-fé. Tem direito, contudo, às despesas de produção e 
custeio 
c) Presunção “juris tantum” de propriedade: Significa que admite prova em contrário, diferente de 
juris et juris, que não admite prova em contrário, sendo absoluta. Ex. Determinado objeto está na 
minha mão, presume-se que ele está sob a minha posse e também é de propriedade minha, 
entretanto esse objeto pode estar sob a minha posse, porém sendo de propriedade de outro, por isso 
a posse é juris tantum, admite prova em contrário 
 
TUTELA DA POSSE 
a) Autotutela (art. 1210 §1º CC) 
Só pode ser exercida pessoalmente e de forma proporcional à agressão. É a legítima defesa da posse 
enquanto estiver ocorrendo a turbação e o desforço imediato, quando o possuidor sofre esbulho e, já 
tendo perdido a posse, a retoma ainda no calor dos acontecimentos 
b) Ações possessórias (art. 1210 a 1229 CC c.c art. 920 a 933 CPC) 
São meios defensivos previstos na lei para resolver a situação originada do rompimento antijurídico da 
relação estabelecida pelo poder do homem sobre a coisa sem a necessidade de se debater sobre a 
propriedade 
 
Ações Possessórias em sentido estrito: 
 Reintegração de posse (art. 1210 CC c.c art. 926 CPC) – Visa Restaurar a posse desfeita pelo 
esbulho. O esbulhado perde a posse 
 Manutenção da posse (art. 1210 CC c.c art. 926 CPC) – Visa impedir o desapossamento que ainda 
não ocorreu, mas que já atos turbativos (dificulta ou embaraça o exercício) 
 Interdito Proibitório (art. 1210 CC c.c art. 932 CPC) – Tem caráter preventivo e visa impedir que o 
esbulho e a turbação comecem. Pode ser usado preceito cominatório 
 
Caráter dúplice das ações possessórias: Qualquer dos litigantes pode assumir a posição de autor ou réu. 
Portanto, é lícito ao réu, pleitear seu direito e reclamar perdas e danos na própria contestação (Art. 922 CPC) 
 
Princípio da Fungibilidade da ação possessória é o caso de não saber com qual modalidade de ação 
possessória entrar, sendo assim usa esse princípio para o Juiz irá adequar a modalidade será usada (art. 920 
CPC) 
 
 
 
 
 
8 
Ritos das Ações Possessórias 
Em princípio, seguem o rito ordinário. Se o esbulho datar de menos do que um ano e um dia, cabe liminar 
(ação de força nova) 
Se datar de mais de um ano e um dia não cabe liminar (ação de força velha). O prazo de ano e dia conta-se a 
partir da consumação do esbulho ou turbação (quando não há mais resistência do possuidor) 
Foro Competente: É o da situação do imóvel (art. 95 CPC). A jurisprudência tem entendido ser aplicável o 
foro de eleição no caso da reintegração de posse ser consequência da resolução do contrato 
 
 
Outras ações consideradas possessórias 
Tem natureza possessória para defender a posse 
a) Nunciação de obra nova (art. 934/940 CPC): Visa impedir (embargar) edificação ou obra no imóvel 
vizinho que cause prejuízo ou que estejam em desacordo com normas administrativas. O pedido, nesta 
ação versa sobre: 
1) Embargo liminar da obra 
2) Cumulação de cominação de pena em caso de descumprimento 
3) Cumulação com ação demolitória 
4) Perdas e danos 
b) Embargos de terceiro (art. 1046 a 1054 CPC): Se a ofensa à posse (turbação ou esbulho) decorrer ato 
judicial (penhora, arresto, etc.), o remédio adequado são os embargos de terceiro. 
Requisitos: 
1) Que o embargante seja o dono ou o possuidor da coisa 
2) Existência de processo judicial no qual o embargante não seja parte 
3) A concretização de turbação ou esbulho por ato judicial 
c) Imissão de posse: Embora sem previsão legal no Código Civil e Código de Processo Civil, é admitida 
no rito ordinário. Visa entregar a posse a quem nunca a teve, permitindo a quem adquiriu um bem e tem 
a posse jurídica ou de direito, passe a ter também a posse de fato 
 
QUESTÕES PARA FIXAÇÃO DA MATÉRIA 
1) Diferencie, em termos jurídicos coisa de bem 
2) Do que trata a disciplina dos Direitos Reais? 
3) Qual a natureza jurídica dos Direito Reais? 
4) Quais são as características dos Direitos Reais? Explique cada uma delas. 
5) Quais são os Direitos Reais sobre a coisa própria? Quais são os Direitos reais sobre coisa alheia? 
6) Defina posse, explicando os seus elementos constitutivos 
7) Quais são as teorias existentes acerca da posse? 
8) O que é posse de fâmula? 
9) Explique as expressões: “jus possidendi”e “jus possessionis”. 
10) Qual a natureza jurídica da posse? 
 
 
9 
11) Como se classifica a posse? Explique cada uma delas (Posse justa e injusta; Posse de boa ou má fé; 
Posse ad interdicta e posse ad usucapionem; Posse direta e indireta) 
12) O que vem a ser composse? É possível o fracionamento da posse em partes certas? 
13) Diferencie composse de posse direta e indireta 
14) Quais são os modos de aquisição originária da posse? 
15) Quais são as formas derivadas ou bilateral da posse? 
16) Quanto aos efeitos há alguma distinção entre a aquisição da posse por ato “inter vivos” e “causa 
mortis”? 
17) Quem pode adquirir a posse? 
18) Quais são as formas de perda da posse? 
19) Quais são os efeitos da posse? 
20) Explique a sistemática adotada pelo art. 1214 e 1216 do CC 
21) Quais são as forma de tutela da posse? 
22) Quais são as ações possessórias em sentido estrito? Explique-as. 
23) Cite outras ações consideradas, também, de natureza possessória, explicando-as. 
24) Diferencie a ação de força nova da ação de fora velha 
25) Qual o foro para as ações possessórias? 
26) Aponte o remédio possessório adequado para cada uma das situações abaixo: 
a. Ticio, sitiante é informado por seu vizinho Jeca que irá alterar a cerca divisória de suas 
propriedades. 
b. Ticio adquire um imóvel em um leilão da Caixa Econômica Federal. Após a formalização da 
compra, há a recusa de desocupação por parte do antigo adquirente que não honrou com as 
prestações. 
c. Por intermédio de um contrato de compromisso irretratável de compra e venda, Zito adquiriu 
um imóvel de Osmarina, em várias prestações. Referido contrato ainda não foi a registro 
porque somente após o pagamento da última prestação seria outorgada a escritura definitiva. 
Ocorre que, Josfodaldo, que é credor de Osmarina executa o seu crédito e a penhora recai 
sobre o referido imóvel. 
d. Os empregados da empresa Joia decidem em seu respectivo sindicato que entrarão em greve 
e farão manifestações na frente da empresa com o intuito de não permitir que outros 
empregados ali ingressem. 
e. Os funcionários da empresa Joia Ltda. invadem a empresa mas permitem que seus 
representantes legais e proprietários circulem pela fábrica 
f. Joaquim, sitiante, está com receio que o seu imóvel seja invadido, pois membros do 
movimento dos Sem-terra estão montando barracas próximo a linha divisória de seu terreno 
que e já houveram outras invasões nas redondezas 
27) Juca ocupa uma casa de veraneio julgando tratar-se de um imóvel abandonado. Zeca proprietário de 
tal imóvel ingressa com ação de reintegração de posse visando a retomada de seu imóvel, obtendo a 
respectiva liminar de reintegração. Juca foi citado de tal ação e sente-se prejudicado uma vez que no 
interior daquele imóvel há diversos bens de sua propriedade. Diante de tal situação, em sede de 
contestação, Juca poderá demandar as perdas e danos pretendidas? 
 
 
10 
PROPRIEDADE 
É o Direito que toda pessoa física ou jurídica tem, dentro dos limites normativos de usar, gozar e dispor de 
um bem, corpóreo ou incorpóreo, bem como de reivindicá-lo de quem quer que injustamente o detenha 
É o Direito Real MAIS AMPLO E DE MAIOR CONTEÚDO 
Art. 1228 CC 
 “O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de 
reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha” 
A noção de direito de propriedade tem sido modificada ao longo do tempo, antigamente o direito de 
propriedade era muito absoluto, ao passar dos anos o direito de propriedade foi relativizando. Podemos 
levar em consideração as Gerações do Direito, sendo que a 1ª geração garantia a propriedade absoluta ao 
indivíduo, na 2ª geração o Estado, para defesa da sociedade retirou a propriedade dos indivíduos, na 3ª 
geração viu-se que a humanidade é autodestrutiva, desta forma o direito de propriedade perdeu o caráter 
absoluto em prol do direito social 
 
ELEMENTOS CONSTITUTIVOS 
Jus utendi: É a prerrogativa de tirar do bem todos os serviços que ele pode prestar, sem que haja alteração 
em sua substância; Direito de Usar 
Jus fruendi: É o direito de perceber os frutos e de utilizar os produtos da coisa; Direito de Fruir 
Jus abutendi ou disponendi: É o direito de poder dispor da coisa ou o poder de aliená-la a título gratuito ou 
oneroso, abrangendo também o poder de consumi-la e o poder de gravá-la de ônus ou submetê-la ao serviço 
de outrem. Direito de Dispor 
Reinvidicatio: É o poder que tem o proprietário de mover ação para obter o bem de quem quer que 
injustamente o detenha; Direito de Reivindicar 
 
CARACTERÍSTICAS DA PROPRIEDADE 
a) Caráter absoluto: Devido à sua oponibilidade “erga omnes”, pelo fato de ser o mais completo dos 
direitos reais e de que o seu titular pode desfrutar do bem como quiser, sujeitando-se apenas às 
limitações legais impostas em razão do interesse público ou da coexistência do direito de propriedade 
de outros titulares (art. 1231 CC) 
b) Caráter exclusivo: Em razão do princípio de que uma coisa não pode pertencer com 
exclusividade e simultaneamente a duas ou mais pessoas. O Condomínio é a propriedade dividida 
em partes ideais, sendo assim o condomínio não exclui o caráter exclusivo 
 
 
11 
c) Caráter perpétuo: O domínio subsiste independentemente do exercício, enquanto não sobrevier 
causa extintiva legal ou oriunda da própria vontade do titular. O Direito de propriedade não se perde 
pelo não uso 
d) Caráter elástico: A propriedade pode ser distendida ou contraída no seu exercício, conforme se 
lhe adicionem ou subtraiam poderes destacáveis 
 
FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE – Art. 5º, XXIII CF, c.c art. 1228 §§ 1º e 2º CC 
Desloca-se o foco do individualismo e do absolutismo para consolidar o interesse social. 
A propriedade cumpre a sua função social quando respeita a riqueza do desenvolvimento social, ao meio 
ambiente e cumpre as legislações 
Valores perseguidos, além do interesse individual: 
 Coletividade 
 Meio Ambiente – Ecologicamente equilibrado 
o Fauna 
o Flora 
o Patrimônio Histórico 
o Água 
o Ar 
 Utilização da propriedade em prol do desenvolvimento da riqueza social 
 
ESPÉCIES DE PROPRIEDADE 
a) Quanto à Extensão do Direito do Titular 
1. Propriedade Plena: Quando todos os elementos constitutivos se acham reunidos na pessoa do 
proprietário. Art. 1231 CC 
2. Propriedade Restrita: Quando se desmembram um ou alguns dos seus poderes, que passam a 
ser de outrem. Ex.: Hipoteca, penhor 
b) Quanto a perpetuidade do domínio 
1. Propriedade Perpétua: É a que tem duração ilimitada 
2. Propriedade Resolúvel: É a que encontra no seu próprio título constitutivo uma razão de sua 
extinção, ou seja, as próprias partes estabelecem uma condição resolutiva, tem um prazo limitado 
para extinguir o domínio da propriedade 
SUJEITOS DA PROPRIEDADE – Qualquer pessoa física ou jurídica. Estrangeiro depende de autorização 
do INCRA para comprar imóvel rural acima de determinada dimensão (Lei 5709/71). Ascendente, não pode 
vender a descendentes sem autorização dos demais 
EXTENSÃO DA PROPRIEDADE – A propriedade se estende na vertical, tanto para o subsolo ou para o céu, 
na proporção da necessidade, até onde tenha interesse e utilidade 
 
 
12 
Entretanto os as jazidas e demais recursos minerais e potenciais de energia hidráulica NÃO pertencem 
ao proprietário, mas sim a UNIÃO 
O Código do ar proíbe construções que embaracem o tráfego aéreo 
AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE IMÓVEL – Somente se adquire com o Registro no Cartório de Registro 
de Imóveis (art. 1245 CC). A lei 6015/73 regulamenta o registro de imóveis 
Principais princípios que regem o registro de imóveis: 
a) Publicidade: Presume-se que oregistro torna 
conhecido todos os fatos nele constantes 
b) Inscrição: A transmissão e constituição de 
direitos reais sobre imóveis somente se dão 
com o registro. Antes é mero direito pessoal 
de crédito ou obrigação de fazer 
c) Fé Pública: Presume-se pertencer o direito 
real à pessoa cujo nome está o registro (art. 
1245, §1º CC) 
d) Da Prioridade: Em um concurso de direitos 
reais sobre imóveis, a classificação é feita por 
ordem cronológica do seu aparecimento. A 
prioridade se dá com a apresentação do título 
ao registrador e não com o registro 
e) Continuidade: Com relação a cada imóvel, 
deve haver uma cadeia de titularidades, sendo 
em regra vintenária (20 anos) 
 
AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE IMÓVEL PELA ACESSÃO (art. 1248/1257 CC) 
a) Formação de ilhas: Em rios navegáveis são públicas em rios não navegáveis são particulares. As 
particulares são atribuídas aos proprietários ribeirinhos na proporção de suas testadas (a distância da 
lateral do terreno até o meio do rio). Se estiver no meio do rio, a ilha pertencerá aos proprietários 
ribeirinhos a partir do eixo do rio. Se for formada a ilha pelo desdobramento de novo braço de rio, 
pertence aos proprietários dos terrenos às custas dos quais se formaram (art. 24 Código Águas). 
b) Aluvião: São acréscimos, os depósitos e os aterros naturais que o rio anexa vagarosamente às 
margens de modo sucessível e imperceptível. Pertence aos proprietários dos imóveis ribeirinhos, salvo 
se for águas públicas. 
c) Avulsão: É a desagregação violenta de uma porção de imóvel para se juntar a outro. No prazo de 
UM ANO o proprietário que sofre a avulsão pode reclamar do que recebeu a remoção da coisa ou 
indenização. 
d) Álveo abandonado: Álveo significa o leito do rio. Se for particular o rio, o direito dos proprietários 
ribeirinhos vai até o meio do eixo do rio, de acordo com suas testadas. 
e) Construção de obras ou plantações (art. 1253/1257 CC) 
 Presunção: Todas as construções/plantações foram feitas pelo proprietário 
1) Semeadura, plantação ou construção em terreno próprio com material alheio (art. 
1254 CC): Quem planou/construiu fica com o material, mas fica obrigado a pagar o 
respectivo valor. Se agiu de má-fé, responde, também por perdas e danos. 
2) Semeadura, plantação ou construção em terreno alheio com material próprio (art. 
1255 CC): Quem plantou/construiu, perde o material em proveito do proprietário do 
solo. Se procedeu de boa-fé, tem direito à indenização. 
 
 
13 
 EXCEÇÃO: Se o valor da construção ou plantação exceder consideravelmente o valor 
do terreno, aquele que plantou ou construiu de boa-fé, pode adquirir a propriedade do 
solo, mediante pagamento de indenização (judicialmente fixada, se não houver acordo 
– art. 1255, § único CC). 
 ATENÇÃO: Se houve má-fé de ambas as partes, o proprietário do terreno fica com as 
sementes/construções, mas indeniza o valor das acessões. 
 
f) Construção feita parcialmente em solo alheio (art. 1258/1259 CC) 
o Se a invasão for em parte não superior à 20ª parte do solo alheio, o construtor adquire a 
propriedade do solo invadido desde que: 
 Esteja de boa-fé 
 O valor da construção seja maior do que o valor da parte do solo invadido 
 Indenize o proprietário do solo pelo valor da área invadida e pela desvalorização da área 
remanescente 
o Se a área invadida não for superior à 20ª parte (5%) do solo alheio e o construtor agiu de má-
fé, terá de demolir o que construiu. Se não for possível a demolição o que construiu (Ex. 
comprometer a estrutura do prédio, o construtor (de má-fé) terá direito de adquirir a parte invadida 
desde que pague o valor equivalente a 10 vezes o valor que deveria pagar se estivesse de boa-fé. 
o Se a área invadida for superior a 20ª parte (5%) do solo invadido, o invasor de boa-fé terá 
direito de adquirir a propriedade do solo invadido desde que pague indenização que englobe: 
 Valor que a invasão acrescer à construção 
 Valor da área invadida 
 Valor correspondente à desvalorização da área invadida. 
o Se, a invasão for de área superior à 20ª parte (5%) da área invadida e o invasor agiu de má-
fé, não se confere o direito de aquisição do solo invadido, devendo o invasor demolir o que 
construiu no solo alheio, além de pagar em dobro as perdas e danos que foram apuradas. 
 
AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE IMÓVEL PELA USUCAPIÃO 
É também denominada de prescrição aquisitiva porque concorrem para a aquisição da propriedade, a inércia 
do titular e o tempo de posse 
Considerações gerais: 
a) Requisitos pessoais: O usucapiente deve ser pessoa (natural) capaz, incapazes devem ser 
representados. Relativamente incapazes podem por ato próprio adquirir a posse e mantê-la pelo tempo 
necessário à usucapião 
 Já, se o proprietário for incapaz, o prazo não flui em seu desfavor. Se o prazo para usucapião já 
se iniciou, ficará suspenso até que o proprietário complete 16 anos. (Art. 198, I e 1244 CC) 
 Pessoa jurídica só pode adquirir por usucapião se exercer a posse e a modalidade da usucapião 
pretendida não exija como requisito a moradia 
 Pessoa jurídica pode ser ré 
 
 
14 
 Bens públicos não podem ser usucapidos (Art. 120 CC e art. 191 § único CF) 
É possível que no condomínio comum haja usucapião, pedindo a parte fracionada dos outros 
condôminos, entretanto no condomínio edilício não é possível 
 
b) Requisitos reais 
 Coisa Hábil (“res habilis”) e no comércio (“rescommercio”) – Só é possível pedir usucapião de 
Bens móveis e imóveis. Ex.: Não é possível usucapir o ar 
OBS.: Não comportam usucapião bem de absolutamente incapazes e os bens nas situações dos 
arts. 197 e 198 CC 
BENS PÚBLICOS NÃO PODEM SER USUCAPIDOS 
Ex.: No caso de uma pessoa estar morando em uma casa há dois anos, e a proprietária do imóvel 
falece, passando a propriedade para um herdeiro absolutamente incapaz, o prazo de contagem 
para a usucapião suspende, e somente irá voltar quando completar 16 anos, tornando-se 
relativamente incapaz 
 
c) Requisitos formais: Posse e tempo são os elementos essenciais para a Usucapião 
 A posse deve ser mansa, pacífica, contínua e com ânimo de proprietário “animus domini”. 
Contínua é a que não sofreu interrupção, transcorrendo no tempo, sem intervalo. 
Posse mansa, pacífica e tranquila é aquela da qual não houve, por parte do proprietário qualquer 
contestação 
Justo título é aquele potencialmente hábil para a transferência de domínio. A doutrina tradicional 
exige o registro. A jurisprudência moderna o dispensa 
Boa fé é a crença do possuidor de que a coisa realmente lhe pertença 
 
Modalidades de adquirir Coisa Imóvel por Usucapião: 
 
 
 
15 
USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIA - Art. 1238 
É a modalidade de Usucapião que exige menos requisitos para a sua concessão, pois é também a que exige 
mais prazo. Há duas modalidades de usucapião extraordinária: 
 
1ª MODALIDADE (CAPUT) 
Requisitos: 
 
 
2ª MODALIDADE (PARÁGRAFO ÚNICO) 
Requisitos: 
 
 
OBS.: Estas 2 modalidades de usucapião independem de boa-fé e de título 
OBS.²: Observe que quanto mais tempo menos requisitos são exigidos 
 
USUCAPIÃO ORDINÁRIA (Art. 1242 CC) 
 
Requisitos: 
 
OBS.: O PRAZO SERÁ DE 5 ANOS: 
 No caso de ter adquirido com base no registro constante no respectivo cartório e ter cancelado 
posteriormente, e 
 Os possuidores estiverem estabelecidos no imóvel (morando) ou tiver realizado investimento de 
interesse social e econômico 
ANIMUS DOMINI 
POSSE PÚBLICA 
POSSE MANSA, PACÍFICA e CONTÍNUA 
15 ANOS 
ANIMUS DOMINI 
POSSE PÚBLICA 
POSSE MANSA, PACÍFICA e CONTÍNUA 
10 ANOS 
Usucapiente residir no imóvel ou nele fizer obras (melhorias de caráter produtivo, ex.: 
Loja)ANIMUS DOMINI 
POSSE PÚBLICA 
POSSE MANSA, PACÍFICA e CONTÍNUA 
10 ANOS 
JUSTO TÍTULO E BOA-FÉ 
 
 
16 
Relembrando: 
Justo título: Traduz-se em documento em que o possuidor acredite que a coisa lhe pertence, mas, na 
realidade, é portador de um documento viciado, cujo defeito o impede de adquirir legitimamente a coisa. 
A boa-fé é a decorrência do fato do possuidor desconhecer que prejudica o direito alheio. Impõe como 
expressão de um estado psicológico, subjetivo, no qual o possuidor ignora a ilegitimidade de sua situação 
jurídica 
 
USUCAPIÃO ESPECIAL RURAL (PRO LABORE) – (art. 191 CF c.c 1239 CC) 
Veio pela CF como uma parte política de reforma agrária. 
Requisitos: SÓ VALE PARA PESSOA FÍSICA 
 
 
 
OBS.: Observe que para essa modalidade NÃO é exigido justo título e nem boa-fé 
OBS.²: Caso o possuidor tenha posse de uma área de 90 HECTARES, ele poderá entrar com Usucapião 
Especial Rural apenas sob 50 hectares desta área, e posteriormente entrar com uma outra ação, que não 
seja Usucapião Especial Rural, para adquirir o restante da área 
 
USUCAPIÃO ESPECIAL URBANA 
(Art. 183 CF, art. 1240 CC e arts. 9 a 14 da Lei 10.257/2001 (Estatuto da Cidade)) 
Essa modalidade de usucapião tem a ideia das pessoas carentes ter moradia 
Requisitos: 
 
ANIMUS DOMINI 
POSSE MANSA, PACÍFICA e CONTÍNUA 
05 ANOS 
ÁREA EM ZONA RURAL NAO SUPERIOR A 50 HECTARES 
MORADIA DO POSSUIDOR E SUA FAMÍLIA, TORNANDO A ÁREA PRODUTIVA 
NAO SER PROPRIETÁRIO DE OUTRO IMÓVEL URBANO OU RURAL 
ANIMUS DOMINI 
POSSE MANSA, PACÍFICA, CONTÍNUA e PÚBLICA 
05 ANOS 
ÁREA URBANA NAO SUPERIOR A 250M² 
MORADIA DO POSSUIDOR E SUA FAMÍLIA 
NAO SER PROPRIETÁRIO DE OUTRO IMÓVEL URBANO OU RURAL 
SÓ PODE SER REQUERIDO UMA VEZ 
 
 
17 
USUCAPIÃO ESPECIAL URBANA COLETIVA (Art. 10 da Lei 10.257/2001) 
Requisitos: Os mesmos exigidos para a usucapião especial urbana mais: 
 
 
 
OBS.: Cria-se uma espécie de condomínio especial coletivo 
Na sentença que a reconhecer, o Juiz deve designar as frações ideais de cada um dos copossuidores 
O condomínio assim formado é uno e indivisível, mas os copossuidores (condôminos) podem dissolvê-lo 
mediante deliberação de, pelo menos, 2/3 dos condôminos 
As duas espécies de usucapião especial urbanas podem ser alegadas em matéria de ação ou de defesa 
(exceção) 
 
Questões importantes 
A sentença de matéria de defesa da usucapião especial de imóvel urbano irá valer para reconhecer como 
título para registro no cartório de registro de imóvel. Sendo assim a Lei se omite e não prevê isso, no qual traz 
um problema, pois o processo da declaração de usucapião deve ter o croqui da área, a citação dos 
confrontantes, e outros requisitos essenciais, no qual na defesa da ação de usucapião especial de imóvel não 
é necessário esses requisitos (art.13 da Lei 10.257/01) 
A área de 250 m² pode ser tanto de terreno quanto de construção, entretanto se o terreno for de 300 m² e a 
construção de 250 m², não será possível a usucapião especial urbana 
Para a usucapião especial não é possível pedir uma fração de 250 m² do terreno, e deixar de lado a outra 
parte 
ANIMUS DOMINI 
POSSE MANSA, PACÍFICA, CONTÍNUA e PÚBLICA 
05 ANOS 
ÁREA URBANA SUPERIOR A 250M² 
MORADIA DO POSSUIDOR E SUA FAMÍLIA 
NAO SER PROPRIETÁRIO DE OUTRO IMÓVEL URBANO OU RURAL 
SÓ PODE SER REQUERIDO UMA VEZ 
Ocupação para moradia por população de baixa renda – Exige uma aglomeração 
de ocupantes 
Não ser possível individualizar a área ocupada por cada um 
Não serem os copossuidores proprietários de outro imóvel urbano ou rural 
 
 
18 
Outra questão que pode entrar em conflito com a Lei do Estatuto da Cidade é no caso de usucapião especial 
urbana coletiva, sendo que em uma determinada área ocupam 20 pessoas, mas se dividir a área total do 
terreno pela quantidade de pessoas, a porção ideal para cada um ultrapassa de 250 m², porém cada um 
ocupa somente 250 m², tendo uma parte vazia. Neste caso deve ser observado isso para que possa ser 
possível a usucapião 
 
AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE MÓVEL 
Modos de adquirir a propriedade móvel: Usucapião, Ocupação, Achado do Tesouro, Tradição, 
Especificação, Confusão, Comistão e Adjunção 
 
USUCAPIÃO 
 
USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIA (art. 1261 CC) 
Requisitos: 
1) Posse “cum animus domini” 
2) Mansa, contínua e pacífica 
3) 5 anos 
 
USUCAPIÃO ORDINÁRIA (art. 1260 CC) 
Requisitos: 
1) Posse “cum animus domini” 
2) Mansa, contínua e pacífica 
3) 3 anos 
4) Justo título (expresso em qualquer documento que indique a transmissão da posse, mas que não seja 
idôneo para transferir a propriedade 
5) Boa-fé, representada pela convicção de que a possui legitimamente, embora isso não corresponda a 
verdade 
 
OCUPAÇÃO 
É uma modalidade de aquisição da propriedade móvel por quem tomar posse, apreender coisa sem dono, 
com o objetivo de torna-la sua 
Pressupostos para que a coisa seja considerada abandonada: 
a) Pressuposto objetivo ou derreição, que se evidencia pelo abandono material da coisa 
b) Pressuposto subjetivo, traduzido na vontade de não se ter mais a coisa como sua 
 
 
19 
É considerada forma de aquisição originária da propriedade pois não há transmissão de um proprietário a 
outro. 
Apreensão da “res nullius”, é outra modalidade de aquisição, pois não tem proprietário, ex.: pegar peixe em 
um rio. (coisa que nunca teve dono) 
Apreensão da “res derelicta” teve dono mas foi abandonada, o dono quis abandonar a matéria, teve a 
intenção; essas duas modalidades são passíveis de ocupação. 
 
 
Questões para fixar melhor a matéria: 
1) Tício adquiriu uma geladeira de Mévio que lhe forneceu um recibo pelo pagamento em 16 de abril de 
2011. Ocorre que na data de hoje, 15 de abril de 2014, Joaquim, procura Tício provando ser o 
proprietário da geladeira e a exigindo de volta. Na hipótese apresentada é possível a alegação de 
usucapião? Fundamente. 
Resposta: Não será possível usucapir, pois em se tratando de usucapião de propriedade móvel 
requisita-se no mínimo 3 anos de posse mansa, pacífica e contínua com justo título, boa-fé e animus 
domini, sendo que neste caso falta 1 dia para a aquisição da propriedade móvel. 
2) Cardoso, consta como titular de uma linha telefônica desde 1980. Ocorre que o mesmo faleceu em 
1992, sendo a respectiva linha utilizada desde então por Maria, e não possui nenhum tipo de vínculo 
de parentesco com o “de cujus”. Desejando a titularidade do uso da linha telefônica em comento 
indique a melhor solução para o caso apresentado. 
Resposta: A linha telefônica pode ser adquirida por usucapião conforme a Súmula 193 do STJ, sendo 
que neste caso há posse mansa, pacífica e contínua, com animus domini e há mais de 5 anos. 
3) Zeca deixou sua motocicleta para reparos mecânicos em 31 de março de 2009. O conserto ficou 
pronto em 17 de abril daquele mesmo ano, quando então o proprietário foi comunicado do términos 
dos serviços para que o proprietário viesse buscar. Tendo-se em vista que até a presente data não 
houve a retirada do veículo em questão, o proprietário da oficina pretende ficar com a moto para si e, 
deste modo, indaga-se: A intenção do mecânico encontra amparo jurídico? Fundamente. 
Resposta: Abandono é uma forma de perda de propriedade que pode gerar usucapião, entretanto 
neste caso não foram preenchidos todos os requisitos para a usucapião extraordinária de coisa móvel, 
pois faltam 2 dias para dar 5 anos de posse com animus domini, mansa, contínua e pacífica. 
4) José adquiriu um veículo de Antônio em 31/03/2000 sem que houvesse, naquela ocasião, efetuada a 
devida regularização do mesmo nos órgãos competentes. Na data de hoje, 15/04/2014, José teve o 
pedido deregistro do automóvel recusado, porque no registro de transferência não houve o 
reconhecimento da firma do proprietário anterior, o qual, inclusive está desaparecido. Na qualidade de 
advogado de José qual seria a medida jurídica recomendada? 
 
 
 
 
20 
ACHADO DE TESOURO 
Tesouro: Depósito antigo de coisas preciosas, oculto, sem dono conhecido. 
Os objetivos, assim encontrados, pertencerão: 
a) Ao proprietário do prédio, se for achado por ele ou em pesquisa que ele ordenou ou por terceiro não 
autorizado (se invadir o terreno proibido de um proprietário, o tesouro achado será somente do 
proprietário do terreno) 
b) Ao proprietário do prédio e a terceiro que tenha encontrado casualmente, dividindo-o em partes iguais 
Se for possível identificar o dono, não será considerado tesouro 
 
TRADIÇÃO 
É a entrega da coisa móvel pelo transmitente ao adquirente com a intenção de lhe transferir o domínio 
Modalidades de tradição: 
a) Real – Entrega efetiva da coisa (antes = direito obrigacional/pessoal) 
b) Simbólica – Se perfaz por um ato representativo da alienação (ex.: Entrega das chaves de um 
veículo) 
c) Ficta – Na hipótese de constituto possessório (O alienante conserva a coisa em seu poder, mas sob 
título de outra pessoa) 
Circunstâncias que levam à tradição 
a) Quando o transmitente cede ao adquirente o direito à restituição da coisa 
b) Quando o adquirente já está na posse da coisa 
Tradição por quem não é dono da coisa: regra geral não transfere a propriedade 
Exceções: Coisa oferecida em público em leilão ou estabelecimento comerciais. “Teoria da Aparência” 
A transferência por quem não é dono pode ser convalidada se o alienante adquirir depois a propriedade da 
coisa entregue 
 
ESPECIFICAÇÃO 
Modo de adquirir a propriedade mediante transformação de coisa móvel em espécie nova em virtude de 
trabalho ou indústria do especificador, sem que possa voltar a forma anterior 
Matéria prima parte alheia: O especificador fica com a coisa nova, mas indeniza o proprietário da matéria 
prima o equivalente a sua parte 
Matéria prima toda alheia: Se boa-fé do especificador, fica com a coisa nova indenizando o dono da matéria 
prima; Se má-fé do especificador, a coisa nova fica para o dono da matéria prima. Se não quiser a coisa 
nova, tem direito à indenização 
 
 
21 
Todavia, se o valor da coisa nova exceder consideravelmente o valor da matéria prima, o 
especificador fica com a coisa nova, mas indeniza o dono da matéria prima 
 
CONFUSÃO, COMISTÃO E ADJUNÇÃO 
Confusão – Mistura de líquidos 
Comistão – Mistura de sólidos 
Adjunção – Justaposição de uma coisa à outra 
Se não for possível separá-las, forma-se um condomínio com quotas proporcionais ao valor da coisa que 
agregou ao todo 
OBS.: Se puder considerar uma das coisas como principal em função do valor, o dono dessa coisa, fica com 
o todo indenizando os demais 
Se má-fé abre-se a opção do prejudicado: Ficar com o todo, indenizando; Renunciar o todo com direito à 
indenização 
 
PERDA DA PROPRIEDADE 
 
FORMAIS (exemplificativamente) 
1) Alienação: consiste na entrega, por ato de vontade do titular, a título gratuito ou oneroso de coisa de 
sua propriedade com intenção de não mais perpetrar 
No caso de bem imóvel, se perfaz com o registro do título translativo no Registro de Imóvel 
2) Renúncia: Consiste num ato unilateral voluntário e expresso abdicativo de direito, onde o titular declara 
expressamente, o propósito de despojar-se do seu direito 
Se se tratar de coisa móvel, não se exige formalidades, basta deixar clara a intenção de não desejar 
mais a propriedade. No caso de imóveis exige a transcrição do ato renunciativo no registro de Imóveis. 
OBS.: O antigo CC considera o direito à sucessão aberta como bem imóvel, para efeitos legais. Assim a 
renúncia de direito sucessoriais só é possível por escritura pública ou petição nos autos do inventário 
3) Abandono: É assim como a renúncia, ato unilateral e voluntário abdicativo do direito de propriedade. 
No que se refere a bem móvel é praticamente impossível fazer distinção entre a renúncia e o abandono, 
posto que ambos se expressam da mesma forma 
Já no que diz respeito à imóveis, o art. 1276 CC, prevê a possibilidade de ser considerado bem, após 3 
anos se o proprietário não mais manifestar intenção de mantê-lo sob sua propriedade e não estiver na 
posse de alguém 
OBS.: O §2º do artigo 1276 CC, prevê uma presunção absoluta de abandono, se, cessado os atos de 
posse, o proprietário deixar de pagar os impostos sobre a propriedade. 
Neste caso, se declarado (via judicial) como bem vago, o imóvel urbano passa a ser propriedade do 
município e se imóvel rural, para a União, independentemente de sua localidade 
 
 
22 
4) Perecimento do objeto 
5) Desapropriação 
6) Arrematação 
7) Adjudicação 
8) Usucapião 
9) Acessão 
 
DIREITOS DE PROPRIEDADE – DIREITO DE VIZINHANÇA 
Do uso anormal da propriedade 
Alguns critérios para a composição do conflito: 
a) A pré-ocupação – Quem ocupou primeiro o lugar tem preferência 
b) A natureza da ocupação 
c) A localização do prédio 
d) As normas relativas às edificações 
e) Limites da tolerância dos vizinhos com base no homem médio – Nem o mais intolerante e nem o mais 
tolerante 
Os três valores a serem preservados: 
a) Segurança 
b) Sossego 
c) Saúde 
Soluções para o conflito 
a) Leva-se em conta a normalidade, com base no homem médio 
b) Busca-se reduzir o incômodo, para adequá-los às proporções normais 
c) Não sendo isso possível, determina-se a cessão de atividade 
d) Se a atividade for de interesse social e não puder ser cessada, os vizinhos são indenizados 
Ações típicas para dirimir os conflitos de vizinhança: 
- Ação cominatória 
- Ação de obrigação de fazer/não fazer 
- Ação demolitória 
- Ação de dano infecto – Gera uma caução, uma garantia de indenização 
- Todas com as providências do art. 461 CPC 
 
 
 
 
23 
Arvores Limítrofes 
a) Se a árvore estiver na linha divisória, pertence aos proprietários confinantes, assim como os frutos e 
os troncos. Nem um deles pode cortá-la sem a autorização do outro 
b) Se a árvore pertencer a um dos confinantes mas seus ramos e raízes se estendem além da linha 
divisória, os frutos pendentes pertencem ao proprietário da árvore que poderá colhê-los de forma a 
não invadir a propriedade vizinha. O vizinho tem direito a cortar até o plano vertical divisório 
 
Passagem Forçada (art. 1285/1286 CC) 
Não se confunde com servidão de passagem. É também chamada de servidão legal e tem natureza de 
limitação do direito de propriedade e como fundamento a solidariedade social 
O preceito assegura ao dono de prédio rústico ou urbano encravado em outro, sem saída para a via pública, a 
reclamar do vizinho que lhe deixe passagem. O encravamento deve ser natural (não provocado) 
A passagem é indenizável e os rumos devem ser fixados de modo a causar o menor sacrifício possível 
 
Passagem de Cabos e Tubulações 
O vizinho é obrigado a tolerar que, sob seu imóvel passem cabos, tubulações, ou outros condutos 
subterrâneos desde que os vizinhos não tenham outro meio condutor ou quando for muito dispendiosa a sua 
realização, sem atravessar a propriedade vizinha 
É necessário, para que haja essa obrigatoriedade, que a coisa conduzida seja de utilidade pública, como 
água potável ou água servida e não de interesse exclusivo do vizinho 
Os tubos e condutos devem ser instalados em local que lhe cause menos prejuízo ao proprietário que sofre o 
incômodo. Cabe indenização pelo incômodo e pela desvalorização da área remanescente 
O proprietário do imóvel que sofre o incômodo pode exigir obras para manter a segurança e, casoqueira 
mudar os tubos/canos de local, poderá fazê-los, mas arcará com os custos da obra 
 
Águas 
Diplomas regulamentadores: Decreto 24.643/34 (mais amplo); Código Civil art. 1288 a 1296 (referente a 
vizinhança) 
O proprietário ou possuidor do imóvel inferior (terreno de baixo), é obrigado a receber as águas das chuvas e 
nascentes, não podendo realizar obras que interrompem o seu curso. É defesa, também poluir tais água 
É lícita a construção de barragens, açudes ou outras obras para represamento da água, mas se houver 
vazamentos, responderá pelo prejuízo causado 
 
 
24 
O proprietário ou possuidor, tem direito de construir canais em prédio alheio para captação das águas 
indispensáveis para às primeiras necessidades da vida, desde que não cause prejuízo considerável à 
agricultura e à indústria 
Também poderá construir canais em prédio alheio para exoar as águas supérfluas ou para drenar o terreno, 
mediante indenização 
 
Limites entre Prédios e Direito de Tapagem 
O proprietário tem direito de exigir do seu confinante a divisão dos custos da demarcação das respectivas 
áreas, aviventação de rumos apagados, renovar marcos destruídos ou arruinados 
A forma de exigir este direito é a ação demarcatória (art. 950 a 952 CPC) 
Ação de dano infecto cabe quando a obra prejudicar a construção do outro 
OBS.: Esse direito de vizinhança corresponde, ao outro vizinho como uma obrigação “propter rem” 
OBS².: Tapumes especiais para contenção de animais de pequeno porte, não estão incluídos e deve ser 
custeado exclusivamente por quem se beneficiar 
 
QUESTÕES PARA FIXAR MELHOR A MATÉRIA 
1) Discorra sobre a função social da propriedade 
2) Quais são os caracteres da propriedade? Explique cada um deles. 
3) Qual(is) o(os) objeto(s) da propriedade 
4) O que é “propriedade plena” e “propriedade restrita”? 
5) Diferencie propriedade perpétua de propriedade resolúvel 
6) Quem são os sujeitos da propriedade 
7) Qual a extensão da propriedade 
8) Quais são as limitações ao direito de propriedade? 
9) Quais são as formas de aquisição da propriedade imóvel 
10) Quais são os requisitos da usucapião extraordinária? 
11) Quais são os requisitos da usucapião ordinária? 
12) Quais são os requisitos da usucapião especial? 
13) Quais são os requisitos da usucapião de meação? 
14) Quais são os princípios que regem o registro de imóveis? Explique cada um deles 
15) Quais são os modos de aquisição da propriedade imóvel por acessão? Explique cada uma delas 
16) Quais são os requisitos para usucapião de coisas móveis? 
17) Quais são as formas de aquisição de propriedade de coisa móvel? 
18) Quais são as formas de perda da propriedade imóvel? E móvel? 
19) O que é “animus domini”? 
20) A tradição de coisa móvel feita por pessoa que não seja proprietário, aliena a coisa? 
 
 
25 
21) O que é coisa vaga? 
22) O que é “res derelictae”? 
23) Quais são as formas de tutela da propriedade? 
24) O que são direitos de vizinhança? Quais são eles? 
25) Qual a natureza jurídica do direito de vizinhança? 
26) Zezinho, proprietário de um imóvel da região central de sua cidade, adquiriu uma quitanda e contratou 
uma banda para tocar músicas populares na rua (via pública), visando atrair clientes. Houve com isso 
grande aglomeração de pessoas na frente do estabelecimento. Diante do exposto, discorra acerca da 
possibilidade de se considerar tal atitude como uso anormal da propriedade. 
27) A quem pertence as árvores limítrofes? E os seus frutos? 
28) Chico pretende cortar a raiz e os ramos que se projetam em seu terreno provenientes da árvore de 
seu vizinho. É lícito a ele assim proceder? 
29) Considerando que o imóvel foi encravado pelo proprietário do terreno vizinho que dividiu o terreno em 
duas partes, quem deve suportar a passagem para a via pública criada pela situação de 
encravamento 
 
 
DIREITO DE CONSTRUIR 
Limitações: 
 Ordem privada – Direitos de vizinhança 
 Ordem pública – Código Civil = mínimo (Poder Municipal) 
 
Construção de varandas, terrações, e abertura de janelas a menos de 1,5 metro da linha divisória 
 Espaço para luz e ventilação menores de 10x20cm, construída a mais de 2 metros do piso – Não há 
limitação 
 Prazo decadencial de ano e dia para o desfazimento da obra ou janela irregular. Depois pode 
construir/levantar muro 
Imóveis rurais, é proibido qualquer edificação a menos de três metros da linha divisória 
OBS.: Durante a construção, cabe nunciação de obra nova. Depois do término da obra, ação demolitória. 
 O proprietário não pode construir de modo que o seu prédio despeje águas diretamente sobre o 
terreno vizinho 
 As janelas cuja visão não incida sobre a linha divisória ou perpendicularmente poderão ser abertos, no 
mínimo a 75 centímetros. 
 Nos imóveis sujeitos a alinhamento, o proprietário vizinho pode utilizar a parede divisória para 
assentar madeiramento, desde que a mesma suporte. 
 
 
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No caso de proceder escavações capazes de por em risco a propriedade vizinha, o prejudicado pode exigir 
caução contra risco de desabamento. 
OBS.: As paredes construídas na linha divisória entre dois prédios presume-se em condomínio e, cada um 
poderá utilizá-la até a metade. O vizinho que primeiro a construir é que fixará a espessura e altura do muro 
divisório e pode exigir a repartição das despesas. 
Art. 1313 CC – Tolerância para ingresso no imóvel vizinho 
O prazo para entrar com a ação após o término da construção é de 1 ano e 1 dia, após esse prazo não será 
mais possível entrar com ação para tirar a janela, a sacada, e outros tipos. 
 
DIREITO REAL DE USUFRUTO, DE USO E DE HABITAÇÃO (Arts.1390/1415 CC) 
Direito Real de Usufruto: É um direito real pelo qual uma pessoa, que não o proprietário, é investida da 
prerrogativa de usar da coisa e receber dela os seus frutos temporariamente, sem alterar-lhe a substância 
(art. 1390 CC). 
Características 
a) É um direito real: Adere à coisa e a acompanha, ainda que haja alienação a terceiros (distingue-se, 
portanto, do comodato, da locação). Se for sobre bem imóvel, está sujeita a registro (salvo no caso do 
usufruto do direito de família). 
b) Objeto: Incide sobre coisa móvel ou imóvel, corpóreos ou incorpóreos sobre um patrimônio inteiro ou 
parte dele. Embora seja mais comum sobre imóveis, hoje prolifera o usufruto sobre ações de S/A, pelo 
qual o usufrutuário recebe os dividendos (desdobramentos pertencem ao proprietário) 
c) Fruição: Cabe ao usufrutuário o poder de fruir as utilidades da coisa, inclusive sobre acessórios, salvo 
disposição em contrário (art. 1392 CC) 
d) Posse: A posse direta é do usufrutuário, a indireta ao nu-proprietário 
e) Temporariedade: Nunca é perpétuo. Pode ser vitalício, por prazo certo ou subordinado a certa condição 
ou estado. Normalmente confere-se a uma determinada pessoa e desaparece com ela. Costuma-se dizer 
que o usufruto é construído sobre a cabeça de um titular 
f) Constituição 
1. Por convenção: Ou seja, pela vontade das partes, quer seja por contrato específico, quer por 
reserva em doação ou casamento. Se recair sobre bem imóvel depende de registro no CRI 
2. Por testamento 
OBS.: Existe modalidade própria de usufruto que tem origem na lei, como o usufruto decorrente do poder 
familiar – art. 1689, I CC. 
 
 
 
 
 
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DIREITO DO USUFRUTUÁRIO (Arts. 1394/1399 CC) 
a) Posse (inclusive usar as ações possessórias) 
b) Uso, salvo restrições contidas no próprio título 
c) Administrar livremente, desde que não aliene a coisa (não tem o “jus abutendi”) 
d) Percepção dos frutos tanto civis quanto naturais. Os frutos vencidos, na data da constituição do 
usufruto são do proprietário. Os pendentes e na data final são dousufrutuário. 
e) Ceder: O usufrutuário não pode alienar o direito real porque é constituído em caráter personalíssimo (art. 
1393 CC), mas pode cedê-lo a título gratuito ou oneroso. Como consequência, não pode ser penhorado, 
nem arrendado a terceiros. Pode haver penhora dos rendimentos dos bens (RT 759:278)

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