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Físico-Química (Farmácia) Gases 2014 Por que estamos aqui? - O conhecimento - A profissão - A curiosidade intuitiva vs. epistemológica - A pesquisa acadêmica - A pedagogia da culpa - Livros e internet - A história das ciências naturais - A filosofia e o hedonismo A avaliação 1ª Avaliação escrita: 25 pontos 22/setembro 2ª Avaliação escrita: 25 pontos 03/novembro 3ª Avaliação escrita: 30 pontos 08/dezembro Lista de exercícios semanal (20 pontos) Total: 100 pontos Avaliação escrita substitutiva de uma das provas: 15/dezembro (toda a matéria, só para quem não atingiu média de 60 pontos) 2ª chamada: justificada com atestado médico: 15/dezembro Bibliografia: - Atkins, Físico-Química para Ciências Biológicas - Ball, Físico-química - Netz & Ortega, Fundamentos de Físico-Química Grandezas e unidades fundamentais do Sistema Internacional Unidades que não são do S.I. Exc.: transforme 1,50 L em cm3 1 bar em atm e em mm Hg (ou Torr) Grandezas e unidades derivadas Exc: w = F.d (trabalho = força.deslocamento) e F = m.a Prove que J = N.m reduzindo ambos os lados às unidades fundamentais Grandezas extensivas e intensivas Grandeza extensiva: depende da quantidade (extensão). Seu valor é diferente para diferentes porções do sistema. O valor total desta propriedade para o sistema é a soma dos valores medidos em cada parte. Ex.: massa (m), volume (V), número de mols (n), energia (E). Grandeza intensiva: independe da quantidade. O valor de uma grandeza intensiva é igual em qualquer porção de um sistema. Ex.: pressão (P), temperatura (T), densidade (ρ), volume molar (Vm), concentração (g L-1, mol L-1). A razão entre duas variáveis é sempre uma variável intensiva, como Volume molar: Vm = V/n (volume de 1 mol de moléculas de um gás) Grandezas extensivas e intensivas Exc.: 1- Se em 500 mL de uma solução há 0,1 mol de cloreto (Cl-) calcule o nº de mols e a concentração em mol L-1 de Cl- em 100 mL e em 10 mL desta mesma solução. 2- A massa de 2 mL de mercúrio é de 27,1 g. Obtenha a densidade do mercúrio em g cm-3 e em kg L-1. Calcule a massa de 50 dm3 de mercúrio. Prefixos para múltiplos e submúltiplos de unidades Exc.: transforme 1 kg em mg 0,5 Gbit em kbit 1 nm em cm 1 m3 em cm3 e em L 1 cm2 em m2 Leis dos Gases ideais Lei de Boyle PV = constante Lei de Charles V/T = constante Lei de Gay-Lussac P/T = constante Princípio de Avogrado PV/T = n.constante ou (V/n)P,T = constante P = pressão; V = volume; T = temperatura; n = nº mols Equação de estado dos gases ideais Lei de Boyle V 1/P Lei de Charles V T Princípio de Avogrado V n Logo: V nT/P cuja constante de proporcionalidade é R isto é, V = nRT/P ou PV = nRT Leis dos Gases ideais Exc.: 1) Explique a expressão P = P(V,T) 2) Defina ∂P = -nRT ∂V n,T V 2 ( ) Lei de Boyle Pressão e volume são inversamente proporcionais quando T e n são mantidos constante. As curvas obtidas são chamadas isotermas (mesma(= iso) temperatura). As curvas são previstas pela lei dos gases ideais PV = nRT Limitações do modelo dos gases ideais Gas ideal Isotermas experimentais para o gás carbônico (CO2) Leis dos Gases ideais Pi Vi Pf Vf = = nR ____ ____ Ti Tf PV = nRT (n mols) PV = RT (1 mol) PV = NkT (N moléculas) k = constante de Boltzmann NAk = R Exc.: sendo NA = 6,02x10 23 mol-1 e k = 1,381x10-23J K-1, calcule R Constante dos gases ideais (R) Exc.: prove que J K-1 mol-1 é igual a Pa m3 K-1 mol-1 PVm = RT onde: Vm = V = V n Vm = volume molar do gás Vm = RT P Se P aumenta → Vm diminui Outra forma de expressar a equação dos gases ideais __ Exercício: a) Faça um gráfico P(V) = nRT/V para um sistema formado por 1 mol de gás ideal na temperatura constante de 25°C, quando o volume expande de 0,1 L até 10 L (use a pressão em atm e pelo menos 10 pontos). b) Calcule a derivada da função no ponto V = 1,2 L. c) Discuta a inclinação da tangente à função no ponto do item b. 19 A TEORIA CINÉTICA DOS GASES Amedeo Avogadro, italiano, 1776-1856 Dois gases diferentes à mesma temperatura e pressão, possuem o mesmo número de partículas Fórmula da água: H2O Daniel Bernoulli, holandês, 1700-1782 Partículas em movimento (mecânica clássica), não mais fixas no éter James Clerk Maxwell, inglês, 1831-1879 Distribuição das velocidades das moléculas de um gás Ludwig Eduard Boltzmann, austríaco, 1844-1906 Distribuição da energia total entre os vários graus de liberdade moleculares Desordem = entropia Daniel Bernoulli (1700-1782) Ludwig E. Boltzmann (1844-1906) James C. Maxwell (1831-1879) Teoria Cinética dos Gases Teoria cinética dos gases Suponha: um gás preso em uma caixa cúbica de lado L este gás é formado por átomos isolados (não ligados) muito menores que o volume da caixa (pontos infinitesimais) (qual o volume de uma átomo de Hélio?) que obedecem às leis de Newton não sofrem atração ou repulsão entre si (energia potencial é zero) mas apenas choques elásticos com as paredes da caixa ou eventualmente com outro átomo Teoria cinética dos gases Possuem velocidade que decomposta nas 3 direções do espaço resulta no vetor v = vx x + vy y + vz z x, y, z = versores “direção” (unitários) *Nesta notação vetores e versores serão representados em negrito. Teoria cinética dos gases Em uma caixa de tamanho L, um átomo (partícula) se deslocando a partir da parede da direita, na direção +x, indo ao encontro da parede da direita, onde sofre um choque elástico, voltando na direção –x, até atingir novamente a parede da direita. Assim, a velocidade em módulo é : |vx| = 2L ou Δt = 2L . Δt |vx| Teoria cinética dos gases No choque a partícula exerce força F sobre a parede e sofre força –F (de igual intensidade e sinal oposto) exercida pela parede (3ª Lei de Newton). Pela 2ª Lei de Newton: F = dp , onde p = momento linear dt Sendo p = mv, então F = m dv = ma dt Qual a diferença entre dv e Δv ??????? dt Δt Derivada da velocidade em relação ao tempo é a aceleração Teoria cinética dos gases A força média é <F> = Δp = Δ(mv) = mΔv ; (m = cte) Δt Δt Δt Sendo Δvx a diferença entre o valor final e inicial da velocidade na direção x: Δvx = – vx – vx = – 2vx e <F> = –2mvx / Δt Lembrando que Δt = 2L / |vx| Então <F> = –2mvx 2 = – mvx 2 2L L O sinal negativo indica que esta é a força média exercida pela parede sobre a partícula. A correspondente força média que essa exerce sobre a paredeé <F> = mvx 2 ; na forma de um vetor F = mvx 2x L L Teoria cinética dos gases Sendo a pressão igual a razão da força pela área P = F/A, então a pressão que a partícula com componente de velocidade vx exerce sobre a parede da direita da caixa, de área L2 é: P1,x = <F> = mvx 2 1 = mvx 2 = mvx 2 L2 L L2 L3 V A pressão exercida por N partículas sobre a parede da direita é a soma da pressão que cada partícula j exerce independentemente (Lei de Dalton das pressões parciais): PN,x = ∑Nj=1 Pj,x = 1 ∑Nj=1 mj vj,x2 V Teoria cinética dos gases Se todas as partículas do gás possuem a mesma massa então: ∑Nj=1 mj = m = massa total das N partículas Então: Px = m ∑Nj=1 vj,x2 V A média do quadrado da componente x das velocidades das partículas do gás é: <vx 2> = 1 ∑Nj=1 vj,x2 então Px = Nm <vx2> N V Teoria cinética dos gases Nas 3 direções: Px = Nm <vx 2> ; Py = Nm <vy 2> ; Pz = Nm <vz 2> V V V As 3 direções do espaço são equivalentes, logo <vx 2> = <vy 2> = <vz 2> A2 = vx 2 + vy 2 Portanto, em qualquer parede: Px = Py = Pz = P Pelo teorema de Pitágoras tridimensional, o quadrado da velocidade de uma partícula é: v2 = vx 2 + vy 2 + vz 2 Teoria cinética dos gases Pelo teorema de Pitágoras tridimensional, o quadrado da velocidade de uma partícula é: v2 = vx 2 + vy 2 + vz 2 A2 = vx 2 + vy 2 v2 = vz 2 + A2 = vx 2 + vy 2 + vz 2 Teoria cinética dos gases A média do quadrado da velocidade para todas as partículas da caixa é <v2> = <vx 2 + vy 2 + vz 2> Mas <vx 2 + vy 2 + vz 2> = <vx 2> + <vy 2> + <vz 2> (propriedade do somatório) então: <v2> = 3 <vx 2> e P = Nm <vx 2> = Nm <v2> V 3V Multiplicando por 2/2: P = 2 N m <v2> = 2 N <Ecin> 3 V 2 3 V Reescrevendo PV = 2 N <Ecin> = NkT 3 onde k = constante de Boltzmann (= R/NA) = 1,38.10 -23 JK-1 NA = número de Avogadro (= 6,02.10 23 mol-1) Teoria cinética dos gases <Ecin> = (3/2) kT é a primeira interpretação teórica para a temperatura na história das ciências: a energia cinética média de uma partícula de um gás ideal é proporcional à temperatura e a constante de proporcionalidade vale 3k/2 Para N partículas N<Ecin> = E = energia total (não há Epot) e E = (3/2) NkT Para 1 mol de moléculas E = (3/2) NAkT = (3/2) RT Para n mols de moléculas E = (3/2) nRT 34 Distribuição de Maxwell-Boltzmann para as velocidades das partículas de um gás Exc.: Em qual temperatura há mais moléculas com maiores velocidades? Transforme 1000 m s-1 em km h-1 Problemas no modelo do gás ideal - volume zero quando T é igual a zero Kelvin - não há atração/repulsão entre partículas V = f(T) V = nR T P Gases reais Curva poço da energia potencial Atração entre duas partículas Abscissas => distância entre elas Distância ∞ => Epot = 0 Forças intermoleculares Choques inelásticos Gases reais Equação de van der Waals Equação do virial PVm = RT [1 + (B/Vm) + (C/Vm 2) +...] Fator de compressibilidade (Z) Z = PVm/RT (Z = 1 para gás ideal) Todo gás rarefeito possui comportamento próximo do esperado para um gás ideal Gases reais Fator de compressibilidade (Z) Z = 1 (gás ideal ou rarefeito) Z < 1 (PV menor => atrações entre as partículas) Z > 1 (PV maior => repulsões entre as partículas) Exc.: o ar tem comportamento próximo do esperado para um gás ideal? Justifique. Compressão de um gás A compressão de um gás pode levar à sua liquefação Se o calor gerado na compressão não for transferido, ocorre aumento da temperatura Se a compressão ocorre em um banho térmico mantendo a temperatura constante o sistema é representado por uma isoterma Comportamento de um gás real O gás carbônico, ao ser comprimido isotermicamente a 20°C, no interior de um pistão, tem comportamento parecido com o esperado pelo modelo dos gases ideais na região entre os pontos A e B. Nesta temperatura, quando a pressão atinge 60 atm ocorre redução drástica do volume sem alteração da pressão. No intervalo entre C e E há coexistência das fases líquida e gasosa. À esquerda do ponto E a curva possui inclinação grande pois só há a fase líquida no interior do pistão e para ocorrer pequena variação do volume é necessária grande variação de pressão!!
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