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FARMACOLOGIA

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8 
1 NOÇÕES DE FARMACOLOGIA 
 
Uma das maiores responsabilidades atribuídas ao profissional da saúde é o 
preparo e a administração de medicamentos. Qualquer erro pode trazer 
conseqüências fatais para o paciente. Por isso, é indispensável que os profissionais 
tenham muito conhecimento, consciência e uma atuação extremamente cuidadosa. 
Todo profissional da saúde deve conhecer os princípios básicos da terapêutica 
medicamentosa cotidiana, que compreende: 
 Ação; 
 Doses diárias; 
 Vias de administração; 
 Efeitos colaterais. 
Deve ainda ter uma capacidade de observação aguçada e noções básicas 
sobre as patologias em geral, sobre a terapêutica medicamentosa referente às 
diversas patologias, sobre interação dos medicamentos e intolerância individual. 
 
1.1 AS PRESCRIÇÕES MÉDICAS 
Toda prescrição médica deve conter: 
 Nome do medicamento (genérico e/ou comercial); 
 Dose/dia; 
 Forma; 
 Via. 
É extremamente arriscado fazer prescrições verbais para o profissional de 
enfermagem, o que deve ser evitado, exceto em casos de absoluta urgência. 
Nessas situações emergenciais, o profissional deve anotar os procedimentos 
necessários na folha de prescrição do paciente, detalhando a medicação prescrita, o 
horário de administração dos medicamentos, as doses a serem administradas, as 
vias de administração e o nome do médico responsável pelo paciente. Feito isso, 
logo que possível, ele deverá obter a prescrição por escrito. 
 
 
9 
1.2 DAS RESPONSABILIDADES LEGAIS 
As responsabilidades legais relacionadas com o preparo e a administração de 
medicamentos são norteadas pelo Código de Ética dos Profissionais de 
Enfermagem que entrou em vigor com a Resolução COFEN nº. 160, de 12 de maio 
de 1993. 
 
 Capítulo III - Das responsabilidades 
Art. 16 - Assegurar ao cliente uma assistência de enfermagem livre de danos 
decorrentes de imperícia, negligência ou imprudência. 
Art. 17 - Avaliar atenciosamente sua competência técnica e legal e somente 
aceitar encargos ou atribuições quando capaz de desempenho seguro para si e para 
a clientela. 
 
 Capítulo IV - Dos deveres 
Art. 24 - Prestar à clientela uma assistência de enfermagem livre de riscos 
decorrentes de imperícia, negligência e imprudência. 
 
 Capítulo V - Das proibições 
Art. 47 - Administrar medicamentos sem certificar-se da natureza das drogas 
que os compõem e da existência de risco para o cliente. 
Art. 48 - Prescrever medicamentos ou praticar ato cirúrgico, exceto os 
previstos na legislação vigente e em caso de emergência. 
Art. 50 - Executar prescrições terapêuticas quando contrárias à segurança do 
cliente. 
 
1.3 PESOS E MEDIDAS 
Uma das maiores dificuldades no preparo e na administração de 
medicamentos é calcular corretamente as dosagens. Para efetuar esse cálculo, 
costumam-se usar dois sistemas de pesos e medidas: 
 
 
10 
 Sistema métrico decimal (1,mL, cm3, kg, g, mg, mcg); 
 Sistema doméstico (gotas, colher de chá, colher de café, colher de sopa e 
copo graduado). 
 
1.4 CONSERVAÇÃO DOS MEDICAMENTOS 
Os medicamentos devem ser guardados de acordo com a orientação do 
fabricante, constante nas bulas. Por exemplo: 
 Conservar em geladeira; 
 Conservar entre 1° e 25°C. 
Observação: O sistema doméstico apresenta muitas imperfeições, pois as 
colheres domésticas nem sempre têm as mesmas capacidades. Na medida do 
possível, deve-se dar preferência às medidas-padrão fornecidas pelos laboratórios 
farmacêuticos. 
 
1.5 NOMENCLATURA DOS MEDICAMENTOS 
Guarde os medicamentos sempre em suas embalagens originais, para que 
não se perca dados importantes como número de lote e validade. Cada 
medicamento possui no mínimo três nomes: o químico, o genérico e o comercial. 
Exemplos: 
Nome químico: 9 - {0 - [ (2 metoxietox) metil] oxima} da eritromicina. 
Nome genérico: roxitromicina. 
Nome comercial: Rulid. 
Geralmente os nomes conhecidos por médicos e profissionais da saúde são o 
comercial e o genérico. Além do nome, a legislação prevê a inclusão nas bulas de 
outras informações sobre o produto, como: composição, apresentação, efeitos 
colaterais e reações adversas, ação farmacológica e posologia. Para preparar e 
administrar corretamente um medicamento, o profissional da saúde deve conhecer 
sua forma de apresentação e a concentração. 
 
 
11 
Aqui apresentamos sempre, em primeiro lugar, o nome genérico e, entre 
parênteses, o nome comercial. Caso haja vários nomes comerciais, citaremos 
apenas um deles. Por exemplo: citarabina (Aracytin). Se o medicamento contiver 
mais de um princípio ativo, citaremos apenas aquele que nos interessar no 
momento. 
 
1.6 NOÇÕES BÁSICAS SOBRE MEDICAMENTOS 
 
1.6.1 Conceitos fundamentais 
Medicamento: é toda substância química que tem ação profilática, terapêutica 
ou que atua como auxiliar de diagnóstico. Por exemplo: As vacinas e a vitamina C 
têm ação profilática, isto é, atuam na prevenção de doenças e sintomas. Os 
antibióticos, os anti-hipertensivos e os antitérmicos têm ação terapêutica, isto é, 
atuam na cura ou alívio de enfermidades e sintomas. Os contrastes radiológicos 
atuam como auxiliares de diagnóstico. 
Produto farmacêutico: é aquele que contém um ou mais princípios ativos 
convenientemente manufaturados. Exemplos: lasix, Ancoron, Binotal entre outros. 
Forma farmacêutica: é a forma de apresentação do produto farmacêutico 
como solução, comprimido, xarope etc. Exemplos: furosemida comprimido, dipirona 
injetável e ampicilina suspensão. 
Fórmula farmacêutica: é a descrição do produto farmacêutico, ou seja, a 
discriminação dos princípios ativos que o compõem e de suas respectivas dosagens. 
Por exemplo: Solução de cloreto de sódio a 0,9%. 
Fórmula 
Cloreto de sódio..............................................0,9 g 
Água q.s.p.......................................................100 ml 
Observação: q.s.p. significa quantidade suficiente para o que no caso quer 
dizer: que é preciso acrescentar água até ser completado o volume de 100 ml. 
 
1.6.2 Tipos de ação dos medicamentos 
Os medicamentos podem ter ação local ou sistêmica. 
 
 
12 
 Ação local 
Diz-se que um medicamento tem ação local quando age no próprio local onde 
é aplicado (na pele ou na mucosa), sem passar pela corrente sanguínea, ou quando 
age diretamente no sistema digestório. São medicamentos de ação local, entre 
outros: 
 Pomadas e loções - aplicadas na pele; 
 Óvulos vaginais, colírios e alguns contrastes radiológicos – aplicados na 
mucosa; 
 Alguns antiácidos que neutralizam a ação do suco gástrico e são eliminados 
sem ser absorvidos. 
 
 Ação sistêmica 
Diz-se que um medicamento tem ação sistêmica quando seu princípio ativo 
precisa primeiro ser absorvido e entrar na corrente sanguínea para, só depois, 
chegar ao local de ação. Exemplos: 
 O paciente toma um comprimido de ácido acetilsalicílico. Somente depois de 
ser absorvido no estômago e entrar na corrente sanguínea, é que esse 
princípio ativo chegará ao local de ação - a cabeça -, aliviando a dor do 
paciente. 
 O paciente recebe uma injeção de furosemida. Ao ser injetado na veia do 
paciente, a droga entra na corrente sanguínea, chegando ao rim, onde 
exercerá sua ação. 
Nesses dois exemplos, a ação do medicamento não se dá no local de 
aplicação: a droga tem que ser transportada pela corrente sanguínea até o local 
onde irá agir. 
 
2 FORMAS E VIAS FARMACÊUTICAS 
 
2.1 A ESCOLHA PELA FORMA 
Em geral é norteada por: 
 
 
13 
 Natureza do medicamento (propriedades físicas e químicas das drogas) 
sólida, líquida, gasosas, solubilidade, estabilidade, pH e irritação. Se ação da droga é local ou sistêmica. 
 Velocidade com a qual se deseja o aparecimento do efeito (latência) – 
tratamento de rotina ou emergência. 
 Exatidão da posologia. 
 Condições do paciente (lúcido, inconsciente, com vômitos ou diarréia etc.). 
 
2.2 VANTAGENS DAS FORMULAÇÕES 
 Permite administrar quantidades exatas. 
 Permite adotar medidas de proteção. 
 Permite mascarar o odor – sabor. 
 Permite ajustar o tempo de ação. 
 Facilita a produção. 
 Facilitar a administração. 
 
2.3 CLASSIFICAÇÃO DAS FORMAS FARMACÊUTICAS 
 
2.3.1 Sólidos 
 Pó - O medicamento que se apresenta na forma de pó deve ser diluído em 
líquido e dosado em colheradas, como o bicarbonato de sódio (1 colher de 
café em um copo de água), ou em envelopes, na quantidade exata para ser 
ingerido, como a acetilcisteína pó (Fluimucil envelope). 
 
 Figura 1: Bicarbonato de sódio em pó. 
 
 
14 
 Comprimidos - É o pó comprimido em formato próprio, por exemplo, redondo 
ou ovalado. Pode ser sulcado, isto é, trazer uma marca que auxilia sua 
divisão em partes. Exemplos: 
 Digoxina comprimido (Digoxina); 
 Fenitoína (Hidantal) 
 
 Figura 2: Formas de comprimidos. 
 
Pode ser dividido em até quatro partes ou em duas partes. Comprimidos sem 
sulcos não devem ser cortados. 
 
 Drágeas - contém um núcleo com o medicamento, revestido por uma solução 
de queratina (goma-laca), açúcar e corante. Enquanto a maioria dos 
comprimidos se dissolve no estômago, as drágeas têm liberação entérica, isto 
é, liberam o princípio ativo no intestino. São usadas para: 
 Evitar sabor e odor desagradáveis. 
 Mascarar substâncias que atacam as mucosas. 
 Facilitar a deglutição. 
Exemplo: 
 Fenilbutazona 200 mg drágeas (Butazolidina); 
 Diclofenaco potássico drágeas (Cataflan). 
 Esses dois medicamentos são irritantes da mucosa gástrica. Tomados em 
drágeas, provocam menor efeito irritante. 
 
 Pastilhas - forma farmacêutica sólida de dissolução bucal associada a 
princípios ativos medicamentosos. Exemplos: 
 
 
15 
 Cloridrato de benzidamina (Flogoral); 
 Tirotricina 1mg e benzocaína 5 mg (Amidalin). 
 
 Figura 3: pastilhas 
 
 Pílulas 
 
Figura 4: Pílulas anticoncepcionais. 
 
 Granulados 
 
 Figura 5: Granulado para preparo de medicamento. 
 
 Óvulos - tem a forma ovóide e é de aplicação vaginal. Exemplos: 
 Metronidazol óvulos (Flagyl); 
 Nistatina + Metronidazol óvulos (Colpistatin). 
 
 Supositórios - de formato cônico ou oginal, destina-se à aplicação retal. Sua 
ação pode ser local ou sistêmica. Exemplos: 
 Supositório de glicerina, de ação local, tem efeito laxante; 
 
 
16 
 Supositório de indometacina 100 mg (Indocid), de ação sistêmica e 
antiinflamatória. 
 
Figura 6: Supositórios de glicerina. 
 
 Cápsula - constituída de um invólucro de gelatina e um medicamento em 
forma sólida, semi-sólida ou líquida (desde que não dissolva a cápsula). É 
usada para, por exemplo: evitar sabor e odor desagradáveis; facilitar a 
deglutição; facilitar a liberação do medicamento. Exemplos: 
 Dimeticona (Luftal Max); 
 Cefadroxila 500 mg cápsula (Cefamox). 
 
2.3.2 Líquidos e fluidos 
 Suspensão - mistura não-homogênea de uma substância sólida e um líquido, 
ficando a parte sólida suspenda no líquido. É usado para via oral, uso tópico 
na pele e mucosa e via parenteral. Exemplo: 
 Hidróxido de alumínio (Maalox Plus). 
 
 Emulsão - formada por dois líquidos imiscíveis (que não se misturam). É 
composta de água e óleo. Exemplo: 
 Emulsão hidratante (Emulsão Universal Merck). 
 
Figura 7: Emulsão composta por água e óleo que não se misturam. 
 
 
 
17 
 Xarope - solução que contém 2/3 de açúcar. Exemplo: 
 Iodeto de potássio xarope (MM expectorante). 
 
Figura 8: Xarope usado para expectoração. 
 
 Elixir - solução que, além do soluto, contém 20% de álcool e 20% de açúcar. 
O Elixir deve ser usado, somente para princípios ativos solúveis em água e 
álcool, não podendo ser acrescentada goma. Exemplo: 
 Elixir paregórico 
 
Figura 9: Utilizado geralmente para cólicas abdominais, possui álcool. 
 
 Loção - líquidos ou semi-líquidos com princípios ativos ou não, em solução, 
emulsão ou suspensão. As loções são destinadas ao uso externo. Exemplo: 
 Loção de calamina (Caladryl). 
 
Figura 10: loção calmante pós-sol. 
2.3.3 Pastosos 
 
 
18 
 
 Cremes - forma semissólida de consistência macia e mais aquosa. Pode 
penetrar na pele e atingir a corrente sanguínea. Exemplo: Betametasona 
creme (Betnovate). 
 
Figura 11: Metronidazol em creme utilizado para várias infecções. 
 
 Pomadas - Forma semissólida de consistência macia e oleosa, de pouca 
penetração na pele. Exemplo: Betametasona pomada (Betnovate). 
 
Figura 12: Bacitracina e neomicina em pomada. 
 
 Pasta - forma semissólida de consistência macia, contendo 20% de pó. Atua 
na superfície da pele, sem penetração. Exemplo: Óxido de zinco pasta (Pasta 
d´Agua). 
 
Figura 13: Exemplo de pasta; muito utilizada em crianças. 
 
 Gel - forma semissólida, colóide de pouca penetração na pele. Exemplo: 
Escina (Reparil), Metronindazol Gel. 
 
 
19 
 
 Figura 14: metronindazol gel 
 
2.3.4 Gasosos e voláteis 
São usadas principalmente para a administração de substâncias voláteis. 
Entre elas se incluem os aerossóis, que são medicamentos sólidos ou líquidos 
acrescidos de gases para nebulização. Exemplos: 
 Halotano frasco (Fluothane); 
 Beclometasona aerossol (Beclososl); 
 Salbutamol spray (Aerolin) 
 
Figura 15: “Bomba” de beclometasona 
 
 
 
3 CLASSIFICAÇÃO DAS VIAS DE ADMINISTRAÇÃO 
 
3.1 ENTERAIS 
 
3.1.1 Oral - é a mais utilizada para a administração de sólidos e líquidos, porém 
exigem do paciente a ingestão e a deglutição do medicamento. A absorção se dá no 
trato digestivo, podendo se iniciar na boca ou diretamente no estômago e no 
intestino. 
 
 
 
20 
3.1.2 Retal - usada para supositórios ou enemas com ação local ou sistêmica. Muito 
útil quando há dificuldade de deglutição, vômitos, obstrução do TGI, medicação que 
causam desconforto gástrico ou sabor desagradável. 
 
 Figura 16: Forma incorreta. Forma correta de colocar o supositório. 
 
3.1.3 Transmucosa (sublingual) - utilizada para comprimidos sublinguais, cápsulas 
gelatinosas e algumas soluções, como nifedipino (Adalat). O efeito é alcançado 
rapidamente, mas tem pequena latência. Não sofre influência do pH gástrico e ação 
das enzimas digestivas. Poucas drogas são adequadamente absorvidas. Deve haver 
o cuidado para que o paciente não degluta e o sabor muitas vezes é desagradável. 
 
Figura 17: Paciente ingerindo comprimido sublingual. 
 
3.2 PARENTERAIS (INJETÁVEIS) 
É a via que uma ou mais camadas da pele para a administração do 
medicamento. Apresenta as seguintes vantagens: 
 Pode ser utilizada na administração de medicamentos não absorvíveis no 
trato digestivo, como, por exemplo, gentamicina injetável (Garamicina). 
 Permite a administração de medicamentos sem a cooperação do paciente 
e a reposição rápida de líquidos e eletrólitos, como, por exemplo, solução 
de glicose a 5%. 
 Possibilita uma ação mais rápida e eficiente que as outras vias. 
 
 
21 
3.2.1 Intradérmica e Subcutânea 
Intradérmica: via de uso muito limitado (praticamente só é empregada para 
testes e vacinas). Por ser um tecido avascular a absorção é extremamente pobre e 
lenta. Só se utilizam volumes muito pequeno. Aplicação entre a epiderme e a derme.Aplica-se, no máximo, 0,5 ml. Por exemplo: 
 Vacina BCG; 
 Teste de Mantoux. 
 
Figura 18: Paciente utilizando a técnica de aplicação transdérmica para testes de alergia. 
 
Subcutânea: possui várias vantagens, como pronta absorção a partir de 
soluções aquosas, pouca necessidade de um treinamento maior, evita o meio 
gastrintestinal, absorção lenta e regular (> lenta que a IM). Porém, possui 
desvantagens como não podemos utilizar grandes volumes (até 1 ml), mais dolorosa 
que a via intramuscular e endovenosa, risco potencial de lesão tissular, variabilidade 
absorvitiva a partir de diferentes locais. 
Aplicação logo abaixo da pele. É usada para substâncias não-irritantes e de 
pH semelhante ao do local da aplicação para evitar necrose. É a via utilizada para 
administrar, por exemplo: Insulina. 
 
 Figura 19: Administração da insulina na região lombar 
 
 
 
22 
3.2.2 Intramuscular 
São injetáveis que ultrapassam a pele, o tecido subcutâneo e atingem o 
músculo. A taxa de absorção do medicamento não é igual para todos os músculos e 
varia com o tipo de solução (rápida com aquosa e lenta com oleosa) e do fluxo 
sanguíneo. Os volumes ideais devem ser de no máximo 4 ml, podendo 
eventualmente atingir 10 ml na região glútea. Podem ser oleosos, aquosos ou 
suspensões. 
 Deltóide: volume geralmente de 1 a 3 ml; 
 Glúteo: volume geralmente de 1 a 5 ml. 
 
Figura 20: Aplicação de vacinas por via intramuscular. 
 
3.2.3 Endovenoso (EV) 
Não há fase de absorção do medicamento, pois vai diretamente para a 
corrente sanguínea. Portanto, os injetáveis endovenosos têm ação rápida e intensa. 
É utilizado quando há necessidade de efeitos imediatos ou são irritantes por outra 
via. A infusão endovenosa tem por finalidade manter os níveis terapêuticos 
constantes em pacientes hospitalizados; porém, na medida do possível, não deve 
ser utilizada para administrar medicamentos oleosos ou que provoquem hemólise 
(destruição das hemácias). 
Veias mais utilizadas para aplicação: 
 Nas pregas do cotovelo – Veias basílica e mediana basílica; 
 Veias longitudinais do antebraço – Veias radial e ulnar; 
 Veias dos membros inferiores – Veias fibular e pediosa; 
 Veias jugular e epicraniana (de preferência em crianças). 
 
 
23 
 
Figura 21: Aplicação de medicamento pela veia cubital. 
 
 Outras veias no dorso da Mão possíveis de serem utilizadas para aplicação. 
Nos antebraços, várias veias, de acordo com o paciente, podem ser utilizadas para a 
medicação. 
 
 Pela via endovenosa aplicam-se, por exemplo: 
 Cefotoxima (Mefoxin); 
 Dobutamina (Dobutrex). 
 
3.2.4 Intra-arterial (IA) 
Aplicação no interior da artéria, indicada quando se deseja atingir um 
determinado tecido ou órgão. Possui ação rápida e intensa. É usada principalmente 
para antineoplásicos e contrastes. Pela via intra-arterial aplica-se, por exemplo: 
Bleomicina (Blenoxane). É comum a retirada de sangue por esta via para exames 
como a coleta de sangue para gasometria. 
 
3.2.5 Intra-articular 
Usualmente só é empregada em ortopedia para o uso de analgésicos e 
antiinflamatórios. 
 
3.2.6 Intratecal 
Usualmente utilizadas para substâncias que não atravessam a barreira 
hematoencefálica. Utilidade: anestesia; analgesia; antibióticos. Por essa via aplica-
se, por exemplo: Citarabina (Aracytin). 
 
 
24 
 
Figura 22: Posição para aplicação intrateca. 
 
3.3 PARENTERAIS (CUTÂNEA) 
 
3.3.1 Parenterais (transmucosas) 
Conjuntival: para líquidos e pomadas aplicadas no globo ocular, como 
cloranfenicol colírio (Cloranfenicol); 
Nasal: para soluções de efeito local (antissépticos e vasoconstritores), como 
Oximetazolina (Afrin). 
 
Figura 23: Aplicação de colírio. 
3.3.2 Parenteral (inalatória) 
 Mucosa pulmonar: para substâncias voláteis (gases e aerossóis), por 
exemplo Halotano (Fluothane). 
 
 
25 
 
Figura 24: Aplicação de aerossóis (corticóides). 
 
3.4 CUIDADOS NA ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS 
 É importante levar em conta um resumo da adminsitração dos medicamntos 
como observar sempre a dose certa, a via certa, o medicamento certo, o paciente 
certo e a hora a ser administrada certa. 
 Outros aspectos há de se levar em consideração: 
1. Concentrar-se na atividade. 
2. Identificar os medicamentos prescritos, lendo cuidadosamente a prescrição 
médica antes de administrá-Ios. 
3. Lavar as mãos. 
4. Preparar o local, reunindo todo o material necessário. 
5. Conferir cada medicamento com a prescrição, verificando: 
 Nome do medicamento (genérico e comercial); 
 Dosagem; 
 Forma farmacêutica; 
 Validade; 
 Via de administração. 
6. Abrir sempre um frasco de cada vez, deixando a tampa de boca para cima, 
para evitar a contaminação da parte interna. 
7. Agitar sempre as suspensões. 
 
 
26 
8. Ao preparar medicamentos líquidos, deixar o rótulo para cima, para não 
contaminá-lo. 
9. Não usar medicamento de um frasco contaminado, sem rótulo, ou que possa 
suscitar dúvidas. Lembrar-se de que os medicamentos são parecidos. 
10. Nunca usar medicamentos com aspecto diferente do normal, como cor 
alterada, ou com corpos estranhos. Nesses casos, procurar orientação. 
11. Não misturar medicamentos, nem mesmo comprimidos, a não ser que receba 
instruções para fazê-lo. 
12. Nunca recolocar o medicamento no frasco. 
13. Verificar se a boca do frasco, ou bisnaga, está limpa antes de fechá-lo. 
14. Recolocar no lugar certo o frasco que será reaproveitado. Mantê-Io na ordem 
de identificação, geralmente alfabética. 
15. Desprezar o material inutilizado em local apropriado. 
16. Lembrar sempre: deve-se administrar o medicamento certo, na via certa, na 
hora certa, para o paciente certo. 
17. Em caso de dúvida, não administrar o medicamento e procurar orientação. 
18. Não esquecer de checar a medicação depois de administrada. 
 
 
 
4 GRUPOS FARMACOLÓGICOS 
 
Os medicamentos agrupam-se de acordo com sua função no organismo, 
formando as classes farmacológicas. Aqueles que têm mais de uma função 
apresentam-se em mais de uma classe farmacológica. Não existe medicamento sem 
efeitos colaterais, mas sim com efeitos colaterais de maior ou menor intensidade. 
 
4.1 MEDICAMENTOS QUE ATUAM NO SISTEMA CIRCULATÓRIO 
 
4.1.1 Cardiotônicos - usados para aumentar a força contrátil do coração, 
geralmente na insuficiência cardíaca congestiva. Exemplos: 
 Deslanósido (Cedilanide); 
 
 
27 
 Digoxina (Digoxina e lanoxin); 
 Dobutamida (Dobutrex); 
 Dopamina (Revivan). 
Os cardiotônicos digitálicos podem levar à intoxicação digitálica, que se 
caracteriza por náuseas, vômitos, confusão mental, bradicardia entre outros 
sintomas. 
 
4.1.2 Antiarrítmicos - usados nas arritmias cardíacas. Exemplos: 
 Quinidina (Quinicardine); 
 Procainamida (Procamide); 
 Mexiletina (Mexitil); 
 Amiodarona (Ancoron). 
 
4.1.3 Anti-hipertensivos - atuam regulando a pressão arterial. Exemplos: 
 Atenolol (Atenol); 
 Captoptil (Capoten); 
 Clonidina (Atensina); 
 Enalapril (Renitec); 
 Metildopa (Aldomet); 
 Prazosina (Minipress). 
 
4.1.4 Vasodilatadores - aumentam o débito sanguíneo, melhorando a circulação do 
sangue nos tecidos. Exemplos: 
 Bametano (Vasculat); 
 Cinarizina (Stugeron); 
 Diidroergocristina (Hydergine). 
 
4.1.5 Antianginosos - reduzem a crise de angina no peito. Exemplos: 
 Nifedipino (Adalat, Oxcord); 
 Verapamil (Dilacoron); 
 
 
28 
4.2 MEDICAMENTOS QUE ATUAM NO SANGUE E NO SISTEMA 
HEMATOPOÉTICO 
 
4.2.1 Antianêmicos - a anemia é causada principalmente pela carência de ferro, 
vitaminaB12 e ácido fólico no organismo. Os antianêmicos repõem a falta desses 
três componentes. Exemplos: 
 Ferroben (Citrato de ferro amoniacal, Complexo B); 
 Ferrotrat 500 (Sulfato ferroso, ácido fólico, vitamina B). 
 
4.2.2 Fármacos que repõem a falta de ferro - são mais bem absorvidos uma ou 
duas horas depois das refeições, com água ou suco de frutas. Exemplos: 
 Ferromaltose (Noripurum); 
 Sulfato ferroso (Sulfato Ferroso). 
Quando administrados por via oral, às vezes escurecem os dentes. Por isso, o 
paciente deve escovar os dentes logo após ingerir o medicamento. A associação de 
ferro com vitamina C é benéfica, pois ajuda na absorção do ferro por via oral. 
Exemplos: 
 Ferrocomplex (Sulfato ferroso, vitamina C, complexo B); 
 Ferrotônico B12 (Sulfato ferroso, complexo B, vitamina C). 
 
Orientações ao paciente: 
1. Doses excessivas podem levar à morte; 
2. A administração via intramolecular ou intravenosa deve ser lenta; 
3. Esses fármacos formam complexos com cálcio, café, cereais, chá e ovos, 
diminuindo a absorção. 
 
4.2.3 Fármacos que repõem a falta de Vitamina B12 - por via oral, deve-se evitar 
a associação da vitamina B12 com a vitamina C, pois esta pode destruí-Ia. 
Exemplos: 
 Cianocobalamina (Cianocobalamina); 
 
 
29 
 Cobamamida (Enzicoba); 
 Hidroxocobalamina (Rubranova). 
 
4.2.4 Fármacos que repõem a falta de ácido fólico e folatos - o ácido fólico e os 
folatos agem na síntese de DNA e RNA. Estão presentes em quase todos os 
vegetais, porém o cozimento prolongado leva à sua destruição. Um copo de suco 
fresco por dia é suficiente para manter os níveis desses componentes adequados no 
organismo. Exemplos: 
 Ácido fólico (Acfol); 
 Ácido folínico (Leucovorin, Tecnovorin). 
 
4.2.5 Antianêmicos renais - no rim é produzido um hormônio chamado eritropoitina, 
que induz à produção de hemácias. Uma doença renal pode levar à diminuição ou a 
não produção desse hormônio. Exemplo: 
 Eritropoetina (Eprex, Hemax). 
 
4.2.6 Antineutropênicos - usados no tratamento da diminuição de neutrófilos, que 
pode ser causada pelo uso indevido de medicamentos, como anticonvulsivantes e 
antineoplásicos, e por doenças hereditárias ou congênitas. A diminuição de 
neutrófilos faz com que o organismo não consiga combater infecções de forma 
eficaz. Exemplos: 
 Filgrastim (Granulokine); 
 Molgramostin (Leucomax). 
 
4.2.7 Anticoagulantes - prolongam o tempo de coagulação do sangue. Usados nos 
casos de infarto, embolia e doença vascular. Podem ter ação direta ou indireta. Ação 
direta: quebram o trombo; usados para ação rápida, são representados pela 
heparina e seus derivados. Exemplo: 
 Heparina (Liquemine, Trombofob, Venalot, Hirudoid); 
 
 
30 
Ação indireta: inibem a síntese de vitamina K; usados para profilaxia e ação 
prolongada; Exemplos: 
 Fempocumona (Marcoumar); 
 Varfarina (Marevan). 
 
4.2.8 Coagulantes ou hemostáticos - usados para estancar hemorragias, 
restabelecendo a hemostasia. Exemplos: 
 Complexo protrombínico humano (Prothromplex); 
 Fator IX (nove) de coagulação (Bebulin). 
 
4.2.9 Antitrombóticos - previnem a formação de trombos, diminuindo a adesividade 
das plaquetas, principais responsáveis pela coagulação do sangue. Exemplos: 
 Dalteparin (Fragmin); 
 Dipiridamol (Persantin); 
 Ticlopidina (Ticlid). 
 
4.2.10 Fibrinolíticos - dissolvem trombos. Também são chamados trombolíticos. 
Exemplos: 
 Estreptoquinase (Kabiquinase); 
 Alteplase (Actilyse). 
 
4.2.11 Antifibrinolíticos - auxiliam a controlar hemorragia grave, associada à 
fibrinólise excessiva. Exemplos: 
 Ácido aminocapróico (Ipsilon); 
 Ácido tranexâmico (Transamin). 
 
4.2.12 Hemostípticos - reduzem a permeabilidade capilar, diminuindo sua 
fragilidade. Usados para a proteção dos capilares em diversos distúrbios 
circulatórios. Exemplos: 
 
 
31 
 Aminaftona (Capilarema); 
 Escina (Reparil); 
 Troxerrutina (Venoruton). 
 
4.3 MEDICAMENTOS QUE ATUAM NO SISTEMA RESPIRATÓRIO 
 
4.3.1 Calmantes da tosse - antitussígenos, acalmam a tosse improdutiva (sem 
secreção). Exemplos: 
 Opiáceos - codeína beladonada (Belacolid); 
 Não-opiáceos - dextrometorfano (Silencium). 
 
4.3.2 Mucolíticos - diminuem a aderência das secreções. Exemplos: 
 Ambroxol (Mucosolvan); 
 Acetilcisteína (Fluimicil); 
 Bromexina (Bisolvon). 
 
4.3.3 Expectorantes - favorecem a tosse produtiva, ou seja, promovem a tosse para 
que as secreções sejam eliminadas. Exemplos: 
 Guaifenesina (Polaramine Expectorante); 
 Sulfoguaiacol (Fenergan Expectorante). 
 
4.3.4 Broncodilatadores - dilatam os brônquios, facilitando a saída de secreções. 
Exemplos: 
 Salbutamol (Aerolin); 
 Terbutalina (Brycanil); 
 Fenoterol (Berotec); 
 Teofilina (Aminofilina). 
 
 
32 
4.4 MEDICAMENTOS QUE ATUAM NO SISTEMA DIGESTÓRIO 
 
4.4.1 Antiácidos - neutralizam a acidez do estômago. Exemplos: 
 Bicarbonato de sódio (Bicarbonato de Sódio); 
 Hidróxido de alumínio (Galviz); 
 Hidróxido de alumínio e magnésio (Riopan); 
 Associação de antiácidos (Kolantil, Gelmax). 
 
4.4.2 Antieméticos - impedem o refluxo do vômito. Exemplos: 
 Bromoprida (Digesan); 
 Dimenidrinato (Dramin); 
 Metoclopramida (Plasil). 
 
 
4.4.3 Laxativos ou estimulantes intestinais - drogas de ação suave sobre o 
intestino. Exemplos: 
 Sena em pó + tamarindo (Tamarine); 
 Mucilóide hidrófilo de psilio (Metamucil). 
 
4.4.4 Purgativos - drogas de ação enérgica sobre o intestino. Exemplo: Óleo de 
rícino (Laxol). 
 
4.4.5 Estimulantes do peristaltismo - estimulam o movimento do intestino. 
Exemplos: 
 Cáscara-sagrada e fenoftaleína, sobretudo em fórmulas de manipulação; 
 Bisacodil (Dulcolax); 
 Picossulfato de sódio (Guttalax). 
4.4.6 Antidiarreicos - diminuem ou eliminam a diarreia. Exemplos: 
 Elixir Paregórico; 
 Difenoxilato (Lomotil); 
 
 
33 
 Loperamida (Imosec). 
Muitos antidiarreicos foram proibidos ou houve restrição à sua venda em razão 
do perigo de intoxicação. 
 
4.4.7 Antifiséticos - agentes antiespuma, os antifiséticos alteram a tensão 
superficial dos gases intestinais. São utilizados isolados ou em associações com 
antiácidos. Exemplo: Dimeticona (Luftal). 
 
4.4.8 Bloqueadores da secreção gástrica - bloqueiam a formação de secreção 
gástrica, diminuindo a gastrite e a úlcera. Exemplos: 
 Lansoprazol (Lanzol); 
 Ranitidina (Zyliun, logat); 
 Omeprazol (Losec). 
 
4.5 MEDICAMENTOS QUE ATUAM NO SISTEMA GENITURINÁRIO 
 
4.5.1 Diuréticos - substâncias que aumentam o volume urinário. Exemplos: 
 Hidroclorotiazida (Clorana); 
 Clortadilona (Higroton); 
 Furosemida (Lasix). 
 
4.5.2 Antissépticos urinários - medicamentos cuja ação é inibir ou reduzir o 
crescimento microbiano somente nas vias urinárias. Exemplos: 
 Fenazopiridina (Pyridium); 
 Ácido nalidíxico (Wintomylon); 
 Ácido pipemídico (Pipurol). 
4.5.3 Ocitotóxicos ou estimulantes uterinos - provocam a contração uterina, é 
usado para induzir o parto, inibir a hemorragia pós-parto e pós-aborto; provoca a 
involução do útero. Exemplos: 
 
 
34 
 Ocitocina (Syntocinon); 
 Ergometrina (Ergo trate); 
 Metilergometrina (Methergin). 
 
4.5.4 Relaxantes uterinos - utilizados para inibir o parto prematuro. Exemplos: 
 Isoxuprina (lnibina); 
 Piperidolato (Dactil OB). 
 
4.6 MEDICAMENTOS QUE ATUAM NA NUTRIÇÃO 
4.6.1 Sais minerais - para ser saudável, o organismo necessita de certa quantidade 
de sais minerais, que são encontrados nos alimentos. A falta ou o excesso desses 
componentes pode pausarsérios danos à saúde. A carência de sais minerais pode 
ser suprida com uma alimentação adequada ou por meio de medicamentos, 
normalmente em associação com vitaminas. Principais sais minerais para o 
organismo humano: 
 Cálcio; 
 Ferro; 
 Iodo. 
 
4.6.2 Estimulantes do apetite - utilizados para aumentar o apetite, indicados em 
casos de carência nutricional. Exemplo: Ciproeptadina (Periatin). 
 
4.6.3 Vitaminas - as vitaminas estão presentes nos alimentos; por isso, uma 
refeição balanceada supre as necessidades diárias do organismo. Em algumas 
situações, porém, é necessário complementar a alimentação com vitaminas, em 
forma de comprimidos, xaropes ou injetáveis. As vitaminas dividem-se em 
hidrossolúveis e lipossolúveis. 
 Hidrossolúveis: 
 Vitamina B1 (Tiamina) - Fonte natural: fígado, ervilha, leite, legumes, gema de 
ovo e carne de porco. Ex: Benerva. 
 Sódio; 
 Potássio; 
 Fósforo; 
 
 
35 
 Vitamina B6 (Piridoxina) - Fonte natural: fígado, ervilha, leite, legumes, gema 
de óvo, carnes e peixe. Ex; Adermina. 
 Vitamina C - Fonte natural: frutas cítricas, tomate, couve, agrião, caju e 
morango. Ex: Redoxon. 
 
 Lipossolúveis: 
 Vitamina A - Fonte natural: leite e derivados, fígado, gema de ovo, vegetais 
verdes, tomate, cenoura e batata-doce. Ex: Arovit. 
 Vitamina E - Fontes naturais: todos os legumes, cereais, gema de ovo e 
manteiga. Ex: - Ephynal. 
 Vitamina D - Fontes naturais: fígado e vísceras de peixe, gema de ovo e 
manteiga. Ex: Aderogil. 
 Vitamina K - Fontes naturais: folhas e óleos vegetais. Ex: Kanakion. 
 
4.7 MEDICAMENTOS ANTIALÉRGICOS 
 
4.7.1 Anti-histamínicos - bloqueiam a ação da histamina. Exemplos: 
 Carbinoxamina (Clistin); 
 Dexclorfeniramina (Polaramine); 
 Climastina (Agasten); 
 Fexofenadina (Alegra) e loratadina (Claritin). 
 
4.7.2 Corticoides 
Hormônios da suprarrenal, com propriedades antiinflamatórias, antialérgicas e 
anti-reumáticas potentes. Exemplos: 
 Prednisona (Meticorten); 
 Triancinolona (Oncilon); 
 Dexametasona (Decadron); 
 Metilprednisolona (Solumedrol). 
 
 
36 
4.8 MEDICAMENTOS QUE ATUAM NO SISTEMA NERVOSO CENTRAL 
 
4.8.1 Analgésicos - medicamentos utilizados para diminuir ou eliminar a dor, 
provocando também a queda da temperatura em pacientes febris. Os analgésicos 
dividem-se em narcóticos e não-narcóticos. 
 Narcóticos - atuam nas dores profundas (cólicas renais, biliares e dores 
provocadas pelo câncer). Podem causar dependência e euforia. Exemplos: 
 Morfina (Dimorf); 
 Buprenorfina (Temgesic); 
 Petidina (Dolantina). 
 
 Não-narcóticos - suprimem a dor superficial (cefaleias, mialgias e artralgias). 
Exemplos: 
 Ácido acetilsalicílico (AAS); 
 Paracetamol (Tylenol, Dôrico); 
 Dipirona (Novalgina, Magnopyrol). 
 
4.8.2 Anti-inflamatórios - reduzem ou eliminam a inflamação. Exemplos: 
 Diclofenaco (Voltaren); 
 Indometacina (Indocid); 
 Benzidamina (Benflogin); 
 Alopurinol (Zyloric); 
 Nimesulide (Nisulide). 
 
4.8.3 Sedativos e hipnóticos - são depressores do SNC. Reduzem a agitação e o 
nervosismo e podem provocar o sono. Exemplos: 
 Fenobarbital (Gardenal); 
 Flurazepam (Dalmadorm); 
 
 
37 
 Nitrazepam (Mogadon); 
 Midazolam (Dormonid). 
 
4.8.4 Psicotrópicos - substâncias capazes de atuar seletivamente sobre as células 
nervosas que regulam os processos psíquicos do homem. Interferem nos processos 
mentais, por exemplo, sedando, estimulando ou alterando o humor, o pensamento e 
o comportamento. Dividem-se em neurolépticos, ansiolíticos e antidepressivos. 
 
 Neurolépticos ou antipsicóticos - os neurolépticos ou tranqüilizantes 
maiores exercem ação sobre a excitação e a agressividade, bem como sobre 
as atividades delirantes e alucinatórias. Exemplos: 
 Haloperidol (Haldol); 
 Clorpromazina (Amplictil); 
 Flufenazina (Anatensol); 
 Pimozida (Orap). 
 
 Ansiolíticos - os ansiolíticos ou tranqüilizantes menores atuam na ansiedade 
e na tensão em pacientes com problemas neurológicos. Quando usados em 
pequenas doses, não chegam a provocar sono, apenas facilitam sua 
instalação. Exemplos: 
 Clordiazepóxido (Psicosedin); 
 Diazepam (Diempax); 
 Bromazepam (Lexotan); 
 Lorazepam (Lorax). 
 
 Antidepressivos - os antidepressivos diminuem a depressão, porém, para ter 
efeitos positivos, devem ser usados por algumas semanas no mínimo. 
Exemplos: 
 Tranilcipromina (Parnate); 
 Imipramina (Tofranil); 
 Antriptilina (Tryptanol). 
 
 
38 
4.9 MEDICAMENTOS QUE ATUAM NO SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO 
Os medicamentos podem estimular ou inibir o sistema nervoso simpático e o 
parassimpático. 
 
4.9.1 Adrenérgicos ou simpatomiméticos - ativam o sistema nervoso simpático, 
causando hipertensão, broncodilatação e diminuição da atividade do sistema 
digestório. Exemplos: 
 Adrenalina (Adrenalina); 
 Salbutamol (Aerolin). 
 
4.9.2 Antiadrenérgicos e simpatolíticos - inibem a ação do sistema nervoso 
simpático, causando reações contrárias às dos adrenérgicos. Exemplos: 
 Metildopa (Aldomet); 
 Propranolol (Propranolol). 
 
4.9.3 Colinérgicos ou parassimpatomiméticos - ativam a ação do sistema 
nervoso parassimpático, causando hipotensão, aumento da atividade gástrica, miose 
etc. Exemplos: 
 Neostigmina (Prostigmine); 
 Piridostigmina (Mestinon). 
4.9.4 Anticolinérgicos ou parassimpatolíticos - inibem a ação do sistema nervoso 
parassimpático, tendo ação contrária à dos colinérgicos. Exemplo: Bilclisina 
(Postafen). 
4.10 ANTIBIÓTICOS 
São medicamentos produzidos por organismos vivos ou de maneira sintética 
para atuar sobre infecções bacterianas. Os antibióticos devem ter seus esquemas 
posológicos seguidos corretamente, pois o erro no horário, dosagem ou duração do 
tratamento (número de dias em que deve ser utilizado) pode levar ao crescimento de 
microorganismos resistentes, ocasionando o retorno da infecção. Siga as 
orientações médicas e não suspenda o tratamento sem autorização. Classificam-se 
em bacteriostáticos (antibióticos que impedem a reprodução da bactéria) e 
 
 
39 
bactericidas (antibióticos que rompem a parede bacteriana). Os antibióticos também 
podem ser classificados da seguinte forma: 
 
4.10.1 Penicilinas. Exemplos: 
 Amoxacilina (Amoxil); 
 Benzilpenicilina benzatina (Benzetacil); 
 Oxacilina (Staficilin-N). 
 
4.10.2 Cefalosporinas. Exemplos: 
 Cefadroxila (Cefamox); 
 Cefalexina (Keflex); 
 Cefalotina (Mefoxin); 
 Cefuroxima (Zinacef). 
 
4.10.3 Lactâmicos. Exemplos: 
 Aztreonam (Azactan); 
 Imipenen (Tienan). 
 
4.10.4 Anfenicois. Exemplo: 
 Cloranfenicol (Quemicetina). 
 
4.10.5 Polipeptídeos. Exemplos: 
 Teicoplanina (Targocid); 
 Vancomicina (Vancocina). 
 
4.10.6 Macrolídeos. Exemplos: 
 Azitromicina (Zitromax); 
 Roxitromicina (Rulid). 
 
 
40 
4.10.7 Aminociclitóis. Exemplos: 
 Amicacina (Novamin); 
 Neomicina (Nebacetin). 
 
 
4.11 ANTIFÚNGICOS. 
 Utilizados no tratamento de micoses. Exemplos: 
 Anfotericina B (Fungison); 
 Cetoconazol (Nizoral); 
 Tluocitosina (Ancotil); 
 Nistatina (Micostatin). 
 
4.12 ANTIRRETROVIRAIS. 
 Utilizados no tratamento e profilaxia das viroses. Exemplos: 
 Aciclovir (Zovirax); 
 Didanosina (Videx); 
 Ganciclovir (Ganciclovir). 
 
4.13 ANTIPARASITÁRIOS 
São drogas que atuam sobre parasitas, provocando sua expulsão ou sua 
morte, sem lesar de forma grave o hospedeiro. As principais infestações causadas 
por parasitas e os respectivos medicamentos utilizados para combatê-Ias são: Teníase: tratada com Niclosamida (Atenase). 
 Ascaridíase: tratada com Mebendazol (Pantelmin) e Embonato de pirantel 
(Ascarical). 
 Ancilostomíase: tratada com Mebendazol (Pantelmin) e Embonato de pirantel 
(Ascarical). 
 Enterobíase: tratada com Embonato de pirantel (Ascarical), Embonato de 
pirvínio (Pyr-pan), Mebendazol (Pantelmin) e Albendazol (Zolben). 
 Estrongiloidíase: tratada com Tiabendazol (Thiaben) e Albendazol (Zolben). 
 
 
41 
 Tricuríase: tratada com Mebendazol (Pantelmin). 
 Esquistossomose: tratada com Praziquantel (Cisticid). 
 Doença de Chagas: tratada com Benzonidazol (Rochagam). 
 Leishmaniose: tratada com Antimoniato de Meglumina (Glucantime). 
 Malária: tratada com Cloroquina (Cloroquina), Pimimetamina (Daraprim) entre 
outras. 
 Giardíase: tratada com Furazolidona (Giarlan) e Metronidazol (Flagyl). 
 
4.14 ANTINEOPLÁSICOS 
São medicamentos usados no tratamento do câncer. Os agentes 
antineoplásicos podem ser divididos nas seguintes classes: 
 
1. Agentes alquilantes, que atuam alquilando os ácidos nucleicos e as 
proteínas das células cancerosas. Exemplos: 
 Ciclofostamida (Genuxal); 
 Clorambucila (Leukeran). 
 
2. Antagonista do ácido fólico, que atua sobre a hiperproliferação celular. 
Inibe de maneira competitiva a atividade da enzima diidrofolato-redutase inibindo o 
ciclo celular. Exemplos: 
 Metotrexato (Methotrexate); 
 Citarabina (Aracytin). 
 
3. Compostos de platina, que interferem na ação do DNA. Exemplos: 
 Carboplatina (Carboplatina); 
 Cisplatina (Cisplatina). 
 
4. Antibióticos que se ligam ao DNA celular ou reagem com ele. Exemplos: 
 Bleomicina (Blenoxane); 
 
 
42 
 Doxorrubicina (Adriblastina). 
 
5. Produtos vegetais, que agem como inibidores mitóticos. Exemplos: 
 Vimblastina (Velban); 
 Vincristina (Oncovin). 
 
6. Hormônios e análogos, que exercem efeito citotóxico, complexando-se 
com receptores citoplasmáticos. Exemplo: Dexametasona (Decadron). 
 
7. Agentes diversos, que possuem variadas formas de ação. Exemplos: 
 Aspariginase (Elspar); 
 Interferon alfa (Interferon). 
 
4.14.1 Critérios a serem observados na preparação de antineoplásicos 
 
1. Preparar o antineoplásico em capela de fluxo laminar, tendo cuidado para não 
contaminá-Io e também para não se contaminar. O contato constante com 
esses medicamentos pode ser prejudicial, já que todos eles são 
cancerígenos. 
2. Observar rigorosamente as doses e os esquemas posológicos. Pequenas 
variações podem ser letais. 
3. Usar material descartável e desprezar o material inutilizado em local 
apropriado. 
4. Usar máscara, luvas e avental adequados para evitar contato direto do 
medicamento com a pele e a mucosa. 
5. Observar atentamente os horários de administração para garantir o pico de 
ação do medicamento no horário correto. 
6. Submeter o profissional periodicamente a uma avaliação médica, que deve 
incluir exames de sangue, prova de função hepática e renal. 
 
 
 
 
 
43 
5 CUIDADOS IMPORTANTES NA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 
 
5.1 ANALGÉSICOS 
Controlar a respiração do paciente, pois o uso contínuo de analgésicos 
estimula a ventilação pulmonar, podendo levar a uma alcalose respiratória. 
 
5.2 HIPNÓTICOS 
Controlar rigorosamente pressão arterial, pulso e respiração, pois os 
hipnóticos podem deprimir o centro respiratório e o centro vasomotor. 
 
5.3 ANTIBIÓTICOS 
Colher material para exames de laboratório, quando solicitados, antes de 
iniciar o tratamento. Controlar líquidos ingeridos e eliminados. 
 
5.4 INSULINA 
Agitar o frasco, pois se trata de uma suspensão. Mudar o local de aplicação 
para evitar a lipodistrofia. Usar agulha 10 x 5. 
 
5.5 PARA TODOS OS MEDICAMENTOS 
 Observar reações alérgicas. 
 Controlar pressão arterial, respiração e pulso, para prevenir choque 
anafilático. 
 Em caso de intoxicação ou dúvida, suspender o medicamento. 
 
 
6 INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS 
 
Ocorre interação medicamentosa quando dois ou mais medicamentos, ao 
entrarem em contato, desencadeiam algum tipo de reação. Segundo a OMS, cerca 
de 50% dos medicamentos receitados no Brasil são prescritos, dispensados ou 
aplicados inadequadamente. Nos orçamentos dos hospitais, 15 a 20% são gastos no 
 
 
44 
manejo das complicações por uso indevido de medicamentos. As interações 
classificam-se em físico-químicas e terapêuticas. 
 
6.1 CLASSIFICAÇÃO DAS INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS 
 
6.1.1 Interações físico-químicas 
São as que ocorrem fora do organismo do paciente, ou seja, na seringa, no 
copo, no frasco de soro etc. Quando se diz que determinado medicamento deve ser 
dissolvido em solução de glicose (SG) e não em solução fisiológica (SF), isso 
significa que o medicamento tem uma interação físico-química com a SF, não 
podendo ser usado este solvente. Nesse caso, pode-se citar a anfotericina B, que só 
é solúvel em SG. 
 Outro exemplo é a diferença de pH. Uma substância ácida não pode ser 
misturada a uma substância básica, pois dessa mistura resulta um sal, que é uma 
substância diferente das originais. 
Exemplos de substâncias ácidas: 
 Vancomicina pH 2,4 a 4,5; 
 Petidina pH 5; 
 Protamina pH 3; 
 Complexo B pH 4,5. 
 
Exemplos de substâncias básicas: 
 Aminofilina pH 7 a 9,5; 
 Furosemida pH 9; 
 Fenobarbital sódico pH 9,5. 
 
6.1.2 Interações terapêuticas 
São as que ocorrem no organismo do paciente após a administração do 
medicamento. 
 
 
 
 
45 
6.2 RESULTADOS DE POSSÍVEIS INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS 
Os sintomas mais comuns de interações medicamentosas no geral são: 
hepatoxicidade, confusão mental, depressão do SNC, rabdomiólise, arritmia 
cardíaca, distúrbio, eletrolítico, insuficiência, renal, hiper/hipotensão arterial, 
hipoglicemia. 
 
6.2.1 Diminuição da absorção 
 Formas complexas insolúveis: 
 Tetracilina com Ca / Al / Mg; 
 Ferro com tricilicato de magnésio. 
 
 Mudança de pH: 
 Alcalino diminui absorção de ferro/aspirina. 
 
 Drogas que retardam o esvaziamento gástrico: 
 Atropina; 
 Antiparkinsonianos; 
 Antidepressivos tricíclicos. 
 
 Interação com alimentos 
 Xenical; 
 Acarbose. 
 
6.2.2 Aumento da absorção 
 Facilitado pela presença de gordura: 
 Saquinavir; 
 Vitaminas lipossolúveis. 
 
 Mudança de pH: 
 
 
46 
 Acidez aumenta absorção de ferro/aspirina. 
 
 Drogas que aceleram o esvaziamento gástrico: 
 Pró-cinéticos. 
 
 Organismo favorece absorção: 
 Sais biliares (absorção de gorduras); 
 Calbindinas (transporte cálcio); 
 Fator intrínseco (vitamina B12). 
 
6.2.3 Alterações na ação dos medicamentos 
Por exemplo, dietas com baixa concentração de sódio podem causar 
reabsorção de lítio, substância que pode atingir níveis tóxicos. É fundamental não 
oferecer alimentos ao paciente sem a autorização do médico ou do nutricionista. A 
importância do profissional de enfermagem na interação medicamentosa está no seu 
contato com o paciente. É ele quem prepara, administra o medicamento e 
acompanha o paciente, observando possíveis reações adversas ao medicamento. 
 
 
 
7 FÁRMACOS EM PEDIATRIA 
 
A prescrição de fármacos para crianças difere da prescrição para adultos, 
obedecendo a uma classificação que leva em conta a faixa etária e o peso ou a 
superfície corporal. A resposta final aos medicamentos varia de caso para caso. Os 
primeiros 28 dias de vida, que correspondem ao período neonatal, são os que 
oferecem maior perigo. Por isso, as dosagens devem ser calculadas com muito 
cuidado. Nesse período, a toxicidadede medicamentos pode estar bastante 
aumentada, em razão da excreção diminuída e à filtração glomerular deficiente. Não 
se deve adicionar qualquer medicamento ao leite ou outro líquido nutritivo, pois 
existe o risco de interação e de a criança passar a recusar o alimento. 
 
 
 
47 
7.1 DOSAGENS PARA CRIANÇAS 
 As dosagens dos fármacos para crianças são classificadas dentro dos 
seguintes grupos: 
 Até 28 dias: recém-nascido; 
 Até o primeiro ano: lactente; 
 De 1 a 5 anos: pré-escolar; 
 De 6 a 11 anos - escolar; 
 De 12 a 16 anos - adolescente. 
 
 As doses referem-se às idades médias de cada grupo. Por exemplo, dentro 
da classificação lactente, podemos ter crianças de 28 dias a 12 meses, portanto a 
medida seriam 6 meses. Entretanto, as medidas podem variar proporcionalmente 
em direção às idades mínimas ou máximas, dentro do mesmo grupo. O cálculo da 
dose é feito com base no peso ou na superfície corporal. As seguintes fórmulas 
permitem o cálculo aproximado da dose, utilizando o peso da criança ou sua 
superfície corporal. 
 
 Dose da criança = peso da criança x dose do adulto ou 
 70 
 Dose da criança = superfície corporal da criança x dose do adulto 
 1,8 
 
7.2 ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS POR VIA ENDOVENOSA COM 
VELOCIDADE DE INFUSÃO DO TIPO DEFINIDA OU ESPECÍFICA. 
 
 Para administração de medicamentos pela via endovenosa, com velocidade 
de infusão definida ou específica, recomenda-se o uso de bomba de infusão e, no 
caso de pediatria e neonatologia, preferencialmente as bombas que possibilitam 
infusão de volumes decimais. Para tanto, recomenda-se verificar a velocidade de 
infusão indicada para cada tipo de medicação, bem como a diluição sugerida. 
Exemplos de cálculos utilizados: 
 
 
48 
 Cefalotina (Keflin) 25 mg/kg, dose a cada 12 horas. Administrar EV 
lentamente, por 30 minutos, com bomba de infusão, após diluição com soro 
glicosado a 5%; 
 Dopamina (Revivan) 10 ml = 50 mg, dose 0,5 a 20 mg/kg/min. Administrar EV 
em infusão contínua, em bomba de infusão, após diluição com soro glicosado 
a 5%; 
 Bicarbonato de sódio 10 ml a 10% (1,2 mg/ml), dose 2 mg/kg. Administrar EV 
lentamente (de 20 a 30 minutos), 1 mg/kg/min, com bomba de infusão, após 
diluição com água destilada na proporção 1:1. 
 
 
8 MISTURAS E SOLUÇÕES 
 
 Misturas são produtos formados por duas ou mais substâncias. Temos dois 
tipos de misturas: homogêneas (solução) e heterogêneas. 
 
8.1 CLASSIFICAÇÃO DAS MISTURAS 
 
8.1.1 Misturas homogêneas 
 São compostas de duas ou mais substâncias, perfeitamente misturadas e por 
igual. Apresentam a mesma aparência, isto é, não há superfície de separação visível 
entre seus componentes. As misturas homogêneas são chamadas de soluções. 
Exemplos: 
 Solução de glicose a 5%; 
 Solução de água boricada a 3%. 
 
 Em uma solução, sempre temos dois componentes: 
 Soluto: substância a ser dissolvida; 
 Solvente: substância na qual o soluto será dissolvido. A água é o solvente 
mais comum, sendo chamada de solvente universal. 
 
 
49 
8.1.2 Misturas heterogêneas 
 São compostas de duas ou mais substâncias, grosseiramente misturadas. 
Têm aparências diferentes em diversos pontos da mistura. Exemplos: 
 Benzilpenicilina benzatina (Benzetacil); 
 Amoxacilina (Amoxil Suspensão). 
 
8.2 CLASSIFICAÇÃO DAS SOLUÇÕES 
 A resistência de uma solução ou sua osmolaridade é a relação entre o 
número de mols (moléculas) de soluto e o volume da solução. Em relação ao plasma 
sanguíneo e a outros líquidos orgânicos, uma solução pode ser classificada como 
isotônica, hipertônica ou hipotônica. 
 
8.2.1 Solução isotônica - com os líquidos orgânicos é a solução que, colocada no 
lado externo das células, tem exatamente a mesma pressão osmótica do líquido 
intracelular e, portanto, mantém os gradientes de concentração inalterados. Como 
exemplo de soluções isotônicas pode citar: 
 Soro glicosado a 5% - contém 5 gramas de glicose para cada 100 mililitros 
(ml) de solução; 
 Soro fisiológico a 0,9% - contém 0,9 gramas de cloreto de sódio em 100 
mililitros (ml) de solução; 
 Soro glicofisiológico - contém glicose a 5% e cloreto de sódio a 0,9%. 
 
8.2.2 Solução hipertônica - é a solução cuja concentração é maior que a do nosso 
plasma, produzindo osmose de dentro para fora da célula. Como exemplo de 
solução hipertônica pode citar: 
 Glicose a 10,25 e 50%, ou seja, 10,25 e 50 gramas de glicose para cada 100 
mililitros (ml) de solução. 
 
8.2.3 Solução hipotônica - é a solução cuja concentração é menor que a do nosso 
plasma, produzindo osmose de fora para dentro da célula. Como exemplo de 
solução hipotônica pode citar: 
 
 
50 
 "Soro ao meio" - soro em que a concentração de glicose e de cloreto de 
sódio é a metade da solução isotônica, ou seja, glicose a 2,5% e cloreto de 
sódio a 0,45%. 
 Em outras palavras, as células mantidas em solução isotônica manterão seus 
volumes constantes, enquanto as células colocadas em solução hipertônica 
desidratarão e as colocadas em solução hipotônica poderão se romper (plasmólise). 
 
 Definindo melhor 
 Solução isotônica: solução de concentração molecular igual à do plasma 
sanguíneo. Quando administrada, não provoca intumescimento nem contração das 
células dos tecidos. 
 Solução hipertônica (hiper = maior): solução com concentração molecular 
superior à do plasma. Quando administrada, provoca a saída de líquidos de dentro 
da célula, reduzindo seu volume, ocasionando concentração e desidratação celular. 
 Solução hipotônica (hipo = menor): solução com concentração molecular 
inferior à do plasma. Quando administrada, provoca a entrada de líquido na célula, 
aumentando seu volume (edema) e favorecendo seu rompimento (lise). 
 
9 CÁLCULO DE INFUSÕES MEDICAMENTOSAS CONTÍNUAS 
 
 Nos dias atuais, a tecnologia coloca no mercado novos materiais que ajudam 
no cuidado do cliente. As Bombas de Infusão são bons exemplos. 
 
 Figura 25: Modelos de Bomba de Infusão 
 
 
 
51 
 Estes equipamentos estão programados a realizar infusões precisas dos 
medicamentos a serem administrados, contudo há de se informar a dose, o tempo, a 
vazão que irá correr a infusão para que a máquina realize os cálculos. 
 Para se manusear este pequeno computador que tem a função de levar 
líquido de forma contínua, com a dosagem certa e com menos risco de embolias 
gasosa ao paciente, o técnico de enfermagem deve saber algumas considerações: 
 
9.1 CÁLCULO DAS MEDIÇÕES PRESCRITAS EM MCG/KG/MIN 
 
 Considere que 1 mg = 1.000 mcg 
 
Para obter a dose: 
 
 
 
 
 Exemplo de prescrição: dopamina que foi preparada em 25 ml de glicose a 
5% (384mcg /ml) para correr a 1ml/h. O peso do recém-nascido é de 800 gramas. 
 
384 x 1 / 60 = 8mcg/Kg/min é a dose recebida. 
 0,8 
 
Para obter a infusão: Peso (Kg) x Dose (mcg/Kg/min) = ml/h 
Concentração (mcg /ml) 
 Peso (Kg) 
 
 Na prescrição acima, considerando a dose de 8 mcg/Kg/min, qual será a 
velocidade de infusão a ser administrada? 
 
 Aplicar a fórmula: 0,8 x 8 x 60 = 1ml/h é a velocidade de infusão necessária 
 384 
 
 Para obter a concentração: Peso (Kg) x Dose (mcg/Kg/min x 60) = mcg /ml 
 Velocidade de infusão 
 
 Na mesma prescrição acima, dopamina dose de 8 mcg/Kg/min e velocidade 
de 1ml/h. Qual a concentração desta solução que foi preparada em 25ml de solução 
glicosada a 5%? 
 
Concentração x Velocidade de infusão 
 (mcg /ml)ml/h / 60 = mcg/Kg/min 
 Peso (Kg) 
 
 
52 
 Aplicar a fórmula: 0,8 x 8 x 60 = 384mcg /ml é a concentração da solução. 
 1 
 Para encontrar a quantidade da medicação a ser adicionada na seringa, 
observemos o exemplo anterior, no qual foi preparada a solução de dopamina na 
concentração de 384mcg /ml, em 25ml de solução glicosada a 5% (384 x 25 = 
9.600), necessitaríamos adicionar 9.650 mcg de dopamina para preparar 25mL da 
solução da dopamina. O frasco da dopamina possui uma concentração de 40mg /ml, 
a quantidade de dopamina a ser adicionada na solução glicosada é de 0,24 ml de 
dopamina, com uma concentração na seringa correspondente a 384mcg /ml. Como 
o frasco de dopamina vem em mg, devemos transformar em mcg: para isso, 
multiplicamos por 40 por 1.000 = 40.000mcg. 
 
Aplicando a regra de três: 40.000.................................1mL 
 9.600....................................x 
 
x = 9.600 x 1 = 0,24 ml de dopamina a ser adicionada à seringa de 25ml de glicose 
 40.000 
 
9.2 CÁLCULO DAS MEDIÇÕES PRESCRITAS EM MG/KG/H 
 Poderão ser utilizadas as mesmas anteriores, com exceção da que utiliza a 
constante 60. 
 Prescrição 1: Prescoline para correr a 0,75ml/h. A seringa preparada tem uma 
concentração de 183 mcg em 25ml de glicose a 5%. Qual a dose que deverá receber 
um recém-nascido de 3.660 gramas? 
 
 Encontrar a concentração da solução: 185mcg = 7,32mg /ml 
 25 
 
 Aplicar a fórmula para encontrar a dose: 
 
7,32 x 0,75 = 1,5 mg/Kg/h é a dose que o paciente receberá por hora. 
 3.660 
 
 Prescrição 2: Fentanil preparado em 25ml de solução glicosada a 5% 
(1,8mcg /ml). O recém-nascido pesa 800 gramas. Se quisermos que ele receba 
1,0mcg/Kg/h, qual a velocidade da infusão a ser administrada? 
 
 Aplicar a fórmula para encontrar a velocidade: 
 
 
53 
 
0,8 x 1,0 mcg/Kg/h = 44 ml/h 
 1,8 mcg /ml 
 
 Prescrição 3: Fentanil, infusão contínua 1,0 mcg/Kg/h e velocidade 0,5ml/h. 
O recém-nascido pesa 800 gramas. Qual a concentração dessa solução que foi 
preparada em 25ml de solução glicosada a 5%? 
 Aplicar a fórmula para encontrar a concentração: 
0,8 x 1,0 = 1,6 mcg /ml é a concentração da solução. 
 0,5 
 
Exercícios: 
1. Recém-nascido de 1.500g. 
Prostin (Prostaglandina E), apresentação 1ml = 500mg. Dose 0,1mg/Kg/min. 
Diluir em 15 ml de solução glicosada a 5%, EV infusão contínua. 
2. Recém-nascido de 2.200 g. 
Isuprel (Isoproterenol). Dose 0,2 mg/Kg/min. EV infusão contínua em 10 ml de solução 
fisiológica. 
3. Recém-nascido de 1.400 g 
Bicarbonato de sódio 10 ml a 10% (1,2 mg /ml). Dose 2 mg/kg 
Diluir em 10 ml de água destilada, na proporção 1:1. 
EV lentamente (em 30 minutos), 1 mg/kg/min 
 
9.3 EXPRESSÕES INDICATIVAS DAS DROGAS EM SOLUÇÃO 
 A quantidade de soluto contida em uma solução pode ser indicada 
diretamente ou vir expressa em porcentagem ou em proporção. 
 Exemplo 1 - Quantidade claramente definida: 
 Cloranfenicol suspensão 250 mg/5 ml (Quemicetina) 
 A expressão significa que em cada 5 ml dessa suspensão há 250 mg de 
cloranfenicol. 
 Exemplo 2 - Indicação em porcentagem: 
 Cloreto de potássio a 19,1% em ampola de 10 ml. 
 
 
54 
 Quando nos referimos a uma solução a 19,1%, queremos dizer que, para 
cada 100 ml da solução, há 19,1 g de soluto. Sabemos que, em cada 100 ml dessa 
solução, há 19,1 g de cloreto de potássio. Para obtermos a quantidade de soluto 
contida na ampola de 10 ml, fazemos uma regra de três. O valor encontrado para x 
corresponde ao que procuramos: 
19,1 g................................100 ml 
x....................................... 10 ml 
X= 1,91 g 
 Portanto, na ampola de 10 ml há 1,91 g de cloreto de potássio. 
 
 
 
10 CÁLCULO DE DOSAGENS NO PREPARO DE MEDICAMENTOS 
 
10.1 CONCENTRAÇÕES EXPRESSAS EM PORCENTAGEM 
 Quantidades expressas em porcentagem normalmente significam gramas por 
100 ml. Por exemplo: Eritromicina a 2% - significa que, a cada 100 ml de solução, 
temos 2g de eritromicina. 
 
11 TRANSFORMAÇÕES DE SOLUÇÕES 
 
11.1 MÉTODO A 
 A prescrição médica solicita 500ml de SG a 15%. Encontram-se disponíveis 
500ml de SG a 5% e ampolas de glicose a 50% (20ml/ampola). Como proceder? 
1° passo – Calcular quantos gramas de glicose há no frasco de 500ml de SG a 5%: 
100ml 5g 100ml 5g 
 500ml X 500ml X 
 
X = 5 x 500 X = 25 g 
 100 
Cada frasco de 500 ml de SG a 5% contém 25 g de glicose. 
 
 
55 
2º passo - Calcular quantos gramas de glicose deverá conter o frasco de 500 ml de 
SG a 15% (prescrição médica). 
 
 X = 75 g 
 
Cada frasco de 500 ml de SG a 15% deverá conter 75 g de glicose. 
 
3º passo - Calcular a diferença entre a quantidade de glicose do frasco de SG a 
15% e a do frasco de SG a 5% (ou seja, a diferença entre o necessário e o 
disponível). 
 
 
Precisamos acrescentar 50 g de glicose no frasco de SG a 5% para transformá-Io 
em 15%. 
4º passo - Calcular quantos ml de glicose a 50% são necessários para acrescentar 
50 g de glicose. 
100 ml 50 g 
 X 50 g 
 
x = 50 x 100 = 100 x = 100 ml 
 50 
 
Observação: 
 Pelo cálculo, devemos colocar 100 ml de glicose a 50% em um frasco de 500 
ml de SG a 5%. Mas essa operação não é possível, já que, ao acrescentarmos 100 
ml de glicose a 50%, estaríamos alterando significativamente o volume final do 
frasco da prescrição, que passaria de 500 ml para 600 ml. Além disso, o frasco 
inicial não comporta 600 ml. Assim sendo, temos que desprezar 100 ml do frasco 
original e acrescentar a quantidade de glicose contida nesse volume que foi 
desprezado. 
 
100 ml 15 g 
500 ml X 
 X = 15 x 500 = 75 
 100 
75 - 25 = 50 g 
 
 
56 
5º passo - Calcular a quantidade de glicose desprezada em 100 mI de SG a 5%. 
100 mI 5 g X = 5 x 100 = 5 X = 5g 
100 mI X 100 
 Perdemos 5 g de glicose com a retirada dos 100 mI. 
 
6º passo - Calcular quantos ml de glicose a 50% é necessário para acrescentar 5 g 
de glicose. 
100 mI 50 g X = 5 x 100 = 10 X = 10 mI 
X 5 g 50 
 Devem ser acrescentados 110 mI de glicose a 50% no frasco de 400 mI de 
SG a 5%: 
 400 ml de SG a 5% = 20 g de glicose 
 110 mI de SG a 5% = 55 g de glicose 
 Volume total = 400 + 110 = 510 mI 
 Glicose total = 20 + 55 = 75 g 
 Teremos, assim, 510 ml de SG a 15% e somente 10 ml a mais no volume. 
 
11.2 MÉTODO SIMPLIFICADO 
 Método elaborado para cálculo de transformações de soluções em diferentes 
porcentagens. O método baseia-se na seguinte fórmula: 
 
 x = (PM em%) - (SG em %) ou (AD em %) = x Volume total da PM 
 (AGH em %) - (SG em %) ou (AD em %) 
 
 O resultado da aplicação da fórmula será o da quantidade em mililitros das 
ampolas de solução hipertônica - AGH. 
 Para resolver a fórmula acima, substitua os valores, todos em porcentagem, 
da seguinte maneira: 
 PM = prescrição médica em %; 
 
 
57 
 SG = soro glicosado ou água destilada em % (não se esqueça de que a 
porcentagem de AD é sempre 0%); 
 AGH = ampolas da solução hipertônica que você vai usar em %; 
 Volume total da solução prescrita. 
 A resposta obtidaserá em mililitros para a quantidade de solução de glicose 
ou outra solução hipertônica utilizada. Para saber quanto vai usar da solução 
comum, basta subtrair do volume total da PM os mililitros da solução hipertônica a 
ser empregada. 
 
 Exemplo de uma prescrição médica em que se aplica o método 
simplificado de transformações de soluções em diferentes porcentagens 
 A prescrição médica é de 500 ml de SG a 15%, correr em 8 horas. Tenho na 
unidade SG a 5% e ampolas de glicose, de 20 ml, a 50%. Quantos ml vou usar do 
SG a 5% e das ampolas de glicose a 50%? 
 
 Aplique a fórmula: x ml = PM 15% - SG 5% = 10 
 AG 50% - SG 5% 45 
 
 Em seguida divida 10 por 45 = 0,22. O valor obtido multiplica-se pelo volume 
total da prescrição médica. 
 Ou seja: 500 ml x 0,22 = 110 ml 
 R = 110 ml das ampolas de glicose hipertônica e 390 ml do SG a 5%. 
 Cálculo = 500 ml (total do soro a 5%) - 110 ml de glicose hipertônica a 50% = 
390. 
 
11.3 TRANSFORMAÇÃO DE SG E SF EM SGF 
 O soro glicofisiológico é uma solução que contém glicose a 5% e cloreto de 
sódio a 0,9%. Portanto, para obtermos SGF, partindo de SG a 5%, devemos 
acrescentar cloreto de sódio hipertônico; se partirmos de SF, devemos acrescentar 
glicose hipertônica, já que o soro ao meio (que se faz reunindo partes iguais de 
glicose e SF a 0,9%) é uma solução que contém glicose a 25% e cloreto de sódio a 
0,45%. São, portanto, soluções diferentes. 
 
 
58 
 Exemplo: A prescrição é de 500 ml de SGF. 
 1º passo - Saber quanto temos de cloreto de sódio em 500 ml de SGF. Na 
SGF, temos glicose a 5% e NaCl a 0,9%, então em 500 ml temos: 
GIicose: 5 g..................................100 ml X = 25 g de glicose 
 x...................................500 ml 
 
NaCI: 0,9 g...............................100 ml X = 4,5 g de cloreto de sódio 
 X......................................500 ml 
 
 2º passo - Para a preparação de SGF, podemos partir de SG a 5% e 
acrescentar 4,5 g de cloreto de sódio, ou de SF a 0,9% e acrescentar 25 g de 
glicose. Partindo de 500 ml de SG a 5% e supondo que em nosso estoque dispomos 
de ampolas de cloreto de sódio a 30%, temos: 
 CIoreto de sódio a 30% 
30..........................................100 ml X= 6g 
X.............................................20 ml 
 
 Como temos 6 g por ampola e só precisamos de 4,5 g, então: 
6 g..........................................20 ml X = 15 ml 
4,5 g......................................X 
 Conclusão: Para obter SGF, devemos acrescentar 15 ml de cloreto de sódio a 
30% ao frasco de SG a 5%. 
 
11.4 PASSOS PARA O CÁLCULO DE CONCENTRAÇÕES 
 Preparar 1.000 ml de solução de KMnO4 (permanganato de potássio) a 
1:40.000 com comprimidos de 100 mg. Sabemos que se a solução é a 1:40.000, 
temos 1 g (1.000 mg) de permanganato de potássio em 40.000 ml (40 l) de água. 
Então: 
 
 
59 
 
 1º passo: calcular quantos mg de permanganato de potássio temos em 100 ml 
da solução pretendida: 
1.000 mg ……….40.000 ml X = 25 mg 
X …………….. 1.000 ml 
 
 2º passo: calcular quanto do comprimido corresponde a 25 mg: 
1 comprimido......................................100 mg 
X..........................................................25 mg 
X = 1 x 25 = 0,25 
 100 
 
0,25 = 25 = (simplificando) ¼ de comprimido 
100 
 
 3º passo: como é difícil cortar o comprimido em quatro partes iguais, devemos 
preparar a solução na dosagem correta, diluir em um volume definido, por exemplo, 
em 10 ml de água: 
100 mg………………………………….10 ml 
25 mg……………………………………x 
x = 25 x 10 = 250 = 2,5 ml 
 
 Para preparar a solução de KMn04, colocar 2,5 ml da solução concentrada 
em 1.000 ml ou 1 litro de água. 
Conclusão: 
 Para preparar a solução pretendida, devemos utilizar 1/4 de comprimido, que 
corresponde a 2,5 ml, de acordo com a diluição proposta. 
 
 
 
 
 
60 
12 DILUIÇÃO DE MEDICAMENTOS 
 
Orientações gerais: 
1. Trabalhe sempre com regra de três simples, tendo o cuidado de colocar: 
 ml abaixo de ml; 
 g ou mg abaixo de g ou mg. 
2. Nunca trabalhe com unidades diferentes de peso ou de medida, como, por 
exemplo, grama (g) e miligrama (mg), mililitro (ml) e litro (L). Sempre que 
necessário, transforme os valores numa mesma unidade. 
3. Procure sempre transformar grama em miligrama, por ser uma operação mais 
fácil. Para fazer essa transformação, multiplique a quantidade em gramas por 
1.000, obtendo assim miligramas. 
4. Procure sempre transformar, pela mesma razão acima, litro em mililitro, 
multiplicando a quantidade em litros por 1.000 para obter mililitros. 
5. Se o medicamento já estiver diluído, basta montar a regra de três. 
6. Se o medicamento não estiver diluído, procure sempre utilizar a proporção 
adequada, de acordo com a via de administração pretendida. 
Exemplos: 
 Diluir 1 g = 1.000 mg em 5 ml para aplicação intramuscular (IM) ou em 10 ml 
para aplicação endovenosa (EV); 
 Diluir 0,5 g = 500 mg em 2,5 ml ou em 5 ml para IM; 
 Diluir 0,25 g = 250 mg em 5 mI ou em 2,5 mI. 
7. Procure não esquecer: há medicamentos que têm volume significativo de pó. 
Um exemplo é a penicilina cristalina, cujo frasco de 5.000.000 de UI tem 2 mI 
de volume de pó; portanto, ao acrescentarmos solvente, devemos considerar 
esse volume em frasco-ampola. 
8. Se o medicamento já estiver em frasco-ampola ou em ampola e, ao fazer o 
cálculo da dose o volume obtido for muito pequeno, devemos fazer uma 
 
 
61 
diluição proporcional. Exemplo: Gentamicina 10 mg. Temos ampola 
de gentamicina 40 mg, 1 ml. 
 Diluição: Para administrar a dose prescrita, temos que utilizar 0,25 mI. 
Considerando a dificuldade de obter esse volume, com precisão, em seringas acima 
de 1 mI, e de aproveitar as três doses restantes na ampola, devemos rediluir o 
volume da ampola para 4 mI, obtendo 40 mg de gentamicina em 4 mI. 
40 mg......................................4 mI (1 mI da ampola + 3 ml de água destilada) 
10 mg.........................................X 
 X = 1mI 
 
 Assim, para atender à prescrição, utilizamos 1 mI. 
 
 
12.1 EXERCÍCIOS RESOLVIDOS 
 1. A prescrição médica solicita dexametasona 2 mg EV. Temos frasco-ampola 
(FA), já diluído, contendo 4 mg/mI. Como devemos proceder? 
1ml……………………………………4 mg X = 0,5 ml 
X……………………………………….2 mg 
 Em 0,5 ml da solução diluída, encontramos 2 mg de dexametasona. 
 2. A prescrição médica solicita ampicilina 125 mg EV.O FA é de 1g. Como 
devemos proceder? 
1º passo - Transformar g em mg: 
1 g = 1.000 mg, portanto, o frasco tem 1.000 mg. 
2º passo - Diluir os 1.000 mg de ampicilina em 10 ml de água destilada. 
3º passo - Montar a regra de três, como já foi explicado: 
1.000 mg……………………………10 ml 
125 mg………………………………x ml X = 1,25 ml 
 Em 1,25 ml da solução diluída, encontramos 125 mg de ampicilina. 
 
 
62 
 
 3. A prescrição solicita penicilina cristalina 1.000.000 UI EV. Temos Frasco-
ampola de 5.000.000 UI. Como devemos proceder? 
 Obs: Não esquecer que o pó contido no frasco-ampola acrescenta um 
volume de 2 ml. 
5.000.000 UI....................................10 ml (2 ml de pó + 8 ml de água) 
1.000.000 UI....................................x ml 
X = 2ml 
 Em 2 ml da solução diluída, encontramos 1.000.000 UI de penicilina cristalina. 
 
 4. A prescrição é de heparina 1.000 UI. Temos Frasco-ampola de 5 ml em 
5.000 UI /ml, portanto, 25.000 UI no frasco inteiro. Comodevemos proceder? 
 R: Como a quantidade é pequena, devemos rediluir 1 ml de heparina em 4 ml 
de água destilada, obtendo um volume final de 5 ml. Temos, então: 
5.000 UI...........................................5 ml (1 ml de heparina +4 ml de água) 
1.000 UI……………………………...X ml 
X = 1.000 x 5 = X = 1 ml 
 5.000 
 
 Se a prescrição fosse ainda menor, como, por exemplo, 100 UI, deveríamos 
rediluir o medicamento já rediluído, ou seja, a partir de 1 ml da heparina rediluída 
(1.000 UI /ml), faríamos a seguinte rediluição: 
 1.000.UI............................... 10 ml (1m l de heparina + 9m l de AD) 
 100 UI................................... X 
 X = 1 ml, que contém 100 UI de heparina. 
 
 5. A prescrição é de gentamicina 7 mg EV. Tenho ampola de 80 mg/2 ml. 
Quantos ml devem aplicar? 
80 mg...............................................8 ml (ampola de 2 ml + 6 ml de água) 
 
 
63 
7 mg.................................................x ml 
X = 0,7 ml 
 
 6. A prescrição é de dipirona 100 mg VO. Temos dipirona comprimido 500 
mg. Como devemos proceder? 
Precisamos diluir o comprimido em 5 ml de água. 
500 mg……………………………….5 ml 
100 mg……………………………….X ml X = 1ml 
 
 7. A prescrição é de levomepromazina (Neozine) 2 mg VO. Temos frasco de 
20 ml a 4%. O conta-gotas, que é específico para esse medicamento, tem a 
correspondência de 40 gotas para cada ml. Quantas gotas vão ser aplicadas? 
4% = 4 g em.......................100 ml 
= 4.000 mg em.............100 ml 
= 400 mg em................10 ml 
= 40 mg em..................1 ml 
40 mg = 1 ml = 40 gotas 
 
 Portanto, em 1 ml encontramos 40 mg, que correspondem a 40 gotas. Então, 
1 gota = 1 mg. Se a prescrição é de 2 mg, temos: 
 1 gota...............................................1 mg 
 X.......................................................2mg X = 2 gotas 
 
 8. A prescrição é de aminofilina 150 mg EV. Temos ampolas de 10 ml de 
aminofilina a 2,4%. Como devemos proceder? 
2,4% = 2,4 g em........................100 ml 
= 2.400 mg em..........................100 mI 
= 240 mg em.............................10 mI 
 
 
64 
240 mg......................................10 mI 
150 mg........................................x mI 
X = 6,25 mI 
 Devemos usar 6,25 mI de aminofilina a 2,4%, que correspondem a 150 mg de 
aminofilina. 
 
 9. A prescrição é de insulina regular 30 UI SC. Temos frasco de 100 UI/mI e 
seringa de 80 VI/mI. 
F (frasco)...........................................S (seringa) 
P (prescrição)....................................X 
100 UI................................................80 UI 
30 UI...................................................X 
x = 24 UI 
 
Uma sugestão para você memorizar a fórmula: 
Fui (F) --------------Salvo (S) 
Pela (P) ------------Cruz (x) 
 
 Observação: Se for preciso usar seringa comum, com graduação em ml, ao 
montar a regra considere que o frasco tem 100 UI /ml, portanto, use somente 1 ml. 
 
 10. A prescrição solicita adrenalina se 0,25 mI. Vamos usar uma seringa 
graduada em 100 UI/mI. Quantas UI vamos aplicar? 
 1mI......................................................100 UI 
 0,25 mI.................................................x 
 X = 25 UI 
 
 Vamos aplicar 25 UI. 
 
 
65 
 
 Observação: Ao resolver os exercícios, procure não se preocupar com o 
volume do frasco, mas com a quantidade que temos em 1 mililitro (1 ml). 
 
12.2 DILUIÇÃO DE MEDICAMENTOS USADOS EM NEONATOLOGIA E 
PEDIATRIA 
Exemplos de diluição 
1. Adrenalina: ampola de 1ml (1:1.000) 
Ampola + 9 ml de AD = 10 ml = 1:1.000 
0,1 a 0,3 mg/kg/dose 
 
2. Bicarbonato de sódio (NaHC03): ampola de 10ml a 10% (1,2 mg/ml) 
5 ml + 15 ml de AD = 20 ml a 2,5% 
8,3 + 11,7 ml de AD = 20 ml a 4,2% 
 
3. Amicacina (Novamin): frasco-ampola de 2 ml/100mg 
Frasco-ampola + 3 ml de AD = 20 mg/ml 
Frasco-ampola + 8 ml de AD = 10 mg/ml 
Velocidade de 5 ml/h 
4. Anfotericina B (Fungizon): frasco-ampola de 50 mg 
Frasco-ampola + 10 ml AD = 5 mg/ml 
1 ml (5 mg) + 9 ml AD = 0,5 mg/ml 
0,1 mg /ml em SG a 5% 
 
5. Ampicilina: frasco-ampola de 0,5 g (500 mg) ou 1 g (1.000 mg) 
Frasco-ampola de 500 mg + 4,5 ml AD = 100 mg /ml (pó vale 0,5 ml) 
Frasco-ampola de 1.000mg + 9 ml AD = 100 mg /ml (pó vale 1 ml) 
 
6. Carbenicilina dissódica: frasco-ampola de 1 g (1.000 mg) 
 
 
66 
Frasco-ampola + 9,5 ml de AD = 100 mg /ml (pó vale 0,5 ml) 
 
7. Clindamicina (Dalacin C): ampola de 600 mg/4 ml 
1 ml (150 mg) + 14 ml de AD = 10 mg /ml 
8. Cefoxitina: frasco-ampola de 1.000 mg 
Frasco-ampola + 9,5 ml de AD = 100 mg /ml (pó vale 0,5 ml) 
 
9. Ceftazidima (Fortaz): frasco-ampola de 1.000 mg 
Frasco-ampola + 9,5 ml de AD = 100 mg /ml (pó vale 0,5 mI) 
 
10. Cloranfenicol (Quemicetina): frasco-ampola de 1.000 mg; 500 mg;250 mg 
Frasco-ampola de 250 mg + 10 ml de AD = 25 mg /ml 
2 mI (50 mg) + 3 mI AD = 10 mg /ml 
 
11. Imipenem + cilastatina sódica (Tienam): frasco-ampola de 500 mg 
Frasco-ampola diluído em 100 mI de SG a 5% ou SF = 5 mg /ml 
 
12. Metronidazol (Flagyl): frasco-ampola a 0,5% 
Frasco-ampola de 100 mI EV = 5 ml/minuto 
13. Benzilpeniciplina G potássica (penicilina cristalina): frasco-ampola com 
5.000.000 UI Frasco-ampola (5.000.000 UI) + 8 mI AD = 500.000 UI/mI 
1 ml (500.000 UI) + 4 mI AD = 100.000 UI/mI (pó vale 2 mI) 
 
14. Sulfametoxazol + trimetroprin (Bactrin): ampola de 5 mI 
1 mI + 25 mI SG a 5% ou 10% 
 
15. Vancomicina (Vancocina): frasco-ampola de 500 mg 
Frasco-ampola + 10 mI AD = 50 mg /ml 
 
16. Atropina: ampola de 1 mI com 0,25 g 
 
 
67 
Utilizar sem diluir (se necessário, usar seringa de insulina) 
 
17. Dobutamina (Dobutrex): ampola de 20 ml com 250 mg (12,5 mg /ml) 
4 mI (50 mg) + 6 mI de AD = 5 mg /ml 
18. Cloridrato de isoproterenol: ampola de 1 ml (1:5.000) 
= 1 g (1.000 mg)……………………5.000 ml 
= 100 mg………………………………500 ml 
= 10 mg………………………………..50 mI 
= 1 mg (1.000 mvg).........................5 mI 
= 200 mcg.......................................1mI 
ampola 1 mI + 9 mI de AD = 20 mcg /ml 
 
19. Deslanósido (Cedilanide): ampola de 2 mI com 0,4 mg 
0,5 mI (0,1 mg) + 9,5 de AD = 0,01 mg /ml 
 
20. Fenitoína (Hidantal): ampola de 5 ml/250 mg 
1 mI (50 mg) + 4 mI de AD = 10 mg /ml 
 
21. Penicilina G procaína (Despacilina) 
Frasco-ampola de 400.000 UI 
Frasco-ampola + 4 mI de AD = 100.000 UI /ml 
 
22. Fenobarbital (Gardenal): ampola de 1 ml com 200 mg 
0,5 ml (100 mg) + 9,5 ml = 10 mg /ml 
 
23. Fentanila (Fentanil): frasco-ampola de 10 ml com 0,05 mg /ml 
1 ml (50 mcg) + 5 ml de AD = 10 mcg /ml 
 
 
 
68 
24. lidocaína (sem adrenalina): frasco-ampola de 20 ml a 0,5% ou 1% ou 2% 
= 500 mg......................................100 ml 
= 50 mg........................................10 ml 
= 5 mg..........................................1 ml 
25. Petidina (Dolantina): ampola de 2 ml com 100mg 
1 ml (50 mg) + 4 ml de AD = 10 mg /ml 
1 ml (10 mg) + 9 ml de AD = 1 mg /ml 
 
26. Aminofilina gotas: frasco-ampola com 12 mg/gota 
Se necessário, diluir 2 gotas (24 mg) + 6 ml AD = 4 mg /ml 
 
27. Digoxina solução oral: frasco de 60 ml com 0,05 mg /ml 
1 ml = 40 gotas 
28. Dipirona sódica (Novalgina) 
Solução oral = 50 mg /ml 
Gotas = 500 mg /ml = 1 ml = 20 gotas 1 gota = 25 mg 
 
29. Acetilcisteína (Fluimicil): ampola de 3 ml a 10% (100 mg /ml) 
Ampola de 2 ml a 20% (200 mg /ml) 
 
30. Albumina humana: frasco-ampola de 50 ml a 20% 
Diluir para AD a 5% 
5 ml+ 15 ml de AD = 10 ml a 5% 
31. Aminofilina: ampola de 10 ml

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