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Físico-Química (Farmácia) Aula 6 – Cinética 2014 Velocidade de uma reação química A velocidade de uma reação química é a variação da concentração por unidade de tempo. A unidade de velocidade é mol L-1 s-1. Reação de formação do butanol a partir do clorobutano: C4H9Cl(aq) + H2O(l) C4H9OH(aq) + HCl(aq) Velocidade de uma reação química A velocidade de uma reação química pode variar ao longo do tempo: v600 = (0,042-0,018)/(800-400) <v>400-800=(0,045-0,020)/400 Isto é: vinstantanea = d[ ]/dt vmédia = <v> = Δ[ ]/Δt Exc.: Calcule v0 e <v>50-200 Velocidade média Velocidade de uma reação química Geralmente, as velocidades das reações químicas são maiores quando as concentrações iniciais dos reagentes aumentam. Lei da ação das massas (Guldberg-Waage) Em uma reação elementar (que ocorre em uma única etapa): NH4 +(aq) + NO2 -(aq) N2(g) + 2H2O(l) observamos que – à medida que a [NH4 +] duplica com a [NO2 -] constante, a velocidade dobra, – à medida que a [NO2 -] duplica com a [NH4 +] constante, a velocidade dobra, concluímos que a velocidade [NH4 +][NO2 -]. A constante de proporcionalidade k é a constante de velocidade. Ordem de reação Corresponde aos expoentes das concentrações na lei de velocidade • Para uma reação geral com a lei de velocidade dizemos que a reação é de ordem m para o reagente 1 e n para o reagente 2, sendo a ordem global m + n. • Uma reação pode ser de ordem zero se m, n, … são zero. • Observe que os valores dos expoentes (ordens) têm que ser determinados experimentalmente. Eles não estão simplesmente relacionados com a estequiometria, pois uma reação pode ocorrer em várias etapas. Ordem de reação Ordens de reação: Exp.1 Exp.2 Determinação empírica da lei de velocidades (ordens de reação) Método do isolamento Para uma reação envolvendo 2 reagentes A e B, parte-se de grande excesso de um deles (por exemplo B) de modo que sua concentração [B] seja considerada constante, de modo que a lei de velocidades v = k[A]x[B]y possa ser reescrita: v = k' [A]x onde k' = k[B]y Se x = 1 v = k' [A]1 Reação de pseudoprimeira ordem em relação a A Se x = 2 v = k' [A]2 Reação de pseudosegunda ordem em relação a A Velocidade de uma reação química Geralmente, as velocidades das reações químicas são maiores quando as concentrações iniciais dos reagentes aumentam. Determinação empírica da lei de velocidades (ordens de reação) Método das velocidades iniciais Mede-se a velocidade da reação no início do processo, em diferentes experimentos, para diferentes concentrações iniciais de um dos reagentes: v0 = k' [A]0 x Aplicando o logarítmo: log v0 = log k' + x.log[A]0 Gráfico de log v0 vs. log [A]0 será uma reta, onde Coeficiente linear = log k' Coeficiente angular = x (ordem da reação em relação a A) Método das velocidades iniciais Exc.: Lei de velocidades integrada Lei de velocidades integrada Lei de velocidades integrada Modelo das colisões • As reações ficam mais rápidas à medida que a temperatura aumenta. Por exemplo, a comida estraga mais rápido quando não é refrigerada. • No modelo de colisão, para que as moléculas reajam, devem colidir entre si, na direção correta. • Quanto maior o número de colisões por unidade de tempo, maior a velocidade. • Quanto mais moléculas estiverem presentes, maior a probabilidade de colisão. • Quanto maior a temperatura, maior a velocidade das partículas, maior o número de colisões, maior a energia da colisão e maior a velocidade da reação. Modelo das colisões A constante de velocidade k, depende da temperatura, como no gráfico: Fator de orientação Nem toda colisão é eficiente e depende da orientação. Considere a reação no estado gasoso: Cl + NOCl NO + Cl2 Velocidade de uma reação química Assim: v nº de choques efetivos Nº de choques efetivos Nº total de choques Fração de choques com energia suficiente Fração de choques com orientação adequada = x x Frequência dos choques efetivos depende: - da concentração dos reagentes, - da secção de choque molecular (geometria molecular), - da velocidade média das partículas (temperatura), - da energia suficiente para a modificação das ligações químicas. Fator de Boltzmann: e-Ea/RT Equação de Arrhenius k = A e-Ea/RT k = constante de velocidade da reação; A = constante (secções de choque, velocidade média, fator de orientação) ; Ea = energia de ativação Energia de ativação (Ea) Arrhenius: as moléculas devem possuir uma quantidade mínima de energia para que reajam. Por quê? – Para que formem produtos, algumas ligações químicas devem ser quebradas nos reagentes. – A quebra de ligação química requer energia (curva poço). – A energia de ativação é a energia mínima necessária para iniciar uma reação química. – A termodinâmica não permite calcular a energia de ativação. – A velocidade da reação química depende da Ea. – Quanto maior Ea, mais lenta é a reação química. Isomerização: acetonitrila - metilisonitrila Velocidade de uma reação química • Se o fator entrópico não for importante, a variação da energia livre (G) será aproximadamente igual à variação da entalpia da reação (H) (ordenadas) e corresponde à diferença na energia entre CH3NC e CH3CN observada no gráfico. • A energia de ativação é a diferença de energia entre o reagente, CH3NC e o estado de transição. • Observe que se uma reação direta é exotérmica (H < 0) CH3NC CH3CN então a reação inversa é endotérmica (H > 0) Questão: qual a energia de ativação da reação inversa? Energia de ativação Quanto maior a temperatura, maior a fração de moléculas com energia cinética elevada. Mecanismo de uma reação química É uma série de reações elementares consecutivas (etapas) que ocorrem para que uma reação química se processe. • Molecularidade: é o número de moléculas reagentes envolvidas em uma etapa elementar. – Unimolecular: uma molécula na etapa elementar. – Bimolecular: duas moléculas na etapa elementar. – Termolecular: três moléculas na etapa elementar (não é comum pois estatisticamente é pouco provável a coincidência envolvendo o choque entre 3 moléculas). • A etapa mais lenta é determinante da velocidade de reação. Mecanismo de várias etapas • Algumas reações ocorrem através de mais de uma etapa: NO2(g) + NO2(g) NO3(g) + NO(g) NO3(g) + CO(g) NO2(g) + CO2(g) NO2(g) + CO(g) NO(g) + CO2(g) Observe que a equação global é a soma das duas etapas! • Intermediário: é a espécie que aparece em uma etapa elementar, mas não é um reagente nem um produto, isto é, não aparece na reação global. No exemplo acima é o NO3(g). • A ordem de reação em uma etapa elementar: – os processos unimoleculares são de primeira ordem, – os processos bimoleculares são de segunda ordem, – os processos termoleculares são de terceira ordem. Efeito do catalisador Um catalisador acelera uma reação química por redução da energia de ativação. Reação em uma etapa: Ed: energia de ativação no sentido direto rd: reação no sentido direto ri: reação no sentido inverso Ei: energia de ativação no sentido inverso Efeito do catalisador O catalisador acelera umareação • Exemplo: o peróxido de hidrogênio decompõe-se muito devagar: 2H2O2(aq) 2H2O(l) + O2(g) • Na presença do brometo, a decomposição ocorre rapidamente: 2Br- (aq) + H2O2(aq) + 2H +(aq) Br2(aq) + 2H2O(l) – O Br2(aq) é um intermediário, pois é consumido na 2ª etapa. Br2(aq) + H2O2(aq) 2Br-(aq) + 2H +(aq) + O2(g) – O Br- (ou HBr) é um catalisador porque ele é recuperado no final da reação. Exc.: Faça a soma das duas etapas. Efeito do catalisador Aproximação do estado estacionário Assume-se que após um período inicial de indução da reação, a concentração de intermediários saia do zero e atinja valor constante (d[I]/dt ~ 0) e pequeno. Pré-equilíbrio e reações de ordem 3 A oxidação do óxido nítrico em dióxido de nitrogênio é de ordem global 3: 2 NO(g) + O2 (g) → 2 NO2 (g) d[NO2]/dt = k [NO] 2 [O2] mas não envolve o choque simultâneo de 3 moléculas, que implicaria em uma velocidade de reação muito lenta!! A reação ocorre em 2 etapas, com um pré-equilíbrio na primeira devido à segunda ser muito mais lenta: NO (g) + O2 (g) NO3 (g) ka, Ka (rápida) NO3 (g) + NO (g) → 2 NO2 (g) kb (lenta) ka >> kb e Ka = [NO3] / [NO][O2] Velocidade da reação determinada pela etapa mais lenta: d[NO2]/dt = kb [NO3][NO] como [NO3] é muito pequena (aprox. estado estacionário): d[NO2]/dt = kb {Ka[NO][O2]} [NO] = k [NO] 2 [O2] (empírica) Pré-equilíbrio e reações de ordem 3 Constante de equilíbrio (K) • Equilíbrio químico é o ponto em que as concentrações de todas as espécies são constantes. • Apenas para reações elementares pode-se obter a constante de equilíbrio como abaixo: • O equilíbrio é dinâmico porque a reação não pára (seta dupla) e quando atingido as velocidades nos 2 sentidos são iguais. • Reação direta: vd = kd [N2O4(g)] Reação inversa: vi = ki [NO2(g)] 2 • No equilíbrio: kd [N2O4(g)] = ki [NO2(g)] 2, logo, K = kd = [NO2(g)] 2, ki [N2O4(g)] N2O4(g) 2NO2(g) K = constante do equilíbrio (é a razão entre as constantes de velocidade nos sentidos direto e inverso) Equilíbrio químico N2O4(g) 2NO2(g) Questões: 1- A constante de equilíbrio depende das pressões parciais (concentrações) iniciais? 2- As pressões parciais finais devem ser iguais para que o valor de Keq seja preservado? 3- A constante de equilíbrio depende da temperatura da reação? Justifique (pela termodinâmica). Questão • Com os dados abaixo de uma reação hipotética relacione temperatura com constante de velocidade de reação em 2 gráficos: k vs. T e lnk vs. T-1 • A seguir, use os dados de um dos gráficos plotados para obter, pelaa equação de Arrhenius os valores de Ea e A. Obs: k = A e -Ea/RT T/K 700 730 760 790 810 840 910 1000 k/dm3mol-1s-1 0,011 0,035 0,105 0,343 0,789 2,17 20,0 145
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