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* Diagnóstico Laboratorial das Doenças Congênitas Profa Eloisa * Toxoplasmose * Introdução: Distribuição: Mundial. Infecta aves, mamíferos e o homem Hábitat: Líquidos orgânicos (saliva, leite, esperma, líquido peritoneal) vários tecidos, células (exceto hemáceas) A toxoplasmose é uma zoonose causada pelo protozoário Toxoplasma gondii. protozoário intracelular com tropismo por tecido nervoso e células embrionárias * Patogenia: Adulto: Toxoplasmose congênita ou pré-natal: forma mais grave Mãe precisa estar na fase aguda da infecção Consequências para o feto – dependem do grau de exposição aos toxoplasmas, da virulência da cepa, da capacidade dos Acs maternos protegerem o feto e do período de gestação Abortos, partos prematuros, fetos com anomalias graves (coriorretinite, retardo psicomotor, alteração do volume do crânio) e morte fetal (40-50%) Toxoplasmose pós-natal retinocoroidites menigoencefalites * Diagnóstico laboratorial I- Pesquisa do parasita ou seus antígenos: Isolamento do Toxoplasma Inoculação em camundongos: sangue/líquido cefalorraquidiano, amniótico, bronquio-alveolar é inoculado por via intraperitoneal em camundongo Pesquisa de taquizoítos no líquido peritoneal Resultado em 30 dias ou mais Isolamento em cultura de células Cultura de fibroblastos humanos ou outras linhagens celulares Toxoplasmas no interior das células evidenciados por imunofluorescência Resultado: até uma semana Pesquisa de Ags Material antigênico do toxoplasma ou complexos imunes de antígenos parasitários: podem ser detectados no soro na fase aguda - Pouco valor diagnóstico Pesquisa do parasita ou Ags – tecidos – imunohistoquímica (Acs específicos e coloração imunofluorescente ou imunoenzimática) PCR Segmentos de DNA – genes P30, TRG1, B1 ou DNA ribossomal = maior sensibilidade Pesquisa no líquido amniótico, sangue do cordão umbilical, sangue venoso, biópsia cerebral, líquido cefalorraquidiano Não permite distinção entre taquizoítos (fase aguda) e formas císticas (crônica), ou seja, entre infecção ativa e dormente * Diagnóstico laboratorial II- Testes Sorológicos Imunofluorescência Indireta Identificação de Acs IgG e IgM Soros reagentes – São titulados em diluições crescentes sobre toxoplasmas fixados em lâmina de microscopia ELISA IgM e IgA (infecção aguda) IgG – infecção tardia Método de captura para IgM Extrato solúvel do protozoário Hemaglutinação Extrato solúvel * Testes Sorológicos IgM Sujeito a falso-positivo – interferência de fatores reumatóides com frequência presentes no soro Fator reumatóide (FR) – é uma IgM contra IgG Quando Acs IgG a-toxoplasma, presentes no soro, fixam-se aos Ags do parasita, o FR fixa-se aos IgG e irá reagir com o conjugado a-IgM Solução: remoção prévia do IgG por precipitação com um soro a-IgG ELISA de captura para IgM * Perfil sorológico 3 perfis sorológicos: Perfil I - Vigência da parasitemia – aguda ou recente Primeira semana – surgem Acs específicos IgM, IgA, IgE e IgG (baixa avidez) – característica de toxoplasmose recente Perfil II – Evolução da Infecção – Perfil sorológico de transição Níveis elevados de Acs IgG (avidez crescente) Ausência de IgA e IgE, assim como IgM (ou em baixos títulos) Perfil III – Perfil de infecção latente ou crônica Mantém por toda a vida – indica que pode ocorrer reativação IgG de baixos títulos e alta avidez Ausência de outros Acs * * Teste de Avidez de Acs IgG Afinidade ou avidez com que os Acs IgG ligam-se a seus respectivos antígenos Pode ser avaliada pela maior ou menor facilidade de quebra dessa ligação ELISA – Uréia: ELISA-IgG modificado Dissociação dos complexos Ags-Acs formados e liberação dos anticorpos IgG de baixa avidez por meio de solução uréia 6M Após incubação do soro a placa é lavada com uma solução de uréia e, em seguida, prossegue-se a reação Baixa avidez é indicada por acentuada diminuição do título com relação ao título original sem tratamento com uréia Resultado em % = (título após uréia/título original)x100 * * Toxoplasmose Congênita Diagnóstico fetal Líquido amniótico – 20 a 22 semanas de gestação – detecção do parasita (isolamento ou PCR) Presença de IgM, IgA e/ou IgE – cordão umbilical ou sangue de recém-nascidos – diagnóstico para infecção congênita IgG alta/baixa avidez Acs de baixa avidez podem ser detectados por 3 a 4 meses, definindo os casos de infecção recente IgG de alta avidez pode indicar infecção por T.gondii pelo menos 3 a 5 meses antes da gestação * Rubéola * Etiopatogenia O vírus da rubéola é um vírus RNA, pertencente ao gênero Rubivirus, família Togaviridae. O homem é o único reservatório conhecido. Transmissão: inalação do aerossol contendo altas concentrações de partículas virais que infectam células do trato respiratório superior e da faringe, onde ocorre a primeira multiplicação. O período de maior contágio varia de cinco e seis dias antes e vai até depois do surgimento do enxantema (manchas avermelhadas no corpo). vírus Togavírus * Vacinação Única forma de prevenção Vacina vírus vivo e atenuado Tríplice viral: rubéola, sarampo e caxumba –calendário vacinal da rede pública Notificação obrigatória – rubéola e Sindrome da Rubéola Congênita * Síndrome da Rubéola Congênita A transmissão do vírus da rubéola ao feto pode ocorrer durante todo o período de gestação, sendo mais intensa no início da gravidez. Primeiro trimestre – 67 – 90% Segundo trimestre - 25 a 67% Terceiro Trimestre – 35 a 100% Pode resultar no nascimento de criança sem nenhuma anomalia, mas pode provocar abortamento espontâneo, natimortalidade ou nascimento de crianças com anomalias simples ou combinadas. Crianças congenitamente infectadas podem excretar o vírus nas secreções respiratórias e na urina por meses ou anos – risco de contaminação durante esse período. * * * Diagnóstico Testes Sorológicos ELISA Detecta anticorpos específicos IgM (infecção ativa) Infecção congênita – IgM aparecem desde o nascimento e perduram até 180 dias de vida. PCR Detecta material genético do vírus (urina e secreção nasofaríngea. Isolamento viral em cultura de células Identificar genótipo do vírus Diagnóstico histopatológico Realizado a partir de coleta de material post-mortem. * Diagnóstico sorológico Rubéola Congênita A presença de anticorpos IgM específicos para rubéola, no sangue do recém-nascido, é evidência de infecção congênita Os anticorpos IgM podem ser detectados em 100% das crianças com SRC até o 5º mês; em 60% de 6 a 12 meses e em 40% de 12 a 18 meses. Raramente são detectados após o 18º mês. * Diagnóstico sorológico Os anticorpos maternos, da classe IgG, podem ser transferidos passivamente ao feto através da placenta, sendo também encontrados nos recém-natos normais, nascidos de mães imunes à rubéola. Se a quantidade de anticorpos IgG maternos diminui com o tempo, desaparecendo por volta do 6º mês Monitoramento IgG provavelmente de origem materna Se há a persistência dos níveis de anticorpos IgG no sangue do recém-nascido Altamente sugestiva de infecção intra-uterina. * * * Citomegalovirus * Características O citomegalovírus (CMV) pertence à família Herpesviridae. Atualmente é considerado como um dos principais causadores de doença no homem. Infecção primária é seguida pela infecção crônica ou latente por toda a vida do hospedeiro, com reativações periódicas. * Transmissão Contato da superfície mucosa com a secreção infectada como saliva, urina, sangue, leite materno e secreções genitais, sangue e transplante de órgãos. Viremia Ocorre durante poucas semanas a meses após a infecção. Infecção congênita ou perinatal – excreção pode persistir por cerca de 5 anos na urina e por 2 a 4 anos na saliva. Transmissão pode ocorrer durante todo o período gestacional (infecção congênita); durante o parto ou o aleitamento materno (infecção perinatal); na infância e no adulto (infecção adquirida). * Transmissão Transmissão vertical – mãe para o feto Consequências – variam com a idade gestacional Mais grave quando ocorre na primeira metade da gestação, até cerca de 16 semanas, com sequelas graves como calcificação intracraniana e retardo no crescimento intra-uterino Infecção primária materna – taxa de transmissão – 40% Mães soropositivas previamente à gestação – risco de transmissão congênita é baixo (0,5 – 2%) Crianças infectadas – assintomática, com baixo risco de sequelas – proteção parcial da imunidade humoral e celular materna pré-existentes * Manifestações Clínicas Seqüelas após CMV congênita * Alterações laboratoriais – Infeccão Adquirida Hemograma Linfocitose relativa e absoluta Presença de grande número de linfócitos atípicos Exames bioquímicos TGO e TGP (enzimas hepáticas) – moderadamente elevadas em 80% dos casos. * Diagnóstico laboratorial Exame histopatológico e citológico Observação de células grandes com inclusões citoplasmáticas, facilmente visualizadas quando coradas por hematoxilina-eosina, Papanicolau ou Giemsa. Tecidos (fígado, rim, pulmão), sedimento urinário, lavado gástrico e broncoalveolar Vantagem: barato e de fácil execução Desvantagem: alta incidência de resultados falso-negativos * Diagnóstico laboratorial Imuno-histoquímica e imunocitologia Detecção de antígenos específicos em fragmentos de tecidos obtidos por biópsia, ou em autópsias, e em amostras de urina, lavado broncoalveolar e preparações de leucócitos Emprego de anticorpos monoclonais dirigidos para proteínas do CMV Revelação feita por imunofluorescência ou por técnicas imunoenzimáticas * Diagnóstico Sorológico Ensaios imunoenzimáticos (ELISA) Acs IgM – detectados precocemente na infecção primária, com pico em 1 a 3 meses, declinando a seguir até a negativação, em 6 meses. Acs IgG – pico em 1 a 2 meses, após o início da infecção, persistem por toda a vida Teste de avidez de IgG – permite realizar o diagnóstico da infecção primária por um período de 4 a 5 meses Detecção de IgG de baixa avidez – infecção primária; IgG de alta avidez exclui infecção primária. Encontro de avidez < ou igual 50% numa amostra colhida no primeiro trimestre de gravidez – maior risco de transmissão fetal; Avidez > 65% - menor risco. * Diagnóstico PCR – detecção do DNA viral; RNAm Cultura do vírus Isolamento do virus na urina ou na saliva – 2 a 3 semanas de vida – infecção congênita por CMV * * SÍFILIS Agente etiológico Treponema pallidum – espiroqueta (bactéria) * * Diagnóstico laboratorial Evidenciação do Treponema nas lesões Protossifiloma (lesão primária no local da inoculação), lesões cutâneas ou mucosas Microscopia direta, em campo escuro, coloração pela prata, Leishman ou Giemsa, imunofluorescência Detecção de anticorpos suscitados na infecção Testes lipóidicos ou de cardiolipina (VDRL) Testes treponêmicos (FTA-ABS) – Imunofluorescência Hemaglutinação – hemácias revestidas com antígenos de T. pallidum ELISA – extratos de T. pallidum * Campo escuro Coloração pela Prata Fontana Tribondeau * * Sífilis Congênita Gestantes com sífilis não-tratada, em especial nas fases secundária e latente precoce, apresentam probabilidade de 70 a 100% de transmissão placentária. Pode manifestar-se de forma precoce, ao nascimento, semelhante à fase secundária Lesões mucocutâneas, linfadenopatia, lesões oculares, comprometimento renal e do SNC Sintomas tardios: Neurossífilis, surdez, comprometimento vascular, alterações ósseas * Sífilis congênita 40% dos casos de sífilis congênita evoluem para morte fetal Diagnóstico: Detecção de anticorpos Testes cardiolipínicos ou não-treponêmicos Testes treponêmicos * Testes cardiolipínicos VDRL Veneral Diseases Research Laboratory O antígeno cardiolipina (monoglicosil-diglicerídeo) é uma emulsão da cardiolipina adsorvida a cristais de colesterol em solução alcoólica, estabilizado com solução aquosa protéica de lecitina Empregado a mais de 60 anos * VDRL Qualitativo – positivou ou negativo Quantitativo – para soros positivos - título de anticorpos presentes Amostra de escolha – soro Plasma pode levar a interferências pela presença do fibrinogênio e de seus produtos Preconiza-se que se faça o teste com uma amostra não diluída e outra diluída a 1/10, para evitar o fenômeno de pró-zona Na sífilis secundária pode ocorrer falso negatividade pelo excesso de anticorpos Leitura: microscópio ou lupa Reações cruzadas podem ocorrer – doenças auto-imunes (Lupus), artrite reumadóide, infecções agudas bacterianas e virais, malária, hanseníase, pneumonia por micoplasma * Teste de VDRL VDRL – Acs interagem com Ag (cardiolipina), formando imunocomplexos que se depositam sobre os cristais de colesterol em meio lecitina, formando grumos visualizados em microscopia óptica * Testes treponêmicos Usam antígenos do T. pallidum Difícil obtenção - Custo elevado Elevada sensibilidade e especificadade Confirmatório Hemaglutinação (HA), microaglutinação de partículas (MHA), imunofluorescência (IF) e ELISA * FTA-Abs Imunofluorescência indireta FTA-Abs = Fluorescent treponemal antibody absorption Usa bactéria íntegra Leitura em microscópio de campo escuro para imunoflorescência * ELISA Extrato solúvel de T. pallidum Maioria detecta IgG, mas pode ser adaptado para detectar IgM * Interpretação dos testes Sífilis primária Testes de cardiolipina e treponêmicos se positivam depois do aparecimento, mas ainda na vigência do protossifiloma – VDRL e FTA-ABS (+) = 85% de sensibilidade Sífilis secundária e latente VDRL e FTA-ABS = 99 a 100% de sensibilidade Sífilis tardia = 70% para VDRL e 98% para testes treponêmicos VDRL – bom para triagem de pacientes, permite acompanhar a terapêutica, pela rápida resposta representada pela queda de títulos e mesmo pela negativação (teste quantitativo) Testes treponêmicos – não devem ser utilizados para triagem, devem ser reservados para confirmação dos resultados dos testes de cardiolipina (neste caso apresentam alto valor diagnóstico) * Sífilis congênita Suspeitos = todos os recém-nascidos e mães portadoras de sífilis não tratada ou insuficientemente tratada Testes sorológicos IgG maternos – VDRL e FTA-ABS – tendem a cair e se negativar Sifílis congênita – IgG são mantidos ou estão em ascensão VDRL do recém-nascido = 4x ou mais acima dos títulos maternos são evidência de infecção congênita Casos suspeitos e recém-nascido negativo = repetir sorologia após o terceiro mês de vida IgM positivo no soro do recém-nascido – diagnóstico para sífilis congênita * * * *
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