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“O conjunto de normas que regula as relações externas dos atores que compõem a sociedade internacional. Tais pessoas internacionais são: Estados, organizações internacionais, o homem, etc.” Celso Albuquerque Mello “Sistema de princípios e normas que regulam as relações de coexistência e de cooperação, frequentemente institucionalizadas, além de certas relações comunitárias entre Estados dotados de diferentes graus de desenvolvimento socioeconômico e de poder” Díez de Velasco “É o conjunto de regras que determinam os direitos e deveres respectivos dos Estados nas suas relações mútuas” Fauchille “É o conjunto de regras e de instituições que regem a sociedade internacional e que visam estabelecer a paz e a justiça e a promover o desenvolvimento” Jean Touscoz Sujeitos e Atores do Direito Internacional Sujeitos de direito – são aqueles capazes de ser titulares de direitos e obrigações. Sujeitos do Direito Internacional - Estados e Organizações Internacionais. No Direito Internacional apenas os Estados e Organizações Internacionais (formadas por Estados) têm essa capacidade. Estados - Este é o membro originário e principal sujeito do Direito Internacional, mas não é o único. O Estado deve possuir um território (espaço delimitado no qual o Estado exerce de maneira constante sua soberania – abrange solo – subsolo, espaço aéreo, água A noção de território não é tanto geográfica como jurídica), um povo (população que vive no estado de modo permanente) e um governo (organização política estável que mantém a ordem interna e representa o Estado no relacionamento com os demais membros da comunidade internacional.) Organismos internacionais Organismos ou organizações internacionais, também chamados de instituições multilaterais, são entidades criadas pelas principais nações do mundo com o objetivo de trabalhar em comum para o pleno desenvolvimento das diferentes áreas da atividade humana: política, economia, saúde, segurança, etc. Exemplos de Organizações Internacionais. ONU - Organização das Nações Unidas UNESCO - Organização das Nações Unidas para educação, ciência e cultura OCDE - Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico OMS - Organização Mundial da Saúde OEA - Organização dos Estados Americanos OTAN - Organização do Tratado do Atlântico Norte BIRD - Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento FMI - Fundo Monetário Internacional OMC - Organização Mundial do Comércio OIT - Organização Internacional do Trabalho Atores do Direito Internacional – são todos aqueles que participam de alguma forma das relações jurídicas e políticas internacionais. Estados, Organizações Internacionais, Organizações Não Governamentais, as empresas, os indivíduos. Significa dizer que não somente os Estados têm competências e capacidades internacionais. Os atores do Direito Internacional podem ter poderes para determinados atos específicos como celebrar contratos, recorrer a Tribunais para o respeito de seus direitos, etc. Distinção do Direito Internacional Público com o Direito Internacional Privado Direito Internacional Público – a preocupação está no direito que regula as relações entre os Estados ou entre os Estados e outros sujeitos internacionais. O Estado é parte essencial do objeto de estudo e por isso recebe o nome público. Direito Internacional Privado – voltado para as relações entre particulares, tais como os contratos entre empresas ou solução de conflitos sem a presença do Estado. Chama-se privado porque o Estado não integra sua problemática ou, quando integra, é tratado como um ator no mesmo plano dos particulares. Exemplo: litígio decorrido de separação judicial entre um brasileiro e uma alemã Características do Direito Internacional Público Inexistência de um poder central mundial, ou seja, não há um ente de direito internacional que imponha aos Estados Soberanos as suas deliberações; Inexistência de uma norma constitucional acima das demais normas; Igualdade jurídica entre os Estados; Soberania dos Estados. Princípio da não-intervenção. Fonte “Segundo seu próprio sentido etimológico, origem, procedência, é empregado para indicar tudo de onde procede alguma coisa, onde ela se funda e tira razão de ser, ou todo fato que dá nascimento a outro.” Vocabulário Jurídico O artigo 38 do CIJ – Corte Internacional de Justiça é uma fonte do Direito Internacional e dispõe: Artigo 38. A Corte, cuja função é decidir de acordo com o direito internacional as controvérsias que lhe forem submetidas, aplicará: a) as convenções internacionais quer gerais, quer especiais, que estabeleçam regras expressamente reconhecidas pelos Estados litigantes; b) o costume internacional, como prova de uma prática geral aceita como sendo o direito; c) os princípios gerais de direito reconhecidos pelas Nações civilizadas; d) sob ressalva da disposição do art. 59, as decisões judiciárias e a doutrina dos publicistas mais qualificados das diferentes Nações, como meio auxiliar para a determinação das regras de direito 1.Tratados Internacionais 2.Costumes Internacionais Ao lado das fontes principais (tratados e costumes) há fontes que têm caráter secundário, como a doutrina e a jurisprudência. Hierarquia Entre as normas, o único caso em que se pode aplicar o princípio hierárquico, propriamente, é quando do conflito de uma norma de jus cogens e uma norma convencional ou costumeira, que com ela conflite. A expressão "jus cogens" (lei coercitiva ou imperativa, em latim) serve para designar, no campo do Direito Internacional, uma norma peremptória geral que tenha o poder de obrigar os diversos estados e organizações internacionais, devido à importância que sua matéria contém, sendo esta impossível de se anular. Tal norma, portanto, regula de modo decisivo o espaço jurídico internacional. Significa "os pactos devem ser respeitados" ou mesmo "os acordos devem ser cumpridos". É um princípio base do Direito Civil e do Direito Internacional. Ex: princípio pacta sunt servanda (os pactos devem ser respeitados); proibição do uso ou da ameaça do uso da força; proibição de atos que infrinjam a soberania e a igualdade dos Estados. Não há como se aceitar a ideia de hierarquia das fontes, pois todas as fontes formais se assentam, direta ou indiretamente, na vontade dos Estados, vontade que se pode exprimir de modo diferente, acaso se utilize da técnica dos tratados (vontade expressa) ou do costume (comportamento reiterado, tomado como obrigatório). Princípios Gerais do Direito Internacional Igualdade soberana; Autonomia, não ingerência nos assuntos internacionais dos outros Estados; Interdição do recurso à força e solução pacífica de controvérsias; Respeito aos direitos humanos; Cooperação internacional. Igualdade soberana – pressupõe que todos os Estados são iguais perante o direito. Este princípio legitima o respeito entre os Estados, seja qual for seu porte, cultura número de habitantes ou regime de governo. Autonomia – o Estado pode governar de acordo com seus próprios interesses. Está estreitamente ligado ao princípio da não ingerência nos assuntos internos dos outros Estados, que determina a não interferência nos demais Estados. A não ingerência não significa ausência de influência política e econômica, pois os Estados são interdependentes em diferentes níveis: econômico, cultural político, social, uma característica que apenas se aprofunda com o processo de globalização. Interdição do recurso à força e solução pacífica de controvérsias – intimamente relacionados, significam que os sujeitos de Direito Internacional devem procurar resolver suas diferenças pelos instrumentos pacíficos existentes. O uso da força apenas pode ser empregado licitamente em casos de legítima defesa ou de segurança coletiva. Respeito aos direitos humanos – todos os Estados devem buscar a proteção dos direitos humanos, hoje considerado um valor comum a todos os sistemas de direito. Em casos extremos, a hierarquia a favor da proteção dos direitos humanos pode significar a desconsideração do princípio da soberania e da não ingerência nos assuntos internos. Cooperação internacional – os Estados devem agir em conjunto, colaborando para a busca de objetivos comuns. Justifica a harmonia de forma a evitar conflitos e a buscar soluções compartilhadas para os problemas comuns.
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